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bx_03_CURSO_ER21_EXT_LIN_CIEH_POR_4C

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Prévia do material em texto

1
Introdução e conclusão
13
Aula 
4C
Português
Dissertação: início e fechamento
Uma boa redação é o resultado de um conjunto har-
mônico de períodos, de parágrafos e, principalmente, 
do desenvolvimento de uma sequência de ideias. Após 
conhecermos diversas formas de organizar a argumen-
tação dissertativa, trabalharemos, nesta aula, formas 
de incrementar o início (introdução) e o fechamento 
(conclusão) do texto.
Utilizemos, como referência, o tema da publicação 
de biografias não consentidas. A partir dessa temática, 
vejamos formas possíveis de como organizar uma intro-
dução e uma conclusão.
(PUC – PR) A polêmica sobre a publicação de bio-
grafias de pessoas relevantes sem necessidade de 
sua autorização encontra resistência em setores das 
classes artística e política que se opõem a ter suas 
histórias de vida expostas. O assunto é controverso 
e envolve diversidade de opiniões, pontos de vista 
e ressalvas.
A partir da leitura dos textos da coletânea apresen-
tada e de seu conhecimento prévio relacionado ao 
assunto, redija um texto dissertativo-argumentativo 
contendo, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 25.
No texto, apresente seu ponto de vista sobre a 
seguinte questão: a publicação de biografia sem 
autorização prévia do biografado encontra res-
paldo no direito de liberdade de expressão ou, 
nesse caso, a obra viola o direito de privacidade 
do cidadão?
Parágrafo de introdução
Para uma proposta como “a publicação de biografia 
sem autorização prévia do biografado encontra respal-
do no direito de liberdade de expressão ou, nesse caso, a 
obra viola o direito de privacidade do cidadão? ”, muitos 
elaborariam um parágrafo introdutório que não passaria 
da citação do tema da proposta de redação, como no 
(mal) exemplo a seguir.
Ultimamente, a polêmica da autorização prévia 
para a publicação de biografias provocou o debate 
entre quem defende a liberdade de expressão e os que 
preservam o direito à privacidade do cidadão.
Um parágrafo assim fica notoriamente empobrecido, 
pois falta uma explicação mínima do que será discutido 
no texto. É fundamental que o início da redação apre-
sente o tema, promovendo para o leitor uma contextu-
alização que o leve a entender o que será exposto no 
texto.
Vamos, a partir da mesma proposta de redação, 
observar algumas sugestões de como fazer uma intro-
dução. Antes disso, vale afirmar que uma boa introdução 
anuncia o que será mostrado no texto. Logo, ela de-
pende diretamente do posicionamento e da estratégia 
argumentativa adotada na redação. Colocaremos, aqui, 
cinco exemplos, entre outros possíveis, de introdução.
1. Ênfase na explicação do 
tema que será discutido
A polêmica da necessidade de uma autorização 
prévia para a publicação de uma biografia promo-
ve um debate sobre qual direito deve prevalecer: 
preservar a privacidade do indivíduo ou garantir 
o interesse social do direito à informação. Con-
tudo, após tantas lutas para que o país conquis-
tasse a liberdade de expressão, é um retrocesso 
que biografias passem a ser proibidas em favor de 
interesses particulares.
2 Extensivo Terceirão
2. Tomar por base uma citação
Para o jornalista e historiador inglês Jonathan 
Fenby, as biografias fazem parte do direito que a 
sociedade tem de saber sobre o presente e o passa-
do. Tomando por base esse raciocínio, não é correto 
admitir que o trabalho do biógrafo seja submetido 
à aprovação do sujeito biografado, mesmo que isso 
seja em nome da manutenção da privacidade deste.
3. Contextualização a partir 
de um fato histórico ou 
de uma notícia recente
Um grupo de artistas ligados à música brasi-
leira, intitulado “Procure Saber”, composto por 
nomes importantes como Caetano Veloso e Chico 
Buarque, causou polêmica por defender restrições 
quanto à publicação de biografias. Essa atitude 
é legítima, pois o interesse público pela vida do 
biografado não deve desrespeitar a privacidade de 
quem, mais que uma pessoa pública, é um ser hu-
mano com direito a preservar a própria história.
4. Menção aos argumentos 
que serão trabalhados 
no desenvolvimento
As controvérsias a respeito da restrição às bio-
grafias trazem consigo o debate sobre o que deve 
ser priorizado na construção da memória social: in-
teresses individuais do biografado ou o respeito ao 
direito que a sociedade tem à informação. Embora 
exista quem defenda a privacidade dos biografa-
dos, é inadmissível nesses tempos modernos essa 
limitação às biografias, por se tratar de censura, um 
desrespeito grave à História recente do Brasil.
5. Exposição de uma tese contrária 
para a contra-argumentação
Os opositores da restrição às biografias argu-
mentam em nome da liberdade de expressão, en-
tendendo que o direito coletivo deve prevalecer 
sobre interesses pessoais. Contudo, essa postura 
desconsidera um direito que garante a harmonia 
social: a inviolabilidade da honra e da imagem 
dos cidadãos. Assim, as biografias não consenti-
das ferem um princípio constitucional, além de 
oficializar o espúrio trabalho de quem vive de 
promover o escândalo e a calúnia.
Parágrafo de conclusão
A conclusão, como já sabemos, é o fechamento do 
texto dissertativo. O planejamento desse parágrafo se 
dá a partir da ideia de que esse não é o espaço para o 
acréscimo de um argumento novo. Afinal, os argumen-
tos já foram analisados na segunda parte do texto e, por 
isso, a inserção de argumentos novos neste momento 
pode ser interpretado como incoerência estrutural.
Basicamente, ele é constituído da reiteração do po-
sicionamento defendido no texto e de um comentário 
final. A partir dessa base, é possível incrementar esse 
parágrafo. 
Sugestões de conclusão
1. Conclusão resumitiva
Consiste em retomar, de forma resumida, a tese e 
os argumentos desenvolvidos ao longo do texto. Leia o 
exemplo a seguir e compare-o com a primeira sugestão 
de introdução.
Em vista disso tudo, deve-se entender que o 
direito da sociedade à informação não deve sofrer 
restrições baseadas em interesses particulares. Des-
sa forma, a censura a biografias simboliza um gra-
ve atraso cultural, incoerente com as características 
que devem prevalecer num país em que, depois de 
décadas de autoritarismo, os valores democráticos 
ainda estão em processo de consolidação. 
2. Retomada de uma citação 
Ao se fazer uma citação, especialmente na abertura 
do texto, é importante que a ideia nela presente seja 
retomada ao longo da redação. Leia o exemplo a seguir 
e compare-o com a segunda sugestão de introdução.
Portanto, em meio a esses interesses diversos, 
não deve haver dúvidas de que o país precisa op-
tar primeiramente pelo direito que privilegia a co-
letividade, principalmente no que tange o acesso 
à cultura e à informação. Por isso, a correta afir-
mação do historiador Fenby faz todo o sentido, 
pois a sociedade tem direito de conhecer seu pre-
sente e seu passado, e as biografias podem contri-
buir muito para isso. Essa é a razão pela qual elas 
jamais deveriam ser censuradas em favor de um 
suposto direito particular.
3. Conclusão avaliativa
Essa é uma conclusão baseada em uma afirmação 
contundente, categórica, sobre o tema da redação.
Aula 13
3Português 4C
Diante do exposto, essa polêmica mostra que, 
no Brasil, infelizmente, há muito que amadurecer 
para a conquista efetiva da liberdade de expressão. 
Para isso, é preciso inibir, desde já, quaisquer res-
quícios de autoritarismo e de censura, como a au-
torização prévia para a elaboração de biografias. Só 
assim o país permanecerá consolidando a demo-
cracia e o livre acesso ao conhecimento. 
4. Conclusão-solução
Recomendada para propostas que pedem uma 
proposta de intervenção (solução) a respeito de uma 
problemática indicada no tema da redação.
Por fim, após tantas décadas de regime ditatorial, 
o Brasil precisa rejeitar decisões puramente unilate-
rais que ferem o acesso à informação. Assim, a me-
lhor forma de conciliar interesses divergentes quanto 
à publicação de biografias é o Congresso Nacional 
aperfeiçoar a legislaçãoreferente a esse fato. Isso deve 
ocorrer de forma que se garanta a liberdade de pes-
quisa e publicação de trabalhos consistentes, bem 
como o direito à restrição e ao devido ressarcimento 
aos que forem vítimas de obras difamatórias. É ga-
rantindo trabalhos sérios e preservando a honra dos 
cidadãos que se constrói uma sociedade livre e justa. 
5. Conclusão-síntese 
É uma forma recomendada para a argumentação 
dialética, pois, depois da exposição de argumentos con-
trários, torna-se fundamental a afirmação de qual deles 
fundamenta a tese do texto. Leia o exemplo a seguir e 
compare-o com a quinta sugestão de introdução.
Assim, apesar de a liberdade de expressão ser 
um direito importante, uma sociedade verdadei-
ramente democrática também se dá a partir do 
direito que qualquer cidadão deve ter de poder 
preservar a honra de sua imagem pública. Afinal, 
é a partir do respeito ao cidadão que se começa a 
formação de uma sociedade estável, e jamais por 
meio de uma legislação que chancela o sensacio-
nalismo e a calúnia.
ANÁLISE DE PROPOSTA 
DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com 
base nos conhecimentos construídos ao longo de sua 
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em 
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre 
o tema “Desafios para a formação educacional de surdos 
no Brasil”, apresentando propostas de intervenção que 
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e re-
lacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista.
Textos Motivadores
TEXTO I
CAPÍTULO IV 
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da 
pessoa com deficiencia, assegurados sistema 
educaconal inclusivo em todos os níveis e 
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma 
a alcançar o máximo desenvolvimento possível 
de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, 
intelectuais e sociais, segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, 
da comunidade escolar e da sociedade assegurar 
educação de qulidade à pessoa com deficiência, 
colocando-a salvo de toda forma de violência, 
negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, 
criar, desenvolver, implementar, incentivar, 
acompanhar e avaliar: [...]
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras 
como primeira língua e na modalidade escrita da 
língua portuguesa como segunda língua, em esco-
las e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema 
Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, 
de forma a ampliar habilidades funcionais 
dos estudantes, promovendo sua autonomia e 
participação.
BRASIL. Lei nº. 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: www.
planalto.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (fragmento)
TEXTO II
Matrículas de Surdos na Educação Básica - 
Educação Especial Total (em milhar)
Fonte: Inep.
4 Extensivo Terceirão
Em primeiro lugar, cabe pontuar que as ins-
tituições de ensino apresentam, em sua maioria, 
um sistema pouco inclusivo. Embora a Lei Bra-
sileira de Inclusão (LBI) atenda a Convenção do 
Direito da Pessoa com Deficiência, realizada em 
2006 pela ONU, sua finalidade encontra obstácu-
los, seja na estrutura escolar vigente, seja na falta 
de preparo do corpo docente. Prova disso são as 
escolas regulares e as universidades que não se 
adequaram à comunicação em Libras, bem como 
exames avaliatórios que não garantem tal acessi-
bilidade. Nesse sentido, os surdos recebem uma 
educação frágil, desigual e excludente.
Além disso, a ineficiente integração no âmbi-
to escolar/acadêmico resulta em efeitos fora dele. 
Conforme afirmou Aristóteles, é preciso tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, 
na medida exata de suas desigualdades. Contudo, 
a instrução aristotélica não é vista na prática, uma 
vez que o mercado de trabalho oferece poucas 
oportunidades, ainda que o deficiente auditivo 
tenha concluído o ensino superior. Paralelamente 
a isso, o comportamento contemporâneo, o qual 
prioriza o individualismo e a competição, intensi-
fica a exclusão visto que a deficiência em questão 
é alvo de uma visão equivocada de incapacidade 
funcional. Desse modo, as implicações de uma 
educação que não se adapta às diferenças são vi-
síveis.
Diante do exposto, faz-se necessária uma com-
plementação nas instituições sociais secundárias 
a fim de promover uma formação educacional 
coerente com as leis e as resoluções. Para tanto, 
o Ministério da Educação deve impor diretrizes 
de um projeto pedagógico inclusivo, como a obri-
gatoriedade de aulas de Libras na graduação de 
professores, bem como cursos para os formados. 
Ademais, o Estado, através do corpo legislativo, 
deve propor incentivos fiscais às grandes empre-
sas que instituírem um percentual proporcional 
na contratação de pessoas com alguma restrição 
física, incluindo a auditiva. Assim, os direitos bá-
sicos inerentes à vida e à liberdade, consagrados 
na Carta Magna, poderão ser cumpridos.
Extraído de <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/
enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_
do_enem_2018.pdf >. Acesso em: 29/09/2018
TEXTO III
Disponível em: http://servicos.prt4.mpt.mp.br. 
Acesso em: 3 jun. 2017 (adaptado).
TEXTO IV
No Brasil, os surdos só começaram a ter aces-
so à educação durante o Império, no governo de 
Dom Pedro II, que criou a primeira escola de edu-
cação de meninos surdos, em 26 de setembro de 
1857, na antiga capital do País, o Rio de Janeiro. 
Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Na-
cional de Educação de Surdos (Ines). Por isso, a 
data foi escolhida como Dia do Surdo.
Contudo, foi somente em 2002, por meio da 
sanção da Lei nº. 10.436, que a Língua Brasilei-
ra de Sinais (Libras) foi reconhecida como língua 
ofical no País. A legislação determinou também 
que devem ser garantidas, porparte do poder 
público em geral e empresas concessionárias de 
serviços públicos, formas institucionalizadas de 
apoiar o uso e difusão da Libras como meio de 
comunicação objetiva.
Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (adaptado)
Exemplo de redação
Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU pro-
mulgou a Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos, a qual assegura, em plano internacional, 
a igualdade e a dignidade da pessoa humana. 
Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do 
princípio da isonomia no que tange à inclusão de 
pessoas com deficiência auditiva. Consequente-
mente, a formação educacional é comprometida, 
o que pressupõe uma análise acerca dos entraves 
que englobam esta problemática.
Aula 13
5Português 4C
Testes
Assimilação
Instrução: Textos para a próxima questão.
Texto I
Humor não é bullying
Natalia Klein
Não existe nada mais fácil do que sacanear quem já é frequen-
temente sacaneado. É tiro certo, todos vão achar graça. 1Mas aí não 
estamos falando de humor. O nome disso é bullying.
[...] 2Recentemente, dei uma entrevista em que me perguntaram 
sobre os limites do humor. Por uma infelicidade, publicaram apenas 
um trecho da minha resposta, em que eu digo que “não posso mais 
fazer piadas com anão, negros, homossexuais”.
3É importante deixar claro que eu disse sim essa frase pavorosa. 
Mas em um contexto muito mais amplo. O que eu expliquei – ou, 
pelo menos, tentei explicar – é que não se pode fazer piadas envol-
vendo assuntos polêmicos sem correr o risco de ser tachado de pre-
conceituoso. Mas fingir que o preconceito não existe é infinitamente 
pior.
Não sou a favor de fazer graça de quem já tem que lidar diaria-
mente com a intolerância. 4Sou a favor de se fazer piada da intole-
rância em si. Em colocar na mesa os nossos podres para que a gente 
lembre que eles existem.
(Fonte: http: //www.adoravelpsicose.com.br/2011/10/humor-
nao-e-bullying.html Acessado em: 27/08/2015)
Texto II
Fonte: https://www.facebook.com/tirasarmandinho?ref=ts. Acessado em 13/10/2015
13.01. (COLÉGIO PEDRO II – RJ) – Assinale a alternativa que contéma frase do 
texto de Natalia Klein que diz de outro modo a mesma mensagem do terceiro 
quadrinho da tirinha. 
a) “Recentemente, dei uma entrevista em que me perguntaram sobre os limites 
do humor.” (ref. 2) 
b) “Mas aí não estamos falando de humor. O nome disso é bullying.” (ref. 1) 
c) “É importante deixar claro que eu disse sim essa frase pavorosa.” (ref. 3) 
d) “Sou a favor de se fazer piada da intolerância em si.” (ref. 4) 
Instrução: Texto para a próxima ques-
tão.
O vírus zika segue sua 
escalada. Ele é suspeito de 
causar boa parte dos casos 
de microcefalia em bebês no 
Brasil desde outubro de 2015, 
segundo o levantamento mais 
recente do Ministério da Saú-
de. No dia 17 de janeiro, a Or-
ganização Pan-Americana da 
Saúde na região, declarou que 
países, praticamente toda a 
América Latina, já detectaram 
casos de infecção pelo vírus. O 
invasor chegou até a América 
do Norte. Durante a última 
semana, apareceram notifi-
cações de casos nos Estados 
Unidos. Foram duas gestantes 
em Illinois, outra com suspei-
ta de zika na Califórnia e três 
pessoas diagnosticadas na Fló-
rida. Esses casos se somam aos 
primeiros registrados no início 
do mês: uma mulher no Texas 
e um bebê que nasceu com 
microcefalia no Havaí. [...] 
Um novo estudo, elaborado 
por um grupo internacional 
de pesquisadores, sugere que 
é questão de tempo até que o 
vírus comece a se disseminar 
dentro dos Estados Unidos e, 
possivelmente, da Europa. [...]
BUSCATO, Marcela. Época, 25 de 
janeiro de 2016, p. 42 (fragmento).
13.02. (USF – SP) – Ao descrever a 
crescente trajetória do vírus zika, por 
meio de dados oficiais, a produtora do 
texto tem por objetivo: 
a) Informar a população sobre a gra-
vidade do vírus. 
b) Ressaltar o fato de que o vírus pre-
fere os trópicos para se disseminar. 
c) Enfatizar o fato de que o vírus é uma 
ameaça global. 
d) Alertar sobre a expansão do vírus 
pela Europa. 
6 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a próxima questão.
Fracos e medíocres
Até que enfim a neurociência brasileira passa 
por uma polêmica que não foi deslanchada por 
Miguel Nicolelis. 
Já estava ficando monótono. 
Suzana Herculano-Houzel, neurocientista 
e colunista desta Folha, vai trocar de emprego. 
Deixa a Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ) e parte para a Vanderbilt, no Tennessee, 
Estados Unidos. 
Faz muito bem. Embora a Vanderbilt não apa-
reça entre as cem mais prestigiadas no ranking de 
reputação compilado pela Times Higher Educa-
tion (THE), na classificação de universidades glo-
bais ela está em 87o. lugar. 
A UFRJ figura no grupo colocado entre a 501a. 
e a 600a. posição. 
A mudança de endereço, no entanto, deflagrou 
controvérsia fratricida numa rede social. Suzana 
estaria “capitulando”, apontou-lhe o dedo Rober-
to Lent, da mesma universidade fluminense.
Folha de S. Paulo, Cotidiano, 9/5/16, p. 4. 
13.03. (FPP – PR) – O sentido das palavras empregadas em 
um texto depende, em grande medida, do contexto em que 
aparecem. No texto em questão, o emprego de “capitulando” 
revela que o colega da cientista 
a) vê com bons olhos a transferência da pesquisadora pela 
posição internacional da UFRJ. 
b) opõe-se à transferência da cientista pela pesquisa desen-
volvida por ela. 
c) deflagrou uma polêmica sem que o neurocientista Miguel 
Nicolelis saiba. 
d) reprovou a ação da cientista devido a não extensão da 
condição ao outros colegas. 
e) considera que a cientista se rendeu à condição oferecida 
para pesquisa. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
Uma pessoa verdadeiramente forte
A gente costuma ouvir que uma pessoa é forte, 
que tem gênio forte, quando ela reage com gran-
de violência em situações que a desagradam. Ou 
seja, a pessoa de temperamento forte só está bem 
e calma quando tudo acontece exatamente de 
acordo com a vontade dela. Nos outros casos, sua 
reação é explosiva e o estouro costuma provocar 
o medo nas pessoas que a cercam.
As pessoas que não toleram frustrações, dores 
e contrariedades são as fracas e não as fortes. Fa-
zem muito barulho, gritam, fazem escândalos e 
ameaçam bater. São barulhentas e não fortes. O 
forte é aquele que ousa e se aventura em situações 
novas, porque tem a convicção íntima de que, se 
fracassar, terá forças interiores para se recuperar.
Ninguém pode ter certeza de que seu empre-
endimento – sentimental, profissional, social  – 
será bem-sucedido. Temos medo da novidade jus-
tamente por causa disso. O fraco não ousará, pois 
a simples ideia do fracasso já lhe provoca uma dor 
insuportável. O forte ousará porque tem a sen-
sação íntima de que é capaz de aguentar o revés.
O forte é aquele que monta no cavalo porque 
sabe que, se cair, terá forças para se levantar. O 
fraco encontrará uma desculpa – em geral, acu-
sando uma outra pessoa – para não montar no 
cavalo. Fará gestos e pose de corajoso, mas, na 
verdade, é exatamente o contrário. Buscará tantas 
certezas prévias de que não irá cair do cavalo que, 
caso chegue a tê-las, o cavalo já terá ido embora 
há muito tempo. O forte é o que parece ser o fra-
co: é quieto, discreto, não grita e é o ousado. Faz 
o que ninguém esperava que ele fizesse.
GIKOVATE, F. Disponível em: <http://flaviogikovate.com.br/uma-pessoa-
verdadeiramenteforte/# more-540>. Acesso em: 01 out. 2016.
13.04. (UEMG) – A relação entre a tese do texto e os argu-
mentos apresentados pelo autor para sustentar seu ponto 
de vista é caracterizada pela 
a) contraposição entre os significados de força e fraqueza. 
b) valorização do fracasso e das frustrações da vida. 
c) distinção entre a ousadia e o medo da novidade. 
d) depreciação de indivíduos considerados fortes. 
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto abaixo para responder às questões 
13.05 a 13.07.
De currais e caricaturas
[...]
Nada mais coerente, portanto, do que criar-
mos um movimento em busca de indenização, 
certo? Errado. O exemplo anterior [sobre a per-
seguição aos alemães no Brasil no período da Se-
gunda Guerra] serve apenas para mostrar que as 
coisas não são tão simples quanto parecem. Nos 
anos 1940, os japoneses que viviam no Brasil so-
freram ainda mais que os alemães.
O mesmo pode ser dito de judeus, árabes, po-
loneses e italianos. Não foram apenas os índios 
e os negros que padeceram nas garras de um 
Estado imaturo e elitizado como o nosso, ainda 
que tenham padecido numa escala maior e mais 
documentada. Se procurarmos nos livros certos, 
Aula 13
7Português 4C
descobriremos que todos os grupos étnicos, reli-
giosos e sexuais teriam direito a alguma forma de 
reparação.
Pois é aí que reside o problema.
Se você acredita que desencavar rancores 
contribui para o amadurecimento do país, está 
guiando por uma contramão arriscada, da qual é 
sempre difícil retornar. Em vez de resolverem as 
demandas das quais se originaram, as iniciativas 
de reparação histórica e as admoestações politica-
mente corretas que as acompanham têm o poder 
de complicar ainda mais a situação. Normalmente 
transformam-se em bandeiras de políticos irres-
ponsáveis que querem ver o circo pegar fogo para 
se dar bem nas urnas. As consequências são evi-
dentes: mais do que polarizada, a sociedade bra-
sileira está “guetificada”, e não apenas por razões 
étnicas ou político-partidárias.
Das igrejas que lutam contra a descriminali-
zação do aborto aos coletivos feministas sediados 
em universidades, das ações dos grupos LGBT às 
bancadas conservadoras que cunharam a expres-
são “heterofobia”, parece que todo mundo quer 
vestir a capa do Supercidadão e sair voando para 
salvar o planeta. De repente começamos a nos ver 
como membros de clãs que sentem a obrigação 
de erigir totens para impor nossa verdade à vizi-
nhança. Quem discorda é “ignorante” e por isso 
merece a fogueira. Nunca é demais lembrar que 
a ascensão dos movimentos de autoafirmação mi-
noritária foi uma das maiores vitórias do nosso 
tempo, mas – muita calma nessa hora – a radica-
lização de palavras de ordem e o resgate forçado 
de ressentimentos transformaram essa conquistanuma faca de dois gumes.
Vivemos num período tão complexo que tal-
vez seja impossível encontrar alguém que possa se 
definir sem ressalvas. Diante da confusão, apelar 
para o estereótipo tornou-se a saída mais cômoda. 
De todas as caricaturas que passaram a simboli-
zar as mazelas da humanidade, o Homem Branco 
Ocidental parece ser a mais recorrente, como se 
todos os homens brancos, sem exceção, fossem 
racistas, machistas e homofóbicos. Se você per-
tence a esse grupo, já deve ter sido silenciado em 
algum debate por aí. Não importa sua opinião, 
se é a favor ou contra, pois já foi tachado como o 
machista do grupo e ponto-final. Em compensa-
ção, a caricatura que se costuma desenhar como 
resposta também não deixa de ser injusta: a femi-
nista furibunda que pensa pouco e grita muito é 
outro dos estereótipos que criamos para empo-
brecer o debate.
Ninguém gosta de receber lições de moral por 
aquilo que é. Por isso, antes de leis arbitrárias ela-
boradas por “iluminados” e impostas a uma po-
pulação que ainda não teve tempo de digerir pre-
conceitos ancestrais, precisamos é de educação 
igualitária e multicultural para todos. Conhecer a 
cultura daqueles que consideramos diferentes é a 
melhor maneira de nos aceitarmos coletivamente, 
e não apenas de nos “tolerarmos”. A “guetificação” 
não é boa para ninguém. Se insistirmos nisso, aca-
baremos voltando aos currais de arame farpado.
TENFEN, Maicon. Revista Veja. Edição 2499, de 12 de 
outubro de 2016. p. 62-63. Fragmento adaptado. 
13.05. (ACAFE – SC) – Sobre o texto, é correto afirmar: 
a) O resgate dos ressentimentos históricos é um totem dos 
crimes étnico-religiosos do passado, entre os quais o 
machismo, o racismo e a homofobia. 
b) As leis que visam ao combate da descriminalização dos 
preconceitos não garantem uma educação totalitária para 
todas as minorias. 
c) Com fins eleitoreiros, políticos irresponsáveis apropriam-
-se das iniciativas de reparação histórica e das admoesta-
ções politicamente corretas que as acompanham. 
d) As caricaturas servem para representar os estereótipos 
da sociedade complexa em que vivemos, apesar da 
intolerância religiosa. 
13.06. (ACAFE – SC) – Assinale a alternativa que melhor 
resume o texto. 
a) As demandas de reparação histórica estão na raiz de todos 
os males das sociedades modernas, por duas razões: de 
um lado colocam-se as igrejas e os políticos, que elaboram 
leis arbitrárias; de outro, as minorias, que querem impor, 
na base do grito e do patrulhamento ideológico, o resgate 
de seus ressentimentos. Todavia, ambos erram porque 
não consideram a possibilidade da educação igualitária 
e multicultural. 
b) De uma forma ou de outra, todos pertencemos a um clã 
político, religioso, étnico-racial ou sexual. A partir desse 
lugar, construímos estereótipos que sustentam nossos 
pontos de vista, para o bem ou para o mal. Quem discorda 
merece a morte. O melhor exemplo dessa guetização é o 
movimento feminista, que luta contra o aborto. 
c) O crescimento dos movimentos de autoafirmação das 
minorias é responsável pela concepção político-partidária 
de que todos os grupos étnicos, religiosos e sexuais têm 
direito a alguma forma de reparação. Nesse contexto, ser 
um Homem Branco Ocidental representa um pecado 
original, que precisa ser combatido, pois não existem 
outros meios de eliminar os preconceitos. 
d) Os movimentos de reparação histórica e as exigências do 
politicamente correto estão nos levando a um processo 
inteiramente novo – a guetificação. Quem discorda so-
fre patrulhamento, é silenciado. Embora a ascensão e a 
autoafirmação das minorias seja uma grande conquista 
atual, a radicalização em favor da reparação histórica não 
é o melhor caminho. O que precisamos é de educação 
igualitária e multicultural. 
8 Extensivo Terceirão
13.07. (ACAFE – SC) – Assinale a pergunta que pode ser 
corretamente respondida com base no texto. 
a) Por que “as iniciativas de reparação histórica e as admoes-
tações politicamente corretas que as acompanham têm 
o poder de complicar ainda mais a situação”? 
b) Quais são as iniciativas político-partidárias que impedem 
a polarização da sociedade brasileira? 
c) É possível identificar, no período em que vivemos, os 
totens que merecem ser queimados na fogueira da 
discórdia? 
d) Em que região do Brasil, as ações de resgate dos ressen-
timentos étnico-raciais e sexuais estão mais salientes? 
Instrução: Texto para as questões 13.08 a 13.10.
Mentiras fazem com que o cérebro se 
adapte à desonestidade com o tempo
Estudo diz que a reação emocional negativa de 
atos desonestos diminui conforme a frequência
Os seres humanos, ou pelo menos a maioria 
deles, contam com mecanismos biológicos que di-
ficultam os comportamentos desonestos. Quando 
mentimos, experimentamos vários tipos de excita-
ção emocional que fazem com que nos sintamos 
mal. Essas reações podem ser medidas e são a base 
dos detectores de mentiras. Alguns pesquisadores 
demonstraram até que é possível derrubar com fár-
macos as barreiras fisiológicas contra a transgres-
são. Em uma experiência com estudantes, foi ob-
servado que quando tomavam um medicamento 
simpaticolítico, que bloqueia os sinais associados 
com o comportamento desonesto, tinham o dobro 
de probabilidade de enganar outra pessoa durante 
um exame do que aqueles que tomaram placebo.
Um bom número de análises mostrou que a 
resposta a um estímulo que provoca uma emoção 
enfraquece com o tempo. A repulsa que pode pro-
vocar a violência ou a ilusão da paixão perde inten-
sidade quando são experimentadas muitas vezes. 
Um grupo de pesquisadores da University College 
London comprovou que isso também ocorre com 
as sensações associadas a burlar as normas morais, 
um fenômeno que poderia explicar como se pode 
chegar a cometer atos desonestos graves a partir 
de outros que, a princípio, parecem irrelevantes.
Em um artigo publicado na revista Nature, os 
autores colocaram à prova os participantes de vá-
rios experimentos que tinham a oportunidade de 
mentir para obter benefícios pessoais à custa de 
outros. Os voluntários, 80 pessoas entre 18 e 65 
anos, deviam estimar, junto a um companheiro 
que não viam, a quantidade de dinheiro conti-
da em um recipiente. Foram apresentadas várias 
situações. Na primeira, os indivíduos deviam se 
aproximar ao máximo do valor real para que os 
dois se beneficiassem. Em outras fases do jogo, 
passar da quantia ou ficar aquém dela era algo 
que beneficiaria o participante às custas de seu 
companheiro, ou que beneficiaria o companheiro 
às custas do participante ou ainda que beneficia-
ria um dos dois sem prejuízo para o outro. Com 
este jogo, os cientistas observaram que as peque-
nas desonestidades para obter um ganho às custas 
do parceiro aumentavam progressivamente.
Além disso, parte dos participantes teve sua 
atividade cerebral medida através de ressonância 
magnética funcional. Assim, foi observado que 
a resposta da amídala, uma região do cérebro 
na qual se processam as reações emocionais, era 
mais intensa na primeira vez que os participantes 
enganavam seus companheiros. Essa reação, no 
entanto, ia se atenuando nas fases posteriores do 
jogo, e os autores eram capazes de prever o nível 
de desonestidade de um indivíduo a partir da re-
dução da atividade na amídala na prova anterior.
“Em conjunto, nossos resultados revelam um 
mecanismo biológico por trás da escalada de 
desonestidade”, apontam os autores do estudo. 
“Os resultados mostram os possíveis perigos de 
cometer pequenos atos desonestos, perigos que 
se observam com frequência em âmbitos que vão 
desde a política aos negócios ou à força da lei”. 
Por fim, eles concluem que esse conhecimento 
sobre o funcionamento dessa ladeira escorregadia 
da desonestidade pode ajudar a melhorar as polí-
ticas para evitar a corrupção.
Texto adaptado de: <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/24/
ciencia/1477320874_626628.html>. Acesso em: 25 out. 2016. 
13.08. (UFJF – MG) – Com relação aos resultados a que o 
estudochegou, pode-se afirmar que 
a) a desonestidade está mais presente entre aqueles que 
atuam na política. 
b) a desonestidade pode ser medida por sistemas bioquí-
micos complexos. 
c) os testes que medem a capacidade de mentir provocam 
atitudes desonestas. 
d) os testes que visam estudar práticas desonestas contri-
buem para evitar corrupção. 
e) os gestos desonestos levam as pessoas a aceitar progres-
sivamente a corrupção. 
13.09. (UFJF – MG) – Segundo o texto acima, é correto 
afirmar que, na experiência apresentada na revista Nature, 
os participantes do estudo 
a) mentiam mais cada vez que tomavam placebo. 
b) mostraram-se progressivamente mais desonestos. 
c) foram, preferencialmente, políticos e empresários. 
d) sentiam-se mal a cada situação em que precisavam burlar 
as regras. 
e) utilizaram medicamentos farmacológicos para se sub-
meterem à pesquisa. 
Aula 13
9Português 4C
13.10. (UFJF – MG) – Qual das opções a seguir tem relação 
mais direta com o título do texto? 
a) “Quando mentimos, experimentamos vários tipos de ex-
citação emocional que fazem com que nos sintamos mal.” 
b) “Os voluntários, 80 pessoas entre 18 e 65 anos, deviam 
estimar, junto a um companheiro que não viam, a quan-
tidade de dinheiro contida em um recipiente.” 
c) “Em conjunto, nossos resultados revelam um mecanismo 
biológico por trás da escalada de desonestidade.” 
d) “Com este jogo, os cientistas observaram que as peque-
nas desonestidades para obter um ganho às custas do 
parceiro aumentavam progressivamente.” 
e) “Por fim, eles concluem que esse conhecimento sobre o 
funcionamento dessa ladeira escorregadia da desones-
tidade pode ajudar a melhorar as políticas para evitar a 
corrupção.” 
Aprofundamento
13.11. (UFJF – MG) – Releia:
Além disso, parte dos participantes teve sua 
atividade cerebral medida através de ressonância 
magnética funcional.
Assim, foi observado que a resposta da amí-
dala, uma região do cérebro na qual se processam 
as reações emocionais, era mais intensa na pri-
meira vez que os participantes enganavam seus 
companheiros.
Os termos em destaque, nos trechos acima, estabelecem 
relação de: 
a) complementação e de conclusão de raciocínio. 
b) continuidade e de inversão de raciocínio. 
c) conclusão e de adição de informação. 
d) complementação e de causalidade. 
e) causalidade e de conclusão. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
ESTILO DE VIDA. Disponível em: <http://molotovpropaganda.
com.br/wp-content>. Acesso em: 9 jul. 2016.
13.12. (EBMSP – BA) – A campanha institucional sugere ações 
cotidianas que melhoram a qualidade de vida das pessoas.
Na estruturação do texto, identifica-se o uso 
a) dos dois-pontos, com o objetivo de introduzir uma expli-
cação para que o locutário saiba qual o principal objetivo 
da publicidade em foco. 
b) do modo imperativo, para convencer o leitor a, sempre 
que necessário, utilizar os serviços da instituição respon-
sável pela divulgação da conduta indicada. 
c) de um recurso linguístico e gráfico para destacar o benefí-
cio da intensidade de certas características humanas, caso 
já se adote o estilo de vida sinalizado pelo interlocutor. 
d) da forma verbal “Seja”, que introduz atributos próprios do 
gênero feminino, e cujo sujeito implícito também aparece 
relacionado com a figura que ilustra a peça publicitária. 
e) da ambiguidade gerada por “Cultive”, que, nesse contexto, 
possibilita que a ação expressa se efetue tanto no sentido 
conotativo quanto no denotativo. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
As páginas reproduzidas a seguir fazem parte de publicação 
do Instituto A gente transforma. Seus componentes apresen-
tam-se assim: “Nós somos um movimento que nasceu a partir de 
um impulso, uma inquietação e entendimento da necessidade 
de valorização do ser humano e seus saberes legítimos ances-
trais, como ferramenta de transformação e liberdade.” Usam o 
design como ferramenta para expor a alma brasileira, a partir 
do mergulho na cultura dos povos que formam o nosso país.
Observe com cuidado o conjunto abaixo reproduzido.
Ancestralidade
Quando o antigo bogoió foi encontrado na 
casa de dona Chica, em 2012, as artesãs perce-
beram que o futuro estava no passado. Ou me-
lhor, que o futuro estava no conhecimento, na 
ancestralidade, na cultura, na fé e na resistência 
representada pelo artesanato. O artesanato tem o 
espírito da resistência e da rebeldia. Não há peças 
iguais em Várzea Queimada. Elas carregam a per-
sonalidade de seus autores. O antigo e o novo se 
misturam na Toca das Possibilidades.
Aqui, não há limites para a criatividade.
(Instituto A gente transforma: Várzea Queimada. p. 8, 9 e 15) 
10 Extensivo Terceirão
13.13. (PUCCAMP – SP) – Sobre o que se tem no texto, 
afirma-se com correção: 
a) Palavras de sentido oposto, que normalmente se exclui-
riam, estão combinadas, para reforçar a expressão, em 
as artesãs perceberam que o futuro estava no passado. 
b) A expressão Ou melhor introduz uma retificação, visto 
que a palavra futuro, usada na frase anterior, não foi 
empregada em seu sentido próprio. 
c) As formas verbais empregadas para expressar as ações, 
em foi encontrado e perceberam, impedem que essas 
sejam entendidas como concomitantes. 
d) Se, em lugar do verbo “haver”, em Não há peças iguais em 
Várzea Queimada, tivesse sido empregado “existir”, este 
verbo deveria também ser usado no singular, para que 
fosse mantida a correção gramatical. 
e) No contexto em que a palavra Aqui foi empregada, ela 
deve ser entendida como reportando aos centros produ-
tores de artesanato no Brasil. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
O texto abaixo consta como prefácio da 2a. edição do romance 
Janelas Fechadas, do maranhense Josué Montello, publicado 
pela primeira vez em 1941. Foi escrito por Tristão de Athayde 
(Alceu Amoroso Lima), que compõe uma crítica na qual 
desenvolve ideias originais, como uma aproximação entre 
Benzinho, protagonista do romance de Montello, e Capitu.
Uma Capitu Nordestina
Cada novo livro de Josué Montello é um acon-
tecimento em nossas letras. Sua fecundidade lite-
rária, aliás [...], nunca se fez com sacrifício de seu 
esmero na expressão verbal. Pelo contrário, esse 
esmero atingiu seu alto grau de perfeição com 
Aleluia, mas de forma alguma se esgotou na sua 
busca de concisão, outra meta constante em sua 
estilística pessoal. Ainda agora, o que o levou a 
reeditar esse quase primeiro livro de sua “matu-
ridade literária”, como ele próprio assinalou, foi 
a preocupação estritamente estilística e não es-
trutural, junto ao cuidado de preservar o tipo de 
sua personagem central, a jovem Benzinho, e o 
ambiente maranhense de todos os seus romances.
Aliás, se a paisagem maranhense desse ro-
mance nada tem a ver com a rude paisagem ti-
picamente nordestina dos romances de um José 
Lins do Rego ou de um José Américo, o caráter 
da jovem Maria de Lourdes Silva, apelidada Ben-
zinho desde a infância, nada tem a ver com o tipo 
genuíno das jovens nordestinas, como aliás dos 
homens da região, onde a firmeza de caráter é a 
expressão mais representativa do temperamento 
nordestino, pela supremacia dos valores morais 
sobre os valores eróticos e sobretudo hedonísti-
cos. Sendo esse romance dos seus vinte anos uma 
tentativa quase subconsciente de reação antirro-
mântica, não é de espantar que essa adolescente 
dos subúrbios de São Luís, o bairro do Anil, se 
pareça mais com a sofisticada carioca Capitu do 
que com qualquer das Inocências, ou Moreninhas 
do romantismo de sua época.
Benzinho, pela mão feiticeira de seu criador li-
terário, que, aliás, colheu o modelo na vida real, 
passa ao longo do romance sem que o autor se 
aprofunde em qualquer análise psicológica da pas-
sagem de uma condição de vítima inocente à de 
uma representante típica, embora inconsciente, de 
um fenômeno sociológico, o da ascensão social, 
que, ao contrário do tipo habitual da mulher nor-
destina, coloca inteiramente de lado as razões do 
coração ou da sensualidade para se dirigirexclusi-
vamente pela razão. E pelo raciocínio rigorosamen-
te interesseiro de promoção social ou de influência 
exterior. Quando, pela primeira vez, se entrega a 
um quase desconhecido, é levada exclusivamente 
por uma frase eventual de sua mãe, que lhe con-
fidenciara a vontade de ter um neto. Pela segunda 
vez, o que a levou a fazer o mesmo foi simplesmen-
te a ambição de casar com um vizinho rico.
Em ambos os casos, absoluta ausência de sen-
timento passional e, no fundo, preocupações de 
tipo masculino mais que feminino. Não é a pre-
ocupação feminista de emancipação de seu sexo, 
mas a passividade em face de um desejo materno 
e o impulso masculino de ambição social.
Aliás, na criação da personagem central dessa 
jovem Capitu nordestina, tocava Josué Montello 
em um fenômeno típico das sociedades modernas: 
a confusão ou o desencontro entre os sexos, em sua 
respectiva natureza biológica e psicológica. Já Aris-
tóteles verificava haver homens de alma feminina e 
vice-versa. Assim como não há, entre as várias ida-
des do ser humano, limites claros e positivos, assim 
também não existe, entre os sexos, uma psicologia 
respectivamente incompatível. O que é preciso é 
não confundir o desencontro de psicologias com 
a confusão, ou antes, a inversão das psicologias. 
Uma coisa é um homem de alma feminina e outra 
um homem efeminado. Naqueles, o que vemos é o 
predomínio de certas qualidades, que normalmen-
te distinguem a alma feminina, sem que, entretan-
to, essa troca perturbe seus valores máximos.
Introdução. ATHAYDE, Tristão de. In: MONTELLO, 
Josué. Romances e novelas. v. 1. p. 109-111. 
13.14. (UECE) – A partir dos anos 20, com os estudos de-
senvolvidos por Bakhtin e seu grupo, a língua passou a ser 
vista como um fenômeno social e os enunciados passaram 
a ser considerados como uma grande rede responsiva: cada 
enunciado responde a enunciado anterior e, ao mesmo 
tempo, espera resposta de um outro enunciado posterior.
Há outros discursos dialógicos mais ou menos explícitos no 
texto Uma Capitu nordestina. O leitor atento pode identificá-
-los com certa facilidade. Dentre os exemplos apresentados 
a seguir, assinale o que NÃO pode ser classificado como 
dialógico. 
Aula 13
11Português 4C
a) O poeta ecoa a voz do crítico sobre a “confusão ou o 
desencontro entre os sexos, em sua respectiva natureza 
biológica e psicológica”. 
b) O crítico ecoa a voz de Aristóteles, o grande filósofo da 
antiguidade grega. 
c) A atitude discursiva entre Benzinho, o crítico e os roman-
ces de Josué Montello. 
d) A voz de Tristão de Athayde, que analisa o livro de Josué 
Montello, representa um dos metadiscursos da crítica 
especializada. Todo discurso crítico é metalinguístico, o 
que implica diálogo. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
Parece quase impossível existir algo tão com-
plexo como o cérebro humano. Um neurocientis-
ta dedica anos de estudo apenas para se familiari-
zar com as principais regiões deste órgão, e não é 
para menos – são bilhões de células e trilhões de 
conexões. Por trás da fascinante estrutura neural, 
encontram-se funções bastante simples em seu 
objetivo. O cérebro existe para que possamos per-
ceber o mundo e saber como reagir. É comum tra-
tarmos a consciência como uma atividade passiva, 
mas não é bem assim – consciência requer metas, 
expectativas, capacidade de filtrar informações.
Se a mente lhe parece um espaço ativo, preen-
chido com mais coisas do que costuma aparecer em 
uma massa de circuitos, então você está certo ou 
certa. Você é a expressão física de uma história de 
desenvolvimento social muito maior do que ima-
ginou. Seu cérebro é uma delicada entidade num 
constante frenesi de produção de conhecimento. A 
riqueza de suas vias reflete a riqueza de nossa vida.
Adaptado de Como o cérebro funciona, de John McCrone 
13.15. (MACK – SP) – Assinale a alternativa correta. 
a) A função expressiva evidencia-se como predominante no 
texto, marcada inclusive pelo uso reiterado da primeira 
pessoa. 
b) O texto está elaborado em torno da função referencial, 
uma vez que a transmissão objetiva de um conteúdo é o 
interesse principal do autor. 
c) Como todo texto científico, a exposição que se faz sobre 
o cérebro humano é estruturada em torno do uso pre-
dominante da função fática. 
d) O destaque que se dá, no texto, para o uso expressivo da 
língua e seus recursos conotativos permite evidenciar a 
função poética como predominante. 
e) A utilização de outros tipos de linguagem, além da verbal, 
permite que se reconheça no texto como predominante 
uma função argumentativa. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
De ficção e realidade: diálogo possível
– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil 
que temos: propina, tráfico de influência, dela-
ções, politicalha, trapaças...
– Quem disse que a Literatura não tem os pés 
fincados na realidade? Para o momento brasileiro, 
valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ig-
norância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma ro-
mântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que 
nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”.
– O que nós temos é uma safra de corruptos e 
corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria 
“ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro 
branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu 
muito político. “De cada ribeirão trepidante e de 
cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cas-
calhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro na-
tivo que na ganga impura/ A bruta mina entre os 
cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho 
a impressão que o assalto do vampiro tem mais 
equidade:
“– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós rou-
bamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”.
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Para-
limpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirin-
to de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ 
a madura experiência a brotar da rota esperança”.
13.16. (UNIOESTE – PR) – Com base na leitura do texto, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O tom paródico do texto ironiza a corrupção presente na 
atual política brasileira. 
b) O texto ampara-se na relação existente entre literatura 
e realidade. 
c) O “assalto do vampiro”, no texto, faz referência ao conto 
“O grande assalto”. 
d) O “assalto do vampiro” remete ao escritor Dalton Trevisan, 
alcunhado, literariamente, de “O vampiro de Curitiba”. 
e) De acordo com os versos finais de Manuel Bandeira, o 
“laboratório de erros” da política impede “a rota esperança”. 
12 Extensivo Terceirão
13.17. (PUCPR) – Considere o excerto a seguir. 
É um hábito humano – muito humano – cul-
par e punir os mensageiros pelo conteúdo odioso 
da mensagem de que são portadores – nesse caso, 
das enigmáticas, inescrutáveis, assustadoras e 
corretamente abominadas forças globais que sus-
peitamos (com boas razões) serem responsáveis 
pelo perturbador e humilhante sentido de incer-
teza existencial que devasta e destrói nossa con-
fiança, ao mesmo tempo que solapa nossas ambi-
ções, nossos sonhos e planos de vida. E embora 
quase nada possamos fazer para controlar as es-
quivas e remotas forças da globalização, podemos 
pelo menos desviar a raiva que nos provocaram e 
continuam a provocar, e despejar nossa ira, alter-
nadamente, sobre seus produtos, ao nosso lado e 
ao nosso alcance. Isso, claro, não vai chegar nem 
perto das raízes do problema, mas pode aliviar, 
ao menos por algum tempo, a humilhação pro-
vocada por nossa impotência e incapacidade de 
resistir à debilitante precariedade de nosso lugar 
no mundo. 
BAUMAN, Z. Estranhos à nossa porta. Trad.: Carlos Alberto 
Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 21-22. 
O autor do texto apresenta o hábito que os humanos têm 
de culpar e punir o mensageiro por causa do conteúdo da 
mensagemque conduzem. Para tanto, fundamenta seu 
ponto de vista 
a) nos mecanismos de apagamento das consequências das 
ações globais. 
b) na percepção do panorama gerado pelas forças da glo-
balização. 
c) na precariedade de nosso lugar no mundo diante da 
crueza de nossa ira. 
d) no exemplo de como lidamos com os produtos da glo-
balização. 
e) na humilhação provocada por nossa impotência diante 
das incertezas. 
Instrução: Leia o texto de Tales Ab’Sáber para responder à 
questão 13.18.
Há em Berlim uma casa que nunca fecha. 
Aquela noite que não termina jamais pode de fato 
começar a qualquer momento do dia, às sete da 
manhã ou ainda às dez. Lá todos os tempos se es-
tendem e noite e dia se transformam em outra coi-
sa. Naquela imensa boate que pretende expandir o 
seu plano de existência, seu tempo infinito, sobre 
a vida e a cidade, construída em uma antiga fábrica 
– uma antiga usina de energia nazista –, todo tipo 
de figura da noite se encontra, em uma festa fan-
tástica alucinada que deseja não terminar jamais.
À luz da vida tecno avançada, as ideias tradi-
cionais de dia e de noite se revelam mais frágeis, 
bem mais insólitas do que a vida cotidiana sob o 
regime da produção nos leva a crer. Para alguns, o 
mundo do dia se tornará definitivamente vazio e 
apenas a noite excitada e veloz vai concentrar em 
si o valor do que é vivo.
Naquela boate, como em muitas outras, tudo se 
encerra apenas quando o efeito prolongado e siste-
mático da droga se encerra. Como uma pausa para 
respirar, às vezes tendo passado muitos dias entre 
uma jornada de diversão e sua suspensão momen-
tânea. Para muitos, apenas pelo tempo mínimo da 
reposição das forças até a próxima jornada, exte-
nuante, sem fim, pela política imaginária da noite.
E, ainda mais. Para outros tantos, o próprio 
efeito da droga sob a pulsação infinita da música 
eletrônica, experiência programática e enfeitiça-
da, não deveria se encerrar jamais: estes estariam 
destinados ao projeto de dissolução na pulsação 
sem eu da música tecno, seja a dissolução do espí-
rito, em uma infantilização sem fim para os emba-
tes materiais da vida, seja a dissolução do corpo, 
ambos igualmente reais.
De fato, após uma noite de vida tecno, é forte a 
experiência radical de vazio que se torna o espírito 
do dia. A energia foi imensamente gasta à noite. Foi 
devastada, tornando o dia vazio de objeto, porém 
vivo. Vivo no vazio, muito bem articulado à busca 
pelo excedente absoluto de mais tarde, à noite.
A música do tempo infinito, 2012. Adaptado.
13.18. (FAMERP – SP) – “Para alguns, o mundo do dia se 
tornará definitivamente vazio e apenas a noite excitada e 
veloz vai concentrar em si o valor do que é vivo.” (2o. parágrafo)
Considerado em seu contexto, o trecho sugere que 
a) as ruas perto da boate ficam vazias durante as noites 
porque todos estão dentro da casa. 
b) os conceitos de dia e de noite, ligados ao mundo natural, 
podem ser relativizados pelas construções humanas, 
como a boate. 
c) é possível distinguir dia e noite, mesmo num ambiente 
fechado como a boate. 
d) há frequentadores da boate que consideram que tudo o 
que é externo à casa não tem qualquer valor. 
e) algumas pessoas preferem entrar na boate apenas duran-
te a noite, ainda que a casa fique aberta o tempo todo. 
Aula 13
13Português 4C
Desafio
Instrução: Texto para a próxima questão.
O Supremo Tribunal Federal deu, na semana passada, importante contribuição para o aprimoramento 
das medidas provisórias no Brasil. Ao analisar um caso específico, decidiu que, a partir de agora, o Congresso 
não poderá mais embutir nesse instrumento legislativo artigos que nada tenham a ver com o tema original 
da norma.
A prática era conhecida e recorrente, mas nem por isso menos absurda. Seus apelidos indicam o quanto 
tinha de bizarro. Na versão mais fraca, “jabutis” – que só conseguem subir na árvore com a ajuda de alguém. 
Na menos contida, “contrabando legislativo”.
Folha de S. Paulo. Editorial, 19 out. 2015. (excerto).
13.19. (USF – SP) – Com base na leitura do texto e nos indícios oferecidos pelo vocabulário empregado, explique a que se 
referem os “jabutis” ou o “contrabando legislativo”. 
Instrução: Texto para a próxima questão.
Nosso manifesto
Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteúdo que a gente gostaria de consumir. 
Construímos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de 
comprar. Investimos nos negócios que a gente gostaria de participar. Aproximamos as pessoas com quem a 
gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. 
Meca Journal, n. 12, julho.2017
13.20. (FGV – RJ) – Para obter ênfase na mensagem, o redator desse texto emprega, de modo reiterado, um determinado 
recurso expressivo. Identifique-o e justifique.
14 Extensivo Terceirão
Produção de textos
Proposta 01
(FCR – PR) – Leia o trecho a seguir, de crônica de Antonio Prata publicada no Jornal Folha de São Paulo em 18/08/19:
Majipack em Paramaribo
A capital do Suriname é Paramaribo. A mitocôndria é a organela celular responsável pela respiração. Me-
tonímia é a parte pelo todo. A área do círculo é Pi r². Os fenícios eram grandes navegadores. Eis aí algumas 
coisas que aprendi durante os 11 anos cumpridos (e compridos) em regime semiaberto, das sete e quinze 
da madrugada à uma e meia da tarde, nos cafundós da década de 90. Não, tô fazendo piada às custas da 
realidade: estudar não foi uma condenação, frequentei ótimos colégios e sou grato aos professores por me 
ensinarem o que é uma célula, um poema, por me ajudarem a compreender o que está à minha volta, a 3.000 
km ou 3.000 anos de mim.
Uma vez, largado na areia, comecei a especular com uns amigos sobre a distância da ilha à nossa frente. 
Como a praia era um semicírculo, sabíamos a sua extensão por conta do meu aplicativo de corrida e a ilha 
estava bem entre as duas pontas, no centro do círculo, usamos os conhecimentos de Pitágoras para calcular a 
distância. Naquele dia me senti extremamente grato às minhas professoras de geometria. (E ainda mais grato 
ao Pitágoras, que chegou àquelas conclusões sem professoras de geometria nem o sistema de GPS).
Embora deva muito à escola, tenho algumas críticas à grade curricular. Parece-me questionável que o nú-
mero atômico do tungstênio seja mais importante do que saber trocar um pneu e, por mais que eu concorde 
que é bacana ter uma noção básica do sistema de vassalagem na alta Idade Média, não valeria a pena incluir 
no currículo algumas lições sobre como lidar com um pé na bunda?
Sugestão para um dia letivo no primeiro colegial. Literatura: modernismo. Culinária: arroz branco. Ma-
temática: logaritmo. Sobrevivência urbana: troca de pneus em carros Ford (com ênfase no cadeado em caso 
de estepe externo). História: feudalismo. Comunicação interpessoal: os cunhados e as festas de fim de ano.
Tenho pensado nestes assuntos há uma semana, desde que tive, pelas ondas do rádio, uma das maiores 
revelações dos meus 41 anos sobre a terra. O responsável pela iluminação chama-se Rusty Marcellini. Apesar 
deste nome de mágico em desenho animado, Rusty é um simpático erudito da culinária e o que ele me ensi-
nou despretensiosamente, no meio da tarde, numa entrada na CBN, é que se guardarmos o rolo de Majipack 
na geladeira fica bem mais fácil de desenrolar. (Atenção, sonoplastia: gongo).
Eu guardei o rolo de PVC na geladeira. Horas depois, ele se soltou quase como papel higiênico. Não 
escondeu sua ponta, não rasgou, não se comportou como aquele durex gigante possuído por um exu sarcás-
tico cujo maior prazer é acabar com a paciência e a felicidade de inocentes seres humanos que só queriam 
guardar meia maçã pra mais tarde.
Redija um texto de opinião (tipo argumentativo), avaliando as críticas e a proposta de diversificação do currículo de Antonio 
Prata no texto-base.
Seu texto deverá:
 • contextualizar o tema;
 • identificar aspectos positivos e aspectos negativos do currículoescolar em sua relação com as demandas do cotidiano;
 • apresentar um posicionamento fundamentado, em diálogo com as críticas do autor;
 • apresentar os elementos formais e discursivos característicos de um texto argumentativo;
 • ter no mínimo 12 e no máximo 15 linhas.
Aula 13
15Português 4C
Proposta 02
(EPCAR – MG) – Com base no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, sobre 
o seguinte questionamento: Como a cultura de rua pode ser utilizada para melhorar a vida na sociedade?
Orientações:
 • A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes às classes 
gramaticais da Língua Portuguesa.
 • Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva legível. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras 
maiúsculas deverão receber o devido realce.
 • Utilize caneta de tinta preta ou azul.
 • Dê um título a sua redação.
16 Extensivo Terceirão
Proposta 03
(PUCPR) – Considere os textos 1, 2 e 3 apresentados a seguir como motivadores para a sua produção de texto dissertativo-
-argumentativo. 
Texto 1
Medicina do futuro: as tendências para a saúde
Portal Telemedicina – 15/07/2019 
A Inteligência Artificial (IA) é uma parte da ciência da computação que desenvolve dispositivos e estru-
turas capazes de simular algumas características humanas. Notadamente relacionada à inteligência, esses 
protótipos são capazes de executar funções cognitivas tais como mensurar, executar, tomar decisões e resol-
ver problemas. Isso é feito por redes neurais artificiais para o aprendizado das máquinas (machine learning). 
Os computadores de hoje são capazes de armazenar e processar um enorme repertório de dados. Com o 
desenvolvimento da Inteligência Artificial, eles agora também têm habilidade de aprender continuamente a 
partir das informações que analisam: cruzam dados e determinam as melhores respostas em inúmeros casos. 
Em exames transmitidos via telemedicina é possível usar o aprendizado das máquinas para fazer a triagem e 
colocar as urgências em primeiro lugar da fila de análise, e pela leitura que já fez de outros exames, o com-
putador auxilia na emissão de laudos mais precisos. 
Disponível em: < http://portaltelemedicina.com.br/blog/medicina-do-futuro-tendencias-para-area-da-saude/>. Acesso em: 05/08/2019. 
Texto 2
Tecnologia acessível impulsiona surgimento de produtos inovadores — e também dos perigosos
Jornal Gazeta do Povo – 11/08/2019 
As mesmas técnicas e componentes que geram dispositivos inteligentes úteis e benéficos à humanidade, 
podem criar armas perigosas. Lidar com essa dicotomia é um grande desafio. [...] 
Às vezes, novos sistemas de inteligência artificial também exibem comportamentos estranhos e inespera-
dos, porque a maneira como eles aprendem, a partir de grandes quantidades de dados, ainda não é comple-
tamente entendida. Isso os torna vulneráveis à manipulação; a visão algorítmica do computador de hoje, por 
exemplo, pode ser enganada para ver coisas que não existem. 
“Isso pode se tornar um problema porque esses sistemas vêm sendo amplamente implantados. A comu-
nidade precisa estar à frente dessa questão”, explica Miles Brundage, pesquisador do Instituto Futuro da 
Humanidade, da Universidade de Oxford. 
Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-economia/tecnologia-acessivel-impulsiona-surgimento-de-
produtos-inovadores--etambem-dos-perigosos-cqn0h5nljg1h0kg968h97i101/>. Acesso em: 10/08/2019. (Texto adaptado).
Aula 13
17Português 4C
Texto 3
Inteligência Artificial e Medicina
Revista Brasileira de Educação Médica 
Ao mesmo tempo em que se discutem problemas na relação médico-paciente e a deficiência do exame clínico 
na atenção médica, que torna o diagnóstico clínico mais dependente de exames complementares, enfatiza-se cada 
vez mais a importância do computador em medicina e na saúde pública. Isto se dá seja pela adoção de sistemas de 
apoio à decisão clínica, seja pelo uso integrado de novas tecnologias, incluindo as tecnologias vestíveis/corporais 
(wearable devices), seja pelo armazenamento de grandes volumes de dados de saúde de pacientes e da população. 
A capacidade de armazenamento e processamento de dados aumentou exponencialmente ao longo dos 
recentes anos, criando o conceito de big data. A Inteligência Artificial processa esses dados por meio de al-
goritmos, que tendem a se aperfeiçoar pelo seu próprio funcionamento (self learning) e a propor hipóteses 
diagnósticas cada vez mais precisas. Sistemas computadorizados de apoio à decisão clínica, processando 
dados de pacientes, têm indicado diagnósticos com elevado nível de acurácia. 
Mas se o computador fornece o know-what, caberá ao médico discutir o problema de saúde e suas pos-
síveis soluções com o paciente, indicando o know-why do seu caso. Isto requer uma contínua preocupação 
com a qualidade da educação médica, enfatizando o conhecimento da fisiopatologia dos processos orgânicos 
e o desenvolvimento das habilidades de ouvir, examinar e orientar um paciente e, consequentemente, propor 
um diagnóstico e um tratamento de seu problema de saúde, acompanhando sua evolução. 
LOBO, Luiz Carlos. Inteligência Artificial e Medicina. Rev. bras. educ. med. [online]. 2017, vol.41, n.2, pp.185-
193. ISSN 01005502. http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v41n2esp. (Texto adaptado).
Tome como referência os textos motivadores lidos, bem como os conhecimentos construídos ao longo da sua formação como 
estudante e cidadão, e escreva um texto dissertativo-argumentativo, de modo a refletir sobre o seguinte tema: 
Medicina e Inteligência Artificial: avanços e desafios
Ao elaborar o seu texto, você deve: 
 • respeitar a proposta de produção de texto dissertativo-argumentativo; 
 • posicionar-se quanto à temática, apresentando, no mínimo, dois argumentos para sustentar seu ponto de vista; – elaborar 
uma conclusão; 
Sua redação será anulada se você: 
 • reproduzir partes dos textos da coletânea sem finalidade discursiva; 
 • fugir ao recorte temático ou não escrever um texto dissertativo-argumentativo; – apresentar letra ilegível, impropérios, 
desenhos ou qualquer forma de identificação no texto.
18 Extensivo Terceirão
Gabarito
13.01. b
13.02. c
13.03. e
13.04. a
13.05. c
13.06. d
13.07. a
13.08. e
13.09. b
13.10. c
13.11. a
13.12. c
13.13. a
13.14. c
13.15. b
13.16. e
13.17. d
13.18. d
13.19. O vocabulário empregado no texto se 
deve ao caráter sorrateiro (no caso dos 
“jabutis”) e até mesmo ilegal e antide-
mocrático (daí a expressão “contrabando 
legislativo”) da inclusão de artigos nada 
condizentes com o tema principal das 
medidas provisórias. 
13.20 O recurso expressivo usado de maneira 
reiterada é o da repetição, como se veri-
fica as palavras “a gente”, “gostaria”, verbos 
na primeira pessoa do plural do pretéri-
to perfeito e as estruturas frasais. Todos 
os períodos têm uma mesma estrutura: 
uma oração principal e uma adjetiva.
19Português 4C
Redação no ENEM
Apesar de o Exame Nacional acontecer tradicional-
mente nos meses finais do ano, geralmente em outubro 
ou novembro, aproveitemos que já estamos nestas 
últimas aulas trabalhando o texto dissertativo-argu-
mentativo para conhecermos a forma como esse gênero 
textual é cobrado no maior exame nacional. Assim, vista 
com bastante antecedência, será possível, aos interes-
sados nessa prova, praticar a redação de acordo com as 
suas respectivas regras.
Naturalmente, esta aula tem como base as orienta-
ções divulgadas pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos 
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão estatal 
que coordena o Exame.
Tipo de texto
O programa do Exame esclarece que será cobrado o 
texto dissertativo-argumentativo, a modalidade textual 
que estamos estudando nestas seis últimas aulas. Como 
já sabemos, trata-se de uma redação em que se pede 
posicionamento e argumentação a respeito de um 
tema proposto. O tema será de ordem social, científica, 
cultural ou política.
Sendo assim, asformas de organização argumen-
tativa estudadas nas aulas de 10 a 14 servem também 
como estratégia de estruturação textual nessa prova. 
Porém, é preciso ressaltar que, um fator, que é opcional 
na composição dissertativa, no ENEM é obrigatório: a 
elaboração de propostas de intervenção para o proble-
ma proposto no tema.
Dessa forma, o planejamento da redação terá que 
considerar os seguintes itens:
TEMA
TESE
ARGUMENTOS
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
As cinco competências
A redação será avaliada com base em cinco grandes 
critérios. Cada um deles compõe até 200 pontos, que, 
somados, podem atingir a nota máxima da prova (1000 
pontos).
COMPETÊNCIA 1 Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
COMPETÊNCIA 2
Compreender a proposta de redação 
e aplicar conceitos das várias áreas 
de conhecimento, para desenvolver o 
tema dentro dos limites estruturais do 
texto dissertativo-argumentativo. 
COMPETÊNCIA 3
Selecionar, relacionar, organizar 
e interpretar informações, fatos, 
opiniões e argumentos em defesa de 
um ponto de vista. 
COMPETÊNCIA 4
Demonstrar conhecimento dos 
mecanismos linguísticos necessários 
para a construção da argumentação. 
COMPETÊNCIA 5
Elaborar proposta de intervenção para 
o problema abordado, respeitando os 
direitos humanos.
Competência 1
Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
O primeiro critério irá avaliar o domínio da norma 
padrão da Língua Portuguesa. Naturalmente, espera-se, 
na redação, que os inscritos nesse exame se expressem 
por meio de uma linguagem formal, de acordo com as 
prescrições gramaticais. 
Dessa maneira, além do cuidado com a construção 
de frases e períodos bem estruturados, é necessário 
também atenção para que não se cometam desvios 
gramaticais, tais como:
Dissertação: modelo ENEM
Aula 14
Português
1B4C
20 Extensivo Terceirão
 • Convenções da escrita: acentuação, ortografia, 
separação silábica, uso do hífen e uso de letras 
maiúsculas e minúsculas.
 • Gramaticais: concordância verbal e nominal, flexão 
de nomes e verbos, pontuação, regência verbal e 
nominal e colocação pronominal.
 • Escolha de registro: adequação à modalidade for-
mal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou 
de marcas de oralidade.
 • Escolha vocabular: emprego de vocabulário preciso, 
o que significa que as palavras selecionadas são usa-
das em seu sentido correto e apropriadas para o texto.
Competência 2
Compreender a proposta de redação e aplicar 
conceitos das várias áreas de conhecimento, 
para desenvolver o tema dentro dos limites 
estruturais do texto dissertativo-argumentativo
O segundo critério avalia a capacidade de escrita 
de acordo com as convenções gerais do texto disserta-
tivo-argumentativo. De forma especial, a forma como 
a redação se mantém dentro do tema proposto, bem 
como a afirmação de posicionamento a respeito do 
tema. Por isso, é importante que a redação não fuja do 
tema, nem total, nem parcialmente. Assim como se deve 
evitar que o texto tenha caráter mais informativo que 
argumentativo.
De acordo com as instruções do INEP, são funda-
mentais algumas orientações para que esse critério seja 
atendido plenamente:
 • Leia com atenção a proposta da redação e os textos 
motivadores, para compreender bem o que está 
sendo solicitado.
 • Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos 
motivadores, porque foram apresentadas apenas 
para despertar uma reflexão sobre o tema.
 • Não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se 
de que eles foram apresentados apenas para desper-
tar seus conhecimentos sobre o tema. Além disso, a 
recorrência de cópia é avaliada negativamente e fará 
com que seu texto tenha uma pontuação mais baixa.
 • Reflita sobre o tema proposto para definir qual será 
o foco da discussão, isto é, para decidir como abor-
dá-lo, qual será o ponto de vista adotado e como 
defendê-lo.
 • Utilize informações de várias áreas do conhecimento, 
demonstrando que você está atualizado em relação 
ao que acontece no mundo. Essas informações 
devem ser usadas de modo produtivo no seu texto, 
evidenciando que elas servem a um propósito muito 
bem definido: ajudá-lo a validar seu ponto de vista. 
Isso significa que essas informações devem estar 
articuladas à discussão desenvolvida em sua reda-
ção. Informações soltas no texto, por mais variadas 
e interessantes, perdem sua relevância quando não 
associadas à defesa do ponto de vista desenvolvido 
em seu texto.
 • Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, 
tomando cuidado para não se afastar do seu foco. 
Esse é um dos principais problemas identificados nas 
redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: 
fuga total ou tangenciamento ao tema.
Competência 3
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar 
informações, fatos, opiniões e argumentos 
em defesa de um ponto de vista
O terceiro aspecto da avaliação irá verificar a qua-
lidade argumentativa do texto. Em especial, a seleção 
dos argumentos e a coerência deles em relação à tese 
defendida. Para esta competência, observe as seguintes 
recomendações do INEP:
 • Reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o 
tema e depois selecione as que forem pertinentes 
para a defesa do seu ponto de vista, procurando 
organizá-las em uma estrutura coerente para usá-las 
no desenvolvimento do seu texto.
 • Verifique se informações, fatos, opiniões e argumen-
tos selecionados são pertinentes para a defesa do 
seu ponto de vista.
 • Na organização das ideias selecionadas para serem 
abordadas em seu texto, procure definir uma ordem 
que possibilite ao leitor acompanhar o seu raciocínio 
facilmente, o que significa que a progressão textual 
deve ser fluente e articulada com o projeto do texto.
 • Examine, com atenção, a introdução e a conclusão 
para ver se há coerência entre o início e o fim e ob-
serve se o desenvolvimento de seu texto apresenta 
argumentos que convergem para o ponto de vista 
que você está defendendo.
Competência 4
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísti-
cos necessários para a construção da argumentação
Este critério consiste na avaliação do encadeamento 
das ideias presentes no texto. Mais que uma enumeração 
de argumentos, é fundamental que a redação apresente 
uma linha de raciocínio de forma a demonstrar que, no 
Aula 14
21Português 4C
texto, há uma relação lógica entre as frases e parágrafos. 
Essa relação se chama coesão textual.
Assim, torna-se fundamental o domínio de recursos 
linguísticos que estabelecem relações lógicas: preposi-
ções, conjunções, advérbios e locuções adverbiais; subs-
tituição de palavras já utilizadas no texto por pronomes 
pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que 
indicam localização.
Competência 5
Elaborar proposta de intervenção para o problema 
abordado, respeitando os direitos humanos
Na redação do ENEM, é obrigatória apresentação de 
uma proposta de intervenção para o problema colocado 
no tema da questão. Assim, a dissertação argumentativa 
não se limita apenas à defesa de um posicionamento. 
Além disso, é necessário propor soluções, concretas e 
exequíveis, que possam melhorar o quadro problemáti-
co discutido ao longo da escrita. Lembre-se de que essa 
proposta jamais deve ferir valores ligados à cidadania, 
liberdade, solidariedade e diversidade cultural, sob pena 
de a redação correr o risco de ser anulada por desrespei-
tar tal critério.
Fatores que podem 
anular uma redação
De acordo com as recomendações do INEP, uma 
redação poderá receber nota ZERO, caso cometa as 
seguintes falhas:
 • fuga total ao tema;
 • não obediência à estrutura dissertativo-argumenta-
tiva;
 • extensão de até sete linhas;
 • cópia integral de texto(s) motivador(es) da proposta 
de redação e/ou de textos motivadores apresenta-
dos no caderno de questões;
 • impropérios, desenhos e outras formas propositais 
de anulação;
 • parte deliberadamente desconectada do tema 
proposto;
 • assinatura, nome, apelido ou rubrica fora do local 
devidamente designado para a assinatura do parti-
cipante;
 •texto integralmente em língua estrangeira;
 • folha de redação em branco, mesmo que haja texto 
escrito na folha de rascunho.
Análise de redação 
(ENEM 2017)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes 
e com base nos conhecimentos construídos ao longo 
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumen-
tativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o 
tema Desafios para a formação educacional de surdos 
no Brasil, apresentando proposta de intervenção que 
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e re-
lacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista.
Exemplo de redação
Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram 
assassinadas, pois não poderiam ser guerreiras, 
profissão mais valorizada na época. Na contempo-
raneidade, tal barbárie não ocorre mais, porém há 
grandes dificuldades para garantir aos deficientes 
– em especial os surdos – o acesso à educação, de-
vido ao preconceito ainda existente na sociedade e 
à falta de atenção do Estado à questão.
Inicialmente, um entrave é a mentalidade re-
trógrada de parte da população, que age como se 
os deficientes auditivos fossem incapazes de es-
tudar e, posteriormente, exercer uma profissão. 
De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de 
banalidade do mal, trazido pela socióloga Han-
nah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre 
constantemente, as pessoas param de vê-la como 
errada. Um exemplo disso é a discriminação con-
tra os surdos nas escolas e faculdades – seja por 
olhares maldosos ou pela falta de recursos para 
garantir seu aprendizado. Nessa situação, o medo 
do preconceito, que pode ser praticado mesmo 
pelos educadores, possivelmente leva à desistên-
cia do estudo, mantendo o deficiente à margem 
dos seus direitos – fato que é tão grave e exclu-
dente quanto os homicídios praticados em Espar-
ta, apenas mais dissimulado.
Outro desafio enfrentado pelos portadores de 
deficiência auditiva é a inobservância estatal, uma 
vez que o governo nem sempre cobra das institui-
ções de ensino a existência de aulas especializadas 
para esse grupo – ministradas em Libras – além 
da avaliação do português escrito como segunda 
língua. De acordo com Habermas, incluir não é 
só trazer para perto, mas também respeitar e cres-
cer junto com o outro. A frase do filósofo alemão 
mostra que, enquanto o Estado e a escola não ga-
rantirem direitos iguais na educação dos surdos 
– com respeito por parte dos professores e cole-
gas – tal minoria ainda estará sofrendo práticas 
discriminatórias.
22 Extensivo Terceirão
Destarte, para que as pessoas com deficiência na audição consigam o acesso pleno ao sistema educacional, 
é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino, promova cursos de Libras 
para os professores, por meio de oficinas de especialização à noite – horário livre para a maioria dos profis-
sionais – de maneira a garantir que as escolas e universidades possam ter turmas para surdos, facilitando o 
acesso desse grupo ao estudo. Em adição, o Estado deve divulgar propagandas institucionais ratificando a 
importância do respeito aos deficientes auditivos, com postagens nas redes sociais, para que a discriminação 
dessa minoria seja reduzida, levando à maior inclusão.
INEP. Redação no ENEM 2018: guia do participante.
Testes
Assimilação
Instrução: Texto para a próxima questão. 
Vivemos num mundo confuso e confusamente 
percebido. De fato, se desejamos escapar à crença 
de que esse mundo assim apresentado é verda-
deiro, e não queremos admitir a permanência de 
sua percepção enganosa, devemos considerar a 
existência de pelo menos três mundos num só. O 
primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-
-lo: a globalização como fábula. O segundo seria 
o mundo tal como ele é: a globalização como per-
versidade. E o terceiro, o mundo como ele pode 
ser: uma outra globalização.
Este mundo globalizado, visto como fábula, 
constrói como verdade um certo número de fan-
tasias. Fala-se, por exemplo, em aldeia global para 
fazer crer que a difusão instantânea de notícias re-
almente informa as pessoas. 1A partir desse mito 
e do encurtamento das distâncias – para aqueles 
que realmente podem viajar – também se difunde 
a noção de tempo e espaço contraídos. É como se 
o mundo houvesse se tornado, para todos, ao al-
cance da mão. Um mercado avassalador dito glo-
bal é apresentado como capaz de homogeneizar o 
planeta quando, na verdade, as diferenças locais 
são aprofundadas. O mundo se torna menos uni-
do, tornando também mais distante o sonho de 
uma cidadania de fato universal. Enquanto isso, o 
culto ao consumo é estimulado.
Na verdade, para a maior parte da humani-
dade, a globalização está se impondo como uma 
fábrica de perversidades. O desemprego crescente 
torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes 
médias perdem em qualidade de vida. O salário 
médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se 
generalizam em todos os continentes. Novas en-
fermidades se instalam e velhas doenças, suposta-
mente extirpadas, fazem seu retorno triunfal.
Todavia, podemos pensar na construção de 
um outro mundo, mediante uma globalização 
mais humana. As bases materiais do período atual 
são, entre outras, a unicidade da técnica, a con-
vergência dos momentos e o conhecimento do 
planeta. É nessas bases técnicas que o grande ca-
pital se apoia para construir a globalização per-
versa de que falamos acima. Mas essas mesmas 
bases técnicas poderão servir a outros objetivos, 
se forem postas a serviço de outros fundamentos 
sociais e políticos.
MILTON SANTOS
Adaptado de Por uma outra globalização: do pensamento único 
à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
14.01. (UERJ) – A partir desse mito e do encurtamento das 
distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – tam-
bém se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. (ref. 1)
O comentário introduzido entre travessões apresenta um 
ponto de vista do autor que se sustenta em um elemento 
subentendido.
Esse elemento está associado à existência, na sociedade, de: 
a) valores familiares 
b) apelos publicitários 
c) diversidade cultural 
d) desigualdade econômica 
Instrução: Texto para a próxima questão.
Violência à saúde
Mauro Gomes Aranha de Lima
Jornal do Cremesp, agosto de 2016
O aumento da violência contra médicos e en-
fermeiros finalmente passou a ser encarado como 
questão de Estado. Graças às denúncias do Cre-
mesp [Conselho Regional de Medicina do Estado 
de São Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional 
de Enfermagem de São Paulo], a Secretaria de Se-
gurança Pública de São Paulo (SSP-SP) mantém 
agora um grupo de trabalho que se debruça na 
busca de soluções para o problema.
Em recente reunião, o secretário adjunto da 
SSP-SP, Sérgio Sobrane, comprometeu-se a to-
mar providências. A Secretaria de Saúde (SES-SP) 
também participou dos debates que culminaram 
Aula 14
23Português 4C
com proposta do Cremesp e do Coren de um pro-
tocolo para orientar profissionais da Saúde a lidar 
com situações em que o usuário/familiar se mos-
tre agressivo ou ameaçador.
Simultaneamente, a SSP-SP preparará um pi-
loto de intervenção baseado em registros de ame-
aças ou de truculência na Capital. Se bem sucedi-
do, será multiplicado ao restante do Estado.
São medidas oportunas e as levaremos em 
frente. Contudo, tal empenho não será o bastante. 
A violência emerge de raízes profundas: governos 
negligenciam a saúde dos cidadãos, motivo pelo 
qual a rede pública padece de graves problemas 
no acesso ou continuidade da atenção; hospitais 
sucateados e sob o contingenciamento de leitos 
e serviços; postos de saúde e Estratégia Saúde da 
Família com equipes incompletas para a efetiva-
ção de metas integrativas biopsicossociais.
O brasileiro é contribuinte assíduo e pontual, 
arca com uma das mais altas tributações do mun-
do, e, em demandas por saúde, o que recebe é o 
caos e a indiferença.
Resignam-se, muitos. Todavia, há os que não 
suportam a indignidade. Sentem-se humilhados.

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