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Transtornos Alimentares em Atletas

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Transtornos alimentares em atletas: uma abordagem multidisciplinar e o uso de ferramentas para o rastreamento precoce dos TAs
Eating disorders in athletes: a multidisciplinar approach and the use of tools for the early sreening of Eating disorders
Transtornos alimentares em atletas uma abordagem multiplisciplinar 	Comment by Sandra: Sugiro manter esse resumo
Atividades Práticas Supervisionadas - APS
Ana Caroline de Oliveira ¹, Matheus Henrique Proença Fritsch¹, Víctor Hugo Oliveira Rodrigues Silva ¹, Mariana Battaglin Villas Boas ¹, Sandra Regina Bicudo da Silva¹	Comment by Sandra: Correção realizada, não alterarA capa está prontaInserir paginação no tcc
¹Curso de Nutrição da Universidade Paulista, Sorocaba-SP, Brasil. 
Declaração: Declara-se a inexistência de conflitos de interesse associado à esta publicação.
Área específica do artigo: Nutrição clínica.
Autore(s) correspondentes:
Profa. Dra. Mariana Battaglin Villas Boas. Universidade Paulista – UNIP, campus Sorocaba, SP. Avenida Independência, 210. Éden, Sorocaba, SP. Cep: 18087-101. Email: mariana.balvaro@gmail.com
Profa. Ms. Sandra Regina Bicudo da Silva, Universidade Paulista – UNIP, campus Sorocaba, SP. Avenida Independência, 210. Éden, Sorocaba, SP. Cep: 18087-101. Fone (15) 98134-4808. E-mail: sandra.silva1@docente.unip.br
Resumo
Os transtornos alimentares se compreendem por síndromes de difícil diagnóstico e tratamento, exigindo esforços para a compreensão dos fatores que desencadeiam o desenvolvimento dos transtornos e distúrbios da imagem corporal. Há uma forte correlação entre o treinamento em alto nível voltado a performance, junto ao desenvolvimento de comportamentos alimentares inadequados em atletas, estudos apontam uma maior probabilidade da manifestação de transtornos alimentares nessa população. Os transtornos podem se manifestar em formas distintas, através da anorexia nervosa, onde é perceptível a redução da ingesta alimentar, assim como a exclusão e recusa de certo tipo de alimentos. A bulimia nervosa se caracteriza por episódios de compulsão alimentar, compreendidos pela alimentação excessiva em um curto período, seguida de comportamentos compensatórios visando a prevenção do ganho de peso. O termo “anorexia atlética” vem sendo empregado para a distinção da anorexia clássica para distúrbios de comportamentais relacionados a alimentação ligados à prática esportiva. A utilização de questionários de rastreamento de TAs (EAT-26) e (Body Shape Questionnaire) são amplamente utilizados para que se identifique de maneira precoce o aparecimento de transtornos alimentares. Esportes que possuem características estéticas presentes tendem a ter maior número de praticantes com transtornos alimentares. Diante do tema, a presente revisão tem por objetivo reunir as principais pesquisas referentes aos transtornos alimentares em atletas amadores e profissionais, bem como a análise e identificação das causas que propulsionam o desencadeamento dos TAs. Por fim a sugestão de uma proposta de acompanhamento multidisciplinar, tendo como intuito do rastreamento precoce.
Palavras-chave: transtorno alimentares, treinamento em alto nível, anorexia atlética, questionário de rastreamento de TAs.
Abstract
Eating disorders comprise chronic syndromes that are difficult to diagnose and treat, requiring efforts to understand the factors that trigger the development of body image disorders. There is a strong correlation between high-level training aimed at performance and the development of inappropriate eating behaviors in athletes, studies indicate a greater probability of the manifestation of eating disorders in this population. Disorders can manifest in different ways, through anorexia nervosa, where it noticeable the reduction of food intake, as well as the exclusion and refusal of certain types of food. Bulimia nervosa is characterized by episodes of binge eating, comprised of overeating in a short period, followed by compensatory behaviors aimed at preventing weight gain. The term “athletic anorexia” has been used to distinguish classic anorexia for eating-related behavioral disorders linked to sports practice. The use of questionnaires (EAT-26) and (Body Shape Questionnaire) are widely used to identify the appearance of eating disorders. Sports that have present aesthetic characteristics tend to have a greater number of practitioners with eating disorders. In view of the topic, this review aims to bring together the main researches related to eating disorders in amateur and professional athletes, as well as the analysis and identification of the causes that drive the onset of eating disorders. Finally, the suggestion of a proposal for multidisciplinary follow-up, with the aim of early screening.
Key words: eating disorder, high level training, athletic anorexia, eating disorders screening questionnaire.
1. Introdução
Os transtornos alimentares são compreendidos como síndromes crônicas de diagnóstico e tratamento dificultosos, são necessários esforços para a compreensão dos fatores que desencadeiam o quadro clínico 1. O ambiente competitivo se vê como um dos fatores que desencadeiam os TAs, devida a ênfase à esbelteza e magreza por parte dos treinadores de algumas modalidades, como ginástica artística e rítmica, esgrima e triátlon. Devido a cobrança pela perda de peso e gordura corporal, os atletas praticantes dessas modalidades possuem maior propensão para o desenvolvimento de transtornos alimentares 1.
Os transtornos podem se manifestar em diversas formas, desde a anorexia nervosa, onde é perceptível a redução da ingesta alimentar, assim como à exclusão e recusa de certo tipo de alimentos, também com a bulimia nervosa, que envolve períodos de compulsão alimentar caracterizados pelo se alimentar em excesso, seguido de comportamentos compensatórios para que não ocorra o ganho de peso 2.
A nutrição adequada é essencial para atletas, tanto para a prevenção de lesões de origem muscular, diminuição da fadiga e melhora no tempo de recuperação entre os períodos de treinamento. Para que haja uma oferta energética adequada deve ser levado em consideração o nível e a natureza das atividades, juntamente as exigências metabólicas do atleta. Na prática desportiva se preconiza o consumo de 45 Kcal/Kg de peso corporal, tal recomendação demonstra ser importante para a manutenção da saúde óssea além da prevenção de lesões 3.
Atletas do sexo feminino possuem maior propensão para o desenvolvimento de lesões ósseas quando comparadas aos atletas masculinos, tal cenário ocorre devida à Tríade da atleta feminina, a tríade tem como fatores: a baixa disponibilidade energética, disfunção menstrual, redução da absorção de cálcio junto a diminuição da densidade mineral óssea. No entanto à deficiência energética pode ser visível em ambos os sexos, como proposto pelo Comité Olímpico Internacional, com o termo RED-S – Relative Energy Deficiency in Sports 3.
Testes são empregados para a verificação e análise de riscos do desenvolvimento de transtornos alimentares, o “Sociocultural Attitudes TowardsAppearanceQuestionnaire-3” (STAQ-3), “Eating Attitudes Test-26” (EAT-26) e o “Drive for MuscularityScale” (DFM) tem como objetivo a avaliação de comportamentos de risco para o desenvolvimento dos TAs4,5.
Notada a realidade vivenciada pelo atleta de alto rendimento, cujo possui uma relação intensa com sua imagem corpórea e controle de peso, a utilização de métodos de rastreio para os transtornos alimentares é essencial para que em um período inicial do desenvolvimento do quadro patológico o mesmo possa ser diagnosticado, tratado e acompanhado por profissionais capacitados, de forma a amenizar consequências severas que possam se desenvolver a longo prazo, caso o transtorno alimentar se instale e desenvolva de maneira completa. 
A presente revisão teve como foco apresentar os possíveis métodos de rastreio dos Transtornos Alimentares na população atlética, visto que esportes onde o peso corpóreo e o pleno condicionamento físico proporcionam uma acentuadaincidência de desordens alimentares. O tema é desafiador tanto para os treinadores das categorias mais sensíveis ao desenvolvimento dos TAs e aos profissionais da saúde, tanto para o rastreio precoce quanto ao tratamento do transtorno.
2. Métodos 
O presente estudo se trata de uma revisão bibliográfica descritiva, elaborada a partir de artigos, livros e resoluções publicadas entre os anos de 2010 e 2021 nas bases de dados eletrônicos Google Acadêmico, Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Pubmed (US National Library of Medicine, Bthesda, MD). Foi consultado o Comitê Olímpico Internacional, a Revista Brasileira de Medicina do Esporte e a Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano (RBCDH).
Os descritores empregados foram: “transtornos alimentares”, “transtornos alimentares em atletas”, “RED-S”, “tríade da mulher atleta”, “fatores que desencadeiam TA”, e “deficiência energética em atletas”.
Contemplaram os critérios de inclusão artigos publicados após 2010, que abordassem o tema transtornos alimentares em atletas, fatores desencadeantes e suas consequências. Foram excluídos os artigos com data de publicação anterior à 2010 cujos não abordassem o tema proposto.
3. Revisão da Literatura
Transtornos alimentares prevalentes nos atletas e nas respectivas modalidades
Os atletas são indivíduos que convivem de maneira constante a relação entre a imagem corporal e o rendimento físico, com isso estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de transtornos alimentares, que englobam o baixo peso corporal e a estética. A população feminina é nove vezes mais acometida que a masculina, quadro que geralmente se inicia na adolescência. Autores apontam a falta de informação por parte dos treinadores e atletas como fator da adoção e prática dessas estratégias nutricionais equivocadas/arriscadas para que sejam atingidos objetivos de peso, tais condutas levam atletas do gênero feminino a desenvolverem a chamada “Tríade da mulher atleta”, outro problema é a desinformação sendo em muitos casos o treinador se responsabiliza pela dietética do atleta 6.
Atualmente o esporte tem grande influência na disseminação de hábitos, exercendo papel de promotor da saúde. Em contrapartida a mídia exerce tanto função promotora como uma associação negativa em relação à imagem corpórea, devida a idealização de fenótipos atléticos 6.
O treinamento esportivo voltado à performance exerce impacto negativo para o desenvolvimento de comportamentos alimentares inadequados em atletas, há maior incidência de TAs na população atlética, em especifico os da modalidade da ginastica rítmica 7. Em estudo realizado por Perini et al, o total de 16% das atletas de nado sincronizado apresentou mudanças quanto aos hábitos alimentares, para a avaliação se utilizou o Eating Attitudes Test (EAT-26) identificado que 19% das atletas de ginástica rítmica com idades entre 10 e 14 anos apresentaram algum risco para TAs. Um dos aspectos negativos na prática esportiva é a ênfase dos treinadores e atletas quanto as características esbeltas e magras em algumas modalidades como: taekwondo, ginástica artística e rítmica, esgrima e triátlon 7.
Nos esportes que utilizam da estética como critério de pontuação que requerem baixo peso ou percentual de gordura para uma boa performance, tornam os atletas mais propensos ao desenvolvimento das TAs 8. Pesquisas demonstraram que jóqueis utilizaram anfetaminas e indução de vômitos para controle de peso corpóreo durante a temporada. Os uniformes esportivos também exercem função quanto ao aumento dos riscos para TAs, por facilitar comparações físicas, os treinadores tendem a exercer um importante papel neste nível de comparação/competitividade, caso não haja mediação/intervenção adequada o quadro pode se tornar ainda mais crítico 8.
Decorrente da ingesta inadequada de energia e nutrientes pode se acarretar diversos problemas nutricionais, como a síndrome de RED-S, definida pelo funcionamento fisiológico prejudicado derivada da deficiência de energia, incluindo alterações na função menstrual, saúde óssea, imunidade, síntese proteica e saúde cardiovascular 9.
Transtornos alimentares costumam ser mais prevalentes entre atletas do sexo feminino em esportes, um estudo norueguês com atletas de elite do sexo masculino e feminino apontou maior prevalência de TAs quando comparado em atletas ao grupo controle. A causa do desenvolvimento de TAs é multifatorial, podendo ser cultural, familiar, individual e genético. Além disso a pressão exercida por desempenho, aumento repentino no volume de treinamento, lesões e influência de colegas de equipe podem ser fatores desencadeantes 9.
O uso de medicamentos como laxantes e diuréticos, jejum, indução de vômitos afetam grande parte dos atletas, o quadro de amenorreia beira índices de até 44%, além disso a osteopenia também se vê presente em quadros de anorexia atlética. Se vê necessário e importante o acompanhamento de equipes esportivas por profissionais como médicos, nutricionistas e psicólogos especialistas na área a fim de se prevenir o desenvolvimento de patologias alimentares, em especial em categorias/modalidades que se exigem a imagem de magreza 10.
A Tríade da mulher atleta e a Síndrome RED’S
	A Tríade da mulher atleta foi definida no ano de 1992 pelo Journal College of Sports Medicine, como uma síndrome que atinge mulheres atletas tendo como critério a apresentação simultânea de desnutrição, amenorreia e osteoporose 10.
	A RED’S (Relative energy deficiency in sport), foi um novo conceito definido para abranger mulheres e homens praticantes de atividades físicas intensas que apresentam baixo aporte energético. Dados sugerem que a RED’S em homens surge com a apresentação de sintomas como a desnutrição, hipogonadismo secundário ou hipogonadotrófico além de problemas relacionados a composição óssea 11.
	Segundo o consenso olímpico internacional foi definido valores calóricos assegurar o aporte fisiológico saudável de 45 kcal/kg, o estudo também apontou que o consumo de 30 kcal/kg se igual a taxa metabólica basal; no entanto a ingestão calórica menor que 30 kcal/kg oferece prejuízos a saúde do atleta 9. 
		É de conhecimento que a deficiência nutricional no atleta pode acarretar diversos prejuízos em seu desempenho/competições como: lesões musculares, fraturas e outros. A grande pressão exercida sobre os atletas em torno da melhora de performance e forma física são fatores estimulantes para adoção de práticas alimentares inadequadas 3,5.
	Descobertas apontam que a LEA (Baixa disponibilidade energética), pode gerar interrupções do eixo hipotalâmico-pituitário-gonodal, além de mudanças na liberação de hormônios mediadores do apetite, diminuição da produção de insulina, aumento da resistência ao hormônio do crescimento e aumento na liberação de cortisóis, gerando maior estresse e irritabilidade, as alterações ocorrem devido a conservação de energia realizada pelo corpo para a garantia da realização de processos vitais 9.
	Distúrbios menstruais são umas das complicações de maior prevalência no RED’S, gerando em muitos casos defeitos na fase lútea, amenorreia primaria e secundária 9.
	A diminuição da densidade mineral óssea, ocorre em atletas com baixo aporte calórico e baixo consumo de micronutrientes essenciais, as alterações da DMO podem ser mais recorrentes em atletas que já apresentam distúrbios menstruais, a DMO pode causar um serie de lesões ósseas, principalmente em regiões com maiores quantidades de ossos trabeculares e/ou áreas que sofrem maior impacto como a colona vertebral, quadril, articulação coxofemoral e joelhos 9.
	Os três constituintes da tríade estão interligados, originados de múltiplos fatores, como as práticas alimentares inadequadas, excesso de treinamento, disfunções na regulação hormonal e fatores biopsicossociais 10.
	A RED’S pode geram complicações metabólicas, distúrbios hematológicos principalmente devido a deficiência de ferro, causando uma má distribuição de oxigênio e consequentemente diminuição na produção de energia. Disfunções endoteliaise desordem no perfil lipídico são aspectos relatados por atletas que sofriam com amenorreia, com a retomada do tratamento obtiveram melhoras nas funções cardiovasculares 9. Em atletas jovens que apresentam componentes da RED’S, consequentemente podem manifestar problemas de crescimento em decorrência da resistência ao GH causada pela baixa ingestão calórica. A baixa oferta energética prejudica a performance ideal do atleta, atingindo processos chaves, como a reserva de glicogênio ou a síntese proteica, ou por interromperem treinamentos consistentes e de alta qualidade devido a maiores chances de lesões e enfermidades 12.
	Para se prevenir a RED´S é de extrema importância uma maior conscientização dos atletas junto a suas equipes. Estudos apontaram que pelo menos 50% dos médicos, fisioterapeutas e treinadores tiveram a habilidade de reconhecer os componentes da tríade, com ou sem aparecimento de transtornos alimentares, disfunção menstrual e diminuição da DMO 12.
 Uma simples educação nutricional pode ser o eficiente na prevenção da LEA. A participação de um profissional especializado e capacitado é essencial para a melhora alimentar do atleta em qualquer estágio da patologia alimentar 9.
	A base da terapia nutricional é a elevação do suporte calórico da alimentação do atleta, no entanto a individualidade deve ser levada em conta, pois junto ao aumento calórico pode ser necessário alterações nas escolhas alimentares ou uma distribuição energética diferente quanto a calorias e fracionamento das refeições durante o dia. Por exemplo, sendo de extrema importância a utilização da periodização e o estabelecimento de metas 12.
	A análise das concentrações sanguíneas e do consumo de vitamina D e cálcio, devem ser analisadas rotineiramente para averiguar a manutenção óssea para evitar problemas entorno da densidade óssea. No entanto a análise comportamental deve ser sempre levada em conta pelo profissional responsável pelos cuidados do aleta 12.
Para que ocorra uma acentuada diminuição de lesões musculares em atletas, é recomendado uma abordagem precoce do ponto de vista nutricional, de acordo com Matos, uma dieta equilibrada que garanta a ingesta nutricional de macro e micronutrientes tendem a diminuir o risco de injurias. A realização de rastreios aos sinais de déficits é importante para o nutricionista e a equipe multidisciplinar, proporcionando uma melhor intervenção e correção de lesões, de forma a melhorar a recuperação delas 3.
Aspectos comportamentais e nutricionais no apoio a tríade e RED-S
	Os desportistas em seu modo habitual estão acostumados a seguir uma rotina intensa de treinamento com o intuito de melhorar o seu desempenho esportivo, com isso a busca por se enquadrar nas características corporais exigidas, pode desencadear em comportamentos alimentares inadequados e em transtornos alimentares como anorexia, bulimia nervosa, dentre outros 8.
	De acordo com FORTES e FERREIRA, a idade, o comprometimento psicológico ao exercício, a etnia e os níveis competitivos e econômicos também podem gerar riscos para os transtornos alimentares aos jovens atletas do sexo masculino 1.
	Os comportamentos alimentares de riscos que aumentam as chances do desenvolvimento de transtornos alimentares, são expressos como ações deletérias a saúde, sendo eles: restrições alimentares por longos períodos, vômitos autoinduzidos, utilização de laxantes e medicamentos diuréticos, esforço físico demasiado e uso de recursos ergogênicos e farmacológicos. Importante destacar que os comportamentos de riscos se não cessados levam a redução de potência anaeróbica, hiponatremia e desidratação, considerados efeitos prejudiciais para o rendimento esportivo” 1.
O perfil magro tem sido demosntrado como ideal de beleza gerando enorme valorização da imagem corporal, baseando a objetivação por padrões que em muitos casos não são saudáveis. A supervalorização da estética pode levar a situações de distorção de auto-imagem por parte do individuo, dessa forma associa-se a mudanças de hábitos alimentares baseados em restrições de alimentos e nutrientes 13.
A prática de ações purgatórias se tornam um meio mais fácil e de rápido resultado para atingir os objetivos corporais exigidos para a competição, e com isso acabam se tornando um hábito e levando a diversas consequências, ainda mais quando são associadas a prática de exercicíos físicos em excesso. Na mulher atleta, a chamada tríade é a principal caracteristica associada a essa rotina intensa de atividades físicas 14.
A tríade está relacionada com a prática de exercícios fisicos em excesso, uso de medicamentos emagrecedores sem orientação médica, e uma nutrição inadequada (ingestão de calorias e nutrientes insuficientes), ocasionando em problemas no ciclo menstrual (amenorreia pela queda de estrogênio), disturbios alimentares (ocorrem pela necessidade de se encaixar nos "padrões" mantendo um baixo peso e baixo índice de gordura corporal) e ate mesmo osteoporose (ocorre com a redução da densidade óssea)14.
A baixa disponibilidade energética, a longo prazo, está relacionada com deficiências nutricionais (ex.: anemia, osteopenia, osteoporose), fadiga crônica e aumento do risco de infecções 16.
Alguns esportes e atividades especificas são mais suscetíveis ao desenvolvimento de RED-S do que outros, principalmente desportos que um baixo IMC (índice de massa corporal) e baixa porcentagem de gordura corporal são dados como ideias. Atletas que buscam um menor peso podem elevar de maneira excessiva o volume dos treinos, podendo gerar um gasto energético maior do que a ingestão calórica, como forma alternativa ou de maneira em conjunto muitos optam pela redução calórica. Os esportes mais suscetíveis a estas práticas são os que baseiam suas categorias com base no peso (como artes marciais e remo), além de esportes que supervalorização a estética. O tratamento para RED-S assim como o da tríade deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, com o intuito de manter o equilíbrio energético 15.
	O tratamento nutricional é normalmente baseado em aumentar a ingestão de alimentos, mas também pode exigir mudanças nas escolhas alimentares, na distribuição de energia e outras características dietéticas; essas mudanças devem ser individualizadas e periodizadas de acordo como gasto de energia do atleta e as metas de exercícios 12.
Testes utilizados para a verificação e análise de riscos
 
Dentre os métodos utilizados para o rastreamento de comportamentos de risco para o desenvolvimento de TAs estão: Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire-3 (STAQ-3), o questionário é composto por 30 itens em escala do tipo Likert, variam em um ponto “Discordo totalmente” podendo chegar até 5 pontos “Concordo totalmente”. Quanto maior a soma/pontuação se identifica maior influência da mídia sobre aspectos culturais na imagem corpórea do entrevistado 4.
A fim de avaliar comportamentos de risco para TAs o Eating Attitudes Test-26 é utilizado em larga escala, o questionário engloba o total de 26 questões, onde cada uma apresenta seis opções de resposta, com opções de pontuação que variam de zero a três. A pontuação final do EAT-26 se obtém através da soma de seus itens, scores finais acima de vinte e um indicam comportamentos de risco para TAs 4.
A busca pela muscularidade pode ser utilizada como preditora de TAs, para a avaliação da mesma é utilizado o questionário “Drive for Muscularity Scale” (DFM), onde é autopreenchido, é composto por 12 itens em escala do tipo Likert onde pontua (1 = nunca até 6 = sempre). O questionário tem como objetivo a avaliação do nível de preocupação e desejo do atleta ser mais musculoso, onde maior score se traduz no desejo em ter maior massa muscular. O instrumento se divide em dois fatores; imagem corporal orientada pela muscularidade e comportamento orientado para a muscularidade 17.
Por fim, a avaliação do estado de humor é avaliada pela Escala de Humor de Brunel (BRUMS), em versão validada para atletas. A BRUMS é composta por 24 indicadores simples de humor, distribuídos por tensão(T), depressão (D), raiva (R), vigor (V), fadiga (F), e confusão mental (CM). Em cada subescala contém quatro itens em escala do tipo Likert, (Nada = 0; Um pouco = 1, Moderadamente =2; Bastante = 3; Extremamente = 4). O escore pode variar de 0 a 16 17.
A influência da ansiedade no desenvolvimento de transtornos alimentares
	A ansiedade é um dos estados emocionais mais presente no mundo dos atletas e deve receber grande atenção dos psicólogos especializados em esportes. No ambiente esportivo a ansiedade se torna um fator desfavorável caso ela se eleve a altas dimensões, pois gera diminuição de rendimento, importante ressaltar que esse fator muda de um atleta para outro, de acordo com suas características individuais, contudo a negatividade da ansiedade não deve ser levada em conta para todos os atletas, pois, atletas mais experientes tendem a assumir o controle do sentimento diferente de atletas novos 18,19.
	A ansiedade pode ser conceituada como uma reação emocional que vem de encontro ao estresse, caracterizado principalmente por nervosismo, preocupação e apreensão que pode vir de pensamentos (ansiedade/cognitiva) ou por reações físicas (ansiedade somática). A ansiedade se torna um estado psicológico complexo do organismo, formado por aspectos fenomenológicos e fisiológicos que são possíveis causadores do estado de ansiedade. Os sintomas podem se apresentar de duas maneiras, somática: tremores, hipertonia muscular, inquietação, hiperventilação, sudorese e palpitações; cognitivas: apreensão, inquietação psíquica, hiper vigilância e alterações de vigilância, perda de concentração e insônia 18.
	Tendo em vista esses fatores, para um atleta chegar na elite, são necessários diversos fatores essenciais como a disciplina, treinar por muitos anos, dedicação praticamente total ao esporte e em muitos casos iniciar a vida competitiva muito jovem. Sendo assim, a evolução de um atleta não deve ser focada apenas em questões físicas e técnicas, deve ocorrer grande apoio para o desenvolvimento intelectual, motivacional e social 18.
	Atletas de alto rendimento estão acostumados a seguirem rotinas árduas de treinamento, com o propósito de melhorar seus desempenhos. Contudo a importância dada a aspectos morfológicos varia de modalidade, desta forma muitos atletas desenvolvem tipos de ansiedade, além de buscarem métodos não adequados para diminuir a massa gorda e aumentar a massa magra. Estes comportamentos são considerados de risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares. Os mais comuns são a utilização de dietas extremamente restritas por longos períodos, vômitos autoinduzidos, utilização de métodos laxativos e diuréticos e em casos extremos a utilização de esteroides androgênicos. No entanto é importante afirmar que a adoção desses meios pode gerar diminuição da potência anaeróbica, hiponatremia e desidratação, desta maneira prejudicando o rendimento esportivo 20.
	Estudam apontam que em média 30% dos atletas adotam comportamentos de risco para Transtornos Alimentares, devido ao excesso de cobranças e pressões, gerando alterações emocionais que levam a busca de Comportamentos de Risco para Transtornos Alimentares (CRTA) 21.
	Com base na literatura a perda de massa magra pode afetar funções mentais bem como desenvolvimento de TAs. Podemos considerar a ansiedade uma pré-disposição dos atletas devido a situações de estresse e “ameaça” nos períodos próximos a competições 19,22.
	O desenvolvimento da ansiedade pode ser exposto através de quatro premissas: o fator inicial da ansiedade é a expectativa, se instalando devido a pouca atenção às coisas que acontecem em nossa volta, a ansiedade enfraquece e anula à vontade (efeito imediato) e leva ao fracasso (efeito mediato) 18.
	A ansiedade-traço tem característica estável de um sujeito, baseado por fatores de ansiedade mais constantes, é a tendencia do indivíduo perceber situações com o risco ou não, respondendo a eles com nível variado de ansiedade estado 23.
	A ansiedade-estado conceitua-se por sentimentos de inquietação, tensão ou apreensão conscientes em frente a uma circunstância específica, ou seja, um momento determinado de ansiedade. Sendo uma condição imediata com características de apreensão e tensão, refere-se a um estado emocional transitório com o tempo e intensidade variantes 24.
	No âmbito de competições de alto nível onde ocorre o embate de atletas de muita habilidade, fatores de natureza psicológica, como a percepção do esforço, motivação e níveis de ansiedade podem ser o aspecto decisivo para definir o resultado da competição 18.
	Estudos apresentam dados que indicam que as mulheres são mais suscetíveis a realizarem práticas alimentares inadequadas, e desenvolverem Transtornos Alimentares principalmente em esportes de cunho estético, onde o enaltecimento do perfil de magreza pode chegar a 50%, nesses esportes os participantes tendem a apresentar aspectos de estatura e gordura corporal baixos, além de qualidades motoras e força bem desenvolvidas, essa padronização de características podem levar o atleta ao desenvolvimento de TAs 20.
	Em esportes como a dança, as competições de alto nível, a ansiedade é elevada em diversos atletas devido à grande pressão pela estética e pela técnica, assim os bailarinos são rodeados de sentimentos que geram a elevação do nível de ansiedade em competições, o que causa queda em seu rendimento. Os TAs são comuns em bailarinos, dados comprovam que há cerca de três vezes mais chances de dançarinos apresentarem do que pessoas que não praticam dança 25. 
	Os comportamentos de risco para TAs podem ter grande relação com o estado emocional de ansiedade. Atletas com maiores níveis de ansiedade podem praticar comportamentos de riscos para TAs como estratégia para diminuir o sentimento negativo 20.
A importância da terapia cognitiva comportamental para o tratamento dos transtornos alimentares
A terapia cognitiva foi criada por Aaron Beck em 1956 e posteriormente adaptada por pesquisadores do mundo inteiro, para ser utilizada em inúmeros transtornos e problemas psicológicos. Tem como finalidade ajudar pessoas que enfrentam adversidades, incluindo depressão, ansiedade, transtornos alimentares, obesidade, tabagismo e comportamentos adictos 26.
A nutrição comportamental tem como foco encorajar a relação saudável do paciente com a alimentação, considerando as emoções, a fisiologia e os aspectos socioculturais do paciente, trava o entendimento do comportamento e suas origens bem como a mudança desse comportamento disfuncional do paciente, entendendo que se alimentar vai além de ingerir nutrientes e que envolve sentimentos, emoções e que “reflete interações entre o estado fisiológico, psicológico e o ambiente externo no qual vivemos 27, 28.
É uma abordagem de intervenção semiestruturada e objetiva, que busca identificar e corrigir as condições que favorecem o desenvolvimento e manutenção das alterações cognitivas e comportamentais. Para este referencial, o sistema de crenças de um indivíduo exerce papel determinante em seus sentimentos e comportamentos. Para os transtornos alimentares, os programas de tratamento da TCC baseiam-se principalmente nas técnicas para a redução da ansiedade, auto manejo do comportamento e modificação de cognições desadaptadas 29.
Aplicam – se também estratégias como o mindfulness, o mindfuleating e o intuitiveeating. O mindfulness busca trazer o indivíduo para o momento atual com estratégias para aumentar a consciência de forma a viver a realidade tal como ela se apresenta com curiosidade, abertura e disposição. Já o mindfuleating é a atenção plena ao comer, sem julgamentos ou autocríticas se atentando às sensações físicas e emocionais no contexto da alimentação, busca levar o indivíduo a envolver todas as partes do seu ser, corpo, mente, emoções e sentimentos, em todos os processos relacionados à alimentação, desde a escolha do alimento, preparo da comida e finalmente no ato de comer. O intuitiveeating tem como base o princípio de que o corpo “sabe” de maneira intrínseca os tipos e a quantidadede alimentos que devem ser ingeridos a fim de manter uma boa saúde, busca ensinar às pessoas que elas podem cofiar em suas habilidades e capacidade de diferenciar sensações físicas e emocionais, entrando em contato íntimo com seu corpo e a sabedoria do mesmo 30.
Um dos principais representantes do modelo cognitivo-comportamental para os transtornos alimentares é Fairburn (1991). Sua abordagem relaciona pensamento, emoção e comportamento manifesto, o tratamento tem como objetivo fazer com que o paciente examine a validade de suas crenças no presente e mude comportamentos disfuncionais. Os processos cognitivos mais frequentes nestes quadros (abstração seletiva, supergeneralização, magnificação, pensamento dicotômico, personalização e pensamento supersticioso) são definidos e examinados cuidadosamente, a fim de modificar os pensamentos e pressupostos automáticos 29.
A Terapia Cognitiva Comportamental é desenvolvida ao longo de três etapas cada uma com oito entrevistas realizadas duas vezes por semana. O compromisso do paciente com a terapia é o objetivo principal no começo do tratamento e pode ser dividido sinteticamente dá nos seguintes objetivos: controle da ingestão, expectativas, intenções e esperança. A segunda fase é voltada para a reestruturação cognitiva, e consiste em procurar modificar as crenças irracionais que mantêm e reforçam os padrões disfuncionais. A terceira etapa se preocupa em manter as conquistas das fases anteriores e fazer um plano de prevenção de recaídas, por meio de antecipação e preparação para o enfrentamento de situações de estresse que anteriormente ativavam os padrões disfuncionais 29.
A terapia cognitiva comportamental para a anorexia nervosa tem como foco a adesão ao tratamento, o aumento de peso e o desenvolvimento de um padrão regular e flexível de alimentação. Também é importante para o trabalho da imagem corporal e dos padrões estéticos que são vigentes nas pessoas com anorexia 31.
Já na bulimia nervosa tem como objetivo a interrupção dos comportamentos de purgação, sendo eles: uso de laxantes, vômitos, exercícios excessivos, entre outros e na interrupção de episódios compulsivos de comer 32.
Para o tratamento da obesidade a TCC tem como objetivo desenvolver habilidades interpessoais, aumentar a autoestima, aprender a regular estados de humor e modificar pensamentos e crenças centrais para o desenvolvimento e manutenção do transtorno alimentar. Além disso o aumento da atividade física é um importante meta do tratamento 33.
O nutricionista precisa estar atento ao comportamento alimentar do paciente. Na anamnese ser perspicaz e buscar o maior número de informações possíveis para que o diagnóstico seja preciso, deve instruir adequadamente o paciente sobre a importância da nutrição e as consequências fisiológicas que esta pode causar. O paciente precisa sentir-se seguro com nutricionista, a ponto de permitir intervenções e alterações na relação paciente/alimento, para que o indivíduo alcance a autonomia para que possa agir de forma consciente e saudável, conquistando os benefícios que os alimentos podem gerar em seu organismo 27. 
4. Discussão
Os transtornos alimentares em atletas ocorrem desde os primeiros Jogos Olímpicos de 776 a.C, na Grécia. Atletas e seus treinadores estavam sempre em busca de uma alimentação especial, com o objetivo do aumento de rendimento físico e desempenho 6.
Atualmente costumam ser mais prevalentes em atletas do sexo feminino e sua causa se dar por diversos fatores, podendo ser: cultural, familiar, individual, genético, pela pressão exercida por desempenho, treinamento excessivo, lesões e influência de colegas e da mídia. Além disso o desejo de perder peso, ser mais magro para a melhora do desempenho são preditores de distúrbios na alimentação. O risco se eleva quando a relação do atleta com seu treinador é de baixo apoio e conflitante 9.
Os sinais são notados com ações como restrições alimentares por longos períodos, vômitos autoinduzidos, utilização de laxantes e medicamentos diuréticos, esforço físico demasiado e o uso de recursos ergogênicos e farmacológicos 7. A prática de ações purgatórias se tornam um meio mais fácil e de rápido resultado para atingir os objetivos corporais exigidos para a competição e com isso acabam se tornando um hábito e levando a diversas consequências, se praticadas a longo prazo, são essas: deficiências nutricionais (anemia, osteopenia, osteoporose), fadiga crônica e aumento do risco de infecções e amenorréia 14, 16.tabela 
Utilizam - se alguns testes para o rastreamento dos comportamentos de risco para o desenvolvimento dos TAs como por exemplo o Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire - 3, o Eating Attitudes Teste - 26, o questionário Drive for Muscularity Scale e pela Escala de Humor de Brunel 4,17.
Tabela 1. Questionários de rastreio de sintomas relacionados aos Transtornos a .
	Ferramenta 
	Finalidade 
	Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire-3 (STAQ-3)
	Avaliar a dimensão cognitiva dos avaliados em relação a pensamentos e crenças relacionadas ao corpo e aspectos socioculturais.
	Eating Attitudes Test-26 (EAT-26)
	Avaliar de forma objetiva os riscos de atletas desenvolverem transtornos alimentares (usado principalmente em escolas dos circuitos amadores).
	Drive for Muscularity Scale (DFM)
	Avaliar a autopercepção do indivíduo em relação a quantidade de sua massa muscular, os avaliados devem indicar até que ponto uma série de atitudes e comportamentos são descritivos de si mesmos (ou seja, com que frequência agem ou se sentem assim).
	Escala de Humor de Brunel (BRUMS)
	Se objetiva em avaliar sinais e comportamentos relacionados ao humor que podem estar atrelados a síndrome do excesso de treinamento.
Portanto, é necessário que o atleta desde o início de sua vida esportiva, seja acompanhado por um nutricionista que esteja atento ao seu comportamento alimentar e vise identificar a necessidade energética/nutricional necessária para que o corpo atinja a homeostase, fazendo com que os objetivos traçados sejam alcançados com maior facilidade. Também é importante que seja analisado periodicamente por uma equipe multidisciplinar, para que assim os transtornos de origem alimentar possam ser identificados e evitados a partir de seus primeiros sinais.
5. Conclusão
O presente estudo relata a incidência dos transtornos alimentares em atletas de diferentes modalidades, as causas e consequências que pode trazer tanto para a saúde, quanto para o desempenho do desportista, os métodos e ferramentas de rastreio para identificação precoce e as formas de evitar ou tratar de imediato esses transtornos. Observa-se que os transtornos alimentares estão presentes em todo meio esportivo, atingindo em sua maioria a população feminina, sendo causado pela busca constante do ideal corpóreo exigido no esporte e as cobranças recebidas pela família e treinadores. Portanto, é necessário que o acompanhamento multidisciplinar seja feito desde a inserção do atleta ao meio esportivo, para que ele receba orientações sobre as rotinas de treino, seja instruído por um nutricionista sobre a importância de se alimentar bem e com qualidade, tenha acompanhamento psicológico e suporte para quaisquer eventualidades, evitando assim que sua saúde seja prejudicada, melhorando o seu rendimento esportivo e mantendo corpo e mente em sincronia. 
Referências
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