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Relatório UBS 1 etapa

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
NATÁLIA CARNAVALE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE PÚBLICA - 
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA VILA SANTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA - SP 
2021
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
NATÁLIA CARNAVALE – D77ABI-1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE PÚBLICA - 
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 
 
 
 
Relatório de Estágio Supervisionado em 
Nutrição em Saúde Pública em Unidade 
Básica de Saúde, apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
Professora Orientadora: Sandra Regina 
Bicudo da Silva. 
Nutricionista Supervisora: Samanta 
Oliveira. 
 
 
 
SOROCABA - SP 
2021 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 
1.1 Inserção do Nutricionista no Sistema único de Saúde ................................................... 5 
1.1.1 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) ................ 6 
1.1.2 Estratégia Saúde da Família (ESF) ........................................................................... 8 
1.1.3 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ......................................................... 9 
1.2 Ministério da Saúde............................................................................................................ 11 
1.3 Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição ............................................................ 13 
1.4 Prefeitura de Sorocaba – Secretaria da Saúde ............................................................. 13 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16 
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................................... 16 
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 16 
3 AÇÕES NA ÁREA DE NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA ................................. 17 
3.1 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ................................................................ 17 
3.2 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) .................................................. 18 
3.3 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) ....................................................... 19 
3.4 Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais ............................................................. 19 
 3.5. Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada – PAAS. .......................... 26 
 3.6 Programa Saúde na Escola (PSE) .................................................................. 28 
 3.7 Programa Academia da Saúde ...................................................................... 28 
 3.8 Vigilância Alimentar e Nutricional – VAN. ....................................................... 29 
 3.9 Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento de DCNT no Brasil, para 
período de 2011 a 2022 ............................................................................................ 29 
4 CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO E DA UBS ................................................... 31 
4.1 Indicadores de Saúde ........................................................................................................ 31 
4.2 Unidade Básica de Saúde ................................................................................................. 31 
4.2.1 Estrutura e funcionamento ........................................................................................ 31 
4.2.2 Programas e grupos desenvolvidos na UBS ......................................................... 32 
4.2.3 Profissionais e interação interdisciplinar ................................................................. 34 
4.2.4 Imunização .................................................................................................................. 35 
4.2.5 Farmácia ...................................................................................................................... 41 
5 ATIVIDADES PRÁTICAS .................................................................................... 45 
5.1 Atendimento individual ....................................................................................................... 45 
 
5.2 Atendimento em grupo ...................................................................................................... 45 
5.3 Análise crítica dos Programas de Alimentação e Nutrição .......................................... 46 
6 POLICLÍNICA MUNICIPAL DE SOROCABA ...................................................... 48 
6.1 Conceituação e programa de atenção secundária ....................................................... 48 
6.2 Programa Pé Diabético...................................................................................................... 48 
7 TELEATENDIMENTO CLINICO ............................................................................. 50 
7.1 Registro do atendimento tele consulta através de prontuários individualizado por 
meio de plataforma zoom e whats App ..................................................................... 50 
8 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ............................................................................ 51 
9 COMENTÁRIOS FINAIS ..................................................................................... 52 
9.1 Pontos positivos e negativos ............................................................................................ 52 
9.2 Pontos e serem melhorados ............................................................................................. 52 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 53 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Inserção do Nutricionista no Sistema único de Saúde 
A atuação da nutrição em saúde pública se faz na área de segurança sanitária 
de produtos e serviços, na promoção da alimentação saudável, no monitoramento 
alimentar e nutricional e no controle dos distúrbios e deficiências nutricionais. A saúde 
pública age em “defesa da vida”, reduzindo a mortalidade infantil e materna, 
fortalecendo a atenção básica e promovendo a saúde (MENDONÇA et.al., 2012). 
Medidas políticas e sociais de alimentação e nutrição só se tornam eficazes 
quando inseridas em um contexto maior, em uma política ampla que, além de atender 
as necessidades sentidas pela população, promovam educação nutricional 
continuada e realizem um monitoramento permanente da eficácia do programa 
(MENDONÇA et.al., 2012). 
A integralidade da atenção é um princípio básico nessa discussão sobre as 
condições necessárias para a construção de um novo modelo assistencial. O art. 198, 
Seção II, da Constituição Brasileira estabelece o atendimento integral à saúde como 
uma das diretrizes do SUS, destacando a prioridade das atividades preventivas, sem 
prejuízo das assistenciais, devendo tal preceito ser aplicado em todos os níveis de 
atenção, implicando na compreensão do indivíduo como singular e como parte de uma 
coletividade (MENDONÇA et.al., 2012). 
A atenção integrada só é possível mediante a atuação de uma equipe 
multidisciplinar, com efetivas trocas de conhecimento entre especialistas de diferentes 
áreas. Neste contexto, encaixa-se a atuação do profissional nutricionista 
(MENDONÇA et.al., 2012). 
Como componente do trabalho interdisciplinar, é oportuno destacar as ações 
de alimentação e nutrição em quaisquer formas de intervenção, como estratégias 
indispensáveis a todo programa, cuja finalidade seja elevar a qualidade de vida da 
população a partir do princípio da integralidade (MENDONÇA et.al., 2012). 
Os profissionais predominantes nas unidades dos PSF (médicos e enfermeiros) 
possuem pouco conhecimento acercade nutrição e alimentação, sendo o nutricionista 
o profissional apto a dar orientações e realizar avaliações relacionadas a essa 
temática. O que se nota atualmente é que o número desses profissionais nas unidades 
de PSF ainda é muito reduzido (MENDONÇA et.al., 2012). 
6 
 
De acordo com o Conselho Federal do Nutricionista (CFN) é de 
responsabilidade do nutricionista na área de Saúde Coletiva, prestar assistência e 
educação nutricional para a comunidade. Ao realizar essas atribuições, precisa 
participar de equipes multiprofissionais entre outras atividades. O PSF é um programa 
institucional que abre as portas para essa atuação do nutricionista na área de saúde 
coletiva. Porém, em muitos PSFs ainda há ausência de nutricionista (MATTOS et al., 
2012). 
O único profissional que recebe em sua formação acadêmica o conhecimento 
específico é o nutricionista que permite a partir de diagnóstico e observação de valores 
socioculturais de cada paciente, propor as devidas orientações nutricionais 
adequando-as à realidade de cada família, sendo um profissional indispensável no 
modelo de atenção à saúde proposto pelo governo (MATTOS et al., 20012). 
O nutricionista tem o importante papel de promover uma reeducação dos 
hábitos alimentares da população fazendo a prevenção de doenças e a promoção da 
qualidade de vida. Nos serviços de saúde, através das consultas com monitoramento 
do estado nutricional, há possibilidade de diagnósticos longitudinais, o que é de 
grande importância para a melhoria das condições alimentares e nutricionais da 
comunidade. Com a coleta de dados antropométricos integrados a outros marcadores 
de saúde como hipertensão e diabetes, há uma resposta mais efetiva com relação à 
necessidade de cada paciente (MATTOS et al., 20012). 
 
1.1.1 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) 
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) é um órgão de 
assessoramento imediato à Presidência da República, que integra o Sistema Nacional 
de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). É composto por dois terços de 
representantes da sociedade civil e um terço de representantes governamentais. A 
presidência é exercida por um (uma) representante da sociedade civil, indicado (a) 
entre os seus membros e designado (a) pela Presidência da República., cujas 
decisões são tomadas coletivamente por conselheiros representantes do poder 
público e da sociedade civil (BRASIL, 2012). 
Foi instituído por meio do decreto número 807/93 e tem como objetivo propor 
diretrizes gerais da Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional 
Sustentável. A Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável tem 
como objetivo específico a defesa, a promoção e a garantia do direito humano à 
7 
 
alimentação adequada e saudável para cada habitante do Estado de São Paulo, 
independentemente de sua idade e condição social (BRASIL, 2012). 
CONSEA Nacional 
Foi atribuída a tarefa de articular as três esferas de governo (municipal, 
estadual e federal) e a sociedade civil (movimentos sociais e ONGs) na revisão dos 
programas federais então existentes, bem como elaborar o Plano de Combate à Fome 
e à Miséria. A segurança alimentar e nutricional, com a abrangência adquirida no 
Brasil, ainda são um conceito relativamente novo (BRASIL, 2012). 
Compete ao CONSEA Nacional exercer o controle social e atuar na formulação, 
monitoramento e avaliação da Política e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional (BRASIL, 2012). 
As atividades como conselheiro nacional não são remuneradas e a atividade é 
considerada como relevante serviço público. O conselho é composto por 57 
conselheiros, além de 28 observadores convidados (BRASIL, 2012). 
CONSEA Estadual 
O Decreto n° 47.763 de 11 de abril de 2003, institui o CONSEA/SP, órgão 
colegiado de caráter consultivo e de assessoramento imediato ao Governador do 
estado, com o objetivo de propor as diretrizes gerais da política estadual de segurança 
alimentar e nutricional (BRASIL, 2012). 
O Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável 
(CONSEA/SP) é formado por 36 conselheiros, sendo 12 membros do poder público 
estadual, e 24 membros da sociedade civil, dentre eles 16 membros são 
representantes das CRSANS – Comissão Regional de Segurança Alimentar e 
Nutricional Sustentável e 8 membros de entidades com contribuição na área de 
segurança alimentar (BRASIL, 2012). 
O CONSEA conta também em sua estrutura com convidados permanentes 
representantes de órgãos públicos e de entidades da sociedade civil conforme Art. 5º- 
Decreto 59.146/2013 (BRASIL, 2012). 
CONSEA Municipal 
A Lei 11.346, de 15.09.2006, criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar 
e Nutricional (SISAN), cuja consolidação é uma construção coletiva da sociedade e 
dos governos, nos âmbitos municipal, estadual e federal (BRASIL, 2012). 
8 
 
A existência de Conselhos Municipais de Segurança Alimentar e Nutricional, 
nos quais tenham assentos representantes da sociedade e do governo, é um dos 
passos importantes para a construção do SISAN (BRASIL, 2012). 
Outro detalhe importante é que a segurança alimentar deve ser realizada em 
bases sustentáveis. Esse é um direito que cabe ao povo brasileiro. Um direito de se 
alimentar devidamente, respeitando as características culturais de cada região e suas 
particularidades no ato de se alimentar (BRASIL, 2012). 
O conselho é composto por 57 conselheiros, além de 28 observadores 
convidados (BRASIL, 2012). 
O CONSEA Municipal elabora diretrizes para implantar o plano e a política local 
de segurança alimentar e nutricional, em sintonia com as diretrizes traçadas pelos 
conselhos estadual e nacional e com a Política Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional; orienta a implantação de programas sociais ligados à alimentação, 
estabelecendo diretrizes e prioridades; e articula a participação da sociedade civil 
(BRASIL, 2012). 
 
1.1.2 Estratégia Saúde da Família (ESF) 
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, 
de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da 
Saúde e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo 
CONASS e CONASEMS, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação 
da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior 
potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de 
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividade, 
além de propiciar uma importante relação custo-efetividade (BRASIL, 2012). 
São itens necessários à Estratégia Saúde da Família: 
I - Existência de equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) 
composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família 
ou médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em 
Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de 
saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe 
multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou 
especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal; 
9 
 
II - O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população 
cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de 
Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por 
equipe; 
III - Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 
4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, respeitando critérios de 
equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe 
considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto 
maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por 
equipe; 
IV - Cadastramento de cada profissionalde saúde em apenas uma ESF, 
exceção feita somente ao profissional médico, que poderá atuar em, no máximo, duas 
ESF e com carga horária total de 40 horas semanais; 
V - Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde 
membros da equipe de Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos, cuja 
jornada é descrita no próximo inciso. A jornada de 40 horas deve observar a 
necessidade de dedicação mínima de 32 horas da carga horária para atividades na 
equipe de Saúde da Família, podendo, conforme decisão e prévia autorização do 
gestor, dedicar até oito horas do total da carga horária para prestação de serviços na 
rede de urgência do município ou para atividades de especialização em Saúde da 
Família, residência multiprofissional e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, 
bem como atividades de educação permanente e apoio matricial (BRASIL, 2012). 
1.1.3 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo 
de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua 
resolubilidade. São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes 
áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os 
profissionais das equipes de Saúde da Família, das equipes de atenção básica para 
populações específicas (Consultórios na Rua, equipes Ribeirinhas e Fluviais etc.) e 
Academia da Saúde, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios 
sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às 
equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território dessas 
equipes (BRASIL, 2012). 
10 
 
Esta atuação integrada permite realizar discussões de casos clínicos, 
possibilita o atendimento compartilhado entre profissionais tanto na Unidade de Saúde 
como nas visitas domiciliares, permite a construção conjunta de projetos terapêuticos 
de forma que amplia e qualifica as intervenções no território e na saúde de grupos 
populacionais. Essas ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco 
prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde (BRASIL, 2012). 
São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: 
discussão de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta 
de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde 
de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção 
e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes (BRASIL, 
2012). 
Todas as atividades podem ser desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde, 
Academias da Saúde ou em outros pontos do território. Os NASF devem utilizar as 
Academias da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de intervenção 
coletiva das equipes de atenção básica para as ações de promoção de saúde, 
buscando fortalecer o protagonismo de grupos sociais em condições de 
vulnerabilidade na superação de sua condição. Os NASF podem ser organizados em 
duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma modalidade de 
forma concomitante nos municípios e no Distrito Federal não receberá incentivo 
financeiro federal, o NASF 1 deverá ter equipe formada por uma composição de 
profissionais de nível superior escolhidos entre as ocupações listadas abaixo que 
reúnam as seguintes condições: 
I - A soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve 
acumular, no mínimo, 200 horas semanais; 
II - Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; 
III - Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter, no mínimo, 20 horas 
e, no máximo, 80 horas de carga horária semanal. 
O NASF 2 deverá ter equipe formada por uma composição de profissionais de 
nível superior escolhidos entre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguintes 
condições: 
I - A soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve 
acumular, no mínimo,120 horas semanais; 
II - Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; 
11 
 
III - Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter, no mínimo, 20 horas 
e, no máximo, 40 horas de carga horária semanal (BRASIL, 2012). 
Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações do Código Brasileiro 
de Ocupações (CBO): médico acupunturista; assistente social; profissional, professor 
de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico 
ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; 
médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica 
médica); médico do trabalho; médico veterinário; profissional com formação em arte e 
educação (arte educador); e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional 
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou 
graduado diretamente em uma dessas áreas (BRASIL, 2012). 
A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, 
seguindo os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e 
das necessidades locais e das equipes de saúde que serão apoiadas (BRASIL, 2012). 
 
1.2 Ministério da Saúde 
O Ministério da Saúde é o órgão do Poder Executivo Federal responsável pela 
organização e elaboração de planos e políticas públicas voltados para a promoção, 
prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. Sua função é dispor de condições 
para a proteção e recuperação da saúde da população, reduzindo as enfermidades, 
controlando as doenças endêmicas e parasitárias e melhorando a vigilância à saúde, 
dando, assim, mais qualidade de vida ao brasileiro (BRASIL, 2021). 
A Figura 1 mostra o atual Organograma do Ministério da Saúde do Brasil. 
12 
 
Figura 1: Organograma do Ministério da Saúde 
Fonte: BRASIL, 2021. 
13 
 
1.3 Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição 
A Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição tem como sua principal 
missão implementar ações de acordo com as diretrizes da Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição (PNAN) com vistas a garantia de condições de saúde 
adequadas à população brasileira (BRASIL, 2012). 
Entre as suas atribuições destaca-se: 
I - Planejar, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar o processo de 
implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, visando a melhoria 
das condições nutricionais da população no curso da vida e observando os princípios 
e diretrizes do SUS (BRASIL, 2012). 
II - Propor, planejar, normalizar, gerenciar, monitorar e avaliar, em âmbito 
nacional, a execução de planos, programas, projetos, ações e atividades necessárias 
a concretização da Política Nacional de Alimentação e Nutrição; (BRASIL, 2012). 
III - Articular-se com os Estados, Municípios e o Distrito Federal, de modo a 
estimular sua adesão aos programas e projetos na área da Alimentação e Nutrição e 
prestar-lhes cooperação técnica para o aperfeiçoamento da capacidade gerencial e 
operacional nessa área (BRASIL, 2012). 
VI - Promover a articulação com órgãos, entidades e agências de fomento, de 
financiamento e de pesquisa, nacionais e internacionais, para o desenvolvimento de 
projetos de cooperação, estudos e pesquisas em alimentação e nutrição (BRASIL, 
2012). 
VII - Promover e incentivar a qualificação da força de trabalho para 
implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (BRASIL, 2012) 
VIII - Fomentar e participar de atividades intersetoriais para o planejamento e 
implementação da política e de planos, programas, projetos e atividades de segurança 
alimentar e nutricional (BRASIL, 2012). 
 
 
1.4 Prefeitura de Sorocaba – Secretaria da Saúde 
O Plano Municipal de Saúde foi organizado respeitando eixos estratégicos 
buscando garantir o planejamento das ações de saúde, com vistas a promover, 
proteger e recuperar a saúde da população de Sorocaba, garantindo o cumprimentodos princípios do SUS, através de políticas públicas, ações Inter setoriais e próprias, 
buscando a melhoria da qualidade de vida da população. Também foi assumido o 
14 
 
compromisso de fazer a gestão, dos recursos financeiros próprios e de repasse das 
outras esferas de governo, que são destinados ao setor saúde e fazer a gestão de 
todo o sistema de saúde municipal através do planejamento, execução e fiscalização 
das atividades referentes à saúde pública (FERNANDES, 2014). 
Eixos estratégicos que organizaram este plano: 
1. Fortalecer o controle social e os canais de aproximação com o usuário. 
2. Fortalecer as ações Inter federativas. 
3. Aprimorar o funcionamento dos serviços de regulação municipais. 
4. Fortalecer o monitoramento e a auditoria dos serviços de saúde sob gestão 
municipal. 
5. Fortalecer a formação dos profissionais para o SUS. 
6. Fortalecer as ações para a redução dos riscos e agravos à saúde da população. 
7. Fortalecer a atenção integral à saúde da população. 
A partir destes eixos, foram propostos objetivos estratégicos, ações, 
indicadores e metas para os anos de 2014 até 2017. As ações propostas estão 
vinculadas à disponibilidade financeira, logo, em função de mudanças no equilíbrio 
fiscal, algumas ações podem ser revistas ao longo do processo (FERNANDES, 2014). 
A Figura 2 mostra o organograma atual da Secretaria da Saúde de Sorocaba. 
 
15 
 
Figura 2: Organograma da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Sorocaba. 
 
Fonte: SOROCABA, 2021. 
16 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivo Geral 
Promover, proteger e recuperar a saúde dos indivíduos e da coletividade no 
ciclo da vida. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
• Identificar os diferentes níveis do sistema de saúde, destacando o papel da 
Atenção Primária à Saúde. 
• Realizar diagnóstico da área de abrangência da Unidade Básica de Saúde, com 
base nos indicadores de Saúde da OMS. 
• Identificar a epidemiologia dos problemas nutricionais da população a ser 
assistida. 
• Conhecer os programas de atenção à saúde desenvolvida pela instituição. 
• Avaliar as políticas públicas do município. 
• Desenvolver ações de educação em saúde e de educação nutricional. 
• Propiciar a integração multiprofissional e interdisciplinar. 
• Realizar pesquisas de caráter operacional, de acordo com as necessidades do 
serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 AÇÕES NA ÁREA DE NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA 
 
3.1 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência 
acumulada de vários atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a 
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, 
trabalhadores e gestores das três esferas de governo (BRASIL, 2012). 
No Brasil, a Atenção Básica (AB) é desenvolvida com alto grau de 
descentralização, capilaridade e próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato 
preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de comunicação com 
toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos 
princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do 
cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da 
equidade e da participação social (BRASIL, 2012). 
As Unidades Básicas de Saúdes instaladas perto de onde as pessoas moram, 
trabalham, estudam e vivem desempenham um papel central na garantia de acesso à 
população a uma atenção à saúde de qualidade. Dotar estas unidades da 
infraestrutura necessária a este atendimento é um desafio que o Brasil único país do 
mundo com mais de 100 milhões de habitantes com um sistema de saúde público, 
universal, integral e gratuito está enfrentando com os investimentos do Ministério da 
Saúde. Essa é uma missão faz parte da estratégia Saúde Mais Perto de Você, que 
enfrenta os entraves à expansão e ao desenvolvimento da atenção básica no País 
(BRASIL, 2012). 
Em 2012, além do aumento dos recursos (quase 40% em relação a 2010) 
repassados, fundo a fundo desde a criação do PAB, a nova PNAB mudou o desenho 
do financiamento federal para a atenção básica, passando a combinar equidade e 
qualidade. Em relação à equidade, o PAB Fixo diferencia o valor per capita por 
município, beneficiando o município mais pobre, menor, com maior percentual de 
população pobre e extremamente pobre e com as menores densidades demográficas. 
Pelo viés da qualidade, induz a mudança de modelo por meio da Estratégia Saúde da 
Família e cria um componente de qualidade que avalia, valoriza e premia equipes e 
municípios, garantindo aumento do repasse de recursos em função da 
contratualização de compromissos e do alcance de resultados, a partir da referência 
de padrões de acesso e qualidade pactuados de maneira tripartite (BRASIL, 2012). 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php
18 
 
 
3.2 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) 
 
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 
1999 integra os esforços do Estado brasileiro, que, por meio de um conjunto de 
políticas públicas propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos 
à saúde e à alimentação. A completar-se dez anos de publicação da PNAN, deu-se 
início ao processo de atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, de 
forma a consolidar-se como uma referência para os novos desafios a serem 
enfrentados no campo da alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde (SUS) 
(BRASIL, 2012). 
As diretrizes da PNAN são: 
1) Organização da Atenção Nutricional; 
2) Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; 
3) Vigilância Alimentar e Nutricional; 
4) Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição; 
5) Participação e Controle Social; 
6) Qualificação de Força de Trabalho; 
7) Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; 
8) Controle e Regulação dos Alimentos e 
9) Cooperação e Articulação para Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 
2012). 
A PNAN apresenta como propósito a melhoria das condições de alimentação, 
nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas 
alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção 
e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Para tanto 
está organizada em diretrizes que abrangem o escopo da atenção nutricional no SUS 
com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos 
relacionados à alimentação e nutrição; atividades, essas, integradas às demais ações 
de saúde nas redes de atenção, tendo a atenção básica como ordenadora das ações 
(BRASIL, 2012). 
 
 
 
19 
 
 
3.3 Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) 
No Brasil, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi instituída pelo 
Ministério da Saúde em 2006 e redefinida em 2014, trazendo em sua base o conceito 
ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto 
de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, 
caracterizando pela articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da 
RAS, buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com 
ampla participação e controle social (BRASIL, 2021). 
Segundo a Carta de Ottawa, documento oriundo da Primeira Conferência 
Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em 1986, Promoção da Saúde é o 
“processo de capacitação dos sujeitos e coletividades para identificar os fatores e 
condições determinantes da saúde e exercer controle sobre eles, de modo a garantir 
a melhoria das condições de vida e saúde da população”(BRASIL, 2021). 
 
 
3.4 Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais 
 Vitamina A 
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A consiste na 
suplementação profilática medicamentosa para crianças de 6 a 59 meses de idade e 
mulheres no pós-parto pornão atingir, através da alimentação, a quantidade diária 
necessária para prevenir a deficiência dessa vitamina no organismo (BRASIL, 2013). 
A composição da megadose de vitamina A distribuída pelo Ministério da Saúde 
é: vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de vitamina E. O 
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A distribui cápsulas em duas 
dosagens: de 100.000 UI e de 200.000 UI, acondicionadas em frascos, contendo, 
cada um, 50 cápsulas gelatinosas moles. As cápsulas apresentam cores diferentes, 
de acordo com a concentração de vitamina A. Os suplementos são distribuídos, 
gratuitamente, nas Unidades básicas de Saúde que formam a rede SUS (BRASIL, 
2013). 
Esse programa faz parte da Ação Brasil Carinhoso constante no Programa 
Brasil sem Miséria, que objetiva o combate à pobreza absoluta na primeira infância e 
reforça a assistência à criança menor de 5 anos para prevenção da deficiência de 
20 
 
vitamina A, garantindo o acesso e disponibilidade do insumo a todas as crianças nessa 
faixa etária nas Regiões Norte e Nordeste e os municípios das Regiões Centro-Oeste, 
Sul e Sudeste contemplados no Programa Brasil sem Miséria (BRASIL, 2012). 
 
 
Na Unidade Básica de Saúde da Vila Santana, a suplementação de vitamina A 
não é fornecida para a comunidade em geral. 
 
 Ferro 
No Programa Nacional de Suplementação de Ferro, instituído pela Portaria nº 
730 de 13 de maio de 2005, é uma das estratégias da Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição para o combate da deficiência de ferro no Brasil, é uma das 
ações prioritárias do setor saúde na Ação Brasil Carinhoso. O objetivo do programa é 
a prevenção e controle da anemia por meio da administração profilática de 
suplementos de ferro às crianças de 6 a 24 meses de idade, gestantes (incluindo 
também o ácido fólico) e mulheres até 3º mês pós-parto e/ou pós aborto (BRASIL, 
2012). 
No ano de 2013 o programa foi reformulado sendo descentralizada a aquisição 
dos suplementos para a esfera municipal, distrital e estadual (onde couber) através 
do recurso do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, de acordo com a 
Portaria nº 1.555 de 30 de julho de 2013. Além disso, o sistema de gestão do PNSF 
foi encerrado para a inserção de dados, sendo orientado aos municípios a implantação 
do e-SUS Atenção Básica (Sistema de Informações da Atenção Básica – SISAB) e o 
Hórus (Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica) para 
monitoramento do programa (BRASIL, 2012). 
A Unidade Básica de Saúde da Vila Santana possui a suplementação de ferro 
em conformidade com a portaria nº 730 de 13/05/05, sendo distribuído somente para 
o público geral o sulfato ferroso. 
 
Iodo 
Desde a década de 50 é obrigatória a iodação de todo o sal destinado ao 
consumo humano. Nessa época, aproximadamente 20% da população apresentavam 
Distúrbio por Deficiência de Iodo (DDI). Assim, com o propósito de diminuir essas altas 
prevalências adotou-se a iodação universal do sal. Após cerca de seis décadas de 
21 
 
intervenção, se observa redução na prevalência de DDI no Brasil (20,7% em 1955; 
14,1% em 1974; 1,3% em 1994; e 1,4% em 2000) (BRASIL, 2021). 
O Iodo é um micronutriente essencial para o homem e outros animais. Existe 
apenas uma única função conhecida do Iodo no organismo humano: ele é utilizado na 
síntese dos hormônios tireoidianos (hormônios produzidos pela tireóide, uma glândula 
que se localiza na base frontal do pescoço): a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). 
Esses hormônios têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e 
neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, 
principalmente na manutenção do calor do corpo). São muito importantes para o 
funcionamento de vários órgãos como o coração, fígado, rins, ovários e outros 
(BRASIL,2021). 
 Os Distúrbios por Deficiência de Iodo são fenômenos naturais e permanentes, 
que estão amplamente distribuídos em várias regiões do mundo. Populações que 
vivem em áreas deficientes em iodo sempre terão o risco de apresentar os distúrbios 
causados por esta deficiência, cujo impacto sobre os níveis de desenvolvimento 
humano, social e econômico são muito graves (BRASIL, 2021). 
A deficiência de iodo pode causar cretinismo em crianças (retardo mental grave 
e irreversível), surdo-mudez, anomalias congênitas, bem como a manifestação clínica 
mais visível, o bócio (hipertrofia da glândula tireóide). Além disso, a má nutrição de 
iodo está relacionada com altas taxas de natimortos e nascimento de crianças com 
baixo peso, problemas no período gestacional, e aumento do risco de abortos e 
mortalidade materna (BRASIL, 2021). 
Associada a esses problemas, a deficiência de iodo contribui para o aumento 
do gasto com atendimento em saúde e em educação, uma vez que incrementa as 
taxas de repetência e evasão escolar, e ainda proporciona a redução da capacidade 
para o trabalho. Portanto, direta ou indiretamente acarreta prejuízos sócio-econômicos 
ao país. Consequentemente, as estratégias dirigidas a controlar a deficiência de iodo, 
devem ser permanentes e fundamentalmente preventivas, especialmente quando se 
destinam às gestantes, nutrizes e crianças menores de dois anos de idade (BRASIL, 
2021). 
O que vem ocorrendo desde então são adequações à legislação para atender 
melhor a população na prevenção dos distúrbios causados pela deficiência de iodo. 
Foi o que ocorreu em 1999, quando os teores de iodação do sal se adequaram às 
faixas de 40 a 100 ppm. Em fevereiro de 2003, foi aberta consulta pública pela Agência 
22 
 
Nacional de Vigilância Sanitária, na qual a faixa de iodação foi ajustada para 20 a 60 
ppm. Todas as adequações de iodação do sal, realizadas pelo Ministério da Saúde, 
são feitas de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde e 
especialistas nacionais no tema (BRASIL,2021). 
O Programa de Combate aos Distúrbios por Deficiência de Iodo no Brasil - Pró 
Iodo, é uma das ações mais bem sucedidas no combate aos distúrbios por deficiência 
de micronutrientes e tem sido elogiado pelos organismos internacionais pela sua 
condução e resultado obtido na eliminação do bócio endêmico no País. Entre as 
ações, a iodação universal do sal para consumo humano e o monitoramento e 
fiscalização das indústrias salineiras são as principais responsáveis pelo sucesso do 
programa (BRASIL, 2021). 
Unidade Básica de Saúde da Vila Santana, não possui orientações para 
suplementação de iodo. 
 
Sódio 
Com o objetivo de reduzir a carga de doenças crônicas que têm aumentado no 
nosso País, algumas ações que visam ao melhoramento nutricional dos alimentos 
processados estão sendo colocadas em prática, principalmente em relação à redução 
de gorduras, açúcares e sódio (BRASIL, 2012). 
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, há consumo 
excessivo de açúcares pela população brasileira (61%) devido à elevada ingestão de 
sucos, refrigerantes e refrescos, açucarados, aliada ao baixo consumo de frutas e 
hortaliças (BRASIL, 2012). 
Há fortes evidências do aumento do risco de cardiopatias devido ao consumo 
de gordura trans, havendo indicações de que aumente também o risco de morte 
cardíaca súbita e diabetes. Dados como esses vêm causando preocupação em todo 
o mundo, devido ao impacto causado no sistema de saúde pela carga de 
enfermidades e incapacidade imposta pelas doenças cardiovasculares (BRASIL, 
2012). 
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, a recomendação 
de sal não deve ultrapassar 5 g por dia (1,7 g de sódio). O consumo médio do brasileiro 
é de 12 g diárias, ou seja, mais que o dobro da recomendação máxima (BRASIL, 
2012). 
23 
 
Dada a importância desse tema na agenda da saúde, a formulação dos 
alimentos processados figura no Plano Plurianual de Ação do Ministério da Saúde 
para 2012-2015, bem como no Plano Nacional para enfrentamento das DoençasCrônicas Não Transmissíveis. Em 2007, foi assinado e, em 2010, foi renovado termo 
de compromisso entre o Ministério da Saúde e associações representativas do setor 
produtivo que traz, entre seus objetivos, a redução das quantidades de açúcar, 
gorduras e sódio nos alimentos processados (BRASIL, 2012). 
A Unidade Básica de Saúde da Vila Santana não possui nenhum grupo fixo 
para orientações do uso consciente do sódio. Essa conscientização vem por meio de 
consultas com o próprio médico, e se necessário, ocorre o encaminhamento aos 
estagiários de nutrição da UNIP que atendem na unidade. Estes pacientes hipertensos 
vêm sendo orientado pelos estagiários através de consulta. 
 
Deficiência de Vitamina B1 – Beribéri 
O Beribéri é uma doença causada pela deficiência de Tiamina (vitamina B1). 
No Brasil desde 2006, têm sido notificados casos de Beribéri nos estados do 
Maranhão e Tocantins. Em 2008, foram identificados casos suspeitos de Beribéri em 
indígenas das etnias Ingaricó e Macuxi, no município de Uiramutã/Roraima e, desde 
então estão sendo empreendidas ações em parceria com o estado e município na 
investigação, acompanhamento, prevenção e controle do Beribéri. Em nível mundial, 
o Beribéri não é mais uma doença largamente difundida na população (BRASIL,2021). 
 Tendo em vista que há mais de oitenta anos não se tinha registro de surtos 
de Beribéri no país, sua relevância epidemiológica se deve ao fato de acometer, 
majoritariamente, adultos jovens do sexo masculino, e pela sua capacidade de causar 
surtos e epidemias com o adoecimento e óbito em curto período de tempo. O Beribéri 
tem sido um importante problema de saúde pública, determinado pelas condições de 
vida e trabalho, sendo imprescindível, além das políticas de saúde, a definição de 
ações no bojo das políticas sociais para o seu enfrentamento (BRASIL, 2021). 
 Como a maioria das doenças nutricionais, grande parte dos surtos de beribéri 
associa-se a condições de pobreza e fome relacionando-se a situações graves de 
insegurança alimentar e nutricional, alimentação monótona baseada em arroz polido, 
elevado teor de carboidratos simples e também a alguns grupos de risco específicos 
como alcoolistas, gestantes, crianças e pessoas que exercem atividade física 
extenuante (BRASIL, 2021). 
24 
 
 A carência da tiamina pode levar de dois a três meses para manifestar os sinais 
e sintomas que inicialmente são leves como insônia, nervosismo, irritação, fadiga, 
perda de apetite e energia e evoluem para quadros mais graves como parestesia, 
edema de membros inferiores, dificuldade respiratória e cardiopatia (BRASIL, 2021). 
 Após a oficina de formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde para 
o enfrentamento do Beribéri, realizada nos dias 5 e 6 de dezembro de 2011, a 
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS) desenvolveu o 
Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional 
dos Casos de Beribéri, que foi lançado em 2012 (BRASIL,2021). 
 Esse guia de consulta destina-se aos profissionais de saúde de toda a rede de 
atenção do SUS e de seu Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em especial 
àqueles que atuam na atenção básica, vigilância epidemiológica e que permanecem 
em contato direto com as populações sob risco, e destaca os aspectos relativos à 
vigilância epidemiológica, assistência e atenção nutricional do Beribéri. Esse enfoque 
visa à adoção das medidas de detecção, prevenção e controle da doença em tempo 
oportuno (BRASIL, 2021). 
 
Desnutrição 
A desnutrição corresponde a uma doença de natureza clínico-social 
multifatorial, cujas raízes se encontram na pobreza. Quando ocorre na primeira 
infância, está associada à maior mortalidade, à recorrência de doenças infecciosas, a 
prejuízos no desenvolvimento psicomotor, ao menor aproveitamento escolar e à 
menor capacidade produtiva na idade adulta. Nos países em desenvolvimento, a 
desnutrição nessa faixa etária constitui-se importante problema de saúde pública 
(BRASIL,2021). 
 No Brasil, a prevalência de déficit de altura para idade foi reduzida pela metade 
entre 1996 e 2006, passando de 13,5% para 6,8%, com declínio médio anual de 
6,3%.² Cabe ressaltar que a redução nesses percentuais de desnutrição não ocorreu 
de forma homogênea, sendo maior entre as famílias e regiões mais pobres e 
vulneráveis do País (BRASIL,2021). 
Da mesma forma, a desnutrição permanece elevada em algumas regiões do País, 
sobretudo em municípios de pequeno porte, e em grupos populacionais específicos, 
estando fortemente concentrada nas Regiões Norte e Nordeste. De acordo com dados 
do Sisvan, atualmente ainda há 253 municípios brasileiros com 10% ou mais crianças 
25 
 
menores de cinco anos com desnutrição aguda, representando um total de 22.194 
crianças(BRASIL,2021). 
 A persistência da desnutrição em um contexto histórico de declínio de sua 
prevalência sinaliza a necessidade de maiores investimentos sociais e de atenção 
focalizada de forma qualificada. Nesse sentido, o setor saúde deve monitorar os casos 
de desnutrição infantil, principalmente dos quadros graves e moderados, e garantir a 
oferta de cuidados adequados para recuperação dos indivíduos desnutridos 
(BRASIL,2021). 
A redução do baixo peso e da baixa estatura entre crianças menores de cinco 
anos de idade em 10% e 15% até 2015, respectivamente, são metas estabelecidas 
na Diretriz 7 – Redução dos Riscos e Agravos à Saúde da População, por Meio das 
Ações de Promoção e Vigilância em Saúde – do Plano Nacional de Saúde 2012-2015 
(BRASIL,2021). 
 Também, no Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 2012-
22015, há a meta de reduzir em 20% a prevalência de baixo peso em crianças 
menores de cinco anos na Região Norte, ratificando o compromisso do setor saúde e 
dos demais setores em relação a esse importante problema de saúde pública 
(Objetivo 1 – Controlar e prevenir os agravos e doenças consequentes da insegurança 
alimentar e nutricional da Diretriz 5 – Fortalecimento das Ações de alimentação e 
nutrição em todos os níveis de atenção à saúde, de modo articulado às demais ações 
de segurança alimentar e nutricional) (BRASIL,2021). 
A elaboração de fluxos e procedimentos para o acolhimento adequado às 
demandas espontâneas e aos casos identificados por busca ativa, no âmbito da 
atenção básica e em articulação com os demais pontos de atenção, que contemplem 
a identificação das causas, avaliação e classificação do risco, estabelecimento de 
Projeto Terapêutico Singular e de articulação com outros setores e políticas sociais, é 
fundamental para o cuidado integral e resolutivo dessa população vulnerável 
(BRASIL,2021). 
Além disso, outras ações já comprovadas e fundamentais para prevenção e 
controle da desnutrição, apoiadas pela CGAN/MS e que podem ser implantadas e 
incorporadas aos fluxos e procedimentos estabelecidos para a atenção às crianças 
desnutridas em seu município, incluem: 
- A promoção ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e da alimentação 
complementar saudável, com continuidade do aleitamento materno até os 2 anos, 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_nacional_saude_2012_2015.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_nacional_saude_2012_2015.pdf
http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/arquivos/LIVRO_PLANO_NACIONAL_CAISAN_FINAL.pdf
http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/arquivos/LIVRO_PLANO_NACIONAL_CAISAN_FINAL.pdf
26 
 
fortalecida pela Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; 
- A prevenção de deficiências nutricionais específicas, com a Suplementação de Ferro 
e Ácido Fólico e Vitamina A; 
- O acompanhamento do estado nutricional de crianças menores de cinco anos, com 
a utilização do SISVAN, com especial atenção às crianças pertencentes a famílias 
beneficiárias do Programa Bolsa Família; 
- A promoção e implantação de ações intersetoriais, por meio da ArticulaçãoIntersetorial, tendo em vista a determinação multifatorial da desnutrição 
(BRASIL,2021). 
 
Necessidades Alimentares Especiais 
Em todas as fases do curso da vida, ocorrem alterações metabólicas e 
fisiológicas que causam mudanças nas necessidades alimentares dos indivíduos, 
assim como um infinito número de patologias e agravos à saúde também pode causar 
mudanças nas necessidades alimentares. As necessidades alimentares especiais 
estão referidas na Política Nacional de Alimentação e Nutrição como as necessidades 
alimentares, sejam restritivas ou suplementares, de indivíduos portadores de 
alteração metabólica ou fisiológica que causem mudanças, temporárias ou 
permanentes, relacionadas à utilização biológica de nutrientes ou a via de consumo 
alimentar (enteral ou parenteral). Dessa forma, são exemplos de necessidades 
alimentares especiais: erros inatos do metabolismo, doença celíaca, HIV/aids, 
intolerâncias alimentares, alergias alimentares, transtornos alimentares, 
prematuridade, nefropatias etc (BRASIL,2021). 
 A Rede de Atenção à Saúde deve garantir assistência adequada aos indivíduos 
portadores de necessidades alimentares especiais, mas a atenção integral a esses 
indivíduos requer um conjunto de ações que não competem apenas ao SUS. Outros 
setores públicos, como a assistência social e a educação, e setores privados, 
especialmente o setor produtivo de alimentos e medicamentos, também têm grande 
responsabilidade nessa questão (BRASIL,2021). 
3.5. Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada – PAAS. 
 
A promoção da saúde consiste num conjunto de estratégias focadas na 
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e coletividades. Pode se materializar por 
https://aps.saude.gov.br/ape/promocaosaude/amamenta
https://aps.saude.gov.br/ape/pcan/ferro
https://aps.saude.gov.br/ape/pcan/ferro
https://aps.saude.gov.br/ape/vitaminaA
https://aps.saude.gov.br/ape/pcan/pnan.php
https://aps.saude.gov.br/ape/bfa
https://aps.saude.gov.br/ape/pcan/desnutricao
https://aps.saude.gov.br/ape/pcan/desnutricao
27 
 
meio de políticas, estratégias, ações e intervenções no meio com objetivo de atuar 
sobre os condicionantes e determinantes sociais de saúde, de forma intersetorial e 
com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte dos indivíduos e 
coletividades no território onde residem, estudam, trabalham, entre outros. As ações 
de promoção da saúde são potencializadas por meio da articulação dos diferentes 
setores da saúde, além da articulação com outros setores. Essas articulações 
promovem a efetividade e sustentabilidade das ações ao longo do tempo, melhorando 
as condições de saúde das populações e dos territórios (BRASIL, 2021). 
A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) tem por objetivo 
apoiar Estados e municípios brasileiros no desenvolvimento da promoção e proteção 
à saúde da população, possibilitando um pleno potencial de crescimento e 
desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. Além disso, reflete a 
preocupação com a prevenção e com o cuidado integral dos agravos relacionados à 
alimentação e nutrição como a prevenção das carências nutricionais específicas, 
desnutrição e contribui para a redução da prevalência do sobrepeso e obesidade e 
das doenças crônicas não transmissíveis, além de contemplar necessidades 
alimentares especiais tais como doença falciforme, hipertensão, diabetes, câncer, 
doença celíaca, entre outras (BRASIL, 2021). 
A PAAS corresponde a uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação 
e Nutrição (PNAN), insere-se como eixo estratégico da Política Nacional de Promoção 
da Saúde (PNPS), e tem como enfoque prioritário a realização de um direito humano 
básico, que proporcione a realização de práticas alimentares apropriadas dos pontos 
de vista biológico e sociocultural, bem como o uso sustentável do meio ambiente. 
Considerando-se que o alimento tem funções que transcendem ao suprimento das 
necessidades biológicas, pois agrega significados culturais, comportamentais e 
afetivos singulares que não podem ser desprezados, a garantia de uma alimentação 
adequada e saudável deve contemplar o resgate de hábitos e práticas alimentares 
regionais que valorizem a produção e o consumo de alimentos locais de baixo custo 
e elevado valor nutritivo, livre de contaminantes, bem como os padrões alimentares 
mais variados. Diferentes estratégias têm sido pensadas no sentido de estimular a 
autonomia dos indivíduos para a realização de escolhas e de favorecer a adoção de 
práticas alimentares (e de vida) saudáveis (BRASIL,2021). 
A Unidade da Vila Santana os médicos e enfermeiros encaminham para os 
estagiários de nutricionista para ter uma Saúde e da Alimentação Adequada. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf
28 
 
 
3.6 Programa Saúde na Escola (PSE) 
 
O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial da Saúde e da 
Educação, foi instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de 
dezembro de 2007. As políticas de saúde e educação voltadas às crianças, 
adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover 
saúde e educação integral. A intersetorialidade das redes públicas de saúde e de 
educação e das demais redes sociais para o desenvolvimento das ações do PSE 
implica mais do que ofertas de serviços num mesmo território, pois deve propiciar a 
sustentabilidade das ações a partir da conformação de redes de corresponsabilidade. 
A articulação entre Escola e Atenção Primária à Saúde é a base do Programa Saúde 
na Escola. O PSE é uma estratégia de integração da saúde e educação para o 
desenvolvimento da cidadania e da qualificação das políticas públicas brasileiras 
(BRASIL, 2021). 
Os funcionários da Unidade Básica de Saúde da Vila Santana alegam que, no 
momento, por conta da pandemia e suporte da Prefeitura, ocorre uma dificuldade para 
realização do programa na unidade. 
3.7 Programa Academia da Saúde 
 
O programa Academia da Saúde, lançado em 2011, é uma estratégia de 
promoção da saúde e produção do cuidado que funciona com a implantação de 
espaços públicos conhecidos como polos do Programa Academia da Saúde. Esses 
polos são dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados. Como 
ponto de atenção no território, complementam o cuidado integral e fortalece as ações 
de promoção da saúde em articulação com outros programas e ações de saúde como 
a Estratégia Saúde da Família, os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e a 
Vigilância em Saúde (BRASIL, 2021). 
No momento, na Unidade Básica da Vila Santana, não existe este programa 
para o público, os funcionários relatam que seria muito bom para a prevenção e 
controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), apontando a atividade 
física e as práticas corporais como as principais ações de intervenção sobre os fatores 
de risco destas doenças. 
29 
 
 3.8 Vigilância Alimentar e Nutricional – VAN. 
 
A avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus 
fatores determinantes compõe a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN). 
Recomenda-se que nos serviços de saúde seja realizada avaliação de consumo 
alimentar e antropometria de indivíduos de todas as fases da vida (crianças, 
adolescentes, adultos, idosos e gestantes) e que estas observações possam ser 
avaliadas de forma integrada com informações provenientes de outras fontes de 
informação, como pequisas, inquéritos e outros Sistemas de Informações em Saúde 
(SIS) (BRASIL, 2021). 
 Para exercer a Vigilância Alimentar e Nutricional ampliada é importante a 
adoção de diferentes estratégias de vigilância epidemiológica, como inquéritos 
populacionais, chamadas nutricionais, produção científica, com destaque para a VAN 
nos serviços de saúde. Estas estratégias juntas irão produzirum conjunto de 
indicadores de saúde e nutrição que deverão orientar a formulação de políticas 
públicas e também das ações locais de atenção nutricional (BRASIL, 2021) 
 
3.9 Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento de DCNT no Brasil, para 
período de 2011 a 2022 
 
O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas 
Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022, define e prioriza as ações e os 
investimentos necessários para preparar o país para enfrentar e deter as DCNT nos 
próximos dez anos (BRASIL, 2011). 
Para a consecução desse Plano, foram estabelecidas diretrizes que orientarão 
a definição ou redefinição dos instrumentos operacionais que o implementarão, como 
ações, estratégias, indicadores, metas, programas, projetos e atividades (BRASIL, 
2011). 
O objetivo do plano é promover o desenvolvimento e a implementação de 
políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a 
prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco e fortalecer os serviços de 
saúde voltados para a atenção aos portadores de doenças crônicas. O Plano visa a 
reduzir a morbidade, incapacidade e mortalidade causadas pelas DCNT, por meio de 
um conjunto de ações preventivas e promocionais de saúde, associadas à detecção 
30 
 
precoce e ao tratamento oportuno e ao reordenamento dos serviços de saúde do 
Sistema Único de Saúde, a partir da Atenção Básica e da participação comunitária 
(BRASIL, 2011). 
São abordados os quatro principais grupos de DCNT (circulatórias, câncer, 
respiratórias crônicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificáveis 
(tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade). A 
abordagem integrada desses fatores de risco atuará nos quatro principais grupos de 
DCNT e trará benefícios para as demais DCNT (BRASIL, 2011). 
A Unidade Básica de Saúde da Vila Santana possui os programas para o 
público Hipertenso e Diabético, oferecem orientações médicas onde são realizadas a 
reeducação alimentar falando da sua importância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
4 CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO E DA UBS 
 
4.1 Indicadores de Saúde 
Após algumas observações, é possível descrever que o bairro é situado na 
Zona Central do município de Sorocaba, possuindo uma boa estrutura comercial, 
contando com escolas, farmácias, supermercados, padarias, lanchonetes, postos de 
gasolina, igrejas, além de boa circulação de ônibus para condução. Possui pracinhas 
comunitárias. 
O atendimento da unidade se estende aos bairros vila Progresso, vila Carvalho, 
vila Santana, vila Santa Rita, vila Adélia e jardim Sorocabano, jardim Marco Antônio, 
jardim Santa Rosália e jardim Juliana. 
O atendimento na UBS é realizado com vários tipos de pacientes, abrangendo 
todos os ciclos da vida, desde recém-nascidos, crianças, gestantes, adolescentes, 
adultos e idosos, sendo a faixa etária predominante de 0 a 60 anos. Os motivos de 
maior procura são para dentistas, clinico geral, ginecologista e vacinação. 
O nível socioeconômico, segundo as informações coletadas, a maioria da 
população atendida é considerado classe média baixa uma população mais carente. 
As principais queixas e procuras são para clinico geral para encaminhamento com 
especialistas, gripes e resfriados e aferição de dextro e pressão arterial. 
 
4.2 Unidade Básica de Saúde 
4.2.1 Estrutura e funcionamento 
A UBS da Vila Santana está situada na rua: Dr. Deodoro Réis, 150 - Vila 
Santana, – Sorocaba/SP, telefone (15) 3234-5620, e atende a população de segunda 
a sexta-feira, das 7:00 às 17:00 horas. 
A estrutura física conta com: estacionamento, recepção, sala de medicação, 
sala de curativos(está reservada para pessoas suspeitas para covid), sala de retorno 
de consulta, sala de ginecologia, consultório odontológico, 2 salas de pediatria, 1 sala 
de reunião, sala de vacina,1 sala para pesagem, 2 salas de enfermagem, sala de 
esterilização, farmácia, copa, cozinha, sala de coordenação, sala de amamentação e 
fraldário, 2 banheiros para pacientes divididos entre masculinos e femininos e 2 
banheiros para funcionários, sendo 1 masculino e 1 feminino. 
 
 
32 
 
4.2.2 Programas e grupos desenvolvidos na UBS 
 
Hipertensos e Diabéticos 
O Hiperdia um sistema de acompanhamento dos usuários onde os profissionais 
da saúde são responsáveis pelo cadastramento e os preenchimentos dos dados 
desses pacientes, permitindo monitorar e regular a distribuição de medicamentos 
contínuos, lançado pelo Ministério da saúde. Os profissionais da saúde realizam suas 
avaliações em conjunto, desenvolvendo ações necessárias com palestras, visitas 
domiciliares, consultas medicas e de enfermagem, o que favorece ao tratamento 
(BRASIL, 2021). 
A unidade oferece o programa Hiperdia, voltado para o atendimento individual 
de pacientes portadores de Diabetes e Hipertensão. No atendimento o profissional de 
enfermagem afere a pressão arterial, níveis de glicemia, fornece orientações e, se 
necessário, faz encaminhamento para a especialidade. 
 
Programa Viva Leite 
O Projeto Viva Leite é o maior programa de distribuição gratuita de leite 
pasteurizado do Brasil. Criado pelo Governo do Estado de São Paulo em 1999, 
distribui anualmente 81 milhões de litros de leite enriquecido para crianças e idosos 
em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social (BRASIL, 2016). 
Cerca de 450 mil famílias recebem esse importante complemento alimentar, 
seguro e de alto valor nutritivo. Cada beneficiário recebe 15 litros de leite por mês, 
com teor de gordura mínimo de 3%, enriquecido com ferro e vitaminas A e D (BRASIL, 
2016). Na Capital e Grande São Paulo, a distribuição é feita por meio de 1.786 
entidades. No interior, são 2.034 pontos de entrega com cobertura total de 100% do 
Estado (BRASIL, 2016). 
Participam do programa crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses. Na Capital, 
idosos acima de 60 anos também podem se cadastrar no projeto. A prioridade é que 
pertençam a famílias com renda mensal de até 1/4 de salário mínimo per capita 
(BRASIL, 2016). 
 O programa da Unidade Básica de Saúde da Vila Santana é um projeto social 
onde são distribuídos leites pasteurizados, são atendidas em torno de 40 crianças 
entre 2 e 5 anos, que recebem em uma média de 15 litros de leite ao mês. 
33 
 
O leite nestogeno é disponibilizado às mães nos dias 1 ao 10 de todo o mês, 
as crianças possuem idades de 0 meses a 1 ano, elas são encaminhadas pelo 
programa PAC. As medidas para o recebimento do leite devem ser as seguintes: ter 
condições financeiras comprovadamente inferiores ao piso estabelecido, fazer o 
cadastro, portar carta assinada pelo médico pediatra responsável que comprovem as 
necessidades presentes. Os profissionais envolvidos no projeto são: médicos 
pediatras e enfermeiros. 
 
Saúde da mulher 
A atenção clínico-ginecológica com ênfase na anticoncepção, no atendimento 
às mulheres vítimas de violência, às doenças sexualmente transmissíveis/aids e à 
saúde das adolescentes são importantes ações de saúde, tanto para a garantia do 
intervalo interpartal e para a prevenção de gravidez indesejada ou de alto risco, quanto 
para identificar fatores de risco ou diagnosticar e tratar doenças/problemas que podem 
com prometer a saúde da mulher e do recém-nato, ou até mesmo alterar a evolução 
normal de uma futura gestação. Não se deve esquecer a atenção à infertilidade, direito 
do cidadão ou casal e dever do Estado (BRASIL, 2014). 
Na UBS da Vila Santana acontecem ações de assistência ao pré-natal, 
incentivo ao parto normal, assistência no climatério e prevenção no câncer de mama 
e colo de útero. 
 
Bolsa Família 
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa federal de transferência direta 
de renda à famílias em situação de pobreza (renda entre R$70,01 a R$140,00 por 
pessoa) ou de extrema pobreza (renda de até R$70,00por pessoa), com a finalidade 
de promover seu acesso aos direitos sociais básicos e romper com o ciclo 
intergeracional da pobreza. O Programa é realizado por meio de auxílio financeiro 
vinculado ao cumprimento de compromissos na Saúde, Educação e Assistência 
Social – condicionalidades (BRASIL, 2012). 
As famílias em situação de pobreza e extrema pobreza podem ter maior 
dificuldade de acesso e de frequência aos serviços de Saúde. Por este motivo, o 
objetivo das condicionalidades do Programa é garantir a oferta das ações básicas, e 
potencializar a melhoria da qualidade de vida das famílias e contribuir para a sua 
inclusão social, a agenda de saúde do PBF no SUS compreende a oferta de serviços 
34 
 
para a realização do pré-natal pelas gestantes, o acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento infantil e imunização (BRASIL, 2012). 
Assim, as famílias beneficiárias do PBF com mulheres com idade entre 14 e 44 
anos e crianças menores de sete anos de idade deverão ser assistidas por uma equipe 
de saúde da família, por agentes comunitários de saúde ou por unidades básicas de 
saúde, que proverão os serviços necessários ao cumprimento das ações de 
responsabilidade da família (BRASIL, 2012). 
Desde 2011, o Bolsa Família faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, que reuniu 
diversas iniciativas para permitir que as famílias deixassem a extrema pobreza, com 
efetivo acesso a direitos básicos e a oportunidades de trabalho e de 
empreendedorismo (BRASIL, 2012). 
O responsável técnico municipal do PBF na Secretaria de Saúde deve 
identificar a relação das famílias beneficiárias do seu município, as quais precisam ser 
acompanhadas pela saúde a cada vigência (janeiro a junho - 1ª vigência - e julho a 
dezembro - 2ª vigência). A identificação dessas famílias é realizada por meio do 
Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde no qual também se inserem 
as informações do acompanhamento e monitoram-se as ações e condicionalidades 
da Saúde (BRASIL, 2012). 
Conforme informação na UBS da Vila Santana, para o paciente receber o 
benefício Bolsa Família ele deve estar cadastrado no programa, estar dentro da renda 
mínima exigida, com a carteirinha de vacinação em dia, onde a unidade de saúde 
encaminha para o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS. 
 
4.2.3 Profissionais e interação interdisciplinar 
A abordagem dos pacientes é feita sobre acolhimento através da enfermaria, e 
se houver necessidade de consulta com especialista, é realizado o encaminhamento. 
O quadro de funcionários da UBS é composto pelos seguintes profissionais: 
Área Quantidade 
COORDENAÇÃO 1 
AUXILIAR DE ADMINISTRAÇÃO 4 
TÉCNICO DE ENFERMAGEM 17 
ENFERMARIA 4 
AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL 1 
35 
 
CIRURGIÃO DENTISTA 1 
PEDIATRA 2 
MÉDICO CLÍNICO 4 
GINECOLOGISTA 1 
Fonte:UBS Vila Santana 
 
4.2.4 Imunização 
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um sucesso do Brasil 
reconhecido no mundo. São mais de 300 milhões de doses anuais distribuídas em 
vacinas, soros e imunoglobulinas, fatos que contribuíram, por exemplo, com a 
erradicação da varíola e da poliomielite, além da redução dos casos e mortes 
derivadas do sarampo, da rubéola, do tétano, da difteria e da coqueluche (BRASIL, 
2021). 
O PNI define os calendários de vacinação considerando a situação 
epidemiológica, o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, com 
orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e 
povos indígenas. E, para que o programa continue representando um sucesso na 
saúde pública, cada vez mais esforços devem ser despendidos. Todas as doenças 
prevenidas pelas vacinas que constam no calendário de vacinação, se não forem alvo 
de ações prioritárias, podem voltar a se tornar recorrentes (BRASIL, 2021). 
 
O quadro mostra o calendário nacional de vacinação para o ano de 2021. 
 
Quadro 1: Calendário de vacinação 
Vacina Doença (prevenção) Idade Doses 
BCG 
HEPATITE B 
Formas graves de Tuberculose 
Hepatite B 
Ao nascer Dose única 
1° dose 
VIP ( Vacina 
inativada de 
Poliomielite) 
PENTA 
(DTO+Hib+HB) 
Rotavírus 
Poliomielite ou Paralisia Infantil 
Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus 
Influenza tipo B e Hepatite B 
Diarreia por Rotavírus 
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças 
causadas pelos pneumococos contidos na 
vacina 
2 meses 1° dose 
36 
 
Pneumocócica 10 
valente 
Meningocócica C 
 
Doença Meningocócica tipo C 
 
3 meses 1° dose 
VIP ( Vacina 
inativada de 
Poliomielite) 
PENTA 
(DTO+Hib+HB) 
Rotavírus 
Pneumocócica 10 
valente 
 
Poliomielite ou Paralisia Infantil 
Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus 
Influenza tipo B e Hepatite B 
Diarreia por Rotavírus 
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças 
causadas pelos pneumococos contidos na 
vacina 
4 meses 2° dose 
Meningocócica C 
 
Doença Meningocócica tipo C 5 meses 2° dose 
VIP ( Vacina 
inativada de 
Poliomielite) 
PENTA 
(DTO+Hib+HB) 
 
Poliomielite ou Paralisia Infantil 
Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus 
Influenza tipo B e Hepatite B 
 
6 meses 3° dose 
Febre Amarela 
(somente os 
municípios com 
risco de 
transmissão da 
doença) 
 
Febre Amarela 9 meses Dose inicial 
Meningocócica C 
Pneumocócica 10 
SRC (Triplice 
Viral) 
Doença Meningocócica tipo C 
Pneumonia, otite, meningite e outras doenças 
causadas pelos pneumococos contidos na 
vacina 
Sarampo, caxumba e Rubéola 
Varicela 
 
12 meses Reforço 
Reforço 
1° dose 
VOP( Vacina Oral 
da Poliomielite) 
DTP 
Hepatite A (HA) 
SCRC + Varicela 
Poliomielite ou Paralisia Infantil 
Difteria, Tétano e Coqueluche 
Hepatite A 
Sarampo, Caxumba e Rubéola 
15 meses 1° Reforço 
1° Reforço 
Dose Única 
37 
 
(Tetraviral) Varicela SRC – Reforço e 
Varicela Dose 
Única 
 
VOP( Vacina Oral 
da Poliomielite) 
Febre Amarela 
com Intervalo 
DIP 
Varicela 
Poliomielite ou Paralisia Infantil 
Difteria, Tétano e Coqueluche 
 
4 anos a 
6 anos 
2° Reforço 
 
HPV Papiloma vírus humano 9 
anos(men
inas) 
11 a 14 
anos 
(meninos) 
Duas doses com 
intervalo de 6 
meses 
Influenza* Influenza ou gripe 6 meses 
a < 5 
anos 
Anual 
ACWY Doença Meningocócica tipo C 
 
11 à 12 
anos 
Reforço ou DU 
Dt (dupla Adulto ) Difteria e Tétano 15 anos Reforço a cada 
10 anos 
Influenza* 
dTp acelular 
Influenza ou Gripe ( em qualquer idade 
Gestacional) 
Difteria, Tétano e Coqueluche (a partir de 20° 
semana de gestação) ou no puerpério- 45 dias 
Gestantes Uma dose a cada 
gestação 
Influenza* Influenza ou Gripe 60 anos 
ou mais 
Anual 
Fonte : Ministério da Saúde, 2021 
*Disponível também, no período do inverno, para puérperas, profissionais da saúde, portadores de 
doenças crônicas. 
HPV 
Mulheres: O esquema vacinal passou de três para duas doses, com intervalo 
de seis meses entre elas. Os estudos recentes mostram que o esquema com duas 
doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos 
não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos 
que receberam três doses. As mulheres vivendo com HIV entre 9 a 26 anos devem 
continuar recebendo o esquema de três doses (BRASIL, 2021). 
38 
 
Homens: No primeiro ano de introdução, a vacina HPV será disponibilizada 
para faixa etária de 12 a 13 anos de idade, considerando o intervalo de zero a seis 
meses (BRASIL, 2021). 
Meninos e homens vivendo com HIV/AIDS, entre 9 e 26 anos de idade deverão 
receber vacina, sendo o esquema de 3 doses 0, 2 e 6 meses (BRASIL, 2021). 
Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária do grupo de abrangência será 
ampliada gradativamente e, até 2020, irá abranger meninos de 9 até 13 anos de idade 
(BRASIL, 2021). 
 
Campanha contra HPV 
O papiloma vírus humano, conhecido como HPV, é um vírus que se instala na 
pele ou em mucosas. Sua ação pode provocar infecções e o câncer de colo do útero.Há mais de 100 diferentes tipos de HPV. Alguns tipos de HPV podem provocar câncer 
e outros podem causar verrugas genitais (BRASIL, 2021). 
A vacina HPV quadrivalente confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18, ou 
seja, abrange os dois principais tipos responsáveis pelo câncer de colo do útero. Com 
isso, a fim reforçar as atuais ações de prevenção do câncer de colo do útero, o 
Ministério da Saúde, com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, dá 
continuidade à estratégia de vacinação contra o HPV (BRASIL, 2021). 
Essa vacina foi inclusa no Calendário Nacional de Vacinação do SUS em março 
de 2014, tendo como população-alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Em 2015, 
a oferta da vacina foi ampliada para as meninas na faixa etária de 9 a 13 anos de 
idade (BRASIL, 2021). 
O Ministério da Saúde adotava o esquema vacinal estendido, composto por três 
doses (0, 6 e 60 meses), entretanto, para meninas de 9 a 13 anos, o esquema vacinal 
mudou para duas doses (0 e 6 meses). A mudança se deu com base em estudos que 
comprovaram a efetividade da imunização em duas doses em meninas nessa faixa 
etária. Para as demais faixas etárias devem ser aplicadas as três doses. A vacinação 
poderá ocorrer nas Unidades de Saúde do SUS e em parceria com as Secretarias de 
Saúde e Educação (BRASIL, 2021). 
 
Febre Amarela 
O vírus da febre amarela se mantém naturalmente num ciclo silvestre de 
transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos 
39 
 
silvestres. O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias (doenças que 
atacam animais) desde 1999, com o objetivo de antecipar a ocorrência da doença. 
Assim, é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio 
da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença por meio do 
controle de vetores nas cidades (BRASIL, 2021). 
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, 
dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a 
pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do 
branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos 
órgãos. Por isso, a recomendação ao identificar os sintomas é procurar uma unidade 
de saúde. Cerca de 20% a 50% das pessoas desenvolvem a forma grave da doença 
(BRASIL, 2021). 
A campanha alerta que os grupos prioritários são aqueles que vivem ou irão 
viajar para áreas afetadas pela febre amarela no País, como: leste de Minas Gerais, 
oeste do Espírito Santo, oeste da Bahia, além do noroeste do Rio de Janeiro, que está 
localizado na divisa com áreas que têm registros de casos (BRASIL, 2021). 
A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose da vacina 
já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como pode haver queda 
na imunidade com o tempo de vacinação, o Ministério da Saúde definiu a manutenção 
de duas doses da vacina Febre Amarela no Calendário Nacional, sendo o esquema 
vacinal uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos. Para 
pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses (BRASIL, 2021). 
A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima 
dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, 
pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de 
emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de 
risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para esses grupos, 
levando em conta o risco de eventos adversos (BRASIL, 2021). 
 
Meningite 
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que 
envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causado por diversos agentes 
infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não 
infecciosos. Meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista 
40 
 
da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e no caso 
da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. A meningite no Brasil é considerada 
uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de 
todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a 
ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão (BRASIL, 
2014). 
Suas vacinas são especificas para cada agente etiológico diferente, as vacinas 
que estão disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional 
de Imunização são: (BRASIL, 2014). 
a) Vacina Pentavalente: protege contra meningite e outras infecções causadas 
pelo H. influenza e tipo b. também confere proteção contra a difteria, tétano, 
coqueluche e hepatite B (BRASIL, 2014). 
b) Vacina BCG: protege contra as formas graves de tuberculose (miliar e 
meníngea) (BRASIL, 2014). 
c) Vacina meningocócica conjugada C: protege contra doença invasiva 
causada por N. meningitidis do sorogrupo C (BRASIL, 2014). 
d) Vacina pneumocócica conjugada 10-valente: protege contra doenças 
invasivas e outras infecções causadas pelo S. pneumonia e dos sorotipos 1, 4, 5, 6B, 
7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F (BRASIL, 2014). 
 As viagens e migrações internacionais podem facilitar a propagação 
intercontinental da doença meningocócica na medida em que os indivíduos podem ter 
exposição à sorogrupos de meningococos não encontrados em seus países. No 
mundo, as maiores incidências de doença meningocócica ocorrem em regiões 
semiáridas e subsaarianas da África em uma região conhecida como o "cinturão da 
meningite", que vai do Senegal, na parte oeste, até a Etiópia, no Leste (BRASIL, 
2014). 
Devido à transmissão ser respiratória, o risco de adquirir a doença também é 
aumentado em condições de superlotação e proximidade prolongada entre as 
pessoas. Na Arábia Saudita, por exemplo, os surtos de doença meningocócica em 
eventos religiosos levaram o governo a exigir que os peregrinos do Hajj e Umrah 
recebam uma dose da vacina meningocócica tetravalente – que protege contra os 
sorogrupos A, C, Y e W135 - pelo menos 10 dias antes de entrarem no país (BRASIL, 
2014). 
41 
 
É de extrema importância que viajantes procurem orientação por profissionais 
especializados em saúde dos viajantes antes da viagem e verifiquem a necessidade 
de serem vacinados. Além disso, alguns cuidados com higiene podem ajudar na 
proteção contra as doenças, como: lavar sempre as mãos e não compartilhar objetos 
de uso pessoa (BRASIL, 2014). 
 
Influenza H1N1 
A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa 
Nacional de Imunizações em 1999, com o propósito de reduzir internações, 
complicações e mortes na população alvo para a vacinação no Brasil (BRASIL, 2016). 
A influenza é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, que pode levar 
ao agravamento e ao óbito, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou 
condições de risco para as complicações da infecção (crianças menores de 5 anos de 
idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não 
transmissíveis e outras condições clínicas especiais) (BRASIL, 2016). 
Em 2016, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Programa 
Nacional de Imunizações (CGPNI), do Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, lança a 18ª Campanha 
Nacional de Vacinação contra a Influenza, no período de 30 de abril a 20 de maio de 
2016, sendo 30 de abril, o dia de mobilização nacional (BRASIL, 2016). 
Nesta campanha, além de indivíduos com 60 anos ou mais de idade, serão 
vacinadas as crianças na faixa etária de seis meses a menores de cinco anos de idade 
(quatro anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o 
parto), os trabalhadores de saúde, os povos indígenas, os grupos portadores de 
doenças crônicas não transmissíveis e outras

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