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Teatro Santa Isabel – Recife – PE 
PROSA, POESIA, TEATRO E O MUNDO ATUAL
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 Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a sociedade 
passou por muitas transformações. Era a civilização 
contemporânea que surgia trazendo consigo a velocidade da 
informação. A televisão já não era mais o veículo mais rápido 
na transmissão de informações. Surgia a internet trazendo em 
tempo recorde os acontecimentos do mundo. O 
conhecimento estanque, absoluto, já não tinha mais espaço. 
Era chegada a globalização. As diferenças sociais 
aumentaram. Enquanto alguns países melhoram a qualidade 
de vida de seus habitantes, outros são massacrados por 
guerras e pela ignorância que cresce entre as populações, 
como as da África, onde ainda morrem crianças vitimadas 
pela fome ou por doenças decorrentes da AIDS. Surge aí a era 
dos extremos.
 No Brasil, vivenciavam-se os tempos difíceis da ditadura, 
da repressão, da tortura enquanto também se vivia um 
momento de intensa e rica produção cultural, que reagia 
contra os problemas sociais como preconceitos e 
moralização hipócrita. Nesse cenário, surgia o cinema novo, 
o tropicalismo, o teatro engajado, e músicas de protestos 
( Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque entre outros).
 Na literatura, com o desenvolvimento das novas 
tecnologias, não havia mais a separação entre a arte culta e a 
arte popular, o que importava no momento era a 
comunicabilidade. Houve uma incorporação entre todas as 
estéticas passadas de forma inovadora. E como forma de 
tornar os problemas sociais mais leves, investe-se no humor 
e no erotismo, muitas vezes, problemas sérios são tratados 
com humor. Na prosa brasileira, destacamos o conto, a 
crônica e o romance.
 O conto passa a ter um papel relevante na literatura, talvez 
como forma de explorar a semelhança entre esta e a notícia 
pela facilidade dos textos serem curtos e apresentarem 
elementos do cotidiano urbano contemporâneo, como a 
violência, a religião, a moral entre outros. 
Leia um fragmento do conto de Dalton Trevisan, onde o leitor 
pode reconstruir toda a angústia sentida pelo personagem.
(...)
 O Senhor conhece um tipo azarado? Esse sou eu. Em 
janeiro bati o carro, não tinha seguro. Depois roubam o 
toca-fitas, nem era meu. Vendi os bancos para um colega e 
recebo só a metade. Em março, despedido da firma onde 
trabalhei sete anos. Empresto o último dinheirinho a outro 
amigo, que não me paga. Vou a um bailão, não danço e acabo 
apanhando.
(...)
 TREVISAN, Dalton. 111 Ais. Porto Alegre: L&PM, 2000. P. 47.
 
 
Outros contistas que se destacam por essa mesma temática 
são: João Antônio, Sérgio Sant’anna, Ricardo Ramos, 
Domingos Pellegrini Jr. E Inácio de Loyola Brandão.
 Murilo Rubião e J.J. Veiga trouxeram uma nova proposta 
para os contos, o realismo fantástico que trata do real e do 
sobrenatural. Moacyr Scliar também se aproximou dessa 
vertente, não tratando do sobrenatural, mas do pouco 
comum, do extraordinário. No conto O centauro no jardim, 
Moacyr conta a história de um menino que nasce centauro e 
os pais o isolam do mundo.
 Destacaram-se na literatura brasileira contemporânea, 
escritores como Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Teles, 
Autran Dourado, Luiz Vilela, Fernando Sabino, Heloísa Seixas 
e Otto Lara Rezende com suas obras de ficção introspectiva e 
reflexiva.
 Outro tipo de gênero narrativo muito popular na literatura 
contemporânea é a crônica. Rubem Braga, Otto Lara 
Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino foram 
alguns escritores que ajudaram a manter vivo o prestígio do 
gênero. Na atualidade, merecem destaque Carlos Heitor Cony, 
Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros pela legião de 
leitores que conquistaram. Gênero de forte tradição, 
publicado por grandes escritores como Machado de Assis, 
José de Alencar, Carlos Drummond e Manuel Bandeira hoje 
ocupa espaços fixos nos principais jornais do país. 
 
Heitor Cony transformou a crônica em um espaço que 
combina reflexão e denúncia.
 
 Foi eleito para a cadeira 3, cujo 
patrono é Artur de Oliveira, em 23 de 
março de 2000, sendo o seu quinto 
ocupante. Foi recebido em 31 de maio 
do mesmo ano, por Arnaldo Niskier. 
Suas qualidades literárias e 
estilísticas são, porém, contestadas 
por boa parte da crítica, que as julga 
supervalorizadas graças aos contatos 
VIP de Cony no mundo político, 
financeiro e filantrópico. É editorialista 
da Folha de São Paulo. Cony 
transformou a crônica em um espaço 
que combina reflexão e denúncia.
Imagem: André Koehne / GNU Free Documentation 
License
Luis Fernando Veríssimo
 Conhecido por suas crônicas 
e textos de humor, que adotou 
como base para desencandear o 
processo analítico da realidade, 
publicados diariamente em vários 
jornais brasileiros, Verissimo é 
também cartunista e tradutor, 
além de roteirista de televisão, 
autor de teatro e romancista. 
Desenhou por dois anos a tira As 
cobras.
Imagem: Marcello Casal Jr./ABr / Creative 
Commons Attribution 3.0 Brazil
Martha Medeiros
 Faz parte da novíssima geração de cronistas gaúchos e 
conquista legiões de leitores interessados em suas reflexões 
sobre os relacionamentos amorosos. Em comum com 
Veríssimo, a autora tem a capacidade de expor o ridículo de 
alguns comportamentos humanos. 
 O romance na atualidade voltou-se mais para genêros 
populares como a narrativa ficcional, a policial e a de ficção 
científica. Alguns escritores contempâneos prosseguiram 
com os romances regionais. João Ubaldo Ribeiro é um dos 
mais conhecidos nessa vertente. Outros que aderiram a essa 
tendência foram Márcio Souza, Mário Palmério, Bernardo Elis 
e José Cândido de Carvalho.
 Nos anos 70, alguns autores denunciaram os problemas 
enfrentados pela ditadura militar através de seus romances, 
entre eles estão: Renato Tapajós, Alfredo Sirkis, Fernando 
Gabeira e Marcelo Rubens Paiva.
 Na linha de ficção memoralista, ganhou destaque 
especial Antonio Callado com seu romance Quarup, onde ele 
traça um panorama político e social do Brasil desde fins da 
era Vargas até a ditadura militar. Outros escritores que 
trabalharam na mesma linha memoralista foram: Ivan 
Ângelo ( A Festa), Rubem Fonseca ( Agosto) e Carlos Heitor 
Cony ( Quase Memória).
Milton Hatoum e Raduan Nassar são escritores atuais que se 
destacam pela qualidade literária dos seus romances 
memoralistas.
 
 Nos romances policiais, ganharam destaque Luiz Alfredo 
Garcia-Roza, Patricia Melo e Jô Soares, já nos romances 
intimistas, Lygia Fagundes Telles, Lya Luft e Nélida Piño.
 De 1980 para cá, além da permanência de autores surgidos 
em outras fases, registra-se a estreia de diversos escritores. 
Prevalece a temática urbana, flagrando a violência, a exclusão 
social e os desequilíbrios psicológicos decorrentes de um 
contexto social caótico. 
 A partir da década de 1990, com a volta da democracia, a 
literatura politizada e de protesto perde terreno, mas 
continuam a ser trabalhados os temas da violência urbana e 
da exclusão social. Paulo Lins, com Cidade de Deus (1997), é 
um dos nomes em destaque dessa geração. 
 Do grupo conhecido como geração 90 sobressaem Marçal 
Aquino e Fernando Bonassi.
 Nos anos 2000, começa a ganhar corpo uma literatura 
também chamada de marginal, por documentar a vida em 
bairros violentos das grandes metropóles e nas prisões, 
Como em Capão pecado (2000), de Ferréz (Reginaldo Ferreira 
de Sá), que nos apresenta um relato do quotidiano do bairro 
de Capão Redondo, em São Paulo.
 Jovens autores retomam alguns procedimentos da prosa 
imediatamente anterior à sua geração e introduzem nela 
traços inovadores. Fica evidente a multiplicidade de 
tendência na prosa brasileira contemporânea e as 
dificuldades de agrupar os autores em tendências, 
especialmenteos mais recentes. Luis Ruffato, Marcelo 
Mirisola e André Sant’Anna são apenas três dos nomes que 
se firmam no panorama literário contemporâneo.
 FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
 Linguagem e Interação;v.3. 1ª ed. Editora Ática: São Paulo- 2011. p.306.
A poesia no mundo atual
 A poesia viveu anos agitados na década de 70. 
Influenciados pela Tropicália, os autores criaram a poesia 
marginal. Cópias das poesias eram penduradas em varais, 
jogadas do alto de edifícios e distribuídas de mão em mão. 
Com muita alegria e humor, mostravam os diferentes 
caminhos para a crise que calava a sociedade brasileira. 
Chacal Charles, Ronaldo Bastos, Ledusha, Cacaso, Francisco 
Alvim, Pedro Lage, Luiz Olavo Fontes, Afonso Henrique, 
Glauco Mattoso, Roberto Piva e outros participaram desse 
movimento.
Com um caráter inovador desse tipo de poesia ganha 
destaque Paulo Leminsk.
 A reinvenção da linguagem e a redescoberta do cotidiano 
são características da poesia contemporânea. Manuel de 
Barros destaca-se nessa nova cena literária, através das 
palvras aprendemos a lançar um novo olhar para o mundo.
Leia um fragmento do poema “Retrato do artista quando 
coisa”:
 
(...)
Retrato do artista quando coisa: borboletas
Já trocam as árvores por mim.
Insetos me desempenham.
Já posso amar as moscas como a mim mesmo.
Os silêncios me praticam.
De tarde um dom de latas velhas se atraca
em meu olho
Mas eu tenho predomínio por lírios.
Plantas desejam a minha boca para crescer
por cima.
Sou livre para os desfrutes das aves.
Dou meiguice aos urubus.
Sapos desejam ser-me.
Quero cristianizar as águas.
Já enxergo o cheiro do sol.
(...)
 BARROS, Manuel de. Retrato do artista quando coisa.
 Rio de Janeiro: Record, 1998. P. 11. ( Fragmento).
 Outro nome de destaque é o de Adélia Prado, mineira, 
admiradora de Drummond, que segue seus passos na 
transformação de pequenas situações cotidianas em poemas 
cujo lirismo quase se pode tocar, e retoma uma tendência 
inaugurada por outro grande mestre, Manuel Bandeira.
Leia um de seus poema onde ela faz uma paródia da poesia 
de Drummond, Poema de sete faces.
Com licença poética – Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
 
http://pensador.uol.com.br/autor/adelia_prado/
http://pensador.uol.com.br/autor/adelia_prado/
 Dos anos 80 até hoje, não é possível enquadrar a produção 
literária das últimas três décadas sob rótulos. O que se 
observa de 1960-70 até hoje é uma multiplicidade de 
tendências e autores inovadores ao mesmo tempo que se 
mantêm estilos consagrados.
 De 1980 a 2000, nota-se grande diversidade de estilos. 
Diversos poetas contemporâneos assimilaram a lição dos 
modernistas. Outros optaram por retomar o lirismo romântico 
ou, ainda, escolheram se manter na vanguarda da crítica 
social.
 FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
 Linguagem e Interação;v.3. 1ª ed. Editora Ática: São Paulo- 2011. p.306.
 O teatro no mundo atual
 
 Tudo começou com a peça “Vestido de Noiva” de Nelson 
Rodrigues. Antes, a produção teatral brasileira não tinha 
muita relevância. Na maioria das vezes, as peças exibidas no 
teatro eram estrangeiras. A peça é apresentada com uma 
linguagem criativa, foi dividida em três planos: o da 
realidade, o da alucinação e o da memória. Essa divisão 
representou uma inovação nunca vista no palco. É 
considerada pelos críticos a obra que melhor se encaixa na 
definição de peça psicológica. Dez anos depois da peça 
Vestido de Noiva, surge no teatro brasileiro, Jorge Andrade, 
com a peça A moratória, que também significou uma 
inovação ao trazer o Brasil rural para o teatro. Essa tendência 
foi seguida por outros dramaturgos.
 Em 1957, Ariano Suassuna 
atribui à sociedade rural um novo 
tratamento, fundindo em sua obra 
tendências opostas como: o 
espontâneo e o elaborado, o 
popular e o erudito. A peça O auto 
da compadecida é um exemplo 
bem-sucedido. A peça conta 
histórias folclóricas associadas a 
manifestações de religiosidade. É 
uma obra inspirada nas obras de 
Gil Vicente.
Imagem: Wilson Dias / Creative Commons 
Attribution 3.0 Brazil
 A partir daí, surgiram outros dramaturgos que 
revolucionaram e revolucionam o teatro brasileiro.
 Surge o teatro de arena, que trouxe para o palco os 
problemas sociais causados pela industrialização da 
sociedade brasileira. Fizeram parte dessa tendência: 
Gianfrancesco Guarnieri ( Eles não usam blak-tie-1958), 
Oduvaldo Viana Filho ( Rasga coração), Dias Gomes ( O 
pagador de promessas). Na década de 60, aparece mais um 
autor revolucionário, Plínio Marcos, com as peças Dois 
perdidos numa noite suja e Navalha na carne, que traz à tona 
o problema da marginalidade e a hipocrisia da sociedade 
brasileira.
 Nos anos 70, inicia-se o teatro experimental, com 
interpretações mais despojadas e de criação coletiva. A 
primeira obra escrita nessa tendência foi Trate-me leão (1977), 
dirigido por Vaz Pereira, Regina Casé e Luis Fernando 
Guimarães. Era uma peça para a qual não havia cenário e 
muitas passagens eram improvisadas.
 
 
 Mais recentemente, o teatro do “besteirol” (esquetes 
criados para explorar situações cômicas da vida cotidiana) 
tem ajudado a dramaturgia brasileira a cair novamente nas 
graças do público. Peças como Batalha de arroz num ringue 
para dois, de Mauro Rasi, e Como encher um biquíni 
selvagem, Miguel Falabella, tornaram-se sucesso imediato, 
lotando centenas de apresentações feitas ao longo dos anos.
 Hoje, o teatro brasileiro conta com vários autores de 
grande estilo que produzem peças dramática e cômica 
maravilhosas. Entre eles destacamos Juca de Oliveira, Maria 
adelaide Amaral, Walcyr Carrasco, Leilah Assunção, Millôr 
Fernandes, Fernando Bonassi , Naum Alves de Souza, Mário 
Bortolotto e Rubens Rewald.
 De 1980 para cá, além da permanência de autores 
surgidos em outras fases, registra-se a estreia de diversos 
escritores. Prevalece a temática urbana, flagrando a violência, 
a exclusão social e os desequilíbrios psicológicos 
decorrentes de um contexto social caótico.
 
 Literatura na era da internet
 Com o acesso à internet, difundiu-se o hipertexto: “ uma 
nova forma de documentos compostos por textos 
formatados e ligações (links) a outros documentos, os quais 
poderão ser do tipo hipertexto ou mesmo imagens, sons, 
vídeos, etc.”.
 Na literatura, a linguagem digital possibilita a grande 
difusão do que se chama de hipernarrativa e de poesia 
digital. A hipernarrativa apresenta uma estrutura diferente da 
narrativa convencional: o leitor pode escolher, por exemplo, 
uma sequência entre os vários caminhos possíveis na 
história, desde que tenha o CD-ROM como mídia.
 Quando a mídia é a internet, ampliam-se os caminhos, pois 
os links conduzem a outras obras, que remetem a outras, e 
assim por diante. As hipernarrativas apresentam a 
possibilidade de escolher vários começos e diferentes finais 
para as narrativas.
 A poesia digital tem suas raízes no poema concreto e no 
poema objeto. Distingue-se da poesia veiculada no meio 
impressopelo fato de ser criada na linguagem digital, ser 
veiculada por essa linguagem e poder ser acessada apenas 
por meio de interfaces digitais. O CD-ROM Interpoesia, de 
Philadelpho Menezes e Wilton Azevedo (2000), é um exemplo 
de obra dessa natureza. Outro CD-ROM, Córtex, lançado em 
2003, apresenta trabalhos em poesia composta na linguagem 
digital ao lado de poesia visual.
 FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo.
 Linguagem e Interação;v.3. 1ª ed. Editora Ática: São Paulo- 2011. p.306.
 
 Algumas poesias contemporâneas
Poesia Marginal
Contranarciso 
Paulo Leminsk
Em mim
Eu vejo o outro
E outro
E outro
Enfim dezenas
Trens passando
Vagões cheios de gente
Centenas
O outro
É você 
Você
 
E você
 
Assim como
Eu estou com você
Eu estou nele
Em nós
E só quando
Estamos em nós
Estamos em paz
Mesmo que estejamos a sós
Paulo Leminsk. Caprichos e relaxos.
 São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 12.
 Poesia atual
 A namorada
Manuel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra
presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa
dela.
Se a namorada respondesse pela mesma
Pedra era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos
galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo da onça era assim.
 Manoel de Barros. Tratado geral das grandezas do infimo.
 Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 17.
 Atividade
1.Visitar a biblioteca da instituição educacional, pesquisar 
poesias contemporâneas e a biografia de seus autores para 
produzir um painel em sala de aula.
 Atividade extra
1 Assistir ao vídeo, baseado no romance de Fernando Gabeira, O 
Que é Isso Companheiro (1997), para debates em sala de aula.
2 Ler para encenar passagens do livro de Ariano Suassuna, O auto 
da compadecida.
3 Oferecer sugestões de leituras contemporâneas como:
❖ Boa companhia: contos, vários autores. São Paulo: Companhia das 
letras, 2oo3.
❖Destino: poesia, vários autores, organização de Ítalo Moriconi.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
❖O conto brasileiro contemporâneo, de Alfredo Bosi. São Paulo: 
Cultrix, 2002, 14. ed.

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