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Hanseníase: Doença Crônica

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HANSENÍASE
Descrição/definição
A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, que acomete principalmente a 
pele e nervos periféricos. O alto potencial incapacitante da hanseníase está relacionado 
à penetração do Mycobacterium leprae na célula nervosa e seu alto poder imunogênico.
Aspectos etiopatogênico, transmissão e influência da gestação
O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, em forma de 
bastonete, que não cresce em meios de cultura artificiais. O homem é considerado a 
única fonte de infecção da hanseníase. A transmissão se dá por meio de uma pessoa 
doente (forma multibacilar infectante da doença – MB), sem tratamento. A principal 
via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada são as vias 
aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe). A hanseníase não é de transmissão he-
reditária (congênita) e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais. 
O período de incubação da doença é longo, em média de dois a cinco anos. Estima-se 
que 90% da população tenha defesa natural contra o M. leprae e sabe-se que a suscep-
tibilidade ao M. leprae tem influência genética.
Hanseníase e gravidez
A gravidez é considerada fator de risco para o (1) aparecimento da hanseníase 
em gestantes infectadas; (2) o agravamento de processos reacionais em gestantes 
em tratamento; ou ainda (3) o recrudescimento de sinais e sintomas em mulheres 
já submetidas a tratamento. As alterações hormonais durante a gestação inibem a 
imunidade celular e, com isso, as reações hansênicas mediadas por esse tipo de imu-
nidade (reação tipo I), ao passo que podem piorar casos de reação tipo II. A reversão 
da imunodepressão fisiológica no pós-parto torna o último trimestre da gravidez e o 
puerpério críticos para a observação dos fenômenos acima.
Manifestações clínicas
Os principais sinais e sintomas da hanseníase são: 
 • Manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com 
perda de sensibilidade (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras 
que evoluem para dormência – se queima ou machuca sem perceber); 
 • Pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos, normalmente sem sintomas; 
 • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente sobrancelhas.
Outros sintomas e sinais que têm sido também observados, porém menos fre-
quentes (em cerca de 30% dos casos novos diagnosticados):
 • Dor e/ou espessamento de nervos periféricos;

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