Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
125 HANSENÍASE Descrição/definição A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, que acomete principalmente a pele e nervos periféricos. O alto potencial incapacitante da hanseníase está relacionado à penetração do Mycobacterium leprae na célula nervosa e seu alto poder imunogênico. Aspectos etiopatogênico, transmissão e influência da gestação O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente e gram-positivo, em forma de bastonete, que não cresce em meios de cultura artificiais. O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente (forma multibacilar infectante da doença – MB), sem tratamento. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a mais provável via de entrada são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe). A hanseníase não é de transmissão he- reditária (congênita) e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais. O período de incubação da doença é longo, em média de dois a cinco anos. Estima-se que 90% da população tenha defesa natural contra o M. leprae e sabe-se que a suscep- tibilidade ao M. leprae tem influência genética. Hanseníase e gravidez A gravidez é considerada fator de risco para o (1) aparecimento da hanseníase em gestantes infectadas; (2) o agravamento de processos reacionais em gestantes em tratamento; ou ainda (3) o recrudescimento de sinais e sintomas em mulheres já submetidas a tratamento. As alterações hormonais durante a gestação inibem a imunidade celular e, com isso, as reações hansênicas mediadas por esse tipo de imu- nidade (reação tipo I), ao passo que podem piorar casos de reação tipo II. A reversão da imunodepressão fisiológica no pós-parto torna o último trimestre da gravidez e o puerpério críticos para a observação dos fenômenos acima. Manifestações clínicas Os principais sinais e sintomas da hanseníase são: • Manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras que evoluem para dormência – se queima ou machuca sem perceber); • Pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos, normalmente sem sintomas; • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente sobrancelhas. Outros sintomas e sinais que têm sido também observados, porém menos fre- quentes (em cerca de 30% dos casos novos diagnosticados): • Dor e/ou espessamento de nervos periféricos;
Compartilhar