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Entamoeba hystolítica - Amebíase

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PARASITOLOGIA 
Graziela Gonzaga Santana 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
ENTAMOEBA SPP 
 
 
 
 
 
MORFOLOGIA 
• Possui a forma de trofozoíto e de cisto. 
• A forma infectante é o cisto. 
• A E. histolytica caracteriza-se por apresentar uma fase 
de vida comensal, por isso 90% dos casos de amebíase 
são assintomáticos, entretanto o parasito pode ser 
tornar patogênico, provocando quadros disentéricos 
de gravidade variável. 
• As amebas citadas se distinguem umas das outras pelo 
tamanho do trofozoíto e do cisto, pela estrutura e pelo 
número dos núcleos nos cistos, pelo número e formas 
das inclusões citoplasmática. 
• Geralmente, os trofozoítos são encontrados no 
intestino, nas úlceras e nas fezes diarreicas; já os cistos 
imaturos ou maduros (bi ou tetranucleados) estão 
presentes nas fezes normais. 
• O Trofozoíto possui tamanho 
variando de 15 a 60 um, forma 
geralmente irregular, núcleo 
único, apresentando anel de 
cromatina nuclear formado por grânulos pequenos e 
regulares e cariossoma puntiforme e central. 
• Os cistos possuem tamanho variado de 15 a 20 um, 
forma geralmente esférica, presença de até quatro 
núcleos com anel de cromatina 
também delicado, cariossoma 
puntiforme e central, no cisto tem-se a 
presença de corpo cromatoide em 
forma de bastonete, com extremidades 
normalmente arredondadas. 
 
CICLO 
• É monoxênico (o parasita possui um único hospedeiro). 
• Inicia-se com a ingestão de água e/ou alimentos 
contaminados por cistos. 
• Após o cisto adentrar no hospedeiro, ocorre o 
desencistamento no intestino delgado, passando de 
cisto para trofozoíto. Ainda no intestino delgado, os 
trofozoítos liberados multiplicam-se por divisão binária 
e produzem cistos, eliminados nas fezes. 
• Devido à proteção conferida pelas paredes císticas, os 
cistos podem sobreviver dias a semanas no ambiente 
externo e tornam-se responsáveis pela transmissão. 
• Trofozoítos também podem ser eliminados em fezes 
diarreicas, mas, uma vez fora do corpo, são 
rapidamente destruídos e, se ingeridos, não 
sobrevivem quando expostos ao ácido gástrico. 
• O equilíbrio parasito-hospedeiro pode ser rompido e os 
trofozítos invadem a submucosa intestinal, 
multiplicando-se no interior das úlceras e podem, 
através da circulação porta, atingir outros órgãos, 
como o fígado e, depois, pulmão, rim, cérebro ou pele, 
causando a amebíase extra intestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EVOLUÇÃO 
• Ciclo não patogênico: corre no intestino grosso, na luz, 
e o resultado final desse ciclo e a eliminação dos cistos. 
• Ciclo patogênico: tem dimensões maiores, o parasito 
precisa invadir a mucosa intestinal. 
VIAS DE TRANSMISSÃO 
• O mecanismo de transmissão ocorre através de 
ingestão de cistos maduros, com alimentos. 
• O uso de água sem tratamento, contaminada por 
dejetos humanos, é um frequente meio de 
contaminação; ingestão de alimentos contaminados 
(verduras cruas - alface, agrião; frutas - morango) é 
importante veículo de cistos. 
• Alimentos também podem ser contaminados por cistos 
veiculados nas patas de baratas e moscas. 
• Além disso, falta de higiene domiciliar pode facilitar a 
disseminação de cistos dentro da família. Os 
“portadores assintomáticos” que manipulam alimentos 
são os principais disseminadores. 
PATOGENIA 
• Após a infecção pelos cistos contaminados, o parasita 
se transforma em trofozoíto e invade o epitélio 
intestinal e causa destruição tecidual. 
• A capacidade de causar doença invasiva que possui o 
trofozoíto depende de fatores como secreção de 
proteases, lise de células-alvo por contato ou 
apoptose, formação de poros em membranas lipídicas, 
alteração de permeabilidade intestinal. 
• Mecanismos de invasão: 
1. Adesão do parasito via receptores específicos de 
células do epitélio intestinal. 
2. Destruição tecidual (histolytica): ação de enzimas 
(citopatogenicidade: formação de úlcera). 
3. Dispersão: trofozoíto – circulação – fígado. 
 
 
• O processo de invasão tecidual é iniciado pelo 
reconhecimento de moléculas do epitélio intestinal 
pelo parasito. 
• À medida que a lesão progride, a superfície mucosa 
sobrejacente é privada de fluxo sanguíneo, sendo 
necrosada, com perfuração da parede intestinal e 
infecção sistêmica. Após a invasão da mucosa, os 
trofozoítos se multiplicam e prosseguem penetrando 
nos tecidos sob a forma de microulcerações. 
• Na submucosa, as amebas podem progredir em todas 
as direções, determinando inicialmente a típica 
ulceração “botão de camisa” ou “colo de garrafa”. 
 
 
 
 
• As lesões amebianas são mais frequentes no ceco e na 
região retossigmodiana. 
 
 
 
 
 
 
FORMAS CLÍNICAS E SINTOMATOLOGIA 
 
AMEBÍASE ASSINTOMÁTICA 
• Representa a grande maioria (80- 90%). 
• A infecção é detectada pelo encontro de cistos no 
exame de fezes. 
AMEBÍASE INTESTINAL 
• Forma invasiva: 
 Mais frequente de modo agudo. 
 Se manifesta por 8 a 10 episódios de evacuações 
diarreicas mucossanguinolentas ou com 
predominância de muco ou de sangue, 
acompanhadas de cólicas intensas, de tenesmo 
ou tremores de frio. Colite amebiana aguda; 
disenteria grave; úlceras intestinais, abscessos. 
 Pode ser grave e até fatal (grávidas e 
imunocomprometidos). 
 Complicações mais comuns: perfurações e colites 
pós-disentéricas, peritonite, hemorragias e, mais 
raramente, estenose, apendicite e ameboma. 
• Forma crônica: 
 Forma clínica mais frequente. 
 Se manifesta por duas a quatro evacuações, 
diarreicas ou não, por dia, com fezes moles ou 
pastosas, às vezes contendo muco ou sangue. 
 Pode apresentar desconforto abdominal ou 
cólicas, em geral localizadas na porção superior. 
 Raramente há manifestação febril. Geralmente, a 
sintomas e períodos silenciosos se alternam. 
 
AMEBÍASE EXTRA INTESTINAL 
• É uma forma mais rara. A forma mais comum é a 
hepática, como abscesso amebiano. 
 
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• Amebíase hepática: 
 Evolução silenciosa. 
 De 1 a 3 meses após o quadro intestinal ou 
concomitantemente. 
 Sintomas: dor no hipocôndrio direito; febre 
irregular e intermitente; calafrios, suores, náuseas 
e vômitos; fraqueza e perda de peso. 
 Exame físico: encontra-se geralmente um fígado 
aumentado de volume e doloroso à percussão na 
área relacionada com o abscesso. Ligeira icterícia 
pode ser observada em 10 a 15% dos casos. 
 Exame radiológico: revela elevação do 
hemidiafragma direito e diminuição de sua 
mobilidade. Quando há envolvimento do 
diafragma (extensão de lesões hepáticas), a dor 
irradia-se para a região clavicular. A radiologia 
mostra pequeno derrame pleural, e o exame 
físico acusa modificação dos sinais acústicos da 
base pulmonar. 
AMEBÍASE PLEUROPULMONAR E OUTROS ÓRGÃOS 
• Pulmão: 
 Em sua forma clássica, há febre, dor torácica no 
lado direito, tosse e expectoração de material que 
lembra molho de chocolate, de tomate ou 
gelatina. Mas, havendo infecção secundária, o 
catarro torna-se amarelado, verde ou rosado. 
 Muitos pacientes têm, simultaneamente, fígado 
aumentado de tamanho ou doloroso, ou uma 
história pregressa de disenteria. 
 Radiografia: pequena mobilidade do 
hemidiafragma direito ou uma discreta e limitada 
elevação projetando-se sobre o desenho da 
cópula diafragmática, até uma efusão pleural 
franca, uma consolidação pulmonar ou a 
formação de abscesso. 
• Cérebro: 
 Podem simular um abscesso piogênico ou serem 
completamente inespecíficas, não recebendo 
diagnóstico adequado, a menos que seja este 
sugerido pelos antecedentes amebianos, 
sobretudo hepáticos ou pulmonares. 
RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO 
• Mecanismo de defesa do hospedeiro: 
• Camada mucosa (mucinas): gel aderente, previne 
adesão e facilita a eliminação. 
• Resposta imune: IgA, IgE, IgG. 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• Geralmente, o quadro clínico da amebíase inclui-se na 
síndrome do cólon irritávelou colite mucosa que tem 
numerosas causas. Por isso, a Entamoeba histolytica 
pode estar ausente de um quadro como esse; ou 
estando presente, pode ser ou não ser sua causa. 
• Condições para um diagnóstico seguro de amebíase: 
 Quadro clínico compatível. 
 Presença de Entamoeba histolytica. 
 Teste sorológico positivo (penetração tecidual). 
 Resposta favorável à terapêutica antiamebiana. 
• Parasitológicos de fezes: a expulsão de parasitas nas 
fezes é intermitente, irregular, o que pode exigir 
feitura de vários exames, em dias diferentes. 
 Pesquisa em fezes líquidas: há sobretudo as 
formas trofozoíticas, sendo raros os cistos. Para o 
exame, diluir o material em solução fisiológica. A 
maneira mais adequada é fixar as amebas a 
úmido e corá-las pela hematoxilina férrica. 
 Pesquisa em fezes formadas (sólidas): predomina 
as formas císticas, recomendam-se as técnicas de 
concentração para cistos. A mais usada é a técnica 
de centrífugo-flutuação no sulfato de zinco. 
• Diagnóstico imunológico: para a detecção de 
antígenos, o teste de ELISA (técnica muito sensível e de 
fácil execução) é o mais utilizado, em que pesquisam a 
presença de anticorpos IgM ou IgG antilectinas. 
 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFILAXIA 
• Está intimamente ligada à engenharia e à educação 
sanitária.

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