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Posição taxonômica Protozoários Filo: sarcomastigoforo Subfilo: sarcodínea Locomoção e nutrição por emissão de pseudópodes Tipos de amebas quanto à patogenicidade (ser humano) Patogênica: Intestino grosso: Entamoeba histolytica Trofozoítos: 10 a 20μm Cistos: 10 a 15μm Agente etiológico da amebíase (alta mortalidade) Não patogênicas: Boca: Entamoeba gingivalis (muito comum no tártaro e em processos inflamatórios gengivais, não é patogênica e não possui cistos, somente trofozoítos) Intestino grosso: E.coli, E. hartmani, E. dispar, Endolimax nana e Iodamoeba butschilii E. coli Trofozoítos: 18 a 28μm Cistos: 15 a 25μm • Até 8 núcleos Iodamoeba butschilii Trofozoítos: 10 a 16μm Cistos: 10 a 16μm • Apenas um núcleo e um grande vacúolo de glicogênio que quando corados por lugol apresentam coloração acastanhada Endolimax nana Trofozoítos: 6 a 15μm Cistos: 8 a 12μm • Até 4 núcleos E. díspar Semelhante a E. histolytica (tamanho e morfologia) Vida livre Eventualmente patogênicas se o ser humano entra em contato Naegleria fowleri (curso da doença é rápido e agressivo) Acanthamoeba sp (curso da doença é mais lento e é mais grave em pessoas imunocomprometidas) Capacidade de induzir granulomas no SNC Morfologia Trofozoíto Forma de invasão do hospedeiro Forma vegetativa do parasita Geralmente tem 1 núcleo bem nítido e definido Quando examinado a fresco é polimórfico É ativo e alongado Tem uma movimentação direcional É comum encontrar no seu citoplasma hemácias devido a sua capacidade fagocitária Vivem na luz do intestino grosso Pode ocasionalmente penetrar na mucosa e produzir ulcerações intestinais ou em outros órgãos como fígado Sua movimentação se dá pela emissão de pseudópodes A ingestão de alimentos é por fagocitose ou por pinocitose A multiplicação é por divisão binária Pietra Rosa TXIX Pré-cisto Quando o trofozoíto se desprende se inicia o processo de encistamento, formando uma fase intermediária: o pré-cisto Tem forma oval ou ligeiramente arrendodado É menor que o trofozoíto Contém um núcleo semelhante ao do trofozoíto Cisto Formado após o pré-cisto É esférico ou oval Pode ter de 1 a 4 núcleos A forma madura possui 4 núcleos Forma evolutiva de resistência Contamina o meio ambiente e é infectante para o humano Metacisto Quando ingerido pelo humano sofre um processo de desencistamento no ID dando origem ao metacisto Forma multinucleada Sofre divisões e dá origem ao trofozoíto Ciclo biológico Monoxênico Se inicia pela ingestão dos cistos maduros nos alimentos ou água contaminados. Os cistos então ingeridos passam pelo estômago e resistem ao suco gástrico chegando ao intestino delgado onde ocorre o desencistamento e forma o metacisto. Em seguida o metacisto sofre divisões nucleares e citoplasmáticas dando origem a 4 e posteriormente 8 trofozoítos metacisticos. Esses trofozoítos metacisticos migram para o intestino grosso onde vão colonizar e ficam aderidos a mucosa intestinal vivendo como comensais alimentando-se de detritos e bactérias. Em certas circunstâncias os trofozoítos podem se desprender da parede e na luz intestinal (principalmente no cólon) podem sofrer ação da desidratação, transformando-se em pré-cisto e em seguida secretam sua membrana cística formando os cistos. Inicialmente se formam cistos mononucleados e posteriormente, através de divisões nuclares formam os cistos tetranucleados que são eliminados em fezes bem formadas ou pastosas. Os cistos não são encontrados em fezes diarreicas, somente trofozoítos Ciclo patogênico Em algumas situações o equilíbrio parasita-hospedeiro é rompido e o trofozoíto adquire a capacidade de penetração da submucosa intestinal onde se multiplica ativamente no interior das úlceras, podendo atingir a circulação porta e ir para outros órgãos, causando a amebíase extra-intestinal. O trofozoíto é denominado trofozoíto de forma invasiva ou virulenta. No tecido os trofozoítos não formam cistos e são hematófagos ativos. Fatores que podem aumentar a virulência e causar o ciclo patológico A microbiota bacteriana, principalmente bactérias anaeróbicas, são capazes de potencializar a virulência das cepas de E. histolytica Quadros de re-infecções E.histolytica necessita de no primeiro momento uma forte adesão entre a ameba e a célula Adesão mediada por lectinas na superfície da ameba e se ligam aos receptores dos enterócitos Como apresentam dificuldade de se aderir a mucosa intacta, a ameba penetra incialmente as regiões intragrandulares onde se multiplicam e seguem penetrando pelos tecidos sobre a forma de microulcerações Após a sua locomoção por pseudópodes e liberação de enzimas elas conseguem progredir e agredir o tecido Na submucosa progridem em todas as direções, resultando em uma necrose liquefativa inicialmente pela ameba e posteriormente pode ocorrer a colonização por bactérias, agravando a lesão As úlceras podem variar em tamanho e forma e podem se estender no IG e comprometer toda a parede intestinal, gerando perfuração e causando a peritonite fecal Ocasionalmente os trofozoítos podem induzir uma resposta inflamatória proliferativa com a proliferação de granulomas chamados amebomas As entamoebas então podem atingir a corrente sanguínea e através do sistema porta atingir primeiramente o fígado e posteriormente outros órgãos Sintomatologia 80 a 90% dos casos são assintomáticos A infecção é detectada pelo encontro de cistos no exame coroparasitológico Casos sintomáticos Colite amebiana: Mais comum Evacuações diarreicas ou não (5 a 6 vezes/dia) intercalados com períodos de constipação Flatulência Dor abdominal Raramente febre Alterações digestivas Disenteria amebiana Menos comum Inicialmente fezes líquidas Evacuações com muco e sangue (8 ou mais vezes por dia) Portanto é uma forma mais aguda da doença Cólicas abdominais Febre alta e persistente Desidratação Emagrecimento Complicações Perfurações Peritonite Hemorragias Apendicite Ameboma Amebíase exra-intestinal Pode se manifestar em qualquer órgão do corpo, mas principalmente em alguns órgãos Amebíase hepática: Mais comum Causa um abcesso amebiano no fígado Podem se romper Dor (no quadrante superior direito do abdômen), febre (intermitente e irregular), hepatomegalia, anorexia e perda de peso Amebíase pulmonar Tosse com escarro escuro e pode ter formação de abcessos Amebíase cerebral Raro Alterações neurológicas, dores de cabeça e ataques epiléticos Diagnóstico Clínico não é eficaz Laboratorial É importante o método da coleta e armazenamento das fezes Importante verificar o aspecto das fezes (diarreica, se contém muco ou sangue não, etc.) Método de centrífugo-flutuação: método de Faust (usado para encontrar cistos e ovos leves) No caso de fezes bem formadas A liberação dos cistos é intermitente e em dias alternados (coleta em dias alternados e colocar em conservante) Método imunológico Geralmente dão negativo para casos assintomáticos Importantes para a diferenciação entre amebíase invasiva e não invasiva (importantes para casos de amebíase extra intestinal) Identificação de anticorpos no soro e antígenos nas fezes Profilaxia Educação sanitária (medidas individuais e coletivas) Verduras: lavagem com retirada mecânica (cloração não mata cistos) Saneamento ambiental (rede de esgoto, água potável) Proteção de alimentos (insetos: moscas e baratas) Tratamento Amebicidas da luz intestinal (agem diretamente e por contato com a E. histolytica) Teclosam, furamida e clefamida Amebacidas teciduais (atuam na submucosa e na amebíase extra intestinal) Cloridrato de emetina, cloridratode diidroemetina e cloroquina Amebicidas da luz intestinal e teciduais (mais utilizado) Metronidazol
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