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A amebíase tende a ocorrer em áreas onde as condições sanitárias são inadequadas. AMEBAS COMENSAIS Entamoeba coli Entamoeba hartimanni Iodamoeba butschlii Endolimax nana Entamoeba gengivalis (beijo) Dientamoeba fragilis (Sint. Intestinal) Entamoeba díspar Essas espécies vivem no intestino grosso, sendo a E. histolytica a única que, em determinadas situações, pode ser patogênica. E. gengivalis vive na cavidade bucal. As amebas citadas se distinguem uma das outras pelo tamanho do trofozoíto e do cisto, pela estrutura e pelo número dos núcleos nos cistos, pelo número e formas das inclusões citoplasmáticas ENTAMOEBA COLI Trofozoíto – forma adulta 20-50μm Citoplasma não diferenciado (endoplasma e ectoplasma) Núcleo – cromatina grosseira Cisto – forma infecciosa 15-20μm Até 8 núcleos Corpos cromátides finos IODAMOEBA BUTSCHLII É muito comum entre humanos, mas não é patogênica. Encontrada no intestino grosso do homem e em várias espécies de primatas e no porco. Cisto e trofozoíto 10-15μm Núcleo com membrana espessa e sem cromatina Cariossoma grande e central Cisto Núcleo único com vacúolo de glicogênio ENDOLIMAX NANA Trofozoíto 10-12μm Citoplasma claro Membrana irregular Cisto 8μm Oval com 4 núcleos pequenos Por ser patogênica, será descrita em detalhes, em cada uma de suas fases: trofozoíto, cisto, pré-cisto e metacisto. MORFOLOGIA Trofozoíto 20 até 40μm pode chegar até 60μm nas formas obtidas de lesões tissulares (forma invasiva) apenas um núcleo apresenta-se pleomórfico, ativo, alongado, com emissão contínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos Pré-cisto fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto é oval, menor que o trofozoíto Metacisto é uma forma multinucleada; sofre várias divisões, dando origem aos trofozoítos Cistos são esféricos ou ovais 8 a 20μm apresenta vacúolos de glicogênio amebiase AULA 2 – PARASITOLOGIA CLÍNICA introdução entamoeba histolytica morfologia TRANSMISSÃO Autoinfecção Água e alimentos contaminados A mosca pode ser um veículo de transmissão PERÍODO DE INCUBAÇÃO 7 dias Anos 2 a 4 semanas CICLO BIOLÓGICO Os trofozoítos da Entamoeba histolytica normalmente vivem na luz no intestino grosso podendo, ocasionalmente, penetrar na mucosa e produzir ulcerações intestinais ou em outras regiões do organismo, como fígado, pulmão, rim e, mais raramente, no cérebro. O ciclo biológico é simples e Monoxênico: Indivíduo ingere água ou alimento contaminado com cistos; Os cistos passam pelo estômago, onde não serão destruídos pelo ácido gástrico devido ao seu envoltório proteico que confere proteção aos núcleos do cisto; No intestino delgado, o cisto se fixa na mucosa; Ocorre o desencistamento, com a saída do metacisto, através de uma pequena fenda na parede cística; Metacisto sofrer várias divisões; Metacisto dá origem a 8 trofozoítos; Os trofozoítos migram para o intestino grosso onde se colonizam; Os trofozoítos ficam aderidos à mucosa do intestino, vivendo como um comensal. Sob certas circunstâncias, ainda não muito bem conhecidas, podem sofrer várias transformações e transformar-se em pré-cisto; Em seguida, secretam uma membrana cística e se transformam em cistos. Os cistos geralmente não são encontrados em fezes liquefeitas ou disentéricas. CICLO PATOGÊNICO O equilíbrio do parasito-hospedeiro pode ser rompido; Os trofozoítos invadem a submucosa intestinal, multiplicando-se ativamente no interior das úlceras; Também podem, através da circulação porta, atingir outros órgãos, como: fígado, pulmão, rim, cérebro ou a pele, causando a amebíase extraintestinal. O trofozoíto presente nestas úlceras é denominado forma invasiva ou virulenta; Na intimidade tissular, não forma cistos, são hematófagos e muitos ativos. PATOGENIA X VIRULÊNCIA Determinadas bactérias podem potencializar a virulências de cepas de E. histolytica. Úlceras intestinais: são resultados da necrose liquefativa produzida inicialmente pelas amebas, podendo haver invasão bacteriana secundária, agravando a lesão. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Formas assintomáticas (80% a 90%) Formas sintomáticas: Amebíase intestinal Colites não disentérica Colite disentéricas Amebomas Apendicite amebiana COLITES NÃO DISENTÉRICA 2 – 4 evacuações/dia (moles ou pastosas) Com ou sem muco Podem ocorrer desconforto abdominal ou cólica Raramente febril COLITES DISENTÉRICA 8 – 10 evacuações/dia Muco e sangue Cólicas intensas, náuseas, vômito, febre elevada, prostração (moleza) e desidratação Parasita x Hospedeiro Sexo, idade, resposta imune, estado nutricional, alcoolismo E. coli, Salmonella, Shiguella, Enterobacter, Clostridium Adesão parasito a célula Lectinas Formação filopódicas Fagocitose Hialuronidade, proteases, mucopolissacaridases Úlceras intestinais (Botão da camisa) Necrose liquefativa - ameboma Sepse - morte Palpação (distenção abdominal, hepatomegalia, sinais de irritação peritoneal) Sepse COMPLICAÇÕES Na amebíase intestinal podem ocorrer complicações e sequelas: Perfuração Peritonites Hemorragia Invaginação Colites pós-disentérica e estenoses (alto teor de lipídios) AMEBÍASE EXTRAINTESTINAL A E. histolytica pode ser localizar em qualquer parte do corpo, tal como pulmões, cérebro, trato geniturinário e fígado. Pulmão: o trofozoíto causa lesões pulmonares Cérebro Trato geniturinário Fígado – abcesso hepático Abcesso amebiano do fígado Abscesso amebiano do fígado é a forma mais comum da amebíase extraintestinal. Frequente em homens – 20 a 60 anos dificilmente associa os primeiros sintomas a um parasita, demorando para recorrer a um médico. Tríade (dor, febre e hepatomegalia) Perda de peso, anorexia 8% rompem – cavidade abdominal causando uma infecção no local. Raramente (espaços pleural ou pericárdico) – Fatal DIAGNÓSTICO Clínico avaliação dos sintomas Laboratorial Imunológico LABORATORIAL Pode ser fezes, soro e exsudatos Coleta e o Acondicionamento Liquefeitas ou diarreicas (SAF e álcool prolivinílico) – trofozoítos Formadas ou pastosas (MIF, formol a 10% ou SAF) – cistos Disenteria amebiana X Bacilar Como saber se a disenteria seria amebiana ou bacilar (enterobactérias)? Exame direto sem conservantes: Quando a suspeita é de disenteria bacilar devido ao: maior número de evacuações tenesmo (espasma do esfíncter anal, ou seja, vontade constante de evacuar) grande número de hemácias e piócitos (leucócitos). Quando a suspeita é de disenteria parasitária: Exame direto – fezes diarreicas Identificação de trofozoítos com ativa movimentação direcional e hemácias fagocitadas. Métodos de concentração – Fezes formadas ou pastosas Faust (centrífugo – flutuação) Hoffman (sedimentação espontânea) MIF IMUNOLÓGICO Amebíase extraintestinal Elisa Imunofluorescência indireta Hemaglutinação indireta Mediante esses testes conseguimos diagnosticar abcessos hepáticos. OUTROS EXAMES Retossigmoidoscopia: visualizações de ulcerações Tomografias Ultrassonografia Ressonância magnética Punção do abscesso hepático Mediantes esses exames conseguimos detectar a localização, número e o tamanho dos abscessos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E. HISTOLYTICO/E. DISPAR Na maioria dos laboratórios de análises clínicas, ainda não é possível fazer a diferenciação entre E. histolytica e E. díspar. A OMS, tendo em vista esta dificuldade, recomenda que os resultados dos exames sejam dados como cistos ou trofozoítos de E. histolytical/E.díspar. Outros exames que podem diferenciar esses parasitas são: Elisa PCR PROFILAXIA Exames parasitológicos de manipuladores de alimentos; Educação sanitária; Combate às moscas; Tratar todos os alimentos crus A vacina contra E. histolytica tem sido avaliada em animais de laboratório, com experimento apresentando relativo sucesso. TRATAMENTO Metronidazol Secnidazol Tinidazol Metronidazol e tinidazol são fármacos de escolha para colite amebiana e abcesso hepático. Também podem ser usados tetraciclina e eritromicina.
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