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Vulcanismo Rodeio Velho

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¹Aluna de graduação do curso de Geologia, bolsista BIC – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA PRELIMINAR DO VULCANISMO 
RODEIO VELHO, BACIA DO CAMAQUÃ, RS
Marila Rodrigues de Andrade¹
INTRODUÇÃO
A Bacia do Camaquã é caracterizada por
associações vulcano-sedimentares, cuja gênese
é complexa e vinculada a processos tectônicos
do final do ciclo orogênico Brasiliano-
Panafricano do Escudo Sul-rio-grandense. Ela é
constituída por quatro unidades, limitadas por
discordâncias angulares e por eventos
vulcânicos de composições variadas que
refletem diferentes reativações tectônicas (Paim
et al. 2014) (Fig. 1). O vulcanismo Rodeio Velho
é considerado o último ciclo vulcânico da Bacia
do Camaquã, se encontrando
estratigraficamente na base do Grupo Guaritas
(Paim et al. 2000, 2014).
OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo um estudo
geológico preliminar sobre o vulcanismo Rodeio
Velho, assim como sua distribuição espacial dentro
do contexto da Bacia do Camaquã.
METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho envolveu revisão
bibliográfica, com o propósito de reunir informações
sobre a geologia regional da área de estudo e
petrografia preliminar de rochas vulcânicas.
Utilizou-se, também, cartografia digital – através da
compilação de dados, mapas geológicos, modelos
digitais de elevação (MDE), imagens Google Earth
e cartas topográficas do exército – em conjunto
com o software QGIS, onde os dados compilados
foram integrados.
Figura 1 – Mapa simplificado da Bacia do Camaquã (modificado de Paim, 1994).
ASPECTOS DE CAMPO: Dados de campo e de petrografia foram obtidos somente no afloramento do Arroio
Carajás. Nesta área, o vulcanismo Rodeio Velho é definido por derrames basálticos vesiculados, intercalados
com depósitos eólicos. Os derrames apresentam estruturas do tipo lavas em cordas (pahoehoe) e tubos de
lavas. Em alguns pontos, são identificadas feições de corrugação típicas de superfícies superiores de derrames;
em outros, estruturas de escape de gases, sugerindo porções basais (Petry, 2006; Lima et al. 2007) (Fig. 4).
PETROGRAFIA PRELIMINAR: A partir da análise microscópica de amostras coletadas em trabalhos
anteriores, observou-se que a rocha possui textura porfirítica, traquítica e intersetal, com fenocristais ripidiformes
de plagioclásio e opacos, dispostos em matriz afanítica. Os cristais de plagioclásio possuem hábito euédrico a
subédrico, com tamanhos próximos a 0,2 mm, e se encontram geralmente orientados dentro da matriz. Observa-
se resquícios de mineralogia máfica, muito alteradas e oxidadas, cuja análise sugere a presença de restos de
olivina e piroxênio. Verifica-se, também, a presença de vesículas preenchidas por carbonato e clorita (Fig. 5).
Figura 4 – Feições morfológicas do derrame. (A) Lava em corda. (B)
Estrutura de escape de gases. (C) Corrugações. (D) Tubo de lava.
RESULTADOS PRELIMINARES
Fig. 5 – Feições microscópicas. (A) Textura traquítica. (B) Textura
intersetal. (C) Resquício de mineralogia máfica. (D) Vesículas
preenchidas por carbonato e clorita.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
PETRY, K., 2006. Feições de interação Vulcano-sedimentares: seu uso como
indicadores de contemporaneidade no magmatismo Rodeio Velho (Meso-
Ordoviciano) e no vulcanismo Serra Geral (Cretáceo Inferior). Programa de pós-
graduação em geologia, UNISINOS, Dissertação de mestrado, 88 p.
LIMA, E.F., SOMMER, C.A., NARDI, L.V.S. 2007. O Vulcanismo Neoproterozóico-
Ordoviciano no Escudo Sul-rio-grandense: Os Ciclos Vulcânicos da Bacia do
Camaquã. 50 anos de Geologia. Porto Alegre, Instituto de Geociências, 79-96.
CARTOGRAFIA DIGITAL E SIG: A partir do mapeamento digital, foi possível observar que as áreas de ocorrência do vulcanismo Rodeio Velho se concentram nos
municípios de Bagé, Caçapava do Sul, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista. As áreas compreendem superfícies que variam, aproximadamente, de 8 a 45 km² e
apresentam distribuição geográfica segundo um trend de orientação principal SW-NE (Fig. 2 e 3). Com o Google Earth, pode-se utilizar a aerogeologia como ferramenta
para determinar possíveis afloramentos a serem visitados em futura atividade de campo.
Figura 2: Foto
dos dados
organizados
em planilha.
A construção de um SIG para as
ocorrências do vulcanismo Rodeio Velho é de
grande importância para a organização,
manipulação, visualização e interpretação dos
dados geológicos obtidos em trabalhos de
campo e laboratório. Dados preliminares
sugerem que as rochas vulcânicas são
predominantemente basálticas que ocorrem em
áreas relativamente pequenas, distribuídas
próximas e concordantes com a orientação do
limite leste da unidade Guaritas da Bacia do
Camaquã.
As próximas etapas do trabalho envolverão
o processamento de dados aerogeofísicos,
atividades de campo, petrografia de detalhe e
posterior análise química de rocha total.
PAIM, P.S.G., CHEMALE, Jr. F., WILDNER, W. 2014. Estágios evolutivos da
Bacia do Camaquã (RS). Ciência e Natura, v. 36 Ed. Especial, 2014, p. 183–193.
Figura 3: Fotos dos
dados compilados
organizados no
QGIS.
PAIM, P. S. G. 1994. The Guaritas Desert System (Cambro-Ordovician of
Southern Brazil): An Example of A Wet Desert Depositional System. 14th
International Sedimentological Congress. Recife, Abstracts p. 15.
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