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Resumo CIRURGIA Ana Júlia Gomes Parte I: EXODONTIAS Os anestésicos locais são agentes químicos que, quando depositados nas proximidades de um nervo, provocam o bloqueio do impulso doloroso e depressão da excitação nas terminações nervosas, inibindo a condução dos impulsos nos nervos periféricos = perda de sensibilidade na área inervada por este nervo. Possuem ação em qualquer estrutura do organismo onde mecanismos de excitação e condução de impulsos estejam envolvidos. O anestésico não pode ser inserido no vaso nem no nervo. Deve ser próximo ao nervo. Se cair na corrente sanguínea pode afetar o SNC e o coração. Cada tubete anestésico possui 1,8mL de solução. Nele está contido: Princípio ativo: lidocaína 2% (responsável pela anestesia, bloqueando o nervo). Coadjuvante terapêutico: Epinefrinia 1g: 100.000mL (intensifica a ação anestésica). Num choque anafilático é administrado adrenalina em alta concentração (pelo menos 1:1000). Coadjuvante técnico: Bissulfito de sódio (evita que a adrenalina oxide) – algumas pessoas são alérgicas. Veículo ou excipiente: água deionizada estéril (carrega o sal anestésico) FISIOLOGIA DO IMPULSO NERVOSO E SEU BLOQUEIO Bomba sódio/potássio: Normalmente o sódio fica fora e o potássio dentro. Quando o sódio entra, altera a polaridade da membrana nervosa, conduzindo o impulso nervoso. Nervos mielinizados: Possui nodos de Ranvier. Esses nodos de Ranvier possui uma condução rápida e saltatória. Esta é a condição do nervo alveolar inferior, que inerva todos os dentes inferiores. Precisa de uma quantidade adequada para que a substância alcance pelo menos 3 nodos. Os anestésicos locais atuam nos canais de sódio, bloqueando ele e, consequentemente, diminuindo a entrada dos íons de sódio. FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Componentes: Sal anestésico: Bloqueia a condução do impulso doloroso. Pode ser do tipo éster ou amida (a Lidocaína é do tipo amida). No Brasil não há formulações líquidas do tipo éster, apenas anestésicos tópicos (para mucosa - benzotop), pois causam mais reações alérgicas. Vasoconstritor: Compensa a vasodilatação promovida pelos sais anestésicos, permitindo sua permanência no local por mais tempo. Pode ser uma amina simpatomiméticas (imita a ação do SNA simpático) ou derivados da vasopressina. Preservante: Impede a contaminação da solução por bactéria. (Não faz sentido porque o tubete é descartado). Metilparabeno. Antioxidante: Impede a oxidação do vasoconstritor. É utilizado o bissulfito de sódio (presente apenas em formulações que possuem aminas simpatomiméticas). Veículo: completa o volume e carrega o princípio ativo: água deionizada estéril. Os anestésicos locais são bases livres (pouco solúveis e instáveis). Por isso, clinicamente são apresentados em forma de sal (base + ácido – HCl), ficando mais hidrossolúvel e estável. Soluções sem vasoconstritor: pH 5,5; com vasoconstritor: pH 3,3. O pH dos tecidos bucais é em torno de 7 a 7,5. A ardência sentida é devida ao pH do anestésico ser mais ácido. INFLUÊNCIA DO PH Grupo amino: bases fracas com pKa de 7,5 a 9,5. Neutralização pelos tampões teciduais. Fração de forma catiônica convertida em base não ionizada. A parte não ionizada (apolar - lipofílica) é a que atravessa a membrana dos canais de sódio. Depois de atravessar para o meio intracelular, o equilíbrio químico é restabelecido entre a porção iônica e não iônica, e a porção com carga positiva (ionizada – polar - hidrofílica) é a que bloqueia o canal de sódio. Anestesia em tecidos inflamados: pH mais baixo (5-6) devido a liberação de ácidos pelas células de defesa no tecido, enquanto o meio intracelular continua 7,4. Dessa forma, há muito H+, desolocando o equilíbrio para a porção polar (quantidade muito pequena de conteúdo apolar). Assim, o bloqueio do canal de sódio é muito pequeno = anestesia não eficaz. Farmacologia dos Anestésicos Locais SAIS ANESTÉSICOS As amidas mais utilizadas são: Lidocaína, Prilocaína, Mepivacaína, Articaína, Bupivacaína. São extremamente anfipáticas, ou seja, possuem uma parte lipofílica e outra hidrofílica. A porção lipofílica permite a passagem por membranas. A porção hidrofílica permite que a substância se difunda pelos líquidos intersticiais. Diferenças farmacológicas entre as amidas: pKa: Quanto mais próximo o pKa do pH, mais fácil o anestésico atravessa a membrana nervosa. Tempo de latência: Depois de injetado quanto tempo leva para fazer efeito. Lipossolubilidade: Está relacionada com a potência. Se menor a concentração, com efeito muito bom = maior potência. Atividade vasodilatadora: Os anestésicos possuem ação vasodilatadora, o que diminui a potência e a duração anestésica, por isso é utilizado um vasoconstritor (adrenalina). *Articaína não segue o padrão, pois sua estrutura química é diferente. FARMACOCINÉTICA Absorção: É absorvido pela vascularização local. Distribuição: Se distribui pelo organismo. A toxicidade está relacionada com a possibilidade de poder atuar em mebranas excitáveis, como o coração e SNC. Atravessam as barreiras hematoencefálica e placentária (lidocaína é a mais indicada para gestantes). Metabolismo: os do tipo amida são metabolizados no fígado. A prilocaína é metabolizada no fígado, nos pulmões e em menor quantidade nos rins. A articaína é metabolisada no fígado e plasma (semelhantemente aos ésteres, ela sofre hidrólise pela pseudocolinesterase plasmática). Excreção: Renal. AÇÕES SISTÊMICAS Está relacionado com altas concentrações no sangue, atuando no SNC e SCV. Inicialmente, causam sonolência e depressão, por inibirem impulsos nervosos no SNC. Em níveis muito altos, causa convulsões. Importante ter cuidado para quem tem níveis plasmáticos pequenos (crianças). VASOCONSTRITOR Todos os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora: Aumentam o fluxo sanguíneo, possuindo ação anestésica diminuída. A absorção é extremamente rápida, aumentando o risco de superdosagem. Também aumenta o sangramento local. A mepivacaína pode ser apresentada sem vasoconstritor por ter menor ação vasodilatadora. A prilocaína pode ser apresentada com um vasoconstritor bem fraco. Os vasoconstritores: Diminuem o fluxo sanguíneo local. Diminuem a absorção. Diminuem o risco de superdosagem. Aumentam a duração da anestesia. Hemostasia. O vasoconstritor age no vaso sanguíneo, vasoconstruindo ele e possibilitando que mais sal fique disponível para exercer efeito anestésico. São classificados em: 1- AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS: Mimetizam a ação do SN simpático. A epinefrina é o vasoconstritor mais potente, portanto precisa de menor quantidade para exercer efeito (é por isso que ela é o mais seguro). Se administrado grandes concentrações de vasoconstritor, como é o caso da fenilefrina, em áreas de pouco volume tecidual (ex: palato) pode causar necrose, pois a vasoconstrição será intensa e por tempo prolongado devido a sua ligação estável com os receptores. A adrenalina exógena pode sim interagir com nosso SN simpático, mas a concentração utilizada na odontologia é extremamente segura. O SNS causa vasodilatação, aceleramento do bpm e da PA. Para pacientes com hipertensão devemos ter mais cuidado. Só podemos administrar vasoconstritor para pacientes cardiopatas controlados (em doses menores). Para pacientes que não controlam a doença, evitamos atendimento odontológicos. Se for um casode extrema urgência não utilizaremos adrenalina. Para cardiopatas controlados sempre utilizaremos adrenalina ao invés dos outros vasoconstritores, por ser mais segura. Contraindicações: Angina instável (diminuição da vascularização do miocárdio). Infarto do miocárdio recente. Cirurgia recente de revascularização (menos de 6 meses). Hipertensão não controlada. Doença cardíaca congestiva não controlada. Hipertireoidismo não controlado. Feocromocitoma (tumor que produz adrenalina). Alergia a Bissulfido de sódio (nesse caso utiliza-se Prilocaína com felipressina). 2- DERIVADOS DA VASOPRESSINA: Felipressina Não é recomendada para controle da hemostasia. Menor potência que as aminas simpatomiméticas. No Brasil ela é associada apenas à Prilocaína. Paciente cardiopata compensado: máximo de 3 tubetes. A diferença entre ela e as aminas simpatomiméticas é que as aminas atuam na parte venosa e arterial. A Felipressina atua apenas na porção venosa. PRECAUÇÕES GERAIS Anamnese detalhada. Dose segura. Injeção lenta (se atingir algum vaso, dá tempo de o sangue diluir a solução e não ocorre toxicidade relativa). Aspiração prévia (para conferir de não está dentro de algum vaso). ANESTÉSICOS DISPONÍVEIS PARA USO ODONTOLÓGICO NO BRASIL Anestésicos tópicos: Benzocaína gel 20% (muito lipossolúvel, éster). Lidocaína pomada 5 ou 6%. Lidocaína solução 10%. *Tomar cuidado com as crianças devido à alta concentração. Anestésicos injetáveis: Lidocaína, Mepivacaína, Prilocaína, Articaína, Bupivacaína. Lidocaína 2% sem vasoconstritor não é indicada. A lido 1:100000 é a escolha nº 1. A mepi 3% sem vaso também não é tão indicada (dura no máximo uns 45 minutos – normalmente 30 minutos). A mepi 2% com vasoconstritor tem um tempo de duração muito parecido da lido 2% com vasoconstritor, o que muda é o tempo de latência. Articaína possui um tempo maior de duração devido a sua maior difusabilidade tecidual e ligação proteica. O vasoconstritor da Prilo é a Felipressina, por isso sua duração é menor, mas ainda é eficiente. A bupi não é tão utilizada devido ao seu tempo de duração longo e de latência também. APRESENTAÇÕES COMERCIAIS A mais indicada é a alphacaine 1:100.000 com tubete de vidro. O tubete de plástico possui metilparabeno e às vezes o paciente possui alergia. Quanto maior a concentração do vasoconstritor, mais tóxico. Por isso a lido 1:100.000 é a mais indicada. Em relação a Lidocaína, a mepi possui o tempo de latência menor, mas seu efeito é parecido, porém é bem mais cara. Ela pode ser apresentada sem vaso, pois possui baixa potência vasodilatadora, mas a mais indicada é a mepi com epinefrina. A prilo, por apresentar uma potência vasodilatadora mais baixa, é associada à felipressina, que é um vasoconstritor menos potente. A mais conhecida é a Citocaína, mas a única que possui tubete de vidro é a Prilonest (mesmo com tubete de vidro, ela possui metilparabeno). O principal problema da Prilo é a possibilidade de ocrrência de metemoglobinemia. Mas isso só acontece quando há sobredose de anestésico. A metemoglobinemia é um processo fisiológico no nosso organismo. As nossas hemoglobinas passam por um processo de oxidação, em que 1% vira metemoglobina (ferro oxidado). Essa metemoglobina se liga ao oxigênio de maneira estável, não realizando troca gasosa. Nesta condição fisiológica, não há prejuízos para o paciente. Portanto, a metemoglobinemia é um distúrbio hematológico no qual a hemoglobina é oxidada, ficando a molécula incapaz de liberar oxigênio. Isso acontece quando a oxidação é muito alta (cerca de 30%). A prilocaína promove a formação da metemoglobina, mas isso só é evidente se ocorrer sobredose. *Tomar cuidado com as crianças e pacientes com distúrbios hematológicos e não utilizar em grávidas. Os efeitos só serão sentidos na casa do paciente, e não no consultório. O paciente começa a ficar cianótico (coloração azulada por não conseguir realizar a troca gasosa). Para este paciente, deve ser administrado azul de metileno por meio de intravenosa lenta (no hospital). *Administração de oxigênio por via inalatória não melhora o caso. A benzocaína tópica (éster) também pode causar metemoglobinemia). A sua estrutura química possui uma boa difusão tecidual (boa para infiltração). Por falta de estudo, é contra- indicada para crianças menores de 4 anos. Não há necessidade de utilizar articaína para a técnica de bloqueio. ARQUITETURA DA MAXILA É um osso par, e ela possui o seio maxilar: O seio maxilar possui quatro faces sendo: anterior (vestibular), face infratemporal (posterior), face orbital (superior) e face nasal (medial). Quanto mais idoso o paciente, mais pneumatizado fica o seio e mais delgado fica a cortical sinusal. Os septos maxilares são importantes, pois se a raiz do dente estiver naquela região, pode vir a dificultar a sua extração. Pode possuir cúpulas alveolares, ou seja, isso ocorre quando uma raiz do dente penetra para o interior do seio maxilar formando uma saliência no soalho do seio maxilar. Devemos nos atentar a isso nas exodontias e curetagens, para que não se invada o soalho do seio maxilar e assim perfure a membrana e ocorra uma comunicação buco- sinusal. O segundo molar é o dente com maior proximidade com o seio maxilar. O 3º só possui maior proximidade se estiver incluso. Processos da maxila: Zigomático, frontal, alveolar e palatino. Zonas de resistência: Zonas de fragilidade: Le fort I: Ocorre transversalmente pela maxila acima das raízes dentárias. Le fort II: Há fratura dos ossos nasais e do processo frontal da maxila. Le fort III: As fraturas geralmente ocorrem pelas suturas zigomaticofrontal, frontomaxilar e nasofrontal, soalhos das órbitas etmoide e esfenoide. A face se separa do crânio. ARQUITETURA DA MANDÍBULA É um osso mais compacto. Possui face externa, face interna, borda superior (processo alveolar) e borda inferior. O processo alveolar sofre reabsorção fisiológica conforme vai perdendo os dentes. Isso pode expor o forame mentual e o canal do nervo alveolar inferior, principalmente se perdeu os dentes jovens. É mais comum a reabsorção da maxila do que da mandíbula. Ramo da mandíbula: Face externa, face interna, processos coronoide e condilar. Anatomia Direcionada à Anestesiologia Pilar canino. Pilar zigomático. Pilar pterigoideo. Viga infraorbitária. Viga infranasal. Viga supraorbitária. Mais ou menos entre primeiro e segundo molar inicia-se a linha oblíqua. Ela é continuada pelo ramo da mandíbula e nesta região forma-se o trígono retromolar, que é uma zona de resistência. Zonas de resistência: Mento. Trajetória basal. Trajetórias alveolares (linha oblíqua). Trajetória temporal. Zonas de fragilidade: Colo da cabeça da mandíbula. Região do forame mentual. Ângulo da mandíbula (principalmente se tiver 3º molar incluso), etc. M O nervo trigêmeo é o quinto (V) par entre os 12 pares de nervos cranianos que estão ligados diretamente ao cérebro ou tronco cerebral. Ele possui três ramos que conduzem as sensações das partes superior, média e inferior da face até o cérebro. Ele é constituído de uma pequena raiz motora e de uma raiz sensorial (tripartida) consideravelmente maior. A raizmotora supre os músculos da mastigação e outros músculos da região. Os três ramos da raiz sensorial suprem a pele de toda a face e a membrana mucosa das vísceras cranianas e da cavidade oral, exceto pela faringe e a base da língua. NERVO OFTÁLMICO A divisão oftálmica é o primeiro ramo do nervo trigêmeo. Ela é puramente sensorial e é a menor das três divisões. Ela sai do crânio e penetra na órbita pela fissura orbital superior. Imediatamente antes de passar pela fissura orbital superior, o nervo oftálmico se divide em três ramos principais: 1. Nervo nasociliar: O nervo nasociliar segue ao longo da borda medial do teto orbital, emitindo ramos à cavidade nasal e terminando na pele na base do nariz. 2. Nervo frontal: O nervo frontal segue anteriormente pela órbita, dividindo-se em dois ramos: supratroclear e supraorbital. O nervo supratroclear supre a conjuntiva e a pele sobre os aspectos inferior e mesial da fronte. O nervo supraorbital é sensorial à pálpebra superior, ao couro cabeludo até o osso parietal e à sutura lambdoide. OBS: São nervos que podemos anestesiar em algum trauma de face. 3. Nervo lacrimal: O nervo lacrimal é o menor ramo da divisão oftálmica. Ele supre a parte lateral da pálpebra superior e uma pequena área de pele adjacente. NERVO MAXILAR A divisão maxilar do nervo trigêmeo se origina do meio do gânglio trigêmeo, e sai do crânio pelo forame redondo. Depois de sair do crânio, o nervo maxilar cruza a parte mais superior da fossa pterigopalatina, entre as lâminas pterigoides do osso esfenoide e do osso palatino. Ao cruzar a fossa pterigopalatina, emite ramos ao gânglio esfenopalatino, o nervo alveolar superior posterior e os ramos zigomáticos. O mesmo se inclina então lateralmente num sulco sobre a superfície posterior da maxila, penetrando na órbita pela fissura orbital inferior. Na órbita, ocupa o sulco infraorbital e se torna o nervo infraorbital, que segue anteriormente pelo canal infraorbital. 1- Nervo zigomático: O nervo zigomático se origina da divisão maxilar na fossa pterigopalatina e segue anteriormente, penetrando na órbita pela fissura orbital inferior, na qual se divide nos nervos zigomatotemporal e zigomatofacial. Zigomatotemporal: supre a inervação sensorial da pele na lateral da fronte. Zigomatofacial: supre a pele sobre a proeminência da bochecha. 2- Nervo alveolar superior posterior: O nervo alveolar superoposterior (ASP) se origina do tronco principal da divisão maxilar na fossa pterigopalatina, imediatamente antes de essa divisão entrar no canal infraorbital. Há Nervo Trigêmeo comumente dois ramos ASP, mas ocasionalmente emerge um único tronco. Na presença de dois troncos: Um deles inerva a parte externa do osso: gengiva vestibular na região molar e mucosas faciais adjacentes. O outro que fornece inervação à mucosa do seio maxilar, osso alveolar, ligamento periodontal e tecidos pulpares dos posteriores superiores (todos os molares, menos a raiz mesiovestibular do 1º molar em 28% dos pacientes). 3- Nervo infraorbital: No canal infraorbital, o nervo infraorbital se ramifica em: 1. Nervo Alveolar Superior Médio (ASM): O nervo ASM fornece inervação sensorial aos dois pré- molares maxilares, bem como tecidos periodontais, tecidos moles bucais e osso alveolar da região adjacente. Além disso, pode ser que inerve a raiz mesiovestibular do primeiro molar. O nervo ASM está presente em cerca de 72% dos pacientes. Em sua ausência, essas inervações eventualmente são fornecidas pelo nervo alveolar superoanterior (ASA). 2. Nervo alveolar superior anterior (ASA): O nervo ASA proporciona a inervação pulpar aos incisivos centrais e laterais e ao canino e inervação sensorial aos tecidos periodontais, ao osso bucal e às membranas mucosas desses dentes. O nervo ASA se comunica com o nervo ASM e emite um pequeno ramo nasal que inerva a parte anterior da cavidade nasal, juntamente com ramos dos nervos pterigopalatinos. 4- Nervos pterigopalatinos: São 2 troncos curtos que se unem no gânglio pterigopalatino. Os ramos dos nervos pterigopalatinos incluem aqueles que suprem quatro áreas: órbita, nariz, palato e faringe. 1. Os ramos orbitais suprem o periósteo da órbita. 2. Os ramos nasais suprem as membranas mucosas da concha nasal superior e da média, o revestimento dos seios etmoidais posteriores e a parte posterior do septo nasal. Um deles é importante para a odontologia: o nasopalatino. Ele passa pelo teto da cavidade nasal para baixo e para diante, situando-se entre a membrana mucosa e o periósteo do septo nasal. Depois continua para baixo, chegando ao assoalho da cavidade nasal e emitindo ramos à parte anterior do septo nasal e ao assoalho do nariz. O nervo nasopalatino passa então ao canal incisivo, pelo qual segue até a cavidade oral passando pelo forame incisivo. Os nervos nasopalatinos direito e esquerdo emergem juntos por esse forame e proporcionam sensação à mucosa do palato de caninos até incisivos centrais. 3. Os ramos palatinos incluem o nervo palatino maior (ou anterior) e os nervos palatinos menores (médio e posterior). O palatino maior desce pelo canal pterigopalatino e emerge no palato duro pelo forame palatino maior e inerva a lâmina horizontal e processo palatino da maxila, tecidos moles, ossos palatinos anteriormente até o primeiro pré- molar superior, algumas partes do palato mole e ramo nasal posterior inferior. Os nervos palatinos menores emergem pelo forame palatino menor. O nervo palatino médio inerva a membrana mucosa do palato mole e o palatino posterior inerva a região tonsilar (úvula, tonsila, glândulas palatinas). 4. O ramo faríngeo é um pequeno ramo que sai da parte posterior do gânglio pterigopalatino, passa pelo canal faríngeo e é distribuído à membrana mucosa da parte nasal da faringe. NERVO MANDIBULAR A divisão mandibular é o maior ramo do nervo trigêmeo. Ela constitui um nervo misto com duas raízes: uma grande raiz sensorial e uma raiz motora menor, que representa todo o componente motor do nervo trigêmeo. As duas raízes emergem do crânio separadamente pelo forame oval, com a raiz motora situando-se medialmente à raiz sensorial. Elas se unem imediatamente fora do crânio e formam o tronco principal da terceira divisão. Este tronco permanece intacto por 2 a 3 mm e, novamente, se divide em uma pequena divisão anterior e uma grande região posterior. A parte da orelha e do pescoço é inervada pelo Plexo Cervical. Para nossos procedimentos cirúrgicos devemos ter o cuidado de complementar a anestesia no plexo cervical, principalmente para extrusão de terceiro molar incluso. O nervo mandibular emite ramos em 3 áreas: 1- Ramos do nervo não dividido: Ao sair do forame oval, o tronco nervoso principal não dividido emite dois ramos durante seu trajeto de 2 a 3 mm: 1. Nervo espinhoso: penetra novamente no crânio pelo forame espinhoso para suprir a dura-máter e as células aéreas mastoides. 2. Nervo pterigoide medial: é um nervo motor ao músculo pterigoide medial. Ele emite pequenos ramos motores ao tensor do véu palatino e tensor do tímpano. 2- Ramos da divisão anterior: Os ramos da divisão anterior proporcionam inervação motora aos músculos da mastigação e sensorial à mucosa da bochecha e à membrana mucosa bucal dos molares mandibulares. Ela segue para diante sob o músculo pterigoide lateral (externo) por uma curta distância e chega então à superfície externa desse músculo passando entre suas duas cabeças ou, mais raramente, contornando sua borda superior. A partir desse ponto ela é designada como nervo bucal. 1. Nervo bucal: Embora sob o músculo pterigoide lateral, o nervo bucal emite diversos ramos: os nervos temporais profundos e osnervos masseter e pterigoide lateral, fornecendo inervação motora aos respectivos músculos. Ao nível do plano de oclusão do terceiro ou do segundo molar mandibular, ele cruza em frente à borda anterior do ramo e penetra na bochecha através do músculo bucinador. As fibras sensoriais são distribuídas à pele da bochecha. Outras fibras passam ao trígono retromolar, fornecendo inervação sensorial à gengiva vestibular dos molares mandibulares e à prega mucovestibular nessa região. A anestesia do nervo bucal é importante para procedimentos odontológicos requerendo a manipulação dos tecidos moles sobre a superfície vestibular dos molares mandibulares. 3- Ramo da divisão posterior: É basicamente sensorial, com um pequeno componente motor. Ela se ramifica em: 1- Nervo auriculotemporal: O nervo auriculotemporal não é profundamente significativo em odontologia. Ele atravessa a parte superior da glândula parótida e cruza então a parte posterior do arco zigomático. Ele emite alguns ramos, todos os quais são sensoriais. 2- Nervo lingual: O nervo lingual segue anterior e medialmente ao nervo alveolar inferior, a cujo trajeto ele é paralelo. Ele é o trato sensorial aos dois terços anteriores da língua, fornecendo tanto sensação geral como sensação gustativa a essa região. Além disso, o nervo lingual fornece inervação sensorial às membranas mucosas do assoalho da boca e à gengiva na parte lingual da mandíbula. É o nervo mais comumente associado a casos de parestesias. 3- Nervo alveolar inferior: É o maior ramo da divisão mandibular. Ele desce medialmente ao músculo pterigoide lateral e lateroposteriormente ao nervo lingual, até a região entre o ligamento esfenomandibular e a superfície medial do ramo da mandíbula, onde penetra no canal mandibular ao nível do forame mandibular. 1. Nervo millo-hióideo: Se ramifica do nervo alveolar inferior antes da entrada desse último no canal mandibular. Ele segue até chegar no músculo milo-hióideo. O nervo milo-hióideo é um nervo misto, sendo motor ao músculo milo-hióideo e ao ventre anterior do digástrico. Acredita-se que ele contenha fibras sensoriais que suprem a pele sobre a superfície inferior e a superfície anterior da protuberância mentual. Ele pode também proporcionar inervação sensorial aos incisivos mandibulares. As evidências sugerem que o nervo milo-hióideo também pode estar envolvido em suprir a inervação pulpar à partes dos molares mandibulares em algumas pessoas, geralmente à raiz mesial do primeiro molar mandibular. Depois de penetrar no canal mandibular, o nervo alveolar inferior segue anteriormente acompanhado pela artéria e veia alveolares inferiores. O plexo dentário serve aos dentes mandibulares posteriores, penetrando por seu ápice e proporcionando a inervação pulpar. Outras fibras suprem inervação sensorial aos tecidos periodontais bucais desses mesmos dentes. O nervo alveolar inferior se divide em seus dois ramos terminais no forame mentual: 1. Nervo incisivo: Permanece no canal mandibular e forma um plexo nervoso que inerva os tecidos da polpa dos pré-molares, incisivos e caninos mandibulares pelos ramos dentários. 2. Nervo mentual: Sai do canal pelo forame mentual e se divide em três ramos principais que inervam a pele do queixo e a pele e a membrana mucosa do lábio inferior. NERVO ALVEOLAR SUPERIOR POSTERIOR Posição do operador destro: Esquerdo: de frente para o paciente - 10 horas. Direito: se de frente para o paciente - 8 horas. Referências anatômicas: Crista zigomático-alveolar, túber da maxila. Técnica: Introduzir a agulha (curta, para evitar atingir o plexo pterigoideo e causar hematoma) no fundo de sulco mucovestibular do 2º molar superior (angulação de 45º com o plano oclusal maxilar) em direção ao túber da maxila. Avançar a agulha lentamente para cima, para dentro e para trás em um só movimento. Aspirar. Aplicar de 1 a 2 minutos, a quantidade de 0,9 a 1,8 mL. Região anestesiada: Polpas, periodonto, periósteo vestibular, e gengiva vestibular de 1º a 3º molar superior (todo o dente = 72%; raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não anestesiada = 28%). NERVO ALVEOLAR SUPERIOR MÉDIO Este nervo está presente em apenas 28% dos pacientes. Quando está ausente, quem inerva a raiz mésio vestibular do 1º molar, provavelmente, é o NASA. *Quando o bloqueio do NASA não promove anestesia posterior ao canino, o paciente possui o NASM. Posição do operador destro: Direito: de frente para o paciente - 10 horas. Esquerdo: de frente para o paciente - 8 ou 9 horas. Referências anatômicas: Fossa canina, parede antero-lateral da maxila. Técnica: Introduzir a agulha (curta) na prega mucovestibular do 2º pré-molar, em direção ao ápice do mesmo. A agulha deve estar verticalizada e à 45º em relação à parede óssea vestibular. Aspirar. Aplicar em 1 minuto, a quantidade de 0,9 a 1,2 mL. Região anestesiada: Polpas, periodonto, periósteo vestibular e mucosa e gengiva vestibular do 1º e 2º pré-molares superiores e raiz mesiovestibular do 1º molar superior. NERVO ALVEOLAR SUPERIOR ANTERIOR Posição do operador destro: Direito ou esquerdo: 10 horas - de frente para o paciente ou voltado para o mesmo lado que ele. Técnica: Introduzir a agulha (longa) na altura da prega mucovestibular diretamente sobre o primeiro pré- molar em direção ao forame infraorbitário. Aspirar. Depositar lentamente de 0,9 a 1,2 ml (por 30 a 40s). Região anestesiada: Alvéolos, polpas, periodonto, periósteo vestibular, mucosa e gengiva vestibular de incisivo central a 2º pré-molar superior, em cerca de 72% dos pacientes. Técnicas Anestésicas Também provoca a anestesia da pálpebra inferior, aspecto lateral do nariz, lábio superior. NERVO PALATINO MAIOR Posição do operador destro: Direito: de frente para o paciente - 7 ou 8 horas. Esquerdo: de frente para o paciente - 11 horas. Referências anatômicas: Forame palatino maior, processo piramidal do osso palatino. Técnica: Localizar o forame palatino maior e pressionar um cotonete nele (o forame se localiza mais frequentemente num ponto distal ao 2º molar superior, mas pode variar). Posicionar a agulha (curta) levemente anterior ao forame palatino maior, com direção da agulha pelo canino do lado oposto e à 45º do palato. Depositar uma gotícula antes de introduzir a agulha e avançar lentamente a agulha até que toque suavemente o osso palatino, injetando a solução durante todo o procedimento. Aspirar. Injetar lentamente não mais do que 1/4 a 1/3 de um tubete (0,45 a 0,6ml). Região anestesiada: Região palatina de 3º molar a 1º pré-molar, periósteo palatino e gengiva palatina. NERVO NASOPALATINO Técnica da injeção única: Posição do operador destro: 9 ou 10 horas - mesma direção do paciente. Referências anatômicas: Forame incisivo, fossa incisiva. Técnica: Pressionar a haste de algodão diretamente sobre a papila incisiva (0,5 a 1 cm de distância dos IC). Depositar uma gotícula antes de introduzir a agulha e avançar lentamente e lateralmente até o forame incisivo. A direção da agulha é paralela às faces palatinas dos incisivos centrais. Aspirar. Injetar lentamente não mais que 1/4 a 1/3 de um tubete (0,45 ml). Região anestesiada: Porção anterior do palato duro (tecidos moles e duros) de canino a canino. Técnica das múltiplas injeções: Técnica: Infiltração de 0,3 ml no freio labial. Introduzir a agulha na papila interdental, logo acima do nível do osso da crista. Direcioná-la para a papila incisiva. Aspirar. Administrar não maisdo que 0,3 ml de solução anestésica em aproximadamente 15s. Introduzir a agulha na papila incisiva. Aspirar. Depositar lentamente não mais de 0,3 ml do anestésico em aproximadamente 15s. PTERIGOMANDIBULAR INDIRETA Referências anatômicas: Linha oblíqua, ramo da mandíbula, trígono retromolar, ligamento pterigomandibular, forame mandibular. Técnica: Plano oclusal deve estar paralelo ao solo. Percorrer o dedo indicador pela linha oblíqua encontrando o ramo da mandíbula. Encontrar a prega pterigomandibular. Será imaginado um triângulo, cujo ápice está voltado para o trígono retromolar e os lados são o ramo da mandíbula e a rafe pterigomandibular. O ponto de punção será a bissetriz do triângulo, 1 cm acima do plano oclusal. Introduzir cerca de 0,5 a 1 cm da agulha e injetar anestésico = nervo bucal. Introduzir mais 0,5 a 1 cm da agulha = nervo lingual. Retrai a agulha e vira o conjunto agulha-carpule até os pré-molares do lado oposto. Insere novamente a agulha até tocar no osso, retrai mais um pouco e deposita a solução anestésica = forame da mandíbula, nervo alveolar inferior. Região anestesiada: Hemi-mandíbula, polpas, alvéolos, periodonto, periósteo vestibular, mucosa e gengiva vestibular e lingual de IC a 3º molar, além de lábio inferior e 2/3 anteriores da língua. PTERIGOMANDIBULAR DIRETA Referências anatômicas: Linha oblíqua, ramo da mandíbula, trígono retromolar, ligamento pterigomandibular, forame mandibular. Técnica: Plano oclusal do paciente deve estar paralelo ao solo. Percorrer o dedo indicador pela linha oblíqua encontrando o ramo da mandíbula. Encontrar a prega pterigomandibular. Será imaginado um triângulo, cujo ápice está voltado para o trígono retromolar e os lados são o ramo da mandíbula e o ligamento pterigomandibular. O ponto de punção será a bissetriz do triângulo, 1 cm acima do plano oclusal, com o conjunto carpule-agulha já na posição de pré-molares do lado oposto. Penetrar a agulha em torno de 1 cm e injetar o anestésico = nervo lingual. Penetrar a agulha um pouco mais, até o forame mandibular e injetar a solução anestésica = nervo alveolar inferior. Região anestesiada: Hemi-mandíbula, polpas, alvéolos, periodonto e periósteo vestibular de IC a 3º molar; mucosa e gengiva vestibular anterior aos pré-molares e lingual, além de lábio inferior e 2/3 anteriores da língua. NERVO BUCAL Técnica: Insere-se a agulha sobre a membrana mucosa distal e bucal em relação ao dente molar mais distal no arco. Avançar a agulha devagar até fazer contato de leve com o mucoperiósteo. Para evitar a dor ao contato da agulha com o mucoperiósteo, depositar algumas gotas de anestésico local imediatamente antes do contato. A profundidade de penetração é geralmente de apenas 1 ou 2 mm. 1/3 do tubete para anestesiar o nervo bucal é suficiente. Região anestesiada: Proporciona inervação sensorial aos tecidos moles bucais adjacentes aos molares mandibulares. NERVO MENTUAL Técnica: Insere-se a agulha (curta) na prega mucobucal no forame mentual ou imediatamente anterior ao mesmo (ele é encontrado habitualmente em torno do ápice do segundo pré-molar). A direção da agulha deve ser de posterior para anterior, de lateral para medial e de cima para baixo, entre os pré-molares. 1/3 do tubete é suficiente. Região anestesiada: Promove a anestesia da membrana mucosa bucal, anteriormente ao forame mentual (em torno do segundo pré-molar) até a linha média e a pele do lábio inferior e do queixo. A exodontia está ligada à terapêutica e à profilaxia dos focos de infecção. Ela não pode ser indicada sem que antes tenham sido esgotadas todas as possibilidades de aproveitamento do dente. INDICAÇÕES Dentes com focos de infecção. Dentes decíduos. Periodontites avançadas. Pericoronarites: Pericoronarite é um processo inflamatório em um dente que está parcialmente coberto pela gengiva. Essa condição é causada por má higiene bucal aliada ao dente parcialmente irrompido, sendo mais comum nos terceiros molares. Primeiro controlamos a infecção e depois operamos. Razões protéticas / ortodônticas. Dentes não restauráveis. Dentes inclusos / impactados. Dentes supranumerários. Dentes fraturados. Raízes residuais. Dentes incluídos em neoplasias benignas ou associados a lesões patológicas. Dentes envolvidos em fraturas dos maxilares. Dentes em desoclusão. Dentes que traumatizem os tecidos moles. Dentes em regiões de radioterapia. Motivos estéticos ou econômicos. CONTRA-INDICAÇÕES Estado físico, psicológico e odontológico do paciente. Estruturas nobres. Extremos de idades. Patologias. Diabetes. Debilitação imunológica. Hemofilia. Processo inflamatório agudo. Hipertensão. Gestantes. Pacientes com afecções hepáticas graves. Neoplasias bucais. Leucemias. Anemia perniciosa. Tc e Ts anormal. Alergias. Tuberculose. AVULSÃO IDEAL Remoção indolor. Mínimo trauma. Sem problemas protéticos pós-operatório. Conhecimento das técnicas. Antes do procedimento, devemos avaliar: Relacionamento do elemento com estruturas importantes, a configuração das raízes e as condições do osso circunvizinho. Tamanho do saco folicular: Interfere diretamente no tamanho do espaço que terá para movimentar o dente. Obtido pela radiografia. Relação com o canal mandibular (nervo alveolar inferior). Relação com o seio maxilar (principalmente o 2MS). PREPARAÇÃO DO PACIENTE Biossegurança. Montagem correta da mesa cirúrgica. Correta posição da cadeira. É muito importante fazer um planejamento das exodontias e da técnica a ser utilizada. Podemos fazer uma medicação pré-operatória para controle da ansiedade, controle de edema, pré- analgesia, antibiótico-profilático, etc. Isso varia de acordo com cada paciente. Há dois tipos de profilaxia: 1- Profilaxia cirúrgica: Serve para cobertura antibiótica durante o ato operatório. É feito com 1g de amoxicilina, 1 hora antes do procedimento. 2- Profilaxia para endocardite bacteriana: Serve para cobertura antibiótica durante o ato operatório e um período do pós-operatório. É feito com 2g de amoxicilina, 1h antes. A endocardite bacteriana é uma infecção do endocárdio das câmaras do coração ou das válvulas. Não está indicada a antibiótico-profilaxia em dentes erupcionados e dentes inclusos superiores, pois a taxa de infecção é baixa. Mas está indicada em dentes inclusos inferiores e em implantodontia. Hoje em dia, o uso de antibióticos no pós-operatório tem diminuído bastante. Podemos fazer um controle local com clorexidina 0,12% caso o procedimento não tenha sido tão invasivo. Também podemos realizar: 1- Pré-analgesia: Pode ser realizada 1 hora antes com dipirona, sedalêne, ou Tylex e Tramadol, caso necessite de uma medicação mais forte. Isso depende do tamanho do procedimento, se for algo simples não há necessidade. 2- Profilaxia do edema: Pode ser feito com betametasona ou celestone soluspan. Se a Exodontias cirurgia for atraumática, não há necessidade de uma profilaxia tão grande. 3- Ansiolíticos: Podemos utilizar Rohypnol ou Diazepam para controlar a ansiedade do paciente. O que não é indicado para o pré-operatório é o uso de antinflamatórios, pois ele possui um efeito melhor no pós. CLASSIFICAÇÕES Santos Pinto e Marzola sugere a classificação de acordo 1- Sem seccionamento dental: O dente não será fracionado. A indicação é clínicae radiográfica. O dente deve ter a coroa total ou parcialmente íntegra e raízes com ponto de aplicação para fórceps ou alavancas. 2- Com seccionamento dental: O dente será fracionado. Indicações: Multirradiculares com coroa totalmente destruída. Multirradiculares com restaurações extensas (o fórceps a quebraria). Com raízes divergentes. Com raízes convergentes. Dentes retidos. Dentes decíduos com germe do permanente alojado entre suas raízes. TÉCNICA COM FÓRCEPS 1. Técnica anestésica bem efetuada. 2. Sindesmotomia: rompimento das fibras gengivais e cristodentais, por movimento de lateralidade, contornando o dente a ser extraído. 3. Escolha do fórceps a ser utilizado. 4. Bom posicionamento do fórceps (mais próximo do ápice possível). 5. Palpação do rebordo alveolar. 6. Aspiração do campo ou uso da gaze. Para a extração devem ser considerados os seguintes movimentos: 1. Preensão. 2. Intrusão: Visa o rompimento das fibras alvéolo- dentais. com as vias pelas quais os dentes possam ser extraídos (é a classificação mais utilizada): 1- Alveolar Sem seccionamento Com seccionamento 2- Não alveolar Alveolectomia parcial Osteotomia total 3- Por apicectomia 3. Luxação: São movimento que visam a dilatação do alvéolo: Em todos os dentes da maxila aplicaremos maior força para o lado vestibular. Na mandíbula, de incisivo à prés aplicaremos maior força no lado vestibular. A partir do primeiro molar, forçaremos mais para a tábua lingual do que para a vestibular. 4. Rotação: Ela causa uma certa expansão interna no alvéolo dentário. Ele só é realizado após o movimento de luxação no sentido vestíbulo- lingual, quando o elemento já está solto. É um movimento ideal para raízes cônicas. 5. Tração: Puxar o elemento do alvéolo, voltado para a tábua óssea mais delgada. 6. Avulsão: extração ao longo eixo do dente. TÉCNICA COM ALAVANCA 1. Correta empunhadura da alavanca. 2. Correta posição em relação ao dente. Movimento das alavancas: Alavanca: É um movimento de gangorra utilizado para raízes isoladas, dentes ou raízes com pequena implantação e dentes retirados após seccionamento. Cunha: a ponta ativa deve ser instalada entre septo interdental e o dente ou raiz a extrair. É indicado para raízes e dentes com pequeno suporte ósseo. Sarilho: Movimento rotacional ao longo eixo do instrumento. A ponta ativa fica entre o dente ou Exodontias pela Via Alveolar raiz a ser extraído e os septos interdentais ou interradiculares. Ela deve estar perpendicular ao longo eixo do dente. É utilizado para raízes isoladas, dentes ou raízes com pequena implantação, dentes retirados após seccionamento e extrações múltiplas. É a avulsão de um dente em situação normal ou anormal, em estado patológico ou de morfologia coronária e/ou radicular irregular, em que é necessário um procedimento complementar específico à técnica operatória básica. Exemplo: necessidade de alveolectomia, osteotomia, etc. Portanto, devemos considerar: Fatores locais de dificuldade (ex: densidade óssea, perda de tecido dentário, fraturas); Procedimentos complementares; Materiais e instrumentos específicos; Técnicas específicas. Dificuldades que dizem respeito ao dente e ao periodonto: Morfologia da coroa e das raízes (ex: hipercementose, anquilose – perda do ligamento periodontal, fazendo com que o osso grude na raiz). Estado do dente (ex: coroa totalmente destruída). Posição (se o dente está vertical ou horizontal – comum em terceiros molares). Para uma odontoseccção de um molar inferior, por exemplo, primeiro fazemos o descolamento gengival (maior na vestibular do que na lingual, para não correr o risco de romper o nervo lingual) e uma luxação prévia, para depois realizarmos a odontosecção e a avulsão. Nos molares superiores, fazemos a separação das raízes e começamos a extração pelas vestibulares (a mesial sai no sentido distal e a distal no sentido mesial). A palatina sairá no sentido vestibular, por isso será a última a ser extraída. Portanto, podemos notar que as raízes saem de acordo com a curvatura apical. Sempre é necessário um planejamento inicial para que o procedimento seja mais rápido e previsível. Se acontecer alguma intercorrência os instrumentais já devem estar na mesa. CLASSIFICAÇÃO 1- Alveolectomia parcial: Remoção de uma parte do osso. Indicações: Dentes com anomalias de posição. Dentes portadores de prótese. Normalmente é feita a associação dos 3 movimentos. OBS: não apoiar nos dentes vizinhos. Dentes multirradiculares que a destruição impeça a utilização de fórceps ou alavancas. Dentes com relação íntima com estruturas anatômicas importantes. Resistência coronária pequena. Em raízes. 2- Alveolectomia total: Remoção de toda a tábua óssea até expor o ápice da raiz. Indicações: Falência de outras técnicas exodônticas. Nas aquiloses alveolodentais (osso grudado ao dente, sem ligamento periodontal). Nas hipercementoses. Nas dilacerações apicais. 3- Osteotomia: Remoção de osso. Raízes. Dentes retidos ou impactados. RETALHO Necessário quando precisamos expor a coroa de um dente impactado ou quando precisamos realizar uma osteotomia. Há 4 tipos principais: 1- Em envelope: Incisão sulcular. Indicado para dentes inclusos localizados próximos à região cervical dos dentes adjacentes erupcionados e isolados, através de incisão linear no rebordo alveolar. 2- Triangular: Possibilita uma melhor visão. Incisão linear associada a uma incisão relaxante. Indicada para todos os dentes inclusos de uma forma geral. 3- Trapezoidal: Incisão linear e 2 relaxantes. Indicada para todos os dentes inclusos de uma forma geral, Exodontias pela Via Não-Alveolar preferencialmente para aqueles localizados muito distantes da região cervical de dentes vizinhos erupcionados. 4- Semilunar: Deve ser realizado em gengiva inserida e não em mucosa alveolar. Indicado para dentes inclusos localizados distantes da região cervical dos dentes erupcionados vizinhos (geralmente na região apical). TERCEIROS MOLARES Normalmente os terceiros molares inferiores se encontram nesta posição. Caso ele esteja disto-angulado devemos remover toda a coroa. Se estiver mésio-angulado realizamos a odontosecção. Os terceiros molares superiores normalmente se encontram na posição disto-angulada. Para extraí-los realizamos a força de tração no sentido disto-vestibular. Sempre devemos remover o saco folicular, caso a formação do dente ainda não esteja completa. Depois lavamos bem para provocar o coágulo e suturamos. Classificação de Pell & Gregory: Classe I: Quando couber uma coroa entre espaço do ramo a distal do 2º molar. Classe II: Quando couber metade de uma coroa. Classe III: Quando não cabe uma coroa nesse espaço. A: mesmo plano oclusal que o 2º M. B: A superfície oclusal do 3º molar está entre o plano oclusal e a linha cervical do 2º molar. C: A superfície oclusal do 3º está abaixo da linha cervical do 2º molar. INCISIVOS CENTRAIS E LATERAIS SUPERIORES Número do fórceps: 1 Sem aleta. Sem mordente. 180º. CANINOS SUPERIORES Número do fórceps: 99A. 1 aleta. Sem mordente. 180º. PRÉ-MOLARES SUPERIORES Número do fórceps: 150. Sem aleta. Sem mordente. 45º. Em formato de “S”. MOLAR SUPERIOR DIREITO Número do fórceps: 18-R. 1 aleta. Mordentedo mesmo lado da aleta. 45º. Em formato de “S”. MOLAR SUPERIOR ESQUERDO Número do fórceps: 18-L. 1 aleta. Mordente do lado oposto à aleta. 45º. Em formato de “S”. RAÍZES RESIDUAIS SUPERIORES Número do fórceps: 65. Sem aleta. Sem mordente. INCISIVOS A PRÉ-MOLARES INFERIORES Número do fórceps: 151. Sem aleta. Sem mordente. 90º. MOLARES INFERIORES Número do fórceps: 17. Sem aleta. 2 mordentes. 90º. MOLARES INFERIORES COM COROA DESTRUÍDA Número do fórceps: 16. 1 aleta. Sem mordente. 90º. Chifre de boi. Fórceps OBJETIVO: Aproximar as bordas da ferida, estabilizar o retalho e estabilizar o coágulo. Divididas em 3 fases: 1- “Lag” inicial: até o 5º dia a ferida depende totalmente da sutura. 2- Fibroblastos: do 5º ao 15º dia ocorre um aumento rápido na resistência da ferida. 3- Maturação: a partir do 14º dia há a remodelação do tecido conjuntivo. O tecido lesionado recupera no máximo 80% da resistência de tração inicial. Os materiais utilizados devem ser tão fortes quanto o tecido a ser suturado. PROPRIEDADES IDEAIS Asséptica e atraumática. Adequada tensão. Bordas cruentas. Sutura por planos. Baixa capilaridade (absorção de fluídos). Pouca aderência bacteriana. Pouco diâmetro. Excelente força tênsil e estabilidade do nó. Ótima plasticidade (capacidade de modelamento do fio, adquirindo novas formas. Quanto maior a plasticidade, maior a acomodação da sutura na ferida e menor as chances de ruptura das bordas). Pouca elasticidade e memória (tendência do fio em retornar à conformação anterior). Ótima pliabilidade (facilidade de manuseio do fio). Baixo coeficiente de atrito. A seleção do material depende do estado da ferida, o tipo de tecido a ser suturado, as características de força e do nó e a reação tecidual. FIO IDEAL Inerte aos tecidos. Absorção simultânea a cicatrização (não acontece). Força tênsil adequada. Não favorece desenvolvimento bacteriano. Não ter capilaridade. Não alergênico ou carcinogênico. Flexível e pouco elástico. Boa visualização. Fácil esterilização e sem alterar sua estrutura. Baixo custo. CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS 1- Naturais: Não absorvível: Seda, algodão, linho e metálicas (aço inox, titânio). Absorvível: Categute. SEDA: Usados em larga escala em odontologia com preço acessível. São contraindicados em presença de infecções e podem causar reações alérgicas. Ela é preferida em razão de suas qualidades superiores de manipulação. Possui lisura do fio e a elasticidade natural do material, o que garante segurança ao nó. CATEGUTE: Por serem absorvíveis economizam tempo no pós-operatório e reduzem a ansiedade do paciente, já que não é necessário removê-la. Apresenta uma resistência à tração média e deve tomar cuidado de não a utilizar se o paciente relatar histórico de bulimia, refluxo, esofagite, radioterapia que envolva exposição das glândulas salivares e doença de Sjôgren, pois tais coisas acelerariam a absorção do fio. 2- Sintéticos: Não absorvível: Dracon, polipropileno, PTFE e nylon. Absorvível: ácido poliglicólico, poliglactina 910 e polidioxanona. POLIGLACTINA (vicryl): Bom para sutura intraoral. Fio misto de ácido glicólico e ácido láctico e estereado de cálcio. O ácido láctico tem propriedades hidrofóbicas, que atrasa a perda de força a tração (após 14 dias mantém 65% de força a tração). É absorvido por hidrólise completamente entre 56 a 70 dias. NYLON: Não apresenta elasticidade. 3- Multifilamentoso (trançado): São trançados e depois revestidos com silicone, tendo excelente resistência a tração e segurança do nó. Causa maiores reações. 4- Monofilamentoso (fio único): Possui menor resistência na passagem do fio, resiste ao acúmulo de microrganismos, possui boa propriedade de manuseio (mas exige um nó mais elaborado) e é preciso ter mais cuidado para não preguear ou romper. Ex: nylon. 5- Absorvível: Perdem a resistência a tração em menos de 60 dias. São usados para segurar as bordas temporariamente, pois são degradados por processos enzimáticos (categute) ou por hidrólise (sintéticos). Em tecidos infectados, pacientes febris ou com proteinemia podem acelerar a sua degradação. 6- Não absorvível: Mantém a resistência a tração por mais de 60 dias. São usados quando um período maior é necessário e precisam ser removidos. TIPOS DE AGULHA Preferimos a triangular reversa, pois com a triangular normal a chance da sutura rasgar é maior (o ápice do triângulo fica voltado para a sutura). Já com a triangular reversa, a base fica voltada para a sutura, com menor chance de rasgar a sutura. Suturas TIPOS DE SUTURA A agulha deve ser colocada perpendicularmente à superfície do tecido, seguindo a curvatura da agulha, girando o pulso e não o braço. A estabilização do retalho se dá com a pinça. A agulha penetra de 2 a 3 mm da extremidade da incisão, começando pela superfície livre do retalho. A sutura pode ser: 1. SIMPLES: É feita uma por uma, começando pelo meio. 2. EM “X”: Sua principal função é a manutenção do coágulo. 3. SIMPLES CONTÍNUA: Primeiro é feita uma sutura simples e depois ela é continuada de uma ponta até a outra. Indicada para exodontias múltiplas. 4. CONTÍNUA FESTONADA: Primeiro é feita uma sutura simples e depois ela é continuada de uma ponta até a outra, dando uma laçada na sutura anterior. 5. SUTURA EM “U”: Permite maior tração. 6. CONTÍNUA GREGA: É uma sutura em “U” contínua. O fechamento do nó é feito no próprio fio. 7. SUTURA DE ESTABILIZAÇÃO PAPILAR: Utiliza-se o dente de ancoragem. 8. SUTURA DE BLAIR-DONATI: REALIZAÇÃO DO NÓ O primeiro laço é realizado dando duas voltas no sentido horário. O segundo laço é realizado dando uma volta no sentido anti-horário. Pode-se finalizar dando ainda mais uma volta no sentido horário. REMOÇÃO DE SUTURA Não absorvíveis: 7 dias. Absorvíveis: 21 dias. Limpeza da ferida e da sutura. É um conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. SEPSE: É o colapso dos tecidos vivos pela ação de microrganismos em uma grave infecção. ASSEPSE: é a ausência de infecção, de material ou agente infeccioso. ASSEPSIA: É o conjunto de medidas e procedimentos empregados durante todo o ato operatório, para se prevenir a contaminação e infecção da ferida cirúrgica e dos tecidos adjacentes. DESINFECÇÃO: É a destruição de todas as formas de microrganismos, patogênicos ou não, utilizada em objetos como móveis, equipos, refletores, mesas em salas cirúrgicas. Podem ser feitas com álcool 70%. ANTISSEPSIA: Técnica utilizada na diminuição da população bacteriana e prevenção de seu crescimento em tecidos vivos, sem que haja necessariamente a destruição de todas as formas Após o ato cirúrgico, cabe à equipe assistente orientar o paciente ou familiar sobre as possíveis reações fisiológicas e como lidar com os sinais e sintomas mais comuns. A linguagem usada deve ser simples e clara. A prescrição medicamentosa deve ser entregue com os cuidados pós-operatórios por escrito. CUIDADOS Manter uma compressa de gaze no local da cirurgia por 30 minutos. Em caso de sangramento após 30 minutos, colocar novamente a compressa que pode ser umedecida com SF 0,9%. Fazer uso dos medicamentosprescritos. Colocar bolsa de gelo no local, em intervalos alternados de 10 minutos por um período de duas horas. Não fazer bochechos durante as primeiras 24 horas. viáveis. Aplicada principalmente nas mãos do cirurgião e intra e extra bucal do paciente. Reduz a quantidade de bactérias em até 98%. Atua em conjunto com a esterilização e desinfecção. ESTERILIZAÇÃO: É a eliminação completa de todas as formas de vida presentes em objetos inanimados que mantém contato direto ou indireto com a região operatória. Pode ser feito por calor úmido (autoclave), calor seco (estufa), radiação ultravioleta, óxido etileno, radiação ionizante (raios gama), plasma de peróxido de hidrogênio. *OBS: Caso ocorram acidentes com materiais perfurocortantes, o profissional deve ser substituído por outro e seguir orientações dos órgãos especializados em doenças infectocontagiosas e em medicina do trabalho. Evitar esforço físico durante os 5 primeiros dias após a cirurgia. Fazer alimentação líquida/pastosa e fria nas primeiras 48 horas. Evitar ambientes quentes nos 5 primeiros dias (sol, vapor, panela quente, ferro, etc). Ficar com a cabeça alta durante as primeiras 48 horas. Não puxar ou retirar os pontos, não tracionar os lábios e não colocar os dedos no local da cirurgia. Evitar fumar e não fazer uso de bebidas alcoólicas enquanto estiver fazendo uso de medicamentos. Ao deitar, colocar um travesseiro mais alto, evitando apoiar no local operado. Fazer higienização com cuidado. Retornar no período recomendado para avaliação pós-operatória. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato imediatamente. Biossegurança Cuidados no Pós-Operatório As complicações podem ser prevenidas por meio de uma boa avaliação pré-operatória, realização de um plano de tratamento e seguimento dos princípios cirúrgicos. COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS x LOCAIS A piores complicações são as sistêmicas. O paciente deve fazer um acompanhamento médico antes do procedimento e dependendo do problema, deve ser atendido em ambiente hospitalar. As locais são mais fáceis de serem controladas: 1- Controle da dor com a técnica anestésica= permite que a PA se mantenha normal e que o paciente seja colaborador. 2- Controle de hematoma. 3- Evitar a parestesia (precisa de conhecimento anatômico). COMPLICAÇÕES QUE OCORREM DURANTE O PROCEDIMENTO OPERATÓRIO 1- Fraturas de restaurações e dentes adjacentes: Comum caso o dente ao lado tenha lesão de cárie ou grandes restaurações. Conduta: Avaliar a situação, mudar a técnica e terminar a cirurgia. 2- Avulsão ou luxação de dentes adjacentes: Conduta: Reimplante, imobilização e controle clínico e radiográfico. 3- Lesões aos tecidos moles: Pode ser devido a um retalho inadequado ou força excessiva. Conduta: Sutura se necessário, medicação e orientações. 4- Fratura da tábua óssea: Conduta: Remoção do fragmento ósseo e regularização óssea. 5- Comunicação buco-sinusal: Prevenção. Diagnóstico: manobra de valsalva = tampa o nariz e pede para o paciente fazer pressão. Complicações: sinusite, fístula oro-antral. Conduta: sutura, orientações e antibioticoterapia. *O raio-x é obrigatório antes de qualquer procedimento. 6- Fratura de mandíbula: Condições predisponentes: Mandíbula atrófica, dente incluso, osteoporose, patologias associadas. Conduta: Orientação e imobilização, encaminhamento para o buco, redução e medicação. 7- Fraturas radiculares: Conduta: finalização do procedimento, orientação ao paciente, medicação antibiótica e reagendamento para remoção da raiz. 8- Luxação mandibular: Pode ocorrer em um movimento de abertura da mandíbula. Conduta: Redução imediata, orientações, medicação (analgésicos e antinflamatórios) e controle clínico. 9- Ingestão/Aspiração: Comum nas exodontias. Se foi aspirado devemos tomar mais cuidado. 10- Enfisema: Penetração de ar no interior dos tecidos – forma edema (utilização de brocas, jato de ar). Conduta: orientação e medicação (antibiótico, antinflamatório e analgésico se necessário). COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 1- Dor: Controle com anestesia e analgésicos. 2- Edema: Tratamento com antinflamatórios. 3- Trismo: Dificuldade de abrir a boca no pós-operatório. Tratamento com analgésicos e antinflamatórios. 4- Hematoma: Drenagem. 5- Hemorragias: O controle é por sutura, morder gaze e orientar o paciente. 6- Alveolite: Processo inflamatório correspondente a uma complicação que surge após a extração de um dente, em que se verifica um atraso na cicatrização, normalmente provocada pela desintegração parcial ou total do coágulo sanguíneo ou pela ausência da sua formação. Pode ser seca ou úmida. 7- Infecção: infecções dos espaços faciais. PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PÓS 1- Controle de sangramento: Não fazer esforço físico; evitar locais quentes e evitar fumar e falar. Atenção ao uso de antiagregantes e anticoagulantes. 2- Controle de infecção: Observação da assepsia e antissepsia; medicação e orientação adequada. 3- Controle da dor e edema: Medicação adequada, aplicação de boa técnica cirúrgica. 4- Dieta adequada. 5- Higiene: Evitar bochechos, escovação cuidadosa, manter a sutura sem biofilme (cotonete com clorexidina), uso de enxaguatórios bucais com clorexidina depois de alguns dias. Acidentes e Complicações em Exodontia A dor é uma qualidade sensorial subjetiva, difícil de ser descrita ou interpretada. Ela varia em cada indivíduo. É uma experiência complexa e desagradável, com a função principal de proteção, alertando-nos sobre situações que possam ameaçar nosso bem-estar (associada a estímulos nocivos). Ela pode ser classificada em 2 tipos: 1. Dor nociceptiva: Resulta da ativação de nociceptores, através de estímulos dolorosos, os quais podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. Está relacionada com a interpretação individual de cada um, podendo ser sensorial, emocional ou cognitiva. Nocicepção: Transmissão e reconhecimento de impulsos em reposta a um estímulo nocivo. Dor: Forma como esta sensação é experimentada. Em geral, o estímulo inicial surge na periferia e são captados por receptores específicos. Estes receptores transmitem a informação para os neurônios, passam pelo córtex espinhal e sobem até o córtex cerebral. Portanto, a informação vai até o SNC, via aferente. Estímulos noceptivos: alodínia (algo que teoricamente não causaria dor), hiperalgesia, hipernocicepção (aumento da percepção da dor) e hipersensibilidade. Ela pode ser: Dor nociceptiva aguda: Sensação adaptativa fisiológica. Serve para alerta e proteção, como por exemplo, colocar a mão no fogo. Dor clínica: Necessita de intervenções. É o tipo de dor que trataremos. Dentro da dor nociceptiva, temos a dor inflamatória: Interação entre o tecido danificado e os neurônios sensoriais nociceptivos periféricos, por meio da participação de mediadores inflamatórios. A dor inflamatória aguda resulta da ação de um estímulo desencadeante (mecânico, químico ou térmico) ou de um mediador (como a bradicinina) que ativa esses neurônios periféricos sensibilizados. Portanto, quando menos trauma for gerado no tecido, menos resposta inflamatória e dor haverá e, consequentemente, menor será a necessidade de utilização de fármacos. Por isso buscamos fazer uma cirurgia minimamente invasiva e traumática. 2. Dor neuropática: Sensibilização das terminações nervosas. A dor neuropática manifesta-se de várias formas, como sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de formigamento ou adormecimento de uma determinada parte do corpo. Ex: herpes zóster. ANALGÉSICOS São os fármacos utilizados no tratamento da dor instalada. Podem ter dois tipos de ação: central ou periférica. Relaçãomedicamento x risco à gestação: Risco A - Não há evidência de risco em mulheres. Estudos bem controlados não revelam problemas no primeiro trimestre de gravidez e não há evidências de problemas nos segundo e terceiro trimestres. Exemplos: Ácido fólico, Retinol A, Piridoxina, Vitamina D3, Liotironina. Risco B - Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animais não foram encontrados riscos, mas foram encontrados efeitos colaterais que não foram confirmados nas mulheres, especialmente durante o último trimestre de gravidez. Exemplos: Benzatron, Gamax, Keforal, Sinvastatina, Busonid. Risco C - Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais no feto, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez. Exemplos: Hepatilon, Gamaline V, Pravacol, Desonida, Tolrest. Risco D - Há evidências de risco em fetos humanos. Só usar se o benefício justificar o risco potencial. Em situação de risco de vida ou em caso de doenças graves para as quais não se possa utilizar remédios mais seguros. Exemplos: Aspirina (Ácido Acetilsalicílico); Espironolactona, Benzodiazepinas, Fenitoína, Fenobarbital, Cortisona, Metadona. Risco X - Estudos revelaram má formação fetal ou aborto. Os riscos durante a gravidez são superiores aos potenciais benefícios. Não usar em hipótese alguma durante a gravidez. Exemplos: Tetraciclinas, Metotrexato, Penicilamina. 1. ANALGÉSICO DE AÇÃO PERIFÉRICA Atua diretamente nos nociceptores. Na odontologia, os analgésicos de ação periférica são os mais frequentemente recomendados, pois a dor causada pela maioria dos procedimentos cirúrgicos é classificada como leve a moderada. DIPIRONA SÓDICA 500 MG Antiálgico, antipirético (combate à febre). A Dor e Seu Controle Nomes comerciais: Anador, Novalgina. Preconizamos colocar na receita o nome do princípio ativo. Posologia: 500mg (+- 40 gotas para um paciente de 70kg) de 6 em 6 horas. Dose limite: 4g/dia (+- 320 gotas). Risco X na gravidez. PARACETAMOL 750 MG Nomes comerciais: Tylenol, Dôrico. Antiálgico, antipirético. Posologia: 750mg de 6 em 6 horas. Dose limite: 5g/dia. Risco B na gravidez. Hepatotóxico. IBUPROFENO 400 MG Nomes comerciais: Spidufen, Advil. Antiálgico, AINE. Posologia: 400mg de 6 em 6 horas. Dose limite: 3g/dia. Risco D na gravidez. 2. ANALGÉSICO DE AÇÃO CENTRAL Atua nos mecanismos centrais de regulação da dor. Indicado para dores intensas e traumas que persistem por um período maior de tempo. A principal classe é a dos opióides, que atuam em receptores opiáceos em sinapses inibitórias, no SNC. Previnem que os estímulos de dor cheguem ao cérebro e ativam as vias analgésicas descendentes. PARACETAMOL 500 MG + CODEÍNA 30 MG Nomes comerciais: Tylex, Paco. Analgésico de ação central. Posologia: 30 mg Codeína de 6 em 6 horas. Dose limite: 300 mg/dia. Risco C na gravidez. Utilizamos o Tylex quando o trauma cirúrgico for maior. TRAMADOL 50 MG Nomes comerciais: Tramal. Analgésico de ação central. Posologia: 50 mg de 8 em 8 horas. Dose limite: 300 mg/dia. Risco D na gravidez. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs) Alguns inibem seletivamente a COX2 (damos preferência a estes, pois não há comprometimento gástrico e há um percentual de analgesia). Também inibem prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanas. Diminuem o edema. Diminuem a sensibilização dos nociceptores (antiálgico). Diminuem prostaglandinas E2 no hipotálamo, prevenindo a febre. Aumentam os efeitos adversos: náuseas, vômitos, úlceras, insuficiência renal, hemorragias e reações cutâneas. NIMESULIDA 100 MG Nomes comerciais: Nisulid. AINE seletivo COX2. Posologia: 100 mg de 12 em 12 horas. Profilaxia: 200 mg – 30 minutos antes (auxilia com menor risco de hemorragia e analgesia). Dose limite: 300 mg/dia. Risco B na gravidez. CETOPROFENO 100 MG Nomes comerciais: Profenid. AINE seletivo COX2. Posologia: 100 mg de 12 em 12 horas. Profilaxia: 100 mg – 30 minutos antes (auxilia com menor risco de hemorragia e analgesia). Dose limite: 300 mg/dia. Risco B na gravidez. NIMESULIDA BETACICLODEXTRINA 400 MG Nomes comerciais: Maxsulid. Equivale a 100mg de Nimesulida, mas sua associação torna a ação mais rápida. AINE seletivo COX2. Posologia: 400 mg de 24 em 24 horas. Profilaxia: 400 mg – 30 minutos antes (auxilia com menor risco de hemorragia e analgesia). Dose limite: 800 mg/dia. Risco B na gravidez. DICLOFENACO 50 MG Nomes comerciais: Voltaren, Cataflam. AINE não seletivo para COX2, por isso não é indicado fazer profilaxia com ele, pois pode aumentar o sangramento trans-operatório. Posologia: 50 mg de 8 em 8 horas. Dose limite: 200 mg/dia. Risco D na gravidez. IBUPROFENO 600 MG Nomes comerciais: Spidufen, Advil. Antiálgico, AINE. Posologia: 600mg de 8 em 8 horas. Dose limite: 3g/dia. Risco D na gravidez. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS São os corticoides. São fármacos sintéticos produzidos em laboratório com base em hormônios produzidos pelas glândulas suprarrenais, que possuem uma potente ação anti-inflamatória. Diminui os efeitos colaterais se comparados aos AINEs. Maior meia vida (dose única). Diminui as reações alérgicas. Menor custo se comparados aos AINEs. É contraindicado para diabéticos, doenças fúngicas, tuberculose, herpes ocular e doenças psicóticas. DEXAMETASONA 4 MG Nomes comerciais: Decadron. AIE. Posologia: 4 mg de 12 em 12 horas. Dose limite: 30 mg/dia. BETAMETASONA 4 MG Nomes comerciais: Diprospan, Betatrinta. AIE. Posologia: 1 ampola (intramuscular) 30 minutos antes do procedimento. Dose única. PROTETORES GÁSTRICOS São drogas que agem controlando o pH do estômago, diminuindo a produção de ácidos, prevenindo assim complicações gástricas medicamentosas. Indicados para pacientes com histórico de úlceras, gastrites e refluxos, pacientes com cirurgia bariátrica e paciente com uso de medicação para controle de doenças crônicas. RANITIDINA 150 MG Posologia: 1 comprimido de 12 em 12 horas. Manter pelo menos 5 dias após o término da medicação. Mais indicado para uso temporário. OMEPRAZOL 40 MG Posologia: 1 comprimido de 24 em 24 horas. Iniciar pelo menos 7 dias antes. Manter pelo menos 10 dias após o término da medicação. Mais indicado para uso crônico. PANTOPRAZOL 40 MG Posologia: 1 comprimido de 24 em 24 horas. Iniciar pelo menos 7 dias antes. Não utilizar por mais de 8 semanas. Manter pelo menos 5 dias após o término da medicação. ANTI-AGREGANTES PLAQUETÁRIOS Para procedimentos simples, não há necessidade de suspensão da medicação. Sempre discutimos o caso com o médico prescritor e analisamos o caso. Não podemos suspender nem alterar a dose. Simples medidas locais de hemostasia são suficientes para controlar o sangramento trans-operatório, sem a necessidade da interrupção da terapia com AAS. AAS 100 MG Inibição irreversível da COX1. Diminuição da enzima tromboxano A2. Pode ser utilizada por 7 a 10 dias. Outros anti-agregantes são: Dipiridamol, Clopidogrel e Ticlopidina. ANTICOAGULANTES 1- Quando o INR é menor que 3,5, não se suspende o uso e nem se altera a dosagem em procedimentos cirúrgicos mais simples. 2- Quando o INR é maior ou igual a 3,5 ou o procedimento cirúrgico é mais complexo, deve-se entrar em contato com o médico para se avaliar risco/benefício da alteração da terapia. Pré-operatório: O INR deve ser de no máximo 3 dias antes. Devemos avaliar doenças hepatológicas e renais crônicos e agendar, se possível, cirurgias no período da manhã. Trans-operatório: Devemos usar anestésicoscom vaso, evitar bloqueios nervosos regionais, evitar traumas desnecessários e as suturas devem ser bem oclusivas. Pós-operatório: Prescrever bochechos de ácido Tranexâmico e considerar o uso de esponja hemostática. Para controle da dor, não prescrever AAS ou qualquer AINE (preferir dipirona e considerar o uso de dexametasona ou betametasona em doses únicas). Para o uso de antibióticos: 1- Dose profilática para endocardite infecciosa não há necessidade de se alterar a dosagem do anticoagulante. 2- Pacientes que requerem mais de que uma dose de antibiótico, devem ter o INR avaliado após 2 a 3 dias. OBS: Evitar o uso de Metronidazol e Eritromicina. VARFARINA Nome comercial: Marevan. Inibe a ação da vitamina K na cascata de coagulação. Inicio do efeito após 24 horas e fica ativa de 4 a 5 dias. HEPARINA SÓDICA Nome comercial: Liquemine. Utilizada em pacientes renais crônicos que fazem hemodiálise. Pode-se, em alguns casos, realizar o procedimento sempre no dia seguinte da hemodiálise. Os antibióticos são substâncias com capacidade de interagir com microrganismos que causam infecções, matando-os ou inibindo a sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los com mais eficiência. A prescrição de antibióticos para tratamento de infecções bucomaxilofaciais está indicada nas situações em que a infecção bacteriana, de origem odontogênica ou não, está instalada no organismo. Os sinais clínicos sistêmicos associados às infecções bucais (como febre e linfadenopatia regional) são importantes marcadores para a prescrição de antibióticos. Há 3 momentos de prescrição do antibiótico: 1. Profilaxia. 2. Profilaxia para endocardite bacteriana (para paciente com algum comprometimento, como cirurgia cardíaca, diabetes, problemas sistêmicos). A endocardite bacteriana é uma infecção do endocárdio das câmaras do coração ou das válvulas. 3. Terapêutica com antibiótico. ANTIBIOGRAMA O Antibiograma é um exame que identifica a sensibilidade da bactéria aos antibióticos, possibilitando ao médico indicar o antibiótico mais aconselhado para agir sobre a infecção do paciente. As causas de falha com o tratamento antibiótico dependem: Tratamento cirúrgico inadequado. Sistema imunológico deficiente. Dose/tipo inadequado. Falta de colaboração do paciente. Diagnóstico errado. ANTIBIÓTICOS DISPONÍVEIS AMOXICILINA 500 MG Nome comercial: Amoxil. Penicilina. Bactericida (lise da membrana celular). Posologia: 500 mg de 8 em 8 horas. Profilaxia: 1g - 1 hora antes do procedimento. Profilaxia para EB: 2g – 1 hora antes do procedimento. Dose limite: 4,5g/dia. AMOXICILINA 875 MG Nome comercial: Amoxil, Sinot. Bactericida (lise da membrana celular). Posologia: 875 mg de 12 em 12 horas. Profilaxia: 1,75 g - 1 hora antes do procedimento. Dose limite: 4,5g/dia. AMOXICILINA 875 MG + CLAVULANATO125 MG Nome comercial: Clavulin Bd, Sinot Clav. Bactericida (lise da membrana celular e inibidor da B-lactamase – potencializa o efeito). Posologia: 875 mg de 12 em 12 horas. Profilaxia: 1,75 g - 1 hora antes do procedimento. Dose limite: 4,5g/dia. CLINDAMICINA 300 MG Nome comercial: Dalacin. Bactericida (inibe a síntese de proteínas). Posologia: 300 mg de 8 em 8 horas. Profilaxia: 600 mg - 1 hora antes. Dose limite: 3 g/dia. CEFALEXINA 500 MG Nome comercial: Keflex. Bactericida (inibe a síntese de proteínas). Posologia: 500 mg de 6 em 6 horas. Profilaxia: 1 g- 1 hora antes. Dose limite: 4 g/dia. ERITROMICINA 500 MG Nome comercial: Eritrex, Pantomicina. Bactericida (inibe a síntese de proteínas). Posologia: 500 mg de 6 em 6 horas. Profilaxia: 1 g- 1 hora antes. Dose limite: 4 g/dia. AZITROMICINA 500 MG Nome comercial: Zitromax. Bactericida (inibe a síntese de proteínas). Posologia: 500 mg de 24 em 24 horas. Profilaxia: 500 mg- 1 hora antes. Dose limite: 1 g/dia. Indicado para pacientes alérgicos a penicilina. METRONIDAZOL 400 MG Nome comercial: Flagyl. Bactericida (DNA de bactérias e protozoários). Aumenta o espectro de ação da amoxicilina. Posologia: 400 mg de 6 em 6 horas. Profilaxia: Não recomendada. Dose limite: 4 g/dia. Antibióticos Os benzodiazepínicos são a primeira opção na diminuição da ansiedade. Na odontologia é utilizado por VIA ORAL: Maior aceitação e segurança e baixo custo. Os cirurgiões dentistas podem prescrever ansiolíticos, e isso é feito por meio da receita azul. O que não podemos prescrever é psicotrópicos (receita amarela). INDICAÇÕES x CONTRAINDICAÇÕES Indicações: Procedimentos que possam causar alguma dor, mesmo quando sob anestesia local (abcessos, pulpites). Intervenções que não podem ser suspensas (dentes inclusos, implantes, enxertos). Pacientes cardiopatas (possui grande quantidade de adrenalina). Pacientes ansiosos. Contraindicações: Gestantes (1º e 3º trimestre). Pacientes com glaucoma e miastenia grave. Alcoólatras e/ou dependentes químicos. Pacientes com hipersensibilidade aos benzodiazepínicos. VANTAGENS x DESVANTAGENS Vantagens: Menor volume de anestésico local. Reduz o sangramento trans-operatório, devido a diminuição da PA. Reduz o fluxo salivar. Reduz a náusea e o reflexo de vômito. Aumenta o limiar de dor. Amnésia anterógrada. Baixo custo e facilidade de uso. Desvantagens: Sonolência. Efeito paradoxal = fica elétrico, efeito contrário (+/- 5% dos casos). Necessidade de acompanhante. Impossibilidade de dirigir. Alucinações e/ou fantasias sexuais (Midazolam). Cuidados: Não ingerir bebidas alcoólicas 24h antes e 48h depois do medicamento. Não dirigir e não operar máquinas pesadas sobre efeito da medicação. Trazer um acompanhante. APRESENTAÇÕES COMERCIAIS 1- Midazolam 7,5mg: Dormonid. Hipnótico – sedativo. Meia vida: 1 a 3h (ação curta). Posologia: 7,5 a 15mg – 30 minutos antes do procedimento. Sedativo de primeira escolha em odontologia. 2- Diazepam 10mg: Valium ou Diempax. Ansiolítico – tranquilizante. Meia vida: 12 a 24h (ação longa). Posologia: 5 a 10mg – 1h antes do procedimento. Indicado para procedimentos mais extensos ou pessoas que possam dar trabalho no pós- operatório. 1- Lorazepam 2mg: Lorax. Ansiolítico – tranquilizante. Meia vida: 6 a 12h (ação intermediária). Posologia: 1 a 2mg – 2h antes do procedimento. Indicado para idosos. O lorazepam é indicado pra idosos. Crianças usamos o diapezam e midazolam. Ansiolíticos A receita é um documento com valor legal, normalizado e obrigatório, mediante a qual o profissional legalmente habilitado e no âmbito de suas competências prescrevem aos pacientes os medicamentos sujeitos à prescrição. De acordo com o art. 6 da Lei nº 5081 de 1966, que regulamenta o exercício da odontologia, o CD tem competência para prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicados em odontologia, bem como medicamentos de urgências no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente. RECEITUÁRIO As prescrições são feitas por meio de dois tipos de receitas: 1- Receita comum: Empregada na prescrição de medicamentos que não necessitam de receituário médico para compra, mas que só devem ser adquiridos quando prescritos por um profissional. Ex: analgésico, anti-inflamatório, soluções antissépticas e fluoretadas, manipuladas ou não. Deve conter identificação do prescritor, cabeçalho, inscrição, orientação, adscrição, data e assinatura do profissional. Não pode deixar espaço em branco entre a orientação e a assinatura, evitando a adulteração da prescrição.
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