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Charles da Silva Carvalho Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Saúde e Medicina Curso de Enfermagem GESTÃO DE LEITOS E REGULAÇÃO EM SAÚDE Autor (a): Charles Carvalho, Isadora Cristhinny, Leticia Sousa, Mayra Giovanna, Natalia Torres, Sara Rocha, Thaysa, Thiago Henrique. Orientador: Profª. Drª. Leila Bernarda Donato Göttems Taguatinga - DF 2022 Isadora Cristhinny Gomes da Silva Leticia Sousa Mayra Giovanna Langmer Natalia Torres Macedo Sara Rocha Magalhães Thaysa dos Santos Cruz Thiago Henrique de Matos GESTÃO DE LEITOS E REGULAÇÃO EM SAÚDE Trabalho acadêmico apresentado a disciplina de Planejamento e Gestão de Serviços de Enfermagem, do curso de graduação em Enfermagem, da Universidade Católica de Brasília UCB, como requisito parcial para obtenção de nota. Orientadora: Profª. Drª. Leila Bernarda Donato Göttems. Taguatinga-DF 2022 RESUMO Esse estudo tem como objetivo pesquisar e discorrer por meio de materiais coletados na internet e na visita técnica realizada, sobre o processo e importância da enfermagem na gestão de leitos e regulação em saúde. Conhecer a atuação do enfermeiro na Gestão de Leitos e qual seu papel desempenhado neste serviço, pode apresentar informações sobre espaço inovador para o enfermeiro exercer sua prática. O método foi composto por uma revisão narrativa de literatura a qual busca coletar informações diversas sobre o profissional enfermeiro atuante como gestor, sendo o trabalho dividido em duas partes: Gestão de leitos e Regulação em saúde. Palavra-chave: gestão, enfermagem, saúde ABSTRACT This study aims to research and discuss through materials collected on the internet and in the technical visit carried out, about the process and importance of nursing in bed management and health regulation. Knowing the role of nurses in Bed Management and what their role is in this service can provide information about an innovative space for nurses to exercise their practice. The method consisted of a narrative review of the literature which seeks to collect different information about the professional nurse acting as a manager, the work being divided into two parts: Bed Management and Health Regulation. Keywords: management, nursing, health. SUMARIO 1.INTRODUÇÃO............................................................................................................................................5 2.DESENVOLVIMENTO................................................................................................................................6 2.1.REGULAÇÃO EM SAÚDE.......................................................................................................................6 2.2.REGULAÇÃO AMBULATORIAL..............................................................................................................7 2.3.O SISREG AMBULATORIAL...................................................................................................................8 2.4.CRITÉRIOS DE PRIORIDADE................................................................................................................9 2.5.NOVO COMPONENTE DE REGULAÇÃO DA SES-DF..........................................................................9 2.6.COMPLEXO REGULADOR EM SAÚDE................................................................................................10 2.7.CENTRAIS DE REGULAÇÃO.................................................................................................................10 2.8.GESTÃO DE LEITOS..............................................................................................................................12 2.9.CONCEITOS IMPORTANTES................................................................................................................12 2.10.POLITICA NACIONAL DE REGULAÇÃO.............................................................................................13 2.11.MANUAL DO NÚCLEO INTERNO DE REGULAÇÃO..........................................................................14 2.12.METODOLOGIA KANBAN NA GESTÃO..............................................................................................15 2.13.ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO..............................................................................................................15 3.CONCLUSÃO.............................................................................................................................................17 4.REFERÊNCIAS..........................................................................................................................................18 1. INTRODUÇÃO Entende-se por regulação ideias fundamentais de controle (ajustamento e regramento), equilíbrio (correção e conservação), adaptação (interação e transformação) e direção (negociação e comando). Sugere-se ainda a divisão da regulação em dois processos: micro regulação (relacionado ao consumo dos serviços de saúde, ou seja, de como as pessoas têm suas necessidades resolvidas no cotidiano) e macro regulação (mecanismos estratégicos da gestão). (BATISTA et al, 2019). Assim como, leito hospitalar de internação: é a cama numerada e identificada destinada à internação de um paciente dentro de um hospital, localizada em um quarto ou enfermaria, que se constitui no endereço exclusivo de um paciente durante sua estadia no hospital e que está vinculada a uma unidade de internação ou serviço. (Padronização da nomenclatura e do senso hospitalar). (BORGES, 2019) Em uma breve observação do cenário da Gestão de leitos e da regulação em saúde, durante uma visita feita no dia 17/11/2022 (quinta-feira) no complexo do regulador com o acompanhamento da Preceptora Renata Cerqueira e algumas questões elaboradas e respondidas enfermeira Val no dia 22/11/2022, serão abordadas as formas de organizações administrativas e programas de monitoração, com decorrência a lógica e os processos envolvidos, no âmbito do olhar de um enfermeiro controlador. Tem o objetivo de observar as divisões de trabalho da unidade com suas funções específicas, mostrar através da pesquisa em campo a realidade, meios e recursos dos responsáveis para evitar desorganização e falta de assistência, trazer monitoração de todo um coletivo de unidades para que chegue a todas as redes de saúde vinculadas ao serviço de regulação e gestão de leitos de Brasília-DF. (BATISTA et al, 2019). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. REGULAÇÃO EM SAÚDE A regulação no Setor Saúde é compreendida como ação social e abrange ações de regulamentação, fiscalização, controle, auditoria e avaliação de determinado sujeito social sobre a produção de bens e serviços em saúde, sendo o Estado um desses sujeitos e os outros sujeitos não estatais, como segmentos privados lucrativos presentes no setor (planos e seguros de saúde), corporações profissionais e usuários organizados (como conselhos de saúde). (BARBOSA, 2016) A portaria GM/MS nº 1.559, de 1º de agosto de 2008, instituiu a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde compreendendo 3 dimensões: Regulação de Sistemas de Saúde onde os sistemas de saúde municipais, estaduais e nacional, definem a partir dos princípios e diretrizes do SUS, macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executa ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância desses sistemas; Regulação da Atenção à Saúde que adequa a prestação deserviços à saúde garantindo conforme pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde/Indicadores COAP, a prestação de ações e serviços de saúde e Regulação do Acesso à Assistência que objetiva a oferta do acesso aos serviços de saúde organizando os fluxos assistenciais no âmbito do SUS. (BATISTA et al, 2019) A regulação em saúde no SUS é um importante fator para que a política, gestão, planejamento e ações em saúde aconteçam de forma efetiva. Na constituição de 1988 na qual foi instituído o SUS já havia uma avançada movimentação na saúde pelos setores privados (como rede estatal de atenção básica, exames, internação e especialidades) que precisavam de uma regulação que auxiliasse também no direcionamento na oferta dos serviços públicos para que correspondesse com as necessidades da política, que, objetiva principalmente o bem estar social para a sociedade brasileira feita com a oferta de serviços de saúde com estatais próprios e de serviços privados que tem a parte filantrópica e ponto de vista alinhado com a não lucratividade (LOUVISON, 2017). No decorrer dos processos já havia uma grande compra de serviços com o INAMP se juntando com os serviços disponíveis pro SUS, onde houve um crescimento da saúde suplementar no qual o setor privado oferecia serviços por fora do sus e houve um crescimento do setor privado dentro do SUS para fazer a gestão das unidades de saúde onde esse conjunto de serviços precisava se organizar num sistema integral, de universalidade, equidade (que está alinhado com as respostas pra quem precisa mais) e integralidade (se articulando em redes e conectados entre si) enxergando a sociedade e a rede como um todo e não de forma individual em cada setor para que haja um atendimento direcionado e de qualidade à sociedade (LOUVISON, 2017). Como havia pouca tradição de regulação de serviços, optou-se por reestruturar o CRDF via normatização e, posteriormente, agregar mais qualidade ao processo de regulação. Porque possibilita a adoção de protocolos de regulação com critérios claros para todos os cidadãos trazendo, assim, transparência para todo o processo. (BATISTA et al, 2019). Serviços de saúde com maior equidade, eficiência e qualidade podem ser derivados da implementação de estratégias de integração de cuidados. Incrementos no acesso, continuidade e coordenação de cuidado também podem fomentar o processo. (BARBOSA, 2016) A criação e a implementação da primeira Central de Regulação da SESDF fazem- se em 1º de setembro de 2006 com a Central de Regulação de Internação Hospitalar (CRIH). Tal ato administrativo é oficializado por meio das Portarias/GAB/SES nº 41 de 30/08/06 e nº 42 de 31/08/06, que definiram os fluxos operacionais relacionados ao funcionamento da Central, bem como elencavam as competências de seus servidores. A necessidade de se organizar os encaminhamentos de pacientes gravemente enfermos à terapia intensiva na SES/DF foi resultado de uma decisão gestora, em consonância com o Tribunal de Contas do DF (TCDF) e o Ministério Público dos Territórios e do DF (MPTDF), como parte de um processo corretivo frente aos escândalos noticiados na mídia à época. A parceria/acompanhamento dessa implantação pelo TCDF e MPTDF permitiu que todos os leitos de UTI entrassem para a regulação. (BARBOSA, 2016) Apesar de ter como função precípua regular os leitos hospitalares, públicos e privados, dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS no DF, a CRIH teve como objeto inicial e imediato a regulação dos leitos de terapia intensiva (hoje aproximadamente, 403 leitos), seguidos dos de cuidados intermediários neonatais. Até a reconfiguração do CRDF, em 2017, não havia a regulação dos leitos gerais na SESDF (aproximadamente 4.000 leitos). Desde a sua criação, a CRIH funciona 24 horas ininterruptas em esquema de plantão. Utiliza um sistema informacional próprio, desenvolvido por uma empresa prestadora de serviços de tecnologia da informação junto à SES/DF. (VILARINS, 2012) A Central de Regulação de Marcação de Consultas e Exames (CMCE) foi criada em 2004, sendo responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas especializadas, exames e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico. Embora o processo regulatório estivesse desenhado, estimava-se, nessa época, que apenas 33% dos serviços realizados pela SESDF estavam disponíveis para a regulação, pois não foram institucionalizados mecanismos de controle da oferta de serviços realizados pela instituição. (VILARINS, 2012) 2.2.REGULAÇÃO AMBULATORIAL É um importante dispositivo de coordenação do cuidado, atributo essencial da Atenção Primaria a Saúde (, é responsável pelo atendimento aos pacientes que estão sendo assistidos pela atenção primária, e demandam uma consulta ou um exame. Incorpora regras, procedimentos e definições para o novo ciclo da gestão, em função também das mudanças observadas nos fluxos de regulação assistencial nos últimos anos e na retomada da centralidade da Atenção Primária na organização do sistema de saúde municipal. “Vai ser agendado para frente segundo a disponibilidade de vagas, dentro de uma avaliação de risco”. Ilustra o entendimento em: atender às necessidades do paciente na prestação de cuidados de alta qualidade e alto valor, criando pontes entre os níveis de atenção com disponibilidade de informações atualizadas e em tempo oportuno para evitar lacunas (gaps) ao longo do caminho do cuidado em um determinado paciente e em um determinado momento. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2022) Com isso, toda unidade de saúde passou a ter um responsável pela regulação dos pacientes e apoio técnico aos profissionais solicitantes. Alinhado a isso, regras e normas foram instituídas visando ampliar a oferta regulada pelas unidades da rede, remunerando exclusivamente os procedimentos regulados. As boas práticas na regulação trazem um ganho expressivo ao sistema ao otimizar os recursos, qualificar o acesso, aumentar a resolutividade do cuidado na atenção Primária à Saúde (APS) e, e, por conseguinte, aumentar a satisfação do paciente e sua família. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2022) A articulação entre os complexos reguladores federais, estaduais e municipais é fundamental e contribui com a integralidade da atenção e garantia do acesso. os complexos reguladores são implantados pelos gestores para organizar o acesso à rede de serviços que gerenciam, mas precisam atuar em conjunto com os outros complexos reguladores que atuam nos mesmos territórios, a partir de combinações de fluxos regionais prévios. Ter muitos serviços hospitalares que ainda não são regulados por complexos reguladores, cabendo ao próprio hospital decidir a disponibilização de vagas, amplia ainda mais as barreiras e fragmentação do acesso às redes de atenção. (NEVES, 2021) 2.3.O SISREG AMBULATORIAL É um sistema informatizado, com acesso via web, utilizado para operacionalizar a regulação do acesso, criado e mantido pelo Ministério da Saúde. Visa o gerenciamento de vagas ambulatoriais e de leitos, por meio de módulos ambulatorial e hospitalar, que permitem a inserção da oferta, da solicitação e até da confirmação do atendimento ao usuário. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2022) O módulo ambulatorial do SISREG é o principal sistema utilizado para a regulação de consultas, exames e procedimentos ambulatoriais especializados ofertados pelas unidades de saúde da rede municipal. O acesso aos serviços de alta complexidade, cuja oferta é executada prioritariamente pelas redes estadual e federal, é realizado por meio do Sistema Estadual de Regulação (SER), sendo a regulação de responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES/RJ) vis-à-vis as pactuações entre os entes, a exemplo dasDeliberações CIB RJ n.º 3.470/2015 e 3.534/2015. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2022) Fonte: Google Imagens 2.4.CRITÉRIOS DE PRIORIDADE O SISREG permite, no momento da solicitação de exame/consulta especializada, a definição da priorização clínica por um sistema de cores. Ao regulador também é dada a possibilidade de alterar posteriormente a classificação, caso seja necessário ou pertinente. Fonte: (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2022) 2.5.NOVO COMPONENTE DE REGULAÇÃO DA SES-DF A Regulação do Acesso à Assistência é exercida pelo CRDF e suas unidades operacionais, abrangendo a regulação médica como autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios de priorização definidos e pactuados entre os gestores envolvidos para a disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão por meio de atendimentos às urgências, consultas, leitos e outros que se fizerem necessários, contempla as seguintes ações: a) Regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar às urgências; b) Controle dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos especializados; c) Padronização das solicitações de procedimentos por meio dos protocolos assistenciais; d) Estabelecimento de referências entre unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local, interregional e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados. A regulação das referências interregionais é responsabilidade do gestor distrital, expressa na coordenação do processo de construção da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de regionalização e do desenho das redes. O CRDF configura-se dentro da SESDF como uma Unidade de Referência Distrital (URD), ou seja, é uma unidade pública de atenção à saúde destacada por suas especificidades assistenciais, especialização ou finalidade, como referência para todas as Regiões de Saúde. Tem a premissa de coordenar todo o processo de regulação do acesso aos serviços de saúde na SESDF, sejam eles próprios, contratados ou conveniados. 2.6.COMPLEXO REGULADOR EM SAÚDE - Garantir o acesso aos serviços públicos de saúde de forma adequada, levando em consideração os princípios da equidade, universalidade e integralidade; - Implementar ações que incidam sobre prestadores de serviços, públicos e privados, de modo a orientar uma produção eficiente, eficaz e efetiva das ações de saúde; - Fomentar o uso e a qualificação das informações dos cadastros de usuários, estabelecimentos e profissionais de saúde em plataformas operacionais de base nacional; - Orientar às diretorias dos hospitais próprios, conveniados e contratados da SES/DF, a adoção de medidas administrativas e assistenciais necessárias ao funcionamento da rede de atenção ao paciente; - Controlar a oferta de leitos disponíveis, bem como e a agenda de consultas, exames e procedimentos; - Padronizar os protocolos de regulação para as áreas reguladas após a pactuação dos gestores envolvidos; - Estabelecer as grades de referência e contra referência entre unidades, conforme fluxos e protocolos padronizados, diagnosticando, adequando e orientando os fluxos da assistência; - Capacitar de forma permanente as equipes de regulação que atuarão nas unidades de saúde; - Subsidiar as ações de planejamento, controle, avaliação, auditoria em saúde e o processamento das informações de produção para a tomada de decisões; - Subsidiar a programação pactuada e integrada; - Organizar fluxos de referência especializada interregional e interestadual. (BATISTA, 2019) 2.7. CENTRAIS DE REGULAÇÃO As Centrais de Regulação do CRDF estão vinculadas a 3 diretorias: Diretoria de Regulação da Atenção Ambulatorial e Hospitalar (DIRAAH), Diretoria da Central Estadual de Transplantes (CET) e Diretoria do SAMU. A descrição detalhada de cada Central de Regulação segundo responsabilidades e subordinação. (BATISTA, 2019) Sigla Central de Regulação Escopo e responsabilidades Subordinação CERIH Central de Regulação de Internação Hospitalar Regulação dos leitos hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, com a regulação de leitos de UTI e a regulação de leitos gerais e internações clínicas e cirúrgicas. DIRAAH CERA Central de Regulação Ambulatorial Responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas especializadas, exames, bem como aos demais DIRAAH procedimentos ambulatoriais. CERAC Central de Regulação Interestadual e de Alta Complexidade Regulação do acesso de pacientes que necessitam de procedimentos de alta complexidade fora do seu Estado de origem, como Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e a autorização dos procedimentos de alto custo realizados na rede SES/DF junto ao MS. DIRAAH CERCE Central de Regulação de Cirurgias Eletivas Regulação do acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos em toda a rede SES/DF. DIRAAH CERTS Central de Regulação do Transporte Sanitário Regulação do transporte eletivo de pacientes. DIRAAH CERU Central de Regulação de Urgências Regulação do acesso aos serviços de urgência e emergência Pré- Hospitalar Móvel e Hospitalares. Diretoria do SAMU 192 CEITAP Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial Regulação das urgências e emergências nas áreas de toxicologia, atenção psicossocial e violência. Referência em Toxicologia Clínica no SUS. Diretoria do SAMU 192 CET Central Estadual Transplantes Regulação do acesso a transplantes em consonância com a Central Nacional CET de Transplantes do Ministério da Saúde. 2.8.GESTÃO DE LEITOS A dificuldade da gestão de leitos hospitalares é algo muito discutido em vista que há constantemente a dificuldade da superlotação. Isso acontece por causa da alta demanda de pacientes e pouca oferta de leitos, o que dificulta a internação rápida, ocasionando um grande número de pacientes nas salas de espera, urgências, ou até mesmo mal alocados improvisadamente instalados em corredores, desencadeando atrasos na transferência de pacientes em condições de alta e agravamento de patologias passíveis de melhora em caso de um cuidado rápido. (BORGES, 2019) Em vista desse problema, a gestão de leito trata-se de um gerenciamento do hospital para reduzir tempo de espera do paciente com uma assistência segura e adequada, liberação de quarto e UTI e fazer um giro adequado, desempenhando um papel fundamental no estabelecimento e manutenção das camas hospitalares, garantindo sempre opções de disponibilidade aos pacientes que venham precisar deste serviço. 2.9.CONCEITOS IMPORTANTES A Secretaria de Assistência à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, através da Coordenação de Gestão Hospitalar do Departamento de Sistemas e Redes Assistenciais reuniu profissionais e demais interessado no assunto para realizar a elaboração de um texto de padronização da nomenclatura utilizada nos hospitais. Tem como objetivo facilitar comunicação, a formulação das pesquisas, a interpretação das informações geradas e a realização de estudos comparativos entre os diversos serviços existentes no País. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002) O conceito de leitos é bem definido como sendo a cama numerada e identificada destinada à internação de um paciente dentro de um hospital, localizada em um quarto ou enfermaria, que se constitui no endereço exclusivo de um paciente durante sua estadia no hospital e que está vinculada a uma unidade de internação ou serviço. Porém além disso, existem classificações desses leitos que veremos a seguir: (MINISTÉRIODA SAÚDE, 2002) • Leito hospitalar: é a cama enumerada e identificada destinada à internação de um paciente dentro de um hospital, localizada no local que se constitui endereço de um paciente durante sua estadia. • Internação hospitalar: pacientes admitidos para ocupar um leito hospitalar por período igual ou maior do que 24 horas. • Censo hospitalar diário: registro diário do número de leitos ocupados e vagos nas unidades de internação e serviços do hospital. Também são especificados os tipos de leitos: • Leito hospitalar de internação: Leito destinado à paciente em período de internação dentro de um hospital. • Leito hospitalar de observação: Leito destinado a paciente sob supervisão para fins de diagnóstico ou terapêutica por período inferior a 24 horas. • Leito de observação reversível: É o leito hospitalar de observação que pode ser revertido para um leito de internação em caso de necessidade. • Leito planejado: É o leito previsto para existir em um hospital de acordo com a legislação em vigor, mesmo que esse leito esteja desativado. • Leito instalado: É o leito habitualmente utilizado para internação. • Leito desativado: É o leito que nunca foi ativado ou que deixa de fazer parte da capacidade instalada do hospital permanentemente. • Leito operacional: É o leito passível de uso em utilização ou disponível para ocupação. • Leito bloqueado: É o leito que, habitualmente, é utilizado para internação, mas que no momento não pode ser utilizado por qualquer razão. • Leito ocupado: É o leito que está sendo utilizado por um paciente. • Leito vago: É o leito que está em condições de ser ocupado, mas que não está sendo utilizado por um paciente no momento. • Leito extra: Cama ou maca que não são utilizados para internação, mas que são ativados, seja em áreas que habitualmente não seriam destinadas à internação, seja em áreas que passam a comportar mais leitos do que normalmente comportam, mesmo que esses leitos sejam disponibilizados em condições diferentes dos habituais. • Leito de isolamento: É o leito de internação instalado em ambiente dotado de barreiras contra contaminação e destinado à internação de paciente suspeito ou portador de doenças transmissíveis. • Leito especializado: Leito hospitalar destinado a acomodar paciente de especialidade médica específica. • Leito de longa permanência: É o leito hospitalar cuja duração média de internação é maior ou igual a 30 (trinta) dias. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002) 2.10.POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO No decorrer dos anos, observa-se um debate sobre o acesso às ações e serviços de saúde objetivando melhorias na assistência para o atendimento da população. Com isso, o Ministério da Saúde direciona portarias, normas e estratégias para atingir esse objetivo. (BORGES, 2019) Frente a isso, instituiu-se a Política Nacional de Regulação no SUS por meio da portaria 1.559, de 1 de agosto de 2008, que traz um conceito de regulação como regulação assistencial vinculada à oferta de serviços, disponibilidade de recursos financeiros, observando os dois polos da relação de mercado: oferta e demanda. Além disso, regionaliza a assistência, remetendo aos Estados a competência de organizar o fluxo da assistência intermunicipal. (BORGES, 2019) Esta política prevê a operacionalização definida por meio de Complexos Reguladores que visa formar uma rede de cuidado integral e equitativo, organizada por três centrais: Central de Regulação de Consultas e Exames, Central de Regulação de Urgências e Central de Regulação de Internações Hospitalares, sendo a última importante para a Gestão de leitos hospitalares. (BORGES, 2019) As centrais podem ser consideradas observatórios que geram ações com efetividade e agilidade por realizarem uma monitoração do sistema, possibilitando melhoras ao setor saúde. São fornecidas informações importantes às tomadas de decisão na gestão, tais como adequação da oferta e demanda, contratualizações ou ações de educação, facilitando o atendimento das demandas das RAS. (BORGES, 2019) Para garantir bons resultados no gerenciamento de leitos hospitalares é preciso fazer um bom planejamento, o qual vê todas as ações e as mudanças realizadas no dia a dia, conferir a equipe e os recursos necessários e disponíveis, realizar controle de indicadores de eficiência do uso do leito / a taxa de ocupação, média de permanência, índice de rotatividade e intervalo de substituição. Ao definir objetos e determinar os indicadores, é possível monitorar os resultados e verificar se eles estão ou não trazendo o retorno; Essa análise irá permitir um trabalho focado na segurança do paciente, reduzir os desperdícios do sistema de saúde, o uso de forma eficiente o leito hospitalar e a organização do fluxo de entrada dos pacientes cirúrgicos. 2.11. MANUAL DO NÚCLEO INTERNO DE REGULAÇÃO (NIR) Recentemente, foi lançado pelo Ministério da Saúde um manual com o objetivo de orientar os gestores do SUS e dirigentes dos hospitais na condução do processo de implantação e implementação do Núcleo Interno Regulador (NIR). O manual fornece informações referentes ao funcionamento do NIR dentro do hospital. O NIR é uma unidade administrativa do hospital que se encarrega por realizar o monitoramento do paciente desde sua chegada, sua movimentação interna e externa até a alta hospitalar. Sua implementação do NIR deve ser compreendida como uma ação importante dentro do planejamento estratégico das unidades hospitalares já que essas instituições possuem complexidades que precisam ser aprimoradas e padronizadas para possibilitar um melhor atendimento aos usuários. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Fonte: Google Imagens Suas atividades envolvem coordenar a regulação intra-hospitalar, manter o controle diário da disponibilidade dos leitos, realizar o monitoramento do fluxo de informações do hospital, monitorar e atuar na resolução de internações prolongadas, organizar e acompanhar indicadores, relacionando-se com equipes multidisciplinares e outras estruturas de apoio. Nessa perspectiva, a gestão dos leitos realizada pela equipe deve viabilizar propostas para a diminuição das médias de permanência, aumento da rotatividade e diminuição da superlotação, já que um ponto importante para a gestão das vagas é a necessidade de compatibilização da demanda com os recursos disponíveis, os leitos de hospital. No geral, as unidades têm mantido o tempo médio muito alto, gerando um excedente de usuários represados nas emergências, causando também elevação das médias de permanência nesses locais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018) A melhora desse indicador, entre outros importantes para o bom funcionamento da unidade hospitalar, leva em conta a necessidade de adequação das unidades de saúde em geral, partindo desde a atenção primária a fim de evitar um sobrecarregamento nos hospitais por estas não estarem sendo resolutivas em suas demandas, sendo necessária uma reavaliação dos processos de rede de atenção á saúde como um todo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018) A Rede de Atenção a Saúde (RAS), coordenada pela Atenção Primária à Saúde (APS) tem uma suma importância na garantia de uma eficácia nos serviços de saúde, na gestão dos sistemas regionais de saúde e contribuem para a integralidade da assistência dos usuários do SUS. 2.12.METODOLOGIA KANBAN NA GESTÃO A metodologia Kanban é um método utilizado para organizar os processos que envolvem as equipes de uma organização, ressaltando a priorização das tarefas e tornando o foco bem definido para todos, a fim de um melhor planejamento e otimização dos processos realizados. (HEISLER, 2013)Nas organizações hospitalares, a metodologia Kanban está sendo adaptada como um instrumento para avaliação da qualidade assistencial, melhorias de fluxos e indicadores, sendo uma excelente ferramenta de apoio à gestão de leitos, permitindo otimização da oferta, redução de índice de permanência hospitalar, aumento da rotatividade dos leitos e de resolutividades no processo assistencial. (HEISLER, 2013) Metodologia Kanban é adaptável a qualquer atividade com produção em série, sendo atualmente utilizada como processo de melhoria contínua nos mais variados segmentos das organizações hospitalares, ou seja, como um instrumento para avaliação da qualidade da assistência, para melhorar fluxos, taxas de indicadores e resolutividade dos pacientes internados, sendo uma excelente ferramenta de apoio à gestão de leitos (CERDEIRA, 2019). Além disso, ficaram estabelecidos os critérios de classificação por cores para a elaboração do Painel de Monitoramento – verde, amarelo ou vermelho, conforme a metodologia Kanban, sendo o verde, dentro do intervalo entre o número de dias mínimo permitidos; amarelo, dentro do intervalo entre o número de dias da metade do tempo ou igual ao total de dias; e o vermelho, maior que o número de dias permitido. (CERDEIRA, 2019). 2.13. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO A atuação do enfermeiro de forma gerencial dentro de um ambiente hospitalar já é algo bastante notório e visto, porém a gestão de leitos é uma atividade recém implantada que vêm abrindo oportunidades para os profissionais de saúde. A enfermagem vem ganhando espaço para agir de forma multidisciplinar, integrada a outras áreas e com liderança, propiciando ao hospital um processo otimizado de organização. A atuação destes profissionais é constituída por atividades gerenciais que incluem tomada de decisão, estabelecer e monitorar os indicadores hospitalares, subsidiar discussões a respeito do perfil dos leitos hospitalares, fazer uso racional dos recursos hospitalares, promover cuidado integral ao paciente e propor e atualizar os protocolos clínicos, terapêuticos e administrativos. (FOGAÇA, 2020) Destacou-se, também, a atuação da equipe, e principalmente do enfermeiro, diante dos enfrentamentos diários para equilibrar a relação entre a demanda e a oferta pelos serviços hospitalares, evidenciando com esse fator uma grande dificuldade enfrentada relacionada tanto à falta de leitos disponíveis e funcionantes como à comunicação entre as unidades assistenciais. (FOGAÇA, 2020) Apesar disso, o conhecimento adequado e a visão integral do cuidado, que são características inerentes a enfermagem, fazem dos profissionais enfermeiros peças chaves no processo de gestão para melhorar o funcionamento dos processos de trabalho e o cuidado da saúde. 3. CONCLUSÃO Foi apresentado no decorrer do trabalho em questão, a importância do tema e da prática da regulação em saúde e gestão de leitos hospitalares, compreendendo que é necessário um planejamento das ações em saúde, objetivando um ambiente com equipes preparadas, garantindo a integralidade no cuidado do paciente. Dito isso, fica nítido que a gestão do leito é um objetivo estratégico importante em qualquer hospital, uma vez que a disponibilização de um leito de internação, juntamente com o pessoal e os materiais envolvidos, representa grande parte da sua rotina mais complexa, sendo então um cenário merecedor de estudos, propiciando elementos que facilitam a prática assistencial, principalmente no que se refere à categoria profissional da enfermagem inserida neste meio. 4. REFERÊNCIAS BARBOSA, Dayse Vieira Santos. Regulação em Saúde: desafios à governança do SUS. [S. l.], 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadsc/a/487tjCDYTQhNFdM7wnsYgDd/abstract/?lang=pt. Acesso em: 1 dez. 2022. BATISTA, Sandro Rodrigues. O Complexo Regulador em Saúde do Distrito Federal, Brasil, e o desafio da integração entre os níveis assistenciais. [S. l.], 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/xMKHxqM4Vkw5rTZBXvDdnzS/?lang=pt. Acesso em: 20 nov. 2022. BORGES, Fabieli. Atuação de enfermeiros na gestão de leitos de um hospital de ensino. [S. l.], 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/qRzsNn7gmX4h4myRFDdRrtc/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 20 nov. 2022. BORGES , FABIELI. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA GESTÃO DE LEITOS. [S. l.], 2019. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2021/04/atuacao-enfermeiro-gestao-leitos.pdf. Acesso em: 20 nov. 2022. CERDEIRA, Ana Karina Lima Alves. METODOLOGIA KANBAN COMO ESTRATÉGIA NA GESTÃO DE LEITOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS HUPES. [S. l.], 2019. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/reb/article/view/18463. Acesso em: 1 dez. 2022. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE, CONASS. A regulação no SUS – Alguns conceitos, 2016 Disponível em:.https://www.conass.org.br/guiainformacao/a-regulacao-no-sus-alguns- conceitos/. Acesso em: 20 de novembro de 2022. FOGAÇA, Carla Souza. 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