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A linguagem possibilita a comunicação e a interação humana, bem como leva as pessoas a perceberem o mundo por meio de diversos sistemas sígnicos, entre eles a língua. Quanto à língua, ela é aprendida de maneira espontânea e natural por cada um de nós desde bebês, porém, na medida em que crescemos, passamos a acreditar que não sabemos a própria língua. Essa crença deve-se ao fato de a sociedade atribuir à gramática normativa um papel social muito grande, o de indicar um modelo de uso da língua. Esse papel existe desde a invenção da gramática. Nesta unidade, tratamos da invenção da gramática e de seu papel na história. A gramática é milenar. Tornou-se modelo de estudo das línguas e assumiu a função de prescrever o que seja o bem falar e o bem escrever. Seu modelo de estudo segue os níveis da língua – fonético/fonológico, morfológico, sintático e semântico –, e a distribuição do conteúdo é do menor elemento da língua (fonema) ao maior (oração). No nível fonético/fonológico, podem-se descrever diferenças de pronúncia, enquanto no morfológico pode-se ver a estrutura e formação das palavras (derivação e composição), as quais são organizadas sintaticamente e carregam semanticamente um significado. Assim, no nível sintático, é possível observar a relação entre as palavras e a função que cada uma assume na oração. Quanto à semântica e à estilística, são conteúdos que foram acrescentados no decorrer do tempo à gramática. Então: • Fonética e fonologia: estudam o aspecto fônico e têm como unidade básica de estudo o fonema. • Morfologia: estuda a estrutura e a classe das palavras. • Sintaxe: estuda a relação entre as palavras. • Semântica: estuda o sentido das palavras na oração, no período ou no texto. • Estilística: estuda aspectos que se relacionam à produção de significado das palavras, como a emotividade. Ressaltamos que o conceito de gramática deve ser considerado no plural. Além da gramática tradicional, vista como normativa por instituir o padrão de uso da língua, existem a gramática internalizada, que dominamos e utilizamos espontaneamente, e a descritiva, que descreve a língua. Há ainda outras propostas de classificação, como as gramáticas implícita, explícita e reflexiva, que se relacionam com atividades linguísticas, metalinguísticas e epilinguísticas. Levando em conta tanto o objeto de estudo quanto os objetivos, temos também as gramáticas contrastiva, geral, universal, histórica e comparada.
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