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EDUCAÇÃO SEXUAL: ESCOLA E JUVENTUDE A sexualidade está presente em todos nós! Todo ser humano vive e cresce desenvolvendo sua sexualidade a partir das mudanças ocorridas ao longo do desenvolvimento: o crescimento e amadurecimento do corpo físico, as práticas sexuais e reprodutivas, a orientação sexual , os vínculos amorosos, entre outras mudanças. Muitas ações influenciam o modo como a sexualidade é vivenciada em nosso desenvolvimento: se somos homens ou mulheres, se temos ou não um corpo físico íntegro, , se vivemos ou não relações de amizade e amor satisfatórias, se vivenciamos ou não uma educação sexual repressora e conservadora na família. Todos os valores e informações sobre sexualidade que dispomos hoje não são coisas que nascem conosco, mas algo que aprendemos em todos os meios em que vivemos. E embora a sexualidade seja um tema tabu em muitas sociedades; ela é algo “natural”, que faz parte do nosso desenvolvimento humano. Da mesma forma que os pais, o professor também precisam estar atento às questões da sexualidade manifestadas em todos os alunos e alunas no contexto escolar. Mas antes de adentrarmos na questão escolar precisamos primeiro entender o que é a sexualidade e como ela funciona no dia a dia. Pensando nisso podemso dizer que a sexualidade é o nome que damos para o aspecto da vida humana que inclui as sensações corpóreas e subjetivas que envolvem, também, as questões emocionais. Quando é falado sobre o sexo, acaba vindo uma referencia de práticas sexuais que envolvem questões genitais. Mas a questão da sexualidade ultrapassa as barreiras do conceito biológico conhecido por todos; ela acaba trazendo um entendimento de mundo e de interação interpessoal onde o individuo consegue promover o autoconhecimento e a partir desta reflexão colocar em prática tudo aquilo que aprendeu e que acredita ser fundamental para sua construção de gênero e sexualidade. Pois a sexualidade que se manifesta ao longo de toda a nossa vida,nos ajuda a construir o nosso próprio pensar e agir a respeito da questão sexual que pouco a pouco é transformada por meio não só das ações sociais como por meio das vivencias interpessoais de cada individuo. E apesar de já sermos influenciados desde a infância nos caminhos da sexualidade ‘’normal’’ imposta pela sociedade é na adolescência que começam as descobertas e vivências a respeito das escolhas amorosas e sexuais e do reconhecimento como sujeitos sexuados no mundo. Nessa fase, que reconhecemos nossa identidade pessoal, assumindo nossos desejos e forma de sentir e amar. Para posteriormente apenas darmos continuidade a aquilo que já foi escolhido por nós atraves dessas vivências. A educação sexual é um processo constante. Ela pode ocorrer de modo não intencional, nas mensagens cotidianas que cada sociedade e cada cultura apresentam ou de modo intencional, quando, de modo planejado e organizado, pretende-se informar sobre sexualidade. Também chamada antes de “Orientação Sexual”, como sinônimo de processo no qual há uma atração ou ligação afetiva por outra pessoa. Então trabalhar questões sexuais dentro das escolas ajudam não só os alunos como os próprios professores uma vez que ao entender essas manifestações pode-se ajudar a não reproduzir uma educação que é muito comum: silenciosa, omissa, moralista e conservadora ou libertária e permissiva demais; onde o diálogo se torna uma estratégia facilitadora que envolvem a informação com reflexão, sem que as pessoas deixem de acreditar e seguir aquilo que as tornam mais felizes. Contudo, isso não significa que nossos valores tenham que ser impostos às outras pessoas, mesmo com as melhores intenções. Devemos, como educadores, ajudar as crianças e jovens em formação, a aprenderem a ter autonomia também nas questões sexuais. Faz parte de nossas tarefas ensiná-los a escolher suas atitudes, compreendendo as consequências, que eles respeitem a si mesmos e aos demais, que eles não sofram atendendo a padrões sociais, como tipo de relacionamentos, orientação sexual, estética etc. Eles devem perceber a sexualidade como um fenômeno que vai além do orgânico, pois o corpo sexuado se desenvolve num contexto social e histórico que influencia diretamente naquilo que acreditamos ser o mais correto, funcional ou saudável. Enfim, ajudar os estudantes a lidar com as mudanças da sexualidade, típicas do desenvolvimento humano, colabora para que eles possam aprender melhor as disciplinas acadêmicas e desenvolvam plenamente a condição sexual, pois ela faz parte integral de todo ser humano e, por isso, não pode ser deixada do lado de fora da sala de aula, nem dos muros da escola! REFERÊNCIAS ABRAMO, H. M. Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In: ABRAMO, H. M.; BRANCO, P. P. M. (org.) Retratos da juventude brasileira – Análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005. ABRAMOVAY, M. et al. Juventudes e sexualidade. Brasília: UNESCO Brasil, 2004.
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