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REANIMAÇÃO _ TRAIGEM NEONATAL

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RECEPÇÃO E REANIMAÇÃO NEONATAL 
Iagson Thaillon 
Matheus Chacon
Lucas Araujo
HISTÓRIA MATERNA
É fundamental conhecer a história materna, não só gestacional como também pessoal. Um pré-natal bem feito, aliado a um médico informado, diminui o risco de morbidade e mortalidade no período neonatal.
Pontos a serem explorados:
• História médica pessoal da mãe
• História gestacional atual
• Histórias gestacional e obstétrica prévias.
• Estilo de vida
• Estabilidade emocional e expectativas para o nascimento do bebê.
RECEPÇÃO DO NEONATO
Atenção na sala de parto: 
Deve fornecer tranquilidade e privacidade a gestante.
O ambiente deve ser climatizado entre 23 a 25 °C para garantir a normotermia da mãe e do RN.
É recomendado que esteja presente pelo menos um pediatra capacitado para realizar reanimação neonatal 
A equipe de apoio deve ser treinada e atuar de forma coordenada em caso de intercorrência. É importante nomear um líder que conduzirá a equipe em caso de intervenção.
O material para reanimação deve estar preparado. Mesmo em casos de baixo risco, é preciso ter em mente que qualquer bebê pode precisar de atendimento.
RECEPÇÃO DO NEONATO
Após avaliação da história pessoal, obstétrica e os hábitos de vida da mãe, recrutou uma equipe capacitada e separou os materiais necessários para uma possível intervenção, é hora de recepcionar esse bebê. 
Para definir a conduta e a vitalidade de qualquer recém-nascido, devemos ter em mente três parâmetros importantes:
Idade gestacional: Separar os menores e os maiores/iguais a 34 semanas. 
Respiração: Presença de respiração regular ou choro forte.
Tônus: O RN deve apresentar bom tônus flexor.
Os parâmetros 2 e 3 determinam a vitalidade do neonato.
RECEPÇÃO DO NEONATO
RECEPÇÃO DO NEONATO
Com base nos 2 parametros para definir o indice de vitalidade do RN.
Se o RN respira ou chora.
Se o RN tem bom tônus.
Nesse caso, o RN tem boa vitalidade. Portanto, devemos fazer o contato pele a pele e clampear tardiamente o cordão. 
RN ≥ 34 SEMANAS:
Contato pele a pele
Secar o RN, retirar campos úmidos e colocar touca. 
Clampeamento do cordão umbilical após 60 segundos.
Amamentação na primeira hora de vida + avaliação contínua do bem-estar.
RN < 34 SEMANAS:
Contato pele a pele
Envolver o RN em campos estéreis aquecidos
Clampeamento do cordão após 30 segundos.
Levá-lo a mesa de reanimação para realizar os passos iniciais
Encaminhá-lo à UTI neonatal.
RECEPÇÃO DO NEONATO
O CONTATO PELE A PELE: 
Deve ser realizado sempre que possível tanto em partos vaginais quanto em cesarianas. O RN despido é colocado no tórax ou abdome da mãe, também despida.
O RN maior/igual a 34 semanas também deve ser seco e os campos úmidos devem ser retirados para evitar perda de calor.
Não há duração específica.
RECEPÇÃO DO NEONATO
CLAMPEAMENTO TARDIO DO CORDÃO UMBILICAL:
Ao realizar o clampeamento tardio do cordão umbilical, permitimos que o RN receba fluxo de sangue da placenta, o que aumentará suas reservas de ferro. 
Vantagens:
Aumentar o nível de hemoglobina no bebê e, com isso, diminuir a ocorrência de anemia neonatal e do lactente (3 a 6 meses de idade) e de transfusões sanguíneas.
Redução de hemorragias intracranianas, enterocolite necrosante e sepse neonatal.
É importante ressaltar que filhos de mãe HIV positivo permanecem com a indicação de clampeamento imediato do cordão, independentemente da vitalidade.
RECEPÇÃO DO NEONATO
AMAMENTAÇÃO NA PRIMEIRA MEIA HORA DE VIDA:
A amamentação deve ser incentivada ainda na sala de parto, na primeira hora de vida, trazendo vantagens para a mãe e para o bebê: 
A sucção estimula a produção de ocitocina materna, que auxilia na contração uterina e diminui o risco de hemorragias no pós-parto.
Aumentar o vínculo entre a mãe e o bebê, a chance de sucesso do aleitamento materno exclusivo e a produção do colostro.
RECEPÇÃO DO NEONATO
TEMPOS DE CORONAVÍRUS: 
NOTA TÉCNICA Nº 14/2020 – COCAM/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS: As orientações à atenção à saúde do recém-nascido no contexto da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) contidas nessa nota técnica referem:
Parturientes assintomáticas e que não tenham contato domiciliar com pessoa com síndrome gripal ou infecção respiratória comprovada por SARS-CoV-2:
Orienta-se a manutenção do clampeamento em tempo oportuno do cordão umbilical ao nascimento, bem como o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida.
Parturientes sintomáticas ou que tenham contato domiciliar com pessoa com síndrome gripal ou infecção respiratória comprovada por SARS-CoV-2:
Manter a rotina de clampeamento oportuno do cordão umbilical (pode ser tardio se o RN estiver em condições para tal).
Não é necessário banho logo após o nascimento.
O contato pele a pele e a amamentação poderão ocorrer após os cuidados de higiene da parturiente, incluindo banho no leito, troca de máscara, touca, camisola e lençóis.
RECEPÇÃO DO NEONATO
TEMPOS DE CORONAVÍRUS: 
No caso de mãe clinicamente estável e recém-nascido assintomático, o regime de alojamento conjunto poderá ser mantido.
Sugere-se a acomodação privativa com o recém-nascido, devendo ser respeitada a distância de no mínimo 1 metro e preferencialmente 2 metros de distanciamento entre o leito da mãe e o berço do recém-nascido.
O aleitamento materno deverá ser promovido com aplicação das precauções recomendadas, como uso de máscaras e higienização das mãos.
A alta hospitalar não deverá ser postergada além de 48-72 horas.
Não está indicada a triagem laboratorial para investigação de Sars-CoV-2 em RN assintomático.
Os acompanhantes devem ter entre 18 e 59 anos, ser assintomáticos e não ter tido contato prévio com
infectados. Preferencialmente, não deve ocorrer troca de acompanhantes durante o internamento.
Os acompanhantes devem ter entre 18 e 59 anos, ser assintomáticos e não ter tido contato prévio com infectados. Preferencialmente, não deve ocorrer troca de acompanhantes durante o internamento.
reanimação neonatal ≥34 semanas
RN COM POUCA VITALIDADE:
	Baseado nos mesmos 2 parâmetros, independente da idade gestacional:
Não respira/respira de forma irregular ou não chora.
Não tem bom tônus.
Neste caso a primeira coisa a ser feita é tentar o estímulo tátil no dorso por duas vezes, no máximo.
Caso não houver resposta, clampeamos o cordão de imediato e inicia-se a reanimação neonatal.
reanimação neonatal ≥34 semanas
PASSOS INICIAIS:
RN deprimido deve ser levado à mesa de reanimação em campos aquecidos após a falha no estímulo tátil. 
Os objetivos desse passo são: manter a normotermia (36,5 a 37,5 °C) e as vias aéreas pérvias. O tempo de realização desses passos deve ser de 30 segundos.
	MANUTENÇÃO DA HIPOTERMIA:
Temperatura ambiente controlada entre 23 e 25 °C.
Colocar o RN sob fonte de calor radiante.
Secar, remover campos úmidos e colocar touca.
reanimação neonatal ≥34 semanas
MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS: 
Posicionar a cabeça e o pescoço do RN em leve extensão para abrir as vias aéreas.
Aspirar a boca primeiro e, depois, as narinas do RN, delicadamente, apenas se houver excesso de secreções em vias aéreas! A boca deve ser aspirada primeiro para minimizar o risco de broncoaspiração.
Após essas manobras, avaliamos a frequência cardíaca e o ritmo respiratório para decidir se há necessidade de irmos em frente:
FC deve ser >100 bpm e o ritmo respiratório deve ser regular. 
O tempo de realização desses passos deve ser de 30 segundos.
reanimação neonatal ≥34 semanas
AVALIAÇÃO DA FC E O RITMO RESPIRATÓRIO:
O melhor método é o monitor cardíaco, ele deve ser locado sempre que a reanimação for iniciada.
O oxímetro de pulso seria uma segunda opção, pois, além de demorar para aferir, pode subestimar a FC.
A ausculta do precórdio, apesar de ser o método mais utilizado, apresenta grande chance de também subestimar a FC. 
A palpação de cordão umbilical não deve ser utilizada.
Após a avaliação de FC e ritmo respiratório, se o RN estiver com respiração irregular ou bradicárdico (FC <100 bpm), passamos para o próximo passo, queé a ventilação com pressão positiva (VPP).
MONITOR CARDÍACO > OXIMETRIA DE PULSO > AUSCULTA DE PRECÓRDIO.
reanimação neonatal ≥34 semanas
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA COM BALÃO E MÁSCARA:
Quando iniciamos a reanimação neonatal, é indicado que uma segunda pessoa coloque o oxímetro de pulso em membro superior direito.
Não se engane com uma baixa saturação; Os neonatos podem demorar mais de 10 minutos para subir acima de 95%.
	SatO2 PRIMEIROS MINUTOS DE VIDA	
	MINUTOS DE VIDA	SatO2 IDEAL PRÉ DUCTAL
	Até 5 	70-80% 
	5 a 10	80-90%
	Mais de 10	85-95%
FC < 100, APNEIA OU RESPIRAÇÃO IRREGULAR -> VPP COM BALÃO E MÁSCARA
reanimação neonatal ≥34 semanas
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA COM BALÃO E MÁSCARA:
A ventilação pulmonar é o procedimento mais im­portante e efetivo na reanimação do RN ao nasci­mento. (MINUTO DE OURO)
≥34 SEMANAS, INICIAR A VPP SEMPRE COM OXIGÊNIO A 21% (AR AMBIENTE).
Ventilar na frequência de 40-60 movimentos/minuto, de acordo com a regra prática “aperta/solta/sol­ta”
A VPP com balão (ambu) e máscara deve durar 30 segundos. Após isso reavaliamos ritmo respiratório e FC do RN.
Após cada passo da reanimação, se não houver melhora, está indicada a revisão da técnica para saber se está sendo efetiva ou há alguma falha de equipamento ou execução.
VPP = BALÃO AUTOINFLÁVEL + MÁSCARA + OXIGÊNIO A 21%
reanimação neonatal ≥34 semanas
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA COM MÁSCARA LARÍNGEA:
Deve-se considerar a possibilidade de utilizarmos a máscara laríngea como interface de ventilação antes de intubar o RN.
Os critérios para que ela seja utilizada são: RN ≥ 34 semanas e/ou ≥ 2000g.
A VPP com a máscara laríngea e balão autoinflável seguem as mesmas recomendações da máscara facial.
Caso não seja efetivo, seguimos para intubação orotraqueal.
reanimação neonatal ≥34 semanas
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL:
Deve ser realizada pelo médico mais experiente da equipe e cada tentativa deve durar no máximo 30 segundos. Em caso de falha, a VPP com balão e máscara deve ser retomada e o paciente deve ser estabilizado antes de nova tentativa.
A escolha da cânula é individualizada e deve-se levar em consideração a idade gestacional do RN e deve ser fixada no lábio superior. (Peso + 6)
Ventilar com tubo endotraqueal por mais 30 segundos e reavaliar frequência cardíaca e ritmo respiratório.
A concentração de oxigênio pode ser mantida em 21% (ar ambiente), ou se necessário ofertamos O2 para saturação alvo. A regra é subir para 40% e seguir de 20% em 20% até a concentração alvo, mantendo a concentração estável por 30 segundos.
reanimação neonatal ≥34 semanas
DESFECHO IOT:
FC >100 bpm e Ritmo respiratório regular; deve-se extubar e ofertar oxigênio em método não invasivo, como hood (capacete) ou CPAP; de acordo com a saturação.
FC entre 60 e 100 bpm, sem respiração espontânea; manter IOT e encaminhar com emergência à UTI neonatal.
FC <60 bpm, iniciamos a massagem cardíaca.
reanimação neonatal ≥34 semanas
MASSAGEM CARDÍACA:
Inicia se FC <60 bpm.
O RN continua entubado.
Se utiliza a técnica dos dois polegares;
 	É a técnica mais adequada, pois gera maior pico de pressão sistólica, perfusão coronariana e é menos cansativa.
Deve-se estar posicionado na cabeceira da mesa de reanimação, abraçar o tronco do bebê com as mãos e colocar seus polegares sobrepostos no terço inferior do esterno, logo abaixo da linha intermamilar, onde se situa a maior parte do ventrículo esquerdo.
reanimação neonatal ≥34 semanas
COMPRESSÃO X VENTILAÇÃO:
A proporção compressão x ventilação deve ser de 3:1
Deve ser realizada por 60 segundos. (Frequência de 120 eventos; 90 compressoes e 30 ventilaçoes)
A avaliação do após o ciclo deve ser realizada.
reanimação neonatal ≥34 semanas
POSSÍVEIS DESFECHOS:
RN apresenta FC >60 bpm; interrompemos a massagem cardíaca e persistimos na ventilação.
RN apresenta FC > 100 bpm e respiração espontânea; podemos interromper também a ventilação.
Caso a técnica esteja correta e o bebê persistir com a frequência menor do que 60 bpm; partimos para o próximo passo, e o mais invasivo:
Cateterismo umbilical e administração de medicações, principalmente a adrenalina.
reanimação neonatal ≥34 semanas
MEDICAÇÕES EM SALA DE PARTO:
Apenas duas medicações são realizadas em sala de parto: adrenalina e soro fisiológico 0,9%.
ADRENALINA:
Deve ser iniciada em casos de FC <60 bpm após ventilação associada à massagem cardíaca.
A infusão deve ser endovenosa de preferência.
A via endotraqueal pode ser utilizada uma única vez enquanto o médico realiza o cateterismo umbilical.
A via intraóssea pode ser utilizada como segunda opção.
reanimação neonatal ≥34 semanas
ADRENALINA:
A adrenalina deve estar diluída em soro fisiológico na proporção 1:10.000 (1 mL de adrenalina + 9 mL de soro fisiológico 0,9%)
Nas diretrizes de 2022, a infusão foi padronizada para a dose de 0,02 mg/kg (0,2 mL/kg) via endovenosa e pode ser repetida a cada 3 a 5 minutos.
Se via endotraqueal, 0,1 mg/kg (1 mL/kg).
reanimação neonatal ≥34 semanas
EXPANSOR DE VOLUME (SF 0,9%)
Deve ser considerado em casos em que não há resposta à administração de adrenalina ou se há sinais de hipovolemia, como palidez, má perfusão periférica e perda visível de sangue.
Soro fisiológico 0,9% no volume de 10 mL/kg, lentamente durante 5 a 10 minutos, e pode ser repetido se necessário.
reanimação neonatal ≥34 semanas
SE O RN NÃO APRESENTA RESPOSTA E NENHUM DOS PASSOS:
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria consideram razoável interromper a reanimação após 10 minutos de assistolia.
Essa decisão deve ser individualizada a cada caso:
Se a técnica de reanimação foi adequada. 
Se os cuidados intensivos neonatais estão disponíveis.
Sobre causa base que causou a necessidade das manobras.
Houve acordo prévio com os familiares.
REANIMAÇÃO NEONATAL EM <34 SEMANAS
DEVEMOS SEGUIR A MESMA SEQUÊNCIA DE REANIMAÇÃO COM AS SEGUINTES DIFERENÇAS:
Todos os RNs são encaminhados para a mesa de reanimação, inclusive os com boa vitalidade, após o contato pele a pele e o clampeamento após 30 segundos.
Nos passos iniciais, não devemos secá-los, e sim envolver seu corpo em saco plástico transparente e colocar touca dupla.
Caso seja necessário iniciar a VPP, a concentração inicial de oxigênio deve ser de 30%.
TESTES DE TRIAGEM NEONATAL
TESTES DE TRIAGEM NEONATAL
Em saúde pública, ‘triar’ significa identificar, em uma população assintomática, os indivíduos que estão sob risco de desenvolver determinada doença ou distúrbio, O termo “triagem neonatal” implica a realização desse rastreamento nos primeiros 28 dias de vida (período neonatal).
 Alguns critérios devem ser preenchidos para a escolha das doenças triadas no período neonatal:
Doença frequente, assintomáticas, mas cujos sintomas clínicos possam ser reduzidos ou eliminados por meio do tratamento.
Disponibilidade de teste de triagem com especificidade e sensibilidade altas, mas também economicamente viável.
Ter estabelecido um programa de acompanhamento clínico com disponibilização dos quesitos mínimos necessários ao sucesso do tratamento.
TESTES DE TRIAGEM NEONATAL
No Brasil estão disponíveis gratuitamente cinco tipos de exames de triagem neonatal.
Teste do pezinho: triagem neonatal biológica.
Teste do coraçãozinho: triagem da cardiopatia congênita.
Teste do olhinho: teste do reflexo vermelho.
Teste da orelhinha: triagem auditiva neonatal.
Teste da linguinha: teste do frênulo lingual.
TESTE DO PEZINHO
Foi o primeiro teste de triagem neonatal, implantado no país em 2001, através do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). 2001
Atualmente, a maioria dos Estados do país se encontra na fase IV de implantação, com o rastreio de seis doenças
FENILCETONÚRIA (PKU);
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO;
DOENÇA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS;
FIBROSE CÍSTICA;
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA;
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
TESTE DO PEZINHO
Em março de 2020, foi publicada uma portaria que instituiu a triagem da toxoplasmose congênita pelo teste do pezinho,com prazo de 180 dias para os Estados se organizarem.No final de abril de 2021 foi aprovada a lei que amplia o número de doenças rastreadas pelo teste do pezinho, com a adição do rastreio para os erros inatos do metabolismo pelo Tandem, imunodeficiências primárias e atrofiamuscular espinhal.
TESTE DO PEZINHO
O teste do pezinho é realizado pela punção lateral da região plantar do calcanhar.
Pelo menos, 48 horas após o início da amamentação e em até 28 dias de vida.
O período ideal de coleta da primeira amostra situa-se entre o 3º e o 5º dia de vida. 	
TESTE DO PEZINHO
Recém-Nascidos Prematuros (RNPs) têm maior risco de falso-positivos ou negativos do teste do pezinho.
Recomenda-se a realização do teste por meio de coleta de sangue venoso periférico com pelo menos, 3 amostras em tempos diferentes:
1ª amostra: à admissão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, antes da utilização de medicamentos ou transfusões.
2ª amostra: entre 48 e 72 horas de vida, independentemente de sua condição clínica.
3ª amostra: à alta hospitalar ou aos 28 dias de vida, o que ocorrer primeiro.
FENILCETONÚRIA (PKU)
A Fenilcetonúria é um erro inato do metabolismo, incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina, herança autossômica recessiva. deficiência da fenilalanina hidroxilase.
Classificação: 
Clássica: Rn normal ao nascer, mas que evolui progressivamente com atraso no DNPM, vômitos, odor característico na urina (urina de rato), convulsões. (Atividade enzimática inferior a 1% ).
Leve: Os lactentes geralmente são assintomáticos, mas pode ocorrer lesão cerebral progressiva com a idade.(Atividade enzimática entre 1-3%)
Transitória ou permanente: Não está associada a nenhuma sintomatologia clínica e não necessita de tratamento.(Atividade enzimática superior a 3%)
FENILCETONÚRIA (PKU)
tratamento: consiste em uma dieta pobre em fenilalanina, hipoproteica e suplementada por fórmula de aminoácidos isenta de fenilalanina, introduzida o mais precocemente possível. 
confirmação diagnóstica: é feita pela dosagem quantitativa da fenilalanina sanguínea. Além disso, também pode ser realizada a genotipagem.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
Prevalência de 1:1.500 a 1:4.000 nascidos vivos. sexo feminino > sexo masculino. É um distúrbio causado pela produção deficiente de hormônios da tireoide. geralmente é primário:
Disgenesia 85%
Disormonogênese 15%
Ao nascimento: assintomático (passagem transplacentária de T4)
Sistema nervoso central: lesão grave e irreversível - retardo mental já a partir da 2ª semana de vida
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
TSH esteja entre 10 e 20 mUI/L - repetir a dosagem do TSH pela punção do calcanhar.
1º resultado do TSH for superior a 20 mUI/L - dosagem venosa de TSH e T4 livre até 2 a 6 semanas de vida
2ª dosagem se mantiver alterada - dosagem venosa de TSH e T4 livre até 2 a 6 semanas de vida
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
Tratamento: levotiroxina (idealmente iniciado até 14 dias de vida).
DOENÇA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS
Distúrbio autossômico recessivo, defeito estrutural da cadeia beta da globina, Na doença falciforme a hemoglobina predominante é a hemoglobina S. (HbS), hemoglobina e na forma das hemácias, originando hemácias em foice quando expostas a determinadas condições, como febre alta, baixa tensão de oxigênio e infecções.
A triagem neonatal das hemoglobinopatias é realizada pela eletroforese de hemoglobina.
DOENÇA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS
Triagem neonatal - eletroforese de hemoglobina
Conceitos básicos
Hemoglobina predominante em humanos é a hemoglobina A
Período neonatal, ainda encontramos uma grande proporção de hemoglobina F (fetal) - redução gradual nos primeiros 6 meses.
O perfil hemoglobínico padrão para um RN é HbFA.
FIBROSE CÍSTICA
A fibrose cística é uma doença genética que leva ao funcionamento inadequado do transporte de cloro e sódio nas células epiteliais. 
Consequências: 
Muco espesso nos brônquios e nos pulmões, facilitando infecções de repetição, inflamação e lesão pulmonar (bronquiectasias). 
Bloqueio dos ductos pancreáticos, que origina uma síndrome disabsortiva.
Íleo meconial é a manifestação clínica mais precoce da fibrose cística e ocorre em 5 a 10% dos casos. São pacientes que se apresentam com obstrução intestinal, evolução para distensão abdominal até ausência de eliminação do mecônio nos primeiros dias de vida
FIBROSE CÍSTICA
A triagem neonatal é feita pela dosagem em sangue seco do IRT - ou Tripsina Imunorreativa. Se apresenta elevada no sangue dos pacientes com fibrose cística pancreato insuficiente.
Íleo meconial - falso-negativo no IRT — TODAS as crianças com essa patologia devem ser submetidas ao teste do cloro no suor, independentemente do resultado do teste do pezinho.
1° IRT alterado - recoleta de sangue em papel-filtro (até 4 semanas de vida).
2° IRT alterado - Teste de cloro no suor (padrão-ouro)
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
Conjunto de síndromes transmitidas, que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais.
Herança autossômica recessiva.
A deficiência enzimática mais frequente é: 21-hidroxilase.
 
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
Triagem neonatal - dosagem de 17-hidroxi-progesterona (17OHP).
Resultado > 2 vezes o percentil de corte = altamente suspeito.
Dosagem sérica da 17OHP, mas também de cortisol, androstenediona, testosterona, sódio e potássio.
Valores moderadamente alterados - repetição da dosagem da 17OHP em papel-filtro.
Atipia genital - ultrassonografia (para pesquisa de útero e ovários) ou até cariótipo.
Tratamento: Reposição hormonal.
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
A deficiência de biotinidase é um erro inato do metabolismo, de herança autossômica recessiva, que cursa com depleção da biotina endógena
Os sintomas se apresentam de forma mais tardia, em geral, a partir da sétima semana de vida, com distúrbios neurológicos (crises epilépticas, hipotonía, microcefalia e atraso do DNPM) e cutâneos (alopecia e dermatite eczematoide).
A triagem neonatal é feita pela análise da biotina, sendo o teste confirmatório a dosagem sérica quantitativa da atividade da biotinidase
Tratamento: Reposição diária de biotina.
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa geralmente decorrente da infecção primária da mãe durante a gestação,
Cerca de 70% dos RNs com toxoplasmose congênita são assintomáticos ao nascimento, mas mesmo esses lactentes podem apresentar sequelas neurológicas
Caso o exame de triagem esteja positivo, deve ser colhido IgM e Imunoglobulina G (IgG) em sangue periférico de mãe e RN.
Tratamento: O tratamento está indicado tanto para os RNs sintomáticos quanto assintomáticos com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico por 12 meses. Além disso, é necessário seguimento oftalmológico, pois novas lesões de coriorretinite podem aparecer em 24 a 29% das crianças já tratadas.
teste do coraçãozinho 
teste do coraçãozinho 
No RNT, o canal arterial se contrai logo após o nascimento, em decorrência da elevação da pressão arterial de O2 e da redução das prostaglandinas (importantes vasodilatadores), com a remoção da placenta.
Fechamento funcional do canal arterial geralmente se completa nos primeiros 4 a 7 dias de vida
teste do coraçãozinho
O objetivo do teste é diagnosticar cardiopatias congênitas ditas “críticas”, que são aquelas dependentes do canal arterial, como atresia pulmonar, síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, coarctação de aorta, transposição de grandes artérias, entre outras.
As cardiopatias congênitas críticas ocorrem em 1 a 2 para cada 1.000 nascidos vivos, sendo que dois desses podem ter cardiopatias graves com necessidades de intervenção médica urgente.
teste do coraçãozinho
Deve ser realizado em todos os RNs com idade gestacional superior a 34 semanas, entre 24 e 48 horas de vida, ou seja, antes do fechamento do canal. A aferição antes das 24 horas pode levar a um falso-negativo e, após as 48 horas, o canal pode fechar e levar à descompensaçãoclínica e ao óbito do bebê.
O resultado é considerado normal quando identificada saturação de oxigênio ≥ 95% em ambas as medidas e a diferença for menor ou igual a 3% entre as medidas do membro superior direito e do membro inferior.
Se a saturação for menor do que 95% em um dos membros ou a diferença for maior a 3%, ele é considerado alterado e positivo. Diante desse resultado, é recomendado repetir o teste em 1 hora, tendo a certeza de que o bebê está com os membros aquecidos e bem perfundidos. Caso permaneça positivo, a indicação é realizar ecocardiograma em até 24 horas.
 teste do olhinho
teste do olhinho
Ele deve ser realizado antes da alta em todos os recém-natos por meio de um oftalmoscópio por médico.
Em um ambiente escuro, o médico incide a luz do aparelho a 30 cm do paciente nos dois olhos do bebê. 
Em um meio transparente, a luz chega até a retina e retorna como um reflexo vermelho. 
Caso encontre algum obstáculo no caminho, o reflexo retorna da mesma cor da luz, branco.
teste do olhinho
teste do olhinho
Alterações que podemos encontrar através do teste:
Glaucoma;
Catarata;
Retinoblastoma;
Inflamações de retina e vítreo;
Retinopatia da prematuridade avançada;
Hemorragia vítrea.
teste da orelinha
teste da orelinha 
Ele deve ser realizado, preferencialmente, entre 24 e 48 horas de vida, ainda na maternidade. Não deve ultrapassar 30 dias de vida.
Para bebês saudáveis e sem fatores de risco, utilizarse o exame de emissões otoacústicas evocadas (EOAE) por ser um teste rápido, simples e capaz de identificar a maioria das perdas auditivas cocleares, que são a principal causa da deficiência nesses bebês.
Durante o teste, sons são emitidos através da orelha externa e chegam até a cóclea, medindo-se o retorno deles. Esse retorno classifica o teste em normal.
Caso a resposta não seja satisfatória, o teste deve ser repetido de imediato. 
Se a falha persistir, deve ser realizado o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE), um teste mais complexo e que avalia desde a via neural até o tronco cerebral.
teste da orelinha
Além de quando o teste der alterado outros rn que necessitam realizar o teste através do PEATE são:
 Antecedente familiar de surdez permanente, com início desde a infância ou consanguinidade;
 Portadores de Infecções congênitas;
Anomalias craniofaciais envolvendo orelha e osso temporal; 
Síndromes genéticas que usualmente expressam deficiência auditiva;
 Infecções bacterianas ou virais pós-natais como citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite.
teste da linguinha 
teste da linguinha 
O teste consiste em examinar o frênulo lingual do RN e avaliar anquiloglossia (“língua presa”). 
Caso ela seja severa ou atrapalhe a amamentação, deve ser indicada frenotomia (corte) sublingual já na maternidade.
teste da linguinha 
HMASP - HOSPITAL MILITAR DE ÁREA DE SÃO PAULO, 2020
O teste do pezinho, como triagem biológica da Política Nacional de Triagem Neonatal, engloba diagnóstico precoce das seguintes doenças:A
A)Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e fibrose cística; o teste deve ser colhido em todo RN com 2 a 10 dias de vida.B
B)Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e mucopolissacaridoses; o teste deve ser colhido em todo RN com 2 a 10 dias de vida.
C)Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e fibrose cística; o teste deve ser colhido em todo RN com 3 a 5 dias de vida.
D)Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e mucopolissacaridoses; o teste deve ser colhido em todo RN com 3 a 5 dias de vida.
E)Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e mucopolissacaridoses; o teste deve ser colhido em todo RN a partir de 10 dias de vida.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Reanimação do recém nascido ≥34 semanas em sala de parto. Diretrizes de 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ministério da saude; atenção à saúde do recém-nascido no contexto da infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). NOTA TÉCNICA Nº 14/2020-COCAM/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS
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