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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução ● Ata → sangramento intraluminal proximal ao ângulo de treitz→ de origem no esôfago, estômago ou duodeno ● Baixa→ sangramento luminal distal ao ângulo de treitz: jejuno, íleo e cólon. 🤔 Pterem diferentes etiologias e morbimortalidade , são divididas como duas síndromes distintas. HDA Epidemiologia ● Mortalidade de 10%. ● Causa +comum → doença ulcerosa péptica ● 48 a 172 casos a cada 100.000 habitantes ao ano, ● Responsável por cerca de uma internação a cada 10.000 adultos/ano. ● Ocorre 2x +frequentemente em homens do que em mulheres. Como posso classificar? ● Não varicosa → quando o sangramento é proveniente de laceração da mucosa por ulceração ou erosão de um vaso subjacente. ● Varicosa → quando o sangramento é proveniente da ruptura de varizes esofágicas. Etiologia DUP → principal causa→ úlcera duodenal causa sangramentos de maior gravidade e geralmente é causada pelo H pylori. ● 20 a 25% de todas as causas de hemorragia digestiva alta ● Gástricas mais frequentes que duodenais ● Fatores + associados a sangramentos ○ Infecção pelo Helicobacter pylori. ○ Uso de anti-inflamatórios não esteroidais. ○ Estresse fisiológico, sepse e choque. ○ Hipersecreção ácida. Esofagite erosiva → 15 % dos episódios de HDA nos EUA, e a 2ª principal causa junto com varizes esofágicas Outras causas →síndrome de mallory-weiss, angiodisplasia, lesão de dieulafoy, neoplasia do trato gastrointestinal, úlceras de estresse, doença de Crohn ● Síndrome de Mallory-Weiss → laceração na mucosa do esôfago distal à junção gastroesofágica que ocorre após repetidos esforços para vomitar ○ Relato de vômito quase sempre oculto ○ Sangramento ocorre quando a laceração envolve o plexo venoso ou arterial esofágico subjacente. ○ Ocorre principalmente em etilistas e gestantes ○ Geralmente o sangramento cessa de forma espontânea. ● Angiodisplasias → conhecidas por malformações arteriovenosas, teleangiectasias e ectasias vasculares. ○ Raramente se apresentam como etiologia de sangramento gastrointestinal agudo. ○ Cursam usualmente com sangramento de pequena monta e com frequência são diagnosticadas a partir de sangue oculto + nas fezes ou investigação de anemia ferropriva, raramente causando HDA aguda com procura ao departamento de emergência (DE). ● Neoplasias do trato gastrointestinal → menos de 3% das causas de sangramento agudo alto ○ Podem ser de natureza benigna ou maligna, de sítio primário ou metastático. ○ O sangramento habitualmente não é grave, mas as taxas de complicações são maiores do que das úlceras pépticas. ● Lesão de Dieulafoy → vaso submucoso aberrante dilatado que pode erodir o epitélio de revestimento sobrejacente não associado com uma úlcera primária. ○ O sangramento é recorrente, pode ser maciço e associado com várias endoscopias digestivas altas sem diagnóstico. ● Fístula aortoentérica → deve ser considerada em pacientes com sangramento profuso e cirurgia de aneurisma de aorta prévia, além de úlcera penetrante, invasão tumoral, trauma, radioterapia e perfuração por corpo estranho. 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● O sangramento gastrointestinal alto também pode ter origem no sistema biliar (hemobilia) ou nos ductos pancreáticos. Varizes esofágicas → circulação colateral secundária ao aumento da pressão portal pela fibrose da cirrose. ● Ocorrem em 90% dos cirróticos, mas o sangramento ocorre em 25-35% dos pacientes. ● Responsável por 1/3 das mortes de pacientes com cirrose e hipertensão portal. ● Cerca de um terço dos pacientes com cirrose hepática terão hemorragia varicosa e 70% dos pacientes com hipertensão portal têm as varizes esofágicas como etiologia da HDA ● Os pacientes com cirrose mais avançada com classificação de Child-Pugh B ou C apresentam taxa mais elevada de sangramento. ● Em pacientes sem varizes no diagnóstico, a incidência anual do aparecimento de varizes é de 7%, com incidência anual de sangramento de 12%. ● O risco de sangramento das varizes esofágicas é relacionado ao seu tamanho, grau de disfunção hepática e a presença de marcas vermelhas ou “red spots”. ● Mortalidade de 60% Clínica ● Melena (“fezes com borra de café”) → aumenta em 5/6x a possibilidade ● Hematêmese ● Hematoquezia → 11% dos pacientes a fonte do sangramento é alta Alguns sintomas sugerem a etiologia da HDA: ● Úlcera péptica→ dor em andar superior de abdome. ● Úlcera esofágica → odinofagia, refluxo gastroesofágico, disfagia. ● Mallory-Weiss → vômitos, náuseas ou tosse antes da hematêmese. ● Hemorragia varicosa ou gastropatia hipertensiva portal → icterícia, ascite. ● Neoplasias malignas → disfagia, saciedade precoce, perda de peso involuntária, caquexia. Avaliação ● História patológica pregressa + medicamentos em uso. ● Sinais de choque hipovolêmico. ○ A queda da pressão arterial sistólica em mais de 10 mmHg ou o aumento do pulso em mais de 10 bpm quando o paciente passa da posição de decúbito para ortostase indica perda de pelo menos 1.000 mL de sangue ● Estigmas de doença oncológica no exame físico, sinais de doença hepática. ● Dados como infecção por vírus C e etilismo significativo podem sugerir o diagnóstico de varizes esofágicas. ● Presença de síndrome dispéptica e o uso de anti-inflamatórios não esteroidais podem sugerir o diagnóstico de doença ulcerosa péptica. ● As esofagites também podem cursar com sintomas dispépticos. ● O toque retal é indicado em todos os pacientes e pode demonstrar sangue em dedo de luva ● Presença de linfonodos supraclaviculares é sugestiva de doença neoplásica maligna. ● Achados como spiders e teleangiectasias, hepatomegalia, esplenomegalia ou presença de encefalopatia hepática sugerem sangramento varicoso por cirrose ou hipertensão portal. ● Presença de manchas pigmentadas na mucosa bucal sugere síndrome de Peutz-Jeghers e sangramento de pólipos intestinais benignos. ● Teleangiectasias em lábios e língua sugerem o diagnóstico de síndrome de Osler-Weber-Rendu. Exames complementares EDA → principal exame, podendo também ser terapêutico → realizar após estabilização clínica, mas o mais rápido possível ● Se a visualização estiver prejudicada ou o sangramento já tiver sido interrompido no momento da EDA, é recomendável repeti-la em 24 horas. ● A endoscopia precoce permite a alta de pacientes com baixo risco de ressangramento e reduz internação hospitalar desnecessária, além de definir a etiologia do sangramento e possivelmente modificar seu manejo. ● A administração precoce de terapia farmacológica com análogos da somatostatina também pode levar à parada 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA temporária de sangramento, caso sangramento por varizes esofágicas, e pode facilitar a execução do exame endoscópico. Cintilografia → hemácias marcadas com tecnécio detecta até sangramento de 0,1 ml/min, tendo uma alta sensibilidade, se sangramento ativo. ● Acurácia em definir localização do sangramento 80% Arteriografia→ sangramentos > 0,5ml/ min ● Pode ser terapêutica e definir melhor o sítio da lesão. ● Indicada nos casos de não definição na endoscopia ou sangramento maciço sem possibilidade de visualização na endoscopia. ● Método oneroso e requer pessoal subespecializado. ● Pode ainda delinear a anatomia da lesão sangrante e sugerir a sua etiologia. Outras opções→ pouca validade no DE ● Enteroscopia ● Cápsula endoscópica Pedir tbm: ● Hemograma com ht e hb seriados ● Coagulograma ● Função renal ● Função hepática ● Ionograma 🩸 A presença de coagulopatia na apresentação é um importante fator prognóstico adverso. ● INR > 1,5 está presente em 16,4% dos pacientes e é associada com uma taxa de mortalidade de 15% ● Marcador de comorbidades→ hepatopatia crõncia Estratificação de risco ● Os pacientes devem ser estratificados na apresentação ao DE em relação ao risco de ressangramento. Fatores clínicos que predizem uma hemorragia grave e uma necessidade para avaliação urgente ● Taquicardia● Hipotensão ● Aspirado nasogástrico com sangue vermelho ● Hemoglobina < 8 g/dL. O escore de Glasgow Blatchford → calculado com base em parâmetros clínicos isoladamente ● Prediz a necessidade de endoscopia ● Pacientes com risco ≤ 1 têm baixo risco e escores ≥ 12 apresentam alto risco de evolução desfavorável. ● A presença de um único item positivo seria indicativa de realização de endoscopia digestiva alta na apresentação ao DE. ○ 2019 → até um ponto de escore sem indicar hospitalização, com endoscopia digestiva ambulatorial (idealmente em até 1 semana), outros pacientes precisam de admissão hospitalar e endoscopia digestiva alta. ● Será 0 se: ○ Hb ≥13 g/dL em homens e 12 g/dL em mulheres. ○ PA sistólica ≥ 110 mmHg. ○ FC < 100 bpm. ○ Ureia < 40 mg/dL. ○ Sem melena ou síncope na chegada no DE. ○ Sem história de cirrose ou IC. Escore de Rockall ● Deve ser realizado pré e pós EDA ● Caso a soma do escore pré e pós-EDA de Rockall for superior a 8, a mortalidade ultrapassa 40%. ● Escores de 0 a 2 têm mortalidade < 0,2%. ● Pacientes com risco zero têm taxas de ressangramento de 5% ou menos. ● Usar para verificar quais pacientes podem ser seguidos ambulatorialmente e o uso do escore de Rockall pós-endoscopia. 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Outras variáveis de risco de mortalidade e ressangramento incluem: ● Estado geral ruim. ● Comorbidades. ● Hb inicial < 10 g/dL. ● Hematêmese. ● Melena ou sangue vivo no toque retal. ● Sangue no aspirado gástrico. ● Sepse. ● Choque. ● Injúria renal aguda. ● INR > 1,5 ou outras coagulopatias. ● Plaquetopenia < 100.000 céls./mm3. ● Aumento de transaminases associado. Tratamento ● Abordagem inicial→ abc, focar em sinais de choque. ● O ácido tranexâmico, uma droga antifibrinolítica, pode reduzir a taxa de mortalidade; no entanto, as taxas de complicações tromboembólicas são maiores. Estabilização hemodinâmica → 1- 2 litros de solução salina → hiperhidratação pode piorar o sangramento (> 3 L nas primeiras 6 horas de admissão do paciente ao departamento de emergência) . ○ 2 acessos periféricos calibrosos→ jelco 18/+ ○ Rápida infusão de cristalóide → SF ou RL→ na maioria dos pacientes, 500 mL em 30 minutos de solução cristalóide corrigem o volume perdido ○ Manter PA em 100mmHg Hemotransfusão se hb < 7-8 em pacientes não cardiopatas ou nos casos de hemorragia maciça. ● Se pcte ñ respondeu a expansão! ● Em pacientes com doença cardiovascular, um alvo maior que Hb > 9 g/dL é recomendado ● No caso de síndrome coronariana aguda, um alvo > 9 a 10 g/dL é recomendado, mas deve-se evitar níveis de Hb > 10 g/dL em pacientes com sangramento por varizes esofágicas ● Pacientes com sangramento ativo e coagulopatia (tempo de protrombina prolongado com INR > 1,5) ou plaquetas inferiores a 50.000/mm³ devem receber plasma fresco congelado e plaquetas. ○ Idealmente deve-se ter INR < 2,5 antes de EDA ● O complexo protrombínico reverte rapidamente coagulopatias associadas à deficiência de fatores II, VII, IX e X, ou seja, os fatores vitamina K-dependentes, e é preferível em relação ao uso de plasma fresco congelado em pacientes com insuficiência cardíaca e renal que toleram mal a sobrecarga de fluido, embora sua indicação absoluta seja apenas em sangramentos intracranianos. ● Fator VIIa recombinante deve ser reservado apenas para pacientes com hemorragia com risco à vida. ● Se fibrinogênio baixo, considerar crioprecipitado. ● Pacientes em uso de medicações antitrombóticas não necessitam de transfusão de plaquetas de rotina. Pacientes em uso de AAS podem retornar o uso assim que hemostasia for atingida. A aplicação intravenosa de vitamina K (5-10 mg) reverte a coagulopatia por deficiência dessa vitamina, mas seu efeito completo pode levar até 24 horas. IOT em caso de hemorragia maciça, choque refratário e indicação de eda.→ ñ indicado fazer de rotina EDA→ se houver estabilização mínima! 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Preditores de morte ● Idade > 60 aumentando a cada década ● Sangramento em paciente hospitalizado, sangramento contínuo, ressangramento, hematêmese. ● Choque, estado geral ruim, sepse. ● Ureia e creatinina elevada, aminotransferases elevadas. ● Escala de rockall antes da endoscopia → avaliar mortalidade ● Idade, nível pressórico, comorbidades 🚨 A presença de sintomas de ansiedade, torpor, síncope, dispneia, além da presença de sinais de choque (extremidades frias e úmidas, pressão arterial sistólica < 100 mmHg e frequência cardíaca > 100 bpm) e alterações hemodinâmicas ortostáticas (queda de 10 mmHg ou mais na pressão sistólica e elevação de > 15 bpm na frequência cardíaca quando o paciente é mobilizado da posição supina para a sentada) sugerem perda de aproximadamente 20% do volume circulatório com indicação de ressuscitação volêmica. Não Varicosa ● Uso de IBP: ○ 80 mg bolus e manter infusão contínua 8mg/h ○ Reduz taxa de ressangramento + aumenta estabilidade do coágulo ○ Não substitui a endoscopia de urgência em pacientes com sangramento ativo. ○ A utilização de uma infusão intravenosa contínua (omeprazol 8 mg/h) por 72 horas pode ser indicada para pacientes que tenham sido submetidos a hemostasia endoscópica com úlceras de alto risco para ressangramento. ○ Pacientes de baixo risco para ressangramento ou sem vaso visível na EDA podem trocar IBP de venoso para oral imediatamente após o procedimento, nos pacientes de alto risco o IBP pode passar para via oral em 72 horas. ○ Em pacientes que vão manter uso de terapia antiplaquetária após controle da HDA é recomendado manter profilaxia com IBP → o mesmo vale para pacientes em uso de anticoagulantes orais. ● EDA ○ Recomenda-se utilizar eritromicina 3 mg/kg ou 250 mg EV 20 a 90 minutos antes do procedimento, pois a medicação aumenta motilidade gastrointestinal e pode melhorar visibilidade na EDA. ○ Reduz ressangramento, mortalidade e cirurgia. ○ Deve ser feita precocemente nas primeiras 24 horas. ○ Terapias endoscópicas → uso de agentes injetáveis ou térmicos ou utilização de clipes. ○ Úlceras de base limpa ou ponto não pigmentado, não protuberante, não em indicação de hemostasia ○ Coágulo em leito ulceroso → realizar mobilização do mesmo para tratamento da lesão subjacente. ○ Sangramento ativo ou visualização de vaso em leito úlceros→realizar tratamento ○ Terapia combinada é mais efetiva que com um agente isolado ○ Exame de controle precoce → dificuldade no primeiro exame ou pacientes que pararam espontaneamente antes da primeira endoscopia. ● Cirurgia → nos casos por DUP, quando não se obter hemostasia no tratamento endoscópico. Causa Varicosa ● Estabilização hemodinâmica similar. ● Atentar para distúrbios de coagulação. ● Realizar profilaxia de peritonite bacteriana espontânea → quinolona ou cefal 3 geração ○ Norfloxacina oral 400 mg a cada 12 horas ou ciprofloxacina 500 EV a cada 12 horas por sete dias ou ceftriaxona em dose de 1 a 2 g EV por 7 dias ● Terapia medicamentosa: 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Terlipressina → análogo sintético da vasopressina → 2-4mg bolus seguida de 1-2mg a cada 4 horas.→ diminui mortalidade ● EDA em todos pacientes!!! ● Terapia endoscópica: ○ Ligadura elástica → anel na coluna varicosa, interrompendo seu fluxo → menos complicação que escleroterapia. ○ O sangramento de varizes de fundo gástrico é o mais grave entre as varizes gástricas e está associado com uma maior taxa de morte do que o sangramento de varizes esofágicas. A obliteração endoscópica de varizes gástricas com o uso de adesivos de tecido, tais como N-butil-2-cianoacrilato, é mais eficaz do que a ligadura endoscópica no controle e na prevenção de hemorragia inicial e de ressangramento, ao contrário das varizes esofágicas; não é recomendada a repetição da terapia endoscópica. ● Escleroterapia → injeção de agente esclerosante, produz trombose. ○ Usar terapia combinada. ● Balão Esofágico ○ Sengstaken-blakemore → pressão diretasobre a variz sangrante. ○ Usado em casos de sangramento maciço quando não tiver endoscopia disponível, pode salvar a vida do paciente. ○ Ressangramento é comum, terapia temporária até as definitivas. ○ Pode causar ulceração e perfuração esofágica. ● Uma estratégia sugerida é que os pacientes Child A ou B têm um risco baixo ou intermediário de ressangramento e devem receber a terapia padrão que inclui a combinação de um vasoconstritor (terlipressina, somatostatina ou octreotide), administrado a partir do momento da admissão e mantido durante 2 a 5 dias associado a terapia endoscópica (preferencialmente ligadura de varizes endoscópica em tempo < 12 horas após a admissão). ● TIPS (transjugular intrahepatic portosystemic shunt) → casos refratários ○ Canal entre a circulação hepática e sistêmica, promove rápido controle do sangramento. ○ Seu uso em pacientes com doença hepática avançada e doença cardiopulmonar tem mortalidade de 100% ao 30 dpo. ○ Aumenta a encefalopatia hepática, estenose , trombose do shunt e ressangramento. ● Cirurgia → quando não tem TIPS disponível ou nos casos de ressangramento. derivação porto cava ou shunt esplenorrenal. 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Profilaxia primária HDA varicosa ● CHILD b/c ou varizes de médio ou grosso calibre. ● Uso de betabloqueadores não seletivos, reduz a pressão portal. ○ Em 30% dos pacientes não produzirá redução da pressão portal mesmo após uso correto. ○ Carvedilol 6,25 a 12,5 mg por dia ● Ligadura elástica → apenas em pacientes com contraindicação ao uso de betabloq. ● Escleroterapia é contraindicada para profilaxia primária. Profilaxia secundária HDA varicosa ● Taxa de ressangramento de 80%. ● Ligadura elástica na EDA + betabloq. ● TIPS ou shunt cirúrgico na presença de ressangramento quando uso da terapia combinada. → mais eficiente para prevenção de ressangramento que terapia endoscópica, entretanto, maiores complicações, várias contraindicações. ○ Mais usada como ponte para o tx hepático Baixa ● Sangramento intraluminal distal ao ângulo de treitz. Epidemiologia ● 10- 15% de mortalidade ( hdb maciça). ● Etiologia é mais difícil de ser definida. ● Causa mais comum HDB grave → diverticulose colônica (42-47%), angiodisplasia (3-12%), neoplasias de cólon e reto (9-10%) , colite isquêmica (9%), hemorroidas ( 5%). Etiologia ● Doença diverticular é a causa mais frequente de HDB. ● Cerca de 10 a 14% dos pacientes que se apresentam com quadro sugestivo de HDB têm HDA→ realização de EDA pode demonstrar uma fonte de sangramento antes não suspeitada. Doença diverticular ● Sangramento secundário indolor → resulta da erosão da artéria penetrante do divertículo. ● Pode ser maciço ● Em 70 a 80% dos episódios resolve-se espontaneamente ● Pode haver recorrência de sangramento em 40% dos pacientes. ● A maioria dos divertículos está localizada no cólon esquerdo, mas os divertículos de origem no colón direito têm maior probabilidade de sangrar. ● Pacientes idosos, com doenças médicas associadas, usuários de anticoagulantes ou anti-inflamatórios não hormonais e com necessidade transfusional apresentam maior morbidade e mortalidade. Ectasias vasculares ● Incluem as malformações arteriovenosas e as angiodisplasias do cólon e são causa comum de HDB. ● As ectasias podem se localizar tanto no intestino grosso quanto no intestino delgado, ● Usualmente venosas → tendem a não ser tão importantes como na doença diverticular. Colite isquêmica e isquemia mesentérica ● A colite isquêmica é a causa mais comum de isquemia intestinal e geralmente é transitória. ● Ruptura aneurismática, vasculite, estados de hipercoagulabilidade, exercício extenuante prolongado, insulto cardiovascular, síndrome do intestino irritável e medicamentos que causam vasoconstrição ou motilidade intestinal lenta são fatores de risco conhecidos. ● O diagnóstico geralmente é feito por endoscopia. ● Maioria tem resolução espontânea ● Até 20% dos pacientes necessitam de intervenção cirúrgica. ● A isquemia mesentérica pode levar à necrose intestinal → trombose ou embolia da artéria mesentérica superior, trombose venosa mesentérica e isquemia mesentérica não oclusiva associada a baixo fluxo arterial com vasoconstrição. ● O diagnóstico é difícil e a apresentação pode mimetizar outras patologias intra-abdominais. ● Alto índice de suspeita → pacientes > 60 anos e naqueles com fibrilação atrial, insuficiência cardíaca congestiva, infarto do miocárdio recente, dor abdominal pós-prandial ou perda de peso inexplicada. ● TC de abdome tem uma especificidade de 92%, mas uma sensibilidade de apenas 64% para o diagnóstico. ● A angiografia continua sendo o estudo diagnóstico de escolha. Divertículo de Meckel ● Raro, principalmente em jovens ● 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Tecido embrionário de origem gástrica, mais comumente encontrado no íleo terminal. ● O tecido gástrico ectópico pode secretar enzimas gástricas, erodir a parede da mucosa e causar sangramento. Clínica ● Melena ● Sangue oculto → paciente não apresenta sangramento clínico, mas pode apresentar evidência de sangramento digestivo, como anemia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes positivo. ● Fezes de cor marrom→mistura de fezes de cor normal e melena. ● Enterorragia → saída de sangue vivo pelo reto, com ou sem fezes, em grande quantidade. ● Hematoquezia → sangue vivo nas fezes em pequena quantidade 🩸 A presença de taquicardia indica hipovolemia leve a moderada, enquanto hipotensão ortostática indica perda de pelo menos 15% da volemia e hipotensão arterial ou choque indicam perda de até 40%. ● Perda > 800 mL de sangue → astenia, dispneia, hipotensão ortostástica e palpitações. ● Alterações nos sinais vitais podem ser mascaradas pelo uso de medicamentos, como β-bloqueadores, ou condições médicas, como hipertensão mal controlada. ● Os pacientes podem apresentar pele úmida, má perfusão periférica e aumento no tempo de enchimento capilar. Essas alterações costumam ser mais precoces do que as alterações de sinais vitais. Manejo ● Avaliar sinais de choque, determinar o início e a duração dos sintomas ● Verificar se o paciente já apresentou sangramento gastrointestinal anterior, história de dor abdominal, trauma, ingestão ou inserção de corpos estranhos e colonoscopias recentes. ● Perda de peso e alterações nos hábitos intestinais podem sugerir malignidade. Avaliar na história ● Intensidade do sangramento, tempo, comorbidades, história patológica pregressa, uso de medicamentos. ● Nos pacientes com melena→ fluxo de HDA. ● Doença vascular→ colite isquêmica ● Hepatopatas→ doença varicosa esofageana ● História de radioterapia→ colite actínica ● Uso recente de atb→ colite por atb. 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Pacientes com constipação crônica → diverticulose colônica e doença hemorroidária Exame ● Telangiectasias podem ser sugestivas de doença hepática, assim como petéquias e púrpuras sugerem coagulopatia subjacente. ● Dor ou desconforto abdominal e a palpação de massas, ascite ou organomegalia também podem ser encontradas. ● Realizar toque retal → excluir doença hemorroidária, e 40% das neoplasias colorretais vistos na retossigmoidoscopia são palpáveis ao toque retal. ○ Sangue vivo ao toque indica maior probabilidade de hemorragia retal ou cólon esquerdo. ○ Inspeção → pode revelar uma fonte de sangramento, como laceração, massas, traumas, fissuras anais ou hemorroidas externas ○ Fonte vaginal ou urinária de hemorragia, que potencialmente pode ser confundida com uma fonte gastrointestinal→ inpeção identifica ● Ausência de dor à palpação abdominal sugere sangramento secundário a distúrbios vasculares, como diverticulose ou angiodisplasia. ● Doenças inflamatórias intestinais associadas à HDB estão usualmente associadas à hipersensibilidade abdominal ao exame. Fatores associados à alta morbidade incluem: ● Instabilidade hemodinâmica.● Hematoquezia recorrente. ● Sangue vivo no toque retal inicial. ● Hematócrito inicial < 35%. ● Síncope. ● Abdome não doloroso (preditivo de sangramento grave). ● Uso de aspirina ou uso de drogas anti-inflamatórias não esteroidais (preditivo de hemorragia diverticular). ● Mais de duas comorbidades clínicas ○ História de doença ulcerosa péptica ○ Doença hepática ○ Etilismo ○ Tabagismo ○ Insuficiência cardíaca ○ Diabetes ○ Insuficiência renal crônica ○ Neoplasias malignas ○ Doença arterial coronariana ○ História de aneurisma de aorta abdominal ou prótese abdominal Lab ● Pedir os mesmos q HDA ● O sangramento de uma fonte superior do trato gastrointestinal pode elevar os níveis de ureia no sangue pela digestão e absorção da hemoglobina. ● Um aumento da relação ureia/creatinina com valores > 40 em pacientes sem injúria renal tem sensibilidade de 90% para predição de hemorragia digestiva, embora a especificidade seja de apenas 27%. ● Queda do hematócrito maior do que 8 pontos e transfusão de mais de 2 concentrados de hemácias. ● Leucocitose é frequentemente presente devido ao aumento dos hormônios de estresse. ● O lactato sérico pode ser elevado em pacientes com choque. ❤ Deve-se obter um eletrocardiograma (ECG) em pacientes com doença arterial coronariana ou maiores de 40 anos de idade. ● A isquemia silenciosa pode ocorrer secundariamente à diminuição da oferta de oxigênio, acompanhando o sangramento gastrointestinal significativo. 📷 TC de abdome → escolha na suspeita de perfuração intestinal ● A retossigmoidoscopia flexível pode avaliar possíveis fontes distais de sangramento no cólon e no reto, mas não consegue identificar fontes mais proximais de sangramento. Medicações: ● Aspirina ● Anti-inflamatórios não esteroidais ● Glicocorticoides ● Anticoagulantes (varfarina, heparina e dabigatran, entre outros) ● Agentes quimioterápicos Pacientes com sangramentos menores definidos pela classificação de Oakland < 8 podem ser seguidos ambulatorialmente, já em pacientes com escore > 8 devem ser internados para realização de colonoscopia. 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico ● Se lavado gástrico com sangue ou suspeita de HDA→ EDA. ● Colonoscopia é o principal método diagnóstico e terapêutico. ● Cintilografia → alta sensibilidade em sangramentos até 24 horas (mesmo intermitente) entretanto, não delimita bem o local e não tem terapêutica. ● Arteriografia → realizar nos pacientes com cintilo positiva e que a colonoscopia não foi diagnóstica. ○ Cateterização da AMS seguida da AMI ○ Ssangramentos a partir de 0,5ml/min. Colonoscopia ● Pode diagnosticar várias fontes de sangramento digestivo baixo, como diverticulose ou angiodisplasia, e pode permitir a ablação de locais de sangramento com vários métodos de hemostasia endoscópica (escleroterapia por injeção, eletrocoagulação, terapia com sonda de aquecimento, bandagem e clipagem). ● O tempo para a realização varia conforme diferentes autores ○ Alguns estudos sugerem que a realização urgente, nas primeiras 12 a 24 horas de internação, é segura e precisa; outros relatam que a colonoscopia tardia é apropriada em pacientes estáveis. ● A preparação da colonoscopia com polietilenoglicol pode ser realizada em hemorragias significativas, mas não graves, para melhorar a visualização colônica. Tratamento ● Estabilização hemodinâmica → obtenção de acessos venosos calibrosos em duas veias periféricas e o objetivo de manter a pressão arterial sistólica acima de 80 mmHg. ○ Expansão volêmica → iniciar com 500 mL de volume em 30 minutos com reavaliação posterior. ○ Coagulopatias devem ser corrigidas, em pacientes com INR > 1,5 e plaquetas devem ser transfundidas se < 50.000 mm³. ○ A transfusão de concentrado de hemácias é indicada em pacientes com Hb < 7 g/dL (considerar meta de Hb 9 g/dL se síndrome coronariana aguda). ● 80 % dos sangramentos param espontaneamente ● A agressividade dos exames diagnósticos e medidas terapêuticas depende do volume do sangramento, persistência e presença de sangramento ativo. ○ Nesses casos, colonoscopia ou arteriografia pode realizar hemostasia ● Sangramento persistente por mais de 72 horas, ressangramento volumoso com intervalo menor que uma semana, necessidade de vários hemoconcentrados → cirurgia (avaliar bem a etiologia, melhor resultado nos casos de doença diverticular). Indicações de cirurgia em pacientes com hemorragia digestiva baixa ● Sangramento contínuo ● Falha na hemostasia endoscópica ou angiográfica ● Sangramento associado a doença maligna ● Sangramento recorrente associado a doença diverticular Pacientes em terapia antitrombótica e anticoagulação ● Pacientes em uso de varfarina devem descontinuar seu uso → caso sangramento com instabilidade, podem ser utilizados complexo protrombínico ou plasma fresco congelado e vitamina K. 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ A medicação pode retornar após 7 dias do quadro hemorrágico. ○ Se o risco trombótico for muito alto (valva mitral metálica, tromboembolismo venoso agudo...), pode-se considerar heparina de baixo peso molecular com 48 horas do quadro hemorrágico. ● Terapia antitrombótica com AAS para profilaxia primária deve ser descontinuada, mas em casos de profilaxia secundária pode-se reiniciar após atingir hemostasia; terapia dupla antiagregação também pode ser mantida para pacientes com stents coronarianos quando a hemostasia for atingida. ● Em pacientes em uso dos novos anticoagulantes orais, estes devem ser interrompidos durante a hemorragia aguda e o idarucizumab ou andaxanet são opções em sangramento não controlado. A terapia anticoagulante pode retornar em 7 dias. 12
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