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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO-UNITRI FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA Disciplina: Semiologia veterinária Professora: Nayara Resende Nasciutti 2024-1 Tétano em equinos. Descrição: Agente infeccioso, não contagioso: bactéria Closdridium tetani. Etiologia: toxinas do Closdridium tetani. Epidemiologia: O ingresso do agente no organismo hospedeiro ocorre por feridas contaminadas por fezes ou terra. Ocorre também por objetos perfurortantes, como agulhas e cercas de arame, ou por colocação de ferradura. A ocorrência do tétano não depende de sexo, raça, estação do ano nem clima. Quanto a idade, verifica-se elevada frequência em neonatos com quadro de tétano, por contaminação pelo cordão umbilical, em fazendas com manejo sanitário inadequado. Patogenia: Não ocorrem lesões estruturais. A infecção ocorre por contaminação de ferimentos (causados por objetos perfurocortantes) ou feridas cirúrgicas (castrações, casqueamento) com terra, fezes e outras sujidades que contenham esporos de Clostridium tetani e bactérias piogênicas, como Staphylococcus spp., Streptococcus spp. e Trueperella pyogenes. As bactérias piogênicas estabelecem áreas de necrose com consequente anaerobiose, ambiente ideal, pela ausência de oxigênio, para que os esporos do Clostridium tetani passem da forma esporulada para a vegetativa, multiplicando-se no local e levando, assim, à produção de tetanopasmina e tetanolisina. A neurotoxina tetanospasmina é uma toxina tetânica, uma das mais potentes toxinas biológicas, com efeitos neurotóxicos no sistema nervoso central. A tetanospasmina liga-se às terminações nervosas periféricas do local do ferimento. Após ligar-se as terminações nervosas periféricas, a toxina penetra os axônios dos nervos motores, na placa neuromuscular terminal. A partir desse local, ocorre o transporte retrógrado, com a tetanospasmina avançando pelos axônios motores, até alcançar o corpo celular neuronal da medula espinhal. Com isso, tem-se ascensão bilateral da toxina no sentido cranial, acometendo áreas do tronco encefálico. A tetanospasmina impede a liberação de neurotransmissores glicina e GABA, o que resulta em descarga excitatória, com consequente manifestação de sinais clínicos, como rigidez e espasmos musculares. Portanto, a principal função da tetanospasmina é impedir a ação de neurotransmissores inibidores. A glicina é um aminoácido liberado pelos interneurônios da medula espinhal, conhecidos como células de Renshaw. Esse aminoácido bloqueia a excitação e a liberação de acetilcolina na placa motora terminal, responsável pelo relaxamento muscular. Não havendo liberação de glicina, inexistem sinais inibitórios, com consequente liberação constante de acetilcolina nas fibras musculares, o que resulta em contração muscular sustentada, paralisia espástica e hiperestesia. Com a inibição do neurotransmissor GABA no tronco cerebral, os alfaneurônios motores pós-sinápticos não são mais inibidos, sendo ativados initerruptamente ativados por impulsos nervosos descontrolados, o que leva ao quadro de tetania característico da doença. Sinais clínicos: rigidez muscular por paralisia espástica e hiperestesia. Trismo mandibular, cauda em bandeira, orelhas em tesoura e protusão de terceira pálpebra. Hiperestesia, com resposta exacerbada aos estímulos mecânicos, sonoros e luminosos. Diagnóstico: Através dos sinais clínicos da enfermidade. Prognóstico: Desfavorável. A letalidade é muito elevada. Observação importante (Manejo sanitário é fundamental na criação de equinos para a prevenção de doenças como o tétano). REFERÊNCIA: Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. JANE MEGID; MARCIO GARCIA RIBEIRO; ANTONIO CARLOS PAES. Editora Roca, 1. ed. 2016.
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