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Semiologia do Sistema Respiratório de Grandes Animais

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
DE GRANDES ANIMAIS 
BOVINOS E EQUINOS 
Ana Paula Dias Soares Rodrigues 
Celia Regina Sousa da Silva 
Glenda Ranieri de Souza Andrade 
Laiane Serra Reis 
Yasmin Sousa Pedrosa 
FACULDADE UNIDESC 
Luziânia-GO 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2 
2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 2 
2.1. Inspeção do Sistema Respiratório ............................................................................... 2 
2.2. Palpação do Sistema Respiratório .............................................................................. 4 
Ectoscopia ........................................................................................................................... 4 
Expansibilidade Torácica .................................................................................................. 4 
Avaliação Do Frêmito Tóraco-Vocal (FTV)..................................................................... 4 
Frequência Respiratória e Ritmo Respiratório ............................................................... 4 
2.3. Percussão e Auscultação do Sistema Respiratório .................................................. 5 
Percussão ................................................................................................................................ 5 
Ausculta ................................................................................................................................... 6 
Ruídos normais ....................................................................................................................... 6 
Ruídos anormais ..................................................................................................................... 6 
2.4. Exame Auxiliares ao Diagnóstico ................................................................................ 7 
Endoscopia .......................................................................................................................... 7 
Radiografia .......................................................................................................................... 8 
Ultrassonografia Torácica ................................................................................................. 9 
Tomografia Computadorizada .......................................................................................... 9 
Ressonância Magnética .................................................................................................... 9 
Cintilografia ........................................................................................................................ 10 
Exames laboratoriais........................................................................................................ 10 
3 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 10 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Esse trabalho será uma breve introdução à semiologia do sistema respiratório de 
grandes animais. Serão discutidas as definições, anamnese, método de exame físico e métodos 
complementares de diagnóstico. 
A semiologia do sistema respiratório inclui os aspectos do exame físico geral pertinentes 
ao aparelho respiratório, como alterações da coloração da pele e mucosas, formato do tórax, tipo 
de respiração, ritmo e amplitude da respiração, utilização de musculatura acessória, 
expansibilidade, palpação, percussão e ausculta do tórax. 
Temos como objetivo ao final desse trabalho desenvolver raciocínio para elaboração do 
exame clínico levando ao diagnóstico e dedução do prognóstico da enfermidade que acomete 
os animais de grande porte como os bovinos e equinos. 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1. Inspeção do Sistema Respiratório 
A inspeção é o método semiológico em que se faz a observação do animal como um todo. 
Deve-se observar o animal, preferencialmente sem tocá-lo e sem excitá-lo, pois, isso poderá 
provocar modificações na frequência respiratória e até no tipo de respiração. Na realização do 
exame em animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, colocando-se de 
preferência na parte posterior ou na dianteira do animal, de maneira que possa observar o ponto 
de transição costo abdominal. 
Embora a temperatura do ar seja frequentemente considerada como uma variável climática 
isolada de maior importância sobre a produção animal, seus efeitos estão intimamente ligados e 
dependentes do nível de umidade atmosférica. A umidade significa, em termos simplificados, 
quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera no momento com relação ao total máximo 
que poderia existir, na temperatura observada. 
Quando os animais permanecem por períodos prolongados no frio, aumenta à 
assimilação de alimentos, a secreção de tiroxina e a extensão dos processos de combustão 
também aumentam. Os ruminantes possuem uma boa adaptação a baixas temperaturas caso 
as necessidades energéticas sejam supridas por meio de uma administração suficiente de 
alimentos. Mesmo com queda de temperatura a zero grau havendo alimentos, não ocorre 
redução na capacidade de produção de leite. 
Na inspeção das narinas, o corrimento nasal pode fornecer informações sugestivas da 
localização do processo mórbido. O corrimento nasal pode ser oriundo do trato respiratório 
anterior ou posterior. Se ele é unilateral, pode indicar alterações na narina correspondente com 
os processos mais comuns são corpos estranhos, úlceras e ferimentos locais. Se ele é bilateral, 
pode representar comprometimento de ambas as narinas, especialmente em processos 
inflamatórios que aumentam a secreção nasal, ou pode se originar de locais situados 
posteriormente à narina, tais como laringe, traqueia e brônquios, acometidos por afecções que 
aumentam a quantidade de secreções inflamatórias nessas vias aéreas. O corrimento nasal deve 
ser analisado quanto ao tipo: classificado como seroso, mucoso, purulento e hemorrágico ou 
suas combinações. O tipo seroso é observado normalmente nos bovinos, que lambem 
constantemente as narinas. Esse tipo de corrimento é mais intenso em animais deprimidos e 
sempre está relacionado a afecções do sistema respiratório. 
O odor da respiração de ruminantes, como vacas e ovelhas, pode ser indicativo de várias 
condições clínicas ou metabólicas. O odor normal da respiração de ruminantes é geralmente 
neutro ou levemente adocicado. No entanto, alguns odores anormais podem ser observados e 
indicar problemas de saúde. Alguns exemplos incluem: 
 Odor cetônico: Um cheiro frutado ou doce na respiração pode ser um sinal de cetose, 
uma condição metabólica comum em vacas leiteiras no pós-parto. 
 Odor amoniacal: Um odor forte de amônia na respiração pode indicar acidose ruminal, 
que é causada por uma dieta desequilibrada ou excesso de alimentação concentrada. 
 Odor de mofo: Um cheiro de mofo ou bolor na respiração pode indicar problemas 
respiratórios, como pneumonia ou bronquite, causados por infecções bacterianas ou 
fúngicas. 
 Odor de ácido acético: Um odor azedo ou vinagre na respiração pode ser um sinal de 
acidose láctica, que ocorre quando há um desequilíbrio no pH do rúmen.A tosse é um dos mecanismos de limpeza do sistema respiratório e ocorre quando há 
irritação das terminações nervosas da laringe e traqueia provocada pela inflamação da mucosa, 
seja por ação direta do agente agressor sobre a mucosa ou pela produção excessiva de muco. 
Tosse seca e constante geralmente indica alteração inflamatória nas vias aéreas superiores, 
como na faringite e na laringite, podendo estar presente também nas traqueítes. Tosse úmida ou 
produtiva, relacionada ao aumento de exsudato bronco pulmonar, como nas broncopneumonias, 
pois o líquido inflamatório se movimenta nas vias aéreas com a respiração, estimulando a tosse. 
A anamnese é importante para confirmar a informação recebida do acompanhante do animal 
e assim para verificar o tipo de tosse, deve-se fazer o reflexo de tosse que, nos grandes animais, 
pode ser realizado de duas maneiras, beliscando-se ou esfregando-se os primeiros anéis 
traqueais logo abaixo da glote ou, como feito principalmente nos adultos por problemas de 
enrijecimento dos anéis cartilaginosos e por sua difícil compressão, pela obliteração do ar inalado 
até que o animal comece a reagir, soltando-se em seguida. O animal irá inspirar uma grande 
quantidade de ar rapidamente, tendendo a tossir se houver inflamação das vias aéreas. Nos 
grandes animais o reflexo de tosse é estimulado por compressão e movimentos de fricção ou 
pelo beliscar dos primeiros anéis traqueais. 
2.2. Palpação do Sistema Respiratório 
Ectoscopia 
Sinais de esforço e utilização de musculatura acessória: batimento de aletas nasais, 
musculatura cervical, tiragem intercostal, musculatura abdominal. Observar: 
abaulamentos, impulsões de borda esternal, retrações, malformações torácicas, batimentos ou 
movimentos, frêmitos, pontos dolorosos e enfisema subcutâneo. 
Expansibilidade Torácica 
A parede torácica inclui a pele, o tecido subcutâneo, os músculos, as cartilagens e os 
ossos. Procedimento: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. O examinador deve 
se colocar atrás do paciente. Iniciar o exame pelos ápices e ir deslocando as mãos em direção 
às bases. Pousar as mãos espalmadas sobre as regiões a serem examinadas, de tal modo que 
os polegares se toquem levemente, em ângulo quase reto. Os demais dedos encostam 
levemente no tórax, levemente fletidos. Solicitar ao paciente para respirar mais fundo e ir 
observando a movimentação de suas mãos, particularmente o distanciamento dos polegares da 
linha médio-espinhal. A expansibilidade pode ser normal ou diminuída (unilateral ou 
bilateralmente). 
A palpação pode-se sentir vibração na altura da laringe ou traqueia, que se chama 
frémito laríngeo ou traqueal e indicativo de líquido em quantidade excessiva ou membranas que 
vibram à passagem do ar. Da mesma maneira, pode-se sentir o frémito torácico que tem como 
significado clínico a presença de líquido (inflamatório ou não) nos brônquios, de atrito pleural ou, 
quando sentido sobre a área cardíaca, de sopro cardíaco ou roce pericárdico. Resultado do 
exame normal: expansibilidade normal e simétrica. 
Avaliação Do Frêmito Tóraco-Vocal (FTV) 
É o exame das vibrações percebidas pela mão do examinador, encostada na parede 
torácica, quando o paciente emite algum som. Procedimento: O examinador deve se colocar 
atrás do paciente. Iniciar o exame pelo alto e ir deslocando a mão em direção às bases, em cada 
uma das faces torácicas. Pousar a mão espalmada, ora de um lado, ora do outro, com os dedos 
levemente estendidos, sobre as regiões do tórax a serem examinadas. 
Compara-se um lado com o outro e observa-se o aumento, a diminuição e o 
desaparecimento do FTV, (unilateral ou bilateralmente). Resultado do exame normal: FTV 
normal e simétrico. 
Frequência Respiratória e Ritmo Respiratório 
Deve-se observar o animal, preferencialmente sem tocá-lo e sem excitá-lo, pois, isso 
poderá provocar modificações na frequência respiratória e até no tipo de respiração. Se o exame 
estiver sendo realizado em um animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, 
colocando-se de preferência na parte posterior ou na dianteira do animal, de maneira que possa 
observar o ponto de transição costo abdominal. 
Deve-se contar a frequência respiratória (FR) em um minuto e verificar o tipo e o ritmo 
respiratórios. Quanto menor a idade do animal, maior será a FR, que diminui com o avançar da 
idade. Animais de grande porte e animais obesos apresentam FR menores que os de pequeno 
porte e magros. A FR aumenta gradativamente durante a gestação, é mais elevada durante o 
exercício, em ambientes quentes e úmidos e em situações de estresse, especialmente nos cães 
e nos suínos. Oscilações patológicas da frequência respiratória. Caracterizadas por taquipnéia, 
bradipnéia ou apnéia. 
O ritmo respiratório é a relação entre inspiração e expiração, o movimento respiratório tem 
que ser harmonioso, continuo, sem paradas, sem alterações bruscas. O movimento inspiratório 
dura um pouco mais que o movimento expiratório. A intensidade é sobre a amplitude ou força do 
movimento e ocorrem alterações como hiperpneia e oligopneia. Outra alteração pode juntar a 
intensidade e a frequência resultando na polipneia. 
O tipo de movimento para todas as espécies é o costoabdominal, que tem envolvimento da 
musculatura torácica e abdominal. Em algumas situações esse tipo pode variar e ele pode ficar 
mais abdominal ou mais torácico. Se envolver processo doloroso ou restritivo a nível torácico, o 
tipo respiratório fica mais abdominal. Se tiver um processo doloroso ou restritivo abdominal, o 
tipo de respiração fica mais torácica. Um exemplo de processo abdominal, restritivo, fisiológico 
que coloca em ênfase a respiração torácica é gestação. Outro processo patológico que coloca 
em evidencia podem ser ascite, distensão abdominal, cólica, torção gástrica, peritonite, etc. 
2.3. Percussão e Auscultação do Sistema Respiratório 
Percussão 
A percussão é um dos métodos semiológicos que fornece informações a respeito do estado 
físico do sistema respiratório. Deve ser realizada desde os seios paranasais até a porção 
posterior, o profissional utiliza seus dedos ou uma baqueta de percussão para produzir sons ao 
tocar a área torácica do animal. Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e maxilar) a percussão 
deve ser feita com o cabo do martelo de percussão e de forma comparativa entre o lado esquerdo 
e direito da cara do animal. A principal alteração que se consegue ouvir é a modificação do som 
normal (claro) para maciço, indicando que uma cavidade, antes vazia, está sendo preenchida 
por alguma substância, por exemplo, pus. Esse sinal sugere sinusite ou tumorações em seio 
paranasal, ou seja, lesões que ocupam espaço. Por outro lado, se houver acúmulo de gás, o 
som pode se modificar para timpânico como, por exemplo, nos casos de infecção da cavidade 
sinusal por bactérias anaeróbicas, produtoras de gás. 
O objetivo é avaliar a sonoridade dessa região, podendo identificar áreas anormalmente 
densas, como acúmulo de secreções, consolidamento pulmonar ou até mesmo a presença de 
líquido no tórax. 
Ausculta 
Na ausculta, o profissional utiliza um estetoscópio para escutar os sons produzidos pelo 
sistema respiratório do animal, avaliando toda área pulmonar da parte ventral para a parte dorsal, 
com atenção especial à parte encoberta pelo membro anterior direito. A interpretação correta 
dos ruídos respiratórios pressupõe conhecimentos sobre a produção de som e sua transmissão 
no trato respiratório, bem como dos efeitos que modificam o padrão normal dos ruídos 
produzidos. Deve-se auscultar as vias aéreas superiores e a região torácica separadamente, 
embora não se deva esquecer que pode haver interferência da auscultação de uma área sobre 
a outra, especialmente dos ruídos produzidos nas vias aéreas anteriores, que podem interferir 
na ausculta dos pulmões. Em vista disso, é bom lembrar que o local no qualse ouve o ruído com 
maior intensidade corresponde à origem provável de sua produção. 
Ruídos normais 
Os ruídos normais são produzidos pela turbulência do fluxo de ar nas vias aéreas com 
diâmetro superior a 2mm, podendo variar na qualidade, dependendo da localização do 
estetoscópio, da velocidade do ar durante a respiração e da quantidade de tecido sobre a área 
que se está ouvindo. Hoje há tendências de se denominar os sons ouvidos à auscultação pelos 
locais de produção desses ruídos. Assim temos: 
 Ruído laringotraqueal: o ruído provocado pela vibração das paredes da laringe e da traqueia, 
sendo ouvido sobre a região da traqueia cervical, no momento da passagem do ar. 
 Ruído traqueobrônquico: Antigamente chamado ruído bronquial, sopro glótico ou tubário. 
Ouvido na área torácica, produzido pela passagem do ar pelos grandes brônquios e porção 
final da traqueia, com vibração de suas paredes. 
 Ruído bronco-bronquiolar: Antigamente chamado de murmúrio vesicular. Ruído respiratório 
é produzido pela vibração das paredes de brônquios menores e bronquíolos. É um ruído 
suave, ouvido nos dois terços posteriores do tórax, durante a inspiração. 
Ruídos anormais 
Entre os ruídos anormais mais comuns estão: 
 Crepitação: ocorre quando tem presença de secreções na via aérea, escutam-se em todas 
as três regiões. 
 Sibilo: som musical, é um assobio, pode ser inspiratório e expiratório, ocorre quando tem 
estenose e bronquite. 
 Roce: deposito de fibrina, faz aderência, perda de lubrificação natural. 
A regra geral quando auscultamos o ruído na expiração é porque o processo é no trato 
respiratório inferior (processo intratorácicos) e quando o ruído é na inspiração é porque o 
processo é no trato respiratório superior (processo extratorácico). 
2.4. Exame Auxiliares ao Diagnóstico 
Endoscopia 
A endoscopia fornece informações relevantes sobre as vias aéreas, visto que permite a 
avaliação macroscópica adequada de quase toda extensão do sistema respiratório. Durante o 
exame é importante avaliar a conformação do lúmem, o aspecto da mucosa, a relação entre as 
estruturas, tais como o palato mole e a epiglote, os movimentos da laringe, além da presença, 
origem e aparência das secreções. O paciente deve ser estimulado a deglutir para melhor 
avaliação de alterações que podem não estar visíveis no exame direto, como pequenos cistos 
na epiglote. 
A endoscopia também pode ser útil na detecção de material aspirado na traqueia, obtenção 
de biópsias da mucosa brônquica ou tecido transbronquial e na lavagem de segmentos do 
sistema respiratório, como bolsa gutural, traqueia e brônquios. 
As biópsias bronquiais, com auxílio do endoscópio, são seguras e não estão associadas a 
maiores complicações, sendo de grande auxílio em alterações focais como no diagnóstico de 
neoplasias malignas. 
Os lavados traqueobrônquicos (LTB) e broncoalveolares (LBA), guiados por endoscopia, 
permitem coletar amostras de secreções, células de liberação e descamação das mucosas 
bronquiais e da região alveolar, as quais podem ser indicativas de alterações respiratórias. Para 
realização dos lavados guiados por endoscopia, a sonda é introduzida pela narina do animal até 
atingir o local desejado. A mucosa brônquica deve ser dessensibilizada instilando lidocaína a 
0,5%, conforme o avanço do endoscópio. O procedimento é baseado na infusão de fluído 
isotônico pré-aquecido e imediata sucção do mesmo, sendo o resultado associado aos sinais 
clínicos do paciente. 
Além disso, a endoscopia permite avaliar a anatomia e função do trato respiratório superior 
(TRS) com animal em repouso e durante o exercício. Devido à alta prevalência de anormalidades 
encontradas durante o exercício em equinos diagnosticados como saudáveis ao exame 
endoscópico em repouso, sugere-se que sejam realizados os dois tipos de avaliação em animais 
com redução de performance associada à disfunção do TRS. Permite ainda a avaliação de 
animais com hemorragia pulmonar induzida pelo exercício, em que a presença de sangue pode 
ser observada, na maioria dos animais, até sete dias após o episódio de hemorragia. Nestes 
casos, a endoscopia auxilia na classificação do grau de severidade da hemorragia pulmonar 
baseada no volume de sangue presente e pela sua distribuição ao longo das vias aéreas. 
A classificação proposta por Bacardi é: 
 Grau I: presença de pequenas estrias e/ou coágulos situados no terço distal da traqueia. 
 Grau II: filetes de sangue distribuídos aleatoriamente (não uniforme) por toda extensão 
da traqueia, além de coágulos maiores. 
 Grau III: sangue distribuído uniformemente por toda extensão da traqueia. 
 Grau IV: quantidade abundante de sangue por toda a traqueia, laringe, faringe e fossas 
nasais. 
 Grau V: exacerbação do grau anterior e epistaxe. 
Nos casos de doenças infecciosas do sistema respiratório, a contaminação do aparelho deve 
ser considerada como risco de infecção para outros animais, o que justifica assepsia adequada 
do endoscópio. 
Radiografia 
O exame radiográfico é útil na avaliação da cavidade nasal, seios paranasais, bolsas 
guturais, região retrofaríngea e nos pulmões. As radiografias da cavidade nasal e seios nasais 
permitem a visibilização das alterações devido ao contraste entre o ar e as estruturas ósseas 
presentes. Os sinais típicos de alterações incluem presença de interfaces de fluído nas 
cavidades, perda de contraste do ar visto a presença de líquido ou tecido mole, depressão ou 
elevação dos ossos da face e distorção das estruturas normais como as raízes dos dentes. 
Nas radiografias torácicas, devido à grande sobreposição de estruturas, a técnica é limitada 
ao tamanho dos animais. Nestes casos, é comum ocorrer subexposição da técnica radiográfica 
devido à dificuldade de penetração dos feixes de raio x, o que pode levar a uma interpretação 
errônea das radiografias. Para evitar avaliações dúbias das radiografias torácicas, pode-se 
acompanhar a evolução do paciente comparando a técnica radiográfica pela radiopacidade dos 
corpos vertebrais que devem manter-se constantes, garantindo, dessa forma, maior 
fidedignidade dos padrões pulmonares encontrados. Em animais adultos podem ser realizados 
três tipos de exames radiográficos do tórax: o básico, o modificado e o personalizado. 
O básico consiste em quatro radiografias: a craniodorsal, a cranioventral, a caudodorsal e a 
caudoventral. O exame modificado inclui uma quinta radiografia mediodorsal que abrange melhor 
a porção dorsal do tórax. O exame personalizado é mais especifico e localizado; utiliza-se a 
centralização do foco, principalmente quando há suspeita de massa ou outra alteração focal nos 
pulmões. 
Em animais recém-nascidos, o exame radiográfico pode apresentar interpretação 
questionável nas primeiras 48 horas, visto que o padrão misto (intersticial-alveolar) pode ser 
encontrado em animais recém-nascidos normais, em animais prematuros e no caso de potros 
com alterações pulmonares. Este padrão é justificado pela inflação incompleta dos pulmões e 
retenção de líquidos, muito comum nas primeiras horas de vida. Dessa forma, em animais recém-
nascidos com suspeita de alterações respiratórias, deve-se repetir os exames radiográficos, além 
de associar os resultados com outros exames laboratoriais. 
Diferentemente de humanos e pequenos animais, as radiografias torácicas de equinos 
geralmente são muito inespecíficas o que justifica o uso de outros métodos de diagnóstico por 
imagem. 
Ultrassonografia Torácica 
A avaliação ultrassonográfica do sistema respiratório de grandes animais depende da 
experiência da ultrassonografia a e do conhecimento da anatomia do animal. O exame 
ultrassonográfico é útil para diagnóstico, terapêutica e avaliação do prognóstico de doenças 
pleurais e do parênquima periférico dos pulmões, além das doenças obstrutivas de equinos 
Tomografia Computadorizada 
A tomografia computadorizada(TC) oferece informações adicionais sobre alterações 
encontradas na cavidade nasal e seios paranasais, visto que sofre pouca interferência da 
sobreposição das estruturas. A técnica permite identificar o local e extensão das lesões e avaliar 
as condições das estruturas adjacentes nos casos de traumas, neoplasias e infecções. 
Apesar da tomografia computadorizada ser um método sofisticado de diagnóstico, 
principalmente ao fornecer imagens em corte milimétrica de diversos planos, a disponibilidade 
desta técnica ainda é limitada devido ao alto custo, à necessidade de anestesia geral e ao 
tamanho dos equinos que, em relação ao diâmetro do centro do aparelho, só permite a avaliação 
de algumas partes do corpo dos animais como cabeça e membros. 
Ressonância Magnética 
Apesar da tomografia computadorizada ser um método sofisticado de diagnóstico, 
principalmente ao fornecer imagens em corte milimétrica de diversos planos, a disponibilidade 
desta técnica ainda é limitada devido ao alto custo, à necessidade de anestesia geral e ao 
tamanho dos equinos que, em relação ao diâmetro do centro do aparelho, só permite a avaliação 
de algumas partes do corpo dos animais como cabeça e membros. 
O exame de MRI pode durar cerca de 60 a 120 minutos, dependendo do local avaliado, e 
são realizadas diferentes sequências durante um mesmo exame, as quais fornecem informações 
baseadas nas diferentes características de cada tecido. Muitas vezes, é necessário combinar as 
informações de todas sequências adquiridas para fazer um diagnóstico com precisão e oferecer 
um plano de tratamento e prognóstico. 
Durante o exame de MRI, cuidados extremos devem ser tomados com materiais metálicos 
que possam ser atraídos pelo campo magnético, os quais podem ocasionar acidentes graves. 
Além disso, objetos metálicos e alguns materiais podem causar interferência no sinal magnético 
e criar artefatos na imagem, comprometendo a qualidade do exame. A ressonância magnética 
tem grande potencial para aumentar a capacidade de diagnóstico em doenças do trato 
respiratório superior de equinos, como alterações na laringe e tecidos adjacentes. No entanto, é 
geralmente reservada para casos específicos em que outros métodos de baixo custo são 
limitados ou não conclusivos, devido ao alto custo da técnica. 
Cintilografia 
A cintilografia permite obter informações sobre os processos fisiopatológicos de doenças que 
envolvem o sistema respiratório, além de detectar doenças subclínicas ou alterações não 
visibilizadas em outras técnicas de diagnóstico por imagem (26). O princípio físico da técnica 
baseia-se na aplicação de radiofármaco específico emissor de radiação gama, a qual é captada 
por uma câmara que emite luz proporcional à intensidade da radiação incidida. Os flashes de luz 
são convertidos em sinais elétricos proporcionais às amplitudes das ondas formando as imagens. 
As imagens para cintilografia pulmonar em equinos são obtidas da região lateral do tórax, 
dividindo em porção cranial e caudal. Geralmente, é necessário sedar o animal, lembrando que 
os agonistas adrenérgicos podem alterar a função respiratória, principalmente em animais com 
doenças obstrutivas recorrentes. 
O estudo da perfusão pulmonar local por meio da cintilografia, pode fornecer informações 
sobre abscessos pulmonares, bronquites e avaliar a resposta à tratamentos específicos. Com o 
avançar do estudo em cintilografia será possível maior entendimento da dinâmica respiratória 
em equinos, visto que a técnica possibilita avaliar a perfusão pulmonar, ventilação e depuração 
alveolar, além de determinar o envolvimento das células em processos inflamatórios e contribuir 
em pesquisas sobre a deposição de aerossóis nos pulmões. 
No entanto, o procedimento ainda é limitado na medicina veterinária e restrito a centros 
especializados, visto que envolve tecnologia avançada adaptada da medicina humana, o que 
requer grande experiência dos profissionais, além dos custos elevados. 
Exames laboratoriais 
Exames laboratoriais como a citologia, swab, cultura em inchaços, biópsias para 
histopatologia, sorologia, parasitológico, hemograma, colheita de muco traqueal, cultura 
bacteriana, análise bioquímica, isolamento viral e testes moleculares. Também são utilizados 
para complementar o diagnóstico do sistema respiratório de grandes animais. 
3 CONCLUSÃO 
O estudo da semiologia de grandes animais é importante na formação dos médicos 
veterinários. As pesquisas na área de semiologia do sistema respiratório vêm se adequando ao 
longo dos anos e é importante se manter atualizado. Conclui-se que a semiologia do sistema 
respiratório de grandes animais tem que ser estudada e abordada em todas suas etapas por 
todos da área de medicina veterinária. 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ABREU, Alexandre S. de. INDICADORES DO ESTRESSE TÉRMICO EM BOVINOS. 2011. 11 
f. Monografia (Especialização) - Curso de Ciências Veterinárias, Bioquimica do Tecido Animal, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: 
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2020/11/estresse_termico.pdf. Acesso em: 
13 set. 2023. 
GONÇALVES, Roberto Calderon. Semiologia do sistema respiratório. Bichos Online, Roca, São 
Paulo, p. 313-331, 2004. Disponível em: https://consultadogvet.files.wordpress.com/2017/02/7-
semiologia-do-sistema-respiratc3b3rio.pdf. Acesso em: 13 set. 2023. 
GONÇALVES, Roberto Calderon; BARIONI, Graziela. Exame clínico do aparelho respiratório de 
bezerros: clinicai examination ofthe respiratory system ofcalves. Rev. Educo Contin.: 
Continuous Education, Sp, v. 3, n. 1, p. 4-13, 2000. Disponível em: 
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/47389/R%20-%20T%20-
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