Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mormo Doenças infecciosas dos animais domésticos Prof. Juliana Mendonça Definição • Doença infectocontagiosa • Piogranulomatosa • Lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos • Zoonose • Sinonímias • Catarro de burro • Catarro de mormo • Lamparão • Garrotilho atípico • Cancro nasal Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 2 Histórico • Uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento • Citada por Hipócrates (450 a 425 a.C.) • 1ª Guerra Mundial • Tropas inteiras de equinos vítimas de mormo • Agente em potencial para bioterrorismo Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 3 Histórico • Entrada da doença no Brasil • Ilha de Marajó, em 1811 • Equinos importados de Portugal • 1908-1909: epidemia no Exército Brasileiro • Acometendo grande número de equinos e humanos • Impulsionou a fundação da Escola de Veterinária do Exército Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 4 Histórico • Foi considerada erradicada do Brasil em 1968 • 1999: ocorrência de novos casos de mormo no Brasil • Região Nordeste • Atualmente • É endêmico no nordeste • Diagnosticado de modo preocupante em quase todos os estados brasileiros • OIE → Brasil é endêmico para a doença Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 5 Histórico • Aumento recente do número de casos da doença no Brasil • Circulação intensa de animais • Reprodução • Modalidades esportivas • Modalidades de entretenimento Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 6 Etiologia • Gênero: Burkholderia • Espécie: Burkholderia mallei • Coco Gram-negativo • Irregular • Isolado ou em pequenas cadeias • Imóveis • Não formadores de esporos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 7 Etiologia • Patógeno fastidioso • Crescimento em ágar sangue • Facilitado utilizando ágar batata glicerinado 1% • Oxidase positivos • Indol negativo • Redutores de nitrato a nitrito Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 8 Etiologia • Fatores de virulência • Intracelular facultativo • Presença de LPS (Gram-negativo) • Produção de endotoxinas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 9 Epidemiologia • Equídeos → espécies mais suscetíveis • Equinos, muares e asininos • Independentemente de raça, sexo e estação do ano • Não são conhecidos vetores ou transmissores especiais do patógeno • Muares e asininos • Mais predispostos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 10 Epidemiologia • Ocasionalmente • Ovinos, caprinos, cães e gatos • Descrita em animais silvestres e selvagens • Camelídeos e leões • Resistentes • Bovinos, suínos e aves • Humanos: acidental Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 11 Epidemiologia • Fatores de risco • Idade → NE comum ocorrer em animais mais velhos (> 10 anos) • Regime intenso de trabalho ou treinamento • Dieta deficiente (teor de proteína) • Aglomeração de animais • Introdução de novos animais no plantel • Uso de cochos e comedouros coletivos • Condições impróprias de higiene dos criatórios • Intenso parasitismo intestinal dos animais Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 12 Epidemiologia • Fontes de infecção • Animais doentes ou reservatórios (doença subclínica) • Eliminação do microrganismo • Secreções nasais purulentas • Aerossóis (espirros, relinchos e tosse) • Lesões cutâneas e/ou linfáticas • Fezes • Urina Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 13 Epidemiologia • Contaminação de pasto, água, alimentos e utensílios de uso geral ou de montaria • Cordas, cabrestos, arreios, selas, raspadeiras de crina e utensílips de casqueamento • Portas de entrada do patógeno • Via oral • Via respiratória • Via transcutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 14 Epidemiologia • Morbidade vaiável • Letalidade alta • Principalmente animais idosos • Pode chegar a 100% dos animais acometidos • Animais doentes com quadro agudo • Portadores da doença Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 15 Patogenia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 16 Água e alimentos contaminados Linfonodos da cabeça e mesentéricos Via oral Via linfo-hemática Pulmões, rins, baço, fígado e articulações Úlceras bucais Linfangite Via linfática DOENÇA AGUDA (piogranulomas) Nódulos palpáveis (cadeia linfática de membros) Animal com infecção respiratória Linfonodos da orofaringe Via aérea Infecção de vias aéreas superiores e inferiores - Rinite purulenta - Linfadenite mediastínica - Pneumonia abscedante Órgãos parenquimatosos Via linfo-hemática Patogenia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 17 Objetos perfurocortantes (cercas de arame farpado, pregos) Utensílios contaminados (tesouras, raspadeiras, material de casqueamento) INFECÇÃO TRANSCUTÂNEA Tecido cutâneo e subcutâneo Linfonodos regionais Linfangite e linfadenite Formação de nódulos e abscessos Patogenia • Propriedades com doença endêmica • Sobreviventes da doença aguda • Cicatrizes em forma de estrela nas mucosas nasal e bucal e pele Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 18 Cura clínica aparente Doença crônica Fontes de infecção no plantel Sinais clínicos • Período de incubação: variável • Semanas a meses Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 19 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS HIPERAGUDA - Incomum - Morte em 72h após o aparecimento dos sinais clínicos AGUDA - Incomum - Evolução para o óbito em 2 semanas CRÔNICA - Assintomáticos - Sinais clínicos brandos (febre, inapetência, infecções respiratórias) Muares e asininos Equinos Sinais clínicos • Febre (41°C) • Úlceras • Cicatrizes em mucosas • Linfangite • Intolerância ao exercício ou atividade de trabalho • Secreção nasal • Dificuldade respiratória • Perda de peso progressiva • Diarreia • Edemas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 20 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 21 Mormo Manifestação nasal Manifestação pulmonar Manifestação cutânea Manifestação nasal • Sinais clínicos em função de: • Processo inflamatório local • Presença de pus • Hemorragias • Necrose das mucosas • Necrose do septo nasal Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 22 Manifestação nasal • Secreção nasal – uni ou bilateral • Purulenta e espessa • Com ou sem estrias de sangue Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 23 Manifestação nasal • Secreção ocular purulenta • Linfadenite submandibular • Dificuldade respiratória Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 24 Manifestação nasal • Formação de úlceras na cavidade nasal • Pequenos nódulos de tonalidade amarelada • Solitários ou múltiplos • Podem ser confluentes • Considerados patognomônicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 25 Manifestação pulmonar • Febre (> 40°C) • Tosse • Dificuldade respiratória (dispneia) • Respiração ruidosa • Inapetência • Emagrecimento progressivo • Intolerância ao exercício ou atividade de trabalho • ALTA LETALIDADE! Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 26 Manifestação cutânea • Múltiplos abcessos • Úlceras na pele • Região torácica e face medial dos membros • Lesões cutâneas • Drenam conteúdo seroso a purulento • Áreas alopécicas • Cicatrizes cutâneas em formato de estrela Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 27 Manifestação cutânea • Vasos linfáticos enfartados (lingangite) • Nódulos ao longo do trajeto • Rosário, vergões ou lamparões • Linfadenite regional • Drenagem de conteúdo seroso a purulento • Ulcerações • Membros posteriores Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 28 Manifestação cutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 29 Manifestação cutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 30 Manifestação cutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 31 Manifestação cutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 32 Manifestação cutânea Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 33 Outras manifestações clínicas • Edema • Abdômen • Prepúcio • Testículos • Membros • Caquexia • Artrite • Claudicação • Membros posteriores • Manutenção do membro acometido semiflexionadoProf. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 34 Prognóstico • Reservado • Lesões exclusivamente cutâneas • Desfavorável • Lesões oronasais, linfáticas, pulmonares e em manifestações disseminadas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 35 Diagnóstico • Histórico • Animais adultos ou com idade avançada • Regiões endêmicas • Trabalho ou exercício intenso • Deficiências no manejo nutricional • Participação em atividades reprodutivas ou eventos com alto fluxo de animais Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 36 Diagnóstico • Sinais clínicos • Lesões cutâneas (abscessos) • Sinais respiratórios (tosse e secreção nasal purulenta ou com sangue) • Linfangite (aspecto de rosário) • Úlceras e cicatrizes oronasais (formato de estrela) • Emagrecimento progressivo • Artrite • Edemas (membros, prepúcio e abdome) Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 37 Diagnóstico • Microbiológico • Material purulento proveniente de lavado transtraqueais, nódulos cutâneos ou linfonodos (punção aspirativa) • Conteúdo purulento de secreções nasais • Laboratórios NB3 Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 38 Diagnóstico • Outras técnicas permitidas (a critério do serviço oficial) • Aglutinação com Rosa de Bengala • Imunodifusão • Hemaglutinação indireta • Contraimunoeletroforese • ELISA • Western blotting Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 39 Diagnóstico • Anatomopatológico • Animais que forem a óbito ou que forem eutanasiados • Devem ser necropsiados • Serviço veterinário oficial do estado Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 40 Diagnóstico oficial no Brasil • Integra o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE) • Serviço de defesa oficial do MAPA • Fixação de complemento (rotina ou triagem) • Teste de maleinização (confirmatório) • Liminares judiciais impedindo eutanásia de animais reagentes • Questionamentos sobre a eficácia dos testes Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 41 Diagnóstico oficial no Brasil • Fixação de complemento • Elevada especificidade • Detecção de IgG e IgM • Maior eficácia: entre 4 e 12 semanas pós infecção • Falso-negativos: • Infecção em período inicial • Animais em fase crônica da doença • Éguas prenhes Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 42 Diagnóstico oficial no Brasil • Fixação de complemento • Exclusivamente em laboratórios oficiais do MAPA ou credenciados • Material: sangue • Coleta por veterinário oficial ou credenciado • Necessidade de ficha de requerimento de exame (com resenha) • Resultado negativo: válido por 60 dias • Resultados positivos • Notificação • Teste confirmatório Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 43 Diagnóstico oficial no Brasil • Maleinização • Realizado exclusivamente por MV oficiais do estado ou do MAPA • Realizado em animais positivos na FC e sem sinais clínicos • Não é realizado • Animais positivos na FC e com sinais clínicos • Animais provenientes de propriedades reincidentes • Atestado negativo: validade de 120 dias • Casos positivos: NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA • MAPA e OIE Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 44 Diagnóstico oficial no Brasil • Maleinização Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 45 0,1 mL de maleína, via intradérmica, pálpebra inferior do olho Leitura 24h Leitura 48h ANIMAIS POSITIVOS - Temperatura retal ≥ 40°C - Blefarosespasmo (fotossensibilidade) - Conjuntivite pronunciada (com ou sem secreção purulenta) - Edema palpebral e intraorbital ANIMAIS NEGATIVOS - Sem manifestações clínicas significativas no local de aplicação Isolamento Diagnóstico oficial no Brasil • Maleinização Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 46 Diagnóstico oficial no Brasil Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 47 Fixação de complemento Negativo Positivo COM sinais clínicos Positivo SEM sinais clínicos Negativo COM sinais clínicos Inconclusiva GTA Validade 60 dias EUTANÁSIA Maleinização Negativo GTA Validade 120 dias Positivo EUTANÁSIA Tratamento • Proibido no Brasil pelo MAPA! • Capacidade zoonótica do microrganismo • Viabilidade intracelular do patógeno • Dificuldade de ação pelos antimicrobianos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 48 Profilaxia e controle • Medidas gerais • Evitar aglomeração de animais • Evitar uso de cochos e bebedouros coletivos • Evitar treinamento ou trabalho excessivos • Principalmente animais idosos e/ou malnutridos • Nutrição adequada • Higiene na criação animal Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 49 Profilaxia e controle • Medidas gerais • Quarentena de animais novos ou que retornam de feiras, exposições ou eventos hípicos • Evitar aquisição de animais provenientes de regiões endêmicas • Desinfecção das instalações, utensílios de uso comum • Iodo, hipoclorito de sódio ou formol • GTA Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 50 Profilaxia e controle • Medidas específicas • Realização de testes periódicos • Rotina e confirmatórios • Erradicação de focos • Não há vacinas disponíveis no Brasil Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 51 Profilaxia e controle Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 52 Saúde pública • Notificação compulsória para a OIE • Impacto em saúde animal • Impacto em saúde pública • Zoonose grave • Fatal em humanos • Atualmente não há registros de mormo em humanos no Brasil • Controle da doença em humanos→ controle em animais Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 53 Saúde pública • Transmissão para humanos • Inalação de aerossóis (criatórios com excesso de contaminação ambiental) • Inoculação traumática do microrganismo • Contato de mucosas com material purulento de lesões dos animais • Período de incubação variável • Sinais clínicos semelhantes aos observados em equídeos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 54 Saúde pública • Isolamento de pacientes acometidos • Diagnóstico diferencial de tuberculose e outras causas de pneumonia infecciosa • Potencial uso em bioterrorismo • Não há vacinas para humanos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 55 Tétano Doenças infecciosas dos animais domésticos Prof. Juliana Mendonça 56 Definição • Enfermidade toxinfecciosa • Não contagiosa • Acomete muitas espécies de animais domésticos e humanos • Causada pela neurotoxina tetenospasmina • Clostridium tetani • Uma das toxinas biológicas mais poderosas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 57 Definição • Principais manifestações: paralisia espástica e hiperestesia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 58 Etiologia • Tetanospasmina • Neurotoxina • Produzida durante o crescimento vegetativo de Clostridium tetani • Bacilo • Gram-positivo • Anaeróbio estrito • Formador de esporos na presença de oxigênio Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 59 Etiologia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 60 Sem esporo Forma bacilar Com esporo Forma bacilar Esporo terminal Parede da célula germinativa Cótex Centro Cápsula • C. tetani • Microbiota intestinal natural de equinos, ruminantes, cães, gatos, aves e humanos • Solo contaminado por fezes • Principal reservatório do patógeno • Adubos orgânicos • Esporos altamente resistentes • Podem permanecer viáveis no solo por mais de um século Etiologia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 61 Toxinas • Tetanolisina • Baixa significância para a patogenia do tétano • Danos às membranas celulares→ aumento da área de anaerobiose • Tetanospasmina • Neurotoxina tetânica • Produzida durante a multiplicação bacteriana • Liberada somente com a lise celular Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 62 Toxinas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 63 Tetanospasmina Penetra nas células nervosas Impede a liberação de neurotransmissores inibidores específicos Rigidez muscular • Paralisia espástica e hiperestesia Toxinas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 64 Toxinas • Sensibilidade à tetanospasmina Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 65 Equinos Humanos Ruminantes CãesGatos Aves Mais sensíveis Mais resistentes Epidemiologia • Disseminação mundial • Solo contaminado é o reservatório do agente • C. tetani • Microbiota intestinal normal de equídeos, ruminantes, cães, gatos, roedores, aves e humanos • Eliminação nas fezes → contaminação do solo Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 66 Epidemiologia • Entrada do agente no hospedeiro • Feridas contaminadas por fezes ou terra • Objetos perfurocortantes (agulhas, arame) • Colocação de ferradura • Vacinações • Procedimentos cirúrgicos • Caudectomia • Castrações Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 67 Epidemiologia • Ocorrência da doença • Independe de sexo, idade, raça, estação do ano e clima • Alta frequência em neonatos • Contaminação umbilical – manejo inadequado • Equídeos são os mais susceptíveis • Rara em gatos domésticos • Alta letalidade • Diretamente relacionada ao período de incubação Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 68 Epidemiologia • Fatores relacionados ao período de incubação • Contaminação de feridas por cepas de elevado poder toxigênico • Dimensão e grau de necrose (aumento da área de anaerobiose) • Áreas teciduais com baixa oxirredução • Títulos de anticorpos contra tetanospasmina circulantes Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 69 Patogenia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 70 Fezes Solo Ferida Cirurgias Queimaduras Bactérias piogênicas C. tetani Áreas de necrose Anaerobiose Esporos Forma vegetativa Multiplicação local Tetanolisina Tetanospasmina Terminações nervosas periféricas locais Axônios dos nervos motores Placa neuromuscular SNC Terminações pré- sinápticas dos neurônios inibidores Bloqueio da glicina e do GABA Atividade simpática excitatória Paralisia espástica e hiperestesia Morte Patogenia Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 71 Patogenia • Tétano descendente • Sinais do tétano iniciam-se na cabeça e pescoço • Grupos musculares distantes do ferimento contaminado • Tétano ascendente • Início dos sinais clínicos nos grupos musculares da área do ferimento Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 72 Sinais clínicos • Paralisia espástica • Hiperestesia grave • Trismo mandibular • Cauda em bandeira • Orelhas em tesoura • Protrusão da terceira pálpebra Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 73 Sinais clínicos • Equinos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 74 Dificuldade de locomoção e rigidez dos membros - Cauda em bandeira - Orelhas enrijecidas (em tesoura) - Pálpebras muito abertas - Narinas dilatadas (angústia respiratória) Trismo mandibular - Hiperestesia - Protrusão da 3ª pálpebra - Febre (até 41°C) - Taquicardia e taquipneia Rigidez dos membros -Decúbito lateral - Opistótono Morte Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 75 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 76 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 77 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 78 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 79 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 80 Sinais clínicos • Bovinos, bubalinos e pequenos ruminantes • Menos suscetíveis à ação da tetanospasmina do que equídeos • Mais comum em nenonatos • Contaminação do umbigo mal higienizado • Outras idades • Ferimentos em geral • Lesões bucais por alimentos grosseiros • Feridas cirúrgicas (descorna, caudectomia, castração) • Vacinas (agulhas contaminadas e/ou mal higienizadas) Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 81 Sinais clínicos • Bovinos, bubalinos e pequenos ruminantes • Período de incubação: 4 dias a 4 semanas • Gravidade dos sinais inversamente proporcional ao PI • Mesmas manifestações clínicas dos equinos • Paralisia espástica • Hiperestesia grave • Trismo mandibular • Cauda em bandeira Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 82 • Orelhas em tesoura • Protrusão da terceira pálpebra • Rigidez de membros • Opistótono Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 83 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 84 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 85 Sinais clínicos • Cães • Ocorrência incomum • Mais resistentes que ruminantes e equídeos • Fatores predisponentes • Ferimentos em geral • Lesões na cavidade oral • Cirurgias • Injeções (medicamentos ou vacinas) • Período de incubação: 5 a 10 dias • Surgimento dos primeiros sinais clínicos • Espasticidade muscular, rigidez dos membros e hiperestesia • Mesmos sinais clínicos apresentados por equinos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 86 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 87 Sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 88 Sinais clínicos • Cães em decúbito • Sedados • Mudanças na posição de decúbito de 4 a 5 vezes ao dia • Bom prognóstico • Toxicidade das cepas de C. tetani • Atendimento logo após surgimento dos sinais clínicos Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 89 Diagnóstico Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 90 Evolução do quadro Sinais clínicos Anamnese Diagnóstico diferencial • Hipocalcemia • Intoxicação por estricnina Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 91 Diagnóstico incorreto Administração de Ca2+ ↑ produção de tetanospasmina Tratamento • Propiciar tranquilização e relaxamento muscular • Evitar asfixia mecânica e acidose metabólica • Diminuir o estado de hiperestesia • Manter o animal hidratado e em estação • Manter equilíbrio ácido-básico • Eliminar foco de infecção • Extinguir C. tetani e interromper produção de tetanospasmina • Ferimento: peróxido de hidrogênio 10 volumes • Penicilinas Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 92 Tratamento • Neutralizar tetanospasmina circulante • Soro antitetânico • Propiciar ambiente calmo, escuro e silencioso • Colocar o animal em baias com paredes alcochoadas • Evitar traumatismos em casos de quedas • Manter o animal em estação sobre piso adequado • Evitar laminite • Areia • Evitar decúbito de grandes animais Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 93 Prognóstico Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 94 Potencial toxigênico da cepa C. tetani Período de incubação Tempo de atendimento e hospitalização Rapidez de diagnóstico Tratamento imediato Manejo dos animais acometidos Profilaxia e controle • Equídeos • Manejo sanitário → evitar ferimentos • Limpeza e desinfecção adequadas do cordão umbilical • Procedimentos cirúrgicos realizados APENAS por médicos veterinários • Procedimentos de assepsia antes, durante e após cirurgia • Vacinação de potros • 1ª dose: 3 meses (éguas não vacinadas) ou 6 meses (éguas vacinadas) • 2ª dose: 30 dias após a primeira • 3ª dose: 1 ano de idade • Vacinação de animais adultos (nunca vacinados) • 2 doses com intervalo de 30 dias • Machos: podem receber reforço a cada 6 meses • Fêmeas: reforço a cada gestação (4 a 6 semanas antes do parto) Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 95 Profilaxia e controle • Ruminantes e animais de companhia • Antissepsia do umbigo e de feridas acidentais e cirúrgicas • Em caso de ferimentos • Soro antitetânico • Penicilinas • Vacinas polivalentes contra clostridioses (ruminantes) • Contêm toxóide tetânico • Semestral ou anual Prof. Juliana Mendonça - Mormo e tétano 96
Compartilhar