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APOSTILA-LÍNGUA-INGLESA-V

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LÍNGUA INGLESA V 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2 DISCURSO NA MORFOLOGIA INGLESA............................................................. 5 
2.1 Partes do discurso conforme a função na frase ................................................ 6 
2.2 Partes do discurso e suas relações em sentenças ......................................... 11 
2 AUDIÇÃO, EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA ...................................................... 13 
2.1 Estratégias de práticas de audição ................................................................. 14 
2.2 Estratégias práticas de expressão oral ........................................................... 17 
2.3 Estratégias práticas de escrita ........................................................................ 19 
3 ESTRATÉGIAS DE COMPREENSÃO DA LÍNGUA ............................................ 20 
3.1 Estratégias de compreensão da língua portuguesa ........................................ 20 
3.2 Estratégias de compreensão auditiva e de leitura .......................................... 23 
3.3 Estratégias de compreensão auditiva em vários contextos da língua inglesa 26 
4 ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS AVANÇADAS ............................................... 28 
4.1 Morfemas derivacionais no inglês ................................................................... 29 
4.2 Morfemas flexionais no inglês ......................................................................... 32 
4.3 Morfemas presos e livres no inglês ................................................................ 33 
5 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS SOTAQUES DO INGLÊS ................................. 36 
5.1 Variedades de pronúncia da língua inglesa .................................................... 39 
5.2 Características determinantes nas diferentes pronúncias do inglês ............... 41 
6 ACENTO, PROEMINÊNCIA E RITMO ................................................................. 43 
6.1 O papel da acentuação silábica na língua inglesa .......................................... 44 
6.2 A proeminência silábica na língua inglesa ...................................................... 46 
6.3 A importância do ritmo na comunicação ......................................................... 47 
6.4 Qual o melhor modo de se pronunciar? .......................................................... 48 
7 SITUAÇÕES DE USO DO ALFABETO FONÉTICO INTERNACIONAL .............. 51 
 
3 
 
7.1 Transcrição fonética em relação à entonação na língua inglesa .................... 54 
7.2 Transcrição fonética como um instrumento de aprendizagem e ensino ......... 57 
8 MÉTODOS DE ENSINO EM LÍNGUA INGLESA ................................................. 59 
8.1 Abordagens de ensino na língua inglesa ........................................................ 62 
8.2 Propostas de avaliação considerando as abordagens e métodos .................. 65 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 DISCURSO NA MORFOLOGIA INGLESA 
Em diversos idiomas, incluindo a língua inglesa, as palavras são classificadas 
em grupos dependendo da correlação com a sentença e com a função, sendo esta 
última a que determina seu papel no discurso, não importa se é falado ou escrito, e 
não a gramática sintática. 
Vale ressaltar que essas categorias existem somente quando as palavras (ou 
parte delas) são avaliadas em períodos simples ou em uma frase, caso sejam 
analisadas isoladamente, iremos notar que elas não exercem uma função para serem 
categorizadas ou comparadas. 
Resumidamente, existem oito categorias, sendo elas pronomes (pronouns), 
substantivos (nouns), advérbios (adverbs), verbos (verbs), conjunções (conjunctions), 
adjetivos (adjectives), interjeições (interjections) e preposições (prepositions). Alguns 
linguistas ainda incluem uma nona categoria, que é a dos artigos (articles) (tanto 
definidos quanto indefinidos). 
 
Imagem 1 – Classificação das partes do discurso na língua inglesa 
 
Fonte: https://iplogger.com/2T4aR4 
 
 
 
 
 
6 
 
2.1 Partes do discurso conforme a função na frase 
Como foi dito no tópico anterior, a língua inglesa possui partes do discurso 
semelhantes ou até iguais a diversos outros idiomas, como francês, português, italiano 
e espanhol. Iremos abordar brevemente sobre cada um deles nos subtópicos 
seguintes, sempre citando exemplos para melhor compreensão. 
 
Substantivo (Noun) 
 
Consistem em palavras cuja função é dar nome a coisas, pessoas, lugares, 
animais, eventos ou ideias. O substantivo é a categoria mais simples entre as oito 
partes do discurso e, por esse motivo, costuma ser a primeira parte a ser ensinada no 
ensino fundamental. Dentre os exemplos, podemos citar: Jack Nicholson, cars 
(carros), birthday (aniversário), universe (universo), Carol, lights (luzes), death (morte), 
happiness (felicidade). Os substantivos se subdividem em: 
 
➢ Substantivo próprio: Se tratam de nomes próprios, sempre iniciados com letra 
maiúscula. Nada mais são que nomes específicos atribuídos a lugares, 
pessoas e coisas. Exemplos: Pizza Hut, Game of Thrones, Mercedes-Benz, 
Jonathan. 
➢ Substantivo comum: Diferentemente dos substantivos próprios, consistem 
em nomes genéricos condizentes com pessoas, lugares e coisas. Exemplos: 
food (comida), TV, series, telephone (telefone), plants (plantas). 
➢ Substantivo concreto: Englobam qualquer substantivo que dá nome a coisas 
que podem ser sentidas pelo olfato, tato, audição ou visão. Exemplos: sand 
(areia), smoke (fumaça), scissor (tesoura), board (quadro), laptop, people 
(pessoas). 
➢ Substantivo abstrato: São o oposto do substantivo concreto, isto é, englobam 
substantivos que dão nome a coisas que não podem ser sentidas por nenhum 
dos 5 sentidos. Exemplos: courage (coragem), sadness (tristeza), passion 
(paixão), love (amor), bliss (alegria, êxtase, etc.). 
➢ Substantivo contável: Consistem em substantivos que podem ser 
quantificados, isto é, medidos ou contados. Exemplos: kilos, grams (gramas), 
child (criança), children (crianças). 
 
7 
 
➢ Substantivo de massa (não contável): Não podem ser quantificados, 
medidos ou contados e, por esse motivo, não podem ser conjugados no plural. 
Caso seja necessário quantificá-los, deve-se usar uma unidade de medida 
obrigatoriamente. Exemplos: rice (para grãos em geral), water (para líquidos 
em geral), feedback. 
➢ Substantivo coletivo: Se tratam de nomes atribuídos a um grupo de coisas ou 
animais. Exemplo: 
Coletivo de professores: faculty (corpo docente); 
Coletivo de alunos: students (turma/alunos); 
Coletivo de leões: pride (alcatéia de leões, podemos usar também o termo“pack of lions”); 
Coletivo de oficiais de polícia: police (guarnição); 
 
Pronomes (pronouns) 
 
Resumidamente, consistem em nomes que substituem os substantivos. Eles 
podem ser subdivididos em: 
 
➢ Pronomes dos sujeitos em uma oração: I (eu), you (tu/você; vós/vocês), he 
(ele), she (ela), it (ele/ela para coisas ou objetos), we (nós), they (eles/elas). 
➢ Pronomes dos objetos em uma oração: me (eu), you (tu/você; vós/vocês), 
him (ele), her (ela), it (ele/ela para coisas ou objetos), us (nós), them (eles/elas). 
Possuem a mesma tradução dos sujeitos em oração, no entanto, como o 
próprio nome já diz, podem ser usados apenas quando são objetos, ou seja, 
quando está sofrendo a ação. Exemplo: I can take him (eu consigo lidar com 
ele). 
➢ Pronomes possessivos: mine (meu), yours (seu/seus), his (dele), hers (dela), 
its (dele/dela quando se refere a uma coisa ou objeto), ours (nosso), theirs 
(deles/delas). 
➢ Pronomes possessivos adjetivos: my (meu), your (seu/seus), his (dele), her 
(dela), its (dele/dela quando se refere a uma coisa ou objeto), our (nosso), their 
(deles/delas). A diferença entre os pronomes possessivos adjetivos e não 
adjetivos é que os adjetivos sempre serão acompanhados por um substantivo. 
 
8 
 
Exemplo This apple is mine (Essa maçã é minha) / This is my t-shirt (Essa é a 
minha camisa). 
➢ Pronomes relativos: Servem para juntar duas frases ou orações. Exemplos: 
that (que, para tudo), who(m) (que(m), para pessoas), which (que, para objetos 
ou animais), where (onde/em que), whose (cujo/cuja). 
➢ Pronomes compostos indefinidos: someone (alguém), something (algo), 
nobody (ninguém), somewhere (em algum lugar), anything (nada). 
➢ Pronomes de referência posterior: São usados para substituir substantivos 
que já foram mencionados anteriormente na mesma frase. Exemplo: one 
(Which dress do you prefer, the red one or the black one? / “Qual vestido você 
prefere, o vermelho ou o preto?”), ones (Which books do you prefer, the classic 
ones or the contemporary ones? / “Quais livros você prefere, os clássicos ou 
os contemporâneos?”). 
 
Adjetivos (Adjective) 
 
São partes do discurso usadas para qualificar e até caracterizar um pronome 
ou um substantivo. Podem se referir à qualidade, ao tamanho e ao número. Exemplos: 
 
That was an awesome play (Essa jogada foi incrível). 
Everybody thinks there are two kinds of politicians: the bad ones and the 
dishonest ones (Todos acham que existem dois tipos de políticos: os ruins e os 
desonestos). 
I saw it. It was round, big, yellow and covered with wide stripes (Eu a vi. Era 
redonda, grande, amarela e tinha listras largas). 
 
É possível que algum adjetivo derive da forma do particípio do passado ou 
presente de alguns verbos, como nos seguintes casos: interesting/intersted 
(interessante/interessado), boring/bored (chato/chateado), fascinating/fascinated 
(fascinante/fascinado). Além disso, podem ser compostos, como nos seguintes casos: 
a two-year-old girl (uma garota de dois anos); a four-bedroom apartment (um 
apartamento com quatro quartos). 
 
 
9 
 
 
 
Verbos (Verb) 
 
Alguns linguistas consideram essa categoria como a parte mais relevante do 
discurso, já que seria muito difícil nos expressarmos objetivamente sem usar verbos. 
A função dos verbos é mostrar ou descrever ações, tanto mentais quanto físicas, 
podendo também incluir estados (do objeto ou do sujeito). 
 
➢ Verbos no infinitivo: Sempre começam com to. Exemplos: to miss (sentir 
saudade), to jump (pular), to read (ler), to cry (chorar). 
➢ Verbos conjugados: play (toco/brinco/jogo), talked (falei), believed (acreditei), 
written (escrito), done (feito), understood (entendido). 
 
Advérbios (adverbs) 
 
Advérbios nada mais são que a parte responsável por descrever os adjetivos, 
verbos e até outros advérbios, de forma simples e geral. Essa descrição pode ser em 
tempo, forma, grau e lugar. Podem ser subdivididos em: 
 
➢ Advérbios de modo: Dizem respeito à forma como as ações ou coisas 
acontecem. Exemplo: Carol sang beutifully (Carol cantou de forma muito 
bonita). 
➢ Advérbios de tempo: Identificam quando um determinado evento aconteceu. 
Exemplo: The party was yesterday (A festa foi ontem). 
➢ Advérbios de frequência: Determinam de quanto em quanto tempo um evento 
específico acontece, sendo, geralmente, posicionados entre o sujeito e o verbo, 
com exceção de sometimes (às vezes), que pode ser posicionado no meio, 
início ou final da frase. Quando usamos o verbo to be (ser/estar), posicionamos 
esse advérbio depois dele. Exemplos: I often go to the supermarket (Eu vou 
frequentemente para o supermercado) / Sometimes i go to sleep after midnight 
(Às vezes vou dormir após meia-noite) / She is always late (Ela sempre se 
atrasa). 
 
10 
 
➢ Advérbios de lugar: Determinam onde a ação ocorreu. Exemplo: I looked 
everywhere and couldn’t find him (Eu procurei por todos os lugares e não 
consegui encontrá-lo). 
➢ Advérbios de grau: Descrevem a intensidade de algo ou da forma como algo 
aconteceu. Exemplos: Steve Jobs was very talented (Steve Jobs era muito 
talentoso) / This is quite a good meal (Essa comida é muito boa) / We had a 
rather awkward guest (Temos um convidado muito estranho). 
 
Preposições (prepositions) 
 
Consistem em termos ou palavras que possuem uma relação próxima com a 
palavra, isto é, o objeto (tanto indireto quanto direto) e a palavra anterior, que pode 
ser um verbo, por exemplo. Geralmente, as preposições determinam tempo, lugar e 
pessoas. Exemplos: under (debaixo), before (antes), by (por/através de), from (veio 
de), without (sem), to (para), near (próximo/perto), throughout (por todo). 
 
I live near downtown (Eu moro perto do centro). 
We work hard thoughout the year (Trabalhamos duro por todo ano). 
 
Conjunções (conjunctions) 
 
Essa parte do discurso se encarrega de fazer com que as frases e os textos 
fiquem mais coerentes para facilitar a interpretação e a compreensão, uma vez que 
são empregados para conectar informações e ideias. Podemos separar as conjunções 
conforme suas funções. 
 
➢ Conjunções coordenadas: Considerada a conjunção mais utilizada na língua 
inglesa. Cumpre o papel de ligar frases, palavras e orações, sendo 
posicionadas entre as informações, nunca no fim ou no início. Exemplos: and 
(e), or (ou), but (mas), for (para). 
➢ Conjunções subordinadas: São empregadas para ligar duas orações, ou 
seja, induzem uma oração dependente a se concetar com uma independente. 
Podem ser posicionadas no meio, no começo e no final da frase (como no caso 
 
11 
 
da palavra though). Dentre as conjunções subordinadas mais comuns, temos: 
while (enquanto), as soon as (assim que), although (embora), before (antes), 
even if (mesmo que), because (porque), no matter how (não importa como), 
whether (se/quer), wherever (onde quer que), when (quando). 
➢ Conjunções correlativas: Sempre são usadas em pares com o intuito de 
conectar elementos com algo em comum. Exemplos: either... or (ou... ou), 
neither... nor (nem... nem), not only... but also (não só... mas também), 
whether... or (se... ou se), so... as (tão... quanto). 
 
Interjeições (interjections) 
 
São partes do discurso que manifestam sentimentos ou emoções 
inesperadas. Já que representam emoções, vêm geralmente acompanhadas de um 
ponto de exclamação. Dentre as interjeições mais usadas, podemos citar: 
 
➢ De dor: Ouch! (Ai!); 
➢ De celebração: Yay! (oba!), hurray! (viva!); 
➢ Para chamar atenção: Hey! (Ei!); 
➢ De dúvida: Oh? (Ahn?); 
➢ De surpresa ou entendimento: Ah!, Oh!; 
➢ De graciosidade: Aaawwwwww! 
2.2 Partes do discurso e suas relações em sentenças 
Quando estão isoladas, as partes do discurso são ferramentas limitadas. 
Algumas vezes, conseguem representar uma interação superficial ou inicial, no 
entanto, será preciso diversas combinações de palavras, ou seja, outras partes do 
discurso para gerar parágrafosou sentenças que permitam uma comunicação de uma 
teoria, um pensamento ou uma ideia. 
Sendo assim, o usuário de qualquer língua precisa, basicamente, ter a 
agilidade e a habilidade de compreender a combinação dos elementos das partes do 
discurso para termos um bom entendimento e uma comunicação efetiva. Por 
consequência, a relação entre as partes do discurso são de suma importância na 
 
12 
 
elaboração de sentenças em qualquer forma de comunicação contendo uma 
linguagem, incluindo a língua de sinais. 
 
Definição de sentença 
 
Martins, Souza e Souza (2010) afirmam que podemos conceituar uma 
sentença de diversas formas, listando algumas definições que veremos a seguir: 
 
➢ Sentença consiste em uma coleção de palavras que manifestam um significado 
sobre alguma coisa, alguém ou lugar; 
➢ Sentença se trata de um pensamento expressado em palavras arranjadas de 
forma que exista um sujeito que, no caso, passa a ser o tópico principal do 
pensamento, e um predicado, que representa o estado, a ação ou a condição 
sobre o sujeito; 
➢ Uma sentença pode ser um conjunto de palavras relacionadas para manifestar 
um pensamento por completo, de modo exclamatório, assertivo ou 
questionador; 
➢ Uma sentença é um grupo fechado de palavras que possui um predicado e um 
sujeito capazes de expressar uma pergunta, declaração, comando ou 
exclamação. 
 
Não importa o modo como é definida, caso avaliemos todos os conceitos 
supracitados, podemos observar que todas as sentenças possuem uma mesma ideia: 
um pensamento manifestado por palavras, contendo um sujeito e um predicado. Em 
suma, a sentença sempre terá: 
 
➢ Sujeito; 
➢ Um verbo finito, isto é, um verbo restrito a um número, uma pessoa, um tempo 
ou uma maneira; 
➢ Um predicado, ou seja, um estado, uma ação, uma condição ou um estado que 
é imposto, questionado, exclamado ou ordenado por um verbo finito. 
 
 
 
13 
 
Tipos de sentenças 
 
➢ Sentença simples: Possui apenas uma informação. Exemplo: She went home 
early (Ela voltou pra casa cedo). 
➢ Sentença composta: São constituídas por duas sentenças simples ligadas por 
uma conjunção ou um advérbio que realiza a mesma função da conjunção. 
Exemplo: She went home early, but she forgot her keys at work (Ela voltou pra 
casa cedo, mas esqueceu suas chaves no trabalho). 
➢ Sentenças complexas: Consistem em sentenças que se iniciam com uma 
conjunção seguida de duas sentenças simples separadas por uma vírgula, que 
separa as duas ideias. Exemplo: Although she went home early, she had to go 
back to work to get the keys she’s forgotten (Mesmo tendo voltado pra casa 
cedo, ela teve que voltar ao trabalho para buscar as chaves que havia 
esquecido). 
 
2 AUDIÇÃO, EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
Geralmente, os sons finais de uma palavra costumam se misturar com os sons 
iniciais da próxima palavra. No caso da língua inglesa, a entoação varia conforme a 
tonicidade das palavras. Somente as palavras que possuem significado, como verbos, 
substantivos, advérbios e adjetivos são pronunciadas de forma clara, por outro lado, 
as que cumprem um papel meramente gramatical, como artigos, pronomes, 
conjunções e preposições, possuem uma pronúncia praticamente imperceptível, 
exceto quando desejamos destacá-las de alguma forma. 
Alguns aspectos presentes na língua inglesa são a entonação decrescente e 
crescente, acompanhadas pelo ritmo e a acentuação prosódica, usadas para destacar 
a palavra desejada. Sendo assim, se almejamos melhorar a expressão oral e a 
audição, precisamos ouvir e falar a língua-alvo o máximo possível. 
Por sua vez, a melhoria na escrita da língua inglesa exige um estudo mais 
aprofundado do vocabulário, das estruturas gramaticais e dos gêneros textuais. A 
leitura cumpre bem esse propósito e, para evoluirmos na pró-eficiência da língua, será 
fundamental entendermos como o texto é desenvolvido a partir de tópicos frasais, 
frases, palavras de ligação, introdução, desenvolvimento, conclusão e adaptação do 
 
14 
 
vocabulário conforme o gênero textual e o contexto da situação. Nos tópicos 
seguintes, vamos abordar sobre as estratégias de práticas. 
2.1 Estratégias de práticas de audição 
Segundo Huei-Chun (1998), podemos conceituar a audição como a 
compreensão da língua falada ou o reconhecimento do discurso oral quando 
consideramos o sentido pedagógico. Consiste em um processo bem ativo, uma vez 
que não envolve apenas a escuta, e sim a combinação entre informações prévias e o 
que foi ouvido. É dessa forma que esse processo consegue gerar significado ao que 
escutamos e experienciamos por meio das informações já presentes em nossa mente. 
Tal processo, geralmente, engloba cinco fases, sendo elas a escuta, o 
entendimento, a rememoração, a avaliação e a reação. A escuta cumpre uma função 
fundamental no processo de aprendizagem de uma língua-alvo ao melhorar a 
captação de outras habilidades linguísticas, como a leitura, a fala e a escrita, mesmo 
que em menor escala. 
Na língua inglesa, a audição trará resultados mais evidentes em relação ao 
entendimento do idioma e à comunicação oral de modo independente. É evidente que 
a prática é o melhor método para absorver um conhecimento específico, isso não é 
diferente quando tratamos da audição na língua estrangeira. Precisamos aumentar a 
dose de estímulos auditivos da língua estrangeira no cotidiano, isto é, precisamos 
ouvir músicas, ouvir podcasts sobre assuntos diversos, assistir filmes, ler um texto e 
gravar sua voz para ouvir posteriormente, entre outros. 
Ainda no assunto de estímulo auditivo, podemos acordar ouvindo uma música 
em inglês e nos atentar à letra para, depois, tentar cantar junto e pesquisar as palavras 
ou expressões que não conhecemos, com o intuito de compreender seu uso e 
significado. Quando estamos indo para o trabalho, será benéfico ouvir notícias em 
inglês e anotar o vocabulário desconhecido para pesquisar. Durante um intervalo, 
como o horário de almoço, será a hora de ouvir um podcast ou assistir um vídeo curto 
relacionado com um assunto de interesse. 
Todos esses tipos de estímulos serão úteis durante um aprendizado, já que 
não irão apenas estimular o cérebro de diferentes modos, eles também abrirão a 
possibilidade de trabalhar com as diversas respostas trazidas por aqueles estímulos. 
 
15 
 
As estratégias para prática auditiva estão relacionadas com o reconhecimento 
do áudio, isto é, com o tópico debatido. A combinação fonética que constrói sentenças 
e palavras, bem como o uso de conhecimento prévio e inferência, possibilitam o 
entendimento do contexto. Tais tópicos devem ser considerados e utilizados de modo 
equilibrado para proporcionar uma evolução na habilidade auditiva. Underwood (1993) 
explana que os objetivos de um profissional que deseja trabalhar com a compreensão 
oral devem ser os seguintes: 
 
➢ Apresentar aos ouvintes diversas experiências relacionadas com a 
compreensão oral; 
➢ Dar um propósito para essa compreensão oral; 
➢ Entender os processos que integram a compreensão oral; 
➢ Estimular a autoconfiança dos ouvintes com sua própria habilidade auditiva. 
 
Independentemente da situação, a primeira etapa para trabalhar a audição 
começa antes da escuta propriamente dita, isto é, engloba a habilidade de prever o 
que será ouvido. Nessa etapa, iremos avaliar o conhecimento de mundo do ouvinte, 
passando pela compreensão do tema abordado e da estrutura da língua e do 
vocabulário. Os ouvintes não entenderão todas as palavras ditas no vídeo, áudio ou 
conversa em língua estrangeira, mas poderão ser auxiliados pelo conhecimento do 
contexto e pelo conhecimento prévio do que será tratado. 
Na etapa da escuta, a concentração do ouvinte será fundamental para o 
processamento da mensagem, pois permitirá que ele reconheça conectores, 
marcadores de discurso e a informação repassada. O ouvinte irá comparar, constatar 
e resumir o que foi dito em sua mente. 
Valeressaltar que nem todas as palavras são pronunciadas de forma clara na 
língua inglesa, sendo que, algumas delas, nem chegam a ser pronunciadas. 
Resumidamente, os adjetivos, substantivos, advérbios e verbos são conhecidos como 
content words, ou “palavras com significado”, pois possuem um conceito atrelado a 
elas, enquanto os pronomes, artigos, conjunções e preposições são functional words, 
ou “palavras funcionais”, já que apenas cumprem uma função gramatical. 
Em um diálogo na língua inglesa, somente as content words são pronunciadas 
claramente, exceto quando desejamos destacar alguma functional word para deixar 
 
16 
 
claro o conteúdo da mensagem. A título de exemplo, vamos imaginar a frase “I ate 
pizza yesterday” (Eu comi pizza ontem), geralmente o pronome I seria pronunciado 
sutilmente, exceto caso o interlocutor queira enfatizar que eu (I) comi a pizza ontem, 
e não outra pessoa. 
Essa peculiaridade do idioma inglês costuma atrapalhar no entendimento, 
assim como a forma como as palavras são entendidas na fala encadeada, isto é, a 
palavra ligada a outra soa diferente da forma como é pronunciada isoladamente. Com 
isso, o conhecimento do assunto e dos marcadores de discurso irão ajudar bastante 
na compreensão oral, uma vez que possibilitarão o reconhecimento de pontos 
irrelevantes e relevantes do que é ouvido. 
Outro tópico relevante a ser destacado são as formas de escutar. Podemos 
separar a audição em quatro categorias, a ativa, a inativa, a reflexiva e a seletiva. A 
inativa consiste em somente ouvir, sem se atentar à mensagem sendo passada. Essa 
escuta pode servir para acostumar o ouvido ao ritmo, à musicalidade e à entonação 
da língua. Também pode ser um modo de audição incidental, isto é, quando não temos 
intenção de absorver e escutar o que foi ouvido, mas acabamos adquirindo as 
estruturas e o vocabulário presentes na amostra sem perceber. 
Diferentemente dessa forma de audição, a ativa visa entender o que foi 
ouvido. Sendo assim, o ouvinte se atenta ao conteúdo do que foi ouvido e procura 
entender a mensagem. Por sua vez, a audição seletiva é mediada pelo ouvinte, pois 
nem todo conteúdo é absorvido, somente o que é esperado ou o que interessa para o 
ouvinte. Por fim, a audição reflexiva demanda não só a concentração do ouvinte, 
como também um esforço interpretativo e observativo relacionado com a forma com 
que o conteúdo está sendo abordado. 
Quando desejamos melhorar nossa capacidade auditiva na língua inglesa, 
precisamos de um propósito para treinar os diversos tipos de escuta. Tanto a 
concentração quanto a atenção precisam ser direcionadas para os detalhes, a ideia 
geral, as partes específicas e, inclusive, o desenvolvimento das inferências sobre um 
determinado assunto. Fazer anotações é outra prática que faz a audição da língua 
estrangeira ser mais proveitosa. 
Geralmente, usamos três métodos para melhorar nossa audição, sendo eles 
o bottom up, o top down e a cultura de quem está comunicando. Em relação ao top 
down, usamos o contexto, ou seja, o conhecimento prévio do ouvinte para que ele 
 
17 
 
consiga entender a ideia geral da amostra. Por sua vez, o bottom up se baseia no 
entendimento de expressões, palavras e sons, isto é, usamos a perspectiva estrutural 
da língua falada. 
O conhecimento da cultura de quem está comunicando, ou seja, os 
costumes, o país, os hábitos e as tradições também auxilia no aprimoramento da 
audição, pois iremos compreender o “lugar de fala” de quem está expressando a 
mensagem e, consequentemente, iremos entender sua visão de mundo. 
Com isso, podemos expandir nosso vocabulário, notar a entonação e as 
sutilezas da língua e aprender tanto sobre o assunto quanto sobre a riqueza linguística 
que está naquela amostra. Vale ressaltar que precisamos assistir ou ouvir o conteúdo 
estudado mais de uma vez, com o intuito de absorver melhor a mensagem que está 
sendo transmitida. 
 
2.2 Estratégias práticas de expressão oral 
A comunicação oral é bastante valoriza e, possivelmente, é a habilidade mais 
desejada por quem quer aprender uma língua estrangeira. O objetivo de quem 
aprende uma nova língua é a probabilidade de entender e responder ao que foi dito 
no idioma em questão. 
Como vimos anteriormente, a compreensão auditiva auxilia bastante no 
desenvolvimento da fala, isso também acontece no aprendizado da língua nativa, 
quando ouvimos nossa família falando e associamos sentimentos e objetos a palavras 
específicas. Fica evidente que aprender uma língua estrangeira após ficar mais velho 
será diferente do aprendizado da primeira língua, no entanto, a audição sempre irá 
cumprir um papel fundamental nesse aprendizado. 
Escutar palavras, sons, sotaques, ritmos de fala, temas e tons não importa se 
foi assistindo filmes, vídeos ou podcasts, são formas válidas de entrar em contato com 
a língua. Tentar compreender o contexto geral e se atentar aos detalhes amplia nosso 
repertório linguístico e nossa habilidade de expressar ideias. Um bom meio de praticar 
é repetir o que foi ouvido no áudio ou no vídeo, ou até repetir o áudio ouvido de forma 
simultânea para aprender o ritmo e a pronúncia da língua ouvida. 
A prática é fundamental para melhorar sua expressão oral. Podemos falar com 
não nativos, nativos, sozinho ou até descrever fotografias, ler em voz alta, decorar 
piadas e fazer resumos da matéria, o que importa é articular as palavras e os sons. 
 
18 
 
São diversos os grupos de conversação na internet e, algumas vezes, podemos ter a 
presença de estrangeiros que habitam em nosso país nesse grupo, será essencial 
não desperdiçar uma oportunidade quando ela aparecer. 
Caso sua cidade natal tenha pontos turísticos muito visitados por estrangeiros, 
teremos mais uma possibilidade para praticar a oralidade quando conversamos com 
eles, sendo assim, vale frequentar bares ou outros locais onde podem ter turistas de 
outros países. Na atualidade, a língua inglesa funciona como o esperanto na 
antiguidade, isto é, costuma ser usada como instrumento de comunicação entre 
pessoas de diferentes nacionalidades. 
Caso goste de cantar, também será útil cantar músicas internacionais para, 
depois, observar a letra, verificar o vocabulário, refletir sobre o assunto da música e 
conversar sozinho em inglês. Outro método que pode ser usado é andar pela rua e 
observar tudo ao seu redor pensando e falando em inglês. Por mais que pareça 
estranho em um primeiro momento, ainda é uma maneira divertida de se expor ao 
inglês e aumentar a prática diária. 
Segundo Chapelle e Jamieson (2008), a fala consegue englobar tudo, desde 
a escuta até a escrita. Isso pode ser evidenciado quando somos perguntados sobre 
nossas habilidades de linguagem, geralmente respondemos que falamos em inglês, 
ao invés de “escrevemos em inglês” ou “ouvimos em inglês”. Os falantes precisam 
usar o vocabulário, a fonologia, as regras de conversação e a gramática para 
formularem expressões em tempo real. 
Williams e Burden (2000) afirmam que os bons estudantes de uma língua 
estrangeira elaboram um conjunto de estratégias embasadas em estudos da língua 
em questão e as adaptavam conforme suas necessidades. Vale ressaltar que o 
indivíduo precisa se responsabilizar pela sua aprendizagem, já que as características 
individuais irão indicar a forma mais adequada de abordarmos sobre uma atividade 
em específico. 
Sendo assim, quando pensamos em aprimorar a expressão oral e as demais 
habilidades durante o aprendizado de uma língua estrangeira, precisamos ter 
criatividade e identificar as atividades que nos deixam mais confortáveis e com mais 
vontade de aprender e praticar. 
Um bom método é procurar por atividades de interesse, como culinária, filmes 
ou viagens, e pesquisar na internet algum curso de inglês relacionado a esse assunto. 
 
19 
 
Será fundamental comunicar com seus colegas e professores em inglês, assim, seu 
interesse nessa atividadefará com que aprenda um vocabulário mais específico se 
divertindo e socializando com pessoas que possuem o mesmo interesse que você. 
2.3 Estratégias práticas de escrita 
A escrita se diferencia da fala pelo fato de ser mais permanente e menos 
espontâneo, possibilitando um planejamento verbal mais cuidadoso. Com isso, as 
convenções da escrita costumam ser mais rígidas que a conversação, contando com 
uma linguagem mais padronizada. Escrever de forma eficiente e apropriada é uma 
prática que não costumamos fazer nem na língua nativa, no entanto, saber como 
redigir textos, seguindo as convenções da comunicação e da língua, é fundamental 
para se integrar na vida profissional e social. 
Kato (1999) afirma que a escrita consiste em um processo de descoberta, 
onde as metas e o ponto de vista do escritor podem alterar a progressão do texto, isto 
é, o planejamento. 
Antunes (2003) complementa dizendo que é essencial desenvolver uma 
escrita que leve em conta o leitor, traçando uma finalidade para escrever e a 
mensagem que deseja passar ao destinatário. Sendo assim, sempre escrevemos para 
alguém ler e não existe escrita sem objetivo ou que não tenha nada a dizer. Mesmo 
que seja redigido um texto para nós mesmos, como veremos mais a frente, temos um 
objetivo, que é praticar, treinar e nos acostumar com a expressão escrita da língua 
inglesa. 
A leitura é fundamental para a expressão escrita, assim como a audição é 
uma peça chave para a expressão oral. A primeira etapa para escrevermos bem em 
um idioma é ler bastante, sendo assim, precisamos ler uma grande variedade de 
textos presentes em revistas, jornais, blogs, livros e sites de diferentes gêneros 
textuais, como relatos, notícias, biografia, ficção, teatro, poesia, sinopses, artigos, 
cartas, entre outros. 
Essa variação vai possibilitar a observação de vários modelos a serem 
seguidos por cada gênero, assim como as estruturas gramaticais, os registros de 
linguagem (neutro, formal e informal), tom, vocabulário, organização semântica e 
sintática e figuras de linguagem. Aqui, precisamos tentar entender as características 
de cada gênero textual. 
 
20 
 
Em suma, devemos perceber que, de forma similar ao português, as frases 
são formadas a partir de um tópico frasal, precisando de conectivos para criar relações 
entre os parágrafos e as frases, com o intuito de introduzir, desenvolver e concluir um 
assunto. 
Depois da leitura, praticar a escrita em inglês é a forma mais eficaz de 
melhorar sua habilidade. Se for possível, o estudante precisa escrever todos os dias, 
redigindo anotações ou recados em inglês. Além disso, ele também pode escrever e-
mails, cartas ou textos manifestando sua opinião sobre um assunto em específico ou 
sobre seu cotidiano. 
Antes de iniciar a prática, será necessário pensar sobre o assunto que deseja 
escrever, para isso, precisamos escrever qualquer coisa que venha em nossa mente 
sobre o tema para, posteriormente, escolher as ideias que considere mais pertinente 
para o texto em questão. 
Logo após, devemos planejar o que vamos escrever, ou seja, decidir o 
destinatário, o gênero textual, os exemplos que iremos citar, o vocabulário a ser 
empregado e outros elementos que considere importantes para a redação. Após 
escrever, não devemos esquecer de ler, corrigir e revisar o texto. 
Além disso, podemos trabalhar nossa criatividade ao transcrever um 
parágrafo de uma revista ou livro e, a partir dele, elaborar uma história. Também vale 
selecionar um país desconhecido, descrever o local e elaborar uma história sobre um 
determinado habitante daquele local. 
Outra prática interessante é procurar ouvir podcasts e transcrever o que foi 
dito, sempre revisando e fazendo as correções necessárias. Podemos redigir ensaios, 
resumos, narrativas, descrições, entrevistas e qualquer outro texto que nossa 
imaginação permitir. A prática, como em qualquer coisa na vida, é um tópico 
fundamental para aprimorar nossos conhecimentos. 
3 ESTRATÉGIAS DE COMPREENSÃO DA LÍNGUA 
3.1 Estratégias de compreensão da língua portuguesa 
Para início de conversa, precisamos entender o significado de audição. 
Podemos considerar audição como o processo de receber a mensagem do emissor 
(orientação receptiva), construir e representar o significado (orientação construtiva), 
negociar o significado com o emissor (orientação colaborativa) e, por fim, criar 
 
21 
 
significado através da imaginação, do envolvimento e da empatia (orientação 
transformadora). Nesse processo, os ouvintes interpretam o que ouvem e relacionam 
a mensagem com seu conhecimento de mundo. 
A audição é um processo complexo que evolui naturalmente quando estamos 
lidando com a língua materna. Nos primeiros meses de vida, um bebê reconhece os 
sons e reage a eles através do sorriso ou choro, caso não tenha deficiência auditiva. 
Desde então, começa a entender as coisas que lhe são ditas, pois entra em contato 
com diversos tipos de enunciados orais, reagindo e interpretando conforme seu 
conteúdo. 
Quando completa dois anos e meio, o vocabulário da criança cresce 
substancialmente, passando a conseguir se expressar através de sentenças simples. 
Após fazer três anos, ela começa a entender a maioria das palavras pronunciadas 
pelos adultos, usa palavras diferentes e um pouco mais rebuscadas e consegue usar 
a linguagem para obter o que almeja, dialogando através de sentenças completas e 
perfeitamente compreensíveis. 
Depois dos quatro anos, já consegue pronunciar satisfatoriamente os fonemas 
de sua língua, de modo geral, seu vocabulário está completo, precisando apenas ser 
melhorado com o passar dos anos. Desse modo, podemos concluir que a criança 
possui uma capacidade adequada de expressar suas próprias necessidades ou 
desejos. 
O entendimento da língua falada se trata de um processo inferencial que se 
baseia na percepção do ouvinte, que precisa achar correlações entre as palavras 
ouvidas e o contexto da situação. Compreender o que está ouvindo auxilia no 
treinamento da oralidade em qualquer situação, no entanto, existem aspectos que 
interferem na compreensão, como má formulação do discurso e a variação de sons 
presentes no ambiente aberto. 
Por este motivo, adotamos estratégias de audição para interpretar um texto 
oral ou os sons e ruídos de origem desconhecida. As estratégias que podem ser 
usadas por um ouvinte, tanto na língua materna quanto em uma língua estrangeira, 
são de selecionar, reconhecer, inferir, interpretar, reter e antecipar. A seguir, serão 
listadas as definições de cada uma dessas estratégias. 
 
➢ Reconhecer: Consiste no reconhecimento das unidades que formam os 
 
22 
 
fonemas, as palavras e sons, as oposições fonológicas e os morfemas. 
➢ Selecionar: Se trata de diferenciar as palavras mais importantes do discurso, 
isto é, verbos, nomes e frases, bem como as que não são tão relevantes, como 
redundâncias, repetições e marcadores de discursos. Essa estratégia é 
adotada tanto pelos enunciadores quanto pelos ouvintes. 
➢ Interpretar: Diz respeito à compreensão da forma, isto é, da organização e da 
estrutura do texto oral, como mudanças de tema, diferentes seções, tom, nível 
de formalidade, velocidade, ritmo, entonação, pausas. Engloba também o 
entendimento do conteúdo, envolvendo o propósito comunicativo, a intenção, 
as ambiguidades, as ideias secundárias e principais, a importância das 
informações e o duplo sentido. Essa categoria é a mais complexa, pois 
demanda um conhecimento mais abrangente da língua. 
➢ Antecipar: Consiste em utilizar todo o conhecimento que temos sobre o gênero 
para formular a compreensão de um discurso. Tal processo se refere também 
à previsão da linguagem, do tema e do estilo de discurso e ainda a previsão do 
que o enunciador irá dizer. 
➢ Inferir: Engloba a extração de informações e a dedução de dados do contexto 
comunicativo com a compreensão de códigos não verbais (olhar e linguagemcorporal) e verbais. 
➢ Reter: Se trata de reconhecer as frases, palavras e ideias para interpretá-las 
mais a frente. Quanto ao vocabulário, vale ressaltar que não empregamos 
apenas a compreensão auditiva, mas também o uso natural de itens lexicais 
para se expressar verbalmente na língua materna, sem se preocupar em 
compreender os itens detalhadamente. 
 
Os indivíduos se estruturam psiquicamente à língua materna, já que ele tem 
contato com o mundo e adquire seu conhecimento através dela. Sendo assim, tais 
estratégias também podem ser usadas para a compreensão auditiva da língua 
inglesa, conforme o objetivo de cada atividade. 
Tanto a inferência quanto a antecipação são estratégias empregadas pelo 
professor conforme o conhecimento prévio de seus alunos. Eles procuram prever a 
intenção do texto antes da leitura, preparando o aluno para o que ele irá ouvir 
mostrando imagens e falando sobre o tema. No processo de escuta, ele pode solicitar 
 
23 
 
a atenção do ouvinte para as prováveis emoções e o tom de fala do interlocutor. Junto 
com a escolha de palavras, a compreensão irá se ampliar bastante e a retenção irá 
possibilitar a interpretação da amostra trabalhada. 
3.2 Estratégias de compreensão auditiva e de leitura 
Ambas as estratégias são comparáveis uma com a outra, uma vez que o 
ouvinte ou o leitor precisam interagir tanto com o texto falado quanto com o escrito, 
atribuindo um significado a eles. Segundo Rost (1990), as estratégias comunicativas 
referentes à leitura possuem tópicos semelhantes as da compreensão auditiva, 
mesmo que as habilidades linguísticas usadas para interpretar o texto sejam 
diferentes. Não só os leitores, como também os ouvintes, usam seu conhecimento de 
mundo para compreender o que ouvem e o que estão lendo. 
Entretanto, o leitor possui controle sobre o texto que está interagindo devido 
à permanência do material escrito, pois consegue pular partes, retornar a elas, 
identificar elementos tipográficos e reler. Não podemos dizer o mesmo do ouvinte, 
pois, além de não ter a permanência do texto a seu favor, precisa lidar com hesitações, 
variações de pronúncias, autorrevisões, alterações dialetais e fenômenos de fala, o 
que dificulta a compreensão. 
De forma semelhante ao leitor, o ouvinte os conhecimentos linguísticos e os 
alia aos conhecimentos prévios e de contexto para interpretar e compreender o texto. 
Brown (2001) chama essas estratégias de processamento de bottom up e top down. 
Esta última considera o conhecimento prévio do ouvinte, que elabora hipóteses 
relacionadas com o conteúdo do que irá ouvir, sendo informado do contexto e criando 
expectativas do que irá ouvir. Por sua vez, o bottom up engloba o próprio texto oral, 
isto é, a entonação, a pronúncia, o stress, o ritmo e as variações linguísticas. 
Alguns procedimentos são essenciais para praticar a compreensão auditiva 
na sala de aula, já que motivam o aluno e aumentam seu desempenho nos exercícios 
passados tanto pelo material didático quanto pelo professor. Para isso, será 
fundamental preparar os alunos antes de poderem ouvir o texto oral. 
As atividades de pré-audição manifestam as experiências e o conhecimento 
de mundo do aluno, para elaborarem hipóteses e direcionem sua atenção para o que 
foi ouvido. Nessa etapa, o professor demonstra o contexto e pode, inclusive, prever o 
vocabulário-chave ou as demais informações que julga relevante, com o intuito de 
 
24 
 
tornar a escuta mais significativa para os alunos, uma vez que o desenvolvimento da 
compreensão auditiva é dificultado quando apenas pedimos aos alunos que ouçam e 
respondam a determinadas perguntas. 
No decorrer da audição, na parte em que o aluno precisa de um objetivo para 
direcionar sua atenção, ele também será capaz de monitorar sua compreensão, 
descartando ou confirmando suas hipóteses e compreendendo suas dificuldades. 
Vale ressaltar que o texto oral deve ser ouvido mais de uma vez, pois torna a audição 
mais proveitosa e facilita a realização das tarefas. 
O professor precisa escolher o material dependendo de seu público, pois os 
alunos não podem se desmotivar frente à dificuldade de compreensão. Um bom 
material irá gerar o efeito contrário, ou seja, irão aumentar a confiança dos alunos, já 
que irão notar o quanto conseguem compreender o texto e fará com que sintam 
capazes de cumprir os objetivos de escuta da atividade em questão. 
Devemos nos atentar para selecionar materiais autênticos de situações reais 
que façam sentido para os alunos e possibilitem uma identificação gradual até 
conseguirem compreender os interlocutores nativos. Para isso, eles podem ler ou 
ouvir um texto escrito ou falado para compreender o assunto geral e até reconhecer 
informações e detalhes do discurso. 
A atenção e o foco são usados de forma diferente, pois precisam ser livres 
para termos noção do que o texto está falando, destacando o contexto e descartando 
ou confirmando as hipóteses levantadas. Além disso, podemos focar em certas 
palavras-chave que possibilitam a compreensão da informação necessária para 
cumprir a atividade proposta. 
Já no processo de pós-audição, o aluno irá verificar os resultados de suas 
escolhas e debater, tanto em grupo quanto individualmente, quais estratégias o guiou 
para o fracasso ou ao sucesso da realização e compreensão da atividade em questão. 
A troca de experiências entre seus colegas impacta positivamente para sua 
aprendizagem, uma vez que forma uma comunidade de aprendizes com os mesmos 
objetivos, os incentivando a lidar com fracassos e sucessos de forma coletiva e 
individual. 
Tal atmosfera favorece o apoio mútuo e gera uma boa reflexão no grupo. 
Aliada à leitura, essas atividades serão usadas pelo professor para revisar as 
 
25 
 
capacidades de seus alunos, tendo um retorno da eficiência das estratégias 
selecionadas. 
Além disso, podemos usar outras estratégias de leitura na compreensão 
auditiva. Já falamos um pouco sobre a previsão, que consiste em utilizar as 
expectativas do mundo real para prever o que pode acontecer ou o que os 
interlocutores irão dizer. Rost (2002) lista as seguintes estratégias: 
 
➢ Adivinhação: Consiste em fazer inferências relacionadas com o que os 
interlocutores poderiam ter dito ou seu significado, mesmo que as informações 
bottom up do idioma estejam incompletas. 
➢ Seleção: Se trata do foco em palavras-chave e da tentativa de escolher a 
informação própria para completar uma tarefa específica. 
➢ Revisão: Engloba o acompanhamento do grau de compreensão de um 
indivíduo e a seleção de perguntas que podem ser feitas para melhorar a 
compreensão parcial e até consertar mal-entendidos ou revisar a 
representação de significado da pessoa. 
➢ Resposta: Se trata da reflexão para uma posterior elaboração de opinião, ou 
seja, uma personalização de conteúdo, interação com o interlocutor e um foco 
no que foi compreendido. Basicamente, é uma tentativa de discutir o que foi 
ouvido de forma confortável. 
 
Como podemos notar, a compreensão oral não envolve somente o 
reconhecimento auditivo das estruturas linguísticas, ela também engloba o 
entendimento dos significados. Sendo assim, não podemos reconhecer cada palavra 
de um texto oral para interpretar seus significados, o ouvinte de uma língua estrangeira 
precisa de estratégias de conhecimento prévio e de reconhecimento do contexto, tanto 
extralinguístico quanto linguístico, para formular os significados. 
O foco da abordagem comunicativa está na comunicação real em contextos 
onde a língua pode ser usada, com isso, as atividades precisam valorizar textos 
autênticos e situações reais do dia-a-dia. O conteúdo tem mais relevância que a forma, 
já que o objetivo é estabelecer uma comunicação eficaz com um interlocutor. 
A abordagem comunicativa visa situar a compreensão oral em dois 
elementos: a inteligibilidade, isto é, a probabilidade de compreensão, que condiz com 
 
26a decodificação e a percepção; e a interpretabilidade, que diz respeito ao 
entendimento e à inferência, se tornando mais significativa para os envolvidos na 
comunicação. Ambos os elementos procuram relacionar função, forma, expressão e 
interpretação, combinando a estratégia cognitiva com a interpretativa. 
3.3 Estratégias de compreensão auditiva em vários contextos da língua inglesa 
Podemos considerar a compreensão auditiva como um processo 
interpretativo e interativo onde o ouvinte utiliza seu conhecimento linguístico e o 
combina com o conhecimento sobre o tema, com o objetivo de compreender o que foi 
falado. O uso de uma ou outra estratégia pode variar conforme o conhecimento do 
tema, o objetivo da tarefa e o grau de proficiência linguística do ouvinte. 
O professor poderá contribuir com o aluno ao ajudar a se organizar e se 
preparar para ouvir e atribuir significados condizentes com o material ouvido, isso 
diminui o medo e a tensão de não conseguir entender o texto oral. 
As atividades passadas pelo professor servem para embasar a ideia de que 
não precisamos entender todas as palavras e as traduzir para sua língua, precisamos 
entender o significado de determinadas cadeias de palavras e reconhecer as 
fronteiras entre as unidades fonéticas, marcadas pelos grupos rítmicos, pelas pausas 
temporais, pela entonação descendente ou ascendente e pelos recursos para 
reconhecer os elementos da fala. Ademais, a compreensão oral engloba o 
conhecimento de mundo e o conhecimento do vocabulário. 
As estratégias de aprendizagem podem ser divididas, de modo geral, em 
indiretas e diretas. As diretas se referem à língua-alvo e ao processamento mental da 
língua, como: 
 
➢ Memorização: Engloba os princípios de associação, ordenação e revisão, 
combinadas com os significados; 
➢ Estratégias cognitivas: Estratégias usadas pelo aluno para transformar e 
manipular o discurso; 
➢ Estratégias de compensação: Aqui, o aluno conseguirá entender e elaborar 
discursos na língua-alvo usando inferências, mesmo tendo certas limitações. 
Tais limitações deverão ser superadas tanto pelo uso da língua materna quanto 
pela procura por ajuda, fazendo mímica, usando gestos, paráfrases, criando 
 
27 
 
palavras e usando sinônimos. 
 
Já as estratégias indiretas são usadas como suporte para a aprendizagem 
da língua, mesmo não estando diretamente relacionadas a ela. Podemos dividir essas 
estratégias em afetivas, metacognitivas e sociais. 
 
➢ Estratégias afetivas: Consiste em controlar motivações, emoções e atitudes, 
como encorajamento, diminuição da ansiedade e conscientização do estado 
emocional; 
➢ Estratégias metacognitivas: Se tratam de proporcionar um controle maior 
sobre o processo de aprendizagem, por meio da organização, do planejamento 
e da verificação da aprendizagem. 
➢ Estratégias sociais: São usadas para auxiliar o aluno a interagir com outras 
pessoas por meio da compreensão cultural, da elaboração de perguntas, de 
falantes nativos e da cooperação com pares. 
 
Outro ponto a se considerar quando escolhemos estratégias linguísticas para 
determinadas situações linguísticas é o foco e a atenção no que estamos ouvindo. A 
título de exemplo, vamos supor que estamos ouvindo uma música. Nesse caso, 
estamos apenas nos entretendo, ou seja, fazemos uma escuta relaxada, sem 
preocupação em responder ao que foi dito. Crespo (2007) nomeia essa escuta como 
escuta apreciativa, o autor também separa as escutas nas seguintes categorias: 
 
➢ Escuta seletiva: Consiste na escuta onde escolhemos a informação que 
consideramos relevante, retirando da mensagem sua parte mais importante, 
conforme nosso objetivo. Exemplo: quando estamos em uma conferência, 
procuramos apenas as ideias que despertam nosso interesse. 
➢ Escuta discernitiva: Permite ouvir a mensagem por completo e separar as 
ideias secundárias das principais. Um exemplo bastante comum é quando 
estamos em uma aula e escrevemos determinados tópicos para elaborar 
resumos ou realizarmos uma apresentação. 
➢ Escuta analítica: Se trata de avaliar o que foi dito, analisando a lógica das 
ideias e verificando se estão corretas. É esse o tipo de escuta que psiquiatras 
 
28 
 
e psicanalistas costumam usar em consultas com seus pacientes. 
➢ Escuta sintetizada: Consiste em direcionar a conversa para nossos objetivos, 
isto é, quando desejamos procurar respostas. Uma escuta muito usada por 
comerciantes quando almejam obter informações sobre os clientes para 
descobrir suas necessidades. 
➢ Escuta empática: Quando nos colocamos no lugar do interlocutor e 
oferecemos conselhos e apoio. 
➢ Escuta ativa: Se trata da escuta onde temos mais concentração e atenção, 
uma vez que desejamos compreender a mensagem em sua totalidade, 
interpretando seu significado correto através do que nos é falado, da linguagem 
corporal e do tom de voz. A escuta ativa engloba todos os outros tipos de escuta 
e, por este motivo, é considerada a mais importante e completa. 
 
4 ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS AVANÇADAS 
Inicialmente, a palavra morfologia foi usada no ramo das ciências da natureza, 
como botânica, biologia e geologia. Entretanto, começou a ser empregada para 
caracterizar o tipo de estudo que verifica todos os elementos básicos de uma língua 
desde a segunda metade do século XIX. A palavra vem do grego morphé (forma) e 
logia (estudo). 
No ramo da linguística, consideramos a morfologia como uma parte da 
gramática que caracteriza a forma das palavras, isto é, sua estrutura interna, sendo 
formada por partes denominadas morfemas. Monteiro (2002) conceitua morfema 
como os elementos mínimos das emissões linguísticas que possuem um significado 
próprio. 
Os morfemas não se classificam somente em lexicais e gramaticais (como 
visto na apresentação), também podem ser divididos em presos ou livres. Os livres 
são aqueles que existem de forma independente, enquanto os presos não 
conseguem se estabelecer sem serem combinados com outros fonemas. 
A título de exemplo, vamos considerar a palavra unbreakable (inquebrável) 
que possui três morfemas, sendo eles -un (um morfema preso que, combinado com 
outro fonema, indica negação), -break (um morfema livre que, isolado, significa 
“quebrar”, é a raiz da palavra) e -able (um morfema livre que, isolado, significa “capaz” 
 
29 
 
ou capacidade de realizar uma ação). Outros bons exemplos de formação de palavras 
são: 
 
➢ Surely (certamente): Formada pelo morfema livre sure (claro, no sentido de 
certo) acoplado com o morfema preso derivacional -ly, responsável por indicar 
um advérbio de modo; 
➢ Helpful (prestativo): Formada pelo morfema livre help (ajudar) acoplado com 
o morfema preso derivacional -ful, responsável por indicar quantidade; 
➢ Reading (lendo): Formada pelo morfema livre read (ler) acoplado ao morfema 
preso flexional -ing, responsável por indicar o modo gerúndio do verbo; 
➢ Houses (casas): Formada pelo morfema livre house (casa) acoplado ao 
morfema preso flexional -s, responsável por indicar número nos substantivos. 
 
Como podemos notar, os morfemas presos sempre serão combinados com 
morfemas livres, podendo ser classificados em flexionais ou derivacionais, conforme 
as alterações trazidas para esses morfemas quando são acoplados. Nos tópicos 
seguintes, iremos abordar sobre essas classificações mais detalhadamente. 
4.1 Morfemas derivacionais no inglês 
Como dito anteriormente, classificamos os morfemas presos em flexionais ou 
derivacionais conforme as alterações feitas nas palavras acopladas. Durante a 
construção de uma palavra, isto é, na criação de novas palavras baseadas em outras 
já existentes, temos um processo denominado operação morfológica de derivação, 
que acontece quando juntamos determinados morfemas a essas palavras já 
existentes. 
Na operação morfológica de derivação, acoplamos morfemas a uma raiz, que 
consiste em um componente irredutível e original que concentra asignificação, ou 
seja, o sentido geral da palavra. Caso o morfema seja acoplado antes da raiz, temos 
um prefixo, caso seja acoplado depois da raiz, temos um sufixo, como podemos ver 
nos exemplos abaixo: 
 
Impossible (impossível): prefixo in. 
Likeable (simpático): sufixo able. 
 
30 
 
 
Os morfemas derivacionais são capazes de alterar o sentido da palavra e, 
algumas vezes, consegue também mudar sua categoria sintática e sua classe 
gramatical. Vamos considerar a palavra unfairly (injustamente) como exemplo: ela 
possui os morfemas derivacionais -un e -ly, o -un altera o sentido da palavra fair (justo, 
raiz da palavra), formando a palavra unfair (injusto), com um significado oposto ao de 
sua raiz. Por sua vez, o morfema -ly altera a classe gramatical do adjetivo unfair, a 
transformando no advérbio de modo unfairly. 
Na língua inglesa, o morfema derivacional pode ser tanto um sufixo quanto 
um prefixo, sendo que a modificação da palavra irá variar caso acoplemos um ou 
outro. Geralmente, um sufixo derivacional altera a classe gramatical das palavras 
acopladas, como nos casos a seguir: 
 
➢ Como vimos anteriormente, o sufixo -ly faz um adjetivo se transformar em um 
advérbio. Exemplo: slow (lento, devagar), slowly (lentamente, vagarosamente). 
➢ O sufixo -ness faz um adjetivo virar um substantivo. Exemplo: slow, slowness 
(lentidão). 
➢ O sufixo -ize faz um adjetivo se transformar em um verbo. Exemplo: modern 
(moderno), modernize (modernizar). 
➢ O sufixo -fy transforma substantivos em verbos. Exemplo: glory (glória), glorify 
(glorificar). 
➢ O sufixo -able faz um verbo se transformar em um adjetivo. Exemplo: drink 
(beber), drinkable (potável). 
➢ O sufixo -ance transforma verbos em substantivos. Exemplo: deliver (entregar), 
deliverance (libertação). 
 
Por sua vez, o prefixo derivacional não altera a classe gramatical da palavra, 
somente seu significado, como podemos ver nos exemplos a seguir: 
 
➢ un-: healthy-unhealthy (saudável-insalubre), do-undo (fazer-desfazer). 
➢ pre-: view-preview (visão-pré-estréia). 
➢ mis-: behave-misbahave (se comportar-se comportar mal). 
➢ sub-: way-subway (caminho-metrô). 
 
31 
 
 
A possibilidade de um morfema derivacional formar novas palavras varia entre 
muito limitada até muito extensa, dependendo se são preservados em poucas 
palavras e não usados para construir novas palavras, ou se são achados em várias 
palavras e, ainda, utilizados para construir novas palavras. 
Citando um exemplo para cada extremo, temos o sufixo -th para o lado 
improdutivo, sendo usados nas palavras width (largura), warmth (cordialidade), wealth 
(riqueza, fortuna) e depth (profundeza, profundidade), já no lado produtivo, temos o 
sufixo -able, usado nas palavras unthinkable (impensável), available (disponível), 
honorable (honrado, honroso) e admirable (admirável). 
Segundo Brinton (2000), precisamos nos atentar ao fato de que a raiz em que 
o afixo irá se acoplar é imprevisível e arbitrário, não sendo uma regra e, além disso, 
precisa ser estabelecido para cada raiz como se fosse um dicionário. 
Vale ressaltar que os afixos no inglês são os prefixos e os sufixos, no entanto, 
temos infixos (morfemas inseridos no meio da palavra) em algumas línguas. No caso 
do inglês, os infixos são empregados para fins de humor, como nas palavras im-
bloody-possible (infixo -bloody- foi usado para potencializar a impossibilidade de uma 
situação) e abso-blooming-lutely (infixo -blooming- usado para acentuar a 
concordância). 
Em suma, a derivação não se trata da parte gramatical da língua, e sim da 
léxica. Podemos observar algumas palavras originadas por mudanças ou derivações 
na tabela 1. 
 
Tabela 1 – Palavras originadas de mudanças ou derivações 
Singer (cantor) sing (cantar) + er (verbo para substantivo) 
Stupidity (estupidez) stupid (estúpido) + ity (adjetivo para substantivo) 
Unrealiable (inseguro) un + reliable (confiável) (adjetivo em ambos) 
Rewrite (reescrever) re + write (escrever) (verbo em ambos) 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
Como podemos notar, os sufixos derivacionais conseguem modificar a classe 
gramatical das palavras, não só seu significado. Por sua vez, os prefixos derivacionais 
modificam somente o significado das palavras, mantendo a classe gramatical intacta. 
 
32 
 
Os processos de alteração de uma classe gramatical para outra são chamados de 
substantivação (transformar em substantivo), verbalização (transformar em verbo), 
adjetivação (transformar em adjetivo) e adverbiamento (transformar em advérbio). 
4.2 Morfemas flexionais no inglês 
Diferentemente dos derivacionais, os morfemas flexionais não são capazes 
de construir palavras novas, eles apenas identificam as relações gramaticais, podendo 
indicar gênero, número, tempo verbal, pessoa, comparativos, aspecto, superlativos e 
possessivos, podendo ser usados em todas as palavras de uma determinada classe. 
Para citar alguns exemplos, os substantivos podem ser identificados em 
relação ao número, enquanto os verbos podem ser marcados dependendo do tempo, 
da pessoa e do modo. Tais morfemas são escassos na língua inglesa, sendo 
empregados em oito possibilidades: 
 
➢ Para substantivos: indicação de posse e plural; 
➢ Para adjetivos: superlativos e comparativos; 
➢ Para verbos: marcas de terceira pessoa do singular, particípio, passado e 
aspecto progressivo. 
 
Existem somente sufixos entre os morfemas flexionais, podendo ser usado 
apenas um por palavra, não alterando nem a classe gramatical, nem o significado da 
palavra acoplada. Já que seu papel é determinar um significado gramatical, os sufixos 
flexionais sempre estarão no final da palavra, isto é, depois da raiz e do sufixo 
derivacional. Na tabela 2, temos alguns exemplos em adjetivos, substantivos e verbos. 
 
Tabela 2 – Exemplos de sufixos flexionais em adjetivos, substantivos e 
verbos 
Morfemas flexionais no inglês Acoplado a Exemplos 
-s Plural Substantivos Guitars (violões) 
-‘s Possessivo Substantivos Zeynep’s hair 
(Cabelo do 
Zeynep) 
 
33 
 
-er Comparativo Adjetivos Longer than (maior 
que) 
-est Superlativo Adjetivos Longest (o maior) 
-s 3ª pessoa do 
singular, tempo 
presente 
Verbos Plays (toca) 
-ed Pretérito Verbos Played (tocou) 
-ing Preogressivo Verbos Playing (tocando) 
-en Particípio passado Verbos Taken (levado) 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
Na frase “She has got two guitars”(Ela tem dois violões), podemos perceber 
que nem o significado e nem a classe gramatical da palavra guitar foi alterado, o que 
foi afetado é apenas o número, passando do singular para o plural. 
Quando a forma flexionada de uma palavra e a própria palavra não são 
cognatas, teremos uma irregularidade no paradigma (lista de formas flexionadas de 
uma raiz), ocasionado um processo linguístico denominado supletismo. 
Para melhor compreensão do supletismo, vamos considerar o adjetivo tall 
(alto). O paradigma dele está no superlativo tallest (o maior) e taller (maior que). Por 
sua vez, o adjetivo good (bom) é irregular, pois seu superlativo é best (o melhor) e o 
comparativo é better (melhor que). Isso acontece porque a raiz da palavra good é 
transformada em bet, podemos ver um processo similar no verbo go (ir), cujo particípio 
é gone (perdido) e o passado é went (foi). 
Outro ponto que vale ressaltar é o fato de ter uma diferença entre o conceito 
de palavra e lexema no sentido linguístico, onde palavras consideram a forma, 
enquanto os lexamas consideram o significado. Por exemplo, podemos considerar girl, 
girls, man e men como quatro palavras distintas, no entanto, teremos somente dois 
lexemas, já que men e girls são a forma plural de man e girl, respectivamente, ou seja, 
não existe uma alteração semântica. 
4.3 Morfemas presos e livres no inglês 
Como foi dito anteriormente, os morfemas livres, também chamados de 
independentes, são os que possuem um significado próprio, mesmo sem se conectar34 
 
com uma palavra e, por este motivo, sempre serão a raiz das palavras, como food 
(comida), boy (menino), on (em, no, sobre) e in (em). Tais morfemos possuem uma 
alta possibilidade de serem substituídos, podendo se acoplar a outros morfemas, 
independentemente se são presos ou livres. 
Por outro lado, os morfemas presos são aqueles que possuem significado 
somente quando estão acoplados a outros, como -s, -ed, -ful, -ing, dis- e im-. Eles 
sempre serão os afixos, isto é, os prefixos e sufixos, que são acoplados a morfemas 
livres para estabelecer uma relação gramatical (morfemas flexionais) ou originar 
novas palavras (morfemas derivacionais). 
As palavras podem ser classificadas de forma similar às frases. Palavras 
simples possuem somente uma raiz, como hand (mão). Por sua vez, as palavras 
complexas possuem em sua estrutura uma raiz acoplada a um ou mais morfemas 
como, por exemplo, handy (útil). Já as palavras compostas possuem mais de uma 
raiz, um bom exemplo é handbook (manual). Por fim, as palavras compostas-
complexas possuem mais de uma raiz e mais de um morfema ligados, como 
handwriting (caligrafia). 
Podemos considerar o morfema como uma abstração, já que sua realização 
concreta é o morfe, que é o segmento real na formação da palavra, representado 
foneticamente. A diferença entre os dois está no fato de que o morfema não possui 
uma realização concreta, mesmo sabendo de sua existência, sendo assim, o 
chamamos de morfema zero, já que não possui uma realização explícita ou fonética, 
ou seja, não temos um equivalente no nível do fonema. 
Brinton (2000) exemplifica citando o passado do verbo let (deixar), formado 
pela raiz com o morfema que marca o passado, que não possui uma expressão 
concreta, ou seja, continua sendo let. Com isso, podemos ver a relevância de 
diferenciar morfe e morfema, pois nem sempre teremos uma correspondência 
concreta entre um e outro, no caso do morfema zero, e os morfemas conseguem se 
combinar e serem realizados concretamente de várias formas. 
Com a diferença entre morfe e morfema bem estabelecida, podemos avaliar 
uma palavra de dois modos, morfemicamente (em morfemas) e morfologicamente (em 
morfes), reconhecendo as unidades abstratas com sentido presente. Vamos nos 
atentar à tabela 3 para observar alguns exemplos. 
 
 
35 
 
Tabela 3 – Exemplos de avaliações morfêmicas e morfológicas 
Palavra Avaliação morfológica Avaliação morfêmica 
Writters Writ/er/s – 3 morfes {write}+{er}+{pl} = 3 morfemas 
Authors Author/s – 2 morfes {author}+{pl} = 2 morfemas 
Mice Mice – 1 morfe {mouse}+{pl} = 2 morfemas 
Teeth Teeth – 1 morfe {tooth}+{pl} = 2 morfemas 
Man’s Man/s – 2 morfes {man}+{poss} = 2 morfemas 
Men’s Men/s – 2 morfes {man}+{pl}+{poss} = 3 morfemas 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
Outro aspecto interessante dos morfemas no idioma inglês é que podem ser 
pronunciados de modos diferentes dependendo do contexto. Como exemplo, 
podemos citar o tempo verbal passado, que pode ser concretizado de três formas: 
 
➢ [t] em verbos que terminam em consoantes mudas, como jump (pular); 
➢ [d] para vogais, consoantes sonoras ou ditongos, como play (jogar, brincar, 
tocar); 
➢ [id] para palavras que terminam em t e d, como root (enraizar, no caso de verbo) 
e wed (casar). 
 
Sendo assim, temos uma diferença no som do morfema flexional -ed, no 
entanto, o significado permanece intacto, pois ainda indica uma conjugação no 
passado simples. 
No plural, temos um caso parecido, onde pronunciaremos palavras como 
twigs (galhos), cats (gatos) e busses (ônibus) com som de [z]. Denominamos tais 
realizações fonológicas de um morfema como alomorfas, isto é, são alterações no 
som de um mesmo fonema. A alomorfa não se limita à pronúncia, já que, em alguns 
casos, pode ser uma variação na forma de um morfema. 
 
 
 
 
36 
 
5 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS SOTAQUES DO INGLÊS 
A sociolinguística tem sua origem nos anos 1960, a partir dos estudos do 
linguista estadunidense William Labov, que foram feitos como uma resposta para os 
estudos da década anterior, que entendiam a língua como um sistema formado por 
princípios universais aliados à habilidade do falante nativo, que se manifesta como um 
conhecimento inato de sua língua, ou seja, a língua é uma gramática universal interna, 
contendo regras para formação de sentenças gramaticais. 
Tal teoria levava em conta um modelo de falante/ouvinte, enquanto a língua 
consistia em uma unidade homogênea, abstrata e alienada do contexto social. Labov 
(2008) procurou criticar essa alienação e determinou o fator social como essencial na 
análise linguística. Segundo o autor, o objetivo da sociolinguística é pesquisar sobre 
a língua falada conforme o contexto social, a partir da comunidade linguística, ou seja, 
o grupo de indivíduos que interagem oralmente e possuem um conjunto de regras 
relacionadas com os usos da língua. 
Vale ressaltar que o ramo da sociolinguística é multidisciplinar, uma vez que 
possui influências na sociologia e na antropologia, além de interpretar a língua como 
um complexo dinâmico, heterogênico e fluido, que sempre refletirá a sociedade que 
faz uso dela. Considerando essa perspectiva, qualquer língua vai apresentar 
variações, alterando conforme o contexto geográfico, histórico-temporal e social. 
Sendo assim, podemos ter variações no interior de uma mesma comunidade, 
graças a aspectos de escolaridade, políticos, religiosos, de gênero, econômicos e 
diversos outros. No entanto, a variação também pode acontecer entre comunidades 
diferentes, em grande parte devido a aspectos geográficos, como os sotaques, por 
exemplo. 
Mattoso Câmara Júnior (1996) conceitua o sotaque como um grupamento de 
determinados traços fonológicos que definem a pronúncia em uma categoria regional 
da língua, ou até a pronúncia de uma língua por estrangeiros aloglotas, isto é, de 
língua diferente. Sendo assim, o sotaque consiste em uma mudança definida pelo 
contexto geográfico, sendo classificada como diatrópica (combinação das palavras 
gregas dia = através de; e topos = lugar). 
Tais mudanças podem acontecer em um estado, um país, uma cidade ou até 
em um grupo de pessoas. Normalmente, as alterações são de natureza fonológica, 
 
37 
 
isto é, na pronúncia, sendo manifesta por um traço diferente entre as várias 
possibilidades de realização sonora. 
Em suma, a mesma palavra pode ser pronunciada de várias formas. A título 
de exemplo, vamos considerar a palavra better (melhor que), ela pode ser pronunciada 
com a consoante t marcada e, no final, substituindo er por a, resultando na pronúncia 
britânica (“béttar”). Por sua vez, o inglês estadunidense tem uma pronúncia mais 
aberta, além de trocar o t por r (“bérer”). Por fim, o inglês australiano não pronuncia 
todas as letras, resultando em “bérã”. 
Ademais, podemos nos deparar com alterações no léxico, ou seja, quando 
usamos palavras distintas para falar a mesma coisa. Um bom exemplo é a palavra 
calçada, que pode ser chamada de pavement (inglês britânico), sidewalk (inglês 
estadunidense) e footpath (inglês australiano). 
Considerando as variantes britânica e estadunidense da língua inglesa, 
podemos notar um traço diferencial bem evidente, a qual são os fonemas róticos (da 
família do r; r forte e r fraco). A variante britânica não é rótica, isto é, não pronuncia o 
r nas palavras, exceto quando vem seguido de uma vogal como, por exemplo, nas 
palavras red (vermelho) e bedroom (quarto). Nos demais casos, não pronunciamos o 
r, como nas palavras hard (difícil; pronuncia-se “raad”) e car (carro; pronuncia-se 
“caa”). 
Por outro lado, a variante estadunidense é rótica, uma vez que o r é 
pronunciado, tanto que, se considerarmos os exemplos anteriores, as pronúncias 
seriam “rard” e “car”, tendo o r bem marcado. Outro aspecto que vale ressaltar é que 
o t, quando está entre vogais, é pronunciado como um d suavizado, podemos perceber 
isso na pronúnciade writer (escritor) e rider (ciclista, cavaleiro), que são bem similares. 
Na variante britânica, o t sempre é pronunciado como t. 
O inglês é um idioma falado por diversas pessoas ao redor do mundo, 
portanto, é comum existir diferentes variantes, no entanto, algumas são mais 
significativas que outras pelo fato das demais se originarem delas. As variantes mais 
significativas são o inglês estadunidense e o inglês britânico. 
Podemos traçar várias comparações entre as variantes britânica e 
estadunidense, isso também ocorre com as variantes da língua portuguesa no Brasil 
e em Portugal, bem como as variações presentes nas diferentes regiões desses 
países. A língua portuguesa é a mesma, já que consegue ser entendida por qualquer 
 
38 
 
falante, entretanto, existem algumas divergências em questão de ortografia, pronúncia 
e léxico. 
É perceptível que existem diferenças fonológicas entre os sotaques britânico, 
estadunidense e australiano, assim como no inglês falado na África do Sul, no 
Canadá, na Nova Zelândia, entre outros países. Tais alterações na melodia da fala 
acontecem devido aos contextos próprios dessas regiões. 
Geralmente, a variação diatópica está relacionada com a etnia colonizadora 
de uma comunidade, pois a língua dos colonizadores acaba ficando marcada no país 
colonizado. No caso da Austrália, ela foi reivindicada e mapeada para o Reino Unido 
por meio de James Cook, um oficial da Real Marinha Britânica no ano de 1770, para 
operar como uma colônia penal. A chegada contínua dos britânicos e o consequente 
contato com os aborígenes foram fundamentais para a construção do que veio a ser 
conhecido como inglês australiano. 
No sentido fonológico, o diferencial desse tipo de inglês está na pronúncia das 
vogais. Em determinadas palavras, o som /ei/ é falado como /ai/, como na palavra day 
(dia), que não é pronunciada como /dei/ e sim como /dai/. Outros exemplos de 
palavras que seguem essa lógica são fate (destino) e mate (parceiro), pronunciadas 
como /fait/ e /mait/. Normalmente, a pronúncia da variante australiana é mais próxima 
a da britânica do que da estadunidense, devido à influência histórica do Reino Unido 
sobre a região. 
O inglês canadense possui variações próprias nas diferentes regiões. Não 
devemos nos esquecer que o Canadá é um país bilíngue, que fala francês e inglês, 
além de ter uma grande extensão territorial. A variante canadense da língua inglesa 
pegou emprestado elementos do francês e da língua indígena, adaptando e ampliando 
o vocabulário com a criação de novas palavras, que também vieram da mistura entre 
a ortografia britânica e as expressões estadunidenses. Os falantes nativos das regiões 
francófonas têm um sotaque mais carregado. 
Mesmo sendo próximos aos Estados Unidos, o inglês falado no Canadá foi 
mais influenciado pela variante britânica. Quando comparado com a variante 
estadunidense, podemos perceber que, no Canadá, as vogais são pronunciadas de 
forma mais prolongada, sendo que determinados fonemas são substituídos quando 
aparecem antes de consoantes surdas, o que acontece na palavra about (sobre), pois 
o som de /ou/ é trocado por /u/. 
 
39 
 
Na África do Sul, o inglês possui variações dependendo das classes sociais, 
sendo divididas por três grupos: 
 
➢ O inglês da classe média, fortemente influenciado pelo africâner, uma língua 
originada do holandês, pois os Países Baixos se estabeleceram no país entre 
os séculos XVII e XIX; 
➢ O inglês das classes mais altas, que se aproxima da variante britânica no 
sentido fonológico; 
➢ O inglês da classe operária e dos africâners cujo inglês é a segunda língua. No 
sentido fonológico, essa variante tem influência do zulu, do africâner e de outras 
línguas africanas. Existem variações na pronúncia de consoantes e vogais, 
como /i/, que costuma ser pronunciado com o som de /a/. 
5.1 Variedades de pronúncia da língua inglesa 
O inglês é o idioma oficial reconhecido por lei em 41 territórios e estados 
soberanos que participam da ONU (Organização das Nações Unidas) e em 27 não 
soberanos, bem como em 2 Estados não reconhecidos pela organização. Em diversos 
casos, o inglês pode não ser a língua oficial de um país, mas sempre é usado como 
língua internacional usada na educação, nos negócios e no direito. 
Ademais, o inglês se transformou em língua franca entre os séculos XX e XXI. 
Diversos países, incluindo o Brasil, usam o inglês como língua estrangeira para 
relações internacionais, assim como para turismo, negócios, mídia, entretenimento e 
comunicação com estrangeiros em geral. Na contemporaneidade, o inglês ultrapassou 
as barreiras políticas e começou a fazer parte do mundo. 
Segundo Kachru, Kachru e Nelson (2009), o crescimento da língua inglesa 
pelo mundo pode ser justificado pela existência de quatro diásporas em diversos 
períodos histórico-temporais. 
A primeira diz respeito ao crescimento desse idioma dentro do território da 
Grã-Bretanha, englobando países como Escócia, País de Gales e Irlanda. A segunda 
se refere ao crescimento nas colônias presentes na América do Norte (Canadá e 
Estados Unidos) e na Oceania (Austrália e Nova Zelândia). A terceira foi consequência 
da empreitada colonizadora do império britânico pela África, pela Ásia e pelo Caribe. 
 
40 
 
Por fim, a quarta se refere aos tempos modernos, onde o inglês se transformou em 
uma língua franca. 
Como consequência disso, os sotaques foram se diversificando pelas regiões 
do mundo, sendo fundamental para o falante conseguir se comunicar em diversos 
contextos e situações. Os professores de inglês precisam proporcionar oportunidades 
para seus alunos terem contato com a língua inglesa, considerando suas variedades 
de sotaques e ritmos, sem focar nas culturas hegemônicas, como as britânicas e 
estadunidenses, demonstrando que não se tratam de línguas diferentes, mas de 
modos diferentes de usar a mesma língua. 
As variantes não tornam a comunicação entre falantes de uma mesma língua 
impossível, entretanto, as pessoas costumam atribuir uma carga menor ou maior de 
prestígio em cada uma, especialmente devido aos elementos econômicos e históricos. 
Atualmente, o ensino de inglês precisa considerar esses elementos e preparar os 
alunos para o uso desse idioma como língua franca, ou seja, como um modo de se 
comunicar com outros povos, independentemente se são ou não de países 
anglófonos. 
Desse modo, os professores precisam trabalhar o alfabeto fonético 
internacional com seus alunos, englobando a pronúncia de sons individuais, como 
consoantes, vogais e ditongos, bem como aspectos suprassegmentais, como ritmo, 
tonicidade de frase e entonação, de modo que a fala se torne inteligível. 
Vale também dar um foco especial nos exercícios de audição, lembrando que 
as amostras selecionadas devem englobar diferentes variantes da língua inglesa, 
como o sotaque estadunidense, britânico, irlandês, canadense, galês, escocês, sul-
africano, indiano, australiano e diversos outros. 
Demonstrar alguns aspectos fonológicos de cada variante apresentada será 
de suma importância para o aluno, incentivando um debate sobre a variação 
linguística, onde o professor poderá entrar no problema do preconceito linguístico e 
do sotaque como uma identidade de um país ou região. 
Em qualquer país anglófono, temos o Standart English, isto é, a língua padrão 
que serve como modelo, obedecendo à gramática normativa. Essa língua é ensinada 
nas escolas dos países cujo idioma oficial é o inglês, ela também é usada com os 
estudantes de inglês em línguas estrangeiras. 
 
41 
 
Carter et al. (2011) explana que temos diversas formas de Standart English 
pelo mundo, como o inglês canadense, estadunidense, britânico, australiano e outros. 
Cada forma representa a norma culta usada institucional e oficialmente em um país 
específico. Elas podem mudar na pronúncia, mas não se diferenciam em questões 
gramaticais. 
As variantes não-padrão

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