Prévia do material em texto
Citoesqueleto Descoberta: • Núcleo, organelas, vesículas de secreção e outros componentes celulares têm localização definida, quase sempre constante, conforme o tipo celular. • Esse fato levou os citologistas a admitirem a existência de um citoesqueleto que desempenharia apenas um papel mecânico, de suporte, mantendo a forma celular e a posição de seus componentes. • Além do papel mecânico, há um papel funcional, pois o citoesqueleto estabelece, modifica e mantém a forma das células. Funções: • Estabelece, modifica e mantém a forma das células. • Sustentação da célula. • É também responsável pelos movimentos celulares como contração, formação de pseudópodos e deslocamentos intracelulares de organelas, cromossomos, vesículas e grânulos diversos. Elementos: • Os principais elementos do citoesqueleto são: Microtúbulos..– Filamentos de actina..– Filamentos de miosina..– Filamentos intermediários (únicos estáveis, apenas papel de sustentação). – Macromoléculas proteicas diversas. – • Esses elementos estruturais constituem um conjunto dinâmico que assume aspectos diferentes, de acordo com o tipo celular e com as necessidades da célula. • De todos os componentes do citoesqueleto, apenas os filamentos intermediários são estáveis, exercendo somente funções de sustentação, sem participar dos movimentos celulares. • Os deslocamentos intracelulares de organelas e outras partículas se devem às proteínas motoras, que podem ser divididas em dois grandes grupos: as dineínas e cinesinas, que causam deslocamentos em associação com os microtúbulos e as miosinas, que podem formar filamentos e atuam em associação com os filamentos de actina. Microtúbulos: • Cilindros muito delgados e longos (24 nm de diâmetro). • Cada microtúbulo é formado pela associação de dímeros proteicos dispostos em hélice. • Os dímeros são constituídos por duas cadeias polipeptidicas de estruturas semelhantes, mas não iguais, chamadas tubulinas alfa e beta. • Tubulinas alfa e beta duas cadeias polipeptídicas dímeros microtúbulos. → → → • Os microtúbulos estão em constante reorganização, crescendo por uma de suas extremidades graças à polimerização local dos dímeros de tubulina, e diminuindo na outra extremidade, onde predomina a despolimerização. • Os processos de alongamento e encurtamento dos microtúbulos são devidos ao desequilíbrio entre Polimerização e despolimerização. • A formação de microtúbulos não depende da síntese proteica concomitante, já há dímeros de tubulina sintetizados no citosol. • A polimerização desses dímeros de tubulina para formar microtúbulos é regulada pela concentração de íons Ca2+ e pelas proteínas associadas aos microtúbulos (MAPS). • Nas células, a estabilidade dos microtúbulos é muito variável Ex: os dos cílios são muito estáveis e os do fuso não. • Existe na célula um intercâmbio constante entre os dímeros de tubulina livres no citoplasma e os dímeros polirnerizados encontrados nos microtúbulos. • Os microtúbulos participam de (funções): Movimentação de cílios e flagelos.– Transporte intracelular de partículas.– Deslocamento dos cromossomos na mitose.– Estabelecimento e manutenção da forma das células. – Fármacos que Interferem nos Microtúbulos: • A c olchicina se combina especificamente com os dímeros de tubulina e causa o desaparecimento dos microtúbulos menos estáveis, como os do fuso mitótico. • Os microtúbulos dos cílios e flagelos são resistentes à colchicina, talvez em razão das proteínas (MAPS) a eles associadas. • A colchicina se combina com os dímeros de tubulina, e, quando o complexo colchicina-tubulina é integrado no microtúbulo, impede a adição de novas moléculas de tubulina na extremidade mais (+) do microtúbulo. Como a despolimerização na extremidade menos (-) não cessa, o microtúbulo se desintegra. • Resumindo, a parte positiva (+) é onde cresce (polimerização) e a extremidade negativa (-) diminui (despolarização). • Outro alcaloide que interfere nos microtúbulos é o taxol, porém seu efeito molecular é contrário ao da colchicina. • O taxol acelera a formação de microtúbulos e os estabiliza, interrompendo a despolimerização. Toda a tubulina do citoplasma se polimeriza em microtúbulos muito estáveis. Desse modo, não há tubulina livre no citoplasma para formar os microtúbulos do fuso e a mitose não se processa. • Portanto, os efeitos da colchicina e do taxol sobre a mitose são semelhantes, embora um destrua e o outro estabilize microtúbulos, o que mostra a importância do sistema formado por tubulina livre e tubulina polimerizada. Microtúbulos dos Centríolos: • Cada célula contém um par de centríolos que se localiza no centrossomo (centro celular). • O centrossomo é constituído por um material amorfo de onde se originam microtúbulos. Por isso, o centrossomo é um MTOC (microtubule organizing center). • Ao microscópio óptico, o centrossomo aparece como um corpúsculo esférico, muito pequeno e demonstrável apenas por colorações especiais. • A posição dos centríolos de cada par é muito típica e constante, pois eles se dispõem sempre de modo que um centríolo forme um ângulo reto com o outro. • Cada centríolo é constituído por um material amorfo no qual estão colocados 27 microtúbulos Filamentos de Actina: • São formados por duas cadeias em espiral de monômeros globosos da proteína actina G, que se polimerizam lembrando dois colares de pérolas enrolados, formando uma estrutura quaternária fibrosa (actina F). • São finos (5 a 7 nm de diâmetro). Frequentemente se agregam para formar feixes mais grossos. • Muito abundante no músculo, a actina é encontrada também, embora em menor quantidade, no citoplasma de todas as células, onde constitui 5 a 30% das proteínas totais do citoplasma. • Os filamentos de actina participam da formação de uma camada imediatamente por dentro da membrana plasmática, chamada córtex celular. • O córtex celular é importante para reforçar a membrana plasmática, que é muito frágil, e participa dos movimentos da célula, como os movimentos ameboides e a fagocitose, por exemplo. • Diversos fármacos que influenciam na estrutura dos filamentos de actina, como as citocalasinas e as faloidinas (ambas extraídas de fungos), interferem nos movimentos celulares. • Tanto as citocalasinas como as faloidinas impedem os movimentos dependentes da actina. • Todavia, nem todos os filamentos de actina são igualmente sensíveis a esses fármacos. Os filamentos das células não musculares são os mais sensíveis. Filamentos Intermediários: • São mais estáveis do que os microtúbulos e os filamentos de actina. • Esses filamentos não têm participação direta na contração celular, nem nos movimentos de organelas, sendo primordialmente elementos estruturais. • Quando a célula é rompida, os filamentos intermediários permanecem intactos. • Os filamentos intermediários são abundantes nas células que sofrem atrito, como as da epiderme. • Também são frequentes nos axônios, que são prolongamentos das células nervosas ou neurônios, e em todos os tipos de células musculares. • Os nos embriões muito jovens são desprovidas de filamentos intermediários. • Esses filamentos também estão ausentes nas células que produzem mielina no sistema nervoso central (oligodendrócitos). • As células que se multiplicam muito frequentemente, como nas culturas. • Todos os filamentos intermediários têm a mesma estrutura. sendo constituídos pela agregação de moléculas alongadas, cada uma formada por três cadeias polipeptídicas enroladas em hélice. • Ao contrário dos microtúbulos e dos filamentos de actina, que, em todas as células, são constituídos pelas proteínas globulares tubulina e actina, respectivamente, os filamentos intermediários são formados por diversas proteínas fibrosas (moléculas muito alongadas): queratina, vimentina, proteína ácida fibrilar da glia, desmina, lamina e proteínas dos neurofilamentos. • Essas proteínas se agregam espontaneamente, sem necessidade de energia, para montar os respectivos filamentos intermediários.• Os filamentos intermediários constituídos de queratina são encontrados exclusivamente nas células epiteliais e em estruturas delas derivadas, como pelos, unhas e chifres. • Os filamentos intermediários formados pela proteína vim entina são os mais frequentes, encontrados nos fibroblastos, macrófagos, células musculares lisas (todas as células de origem mesenquimal). … • A desmina é encontrada nos filamentos intermediários das células musculares lisas e nas linhas Z das células musculares estriadas esqueléticas e cardíacas . • Os astrócitos e células de Schwann, constituintes do tecido nervoso, apresentam filamentos intermediários de proteína ácida fibrilar da glia ou GFAP (glial fibrillary acidic protein ). • Existem três variedades da proteína lamina, denominadas A, B e C, que participam da constituição da lâmina nuclear, uma estrutura em forma de rede que reforça a superfície interna do envoltório nuclear. • Assim, ao contrário das outras proteínas de filamentos intermediários, que são citoplasmáticas, a lamina é um componente do núcleo celular. Movimentos Celulares: • A movimentação e o posicionamento intracelular das organelas e grânulos diversos estão relacionados com as funções celulares. • Exemplos: movimentos cromossômicos e movimentos vesículas de secreção. • Os filamentos de actina e de miosina, os microtúbulos e as proteínas motoras são responsáveis pela maioria dos movimentos celulares. • Os movimentos celulares podem ser divididos em dois grupos. • Movimentos que causam modificação na forma das célula s: esses processos são ilustrados pela contração das células musculares, células mioepiteliais, células endoteliais, células mioides e outras. • Movimentos que não causam modificação na forma das células: esse grupo inclui todos os processos de transporte intracelular de material não acompanhado por deformação celular. É o que ocorre também no transporte de grânulos de pigmento nas células pigmentares e na extrusão das vesículas de secreção das células glandulares • O mecanismo de movimentação mais difundido nas células eucariontes se deve ao deslizamento de fibrilas de actina sobre fibrilas de miosina. • Os movimentos dos cílios e flagelos e o transporte intracelular de partículas citoplasmáticas são devidos ao deslizamento de proteínas motoras sobre as macromoléculas de tubulina, que constituem os microtúbulos. Célula Muscular Estriada: • Por ser especializada e apresentar uma estrutura altamente diferenciada no sentido de produzir movimento, foi o primeiro sistema analisado em profundidade. • Há dois tipos de músculo estriado: – Esquelético (constituído por células muito grandes, multinucleadas, constituindo verdadeiros sincícios, e que geralmente se inserem nos ossos por meio dos tendões). – Cardíaco (o principal componente do miocárdio, camada média e responsável pela contração involuntária, rítmica e contínua do coração. Suas células são menores, têm geralmente apenas um núcleo, prendem-se umas às outras por estruturas de aderência e se comunicam por meio de junções comunicantes que sincronizam as contrações do miocárdio). • Em razão da forma cilíndrica alongada, as células musculares muitas vezes são chamadas fibras musculares. • Na vida embrionária, várias células musculares primordiais ou precursoras se fundem, formando sincícios (sincício é uma estrutura constituída por citoplasma e muitos núcleos) que se alongam, originando as fibras musculares estriadas esqueléticas. • As fibras contêm um feixe intracitoplasmático de delgadas estruturas cilíndricas - as miofibrilas. • Cada miofibrila apresenta alternadamente faixas claras ou bandas I, e faixas escuras ou bandas A Sarcômero: • É a unidade funcional das fibras musculares estriadas esqueléticas e cardíacas. • As miofibrilas são formadas por unidades que se repetem, os sarcômeros.. • Cada sarcômero, por sua vez, é limitado por duas estrias finas e elétron- densas, as estrias Z, estruturas que contêm desmina. • Sarcômero, portanto, é a porção da miofibrila limitada por duas estrias Z consecutivas, sendo formado por uma banda A e dois segmentos da banda I cortada ao meio pela estria Z. • O sarcômero se compõe basicamente de dois tipos de filamentos. • Um deles é fino, insere-se nas estrias Z com a participação da proteína alfa-actinina, dirige-se medialmente, não atingindo, porém, o centro do sarcômero. • O filamento fino é constituído, sobretudo, por monômeros globosos de uma proteína chamada actina. Esses monômeros se polimerizam em cadeias que se enrolam em dupla hélice à qual se associam as proteínas tropomiosina e troponina. • Em determinadas circunstâncias, a actina se despolimeriza, apresentando-se sob a forma de moléculas globosas isoladas (actina G). Quando essas moléculas estão polimerizadas, formando filamentos, recebem o nome de actina F. • Os filamentos grossos situados no centro do sarcômero, sem atingirem lateralmente as estrias Z, são constituídos por feixes de moléculas proteicas fibrilares de miosina. • Cada molécula de miosina é constituída por dois longos polipeptídios enrolados que assumem a forma de um bastão longo com duas cabeças globulares em uma das suas extremidades. • O filamento grosso de miosina é formado pela associação de centenas de moléculas de miosina dispostas em várias alturas, formando um feixe do qual as cabeças da miosina provocam saliência. Contração Muscular: • A contração muscular ocorre graças ao deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina para dentro do sarcômero, com o consequente encurtamento da distância entre as estrias Z. • A força motriz para esse movimento vem das ligações entre a actina e as cabeças globulares da miosina, que periodicamente se dobram, gerando um deslocamento lateral, seguido por uma ruptura e posterior reconstituição da ligação. • Os filamentos de actina se deslocam em relação aos de miosina. • As cabeças globulares da miosina que se dobram durante a contração muscular. • Comparando-se o músculo contraído com o distendido, observa-se que, no primeiro, os filamentos finos (filamentos de actina) se tornam menos visíveis, devido ao seu deslizamento por entre os filamentos grossos, e as linhas Z se aproximam, encurtando o sarcômero. Contração dos Músculos Estriados: • No músculo em repouso, a tropomiosina encontra-se em íntimo contato com a actina, cobrindo essa molécula e impedindo o contato das cabeças da miosina com a actina. • Quando o músculo é estimulado, o aumento de permeabilidade induzido pelo estímulo na membrana celular se transmite ao retículo endoplasmático liso, que libera para o citosol íons cálcio contidos no seu interior. • Esses íons agem sobre a troponina promovendo sua deformação molecular, o que causa a separação entre a tropomiosina e a actina. • Esse movimento molecular expõe os grupamentos da actina que reagem com as cabeças da miosina, estabelecendo-se assim pontes entre esses dois filamentos. • Na etapa seguinte, o encurvamento da cabeça globular da miosina, consumindo energia do ATP, desloca o filamento de actina, encurtando o sarcômero e provocando a contração da fibra muscular estriada. • Em todas as fibras musculares estriadas, tanto esqueléticas como cardíacas, a contração se dá pelo processo descrito de encurtamento dos sarcômeros. • Nas células musculares estriadas, as mitocôndrias, organelas produtoras de ATP, são numerosas e localizam-se nas proximidades das miofibrilas, oferecendo evidente vantagem funcional, pois ATP é o combustível utilizado para a contração. • As células musculares lisas são fusiformes, menores do que as fibras estriadas, e são encontradas principalmente na parede do útero, estômago, intestinos, vasos sanguíneos e muitos outros órgãos. Essas fibras lisas se contraem e se relaxam mais lentamente, funcionando de modo diferente das fibras estriadas, mesmo porque elas não contêm miofilamentos tão bem organizados como os das fibras estriadas