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Tuberculose pulmonar na infância A tuberculose é uma doença endêmica de elevada prevalência anula na m a i o r i a d o s p a í s e s e m desenvolvimento Quanto ma io r a inc idênc ia de tuberculose na infância mais deficiente e o controle da doença na região O papel in ic ia l do pediatra na suspeição da tuberculose e no encaminhamento in ic ia l para o diagnóstico é fundamental Características gerais ➜ Agente etiológico ↳ M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae ↳ Em saúde pública o agente mais importante é o M. tuberculosis, conhecido também com bacilo de Koch(BK) ➜ Transmissão ↳ Transmissão por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laringe, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro ↳ Termo "bacilífero" refere-se a pessoas com TB pulmonar que tem baciloscopia positiva no escarro ↪ As c r ianças são abac i l í fe ras → Paubacilares ↪ Elas não conseguem disseminar a doença ↳ Acomete prioritariamente o pulmão que também é porta de entrada da maioria dos casos ↳ A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores exógenos (inventividade do caso-fonte, duração do contato, tipo de ambiente partilhado) ↳ Gotículas exaladas (gotículas de Pfluger), se tornam secas e transformam-se em partículas menores (< 5 - 10um de diâmetro) ↳ Essas partículas menores (núcleo de Wells), contendo um a dois bacilos podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos e onde podem se multiplicar e provocar a primo- infecção. Epidemiologia ➜ Estima-se que na década de 2010 um terço da população mundial esteja infectada pelo M. tuberculosis ➜ Dos 9 milhões de casos anuais de Tuberculose 11% ocorrem em crianças (mundo). ➜ No Brasil estima-se que 15 % dos casos de Tuberculose ocorram em menores de 15 anos Anamnese ➜ Investigar possíveis contatos de crianças com adultos com tuberculose bacilifera em tratamento para a Tuberculose, ou sintomático respiratório ↳ Alguém em casa tosse por mais de 15 dias? ↳ Alguém em casa está emagrecendo sem motivo? ➜ Esclarecer pois o adulto caso índice pode ser um portador de DPOC ou de bronquite crônica ou fumante História clínica ➜ A forma latente da tuberculose (ILTB) evolui para a cura espontânea em 90% dos casos e pode se apresentar se forma assintomática ou com poucos sintomas inespecíficos ↳ Confundindo o diagnostico com viroses respiratórias de curso autolimitado ↪ O diagnóstico da ILTB depende da suspeição do contato do paciente com a tuberculose bacilifera ➜ Na suspeita de tuberculose observar sempre a tríade clássica: ↳ Tosse crônica ↳ Perda de peso ↳ Redução do apetite ➜ Avaliar sintomas gerais com evolução superior a 15 dias ↳ Tosse com piora progressiva ↳ Febre Diária ≥ 38 ºC (em geral vespertina) ↳ Na ausculta pulmonar pode ocorrer qualquer ruído adventício ↳ Sudorese sem causa aparente (noturna // não relacionada ao esforço) ↳ Cansaço fácil ↳ Anorexia (emagrecimento sem causa aparente) (raramente causa desnutrição grave) ➜ A tuberculose pulmonar destaca-se a tosse s e c a o u p r o d u t i v a e m e s c o l a r e s e adolescentes por mais de 15 dias ↳ Pensa-se em outros diagnósticos que não sejam tuberculose , como rinossinusite, bronquiolite, entre outras ➜ A tuberculose pleural mais comum em adolescentes – aqui destaca-se a dor torácica ventilatória dependente ➜ Escarros sanguinolentos não são comuns em pacientes pediátricos, mas podem ser observados em adolescentes ↳ Devido a serem paucibacilares ➜ Na infância os casos de pneumonia que não melhoram com o uso correto de antibióticos pode ser considerada nos pacientes de maior risco (contatos com adultos com tuberculose confirmada ou suspeita, desnutrida ou com imunodeficiências primarias e secundárias) ➜ Lembrar sempre que a frequência dos sintomas nas crianças e baixa, mas o surgimento e a persistência dos mesmos vai falar a favor do diagnostico. ➜ Conforme os pacientes se aproximam da ado lescênc ia o quadro c l in ico e as manifestações vão ficar cada vez mais similares aos dos pacientes adultos ↳ ** em vacinados ou não e eventualmente o exame histopatológico Diagnóstico ➜ Diagnóstico Clínico: ↳ TB, pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas, relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além da tosse prolongada devem ser valorizados ➜ Tuberculose Pulmonar: ↳ Sinais e s intomas dependem da apresentação ↳ Principais formas de apresentação: forma primária, pós-primária (ou secundária) e a miliar ↳ Sintomas clássicos de tosse, febre v e s p e r t i n a , s u d o r e s e n o t u r n a e emagrecimento podem ocorrer em qualquer uma das três fases ↳ TB pulmonar primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com o bacilo, mais comum em crianças ↳ Manifestações clínicas → Irritadiço, febre baixa, sudorese e inapetência ↳ TB pulmonar pós-primária ou secundária pode ocorrer em qualquer idade, mais comum em adolescentes e adultos jovens ↪ Tosse seca ou produtiva ↪ Em casos de tosse produt iva à expectoração pode ser purulenta ou mucoíde com ou sem sangue ↳ TB miliar refere-se a um aspecto radiológico pulmonar específico, que pode ocorrer tanto na forma primária quanto na forma secundária ↳ Forma grave da doença que é mais comum em pacientes imunocomprometidos, HIV ou em fase avançada de imunossupressão Tuberculose extrapulmonar na infância ➜ A TB extrapulmonar ocorre em torno de 20% dos casos de TB na infância ➜ Na criança, as principais formas de TB extrapulmonar são a ganglionar e a meníngea. ➜ Crianças infectadas pelo HIV apresentam sintomas não clássicos, que podem retardar mais o diagnóstico. ➜ Tuberculose Pleural ↳ Pode estar ou não associada a tuberculose pu lmona r, i n su f i c i ênc i a r esp i r a tó r i a progressiva ou dor ventilatório dependente e escoliose antálgica ↳ Em geral o comprometimento pleura l é unilateral com exsudato e predomínio de células linfomonocitárias ↳ Punção de liquido pleural → Baciloscopia direta de e cultura para M. tuberculosis ↳ A biopsia de pleura por agulha permite a detecção da de formação granulomatosa clássica, com elevada especifidade ao se adicionar o PCR para identificação ➜ Tuberculose Óssea ↳ Mais comum na coluna vertebral , e menos frequente em mãos e joelho ↳ A dor e deformidades postura is progressivas com ou sem comprometimento da marcha ou impotência funcional da área comprometita ➜ Tuberculose Ganglionar ↳ A forma de tuberculose extrapulmonar mais comum ↳ Em geral compromete os gânglios cervicais de forma unilateral, é indolor e sem sinais flogísticos importantes e com evolução prolongada (a criança está há muito tempo com esse gânglio) ↳ Pode fistulizar e eliminar material caseoso (se rompe e elimina esse líquido) ↳ Sempre que possível realizar biopsia pra realizar estudo histopatologico, ou em certos casos a punção quando há flutuação do gânglio ➜ Meningoencefalite Tuberculosa ↳ Sinais para suspeita de Tuberculose no SNC ↪ Vômitos ↪ Cefaléia ↪ Crises epilépticas com ou sem HIC ↪ Sinais meníngeos ↪ Abaulamento de fontanela ↳ As alterações no líquor são: aumento de celu lar idade as custas de l infóci tos, hiperproteinorraquia, com hipoglicorraquia discreta ou normorraquia (relacionar a valores plasmáticos) ➜ Tuberculose Renal ↳ Forma pouco frequente na infância, acomete crianças maiores ↳ Pode ser assintomática inicialmente, mas evolui com disúria, hematúria, polaciúria e dor lombar ➜ Diagnóstico ↳ Diagnóstico radiológico: ↪ O exame radiográfico do tórax deve ser solicitado precocemente em todas as crianças com suspeita de TB e é de fundamental importância no diagnósticoda doença. Pode estar alterado antes mesmo do aparecimento dos sintomas clínicos, apesar da sua normalidade não excluir o diagnóstico. ↪ Lembrar que a interpretação do mesmo e examinador dependente ↪ As RADIOGRAFIAS DE TORAX ➤ Devem ser solicitadas em PA e PERFIL ➤ Pode requerer complementação com tomografia (maior sensibilidade) ↪ Os achados radiográficos mais sugestivos da TB pulmonar em crianças são pneumonias com qualquer aspecto radiológico, de evolução lenta, às vezes associadas à adenomegalias hilares e/ou paratraqueais (gânglios mediastínicos aumentados de volume) ou que cavitam durante a evolução e infiltrado nodular difuso (padrão miliar). ↪ Em adolescentes, os aspectos mais encontrados são infiltrados e condensações nos terços superiores dos pulmões e escavações. ↪ Correspondem ao padrão radiológico da tuberculose tipo adulto ↪ As imagens mais sugestivas na radiografia são: ➤ Adenomegalias mediastinais, para-hilar, ou paratraqueal - alargamento mediastinal na radiografia simples ➤ Em adolescentes podem ser vistas cavitações de lobos superiores ↪ Os principais achados tomográficos na tuberculose miliar são: ➤ Micronodulos distribuídos difusamente, pequenas cavidades, brônquios de paredes extensas e linfadenomegalias de densidade heterogênea ↪ Pode ser observada dissociação clinica radiológica (extensa lesões radiológicas com poucas manifestações clinicas) ↳ Adolescentes submeter a baciloscopia de escarro (e cultura sempre que possível) ↳ O diagnóstico da tuberculose pulmonar na infância e baseado no sistema de pontos preconizado pelo ministério da saúde que privilegia dados clínicos epidemiológicos e radiológicos ↳ Nos casos que o sistema de pontos não permitir o diagnostico da tuberculose pulmonar a investigação do caso suspeito deve continuar no sentido de afastar outras doenças ↳ Diagnostico diferencial de outras enfermidades que possam confundir com a tuberculose ↳ Fazer diagnóstico bacteriológico ↪ Lavado broncoalveolar, escarro induzido, punções e biopsias ↳ Recomenda-se a testagem do anti HIV em pacientes com forte suspeita diagnostico de Tuberculose na infância ↳ Diagnóstico imunológico ↪ O teste tuberculinico com PPD, é realizado pela técnica de Mantoux na extensão do braço direito com leitura após 48 ou 72 horas da inoculação, e o principal demonstrativo de infecção na resposta de hipersensibilidade do individuo ao M. tuberculosis ➤ É medido o tamanho da reação que irá ocorrer ↪ É valorizado mesmo nos pacientes vacinados com BCG (independente do tempo de vacinação) ↪ Na impossibilidade de realizar a prova tuberculínica, recomenda-se empregar o sistema de pontuação e, caso este não permita o diagnóstico da tuberculose pulmonar, o caso deve ser individualizado e, se oportuno, enviado a serviço de referência. ↪ Crianças com suspeita de tuberculose, muitas vezes, após reavaliações, repetição dos exames e terapêuticas empíricas para germes comuns ou quadros alérgicos, se investigados por pediatras ou médicos treinados em unidades de referência, podem ter tal diagnóstico afastado. ↪ Situações especiais e não de rotina*** ↪ Métodos especiais para coleta de material ➤ Broncoscopia ➤ Escarro induzido ➤ Lavado gástrico ↪ As análises citohistologicas (punções e biopsias) → São um resurso para a tuberculose extrapulmonar ↪ Os testes conhecidos como IGRAS (interferon gama reliase assays → Quantiferon e T-spo t , são compat íve is ao tes te tuberculínico para detectar ILTB (infecção latente da tuberculose) → são menos afetados pela vacinação, mas são caros e não tem superioridade comprovada em relação ao teste tuberculínico. Tuberculose perinatal ou congênita ➜ Transmissão pode ocorrer durante a gravidez (TB congênita) ou no período neonatal. A TB congênita é rara e pode ocorrer por disseminação hematogênica, por TB genital (endometrite, cervicite), por aspiração e por ingestão do líquido amniótico ou de secreções genitais infectadas. ➜ No período pós-natal, a transmissão pode ocorrer por meio do contato intradomiciliar do recém-nascido com indivíduos com TB pulmonar bacilífera ou por ingestão de colostro e/ou leite materno na TB mamária. ➜ A TUBERCULOSE PULMONAR EM SI NÃO CONTRAINDICA A AMAMENTAÇÃO ATENÇÃO A VACINAÇÃO DE BCG NESSES CASOS, MAS LESÃO POR TUBERCULOSE MAMÁRIA, CONTRA-INDICA ➜ O parto prematuro ocorre em cerca de 50% dos casos ➜ Recém-nascido cursa com quadro de infecção congênita ou sepse bacteriana *** ➜ A TB perinatal deve ser suspeitada em recém-nascidos cuja mãe teve TB grave durante na gestação ou, após o parto, esteve em contato com qualquer pessoa da família com TB ➜ Toda criança nascida de mãe com tuberculose durante a gestação e no momento do parto deve ser clinicamente avaliada no sentido de excluir doença ativa na criança e orientar procedimentos de prevenção como vacinação e/ou quimioprofilaxia primária ➜ A letalidade é superior a 50%, mesmo com o tratamento adequado. ➜ Just i f ica-se o exame da placenta (histopatologia e cultura para M. tuberculosis) no caso de recém-nascido cuja mãe está com TB em atividade no momento do parto. Diâmetro Interpretação 0 - 4 mm Não reagente ≥ 5 mm Reagente em crianças vacinadas a mais de 2 anos ≥ 10 mm Reagente em crianças vacinadas a menos de 2 anos ➜ Tratamento ↳ Esquema básico para crianças menores de 10 anos ↪ 6 meses de tratamento ➤ Envolve por 2 meses as seguintes medicações (Fase intensiva) ➔ Rifampicina ➔ Isoniazida ➔ Pirazinamida ➤ 4 meses (Fase de manutenção) ➔ Rifampicina e Isoniazida ➔ Suspende pirazinamida ➔ Etambutol apenas no tratamento de 10 anos ↳ Esquema básico para maiores de 10 anos ➤ Envolve por 2 meses as seguintes medicações: (Fase intensiva) ➔ Rifampicina ➔ Isoniazida ➔ Pirazinamida ➔ Etambutol ➤ 4 meses (Fase de manutenção) ➔ Rifampicina e Isoniazida ➔ Suspende pirazinamida e etambutol apenas no tratamento de 10 anos Critérios de Cura ➜ Não há critérios de cura bem estabelecidos em crianças ➜ Fecha-se o caso quando ocorre melhora clinica ou radiológica, e completa-se o 6º mês de tratamento ➜ Os casos de tuberculose pulmonar em crianças são geralmente favoráveis e geralmente não evoluem com sequelas pulmonares, como calcificações extensas e bronquiectasias ➜ As manifestações extrapulmonares podem evoluir com algumas sequelas, como deformidade óssea, espessamento de pleura e fibrose de gânglios periféricos Prevenção ➜ Vacinação de BCG no primeiro mês de vida em crianças com mais de 2000 g ➜ Não se recomenda a vacinação nos recém nascidos na suspeição da infecção da tuberculose Quimioprofilaxia da Infecção Latente por tuberculose ➜ Nesse caso o individuo ainda não foi infectado por uma fonte contaminante ➜ Está indicado para RN com convivio intradomiciliar com tuberculose ativa ➜ Antes de receber a vacina de BCG, inicia- se a INH logo ao nascimento, na dose de 10 mg/kg/dia, com retornos ambulatoriais onde será acompanhada a evolução clinica radiológica do bebe; Aos 3 meses de vida deve-se ser realizado o teste tuberculinico da criança e se não for reator apica-se a vacina de BCG. Se a criança apresentar teste tuberculinico ≥ 5mm deve-se completar o esquema de INH até o 6 mês
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