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1 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues CLÍNICA CIRÚRGICA II CÂNCER DE RETO E ÂNUS Rodrigo Brum Rodrigues – 8º período O reto é a porção final do intestino grosso, a qual se inicia no ângulo obtuso da alça sigmoide e termina no canal anal. O mesorreto é um tecido gorduroso com maior parte do tecido linfático. • Divisão: linha pectínia de referência - Alto > 8 cm - Médio > 4-8 cm - Baixo até 4 cm O reto inferior no ponto de vista cirúrgico, caso ocorra comprometimento extra neural, os esfíncteres serão comprometidos, ou seja, se houver um tumor nesse local será realizada uma amputação de reto, retirando ele por completo. Mesorreto O mesorreto é capaz de mudar a conduta da cirurgia, é na verdade um tecido adiposo pré-sacro, ou seja, reto-retal. Antigamente não se retirava o mesorreto por completo nas ressecções cirúrgicas em casos de tumores, porém Heald foi quem decidiu retirar esse tecido adiposo até a reflexão da musculatura, seccionando no local apropriado e dessa forma realizando a retirada total do mesorreto. Questão de prova: cirurgia do reto = ressecção do reto + excisão total do mesorreto. Caso o mesorreto não seja retirado por inteiro, o tumor irá recidivar. Heald não realizava radioterapia em seus pacientes, somente com a excisão total do mesorreto a porcentagem de recidiva era de apenas 3%. 2 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues O mesorreto é tão importante, que na auditoria das peças cirúrgicas foi observado que ele deve apresentar um aspecto liso, porém no momento da ressecção os cirurgiões acabam clivando com a mão, algo que não deve ser feito justamente para evitar ruptura deste tecido. • Segundo o professor: o mesorreto é importantíssimo e deve ser dissecado muito bem, evitando ao máximo sua clivação para que não permaneça nenhuma porção de seu tecido na região pré-sacral. Experiência de Heald: excisão total do mesorreto (1979 – 1998) T1, T2 N0: 162 casos, sobrevida em 5 anos = 94% T3 N0: sobrevida em 5 anos = 87% Com gânglios positivos: sobrevida em 5 anos = 74% Lembrar que não houve uso da radioterapia. MESORRETO CAI EM PROVA Quadro Clínico Enterorragia: é algo atípico. Constipação: muito comum, “todo mundo tem”. Tenesmo: é o mais importante, vontade constante de evacuar. Fístulas: doença avançada, não se deve esperar chegar a esse ponto. Diagnóstico • Toque retal: através desse método é possível alcançar lesões somente até o reto médio, não sendo possível identificar lesões no reto superior (depende do tamanho do dedo do examinador). • Colonoscopia com biópsia: é o mandatório (se incompleta avaliar colonografia ou colonoscopia em até 6 meses). Avaliar distância da linha pectínia. • Estadiamento com TC de abdome superior / tórax e RNM de pelve em reto médio e baixo. • CEA (Antígeno Carcinoembrionário) 3 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues O quadro a seguir é apenas a título de curiosidade. • PET-TC: segundo o professor, esse exame não provou nada. Nota. Dois estudos randomizados avaliaram o exame por PET-TC na detecção de lesões extra-hepáticas em pacientes com metástases hepáticas potencialmente ressecáveis. Um estudo holandês com 150 pacientes mostrou redução das laparotomias fúteis de 45 para 28% [J Nucl Med 50:1036, 2009]. Em contraste, em estudo canadense com 263 pacientes o exame por PET- TC modificou a conduta em somente 8% dos casos e não impactou na sobrevida global (SG) [JAMA 311:1863, 2014]. Apesar da diferença de benefício evidenciada entre os estudos, até o momento não temos critérios para selecionar um subgrupo de pacientes em que o PET-TC possa ser mais eficiente. Recomenda-se o uso de TC de tórax e RNM de abdome e pelve. Nos pacientes operados em caráter de urgência ou com lesões suboclusivas (paciente obstruído), é importante a realização de colonoscopia completa no pós-operatório, para que se comprove a ausência de tumores ou pólipos sincrônicos. Questão de prova: colonoscopia solicitada no pós-operatório de paciente com tumor de reto obstruído é para estadiamento? Não, pois para 4 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues estadiamento utiliza-se a RNM. É realizada para avaliar a existência de lesão sincrônica. Enilton disse que é extremamente importante! Em cirurgias eletivas de lesões suboclusivas esta avaliação pode ser feita com colonoscopia transoperatória, tanto em cirurgias laparoscópicas, como em técnicas abertas. Exemplo: o cirurgião está operando e o colonoscópio não conseguiu passar eletivamente uma semana antes, dessa forma poderá ser realizada a colonoscopia “per-operatória”, onde o cirurgião irá ressecar e abrir, passando então o colonoscópio. Classificação TNM O Tis está restrito a mucosa, T1 na submucosa, T2 já compromete a capa muscular, a partir de T3 para cima observa-se mudanças na altura do tumor que poder estar infra peritoneal ou apresentar gânglios positivos. 5 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Na imagem ao lado observamos superiormente a Vesícula Seminal invadida por T4, T1 limitado a mucosa, enquanto T2 já invade a camada muscular, T3 atinge o tecido adiposo (gordura) que é o mesorreto, limitado pela fáscia mesorretal demonstrada na imagem. O professor começou a falar sobre um trabalho Inglês da Dra. Gina Brown que é uma radiologista que começou a comparar os dados das RNM realizadas em termos de detecção de lesão de (T) e lesão de (N) do câncer retal com peças cirúrgicas. Disse que cai em prova de residência. Na imagem à esquerda observa-se uma RNM de uma pelve masculina, onde é possível visualizar a bexiga, a próstata, uretra, o reto (parede anterior e parede posterior), o mesorreto na região pré-sacral. Não é uma RNM comum, apesar do aparelho ser o mesmo, o protocolo de corte é diferente. 6 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Na imagem à esquerda vemos a distância do limite inferior e comprometimento do esfíncter, deve-se então planejar se irá realizar a amputação ou não. Observa-se o reto, a lesão tumoral e o aparelho esfincteriano, o músculo elevador do ânus, se o tumor estiver comprometendo essa região a resolução é a amputação de reto. A reflexão peritoneal é outro limite importante, se a lesão estiver intraperitoneal não deverá ser realizada a amputação, já a lesão estando infra peritoneal será submetida a radioterapia neoadjuvante. É possível observar a fáscia mesorretal, o reto com uma lesão concêntrica “igual a uma casca de cebola espessada”, nesta visão é possível saber se tem linfonodo ou não. 7 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues A imagem ao lado é de um desenho esquemático onde a lesão tumoral compromete o músculo. Linfonodos Gânglios vistos na RNM maiores que 5 mm (importante saber) e heterogêneos. Lembrar que o reto inferior, médio e o superior possuem uma drenagem diferente. Exemplo: a drenagem do reto superior é feita pela mesentérica inferior, por esse motivo a cirurgia realizada é abdominal, retosigmoidectomia onde retira-se o sigmoide e liga-se a artéria mesentérica na origem, retira-se todo o mesosigmoide e secciona o reto em nível acima da reflexão peritoneal. O reto médio é drenado pela retal média que é ramo da ilíaca interna (chamada hipogástrica). O reto inferior é drenado pela pudenda interna. Na imagem acima observamos a bexiga, próstata grande, reto com lesão concêntrica, fáscia mesorretal e linfonodos aumentados, mais do que 5 no mínimo. Esse caso beneficia-se muito do tratamento adjuvante, onde a lesão pode até desaparecer e os linfonodos diminuem muito. 8 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Tratamento Reto alto (intraperitoneal) > 8 cm da linha pectínea. (disse que vai cair!) Cirurgia:ressecção anterior de reto = retossigmoidectomia. Baixo risco (realiza o acompanhamento): CEA pré-operatório < 10; tumor < T3, ou seja, só acomete até a camada muscular; linfonodos negativos = N0. Alto risco (quimioterapia adjuvante e acompanhamento): CEA pré-operatório > 10; tumor de T3 para cima, com invasão angiolinfática; menos que 12 linfonodos na peça cirúrgica (cirurgia não foi bem realizada); tumor obstrutivo ou perfurado. Por que a quimioterapia é adjuvante ao invés de ter sido realizada radio ou quimio no pré-operatório? Pois é reto alto e só teremos conhecimento disso através da RNM. Radioterapia é realizada somente em reto médio e inferior. Radioterapia será realizada em tumor que apresenta qualquer T com N positivo ou T3 para cima. 9 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Nas imagens observa-se uma peça que apresenta um tumor na reflexão peritoneal, tumor de reto superior onde foi seccionado e uma anastomose foi confeccionada. Vemos o cólon descendente, reto mais abaixo, reflexão peritoneal, a peça cirúrgica é retirada e o cirurgião irá confeccionar a anastomose colorretal utilizando o grampeador por laparoscopia, através de via retal. Então a cirurgia para reto alto é: ressecção anterior de reto ou retossigmoidectomia + excisão total do mesorreto. Na imagem à esquerda vemos a bexiga, próstata, uretra prostática, vesícula seminal, onde o cirurgião irá seccionar abaixo da lesão tumoral guardando um limite inferior de 5 cm posteriormente descendo a região do fundo de saco, na região pré-sacra e resseca-se tudo e irá realizar anastomose colorretal baixa. Reto médio e baixo. Até 8 cm da linha pectínea. • T1 – T2 / sem linfonodos = N0: Ressecção anterior do reto ou retossigmoidectomia. Reto inferior: amputação abdomino-perineal (cirurgia de Miles, não reconstrói nunca mais). Cuidado! Amputação de reto retira-se o reto, canal anal e faz colostomia definitiva. Após avaliar QT adjuvante com mesmos critérios do reto alto. Alto ou baixo risco. • T3 – T4 ou qualquer T com linfonodos positivos = N+ Toque retal (avaliar distância da margem). Radioterapia + Quimioterapia neoadjuvante. Grandes benefícios são: Diminuição da recidiva local, menor toxicidade em relação à radioterapia pós-operatória, preservação esfincteriana aumentada (em 10 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues casos onde a lesão seja próxima ao compartimento esfincteriano, a realização de RQT pode enxugar essa lesão e distanciá-la da linha pectínea, podendo permitir a realização de anastomose), aumentar a ressecabilidade. Tratamento neoadjuvante: radioterapia durante 28 dias e quimioterapia nos 3 primeiros e 3 últimos dias, espera-se cerca de 4 semanas para fazer uma reavaliação, é possível fazer RNM ou não e então irá realizar a cirurgia com 8 semanas. Importante explicar para o paciente que o tratamento neodjuvante é importante e diminui morbidade pós-operatória. O professor começou a falar de um estudo alemão sobre o tratamento neoadjuvante: O estudo alemão incluiu 823 pacientes em estádio clínico T3-4 ou N+ e comparou tratamento combinado de RT (50,4 Gy) e QT com 5-FU aplicado no pré versus no pós-operatório. O tratamento pré-operatório resultou em redução da recidiva local (6 versus 13%, p=0,006), menor taxa de toxicidade aguda graus 3 e 4 (27 versus 40%, p=0,001) e tardia (14 versus 24%, p=0,01) e aumento das chances de preservação do esfíncter anal (39 versus 19%, p=0,004). Não houve diferença de sobrevida entre os grupos [N Engl J Med 351:1731, 2004] Esse estudo alemão foi corroborado com um estudo coreano, partindo do mesmo princípio, o que mudou foi que a droga dessa vez era administrada por via oral. Nesse estudo também não houve diferença da sobrevida livre de doença e nem de sobrevida global, porém sabe-se que grandes benefícios foram descobertos. 11 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Há uma regressão do tamanho do tumor que permite a realização de uma anastomose. O grau de regressão tumoral após radioquimioterapia (QT + RT) neoadjuvante assim como a presença de linfonodos positivos residuais também são importantes fatores prognósticos para desenvolvimento de metástases à distância. Câncer de reto • Resposta completa em 20% dos casos de neoadjuvância. • Retossigmoidectomia. • Quimioterapia adjuvante • Amputação abdomino-perineal (Miles): somente para reto inferior. Disseca-se o sigmoide e o reto, liga-se a mesentérica e disseca tudo, secciona e realiza uma colostomia terminal. Posteriormente, na região perineal realiza-se uma incisão elíptica ao redor do ânus para adentrar as fossas isquiorretais. Colostomia definitiva e o ânus completamente fechado. Imagens logo abaixo demonstrando o procedimento descrito: 12 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Tumor de reto médio, baixo obstruído ou enterorragia: Colostomia de urgência (normalmente se faz em alça, pode ser derivativa, etc), não se deve operar o reto. Esse paciente irá ser submetido a Radioterapia + Quimioterapia Posteriormente passará por tratamento cirúrgico oncológico: ressecção de reto. Disse que vai cair na prova! Paciente em emergência, obstruído. Tumor avançado, opera ou não opera? Obs: Tumor de cólon obstruído, resseca o tumor, faz a cirurgia que tem que ser feita, agora tumor de reto obstruído, não mexe no reto. Paciente com tumor de sigmoide, obstruído, qual cirurgia deverá ser feita? Se paciente tiver boas condições clínicas de operabilidade, mesmo que o médico faça a colostomia, deverá ressecar a peça normalmente, fará uma retossigmoidectomia, ligar a mesentérica, retirar toda a “franja”, a anastomose será realizada de acordo com a condição do paciente, colostomia poderá ser feita. Outra questão: tumor de reto inferior bem próximo a linha pectínea, estadiamento por RNM: T1 N0, será realizada amputação ou ressecção endoanal? Deverá ser feita a ressecção endoanal. Princípios oncológicos (Atenção!) • Excisão total do mesorreto • Margem proximal de 2 cm • Margem distal de 2 cm (aceita-se 1 cm no tratamento neoadjuvante) • Linfonodos mínimos de 12 Professor disse que tem que saber esses princípios acima! Doença metastática • Conduta multidisciplinar • Se for irressecável: não há o que fazer, colostomia descompressiva + quimioterapia paliativa 13 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues • Se for ressecável: reto alto, faz-se quimioterapia e cirurgia posteriormente. Reto médio ou baixo, faz-se radio e quimioterapia e cirurgia posteriormente. Seguimento • 3 em 3 meses nos 2 primeiros anos • 6 em 6 meses até o quinto ano • Anual após 5 anos Anamnese, exame físico, CEA, CA 19-9, Colonoscopia no 1º, 3º e 5º ano, exames de imagem. CÂNCER DE CANAL ANAL Epidemiologia Compõe menos de 4% das neoplasias colorretais, no Brasil temos menos de 1.000 casos novos por ano e é mais frequente em mulheres 2:1. Etiopatogenia Ocorre principalmente por infecção do vírus HPV, está associado às DSTs, alto número de parceiros, sexo anal, tabagismo, câncer de vulva e vagina e HIV. Lembrar: o canal anal possui uma particularidade em relação a margem anal, então tumor epidermóide de margem anal deverá ser tratado como tumor de pele, tumor epidermóide de canal anal será tratado com RT + QT exclusivas. 14 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Tipos histológicos CEC (carcinoma espinocelular) = 85%, é o mais comum. Melanoma Carcinoma de glândula anal Quadro clínico • Dor anal, pois canal anal dói • Sangramento • Nodulação • Incontinência • Fístulas Exame Físico Toque retal deverá ser feito para avaliar se há envolvimento de próstata, útero, paramétrio, parede pélvica, extensão para reto e externo. Normalmente se vê a lesão em couve-flor por conta doHPV. Toque vaginal: avaliar invasão da vagina. Importante: avaliar linfonodos inguinais e perirretais pelo toque, por conta da drenagem superficial pela pudenda interna e região inguinal. Questão de prova: se no exame físico gânglios forem palpados e USG feita deu resultado de conglomerado, fez PAAF e o resultado foi carcinoma epidermóide metastático no linfonodo, é importante saber que irá aumentar o campo da radioterapia, que ao invés de ser feita somente no canal anal, será feita também com campo ampliado para a região inguinal, havendo assim melhor resposta. É mandatório fazer exame de região inguinal. Exames • Retossigmoidoscopia, exame proctológico e biópsia • RNM (melhor para avaliar grau de invasão local) “fantástico para visualizar músculos” • TC • USG endoanal (casos precoces, para avaliar ressecção local). 15 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues • Avaliar HIV em pacientes suspeitos. Lesão de margem anal, de HPV (carcinoma epidermóide). 16 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues Tratamento Até 1974 era cirúrgico: • Sobrevida em 5 anos de 30 a 71%. • Mortalidade de 5%. • Recidiva de até 45%. Após Nigro em 1974: QT + RDT neoadjuvante. Com alta taxa de resposta. Hoje o tratamento é exclusive. Taxa de resposta de 70 a 90%. 73 a 92% sobrevida em 5 anos. 12 semanas para avaliar resposta. Cirurgia É reservada para situações de colostomia temporária, onde será realizada colostomia descompressiva para diminuir infecção. Também será feita nos casos onde há necessidade de se fazer linfadenectomia e cirurgia de resgate (persistência de doença após o tratamento). Cirurgia de resgate Avaliar após 12 semanas. Se houver persistência, iremos aguardar 4 semanas. Deve-se avaliar se será necessário realizar um “boost” que é uma dose acrescida de RT. Caso ocorra progressão ou persistência, a cirurgia indicada é a amputação abdomino perineal. A partir deste ponto o professor apenas mostrou as imagens presentes no slide. 17 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues 18 Clínica Cirúrgica - Med002 Rodrigo Brum Rodrigues
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