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Aula 2 Reprodução Humana 43 No tubo, os espermatozoides apresentam as estruturas mostradas na Figura 7(b): a) a cabeça, que contém o núcleo e o conteúdo cromossômico, coberta pelo acrossoma, que possui enzimas que facilitarão a penetração do óvulo; b) o corpo, com muitas mitocôndrias, que fornecerão energia para seu deslocamento; e c) a cauda, com grande quantidade de ATP (adenosina trifosfato) e microtúbulos, que gera o movimento fl agelar do espermatozoide. Daí, os espermatozoides vão para epidídimo, ganham mais mobilidade e perdem todo o seu citoplasma. No canal deferente, o espermatozoide pode ser armazenado por vários meses e sua liberação no trato reprodutivo feminino ocorre com a ejaculação. Vale salientar que, durante a sua passagem pelo trato reprodutivo masculino, o sêmen que envolve os gametas é enriquecido com secreções advindas da próstata (citrato, cálcio, zinco, enzima de coagulação e pró-fi brinolisina), que diminuem a acidez do ejaculado, da vagina e da cérvice do aparelho reprodutor feminino, o que pode aumentar sua mobilidade. As vesículas seminais adicionam frutose e ácido cítrico, que são importantes para a sua nutrição, assim como prostaglandinas, que, ao reagir com o muco cervical feminino, tornam-no mais receptivo ao movimento do espermatozoide e estimulam as contrações uterinas e as trompas de Falópio em direção aos ovários. Além disso, essas glândulas produzem o fi brinogênio, que, ao se associar com a enzima de coagulação do líquido prostático, forma um coágulo que retém o ejaculado em regiões profundas da vagina, próximas ao colo do útero, o que facilita sua chegada ao óvulo posicionado nas trompas. A ejaculação depende da ereção do pênis, que é estimulada pelo preenchimento com sangue dos seis venosos dos corpos esponjosos, como você pode ver na Figura 8. O processo depende de estimulação nervosa por sinais sensoriais advindos do pênis (por ex., estimulação tátil da glande peniana), que ativa a porção parassimpática do Sistema Nervoso Autônomo. Esse se alonga e ocorre a liberação de óxido nítrico, prostaglandina e guanosina monofosfofato cíclica intracelular (GMPc), que causam o relaxamento da musculatura lisa dos seios cavernosos e o aumento de sua complacência. Essas modifi cações facilitam a entrada de sangue e o ingurgitamento do pênis. Por outro lado, a ejaculação ocorre por estimulação simpática, que leva à contração de grupos musculares penianos. Uma ejaculação normal contém 200 a 400 milhões de espermatozoides (2 a 4 ml de volume), os quais se movem numa velocidade média de 44 mm/min, que é aumentada pela contração da musculatura lisa do trato reprodutivo feminino. Sua vida útil no trato reprodutivo feminino é, em média, de 1 a 2 dias. a b Aula 2 Reprodução Humana44 Figura 8 – Representação da vascularização e da musculatura do tecido cavernoso no pênis, durante o estado fl ácido e ereto (a). Eventos neurovasculares que determinam a ereção peniana (b) Fonte: Koeppen e Stanton (2008). Nessa fase, os espermatozoides ainda não podem fertilizar o óvulo. Isso só acontece 4 a 6 horas após sua permanência no trato reprodutor feminino, pelo processo de capacitação. Nesse processo são retirados fatores inibitórios que suprimem a atividade do espermatozoide; o excesso de colesterol da membrana celular que recobre o acrossomo é perdido, tornando-a mais fi na; aumenta a permeabilidade da membrana celular ao cálcio, que intensifi ca sua propulsão e facilita a liberação das enzimas pelo acrossomo à medida que o espermatozoide penetra as camadas de células da granulosa e da zona pelúcida que circundam o óvulo. Essas ações permitem a passagem da cabeça do espermatozoide para dentro do óvulo.
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