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número de quedas de carga entre equipotenciais é igual a oito; desta forma, a razão Nf/Nd é 0,375. A perda de carga total entre duas linhas equipotenciais adjacentes é O volume total de água que flui sob as estacas-prancha por unidade de tempo e por unidade de comprimento da pranchada é dado por Há um tubo piezométrico em um ponto P da linha equipotencial com carga total h = 1,00 m, isto é, o nível da água é de 1,00 m acima da referência. O ponto P está a uma distância zP = 6 m abaixo da referência, isto é, a carga altimétrica é –zP. A pressão da água nos poros (poropressão ou pressão neutra) em P pode, então, ser calculada com base no teorema de Bernoulli: O gradiente hidráulico através de qualquer quadrado na rede de fluxo envolve a medida da dimensão média do quadrado (Equação 2.22). O maior gradiente hidráulico (e, em consequência, a maior velocidade de percolação) ocorre através do menor quadrado e vice-versa. A dimensão Δs foi estimada medindo-se o diâmetro dos círculos na Figura 2.8c. Os gradientes hidráulicos através de cada quadrado são mostrados por uma representação de vetores (dígrafos ou quivers) na Figura 2.8d, na qual o comprimento das setas é proporcional ao módulo do gradiente hidráulico. Exemplo 2.1 Um leito de rio consiste em uma camada de areia com 8,25 m de espessura sobre uma rocha impermeável; a profundidade da água é de 2,50 m. Uma grande ensecadeira, com 5,50 m de largura, é formada pela escavação de duas linhas de estacas-prancha até uma profundidade de 6,00 m abaixo do nível do leito do rio, realizando-se uma escavação com profundidade de 2,00 m abaixo do nível do leito dentro da ensecadeira. O nível de água desta última é mantido no nível da escavação por meio de bombeamento. Se o fluxo de água na ensecadeira, por comprimento unitário, for de 0,25 m3/h, qual será o coeficiente de permeabilidade da areia? Qual é o gradiente hidráulico imediatamente abaixo da superfície escavada? Solução A seção e as condições de contorno são mostradas na Figura 2.9a, e a rede de fluxo, na Figura 2.9b. Nesta última, há seis canais de fluxo (três em cada lado) e dez quedas de equipotenciais (carga). A perda de carga total é de 4,50 m. O coeficiente de permeabilidade é dado por A distância (Δs) entre as duas últimas linhas equipotenciais é de 0,9 m. O gradiente hidráulico exigido é dado por Figura 2.9 Exemplo 2.1. Exemplo 2.2 A Figura 2.10 mostra a seção transversal do vertedouro de uma barragem. Determine a quantidade de percolação sob ela e faça um gráfico da distribuição de subpressão em sua base; determine também a distribuição líquida da pressão de água na cortina de vedação (cut-off) na extremidade de montante do vertedouro. O coeficiente de permeabilidade do solo da fundação é 2,5 × 10–5 m/s. Solução A rede de fluxo é mostrada na Figura 2.10. O nível de água de jusante (superfície do solo) é selecionado como referência. A perda de carga total entre as linhas equipotenciais de montante e de jusante é 5,00 m. Na rede de fluxo, há três canais de fluxo e dez quedas de carga equipotenciais. A percolação é dada por Esse valor de fluxo de entrada refere-se a um metro de comprimento da ensecadeira. As poropressões (pressões de água nos poros) que agem na base do vertedouro são calculadas nos pontos de interseção das linhas equipotenciais com a base do vertedouro. A carga total de cada ponto é obtida a partir da rede de fluxo e da carga altimétrica da seção. Os cálculos são mostrados na Tabela 2.2, e o diagrama de pressões é representado na Figura 2.10. As pressões de água que agem na cortina de vedação (cortina impermeável ou, ainda, cortina de cut-off) são calculadas tanto na parte traseira (hb) quanto na frontal (hf) da cortina, nos pontos de interseção entre ela e as equipotenciais. Dessa forma, a pressão líquida que age na face traseira da cortina é Figura 2.10 Tabela 2.2 Tabela 2.3 Exemplo 2.2. Os cálculos são mostrados na Tabela 2.3, e o diagrama de pressões é representado na Figura 2.10. Os níveis (z) dos pontos 5–8 na Tabela 2.3 foram encontrados por meio da medida em escala do diagrama. Exemplo 2.2 Ponto h(m) z(m) h – z(m) u = γw(h – z) (kPa) 1 0,50 –0,80 1,30 12,8 2 1,00 –0,80 1,80 17,7 3 1,50 –1,40 2,90 28,4 4 2,00 –1,40 3,40 33,4 5 2,30 –1,40 3,70 36,3 Exemplo 2.2 Nível z(m) hb(m) ub/γw(m) hf(m) uf/γw(m) ub – uf (kPa) 5 –1,40 5,00 6,40 2,28 3,68 26,7 6 –3,07 4,50 7,57 2,37 5,44 20,9 7 –5,20 4,00 9,20 2,50 7,70 14,7 8 –6,00 3,50 9,50 3,00 9,00 4,9 2.5 Condições anisotrópicas de solo Neste momento, admitiremos que o solo, ainda que homogêneo, é anisotrópico no que diz respeito à permeabilidade. A maioria dos depósitos naturais de solo é anisotrópica, com o coeficiente de permeabilidade tendo um valor máximo na direção da estratificação e um valor mínimo na direção normal daquela estratificação; essas direções são indicadas por x e z, respectivamente, isto é Nesse caso, a forma generalizada da lei de Darcy é Além disso, em qualquer direção s, inclinada a um ângulo α para a direção x, o coeficiente de permeabilidade é definido pela equação Agora isto é, Figura 2.11 Os componentes da velocidade de descarga também estão relacionados entre si da seguinte forma: Daí ou A variação direcional da permeabilidade é, portanto, descrita pela Equação 2.24, que representa a elipse mostrada na Figura 2.11. Coeficiente de permeabilidade. Dada a forma generalizada da lei de Darcy (Equação 2.23), a equação da continuidade (2.11) pode ser escrita como: ou Substituindo a equação da continuidade se torna que é a equação da continuidade para um solo isotrópico em um plano xt – z. Dessa forma, a Equação 2.26 define um fator de escala que pode ser aplicado na direção x para transformar uma determinada região de fluxo anisotrópico em uma de fluxo isotrópico fictício, na qual a equação de Laplace seja válida. Uma vez desenhada a rede de fluxo (representando a solução da equação de Laplace) para a seção transformada, a rede de fluxo para a seção natural pode ser obtida aplicando-se o inverso do fator de escala. No entanto, em geral, dados essenciais podem ser obtidos a partir da seção transformada. A transformação necessária também poderia ser feita na direção z. O valor do coeficiente de permeabilidade que se aplica à seção transformada, denominado coeficiente isotrópico equivalente, é Uma prova formal da Equação 2.28 foi dada por Vreedenburgh (1936). A validade desta pode ser demonstrada examinando um campo elementar de uma rede de fluxo no qual o fluxo esteja na direção x. O campo desta rede é desenhado para a escala transformada e para a escala normal na Figura 2.12, com a transformação sendo efetuada na direção x. A velocidade de descarga vx pode ser expressa tanto em termos de k′ (seção transformada) quanto em termos de kx (seção natural), isto é, em que Dessa forma, Figura 2.12 Campo elementar de rede de fluxo. 2.6 Condições não homogêneas de solo Duas camadas isotrópicas de solo com espessuras H1 e H2 são mostradas na Figura 2.13, com seus respectivos coeficientes de permeabilidade sendo k1 e k2; o limite entre as camadas é horizontal (se as camadas fossem anisotrópicas, k1 e k2 representariam seus coeficientes isotrópicos equivalentes). As duas camadas podem ser consideradas uma única camada homogênea anisotrópica de espessura (H1 + H2), em que os coeficientes na direção paralela e na normal à de estratificação são respectivamente. Na percolação unidimensional na direção horizontal, as linhas equipotenciais em cada camada são verticais. Se h1 e h2 representam a carga total em qualquer ponto das respectivas camadas, então, para um ponto comum no limite, h1 = h2. Sendo assim, qualquer linha vertical através das duas camadas representa uma linha equipotencial comum. Os gradientes hidráulicos nas duas camadas e na camada única equivalente são, portanto, iguais; os gradientes hidráulicos idênticos são indicados por ix. O fluxo horizontal total por unidade de tempo é dado por Figura 2.13 Condições não homogêneas de solo.Na percolação unidimensional na direção vertical, as velocidades de descarga em cada camada e na camada única equivalente devem ser iguais, se a exigência de continuidade precisar ser satisfeita. Assim sendo, na qual é o gradiente hidráulico médio ao longo da profundidade (H1 + H2). Dessa forma, Agora, a perda na carga total ao longo da profundidade (H1 + H2) é igual à soma das perdas de carga totais das camadas individuais, isto é Expressões similares para se aplicam ao caso de qualquer número de camadas de solo. Pode-se demonstrar que deve sempre ser maior do que isto é, a percolação pode ocorrer mais rapidamente na direção paralela à estratificação do que na perpendicular. 2.7 Solução numérica usando o Método das Diferenças Finitas Embora os esquemas de redes de fluxo sejam úteis para estimar as relações Parte 1 - Desenvolvimento de um modelo mecânico para o solo 2 Percolação 2.5 Condições anisotrópicas de solo 2.6 Condições não homogêneas de solo 2.7 Solução numérica usando o Método das Diferenças Finitas