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O fenômeno da corrupção 
Filosofia e sociedade moderna
1o bimestre – Aula 11
Ensino Médio
2024_EM_B1_V1
O fenômeno da corrupção. 
Compreender e avaliar formas de combater a corrupção.
Conteúdo
Objetivo
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(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações-problema envolvendo temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
 
 
3 MINUTOS
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Liste três exemplos que ilustrem o que você considera ser corrupção. 
GDJ/Pixabay
Abraço interessado
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Para começar
Imagem: https://pixabay.com/vectors/morality-theft-people-steal-7297653/
 
É muito comum encontrarmos notícias sobre corrupção em diferentes meios de comunicação. Sabemos que a corrupção atinge a sociedade em seu todo, de diversas maneiras. E, por isso, esse tema é comum em rodas de conversa e sempre é motivo de indignação para a maioria das pessoas. Ao nos depararmos com notícias sobre corrupção, tendemos a considerar que essa atividade ilícita decorre de um defeito de caráter das pessoas envolvidas e que a solução passa pela aprovação de leis mais severas, a fim de prevenir e punir esse tipo de atividade. 
O fenômeno da corrupção
Ainda que a corrupção possa se manifestar de diferentes maneiras, em diversas atividades, geralmente, temos um ato de corrupção quando uma pessoa em situação privilegiada de mando ou destaque coloca-se na posição de receber vantagem indevida em troca de algum tipo de
 favorecimento.
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Foco no conteúdo
A corrupção é egoísta. Ou seja, ela tem sentido de benefício próprio e revela falta de empatia com os outros que vivem na mesma sociedade e é pouco sensível às consequências sociais. Dessa forma, a corrupção corrompe, ou seja, perverte e deteriora as relações sociais, por exemplo, quando se “hackeia” uma rede Wi-Fi, quando se falsifica nota fiscal para pagar menos tributos ou deixar de pagá-los, quando se coloca o nome em um trabalho escolar sem ter dele participado. Essas e outras pequenas ações que revelam busca por vantagens pessoais têm como fundamento o egoísmo e a busca por vantagens individuais. Acredita-se que esse fenômeno não pode ser exterminado, mas certamente cabe à sociedade estabelecer mecanismos para prevenir, conter e combater atos de corrupção. 
O fenômeno da corrupção
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Foco no conteúdo
Segundo Gustavo Justino de Oliveira, professor de Direito da USP, a corrupção, na sua forma sistêmica, ou seja, aquela realizada por políticos, integrantes da alta cúpula governamental, funcionários públicos e grandes empresários, é uma transação comercial ilegal que visa à troca de favores e ao favorecimento pessoal. Essa transação tem por objetivo utilizar instituições públicas para fins privados de uma pessoa ou de um grupo. Exemplos tradicionais desse tipo de ação são o clientelismo e o nepotismo.
O fenômeno da corrupção
Clientelismo: quando um político ou partido político oferece benefícios e favores em troca de apoio político.
Nepotismo: quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes. 
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Foco no conteúdo
A corrupção sistêmica envolve negociação 
que contraria as normas e regras do Estado. 
Ao envolver cargo público com finalidade não 
pública, a corrupção sistêmica desvia a finalidade da atuação estatal, a qual deixa de buscar o bem da população em seu todo, para atender a interesses privados que, em geral, favorecem aqueles que já são historicamente favorecidos. Dessa forma, a corrupção não deve ser pensada apenas como uma forma de o Estado deixar de arrecadar, mas como um sistema que desvia as suas funções. 
O fenômeno da corrupção
Veja, no “Para saber mais”, 
depoimento sobre corrupção sistêmica e como ela se relaciona com outros tipos ou outras camadas da corrupção no Brasil. 
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Foco no conteúdo
Há, ainda, a corrupção sindrômica, que está fundada na má gestão pública e na burocracia, a qual, de forma geral, pode ser reconhecida pelo jargão popular “criar dificuldades para vender facilidades”. Nesse contexto, podemos considerar que são dadas condições para que a corrupção ocorra.
“Estudo recente divulgado por uma consultoria especializada constata que em 2004 o governo publicou no Diário Oficial nada menos que 450 atos tributários. Foram 
12 leis ordinárias, 11 medidas provisórias, 24 decretos e 4 portarias do Ministério da Fazenda. E a Receita Federal emitiu 105 instruções normativas, 38 atos declaratórios interpretativos, 239 atos declaratórios executivos e 19 portarias. Isso tudo num só ano.
O contribuinte que não queira infringir nenhuma norma, portaria, [...] e outros tantos instrumentos de controle terá de se tornar leitor assíduo do Diário Oficial. Não fará outra coisa senão verificar o que mudou [...]. 
Continua...
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Foco no conteúdo
Mais difícil que acompanhar essa avalancha legiferante é compatibilizar as centenas, talvez milhares, de normas contraditórias, obscuras ou absolutamente dispensáveis.
O custo para o contribuinte ajustar-se a esse universo kafkiano é quase tão alto quanto a carga tributária que pagamos [...]. Milhares de contribuintes, pessoas físicas ou jurídicas, comprometem todos os anos boa parte de sua renda para pagar multas, juros e mora por erros cometidos sem dolo. E outro tanto no pagamento de pessoal de escritório, contadores, especialistas e advogados que lhe ajudem a errar menos [...] Quanto mais burocracia, mais corrupção. Quanto mais papel, carimbo, fila e despacho, mais se desenvolve a cultura de criar dificuldades para vender facilidades.” 
(PARET, B. O Globo, 2005)
Universo kafkiano: relativo à obra de Franz Kafka (1889-1924), um dos escritores mais importantes do século XX, cuja obra literária aborda o absurdo e a angústia existencial.
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Como se caracteriza a corrupção sistêmica? 
A. ( ) Aquela que deriva de um sistema de contabilidade equivocada.
B. ( ) Aquela realizada por políticos, integrantes da alta cúpula governamental, funcionários públicos e grandes empresários.
C. ( ) Aquela realizada em pequena escala no cotidiano do cidadão comum.
D. ( ) Aquela realizada pelo excesso de normas e legislação e falta de controle burocrático.
A partir da alternativa escolhida, justifique a sua escolha.
7 MINUTOS
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Na prática
Correção 
Resposta correta, letra B.
Resposta aberta no que se refere à justificativa. Contudo, espera-se que o estudante expresse que a corrupção do tipo sistêmica, a qual envolve políticos, integrantes da alta cúpula governamental, funcionários públicos e grandes empresários, caracteriza-se por transação comercial ilegal, envolvendo infração às normas e regras do Estado, que deve prezar o bem público, e não conceder vantagens individuais. 
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Na prática
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 15 MINUTOS
Veja o vídeo e leia o excerto a seguir. A partir das duas fontes, reflita e responda às questões a seguir: 
1. Qual o tema abordado nas fontes?
2. Na sua opinião, o fenômeno abordado nas fontes, presente nas relações humanas, é localizado e o combate por meio de ações pontuais é suficiente para sua resolução, ou deve ser objeto de reflexão e de ações amplas e profundas, capazes de provocar uma mudança cultural? Explique.
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https://www.youtube.com/watch?v=ezzMvd1hq7s&t=22s 
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https://www.youtube.com/watch?v=ezzMvd1hq7s&t=22s 
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“Corrupto é, portanto, o comportamento ilegal de quem desempenha um papel na estrutura estadual. Podemos distinguir três tipos de Corrupção: [...] uso da recompensa escondida para mudar a seu favor o sentir de um funcionário público; o nepotismo, ou concessão de empregos ou contratos públicos baseados não no mérito, mas nas relações de parentela; o peculato por desvio ou apropriação e destinação de fundos públicos ao uso privado [...] A corrupçãonão está ligada apenas ao grau de institucionalização, à amplitude do setor público e ao ritmo das mudanças sociais; está relacionada com a cultura das elites e das massas.” (BOBBIO, N. Dicionário de política, pp. 291-292)
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Para saber mais
É possível derrotar a corrupção? Luiz Hanns
https://www.youtube.com/watch?v=vAZZ93JPUnw 
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https://www.youtube.com/watch?v=vAZZ93JPUnw 
Aprendemos a compreender e a analisar a complexidade do fenômeno da corrupção, assim como a refletir sobre as formas de combatê-la. 
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O que aprendemos hoje?
Slides 3, 10 e 12 – LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Trad. Leda Beck; consultoria e revisão técnica Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. São Paulo: Da Prosa: Fundação Lemann, 2011. 
Slides 5, 6 e 7 – OLIVEIRA, Gustavo Justino de. As Raízes da Corrupção – USPTalks #2. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eCWdOsuoFl0. Acesso em: 8 dez. 2023. 
Slides 8 e 9 – PARET, Benito Uma visita ao inferno burocrático. O Globo, 26/05/2005, Opinião, p. 7 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/390381/noticia.htm?sequence=1. Acesso em: 
8 dez. 2023. 
Slide 14 – BOBBIO, Norberto, MATTEUCCI, N. e PASQUINO G. Dicionário de política. Carmem C. Varriale Et al. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 11. ed. 1998. 
Imagens e vídeos
Slide 3 – GDJ/Pixabay. Roubo. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/moralidade-roubo-pessoas-roubar-7297653/. Acesso em: 8 dez. 2023. 
Slide 13 – CORTELA M. S. O que é corrupção? (TV Cultura). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ezzMvd1hq7s&t=22s. Acesso em: 8 dez. 2023.
Slide 15 – HANNS, Luiz. É possível derrotar a corrupção? (Casa do Saber). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vAZZ93JPUnw. Acesso em: 8 dez. 2023. 
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Referências
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