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Manual de jornalismo para concursos públicos

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Manual de Jornalismo para concursos públicos
Índice:
Figuras de linguagem	1
Ética no Jornalismo	5
Lei de Imprensa	9
Revogação do diploma e PEC 206/12 	11
Leis de interesse geral 	15
Teorias da Comunicação 	20
Comunicação Pública 	29
Opinião Pública 	32
Pesquisa 	37
Manual Oficial de Redação da Presidência da República	39
Vocabulário	53
Jornalismo e seus textos 	61
Pauta	72
Diagramação e infográficos	73
Linha do tempo do Jornalismo	77
Jornalismo Impresso – jornais e revistas 	84
Jornalismo Radiofônico (Radiojornalismo) 	96
Jornalismo Televisivo (Telejornalismo) 	99
Enquadramento, planos e tipos de microfone 	104
Divulgação e distribuição de produtos audiovisuais	107
Fotojornalismo 	108
Jornalismo On-line (Webjornalismo) e internet	110
A Globalização e as novas tecnologias da informação	116
Jornalismo científico	118
Comunicação Integrada	120
Assessoria de imprensa 	126
Relações pública	130
Marketing	133
Propaganda	136
Semiótica	139
Figuras de Linguagem: são recursos utilizados nos textos ou nas falas para tornar mais expressiva a mensagem transmitida.
1- Aliteração: repetição de consoantes.
Ex: O rato roeu a roupa do rei de Roma (R)
2- Assonância: repetição de vogais.
Ex: Anule aliterações aliteralmente abusivas (A)
3- Anacoluto: deixa-se um termo solto na frase. É como se houvesse uma interrupção momentânea do diálogo para expressar outra ideia.
Ex: A vida. Não sei se ela vale alguma coisa. 
4- Anáfora: Repetição de termos ou palavras no início da frase.
Ex: Amor é fogo que arde sem se ver,
	É ferida que dói e não se sente,
	É um contentamento descontente,
	É dor que desatina sem doer. (É)
5- Antítese: aproximação de termos opostos.
Ex: Os jardins têm vida e morte. (Vida e morte)
6- Apóstrofe: Faz-se uma interpelação enfática a alguém.
Ex: Dizei-me, Senhor Deus.
7- Antonomásia: Substitui-se um nome ou expressão por outro que o indique com facilidade.
Ex: Os quatro garotos de Liverpool. (Beatles)
	A Rainha dos Baixinhos. (Xuxa)
8- Catacrese: por falta ou por desconhecimento de termo designador, pega-se outro por empréstimo, com associação semântica.
Ex: Embarquem já no trem! (Embarcar = barco. Não há uma palavra específica para designar a pessoa que vai entrar no trem, no ônibus ou no avião. Para todos os casos, utiliza-se embarcar). 
“Dente de alho”, “pé da cadeira”, “céu da boca”, “cabeça do prego”, etc.
9- Eufemismo: Substitui-se um termo ou expressão por outra de mesmo significado, mas com conotação mais branda.
Ex: Em vez de “morreu”, prefira: ele “faleceu”. 
10- Elipse: Consiste na omissão de um termo, o que é facilmente identificável.
11- Gradação ou clímax: apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).
12- Hipérbole: Exagero de ideias com finalidade enfática.
Ex: Estou morrendo de sede.
13- Inversão ou Hipérbato: Mudança na ordem natural dos termos na frase.
Ex: De tudo ficou um pouco. 
14- Ironia: Utiliza-se um termo com sentido oposto ao termo que cabe na oração. Produz sentido de humor.
Ex: Ela é superlegal. (Quando se quer dizer que a pessoa é chata).
Obs: A ironia também aparece com o nome Antífrase e o significado é o mesmo.
15- Metáfora: Comparação. No entanto, não se utiliza o termo “como”. Ex: “Amor é fogo que arde sem se ver” (Amor é COMO fogo que arde sem se ver)
16- Metonímia: Transposição de significados. Uma palavra passa a ser usada em outro contexto, com outro significado. No entanto, há sempre uma lógica entre os termos.
Ex: “Não tinha teto que se abrigasse” (Teto nesse caso quer dizer “casa”).
“Ela está usando bom bril” (“Bom bril”, na verdade, é o nome da marca, o correto seria dizer “palha de aço”.
17- Paronomásia: Termos com sons parecidos, mas com significados diferentes.
Ex: retificar e ratificar. A primeira quer dizer consertar, a segunda, concordar. 
Obs: Para me lembrar do significado dessa figura de linguagem, lembro-me: paronomásia=parecido.
18- Pleonasmo: Uma repetição de palavras desnecessária. Pode ser proposital ou errática.
Ex: subir pra cima; descer pra baixo; elo de ligação; “e rir meu riso é derramar meu pranto”.
19- Polissíndeto: Repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
Ex: “Ela queria comer banana e maçã e goiaba”. 
Obs: para lembrar-se de polissíndeto: poli – muitos (logo, haverá muitos conectivos).
20- Prosopopeia ou personificação: atribui-se a seres inanimados predicativos que são próprios de seres humanos.
Ex: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
21- Sinestesia: Mescla-se numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Ex: “A lua crua da madrugada invadia meu quarto”.
22- Silepse: A concordância não ocorre com o termo sugerido, mas com um termo pressuposto. Fala-se que é uma concordância ideológica. Há três tipos de silepses:
a) Gênero: “Vossa Excelência está preocupado”. “A gente está cansado” (homens falando).
b) Número: “Os Lusíadas glorificou nossa literatura”.
c) Pessoa: “Os brasileiros somos receptivos	“. (Eu me incluo na ação) – nesse caso, a concordância sempre será do sujeito em 3ª pessoa do plural (ELES), com o verbo na 1ª pessoa do plural (NÓS). Se essa ordem for invertida, a concordância ficará errada. (A gente somos felizes).
23- Zeugma: Omissão de um termo que já apareceu antes. 
Ex: Ele prefere cinema; eu teatro.
Obs: importante observar a diferença entre Elipse e Zeugma. Enquanto na primeira há uma omissão de um termo pressuposto, na segunda, o termo já apareceu em algum momento no texto e num segundo momento fica pressuposto.
Observações importantes:
· O oposto do Eufemismo chama-se Disfemismo. Enquanto no Eufemismo, utiliza-se palavra ou expressão para suavizar um termo, o disfemismo faz exatamente o contrário: utiliza palavra ou expressão vulgar.
Ex: Em vez de falar: “ela é muito magra”, digo: “ela é um palito”.
· Alegoria: é uma representação tal que transmite outro significado em adição ao significado literal do texto. (Para facilitar: é uma coisa que é dita para dar noção de outra, normalmente por uma lição de moral).
Ex: Mito da Caverna.
Exercício:
	
1. VUNESP - Um vereador chegou atrasado a um jantar. Alguns convidados apressaram-se em levantar de suas cadeiras para dar lugar ao edil, mas ele, para não causar nenhum constrangimento, apontando para uma cadeira vazia disse: “Vou sentar­me ao lado do leitão”, referindo-se ao prato que estava sobre a mesa. Entendendo que poderia ser mal interpretado porque a cadeira ao lado da cadeira vazia estava ocupada por um senhor obeso, tentou corrigir: “eu me refiro a este”, apontando para a travessa onde estava o filhote de suíno assado. Em comunicação, diz­se que as duas frases do desastrado vereador apresentam:
(A) alegoria.
(B) ruído.
(C) antífrase.
(D) disfemismo.
(E) antonomásia.
R: B
Ética no Jornalismo
O Código Internacional de ética dos jornalistas foi instituído em 1983. 
O Código de ética brasileiro dos jornalistas está em vigor desde 1987. Foi instituído por votação no Congresso Nacional. 
Ele prevê como o jornalista deve se comportar perante a Comunidade, às fontes de informação e com outros jornalistas.
Link para o Código completo: http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf
Alguns pontos relevantes do Código:
Capítulo I – Do direito à informação:
Art 2º:
“Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de Comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores na natureza econômica de suas empresas”.
Ou seja, na ética jornalística, a informação é direito fundamental do cidadão, logo, é dever do jornalista informar, independentemente da linha política e editorial da empresa. 
Art. 2º
IV - A prestação de informações pelas instituições públicas, privadas e particulares, cujas atividades produzam efeito na vida em sociedade, é uma obrigaçãosocial.
(Atentar-se para a palavra OBRIGAÇÃO, pois algumas bancas irão dizer que ‘é uma RESPONSABILIDADE social’).
Capítulo II – Da conduta profissional do jornalista:
Art. 5º - É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte.
(O Código de ética dos jornalistas prevê o sigilo da fonte quando necessário. Nesse caso, diz-se que uma informação recebida por uma fonte que não quer ser identificada é uma informação “off the records”, (ou simplesmente “em off”).
Tal direito é assegurado pela Constituição Federal:
Art 5º, §XIV: “É assegurado a todos o acesso à informação, resguardados o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
Art. 7º. O jornalista não pode: 
I- Aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou passivamente para a precarização das condições de trabalho. 
II- Submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação. 
III- Impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de ideias.
IV- Expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicações de locais de trabalho ou residência, em quaisquer outros sinais.
V- Usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;
VI- Realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas;
VII- Permitir o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas;
VIII- Assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não tenha participado;
IX- Valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais.
Capítulo III - Da responsabilidade profissional do jornalista 
Art. 8º - O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela alteração será de seu autor. (Ou seja, se o trabalho do jornalista for alterado por terceiros, o jornalista não será responsável pela informação alterada).
Art. 12. O jornalista deve:
VI - Promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;
Capítulo IV – Das relações profissionais:
Art. 13. A cláusula de consciência é um direito do jornalista, podendo o profissional se recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de Ética ou que agridam as suas convicções.
Parágrafo único. Esta disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para que o jornalista deixe de ouvir pessoas com opiniões divergentes das suas.
Capítulo V – Da aplicação do Código de Ética e disposições finais:
Art. 17 - Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.
Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.
O código também condena a utilização de câmeras escondidas ou o uso de falsa identidade para conseguir uma informação. No entanto, permitem-se esses usos quando a informação é imprescindível para a sociedade e não há outros meios para consegui-la.
Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:
III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;
_____________
Nilson Lage, no livro "Linguagem Jornalística", diz que, de acordo com a ética jornalística, a notícia deve seguir os seguintes preceitos:
1- Objetividade: a matéria não deve contar com adjetivos e advérbios opinativos. Ex: bom, ruim, melhor, pior, infelizmente, etc.
Cabe a ressalva de que, na prática, todos sabem que a objetividade não existe, pois “toda construção de texto é um discurso e uma narrativa em que ocorrem seleções vocabulares influenciadas por ideologias, pelas práxis e por outros valores subjetivos”.
Por tal razão, Walter Lippman afirma que a objetividade no jornalismo não existe, por isso, o método é que deveria ser objetivo, não o jornalista, “esse precisa adquirir espírito científico”. (Questão - VUNESP).
Três procedimentos garantem a objetividade do jornalismo:
a) Apresentar provas adicionais e posteriores que comprovem um fato.
b) O uso de aspas, que atribui afirmações a terceiros, responsáveis finais pela informação prestada.
c) Isolar as informações de opiniões e comentários sobre fatos.
2- Imparcialidade: o Código de ética prevê a imparcialidade no jornalismo. Mas pela mesma razão da assertiva anterior, é consenso entre os profissionais que ela não existe. Os jornalistas, por sua vez, podem, intencionalmente, ou não, cair como vítimas de propaganda ou desinformação.
3- Confidencialidade: muitas fontes apenas concordam em perpassar a informação caso o jornalista mantenha em sigilo suas identidades. Nesse caso, é dever do jornalista manter a informação no anonimato.
Obs: ética x moral x deontologia
Ética: diz respeito às reflexões sobre os valores e sobre a conduta humana segundo os critérios de certo e errado, bem e mal; (A ética é a normatização das regras).
Moral: diz respeito ao conjunto de valores e normas de conduta universais, tacitamente instituídas e aceitas; (Moral são os costumes que temos enquanto vivemos em sociedade, que todos reconhecem e aceitam)
Deontologia: diz respeito ao conjunto de valores e normas morais aplicados a um contexto específico, geralmente profissional, instituídos em forma de código escrito e com previsão de sanções para os casos de descumprimento. (Diz respeito às normas aplicadas a uma profissão).
Exercício:
	
 Para o exercício da cidadania plena, a Constituição Federal, entre outros direitos, garante que:
(A) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa que não estiver estipulada em contrato firmado entre as partes.
(B) a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, poderá ser quebrada por ordem policial.
(C) nenhum brasileiro nato ou naturalizado será extraditado. A extradição de estrangeiros residentes no país será concedida por crime político ou de opinião.
(D) são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data desde que o requerimento não seja motivado por condenação política.
(E) é assegurado a todos o acesso à informação, resguardando-se o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
R: E
Lei de Imprensa
A “Lei de Imprensa” foi instituída no ano de 1967, durante a Ditadura Militar.
Foi criada para institucionalizar a restrição à liberdade de expressão e de imprensa e consolidar o Regime autoritário. (É muito simples saber o motivo pelo qual ela foi imposta, tendo em vista o ano e o contexto em que o país se encontrava).
A lei punia de forma mais dura os jornalistas, em caso de crimes de honra (calúnia, injúria e difamação) em relação ao que estava previsto no Código Penal.
Obs: Diferença entre os três crimes de honra:
	a) Calúnia: acusa-se alguém publicamente de ter praticado um CRIME. Se isso for falso, o acusador terá feito calúnia. No entanto, se provar que está certo, não será condenado.
	Interpretação de um fato + qualificado como crime + falsidade de imputação
Ex:A acusa B de ter roubado a moto de C. 
 A acusa B de ter praticado corrupção. (Corrupção é crime!)
	
b) Difamação: atribui-se a alguém fato determinado ofensivo à sua REPUTAÇÃO.
Ex: A acusa B de ter ido trabalhar embriagado. 
 A acusa B de ter traído o marido.
Mesmo que se prove que, de fato, B trabalhou embriagado ou que B traiu o marido, há difamação, pois é crime contra a reputação. Diferentemente da calúnia, em que se for comprovado o crime, o acusador está livre de um processo de calúnia. 
	
c) Injúria: consiste em atribuir a alguém qualidade negativa, que ofenda sua dignidade ou decoro. Diz-se cara a cara, diretamente. A verdade da acusação, assim como na difamação, não muda o fato da acusação. É, portanto, também crime contra REPUTAÇÃO.
Ex: A chama B de ladrão.
Caso da torcedora do Grêmio que chamou o goleiro Aranha – Santos – de Macaco (injúria racial)
A lei foi extinta somente no ano de 2009 pelo STF, junto à questão da abolição do diploma para jornalistas.
Para o órgão máximo do Judiciário, não fazia mais sentido vigorar uma lei do período repressivo, em pleno funcionamento de uma Democracia.
No entanto, alguns aspectos da lei continuaram e outros ficaram “perdidos”.
O que continuou?
· Prisão preventiva especial, em caso de título de bacharel. (Mesmo com a abolição do diploma obrigatório).
O que mudou?
· Direito de resposta. Com a revogação da lei, decisões a esse respeito passam a depender de decisões judiciais. (Mas, cabe a ressalva de que o direito de resposta está previsto no Código de Ética dos jornalistas e na Constituição Federal).
Como era antes?
· Pela Lei de Imprensa, toda pessoa física ou jurídica, entidade pública ou órgão que se sentisse acusado ou ofendido por jornal ou publicação ou a cujo respeito os meios de comunicação e divulgação veiculassem fato inverídico ou errôneo, tinham direito à resposta ou retificação.
· Nesse caso, os veículos acusados deveriam publicar a resposta no mesmo programa e Horário (Rádio e TV) ou no mesmo jornal (Impresso), sendo:
1- Rádio: duração mínima de retratação: 1 minuto.
2- Jornal impresso: no mínimo 100 linhas escritas de retratação.
· Se houvesse uma réplica ao erro, havia novo direito à resposta e caso o veículo não publicasse a retratação, era obrigado a pagar multa.
Hoje:
Na CF, o direito à resposta não encontra regra adjetiva para disciplinar seu procedimento.
Obs: Fica claro que o Direito à resposta era mais uma maneira de o Regime autoritário se impor perante a Imprensa. Se essa falasse o que não deveria, logo, os órgãos repressores do Governo poderiam pedir o “direito à resposta”, e, claro, tomariam medidas muito mais restritivas que essa. 
Hoje, não há uma lei que trate especificamente sobre o Direito à resposta. Por isso, cada caso depende de decisão judicial. 
Formas modernas de Censura:
Acesso aos meios de comunicação e entidades reguladoras (que atribuem alvarás através da rádio e televisão) ou com critérios editoriais discricionários (um jornal não publica uma certa notícia, ou atribui uma importância menor do que ela deveria ter).
Autocensura: produtores culturais e formadores de opinião evitam tratar de questões conflitivas e divergentes.
Exercício:
	
1. De acordo com o art. 2.º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, “como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que”:
(A) a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas.
(B) a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse do público, respeitando-se a linha editorial da empresa jornalística.
(C) a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com as leis vigentes e os valores defendidos pela empresa jornalística, que se pautam pela responsabilidade social inerente à profissão.
(D) a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas aos jornalistas, incluindo as não-governamentais, deve ser considerada uma obrigação social desde que não prejudique as instituições políticas legitimamente constituídas.
(E) a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à comissão de ética competente, desde que o autor da denúncia possa ser identificado.
R: A
Instituição, Revogação e PEC do diploma de jornalismo
O diploma de jornalismo tornou-se obrigatório aos profissionais da categoria em 1969, por meio Decreto-lei 972/69.
O sistema de habilitações foi imposto em 1969.
Regulamentação: visa a garantir que as várias atividades profissionais, com suas particularidades, especificidades e resultados efetivos e potenciais sejam praticadas por quem detém a técnica ou instrumental apropriado para isso.
“A regulamentação vem a estabelecer a forma ou a conduta de aplicação da mesma lei. Não é, pois, de sua função, instituir regra nova, de caráter substancial, nem estabelecer princípio de regra, divergente da lei regulamentada”.
Após 40 anos, em 17/06/2009, o Supremo Tribunal Federal – STF derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão de jornalista.
Foram 8 votos favoráveis à abolição, seguindo o parecer do relator Gilmar Mendes, contra 1 voto contrário, do ministro Marco Aurélio de Mello.
Apesar de a extinção oficial ter ocorrido em 2009, alguns episódios anteriores já levavam a crer no fim da obrigatoriedade do diploma. 
Na ocasião, em 2009, o ministro Gilmar Mendes chegou a comparar o jornalista a um cozinheiro.
Argumentos dos votos favoráveis à derrubada do diploma:
· A obrigatoriedade do diploma fere os princípios da liberdade de expressão e pensamento, instituídos na Constituição Federal/1988.
Obs: Europa e Estados Unidos não exigem o diploma para os jornalistas. A mass media foi desregulamentada nos EUA em 1996. 
Argumentos dos votos contrários à derrubada do diploma:
· Sindicato:
Para o Sindicato dos jornalistas, a desregulamentação da profissão atendeu aos interesses dos “patrões”, tornando as condições de trabalho precárias. (Ou seja, sem a regulamentação, os direitos que os trabalhadores demoraram anos para ganhar, poderão cair sobre terra, como o piso salarial, jornadas de cinco ou sete horas diárias, entre outras. Tal medida pode “prostituir” o mercado com profissionais desqualificados que aceitam trabalhar por salários abaixo do piso da categoria).
· Outros pontos de vista:
· Credibilidade da informação é colocada em cheque.
· Liberdade de expressão é diferente de liberdade de exercício profissional ou liberdade de imprensa. Enquanto a liberdade de expressão é a liberdade de cada cidadão ter o direito de se expressar, a liberdade de imprensa é o direito de os meios de comunicação se expressarem.
· O que na realidade impede que as pessoas não exerçam seu direito à liberdade de expressão não é o fato de a informação estar concentrada nas mãos dos jornalistas, mas sim devido à propriedade cruzada dos meios de produção. (Ou seja, a razão é de que poucos grupos econômicos controlam o espaço midiático: 9 famílias brasileiras controlam cerca de 85% da mídia nacional).
· A formação acadêmica permite uma maior reflexão para o saber jornalístico. (Afinal, por que estudar quatro anos jornalismo se se pode estudar dois anos de curso técnico? Porque a faculdade propõe uma formação humanística, permitindo uma visão holística da Comunicação).
Observações importantes:
Em 2009, o Ministério da Educação convocou uma comissão de especialistas para estudar e propor novas diretrizes curriculares nacionais para o curso de Jornalismo. Tal comissão foi contra a existência de um curso denominado “Comunicação Social”, pois essa seria uma área do saber, e não um curso.
A Comunicação Social não é uma profissãoem nenhum país do mundo, mas um campo que reúne diferentes profissões.
PECs 386/09 e 206/12:
Tramitam no Congresso Nacional as PECs – Proposta de Emenda Constitucional 386/09 e 206/12, que propõem a volta da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, abolida pelo STF em 2009. A PEC 206/12 foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em novembro de 2013. As PECs aguardam votação de dois turnos da Câmara dos Deputados para decidir a questão.
A PEC 386/09 é de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT/RS). E a PEC 206/12 é de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB/SE).
Liberdade de imprensa ou liberdade de empresa?
O livro do jornalista Clovis Rossi (O que é ser jornalista?) comenta exatamente essa questão. Há liberdade de imprensa no Brasil? Sob seu ponto de vista, deveria haver, já que não vivemos mais os “Anos de Chumbo”. No entanto, o que se observa é a chamada “Liberdade de empresa”, ou seja, o jornalista está preso para escrever ou propagar a informação moldado de acordo com os preceitos da Organização para o qual trabalha. (Pode-se ligar essa ideia à Teoria Organizacional, embora, por ela, o jornalista aja sem pensar, na liberdade de empresa, o jornalista deve seguir aquela ideologia).
E o problema é justamente o de que a Comunicação (ou mass media) está concentrada nas mãos de poucas empresas, ou seja, tudo que chega até os cidadãos é pelos pensamentos e ideologias dessas poucas empresas. (Globo, SBT, Record, Band, Folha, Estadão...). Essas, sim, têm liberdade, e, digamos mais, Poder, para pensar, agir e comunicar.
Leis de interesse geral
Além do código de Ética dos jornalistas, frequentemente os concursos públicos voltados à área de Comunicação Social cobram questões que envolvem outras leis. Além disso, há questões que cobram aspectos da Constituição Federal de 1988. Por isso, é importante estar atento a alguns pontos principais.
Constituição Federal/1988
Art. 37: 
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (Para lembrar: sigla LIMPE)
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) De dois cargos de professor;
b) A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público (o período anterior a esse é chamado de Estágio Probatório).
Capítulo V: Da comunicação social
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. 
§ 6º - A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.
Art. 221. A produção, a programação das emissoras de rádio e TV atenderão aos seguintes princípios: 
I - Preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; 
II - Promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; 
IV - Respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (IMPORTANTE)
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total (70%) e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
Lei de acesso à informação: (12.527/2011)
· Representa um dos principais avanços éticos recentes da Administração pública, pois regulamenta o Direito Constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e é aplicável aos três poderes da União, em âmbito municipal, estadual e Federal.
· Consolida o regime Democrático e fortalece as políticas de transparência pública.
"Informação pública é a regra, sigilo é a exceção"
· Mas a exceção existe, pois a lei garante o sigilo de informação referente a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico que sejam imprescindíveis para a segurança da sociedade e do Estado. 
Art. 4º. Considera-se:
I – Informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão do conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato.
II – Documento: unidade de registo de informações, qualquer que seja o formato.
III – informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado.
IV – Informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável.
V – Tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação.
IX – Primariedade: a qualidade da informação coletada direto da fonte, com o máximo de detalhamento possível sem modificações.
VIII – integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino.
VII – autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida,expedida, recebida ou modificada para determinado indivíduo, equipamento ou sistema.
VI – Disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados.
Resumindo...
	Primariedade e Integridade: não podem ser modificadas. A primeira é coletada na fonte.
Autenticidade: pode ser modificada. 
Disponibilidade: utilizada por outros.
Lei complementar 95/1998: elaboração, redação, alteração e consolidação das leis:
As leis serão divididas em três partes:
1ª) Preliminar: epígrafe (ano), ementa (objeto da lei), preâmbulo (Órgão ou Instituição) do objeto e a indicação do âmbito da aplicação das disposições normativas.
2ª) Normativa: normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada,
3ª) Final: disposições pertinentes às medidas necessárias à implementação.
Art. 7º
IV – O mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subsequente se destine a complementar a lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa;
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica.
Para obtenção da clareza:
a) Usar palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico.
b) Usar frases curtas e concisas.
c) Construir orações na ordem direta.
d) Buscar uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente.
e) Usar os recursos de pontuação de forma judiciosa.
Para obtenção da precisão:
a) Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que o texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma.
b) Expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego da sinonímia.
c) Evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto.
d) Escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional.
e) Usar apenas siglas consagradas pelo uso.
f) Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto datas, número de lei.
g) Indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões "anterior", "seguinte" ou "equivalente".
Para obtenção de ordem lógica:
a) Reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo, título e livro – apenas as disposições relacionadas com o objetivo da lei.
b) Restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio.
c) Expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida.
d) Promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens.
Teorias da Comunicação
Antes de começar a estudar as teorias da Comunicação e seus porquês é importante entender o conceito de Comunicação.
“Comunicação não se reduz à informação. Comunicação é um processo circular, permanente, de troca de informações e de mútua influência”.
Logo, entende-se que comunicação é diferente de informação. Enquanto esta envolve um processo unilateral, aquela envolve um processo bi, multilateral ou circular.
As teorias da Comunicação surgem no contexto de explicar por que as notícias são como são. 
São estudos acadêmicos que pesquisam os efeitos, origens e funcionamento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos. 
· São conjunto de conhecimentos, métodos e pontos de vista heterogêneos.
· As teorias não são uniformes e nem escalonadas.
· Há pluralidade de pensamentos.
Segundo Wolf, três determinações influem na ordenação das teorias:
1- O contexto social, histórico e econômico;
2- O tipo de teoria social proposta pelas teorias de mass media;
3- O modelo do processo comunicativo que cada teoria dos meios de comunicação apresenta.
Processo Comunicativo:
Há 7 elementos envolvidos no processo comunicativo:
1- Emissor: quem emite a mensagem.
2- Receptor: quem recebe a mensagem
3- Mensagem: o que se quer dizer para alguém.
4- Código: o meio pelo qual a mensagem será transmitida. Ex: língua portuguesa, língua inglesa, desenho, braile, libra, sinal.
5- Meio/Canal: por onde a mensagem é transmitida. Ex: ar, telefone, tv, internet, rádio.
6- Feedback: resposta do receptor ao emissor.
7- Ruído: distorção não planejada que ocorre durante o processo de comunicação que resulta no recebimento, pelo receptor, de uma mensagem diferente da que foi enviada pelo emissor. Ou seja, é tudo aquilo que pode atrapalhar uma comunicação bem-sucedida.
*Resposta: alguns estudiosos também consideram a “Resposta” como elemento do processo comunicativo, pois, seria por ela, que ocorreria a mensuração do feedback.
 O Emissor codifica a mensagem e a envia por meio de um canal. O receptor a decodifica e entende a mensagem. Se ele não a entender é porque houve um ruído. O processo comunicativo pode terminar aí. Mas se o receptor responder o emissor, há feedback. Nesse caso, o receptor torna-se emissor da mensagem e o emissor, receptor. Diz-se que o processo de comunicação só é completo quando há feedback.
Algumas teorias:
1) Teoria do Espelho:
· É uma das teorias de Comunicação/Jornalismo mais antigas que existem.
· Segundo ela, as notícias são como um espelho, pois é uma transmissão expurgada da realidade. 
· “Notícias são como são porque a realidade assim determina”.
· Nessa teoria, as notícias refletem a realidade porque os jornalistas são imparciais devido às normas profissionais e asseguram o trabalho de recolher informações e relatar os fatos, sendo simples mediadores das notícias.
2) Teoria hipodérmica/Teoria da Bala Mágica/Teoria dos Efeitos ilimitados
· Proposta por Write.
· Escola de Chicago (norte-americana).
· Baseada em premissas behavioristas, de análise do comportamento.
· Conceito estímulo/resposta: o estímulo vindo da mídia adentra o indivíduo sem encontrar resistências, da mesma maneira que uma agulha hipodérmica penetra a camada cutânea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa.
· Neste caso, o indivíduo se deixa manipular, pois está isento de suas referências sociais, agindo em nome de sua própria satisfação.
· Por meio dessas características é fácil entender por que tal teoria foi bastante difundida no período entreguerras. (Período em que surgiram partidos como Fascismo, nazismo, que pregavam ideias antissemitas e preconceituosas utilizando os meios de comunicação de massa).
· Utilizada como ferramenta de propaganda do governo.
· Dois elementos principais:
1. Massa: composta por pessoas que não se conhecem. Não possuem tradições, regras de comportamento ou estrutura organizacional.
2. Mensagem chega individualmente a cada dos indivíduos e é entendida por todos igualmente.
· Os efeitos não são estudados, pois se pressupõe que já há uma resposta-exposição às mensagens e o comportamento é esperado.
3) Modelo de Lasswell (Modelo dos 5Q´s):
O cientista político Harold Lasswell desenvolve um modelo comunicativo que supera a Teoria Hipodérmica.
· 1948
· Para ele, a comunicação é intencional, consciente e voluntária;
· Estuda os 5Q´s da notícia (Quem?, diz o que?, através de que canal?, A quem?, com que efeito?) – notar que apesar de se parecer com a estrutura do LIDE, não é a mesma coisa.
· A comunicação é individual, ou seja, os papéis do emissor e receptor surgem sozinhos, isolados. Não há reciprocidade.
· A mensagem é clara e completa.
4) Teoria da Persuasão (Fator psicológico – lembrar que ambas começam com P)
· A mensagem da mídia não é prontamente assimilada pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos individuais. Os efeitos da mídia não seriam de manipulação, mas de persuasão.
· Foco na mensagem e no destinatário.
· A mídia tem de persuadir o indivíduo, uma vez que que ele possui filtros individuais, ou seja, ao receber a mensagem, vai refletir sobre aquilo, sem aceitá-la facilmente.
5) Teoria Empírica de Campo ou Teoriados Efeitos Limitados
· Baseada em pesquisas da Sociologia.
· É paralela à Teoria da Persuasão.
· Segundo ela, a mídia cumpre papel limitado no jogo de influências das relações comunitárias.
· A mídia é apenas mais um instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas parte desta.
· Influência da mídia é tal qual da Igreja, da família, dos amigos.... Por isso, os filtros individuais são mais de origem social que psicológico.
6) Teoria Funcionalista (F= Função)
· Estuda as funções (papéis) exercidas pela mídia na sociedade e não os seus efeitos.
7) Teoria Crítica ( C= Indústria Cultural)
· Essa teoria inaugura a Escola de Frankfurt (Alemanha).
· Parte dos pressupostos das Teorias Marxistas.
· Pesquisadores da teoria: Theodor Adorno e Max Horkheimer (judeus que fugiram da Alemanha nazista para os EUA, onde desenvolveram seus estudos).
· Investiga a produção midiática como um típico produto da Era Capitalista.
· Lembrar do conceito de Indústria Cultural = a obra “pensa” pelo indivíduo... Quero ver um filme no cinema para me divertir ou para refletir? Para a indústria Cultural, os produtos midiáticos são feitos para consumo imediato, sem que haja uma reflexão sobre o que se está consumindo. "Obra de arte com produção industrial".
8) Teoria Cultorológica
· Anos 1960 – Edgar Morin
· Ao contrário do que pensa a Teoria Crítica, a T. Culturológica, parte do pressuposto deque a cultura de massa não é autônoma, mas parte integrante de uma cultura nacional, religiosa e humanística. A Cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a padronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular.
9) Teoria da ação pessoal ou “Gatekeeper” (JORNALISMO)
· Década de 1950. 
· Teoria proposta por David Manning White.
· Em português, tem-se a tradução da palavra Gatekeeper: “guardião do portão”.
· Nela, o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas, na qual o fluxo de notícias tem de passar por diversos “gates” (portões), filtros.
· Cabe ao gatekeeper decidir se essas notícias serão escolhidas ou não.
· Logo, conclui-se que se uma pessoa é quem vai decidir o que é ou não notícia, pode-se dizer que o processo de seleção é arbitrário e subjetivo.
· A análise das notícias parte apenas do ponto de vista de quem as produz: o jornalista.
10) Teoria Organizacional (Organização=Osmose)
· Desenvolvida por William Breed, que insere o jornalista na Organização para a qual ele trabalha.
· Segundo ela, o jornalista é socializado na política editorial da Organização por meio de uma sucessão sutil de recompensas e punições. No entanto, isso se dá de maneira sutil, sem que ele perceba.
· O novato (também podemos chamar “Foca”) acaba aprendendo as regras por “osmose”.
· “Autonomia consentida”.
· “O jornalista se conforma mais com as normas editoriais da política editorial da Organização do que com quaisquer crenças pessoais que tivesse trazido com ele próprio”.
Importante ressaltar que essa teoria descarta os fatores externos (como fatores sociais, históricos e ideológicos) que o jornalista carrega com ele, por ser um indivíduo socializado. Para essa teoria, o jornalista somente é socializado pela política editorial da Organização.
11) Teorias de Ação Política (Interesse político)
· As notícias são distorções sistemáticas que servem os interesses políticos de certos agentes sociais bem específicos que utilizam as notícias na projeção de sua versão de mundo, de sociedade, etc.
· Fica bem claro pensar nessa Teoria ao nos lembrarmos do famoso debate político promovido pela Rede Globo, em 1989, quando Lula e Collor disputavam as eleições presidenciais daquele ano. A emissora manipulou o debate em apoio ao candidato empresário em desfavor ao candidato sindicalista. Além disso, fez questão de levar à tona uma ex-amante de Lula para tentar rebaixar sua imagem. Collor ganhou as eleições.
12) Teorias Construcionistas (jornalista como contador de histórias)
· Rejeição à Teoria do Espelho
· Notícias são tratadas como uma construção, não como uma mera reprodução da realidade.
· Jornalista nesse contexto é um contador de histórias.
Segundo Stuart Hall (Multiculturalismo, inventor do termo Tacherismo), “as pessoas têm interesse em versões desse acontecimento; qualquer acontecimento pode ser construído das mais diversas maneiras e que se pode fazê-lo significar as coisas de um modo diferente. A notícia não é um relato, é uma construção”.
Ou seja, há vários modos de se contar uma mesma notícia. E dependendo de cada um desses modos, pode-se dar margem a diferentes interpretações.
13) Teorias Estruturalista e Interacionista
· Rejeição à Teoria do Espelho
· Notícias são resultado de processos complexos de interação social entre agentes sociais: os jornalistas e as fontes de informação, os jornalistas e a sociedade, os membros da comunidade profissional, dentro e fora de sua Organização.
Obs: Enquanto a Teoria Organizacional ignora os processos de interação social que ocorrem para além da empresa, ambas as teorias não só sublinham a importância da identidade das fontes de informação, como também refletem sobre as consequências sociais que resultam dos processos e procedimentos utilizados pelos jornalistas.
14) Teoria do agendamento ou Agenda Setting (JORNALISMO)
· 1973 – Mc Combs e Donald Shaw
· É a mídia quem pauta a sociedade, selecionando e até manipulando as notícias.
· Exemplos: casos de comoção pública.
· É a mídia quem escolhe o que público vai assistir, ler, informar-se. 
· Imprensa diz em “que pensar”.
· Criar agendas.
· Um exemplo: você vai comentar determinado assunto porque a mídia deu àquela pauta e nós a aceitamos. 
· Em um sentindo mais “limpo”: promover o debate, a discussão.
15) Teoria do Newsmaking (JORNALISMO)
· NEWS MAKING = “FAZER NOTÍCIA”
· Estuda todo o processo de produção da notícia e a função de cada um de seus membros na produção.
· De acordo com essa teoria, a produção de notícia ganhou um caráter de produção industrial, no qual cada um de seus membros tem uma função.
· Sendo assim, a teoria estuda o papel do editor, do redator, do repórter, do diretor, do pauteiro (se ele existir), do fotógrafo, do diagramador.
· O jornalismo de massa atende aos interesses do capital.
16) Teoria da Informação/Teoria Matemática/Teoria de Shannon e Weaver
· Proposta por Shannon e Weaver. 
· Paradigma matemático.
· A origem do modelo baseia-se na engenharia das telecomunicações, principalmente nas disciplinas matemática, estatística e física.
· É essencialmente uma teoria sobre a transmissão ótima das mensagens da fonte ao destinatário.
· A finalidade operativa é passar, através de um canal, o máximo de informação com o mínimo de distorção.
17) Teoria do processo: 
Trata-se do enfoque segundo o qual uma mensagem trafega entre dois entes que ocupam lugares de transmissor e receptor. Corresponde ao caso de estudos que se fundem ou partem de ciências da natureza.
18) Teoria dos Definidores primários: 
"Possíveis distorções do noticiário não seriam fruto de uma simples conspiração de profissionais da imprensa com os dirigentes da classe hegemônica, mas, na verdade, uma subordinação às opiniões das fontes que têm posições institucionalizadas". 
19) Teoria da Espiral do Silêncio:
· Proposta pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann.
· Ressalta a imposição dos meios de comunicação e a eficácia de provocar o silêncio.
· Os indivíduos buscam evitar o isolamento, o que os leva a associarem-se às opiniões dominantes.
· Entre indivíduos e mass media encontram-se grupos sociais que podem punir segundo a discordância.
· Os meios de Comunicação provocam o silêncio. (Logo, nota-se que essa teoria é oposta à Teoria do Agendamento, uma vez que nela, as pessoas são instruídas a promover o debate. Nessa teoria, ocorre o oposto).
· Se você não sabe sobre o que a pessoa está falando, ou mesmo se você discorda com a opinião dela, você fica quieto, ou poderá ser isolado.
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Existem outras dezenas de Teorias da Comunicação, mas essas são as mais lembradas, sendo que as marcadasem amarelo são as mais pedidas em provas de concurso. Também é importante ressaltar:
As Teorias da Comunicação também podem ser divididas em duas fases, sendo que, ambas possuem estudos das escolas Americanas e europeias, sendo:
1ª fase: os pesquisadores concentram suas atenções sobre as mensagens da mídia e seus efeitos sobre os indivíduos. 
Anos 1930 - 1970
· Teoria do Espelho
· Teoria Hipodérmica (1930)
· Teoria da persuasão (anos 1940)
· Teoria Empírica de Campo
· Teoria Funcionalista
· Teoria Crítica (Anos 1940/1950)
· Teoria Culturológica (Anos 1960)
2ª fase: pesquisadores enfatizam o processo de seleção, produção e divulgação das informações por meio da mídia.
A partir dos anos 1970
· Teoria do Agendamento ou agenda setting
· Teoria do Gatekeeper
· Teoria do Newsmaking
Ainda na década de 1970 surge a Escola latino-americana, com os estudos de recepção. Se o impacto social dos meios de comunicação de massa na sociedade norte-americana foi um dos fatores que impulsionaram a produção de conhecimento sobre comunicação naquela sociedade a partir da década de 1920, na América Latina, fatores como as marcas da dependência cultural também teve importância para o desenvolvimento de estudos de comunicação. 
Na década de 1990 surge a Teoria da Tecnocultura.
Segundo WOLF: 
Escolas Americanas: (Escola de Chicago, p. ex)
· Desenvolveram-se com pressupostos que consideram a manipulação, a persuasão e as funções da Comunicação.
· Os mass media contribuem para integrar o indivíduo na vida social, no consumo e na apreensão das políticas governamentais. (T. Culturalista)
· Ex: Teoria Hipodérmica, T. Culturológica
· Cidade como um "laboratório social"
Escolas Europeias (Escola de Frankfurt, p. ex)
· Pesquisadores, em sua maioria, seguem visão Marxista.
· Para a T. Crítica, a indústria Cultural anula toda a individualidade e a ideia de resistência.
· Ex: Teoria Crítica
	Paradigma
	Teoria da Comunicação
	 
	 
	Matemático
	Teoria da Informação
	Informacional
	Cibernética
	 
	 
	 
	Escola de Chicago
	Pragmatismo
	Teoria Comunicacional de Mead
	 
	Escola de Palo Alto ou Mead
	 
	 
	 
	Teoria Hipodérmica
	Mass Communication Research - 
	Modelo de Lasswell
	Pesquisa da Comunicação de massa -
	Teoria da Persuasão
	Conjunto de tendências de pesquisa norte-americana na 1ª metade do século XX
	Teoria dos Efeitos Limitados
	 
	Teoria Funcionalista
	 
	 
	 
	Hipótese dos usos e gratificações
	Extensões e aprimoramento da Mass Communication Research (a partir dos anos 1960 
	Agenda Setting
	do século XX)
	Newsmaking
	 
	Espiral do silêncio
Duas visões: concepções opostas de Comunicação
1) Efeitos: quais os efeitos que a Comunicação produz nas pessoas? O efeito é o foco da transmissão da mensagem. Os efeitos são a preocupação dos estudos do início do século XX.
· Disjunção
· Teoria da bala mágica: "efeitos diretos e imediatos".
· Agenda Setting: "efeitos a longo prazo".
2) Interatividade: como o público consome, lida, apreende, e, eventualmente, modifica as mensagens das mídias jogadas sobre ele? A comunicação é um processo social e interacional entre agentes transmissores e receptores. O foco passa a ser os receptores e não mais os emissores.
· Conjunção
Obs: mesmo as escolas não norte-americanas, como a Escola de Frankfurt, assimilam a forte noção de efeitos diretos dos meios de comunicação de massa sobre os expectadores.
Comunicação Pública 
O primeiro conceito que se deve ter em mente em relação à Comunicação Pública é de que Comunicação pública não tem o mesmo significado de Comunicação governamental ou comunicação política.
· Comunicação governamental: Visa à prestação de contas, ao estímulo para o engajamento da população nas políticas adotadas e ao reconhecimento das ações promovidas. Ex: páginas de transparências, propagandas de estímulo a práticas de cidadania, etc.
· Comunicação política (marketing político): comunicação dos partidos políticos, com foco no processo eleitoral. Ex: propagandas políticas obrigatórias.
Ambas utilizam a propaganda a seu favor, buscando ações rápidas.
A Comunicação pública, ao contrário, trata dos processos de comunicação (instrumental) realizados pela sociedade civil organizada, Estado, governo e terceiro setor, com foco no interesse público, na formação de uma sociedade cidadã e democrática, em encurtar distâncias sociais, reduzindo as diferenças e em ampliar a capacidade analítica individual em prol do coletivo.
“É a comunicação que acontece no espaço público e pretende ser um meio de negociação, debate e interesse público, envolvendo a sociedade civil, o Estado e o governo”.
Por que devemos ampliar a capacidade analítica individual em prol do coletivo?
Porque segundo a CF, sendo o Brasil um Estado Democrático de Direito, é corresponsabilidade do cidadão e do governo a formação do Estado e a defesa do interesse público.
"Atividade que se origina a partir do Direito público à informação, cuja base político-democrática integra o conjunto das condições para viabilizar a sociedade civil".
O que é interesse público?
É o que é de interesse de todos (coletivo). Tendo em vista a consideração de que a Comunicação pública é um “bem público”, entendemos que ela pertence a todos, por isso, todos devem zelar por ela a fim de garantir que ela seja, de fato, estabelecida.
Aspectos da Comunicação Pública:
· Pluralidade
· Valoriza a diversidade e a diferença
EBC – Empresa Brasil de Comunicação
· Empresa pública de comunicação pública
· Inaugurada em 2007
· Gestão de emissoras de rádio e TV com conteúdo diferenciado dos canais estatais e governamentais.
Definição de Comunicação pública pela EBC:
“Ocorre no espaço formado pelos fluxos de informação e interação entre agentes públicos e atores sociais (governo, Estado, sociedade civil) em temas de interesse público”.
· Ocupa-se da viabilização do direito social coletivo e individual ao diálogo, à informação e à expressão.
Ambiente de comunicação de interesse público: ONGS, Judiciário, Legislativo, movimentos sociais, partidos, governos, cidadão, empresa, imprensa, entidades representativas.
As informações da Comunicação Pública são agrupadas nas seguintes categorias:
a) Institucionais: o que esperar, onde buscar e reclamar.
b) De gestão: discursos, metas, intenções, motivações, prioridades e objetivos.
c) De utilidade pública: serviços e orientações. Ex: imposto de renda, campanhas de vacinação, sinalização, causas sociais.
d) De prestação de contas: esclarecimentos políticos, fiscalização da ação do governo.
e) De interesse privado: diz respeito, exclusivamente, ao cidadão, empresa ou Instituição. Ex: cadastro bancário.
f) Mercadológicos: produtos e serviços que participam de concorrência no mercado.
g) Dados públicos: normas legais, estatísticas, decisões judiciais, legislação e normas.
Instrumentos básicos para a efetivação da Comunicação pública: 
· Pesquisas, políticas, planos, diretrizes, programas, manuais, normas, canais institucionais, operações e produtos.
As políticas públicas devem ser integrativas, elaboradas participativamente, devem exercitar uma visão global e ter uma perspectiva duradoura.
Quatro eixos centrais da Comunicação pública: (para lembrar os eixos, e só lembrar-se da sigla TAIO )
1- Transparência: valores éticos por todos os agentes envolvidos.
2- Acesso: facilidade para obter informações.
3- Interação: fluxos bi ou multilaterais, diálogo equilibrado e simétrico. (Todos têm o direito de falar e de serem ouvidos).
4- Ouvidoria social: Pesquisa e habilidade de compreender motivações, interesses, propostas e critérios de satisfação. 
Obs: um ponto bastante importante sobre a Comunicação pública: ainda que se tenha captação de recursos PRIVADOS para finalidade PÚBLICA, tem-se comunicação pública. Isso é facilmente explicável, se entendemos que a reponsabilidade pelo interesse social não é apenas do governo, mas de toda a sociedade civil. Portanto, entidades privadas PODEM, sim, atuar como meios de Comunicação pública.
Exercícios:
	
1) Basicamente, o jornalismo público:
(A) tem o Estado como únicafonte de informação.
(B) é distribuído de forma gratuita aos seus leitores.
(C) existe para divulgar as realizações do poder instituído.
(D) se pauta pelo interesse do cidadão.
(E) é financiado pelo Estado.
R: D
	
2) O campo de atuação da Comunicação Pública: 
(A) corresponde à mediação das relações socioculturais, políticas e econômicas por ser um espaço ativo de troca de informações.
(B) trata dos estudos e estratégias de informar adequadamente os cidadãos, com o objetivo de orientá-los a cumprir as políticas institucionais.
(C) diz respeito à interação e ao fluxo de informação relacionados a temas de interesse coletivo.
(D) diz respeito aos fluxos de informação e padrões de relacionamento envolvendo os gestores e a ação do Estado e a sociedade.
(E) trata do discurso e da ação de governos, de partidos e de seus agentes na conquista da opinião pública em relação a ideias ou atividades que tenham a ver com poder político.
R: C
Opinião pública
Surge no contexto da Revolução Francesa.
O primeiro conceito que se deve ter em mente ao tratar de Opinião pública é o de que ela NÃO é unânime, nem representa a opinião da maioria.
A opinião pública é uma coleção de opiniões individuais, independentemente do grau de concordância ou uniformidade.
Segundo GAULT: “Vai surgindo geralmente, como resultado de uma análise lenta, porém mais espontânea do que deliberada, em certo entendimento sobre os interesses comuns e fundamentais de parte de todos os membros do grupo”.
Segundo HABERMAS: "A opinião pública significa julgamento, questionamento e é importante fator para controlar o exercício do poder político. A opinião pública se baseia na racionalização".
Características da opinião pública:
· Não é uma opinião unânime;
· Não é, necessariamente, a opinião da maioria;
· É uma opinião composta, formada por diversas opiniões existentes no PÚBLICO;
· Está em continuo processo de formação em direção a um consenso completo, sem, dificilmente, alcançá-lo.
A opinião é consciente e racional. A nível de conscientização pode ser:
a) Estática: há uma predisposição para manifestar-se.
b) Dinâmica: predisposição vem à tona, é expressa, existe consciência.
A nível de estrutura social, pode ser:
a) Nível primário: contato direto, opiniões e os debates familiares, problemas concretos.
b) Secundários: “sociedade”. Os problemas são abstratos, o indivíduo fica isolado.
Segundo AUGRAS, três fatores influenciam a formação da opinião: 
a) Fatores psicológicos: nível interpessoal. É o fator psicológico que forma as atitudes e as opiniões. Papel desempenhado por vários fatores hereditários e ambientais na formação das opiniões individuais. Explica motivações, mecanismos de defesa, atitudes e opiniões sobre determinadas realidades, ainda que seja um fator que atua no nível individual.
b) Fatores sociológicos: nível social. São os fatores sociológicos os responsáveis por construírem as atitudes do grupo por meio de sua classe social, seu habitat e seu círculo de convivência. “Opinião pública como meio de controle social”.
c) Fatores históricos: nível histórico. São eles quem de fato, desencadeiam a opinião pública.
Obs: os fatores afetivos e irracionais desencadeiam uma corrente de opinião.
É importante ressaltar também que em um sistema democrático, a opinião pública é informada e inteligente. 
Jeremy Bentham: “Opinião pública é parte integrante de qualquer teoria democrática do Estado”.
Técnicas para estudo da opinião pública:
1) Experimentação: pequenos grupos, situados no interesse interpessoal. Opinião é mais facilmente manipulada por esse método.
2) Observação: inclui desde a análise histórica e sociológica até à pesquisa.
“Opinião tem origem nos grupos, mas só isso não caracteriza opinião pública porque esses grupos se juntam e transformam-se em públicos, que organizados em torno de controvérsias, estando próximos ou distante fisicamente, discutem, informam-se e criticam, dando forma à opinião pública”.
Com base nessa premissa, nota-se que a ideia de opinião pública consiste na relação de um público específico e organizado, que possui opiniões definidas sobre determinado tema. Sendo assim, pode-se dizer que o conceito de público é diferente do conceito de massa e multidão. É importante diferenciá-los, à medida que a opinião pública vem à tona quando existe de fato um público, mas, dificilmente, surge no contexto de massa ou multidão.
· Multidão:
A multidão tem origem biológica e remonta aos tempos em que o homem vivia nas cavernas, por isso, dentre as três, é a forma mais antiga de comportamento coletivo.
Na multidão, os integrantes são comandados pela ação de ferormônios. É como se todos passassem a agir como se fossem uma única pessoa, de maneira irracional, por estarem sob efeito do hormônio.
Nela, o indivíduo deseja ser anônimo.
A multidão é criada a partir de quatro estágios:
1) Acontecimento emocionante;
2) Encontro. Indivíduos se encontram e passam a trocar ferormônios;
3) Objetivo. Surge uma ideia de ação;
4) Ação. Multidão age.
“É a certeza de que seus atos individuais não serão descobertos que dá à multidão a liberdade de agir”.
· Massa:
As massas surgem no contexto da Revolução Industrial, no século XIX, quando a produção passa a ser feita de forma homogênea e para um grande número de pessoas. Essa mesma ideia rege os princípios da comunicação de massa.
Por isso, a massa age como a multidão, de maneira irracional e manipulável. 
A diferença entre elas é que não há proximidade física, logo, não há ação de ferormônios envolvidos. Enquanto na multidão, o indivíduo quer ser anônimo, nas massas, ele quer ser parte dela, ser aceito, ser igual a todo mundo.
Fica fácil distinguirmos massa de multidão se pensarmos nos meios de Comunicação de massa. O rádio, um de seus representantes, divulga a mesma notícia (o seu produto) para ser consumido da mesma maneira por milhares de pessoas, no entanto, elas, dificilmente, estarão juntas, embora recebam a mesma mensagem.
Um exemplo fácil para vislumbrar a questão é pensar num paradoxo com o qual a Indústria Cultural discorre sobre o assunto. Compramos um tênis porque gostamos do tênis ou por que todo mundo está usando o tênis? E todo mundo está usando o tênis porque gostou ou por que uma indústria cultural da moda ditou que aquele tênis é o tênis da moda, e, todos devem consumi-lo?
O poder de persuasão dos meios de comunicação de massa (também chamado mass media) é tal que serviram como veículos oficiais de propaganda dos governos Totalitários do século XX, período em que o Rádio estava no auge (por exemplo, durante a II Guerra Mundial – 1938-1945), sem a concorrência da televisão, que só viria a aparecer em 1950.
Seus representantes políticos, como Hitler, sabiam que poderiam se utilizar desses meios, pois as “massas” acreditariam facilmente naquela propaganda.
“Poder massificante da sociedade é de tal ordem que o indivíduo se recusa a acreditar que é apenas uma peça da engrenagem social e que suas ideias foram implantadas pela mídia”.
Tal citação reflete a Teoria do Agendamento, na qual os meios de Comunicação agendam a sociedade, no entanto, as “massas irracionais” se recusam a acreditar nisso, e acreditam que pensam por conta própria, enquanto é a própria mass media quem está pensando por ela.
· Mass media: sistemas organizados de produção, difusão e recepção de informação. Transmissão para um grande número de pessoas. Esses sistemas são geridos por empresas especializadas na comunicação de massas e exploradas nos regimes concorrenciais, monopolistas ou mistos. As empresas podem ser privadas, públicas ou estatais. 
· Público:
Ao contrário dos conceitos de multidão e massa, o público é um grupo de indivíduos com interesses em comum, que pode ser organizado ou não organizado.
Finalmente, esse agrupamento alcança a maturidade intelectual e psicológica. 
O público é um ser racional que defende sua individualidade.
Cada indivíduo do público não quer ser anônimo, nem igual aos outros, mas, sim, ser ele próprio, com suas próprias opiniões e ideologias, advindas de suas própriasreflexões.
Ou seja, o público passa por um processo de individualização.
 
O público pode ser de dois tipos:
1) Organizado: sindicatos, organizações comerciais, etc.
2) Não organizado: fregueses, leitores, etc.
Agora fica fácil entender porque a opinião pública em sistemas democráticos é informada e inteligente. Bem, se a opinião pública é decorrente de diversas opiniões existentes no público, e público é um grupo de pessoas que pensam e refletem, logo, um Estado autoritário não permitiria aos cidadãos que esses pensassem, pois isso representaria uma “arma” ao sistema; e sem pensar, não há como formar o público, apenas massas, e, sem público, não se forma a opinião pública.
Resumindo...
	Multidão
	Massa
	Público
	Contiguidade física
	Fisicamente separado
	Junto ou separado
	Irracional
	Irracional
	Racional
	Quer ser anônimo
	Quer ser igual a todo mundo
	Quer ser ele próprio
	Ferormônio
	Sem ferormônio
	Sem ferormônio
	
	Informação controlada
	Abundância de informação
	
	Estados Totalitários
	Estados Democráticos
· Meios de Comunicação formadores de opiniãomeios de manipulação de opiniões e atitudes dos grupos.
· Meios de Comunicação persuasão/manipulaçãoreforçar, criar, remover atitudes ou opiniões. 
Exercício:
	
Um sistema social pode ser considerado uma sociedade de massa não unicamente por sua grande dimensão: alguns países têm uma grande densidade populacional e uma pequena extensão territorial. A ideia de sociedade de massa está essencialmente ligada a duas características:
a) Divisão das classes sociais e as relações sociais que se dão entre os indivíduos de cada classe.
b) A forma das relações sociais que unem os indivíduos entre si e o tipo de ordem social.
c) A interdependência dos indivíduos e a ordem social que se estabelece entre as classes.
d) As qualidades individuais e as relações de interesse entre as classes.
e) Os atributos coletivos das classes e as relações de interesse entre eles.
R: B
	
(Petrobras, Cesgranrio - Jornalista - 2008) O sistema de comunicação externa é responsável pelo posicionamento e pela imagem da organização na sociedade. Por isso, seu foco é a opinião pública. Nesse sentido, atualmente, a comunicação externa de uma empresa necessita:
a) Aprumar seu discurso à procura de pontos que possam justapor os interesses dos consumidores e os da empresa, sem se desviar dos compromissos éticos.
b) Assumir a postura moralista nos negócios, considerando a nova realidade social e impondo padrões elevados de comportamento aos parceiros.
c) Oferecer produtos honestos e de qualidade, omitindo eventuais erros e desleixos para preservar a lucratividade e o bem-estar dos funcionários.
d) Efetuar uma cobrança social mais efetiva em torno dos serviços das instituições, exigindo maior clareza e mais profissionalismo.
e) Avaliar de maneira cuidadosa as atitudes dos consumidores, tornando-se mais ágil nas respostas e no atendimento às demandas pelos produtos.
R: A
Pesquisa
Uma das formas de se ter acesso à opinião pública ou a opiniões sobre determinados produtos, serviços ou marcas é por meio da realização de pesquisas. 
Além disso, as pesquisas são muito úteis para a formulação das estratégias, redução de riscos e identificação de valor de uma Organização.
Normalmente, uma pesquisa é composta de 4 etapas:
1) Briefing: o problema que eu quero resolver na pesquisa
2) Planejamento: tamanho da amostra, tipo, metodologia, budget...
3) Aplicação do questionário/roteiro
4) Avaliação – interpretação dos resultados finais
Antes de falarmos sobre os tipos de pesquisa, é importante entender a diferença entre dados e informação.
· Dados:
a) Primários: a empresa tem de ir a campo buscá-los, pois, nem ela própria nem outra Instituição ainda o fizeram. Os dados primários respondem a questões específicas da Organização.
b) Secundários: Os dados já estão disponíveis no mercado. Cabe a empresa apenas consulta-los. Podem ser de dois tipos:
(a) Internos: nesse caso, o dado a ser consultado encontra-se nos registros da empresa porque alguém já os consultou previamente.
(b) Externos: nesse caso, o dado está localizado em uma outra empresa ou Instituição. Cabe à empresa ir buscá-los.
· Informação:
São os dados interpretados dotados de relevância.
Tipos de pesquisas:
a) Exploratória: levantam hipóteses. Exploram problemas. (São do tipo Qualitativas)
b) Descritiva: mensuram, medem as hipóteses. (São do tipo Quantitativa)
c) Experimentais: unem as duas anteriores (São qualitativas e quantitativas)
Tipos de metodologias:
a) Qualitativa: trabalham com perguntas abertas, subjetivas, medem a reação inicial de um produto. Buscam informações mais profundas, mais ricas.
b) Quantitativa: trabalham com questionários, são objetivas. Reúne, registra e analisa todos os dados numéricos que se referem às atitudes e aos comportamentos do público-alvo. Para medir opiniões, reações, sensações, hábitos e atitudes de um universo (público-alvo), através de uma amostra que o representa de forma estatisticamente comprovada. Ex: pesquisa eleitoral
Diferenças entre a pesquisa qualitativa e quantitativa:
Na quantitativa, a amostra é bem maior que a da qualitativa, pois é possível aplicá-la a um número maior de pessoas. Também, por isso, leva mais tempo para realizar e logo, é mais cara que a qualitativa.
Resumindo...
	Tipos
	Metodologias
	Formas de abordagem
	Exploratórias
	Qualitativa
	Entrevistas em profundidade, Focus Group
	Descritivas
	Quantitativas
	Questionário
· Focus Group ou Grupo de Foco: entrevistas realizadas com um grupo de 6 a 10 pessoas (pequenos) controladas por um mediador.
· Costumam ter roteiro.
· Comum ter uma parede falsa com alguém ouvindo e anotando o que está sendo falado.
· Comum ter algum tipo de pagamento no final.
· Identifica tendências.
· Entrevista em profundidade: entrevistas com perguntas completas e bem estruturadas.
· É direta e pessoal.
· Subjetiva.
Outros tipos de pesquisa:
· Pesquisa etnográfica: (Etnia) – pesquisa de imersão. Quem está pesquisando, passa a viver a realidade do pesquisado. Ex: antropólogos que passam a viver por certo tempo com índios para conhecer melhor a realidade das tribos.
· Pesquisa netnográfica: – parte do mesmo pressuposto da pesquisa etnográfica, com a diferença de que ocorre no mundo virtual, ou seja, o pesquisador passa a “frequentar” as mesmas comunidades virtuais, redes de relacionamento, os mesmos sites que os pesquisados.
· Pesquisa de Clima organizacional: Realizada pela assessoria de comunicação ou pelos RP para identificar opiniões do público interno da Instituição a respeito da própria empresa.
· Pesquisa de Auditoria de Imagem: Verifica a aderência entre o posicionamento da empresa e a percepção do mercado. O ideal é que esse posicionamento e a percepção seja total. Nem sempre isso ocorre. 
· Pesquisa de mercado: discussão ampla. Busca dados mercadológicos, dados de compras, dados de aceitação de produto, dados envolvendo hábitos de consumo.
· Obs: pesquisa “Ad Hoc”: pesquisa contratada que serve para responder algo específico.
“As pesquisas de opinião são capazes de retratar tendências, mas não podem ser tomadas como a própria opinião pública”.
Manual Oficial de Redação da Presidência da República
O que é?
· É o conjunto de correspondências, atos normativos e diversos outros textos usados no serviço público.
· É a maneira pela qual o Poder Público redige seus documentos.
Obs: além do manual de redação da Presidência da República, há outros manuais, como o do CNJ, o do STF e o do Senado Federal, no entanto, as provas de concurso público costumam cobrar apenas as regras do manual da Presidência da República, que também são mais usuais no cotidiano de outros órgãos da Administração pública.
Esses manuais, no entanto, não se contradizem, eles se complementam.
Emissor, Receptor e Assunto:
A redação oficial conta com três elementos principais:
1. Emissor: quem emite o assunto. No caso do uso da Redação Oficial, o emissor será SEMPRE um emitente do Poder Público, seja ele órgão, departamento, setor.
2. Receptor: há dois tipos de receptores:1. O próprio Poder Público 
2. Os cidadãos.
3. Assunto: o assunto a ser tratado nos expedientes oficiais será sempre relativo às atribuições do serviço público na Administração pública.
Resumindo...
	Emissor
	Receptor
	Assunto
	Comunicação Oficial?
	Administração Pública
	Particular
	Particular
	NÃO
	Particular
	Administração Pública
	Público
	NÃO
	Administração pública
	Administração pública
	Público
	SIM
	Administração pública
	Particular
	Público
	SIM
Obs importante:
Se um particular enviar mensagem a pessoa de órgão público, essa correspondência não terá caráter oficial, mesmo que o assunto seja de interesse do órgão, pois a correspondência oficial sempre parte da Administração pública.
Se uma pessoa da Administração pública enviar uma correspondência a um particular, mas o assunto for de cunho particular, então não haverá comunicação oficial, pois, o assunto deve ser de ordem das atribuições do serviço público. 
Características:
Existem seis características básicas da correspondência oficial: clareza, concisão, padrão culto, impessoalidade, formalidade e uniformidade (padronização). Tais características provêm do Art. 37 da CF/88 que dispõe sobre os princípios éticos na Administração Pública direta ou indireta, a saber: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (Para lembrar, lembre-se da sigla LIMPE).
1. Clareza: 
Provem do princípio da publicidade.
“Claro é todo texto que possibilite imediata compreensão do leitor”.
Ou seja, o texto claro é o texto inteligível, que é entendido por todos, por isso, não pode haver uso da ambiguidade.
Desde os leitores com menos escolaridade até os mais letrados precisam ler uma comunicação oficial e entender seu conteúdo.
2. Concisão:
Provem do princípio da publicidade.
“Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras”.
A ideia da concisão é a de o texto ser claro e objetivo;
Ser enxuto;
As questões repetidas devem ser cortadas. Para isso, deve haver releitura do texto para saber se há ou não repetição de ideias.
“Economia linguística”.
3. Padrão culto:
Para garantir o padrão culto da linguagem, devem-se observar as regras da gramática formal.
O vocabulário ideal empregado nas correspondências públicas é aquele vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.
Por isso, devem ser abolidos desse tipo de comunicação:
(1) Gírias
(2) Regionalismo
(3) Jargões técnicos
(4) “Burocratês”
Obs: não existe um “padrão oficial” de linguagem, mas apenas um padrão culto. As provas costumam perguntar muito sobre o padrão oficial de linguagem para “pegar” o aluno, mas ela não existe.
4. Formalidade:
Diz respeito à forma, ou seja, respeitar as formalidades.
Em primeiro lugar, a formalidade também zela pela cordialidade e polidez, que são características obrigatórias do serviço público. Isso significa dizer que é obrigação do servidor ser cordial, dizer “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite”.
Exige-se cortesia e a elegância no uso das palavras e na forma de abordar o assunto em questão.
Outro aspecto bastante importante da formalidade é usar adequadamente os pronomes de tratamento (Vossa Excelência, Vossa Senhoria, etc ).
Usar as palavras adequadas – conteúdo respeitoso ao leitor.
Obs: O uso da formalidade não diz respeito ao rebuscamento ou à prolixidade (se alongar, demorar, enrolar). Pelo contrário, basta usar do padrão culto (aquele em que todos entendem o que é dito e ser conciso – usar o mínimo de palavras para o máximo de informação).
5. Uniformidade:
A comunicação oficial deve ser uniforme, ou seja, trabalhar com o mesmo tipo de papel, a correta diagramação, manter a clareza da diagramação, etc.
É a formalidade e a padronização que permitem a uniformidade do texto.
6. Impessoalidade:
A impessoalidade prevê a inexistência de um universo subjetivo e pessoal, ou seja, o ponto de vista pessoal NUNCA ser deve expressado.
Ex: se quiser elogiar o trabalho de colega, nunca poderá fazê-lo pelo e-mail do órgão ou dentro dele, pois a impessoalidade prevê que é OBRIGAÇÃO do servidor público ser eficiente (princípio da eficiência no LIMPE).
O tratamento adequado tanto para o receptor da Administração pública ou particular é a impessoalidade.
Não existe espaço para comentários pessoais.
Não se deve manifestar juízo de valor.
· Manifestações de apreço e desapreço são proibidas. Por quê?
R: Porque o princípio da eficiência é previsto nos preceitos da Adm. Pública, ou seja, fazer um bom trabalho, nada mais é do que obrigação do servidor para com o Estado.
Observação importante: o uso da primeira pessoa.
Estamos acostumados na redação dissertativa a NUNCA escrever na primeira pessoa do singular (“EU”), por isso, pode-se pensar que na comunicação oficial, o mesmo preceito é válido. Mas não é. Pode-se, sim, fazer o uso da primeira pessoa do singular em documentos públicos, isso dependerá do tipo de documento. Ex: laudos médicos, perícias técnicas, encaminhamentos. (Eu atesto que Fulano de tal está apto para...). Nesses casos, o uso é permitido. Porém, quando somente o uso da 3ª pessoa for permitido, então ao usar a 1ª estará cometendo um erro. Por ex, nos casos de Ofício.
Pronomes de tratamento:
O uso do Você, embora frequente, é um pronome de tratamento informal. Como um dos preceitos do manual é o padrão culto da linguagem, o “você” está proibido no manual. Utiliza-se na comunicação oficial:
Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Magnificência, Vossa Majestade, Vossa Alteza, Vossa Santidade, Vossa Eminência, Vossa Eminência Reverendíssima.
Sendo os mais comuns Vossa Excelência e Vossa Senhoria.
· Para Vossa Excelência:
	Poder Executivo
	Poder Legislativo
	Poder Judiciário
	
	
	
	1. Presidente da República
	1. Deputados Federais
	1. Ministros dos Tribunais Superiores (STF, STJ, TSE, STM)
	2. Vice-Presidente da República
	2. Deputados Estaduais
	2. Membros dos Tribunais Superiores 
	3. Governador dos Estados e DF
	3. Senadores
	3. Juízes
	4. Vice-Governadores dos Estados e DF
	4. Ministros do TCU
	4. Auditores da Justiça Militar
	5. Ministros de Estados
	5. Conselheiros dos TCE (Tribunal de Contas Estaduais)
	
	6. Embaixadores
	6. Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais
	
	7. Oficiais-Generais das Forças Armadas
	
	
	8. Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial
	
	
	9. Prefeitos
	
	
Obs: Nota-se que o uso de Vossa Excelência é galgado a ALTAS AUTORIDADES dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, normalmente, com cargos de confiança e indicados pelo alto escalão, aliado aos cargos eleitos (Prefeito, Deputado...)
Os cargos de Embaixadores, Oficiais-Generais das Forças Armadas e Juízes são a exceção à observação acima, pois, são cargos que foram conquistados por meio de concursos públicos. 
Obs: Promotor, Procurador e Defensor são tratados como Vossa Excelência, pois ocupam quase que a mesma hierarquia de um juiz.
· Para Vossa Senhoria: 
Demais autoridades (inclusive o vereador) e particulares.
· Para Vossa Magnificência:
Reitores de Universidades
· Para Vossa Santidade:
Papa
Os pronomes de tratamento SEMPRE serão utilizados na terceira pessoa. Além disso, eles concordam com o sexo da pessoa a quem se referem:
Ex: 
1. Vossa Excelência enviou o SEU relatório. (NUNCA VOSSO/VOSSA)
2. Vossa Excelência estava atento. (Homem)
3. Vossa Excelência estava atenta. (Mulher)
Dica importante:
· Vosso: Estou falando diretamente com a pessoa.
· Sua: Estou falando da pessoa.
· Se for HOMEM... Concordância no MASCULINO
· Se for MULHER... Concordância no FEMININO
Uso do vocativo: (Como vou me dirigir à pessoa)
Para cada tipo de pronome, há um vocativo próprio. A saber:
	PRONOME
	VOCATIVO
	
	
	
Vossa Excelência
	Excelentíssimo Senhor [cargo], (só para chefes dos poderes)*
	
	Senhor [cargo], (para os demais)
	Vossa Senhoria
	Senhor [nome],
	Vossa Magnificência
	Magnífico Reitor,
	Vossa Santidade
	Santíssimo Padre,
* Presidente do Poder Executivo Federal (Pres. Da República), Chefe do Judiciário (Presidente do STF) e Presidente do

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