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Introdução a Engenharia Elétrica - 323100 Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamentos da Engenharia Elétrica PCS Computação e Sistemas Digitais PEA Energia e Automação Elétricas PSI Sistemas Eletrônicos PTC Telecomunicações e Controle Novembro de 2020 Módulo 1 – Motores e acionamentos Aula S9 V1.5 2 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua 3. Acionamento direto de um motor brushless 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 3 • São máquinas elétricas capazes de converter energia elétrica em energia cinética. • Em geral, funcionam pela interação de campos eletromagnéticos, entre as partes fixas e móveis do motor. • Princípio geral de funcionamento pode ser visto em uma bússola. • Agulha: parte móvel, magnetizada, procura alinhar seu campo magnético a um campo magnético externo, fixo, do próprio planeta Terra. Motores elétricos: fundamentos Atenção: o pólo norte geográfico é um pólo sul magnético. 4 • Para produzir campos magnéticos: imãs permanentes ou eletroímãs. Campos magnéticos Natural Magnetita Artificial Neodímio, Ferro e Boro S N Corrente elétrica Bobina como eletroímã Outra forma de ver uma bobina eletroímã : espira ou enrolamento 5 Interação de campos magnéticos - Torque N S Linhas de campo magnético próximo da superfície terrestre criadas pelo magnetismo do núcleo do planeta • Ex.: Bússola – sua agulha possui um movimento oscilatório, com tendência de alinhar a direção do seu campo magnético na direção do campo magnético terrestre. • A força magnética resultante da interação dos campo produz um torque na agulha. • Em condições normais, após certo tempo, a bússola adquire uma posição fixa, estável. Torque Pergunta: Como perpetuar o movimento da agulha num certo sentido? ... surge um torque ... ou binário de forças Linhas de campo da agulha da bússola 6 • Tipicamente motores rotativos, mas existem motores lineares (Google: Maglev). • Estator: parte fixa, pode alojar uma das fontes de campo magnético. • Rotor: parte móvel, à qual existe um eixo acoplado, solidário. • Em motores rotativos, geometria tipicamente cilíndrica. • Diversas configurações de diâmetro e comprimento para rotor e estator. Motores elétricos – geometria e definições Estator Rotor Eixo Eixo Estator Rotor Escovas do comutador 7 P: Mas como manter o movimento de rotação da agulha? R: Pelo menos um dos campos magnéticos precisa mudar ao longo do tempo! • A partir de 1820~1830: inúmeras experiências para se dominar esta tecnologia. • Algumas das personalidades que se dedicaram ao tema: Arago, Faraday, Maxwell, Clarke, Davenport, Siemens, Gramme, Edison, Krapp, Brown, Tesla, Ferraris, Boveri, Steinmetz, Westinghouse, Stanley, ... • Várias geometrias, materiais, métodos e eletricidades (contínua ou alternada). • Primeiras soluções: uso de um “comutador mecânico”, entre rotor e estator, para inverter o sentido da corrente nas espiras do rotor, mudando automaticamente o campo magnético do rotor, conforme o eixo gira. este é o princípio do motor de corrente contínua com escovas! • Soluções posteriores: adoção de correntes que naturalmente mudam de sentido ao longo do tempo, ou seja, correntes alternadas (senoidais), mudando o sentido do campo magnético. Uso de múltiplas correntes alternadas (polifásicas) campo girante de Tesla e Ferraris). • Soluções contemporâneas: sistemas de comutação eletrônica das correntes (brushless e drivers). Retornando à pergunta da agulha... Corrente Comutador e Escovas Motor DC de de Thomas Davenport (1834) 8 Primeiras máquinas elétricas rotativas Galileo Ferraris Nicola Tesla Sir William Siemens Motor DC Gerador DC Motor AC Motor DC Motor DC 9 Alguns motores contemporâneos 10 Mais motores, em locais inusitados! 11 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua 3. Acionamento direto de um motor brushless 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 12 • Muito comuns, com acionamento e controle simples. • Diversos tamanhos, potências e tensões de alimentação. • Acionados por uma tensão contínua. • Em geral: • O controle da magnitude da tensão controla a velocidade de rotação. • O controle da corrente de alimentação controla o torque no motor. • Desvantagens: possuem escovas e o comutador (partes móveis eletrificadas) que se desgastam ao longo do tempo e produzem algum faiscamento (e também interferências eletromagnéticas nas proximidades). • Tipos mais modernos: motores brushless (sem escovas) alto desempenho, altíssimas velocidades, alta durabilidade, alta eficiência energética (uso em drones, veículos elétricos,...). Trivia: Vários motores podem ser considerados de corrente contínua, mas seu acionamento pode requerer uma eletrônica especialmente desenvolvida para aquele motor. Os motores brushless são um exemplo. Se você comprar o motor, deve comprar ou desenvolver a eletrônica de acionamento. Trivia 2.0: Os motores brushless, essencialmente, são motores polifásicos de CORRENTE ALTERNADA! O conjunto com sua eletrônica de acionamento é que pode ser considerado um sistema de corrente contínua. Motores elétricos de corrente contínua (CC) 10 [kW] 30 [W] 5 [W] 13 • Pequenos, compactos, com potências até poucas dezenas de Watts [W]. • Em geral: dois terminais, com tensão, corrente, potência e velocidades nominais, especificadas pelo fabricante. • Tensões típicas: 3 [V], 6 [V], 12 [V], 24 [V]. • Velocidades típicas de 1.000 a 16.000 [RPM]. • Normalmente utilizados com algum conjunto de engrenagens (redutor) ou polias, para diminuir a rotação do eixo da aplicação, mas aumentando o torque do conjunto. • Característica importante: inverter a tensão de alimentação inverte o sentido de rotação do motor. Motores CC de potência fracionária Configuração típica Estator com imãs permanentes. Rotor bobinado com comutador e escovas. Motor CC com redutor acoplado Trivia: Em algumas aplicações, utilizam-se alguns capacitores entre os terminais do motor para reduzir o ruído e as interferências produzidas pelas escovas e comutador. 14 • Motores modernos, de alta confiabilidade, alto rendimento e de menor manutenção. • O motor pode possuir vários terminais (2, 3 ou mais). • O estator possui bobinas, mas o rotor só possui um conjunto de imãs permanentes, não há comutador ou escovas! • Precisam de uma eletrônica para controle a acionamento (driver). Este driver possui dois terminais, com polaridade definida, que não podem ser invertidos !!!! • Altas velocidades e potências em pequeno volume. Correntes podem ser MUITO elevadas. • Podem ter a eletrônica de acionamento integrada ao motor, ou não. Motores CC brushless (BLDC) Configuração típica Estator com bobinas fixas. Rotor com imãs permanentes. Driver integrado ao estator Driver de um motor Rotor EstatorMotor (3 terminais) Motor e driver em aeromodelismo Ventoinha de PC Motor deste driver 15 • A comutação das correntes é feita nas bobinas fixas do estator, de forma eletrônica! • Uma circuito dedicado percebe a posição dos pólos magnéticos dos imãs do rotor, para que possam ser escolhidas as magnitudes e direções das correntes que devem ser colocadas nas bobinas do estator para produzir o torque desejado. • Exemplo: Brushless personal computer fans – ventoinhas de computador (PC) • Hélice da ventoinha é o rotor. No seu interior existe um imã permanente de vários pares de pólos. Motores BLDC – detalhes Estator bobinado Hélice conta com um imã permanente em forma de anel, com vários pares de pólos. Estator com eletrônica de acionamento (driver) embutidos Eletrônica Sensor do pólo magnético do rotor. N S S O conjunto do motor possui dois terminais, com polaridade identificada. N 16 Motores BLDC – detalhe do rotor com imãs permanentes N S S N Detalhe das linhas de campo magnético produzidas pelo imã permanente em forma de anel em um rotor de motor de ventoinha brushless. Nestecaso: 2 pares de pólos magnéticos Mas podem ser feitos 3, 4, 5, 10, 20 páres de pólos, conforme a necessidade. 17 Ventoinha Brushless - Funcionamento 2) Sensor detecta um dos polos do imã (norte). N S S N 1) Motor parado, recém energizado. 1.1) Bobinas ainda sem corrente. Estator sem campo magnético. 3) Driver aplica correntes nas bobinas para produzir os campos desejados no estator, para produzir torque no sentido horário, por exemplo. 4) Sensor detecta um novo pólo do imã permanente (agora sul). 4.1) Driver inverte as correntes nas bobinas do estator, produz campo no outro sentido. Volta a produzir torque. 6) Volta ao passo 3. 5) Sensor detecta um dos polos do imã (norte novamente). 3.1) Surge torque para alinhar os campos magnéticos do estator e rotor. 18 Ventoinha Brushless – animação GIF Animado obtido em: https://dlnmh9ip6v2uc.cloudfront.net/assets/f/5/b/e/ b/525ee354757b7fc92d8b456c.gif • O motor mostrado anteriormente poderia errar a direção de rotação. • Para garantir o funcionamento, podem ser colocados outros sensores de campo, ou então a utilização de outras geometrias de estator (como na esquerda), ou outras formas de se energizar as bobinas (como abaixo). GIF Animado obtido em: http://pcbheaven.com/wikipages/images/how brushlessmotorswork_1269519619.png Visitem estes sites e links para verificar como é interessante o funcionamento dessas máquinas elétricas! Ou vá no Google Images e procure: brushless motor animated GIF 19 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua Atenção às considerações, antes dos demais tópicos 3. Acionamento direto de motores 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 20 • A seguir são apresentados exemplos de montagens que podem ser realizadas em casa ou com o auxílio do TinkerCAD. • Em casa pode-se fazer uso de shields e placas que incluem todos os componentes principais para o acionamento direto dos motores, ou para o acionamento de velocidade variával. • No TinkerCAD, a quantidade de componentes pode ser um pouco grande e nem todos os tipos de motores está disponível. • Em montagens reais, com algum cuidado, pode-se tentar segurar o eixo em movimento para aumentar a carga no motor. • No TinkerCAD não existe uma forma de aumentar a carga aplicada ao eixo do motor. • Em caso de qualquer dúvida consulte o professor. • Atenção: Usar um motor não depende apenas de seu acionamento elétrico, mas também dos demais componentes mecânicos ligados ao seu eixo, como engrenagens, polias, rodas, etc. Considerações preliminares 21 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua 3. Acionamento direto de motores 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 22 • Num acionamento direto, o motor recebe TODA ou NENHUMA energia disponível, proveniente de uma fonte de tensão. • O elemento usado para ligar ou desligar o circuito elétrico costuma ser: • Uma simples chave/interruptor, comandado pelo usuário. • Um relé eletromecânico, comandado eletricamente. • Um ou mais transistores, comandados eletricamente. • A corrente resultante será aquela demandada pela carga no eixo no motor. • A velocidade ou o torque não são controlados com precisão e o motor acelera, permanece rodando em uma dada velocidade e torque, de acordo com os esforços resistentes da carga mecânica (por exemplo uma hélice ou roda) no eixo do motor. • Não é possível variar a aceleração, diminuir, aumentar e ajustar a velocidade do sistema com facilidade. • É o mecanismos de acionamento mais barato, usado em eletrodomésticos como geladeiras, liquidificador, aspirador de pó, ventiladores, etc. Acionamento direto Motor Interruptor, relé, transistor Ação de ligar/desligar (binária) Carga mecânica acoplada ao eixo do motor. Ex. hélice. eixo Esquema de acionamento direto mostrando o fluxo de energia entre fonte e carga Fonte de energia 23 • Alguns exemplos de acionamento direto são: • Bombeamento de fluídos – ao acionar o motor, uma bomba ligada ao eixo mobilizar a vazão dentro de um circuito hidráulico, com canos, para bombear um fluído de um reservatório. Com acionamento direto, a velocidade do motor será constante e a vazão do fluído também. Ex. Lavador de para brisa de veículos. • Um ventilador – ao acionar o motor, a hélice mobiliza a vazão de ar através de suas pás, criando um fluxo de ar. Com acionamento direto, a velocidade do motor será constante e sua vazão também. • Um elevador de cargas – ao acionar um motor, dá-se início ao processo de içamento de uma carga. Com acionamento direto, a velocidade da carretilha é constante, enrolando o fio do elevador a uma velocidade constante, fazendo a subida da carga em velocidade constante. • Um prato giratório de microondas – ao acionar o motor, seu eixo gira com uma velocidade constante e o prato que está solidário a este eixo ou a polias e correias, também deve girar a uma velocidade constante, girando o alimento dentro do eletrodoméstico. Prática • Vamos ligar ou desligar um motor com acionamento direto, de forma manual. • Vamos ligar ou desligar um motor com acionamento direto, de forma “automática”, ou seja, eletricamente controlada por algum outro sistema, como um Arduino, por exemplo. Mas antes, vamos conhecer alguns novos componentes. Acionamento direto – exemplos de aplicação 24 • Você pode ter em casa por conta de alguma sucata. • Tensão de alimentação nominal de 12,0 [V]. Sentido de rotação é fixo!!!! • Potência de cerca de poucos watts. Tipicamente de 1 a 5,0 [W]. • Modelos de dois terminais: positivo = vermelho, negativo = preto. • Modelos de 3 ou mais terminais, demais fios podem servir para regular ou medir a velocidade de rotação. Motor brushless (BLDC) – Ventoinha de PC Atenção: Cuidado ao alimentar a ventoinha. A inversão da polaridade pode queimar sua eletrônica embutida de acionamento. Perigo: Partes móveis! Obs: Infelizmente não existe um modelo do BLDC no TinkerCAD, mas você pode representar ele por um motor CC normal. 25 • Também são encontrados facilmente em sucatas de brinquedos e gadgets. • Só possuem dois terminais e sua tensão de alimentação é usualmente baixa, entre 6,0 [V] a 12,0 [V]. Sentido de rotação depende da polaridade da alimentação!!!! • Potência de cerca de poucos watts. Tipicamente de 1 a 5,0 [W]. • Normalmente possuem polias e engrenagens para diminuir a velocidade e aumentar o torque do conjunto. • Alguns modelos podem ter um encoder/resolver acoplado ao eixo, que é usado em aplicações onde se deseja medir precisamente velocidade ou posição. Motor CC comum com escovas – brinquedos e gadgets Atenção: Cuidado ao alimentar o motor. O uso de tensão excessiva pode fazer a velocidade do motor ficar tão elevada que ele pode destruir seus mancais e eixo por falta de refrigeração ou lubrificação adequada. Atenção 2.0: Se o eixo do motor estiver travado ou com muita carga mecânica aplicada, a corrente durante sua alimentação pode ser muito elevada, e o motor pode superaquecer e queimar. Perigo Partes móveis! Obs: No TinkerCAD todos os motores representados são de corrente contínua com escovas. Entretanto, é difícil saber os valores nominais de tensão e velocidade destes componentes. 26 • Experimente ligar um motor com um interruptor simples. Note: • O valor da velocidade de rotação em RPM quando se aplica a tensão de uma bateria com uma dada polaridade, e quando se inverte essa polaridade. • O que ocorre com a velocidade final quando se usa diferentes tensões. Experimente usar outras associações de pilhas, baterias ou uma fonte ajustável manualmente. Acionamento direto – manual no TinkerCAD 27 • Um relé é constituído internamente de uma bobina que funciona como um eletroímã, atraindo ou não contatos elétricos móveis em seu interior. Esses contatos atuam como uma chave ou interruptor. • Ao energizar sua bobina, o relé atraca, mudando um contato interno de aberto para fechado, permitindo apassagem de corrente elétrica. • Alguns relés também possuem um contato normalmente fechado que, antes da energização da bobina, permite a passagem de corrente elétrica. Entretanto, quando sua bobina recebe energia, o contato passa a ficar aberto. • Possuem várias configurações de contatos e tensões de alimentação para bobinas. • Permitem o acionamento de cargas de potência bastante elevada com relação ao sinal enviado para a bobina. Um relé com bobina de 5V pode acionar um circuito independente de tensão até 250V e vários amperes de corrente. • Para acionamento de sua bobina, é necessária uma energia um pouco maior que a capacidade das saídas dos microcontroladores. Nesse caso devem ser usados transistores para seu acionamento. • Um veículo automotor possui dezenas desses relés, para as mais diversas funções, assim como outros eletrodomésticos e equipamentos em sua casa. Relé eletromecânico – para acionamento direto “automático” 28 Relé eletromecânico – funcionamento Observe o fio em PTA13 ligado em Dig.Outputs, pino 1 da Baseboard Fonte de tensão externa 12V Ex. Ventoinha BLDC Relé Terminal Comum Terminal Normalmente Fechado (NF) Terminal Normalmente Aberto (NA) Ao enviar uma corrente pela bobina, surge um campo magnético e o contato móvel é atraído. O terminal normalmente aberto (NA) passa a estar conectado ao terminal comum. O terminal normalmente fechado (NF) fica então aberto. Corrente necessária para fechamento ou atracamento: de 10,0 a 50,0 [mA]. + Terminal NF Bobina Terminal comum e contato móvel do relé Terminal NA • A rigor o relé é um interruptor! • Mas que é manobrado (ligado/desligado) por uma corrente externa em sua bobina. 29 Relé eletromecânico – funcionamento Veja GIFs animados do funcionamento de relés no Google Imagens com: relay animated gif Importante: A fonte de alimentação que energiza a bobina do relé em L1 e L2 é independente da alimentação colocada entre seus terminais comum, NC (normally closed) e NO (normally opened). Em geral, em L1 L2 são colocados poucos Volts, e entre C NC NO podem ser utilizadas tensões muito maiores, permitindo que sejam acionadas cargas de potência bem mais elevada. 30 • A tensão aplicada ao motor será controlada por um relé eletromecânico, comandado por um sinal proveniente do pino 7 de um Arduino. • Esse circuito é muito semelhante ao da aula S5, Slide 41, mas permite o acionamento de cargas muito mais potentes, de tensões muito maiores do que o Arduino. • O código fonte pode até ser o mesmo (pisca-pisca a cada 1,0 [s]) • Note: O transistor aciona o relé, que aciona o motor. O relé é acionado com 5,0 [V] do Arduino, mas o motor é acionado com 12,0 [V] de outra fonte de alimentação. Montagem de acionamento direto “automatico” do motor Observe o fio em 31 Montagem de acionamento direto “automatico” do motor Atenção com as conexões elétricas!! Detalhe do relé no TinkerCAD 32 • Desafio: Faça com que seu programa acione o motor por 10 segundos, toda a vez que um botão for pressionado. Mas antes do acionamento do motor, seu programa deve piscar um LED por 5,0 [s], com período de 0,2 [s] (ou soar uma buzina de alerta), para anunciar às pessoas ao redor para se afastarem do seu sistema, pois ele irá se mexer! Opcional: Acionamento por botão com anunciador Trivia: Estes circuitos de acionamento direto por relé são tão utilizados em aplicações práticas que existem placas dedicadas (shields), com todos os componentes montados e várias proteções adicionais, prontos para serem interligados ao Arduino, com 2, 4, 8 ou mais relés. 33 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua 3. Acionamento direto de motores 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 34 • Em alguns tipos de motores elétricos, pode-se variar sua velocidade através do ajuste de sua tensão de alimentação. • Com tensões menores, o torque do motor é menor e sua velocidade final é mais baixa. • Com tensões maiores, o torque do motor é maior e sua velocidade final é mais elevada. • Deve-se atentar para as máximas tensões de alimentação permitidas e que, para tensões muito baixas, às vezes o torque não é suficiente, sequer, para fazer o motor se mover (vencer o atrito estático!). • Para produzir uma tensão variável, por exemplo, entre 0,0 e 12,0 [V], pode-se usar uma técnica semelhante àquela utilizada para variar o brilho de um LED na aula S7, slide 24: sintetizar em uma saída digital uma onda retangular, com largura de pulsos positivos ajustável (duty cycle). • Essa técnica é denominada de Pulse Width Modulation, ou modulação por largura de pulsos (PWM). • Só que não precisamos ficar controlar e temporizando o liga/desliga do sinal!!! O Arduino tem periféricos dedicados para isso!!! Como variar a velocidade em acionamento de motores 35 • É um sinal de frequência (e período) constante e largura de pulso (ciclo ativo ou duty cycle) variável. • Definição: a tensão média equivalente de um sinal periódico onde T é o período do sinal. • Se um sinal PWM ao longo do tempo é: onde tp e Vpulso são a duração e a tensão do pulso (em nível alto). O sinal de PWM 0 1 ( ) T MV V t dt T , 0 ( ) 0 , pulso p p V t t V t t t T Vpulso 0 Período T tp 36 • Assim: tp/T é o duty cycle • Os pulsos da onda PWM apresentam tensão fixa, entre 0 e o valor máximo, porém o valor médio da tensão varia em função do duty cycle. • A tensão média (VM) é diretamente proporcional ao valor do duty cycle e, como este varia entre 0,0 a 1,0 (ou 0,0 a 100,0 [%]), a tensão média pode variar entre 0 e Vpulso. PWM – Cálculo da tensão média 0 1 ( ) 0 p p t T p M pulso t t V V t dt dt V T T 37 • Pode-se usar um código fonte muito parecido com o da aula S7, slide 24, gerando a onda digital pulsada programaticamente. • Entretanto, o Arduino possui periféricos que geram esse sinal pulsado, controlando seu duty-cycle conforme o desejo do usuário, através de um circuito interno dedicado, como os TIMERs e ADCs já vistos. • Mas o recurso de PWM só está disponível nos pinos identificado com um “til” (~), como nos pinos 3, 5, 6, 9, 10 e 11. • Para utilizar, no seu programa declare o pino desejado no setup() como um pino de saída (OUTPUT). • E para ligar uma onda PWM com um certo duty-cycle, chame no loop() a função analogWrite(pino, duty_cycle). • duty_cycle deve ser um número inteiro, sem sinal, com valores entre 0 a 255: • 0 significa duty-cycle de 0,0 [%] (sinal desligado sempre). • 255 significa duty-cycle de 100,0 [%] (sinal ligado sempre). • Valores intermediários (10, 20, 230, ...) criam o duty-cycle desejado. Quem gera essa sinal PWM no Arduino? 38 • Legal! O Arduino consegue fazer um pino produzir essa onda automaticamente. Você só deve informar o período e o duty-cycle, entre 0 até 255. • Pergunta: O microcontrolador pode enviar esse sinal direto a um motor de 12V???? NÃO!!!!! Precisamos usar um amplificador!!!! Exemplo de PWM com LED int led_pin = 6; void setup() { //Declara o pino como saida pinMode(led_pin, OUTPUT); } void loop() { //acendimento gradual do LED for(int i=0; i<255; i++){ analogWrite(led_pin, i); delay(5); } //apagamento gradual do LED for(int i=255; i>0; i--){ analogWrite(led_pin, i); delay(5); } } 39 • Trata-se de um dispositivo eletrônico capaz de chavear uma tensão de alimentação para uma carga, entre 0,0 [V] e um valor máximo de tensão, com alta frequência, conforme as ordens de um sinal digital PWM vindo de um microcontrolador. • Possui também um mecanismo que permite a inversão do sinal aplicado, permitindo que os terminais da carga recebam também a tensão invertida (negativa). Quando ligado num motor, pode fazer ele girar para os dois lados, conforme a necessidade!!!! • Permite comandar a aplicação de tensões e correntes bastante elevadas em uma carga (alta potência), através de sinais digitais de controlebastante comuns (0,0 a 5,0 [V] por exemplo). • Um driver denominado de “ponte H completa” é usualmente utilizado para controlar motores de dois terminais (como motores de corrente contínua). Entretanto, para motores de corrente alternada (polifásicos), outras configurações de ponte H são utilizadas. • Além de motores, as pontes H são usadas no controle de vários tipos de carga e fontes. • Um diagrama simplificado do dispositivo é mostrado acima. Produzindo sinais pulsados (chaveados) de maior potência Ponte H – manipulando sinais de alta potência Ponte H DR1 DR2 alimentação positiva terra Habilita Terminais de saída para a carga Terminais de controle (digitais) Terminal de alimentação Terminal de P N 40 • Os terminais DR1 e DR2 determinam a ligação da alimentação às saídas P e N. – Se os níveis lógicos forem DR1=0 e DR2=1, P é ligado ao terminal positivo e N ao terra. – Se os níveis lógicos forem DR1=1 e DR2=0, P é ligado ao terminal terra e N ao positivo. • A energia só flui dos terminais de alimentação para os terminais de saída se o nível lógico no terminal Habilita for 1. • A energia é proveniente dos terminais de alimentação e não dos terminais de controle DR1,DR2 e HABILITA. Detalhes da ponte H e forma de controle DR1 DR2 Ponte H Alimentação positiva Terra Habilita Terminais de saída P N 41 • Internamente, uma ponte H é composta de transistores ou chaves comandadas, em uma configuração de dois circuitos push-pull ou toten pole, como visto na aula S5. • Níveis lógicos em DR1, DR2 (ou Input1 e Input2) e Habilita (ou Enable) determinam a ligação ou não, e a polaridade, da tensão de alimentação aplicada à carga conectada nos terminais de saída P e N (ou Output1 e Output2). Funcionamento interno de uma Ponte H Terra Alimentação CH1 CH2 CH3 CH4 Terminais de saída DR1 DR2 Habilita CH5 P N 42 • Com DR1=0 e DR2=1, e aplicando um sinal PWM na entrada Habilita. • Nessa condição, a carga tem tensão positiva no terminal P e negativa (ou terra) no terminal N. • O fluxo de energia é pulsante, mas se feito rápido o suficiente (período do PWM pequeno), a carga ligada nos terminais de saída “percebe” uma tensão média, de acordo com seu duty-cycle, como comentado anteriormente. Funcionamento de uma Ponte H – Alimentação na direção A Terra Alimentação Tensão +Vp CH1 CH2 CH3 CH4 Carga DR1=0 DR2=1 Habilita CH5 Fluxo da energia + - P N 43 • Com DR1=1 e DR2=0, e aplicando um sinal PWM na entrada Habilita. • Nessa condição agora, a carga tem tensão negativa (ou terra) no terminal P e positiva no terminal N. • O fluxo de energia novamente é pulsante mas a carga ligada nos terminais de saída “percebe” a tensão média do PWM, de acordo com seu duty-cycle. Funcionamento de uma Ponte H – Alimentação na direção B Terra Alimentação Tensão +Vp CH1 CH2 CH3 CH4 Carga DR1=1 DR2=0 Habilita CH5 Fluxo da energia +- P N 44 Circuito integrado L298 Circuito integrado L293D Shield com o L298Shield com o L293D • Existem vários shields e circuitos prontos para integrar a um microcontrolador no mercado. Eles são baseados em um circuito eletrônico, como o L298 ou L293D, que possuem não uma, mas DUAS pontes H completas em seu interior. • Ambas as pontes são alimentadas por uma mesma tensão de entrada externa. • Obs.1: O chip do L298 pode acionar no máximo até 1,0 [A] por ponte, enquanto que o L293D até 0,6 [A] por ponte. • Obs.2: Frequências de PWM muito elevadas podem causar superaquecimento do chip. Use cerca de 0,4 [kHz] até 5,0 [kHz]. O Arduino trabalha com PWM com frequência fixa entre 0,4 a a 0,9 [kHz], ou seja, não é um problema. • Atenção: Uma vez que para inverter a tensão aplicada à carga basta alterar DR1 e DR2, é muito fácil aplicar tensões com polaridade reversa a sua carga. Se sua carga não for um motor, fique atento se ela pode suportar tensões invertidas!!!! • Cuidado: O nome dos pinos DR1,DR2 e Habilita são diferentes entre os chips. Veja a documentação/datasheet de cada um, seja do chip ou do shield!! Ponte H na vida real 45 Ponte H no TinkerCAD - exemplo • Não há um shield pronto no TinkerCAD. Assim é necessário montar o L293D quase por completo. Mas atenção, até no tinkerCAD essa montagem está simplificada, pois numa montagem real outros componentes de apoio seriam necessários para garantir uma montagem segura. • Abaixo é mostrado um circuito que utiliza apenas uma das pontes H. 46 Programa do exemplo void setup() { pinMode(12, INPUT); pinMode(11, INPUT); pinMode( 8, OUTPUT); digitalWrite( 8, LOW); pinMode( 7, OUTPUT); digitalWrite( 7, LOW); pinMode( 6, OUTPUT); analogWrite( 6, 0); Serial.begin(9600); } int valor=0; void loop() { if(digitalRead(12)) {valor+=5; Serial.println(valor);} if(digitalRead(11)) {valor-=5; Serial.println(valor);} if(valor<0) {digitalWrite( 7, LOW); digitalWrite( 8, HIGH);} if(valor>0) {digitalWrite( 7, HIGH); digitalWrite( 8, LOW);} if(valor==0){digitalWrite( 7, LOW); digitalWrite( 8, LOW);} analogWrite(6, abs(valor)); delay(50); } • Experimente pressionar os botões na protoboard. • Note a onda no osciloscópio. • A simulação pode ser um pouco lenta. Atenção: Este programa apresenta algumas falhas, quando o valor passa de +255 ou -255. 47 Particularidades da vida real • Em montagens reais, para pequenos valores de duty-cyle no PWM, o motor pode não ter tensão suficiente para se mover. • Se a frequência do PWM for muito elevada, as perdas nos transistores da ponte H podem ser elevadas, e o componente pode aquecer substancialmente. No caso do Arduino, a frequência é relativamente baixa e não é necessário se preocupar. • No L293D, a corrente máxima admissível em cada saída PWM é de 0,6 [A] de forma contínua. Mas por pequenos intervalos de tempo é possível ter o dobro dessa corrente. Isso é importante, pois a partida ou parada de motores pode resultar em correntes muito maiores que a nominal. 48 Duas pontes H no TinkerCAD – outro exemplo • Abaixo é mostrado um circuito que utiliza as duas pontes H do L293D. 49 Programa do outro exemplo void setup() { pinMode(13, OUTPUT); digitalWrite(13, LOW); pinMode(12, OUTPUT); digitalWrite(12, HIGH); pinMode(11, OUTPUT); pinMode( 8, OUTPUT); digitalWrite( 8, LOW); pinMode( 7, OUTPUT); digitalWrite( 7, HIGH); pinMode( 6, OUTPUT); analogWrite( 6, 0); analogWrite(11, 0); } int valor; void loop() { valor = analogRead(A0); analogWrite(6, valor/4); analogWrite(11, 255 - valor/4); delay(10); } • Experimente mudar a posição do potenciômetro. • Veja a variação de velocidade. • Como um veículo com duas rodas tracionadas dessa forma se comportaria? • A simulação pode ser um pouco lenta. Atenção: Este pequeno programa não explora a possibilidade de mudar o sentido de rotação dos motores. Mas poderia! Este é um desafio épico! 50 Curiosidade do ultimo exemplo • Esse mecanismo de controle de dois motores de forma independente, é o que permite o movimento versátil de uma série de robôs domésticos de limpeza, entre outros tipos de veículos elétricos. • Fazer com uma montagem é relativamente simples. Mas além dos cuidados de hardware, o software de controle é fundamental para seu funcionamento! Retirado de: https://dronebotworkshop.com/robot-car- with-speed-sensors/ Retirado de: https://create.arduino.cc/projecthub/mjrobot/cont rolling-a-roomba-robot-with-arduino-and-android- device-56970d 51 Curiosidades de acionamento de vel. variável • Motores elétricos também podem ser geradores elétricos, modificando- se a forma de acionamento elétrico e mecânico. Mas seu acionamento também deve poder receber energia ao invés de apenas controlá-la e enviá-la ao motor. • Motores modernos sem escovas (brushless) podem ser muito compactos e com alta potência. • Na vida real, você consegue “ouvir” o barulho característico de um motor operando com alimentação via PWM. – O zunido que pode ser percebido, depende da frequência de chaveamento do PWM. Essezunido é produzido, entre outros fatores, por um fenômeno denominado magnetostricção, que são vibrações nos materiais magnéticos dentro do motor, excitadas pelo chaveamento. – Frequências de PWM muito elevadas (>10KHz) tornam esse ruído imperceptível, mas podem aumentar as perdas na ponte H, tornando o circuito ineficiente e tornado seu chip muito quente, podendo queimá-lo. – Frequências de PWM baixas (<2KHz) tornam esse ruído incômodo, pois o ouvido humano tem uma boa percepção de sons entre 100 a 8000 [Hz]. – Frequências de PWM muito baixas (<10Hz) podem fazer com que o motor não responda da forma esperada à tensão média. 52 Sumário 1. Motores elétricos 2. Motores de corrente contínua 3. Acionamento direto de motores 4. Acionamento com velocidade variável 5. Servomecanismos 53 Servomecanismos • Em muitas aplicações com motores, se deseja não apenas ter um certo movimento, com uma certa velocidade ou torque controlados, mas principalmente ter um controle preciso da posição do eixo. • Por exemplo, pense num braço robótico. Ele possui diversos graus de liberdade, como para rotacionar suas “juntas”, realizando algum movimento no espaço livre ao seu redor. Isole algum desses mecanismos e veja seus requisitos... • Nessa junta, é desejado que em certo momento, haja um dado torque, para ter uma dada velocidade de rotação ω, para que o eixo se posicione num ângulo θ. • Assim que alcançar esse ângulo θ desejado, o motor elétrico e seu acionamento devem ajustar o torque, para que a junta permaneça nessa posição, quanto tempo for necessário, e para quaisquer que sejam os esforços aplicados a ela. • Se algo ou alguém tentar mexer nessa posição, o sistema deve perceber e compensar, de forma autônoma, automática, aplicando mais ou menos torque, para ajustar a velocidade, corrigindo e mantendo a posição θ desejada. • Essas aplicações são tão comuns que na engenharia são projetados sistemas e componentes especificamente para fazer esse papel: os servomecanismos! E eles são usados em todo lugar! ω θ 54 Exemplos comerciais de baixo custo • Além de fundamentais para a indústria moderna e robótica, alguns exemplos de servomecanismos empregados no dia a dia, são os vários brinquedos ou produtos para aeromodelismo e automodelismo de controle remoto. • As superfícies de controle (ailerons, elevadores, leme) ou a direção de esterçamento das rodas, por exemplo, são ajustadas por servos, segundo comandos enviados por um microcontrolador. Cada servo recebe seu comando para se movimentar, fazendo o movimento ou inclinando as partes móveis, e principalmente, mantendo-os no lugar durante as manobras e esforços. Servos 55 Servomecanismos – o que tem dentro • Em geral, um servo é constituído por: – Um motor elétrico, tipicamente de corrente contínua. – Um conjunto de engrenagens para diminuir a velocidade do motor e aumentar seu torque. Este conjunto é acondicionado em uma caixa plástica rígida. – Um sensor de posição, que permite medir e detectar as movimentações do eixo mecânico de saída do servo. – Um conjunto eletrônico integrado, compreendendo um driver (ponte H completa) de acionamento para o motor elétrico e um sistema de controle automatizado, responsável por analisar a posição atual contra uma posição de referência, para determinar a ação do driver do motor. – Esse conjunto também possui uma canal de comunicação digital, que permite que o servo receba as ordens desejadas de posição de referência que o servo deve assumir em cada instante. – Um mecanismo para engate (também chamado de horn) que faz a ligação do eixo mecânico do servo a um dado componente, cujo movimento deseja-se controlar. Motor, sensor e eletrônica 56 Detalhes de servos para modelismo • Em aplicações de modelismo, os servos são pequenos e leves. Devem ser especificados pela sua massa, em [g], tensão de alimentação e torque. Por exemplo: servo 9g, 5V e 16N.cm. Esse servo é mostrado abaixo e custa menor de R$ 20,00. • Não permitem rotações completas de seu eixo, mas deslocamentos angulares limitados, como por exemplo entre 0⁰ a 160⁰, 0⁰ a 240⁰. • Sua força é limitada, mas possuem torques dos mais diversos. Em geral, frações de [N.m]. • A velocidade de resposta (ex: 600 [graus/s]) entre uma ordem de comando ou outra, e a força (ou torque) para manter o eixo numa dada posição, são proporcionais à tensão de alimentação. Servo de 9g Horns ou acessórios para ligação em hastes e elementos de ação mecânica. Terminais elétricos Alimentação, Controle, Terra Eixo 57 Para uso no Arduino • Assim como outros elementos, periféricos e recursos, para se fazer uso de um ou mais servos com um microcontrolador como o Arduino é necessário se utilizar alguma biblioteca externa. Para o Arduino, uma das mais populares chama-se Servo. • Nem todos os pinos do Arduino podem fazer o controle de servos. Observe a documentação • Fique atento que o uso da biblioteca Servo pode interferir com outros recursos, como as saídas PWM que são feitas com os comandos analogWrite(...). • Não se esqueça que a alimentação do servo pode (e muitas vezes DEVE) ser independente da alimentação do Arduino, com uma fonte externa de boa potência. Os servos de 9g, por exemplo, consomem cerca de 220,0 ± 50,0 [mA] de corrente quando estão em movimento. Parados, sem carga aplicada em seu eixo, essa corrente pode ser 30 vezes menor. Se alimentados com uma tensão de 5,0 [V], no pior caso de consumo energético, a fonte dos servos deve ter capacidade de prover entre de 1,0 a 1,5 [W] de potência, por servo. • Se estiverem alimentador pelo 5,0 [V] do próprio Arduino, sem uma fonte auxiliar externa, quando se solicita um movimento amplo (de 0⁰ até 160⁰), o surto de corrente pode fazer seu Arduino ser resetado ou desligado. Fique atento ao funcionamento errático de seu sistema. • Com múltiplas fontes em seu circuito, não esqueça de interligar os terras (GNDs). • No TinkerCAD temos servos!!! \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ 58 Uma montagem de exemplo Fonte externa Horns do Servo Sinal de controle de posição 59 Programa 1 de exemplo #include <Servo.h> //incluir a biblioteca de servo int pinoServo = 6; //pino de controle do servo (deve ser saida PWM) Servo s; //objeto servo int pos; //posicao desejada void setup (){ s.attach(pinoServo); //conecta o objeto à saida PWM onde está o servo s.write(0); //posiciona o servo em zero graus } void loop(){ //ciclo de ida, de 0 a 180 graus (aprox.) for(pos = 0; pos < 180; pos++){ s.write(pos); delay(15); } delay(1000); //aguarda 1 segundo //ciclo de ida, de 0 a 180 graus (aprox.) for(pos = 180; pos >= 0; pos--){ s.write(pos); delay(15); } } 60 Outra montagem de exemplo Sensor PIR Horns do Servo • Utiliza um sensor de movimento por Infravermelho (PIR). Se algo se mover sob o sensor, ele detecta, gerando um sinal digital. O sensor PIR funciona como aqueles sensores usados em alarmes (detector de presença) e em torneiras automatizadas. • Aqui, toda a vez que algo se movimento, o servo pode borrifar álcool em algum lugar. • Na simulação, clique no sensor PIR e mexa no alvo dentro da zona de detecção. 61 Programa 2 de exemplo #include <Servo.h> Servo Borrifador; void setup() { Borrifador.attach(9); Borrifador.write(0); pinMode(3, INPUT); } void loop() { if(digitalRead(3)) { Borrifador.write(180); delay(1000); Borrifador.write(0); delay(1000); } delay(50); }