Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional - MEDICINA Professor (es): Período: 202302 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_MEDICINA_2023.2_25 OUTUBRO2023 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 09643 - CADERNO 003 1ª QUESTÃO Resposta comentada: O caso relata um quadro clássico de evolução da fístula e abscesso perianal associado. O tratamento para o caso, no primeiro momento, é realizar a drenagem do abscesso, e somente após melhora do quadro realizar a cirurgia de correção da fístula perianal de forma eletiva. As demais alternativas estão incorretas: A técnica de Milligan Morgan é utilizada para tratamento da doença hemorroidária, e os achados relatados sugerem fístula perianal. A fissura perianal crônica apresenta o plicoma sentinela como uma prega de pele excedente próximo à margem anal, e não um orifício. O toque retal deve ser realizado como rotina na avaliação das doenças anorretais, e a dor não contraindica a realização. A regra de Goodsall-Salmon dita o trajeto da fístula, e não da fissura perianal. REFERÊNCIA: SABISTON, David C. et al. Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2019. 2 v. 2ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 1 de 68 Resposta comentada: Comentários: 1. Apesar de o BAAR não ser específico e exclusivo para o diagnóstico de tuberculose, o fato de, além de ter o BAAR positivo, ter também TRM-TB positivo, associado à clínica compatível, confirma-se o diagnóstico de tuberculose ganglionar. 2. Pacientes com tuberculose, de uma forma geral, não necessitam de isolamento de contato. 3. Pacientes com tuberculose ganglionar não necessitam de isolamento respiratório, o qual é amplamente indicado em casos de tuberculose pulmonar e de laringe. 4. O paciente não apresenta quadro clínico ou de imagem pulmonar que indique o procedimento proposto. REFERÊNCIA: MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE NO BRASIL 2ª edição atualizada – Ministério da Saúde. 3ª QUESTÃO Resposta comentada: Segundo o IV Consenso Brasileiro sobre Infecção por H. pylori, o uso de AINE, mesmo em doses baixas, aumenta o risco de úlcera e suas complicações. Suas principais complicações no trato gastrointestinal envolvem dispepsia, pirose, desconforto abdominal e sangramento por úlcera duodenal. A infecção por H. pylori também está relacionada ao risco aumentado de câncer gástrico, e seu tratamento está relacionado com a diminuição da taxa de câncer gástrico. A duração das terapias de erradicação do H. pylori deve ser de 14 dias, especialmente para a terapia tripla padrão (Amoxicilina + Claritromicina + IBP), por atingir altas taxas de erradicação, podendo ser complementado por mais tempo com IBP nos pacientes ainda sintomáticos. REFERÊNCIA: CONSENSUS. Arq. Gastroenterol. 55 (2). Apr-Jun 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-2803.201800000-20. Acesso em: 17 out. 2023. 4ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 2 de 68 Resposta comentada: A criança com constipação funcional apresenta muitas vezes defecação dolorosa e/ou infrequente, incontinência fecal e dor abdominal, sendo causa de sofrimento significativo para a criança e sua família. A definição atual de constipação infantil foi estabelecida pelos critérios de ROMA IV, que apresenta para crianças de 4 anos até adolescentes (uma vez por semana por pelo menos um mês). Pelo menos 2 destes critérios: – duas ou menos evacuações no banheiro por semana; – pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana; – história de comportamento de retenção ou retenção voluntária excessiva de fezes; – história de evacuações dolorosas ou duras; – história de fezes de grande diâmetro, que podem obstruir o vaso sanitário; – grande massa fecal no reto. Sendo assim, compatível com o caso descrito. Faltam dados significantes para as demais alternativas. REFERÊNCIAS: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri - SP. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. https://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/190521112509Artigo_Constipacao_cronica_funcional.pdf RAMOS, Ana Regina Lima; PINTO, Raquel Borges; SANFELICE, Francieli Spiazzi. Constipação crônica funcional: como o pediatra deve manejar. 2013 5ª QUESTÃO Resposta comentada: As principais medidas de associação são: risco relativo, odds ratio e razão de prevalência. As medidas de associação refletem a força de associação entre duas variáveis de forma numérica. Enquanto as medidas de impacto demonstram as consequências da associação e são a diferença entre expostos e não expostos (GUSSO, 2019). Odds ratio, ou razão de chances (OR), é uma medida de associação que se caracteriza por ser a razão entre duas chances. A chance é a razão entre dois eventos complementares. Número necessário para tratar (NNT) caracteriza-se por um número inteiro e representa o número de indivíduos que devem ser tratados para evitar um evento ou desfecho, sendo esse uma medida de impacto. Risco relativo (RR) indica o risco da doença ou desfecho entre os expostos em relação aos não expostos. O RR compara a probabilidade de um evento entre os expostos e não expostos. Número necessário para causar dano (NND ou NNH) caracteriza-se por um número inteiro e representa o número de indivíduos tratados para um indivíduo apresentar o desfecho, sendo esse uma medida de impacto. Razão de prevalência (RP) é uma medida de associação que indica a prevalência da doença ou desfecho entre os expostos e os não expostos. REFERÊNCIA: GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 31 ago. 2023. 6ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 3 de 68 Resposta comentada: O caso clínico descrito sugere fortemente a presença de uma hérnia de disco lombar que está comprimindo a raiz nervosa, causando sintomas neurológicos graves, incluindo fraqueza muscular e perda de reflexos. Quando um paciente apresenta sinais de compressão nervosa significativa e deficits neurológicos, a cirurgia de descompressão é geralmente a conduta mais apropriada e urgente. Analgésicos e fisioterapia e injeção epidural de corticosteroides podem ser parte do tratamento de hérnia de disco em algumas situações, mas não são adequadas quando há deficits neurológicos graves e sinais de compressão nervosa. A ressonância magnética lombar de rotina permite confirmar o diagnóstico, mas não é uma medida de tratamento urgente neste cenário. Encaminhar o paciente para avaliação neurológica adicional não é apropriado, pois o paciente já apresenta deficits neurológicos evidentes que requerem intervenção cirúrgica imediata. O principal objetivo do tratamento é evitar a deterioração clínica de alterações degenerativas progressivas da lesão na medula espinhal (LME), aliviar a dor e os sintomas e restaurar a habilidade funcional. Os seguintes grupos de pacientes podem ser considerados na abordagem de tratamento: pacientes com LME traumática aguda; pacientes com compressão de disco intervertebral (síndrome da cauda equina); pacientes com compressão da medula espinhal maligna; e pacientes com abscesso epidural (infecção). REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Compressão da medula espinhal. Última atualização em 26 de junho de 2023. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: A forma cutânea da blastomicose é consequente à disseminação da forma pulmonar. A forma cutânea primária só é considerada quando vem acompanhada de reação ganglionar (complexo cancroide). Início – pápulas, nódulos, pústulas com ulceração posterior – Granuloma (ulceroso ou verrucoso) apresentando bordas elevadas, talhadas a pique, microabscessos no fundo e granuloma nas bordas.Aspergilose invasiva: uma ou várias lesões salientes, levemente sensíveis à palpação, eritematosas, de progressão rápida, com um centro necrótico e muitas vezes ulcerado (ectima gangrenoso), observadas principalmente em pacientes imunocomprometidos. Podem ocorrer em caso de doença disseminada ou por invasão local após trauma. Ocasionalmente, queimaduras ou feridas cirúrgicas podem ser infectadas por Aspergillus. REFERÊNCIA: KONEMAN, Elmer W.; WINN, Washington C. Diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido. Rio de Janeiro: Medsi, 2014. MEZZARI, Adelina; FUENTEFRIA, Alexandre Meneghello. Micologia no laboratório clínico. São Paulo: Manole, 2012. 8ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 4 de 68 Resposta comentada: Dermatite atópica (DA) é uma doença cutânea inflamatória, crônica, comum, complexa e de etiologia multifatorial, que se manifesta clinicamente com prurido muitas vezes incapacitante, lesões recorrentes do tipo eczema e xerose, podendo evoluir para liquenificação. A distribuição e morfologia das lesões na pele são variáveis, com início em geral antes dos dois anos, e os pacientes apresentam antecedentes familiares e pessoais de atopia. O diagnóstico da DA é baseado na presença e no padrão de distribuição das lesões associadas aos achados clínicos e à história pessoal e familiar de atopia. Na dermatite do lactente, as lesões se iniciam cerca de dois meses após nascimento e acometem face (bochechas), couro cabeludo, tronco e superfície extensora dos membros, enquanto a dermatite da criança (fase pré-puberal 2 a 12 anos) a superfície flexora passa a ser mais acometida, com destaque às fossas poplítea e cubital. O tratamento consiste me cuidados com a pele (banho morno e hidratação pelo menos 2 vezes ao dia) e os corticoides tópicos são a primeira linha de tratamento para as crises agudas. REFERÊNCIA: Dermatite atópica grave: guia prático de tratamento da ASBAI e SBP — Prado E, et al. Page 10. Arq Asma Alerg Imunol — Vol. 6, n.° 4, 2022. 9ª QUESTÃO Resposta comentada: A depleção de K+ produzida pelos diuréticos da classe das tiazidas é dependente da dose e varia de pessoa para pessoa, de modo que um subconjunto de pacientes pode sofrer uma depleção considerável de K+ ao usar os diuréticos. Quando esses fármacos são administrados de modo crônico, até mesmo pequenas doses levam a alguma depleção de K+, o que representa um fator de risco bem conhecido para arritmias ventriculares ao reduzir a reserva de repolarização cardíaca. REFERÊNCIA: BRUTON, L., L.; R. Hilal-Dandan. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13. ed. Disponível em: Minha Biblioteca. Grupo A, 2018. 10ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 5 de 68 Resposta comentada: Os cardiomiócitos atriais são estimulados pelo aumento do estiramento atrial para produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP). A diminuição da reabsorção de sódio do túbulo contorcido distal e do ducto coletor cortical é um dos efeitos do ANP, que responde ao aumento do estiramento atrial (por exemplo, na hipertensão ou sobrecarga de volume), aumentando a natriurese e a diurese no corpo. Além de diminuir a reabsorção de sódio, o ANP aumenta a excreção de sódio e água por meio do aumento da TFG via dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente. Por fim, o ANP inibe a secreção de renina e, portanto, o RAAS. Juntas, essas mudanças trabalham para reduzir o volume sanguíneo, a pressão arterial e o débito cardíaco. DISTRATORES: O aumento da excreção de íons potássio e hidrogênio nos túbulos distais e ductos coletores do rim, bem como a reabsorção de sódio, são efeitos da aldosterona, e não do ANP. A aldosterona é estimulada pelo SRAA, aumento do potássio sérico, ACTH, sistema nervoso simpático e diminuição da pressão arterial média. O óxido nítrico (NO) resulta em vasodilatação e diminuição da agregação plaquetária. O NO é produzido por células endoteliais vasculares em resposta a uma variedade de gatilhos, incluindo lesão vascular e hipóxia. Embora o ANP cause vasodilatação, não tem efeito sobre a agregação plaquetária. O aumento da reabsorção de água livre de soluto é um efeito da vasopressina (ADH), e não do ANP. O ADH atua aumentando a transcrição e inserção de aquaporinas nos ductos coletores renais. O ADH é secretado se o corpo detectar aumento da osmolalidade plasmática ou diminuição do volume sanguíneo arterial. A vasoconstrição sistêmica e a estimulação da sede, assim como a retenção de sódio e o aumento da reabsorção de água, são estimulados pelo SRAA, e não pelo ANP. O SRAA é ativado em resposta à diminuição da perfusão glomerular e pelo sistema nervoso simpático renal e, na verdade, é inibido pelo ANP. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia.Pag.194: Grupo GEN, 2017. 9788595151550. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 08 ago. 2022. 11ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 6 de 68 Resposta comentada: O quadro de cetoacidose diabetes é mais prevalente em crianças menores de cinco anos, filhas de mãe de baixa escolaridade. Os critérios bioquímicos para diagnóstico da cetoacidose diabetes são: hiperglicemia (glicose sanguínea > 200 mg/dL); pH venoso < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/L; e cetonemia ou cetonúria. O quadro de gravidade é determinado pelo PH e bicarbonato sanguíneo. A infusão de bicarbonato não é recomendada rotineiramente no tratamento de cetoacidose diabética, uma vez que aumenta o risco de hipocalemia e de edema cerebral. A fluidoterapia inicial promove redução da concentração de glicose sérica, além de melhorar a perfusão tecidual e restabelecer a função renal. Entretanto, a insulinoterapia é essencial para reverter a hiperglicemia e o estado catabólico e para interromper a lipólise e a cetogênese, corrigindo a acidose. REFERÊNCIAS: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Manual de emergência pediátrica do Hospital Criança Conceição / organização de Fábio Luís Sechi, Ilóite M. Scheibel. – Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, dez. 2020 12ª QUESTÃO Resposta comentada: A hemoglobina glicada é um dos exames utilizados para o diagnóstico de diabetes mellitus e também é um bom parâmetro para controle do tratamento. Seu valor normal é igual ou inferior a 5,6%; valores entre 5,7 e 6,4%, indicam pré-diabetes; valores iguais ou superiores a 6,5% indicam diabetes mellitus, porém há necessidade de se repetir o exame para confirmação diagnóstica. REFERÊNCIA: Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/. 13ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 7 de 68 Resposta comentada: A questão destaca a necessidade de uma abordagem integral do paciente, indo além dos sintomas físicos e considerando o contexto psicossocial. Neste cenário apresentado, enfatiza-se a importância da observação clínica de hematomas em diferentes estágios de cicatrização em idosos, podendo ser um sinal de trauma repetido, o que pode sugerir abuso. Assim, é vital criar um ambiente seguro para o idoso poder expressar preocupações ou medos sem o risco de represálias, além do diagnóstico clínico, e considerar as complexidades sociais e emocionais que afetam a saúde do idoso. Por fim, destaca-se a importância da atenção primária e do papel crucial que os médicos de família desempenham no reconhecimento e na abordagem do abuso a idosos. REFERÊNCIA: BRAGA, Cristina; GALLEGUILLOS, Tatiana Gabriela B. Saúde do Adulto e do Idoso. Editora Saraiva, 2014. E-book. ISBN 9788536513195. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513195/. 14ª QUESTÃO Resposta comentada: A principal hipótese diagnóstica de abdomeagudo obstrutivo em pacientes idosos deve ser o tumor de cólon. Além disso, o paciente apresenta ao exame físico com massa evidenciada ao toque retal. REFERÊNCIA:Ï Ricci MP. Abdome agudo. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2018. p. 39–101. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). 15ª QUESTÃO Resposta comentada: Com base nos sintomas e no exame físico, o diagnóstico mais provável é de epistaxe anterior, que é o tipo mais comum de sangramento nasal. O tratamento inicial deve incluir a aplicação de pressão digital nas narinas, com o paciente apertando firmemente as narinas contra o septo nasal por cerca de 10 minutos. Isso ajuda a comprimir os vasos sanguíneos e reduzir o sangramento. Além disso, o uso de agentes hemostáticos tópicos, como o ácido tranexâmico ou a gelatina, pode ser eficaz na interrupção do sangramento e na prevenção de recidivas. O tamponamento nasal anterior é indicado apenas em casos de epistaxe refratária ou em situações em que a causa do sangramento é posterior, enquanto a cauterização química ou da artéria esfenopalatina é geralmente reservada para casos mais graves de epistaxe anterior que não respondem ao tratamento conservador. REFERÊNCIA: American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery. Clinical Practice Guideline: Epistaxis (Nosebleed). Otolaryngology-Head and Neck Surgery, 2019. 16ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 8 de 68 Resposta comentada: Trata-se de uma crise de asma grave, devido à taquipneia, taquicardia, sibilos inspiratórios e expiratórios e SatO2 menor que 91%. O. tratamento adequado corresponde ao uso de corticoide oral ou endovenoso, beta 2 agonista inalatório a cada 20 minutos, brometo de ipatrópio inalatório e oxigenioterapia, na primeira hora. Se não houver melhora, após uma hora, adiciona-se o sulfato de magnésio endovenoso. Os demais distratores que classificam como leve ou moderado estão incorretos. O distrator que considera uso de sulfato de magnésio endovenoso na primeira hora também não está correto. REFERÊNCIA: 2023 GINA Main Report. Disponível em: https://ginasthma.org/2023-gina-main-report/. Acesso em: 18 out. 2023. 17ª QUESTÃO Resposta comentada: Todos as afirmativas estão corretas. As orientações para o caso são: A mordedura por cão pode causar lesões leves ou mais complicadas, ou profundas, podendo ser fatal quando acomete cabeça e pescoço. A sutura deve ocorrer em lesões de couro cabeludo, face, tronco, braços e pernas se não infectadas clinicamente, com menos de 12 horas do trauma. Deve-se evitar fechamento de feridas profundas, preferindo evolução por segunda intenção, assim como evitar suturar feridas na mão ou pé. Deve-se manter o animal sob observação durante dez dias e somente iniciar o esquema profilático indicado (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso. REFERÊNCIA: Whitebook. Prescrição, mordedura. Atualizado em 14 outubro 2020. Suporte, profilaxias e Profilaxia de raiva. Atualizado em 3 fevereiro 2021. Acesso em: 14 ago. 2022. 18ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 9 de 68 Resposta comentada: O conceito de “acidente de trabalho” é definido pela Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. De acordo com essa legislação, considera-se acidente de trabalho, dentre outros: “O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho. No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela.” Ou seja, mesmo não ocorrendo durante a execução de suas atividades laborais, se se deu no trajeto de sua casa para o trabalho. Esse tipo de acidente é referido como “acidente de percurso”, sendo uma subcategoria dos acidentes de trabalho conforme previsto na legislação brasileira. REFERÊNCIA: Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Art. 21. 19ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas descritos são característicos de intoxicação por organofosforados, com a estimulação prolongada do sistema nervoso parassimpático devido à inibição da enzima acetilcolinesterase. A medida inicial de suporte para tratar esse tipo de intoxicação é a administração de um antídoto específico, como o sulfato de atropina, que antagoniza os efeitos da acetilcolina nos receptores colinérgicos e ajuda a reverter os sintomas muscarínicos, como salivação excessiva, lacrimejamento, sudorese, vômitos e diarreia. A atropina também pode melhorar a frequência cardíaca e a respiração. As outras opções não são as abordagens iniciais mais apropriadas para este caso. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476 20ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 10 de 68 Resposta comentada: Antígeno de câncer 19-9 Este paciente provavelmente apresenta obstrução biliar maligna, indicada por sinais de icterícia indolor, prurido, fezes claras, hiperbilirrubinemia direta e fosfatase alcalina elevada. A massa solitária da cabeça do pâncreas provavelmente está obstruindo os ductos biliares e pancreáticos e causando dilatação subsequente (sinal do ducto duplo). Como sinal de insuficiência pancreática endócrina, o paciente também apresenta níveis séricos elevados de glicose. CA 19-9 é um marcador tumoral que está elevado em distúrbios hepatobiliares não malignos, bem como em vários tipos de câncer, principalmente no adenocarcinoma pancreático. Outros achados laboratoriais menos sensíveis e específicos que estão elevados no câncer de pâncreas incluem o antígeno carcinoembrionário (CEA) e, em alguns casos, os níveis de lipase. Os marcadores tumorais devem ser obtidos para monitoramento da doença, e não para confirmação do diagnóstico. Níveis mais elevados de CA 19-9 na apresentação inicial estão associados a um pior prognóstico. Distratores: Embora um CA 125 elevado esteja presente em cerca de metade dos casos de cancro do pâncreas, é menos sensível e menos específico do que outro marcador tumoral que também tem valor prognóstico no tratamento do cancro do pâncreas. Em vez disso, um CA 125 elevado é especialmente sensível e específico para cancros do ovário. A imunoglobulina M anti-HBc é um marcador sérico para hepatite B aguda. Embora este paciente tenha icterícia e possa apresentar fatores de risco para infecção por hepatite B (histórico de viagens, múltiplos parceiros sexuais, sexo desprotegido), ele não apresenta outros sinais de hepatite viral aguda como febre ou hepatomegalia sensível. Além disso, na hepatite viral, a icterícia não é colestática, mas resulta de uma disfunção hepática aguda. Os pacientes apresentariam, portanto, hiperbilirrubinemia mista, em vez de apenas bilirrubina direta elevada. Anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos perinucleares (p-ANCA) são frequentemente encontrados em pacientes com colangite esclerosante primária (CEP). Embora a CEP possa se manifestar com colestase, essa condição não causa o sinal do ducto duplo observado nos exames de imagem. Em vez disso, seriam observados rebordos dos ductos biliares extra- hepáticos e intra-hepáticos. A icterícia neste paciente é melhor explicada pela massa na cabeça do pâncreas detectada na ultrassonografia. Os níveis de alfafetoproteína (AFP) são mais comumente elevados no carcinoma hepatocelular (CHC), câncer de ovário e tumores mistos de células germinativas, mas os cânceres pancreáticos produtores de AFP são muito raros e improváveis. Embora a obstrução biliar maligna seja uma possível complicação do CHC, geralmente é um sinal tardio que normalmente se apresentaria com sinais de ascite e/ou cirrose, nenhum dos quais está presente neste paciente. Também não explicaria os achados ultrassonográficos deste paciente. REFERÊNCIA: MedlinePlus [Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US); [updatedJun 24; cited 2020 Jul 1]. Disponível em: https://medlineplus.gov/. Acesso em: 3 out. 2023. 21ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 11 de 68 Resposta comentada: Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2023/boletim-epidemiologico-volume-54- no-06/. Acesso em: 18 out. 2023. 22ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente com perda de urina apenas aos esforços, sem sintomas irritativos (urgência miccional, polaciúria etc.) tem diagnóstico clínico de incontinência urinária de esforço. O melhor tratamento para a incontinência urinária de esforço grave, como no caso apresentado, é a cirurgia, cujo objetivo é restaurar o suporte do colo vesical. A incontinência urinária de urgência está relacionada ao desejo imperioso e súbito de urinar, além do aumento da frequência urinária diurna e noturna. As fístulas podem ser causadas por cirurgia ginecológica, como a histerectomia, porém a perda urinária é contínua e sem um evento desencadeante. REFERÊNCIA: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. Rio de Janeiro: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553116/. Acesso em: 2 out. 2023. 23ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 12 de 68 Resposta comentada: São cinco os estágios de mudança comportamental considerando o modelo transteórico de Prochaska e DiClemente (1992): Pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. No caso do paciente, é possível notar que, na primeira consulta, ele estava no estágio da pré-contemplação, pois apresentava uma grande resistência para mudar seus hábitos relacionados ao cigarro. Já na segunda consulta, percebe-se um desejo de mudança e uma vontade de começar, ou seja, essa é a fase da preparação. REFERÊNCIA: SILVA, Luiz C C. Tabagismo. Artmed: Grupo A, 2012. E-book. ISBN 9788536327839. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536327839/. Acesso em: 4 set. 2023. 24ª QUESTÃO Resposta comentada: Temos um paciente com HAS e DM com DRC grave com distúrbio de potássio (hipercalemia grave), assim devemos suspender espironolactona, que é poupador de potássio e suspender metformina, por esta ter contraindicação em TFG menor que 30 mL. Deve-se realizar solução polarizante a fim de estabilizar membrana e furosemida para retirar K do paciente, caso não tenha efeito indicar diálise. A alteração esperada inicial no ECG é a onda T apiculada e simétrica, que pode deflagar arritmias instáveis e denotar gravidade do caso. REFERÊNCIAS: CECIL. Tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2005. PORTO & PORTO. Exame clínico. 7. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Capítulo 5. BICKLEY, L.S. BATES – Propedêutica Médica. 13. ed. Guanabara Koogan, 2022. ACLS – . American Heart Association, Suporte Avançado de Vida Cardiovascular – Manual para profissionais de saúde. 4. ed. 2015. 25ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 13 de 68 Resposta comentada: I. CORRETA – Trata-se de um quadro de síndrome coronariana sem supradesnivelamento do seguimento ST, e a investigação se dá por dosagem deste marcador, pois apenas o eletrocardiograma sem alterações não exclui o diagnóstico. II. INCORRETA – As medicações que reduzem a mortalidade no quadro de síndrome coronariana aguda são AAS, clopidogrel e heparina. A morfina tem sido associada ao aumento da mortalidade, e deve ser utilizada apenas em casos indicados, em que o benefício é superior ao risco. III INCORRETA – A paciente em questão tem uma dor de início recente que pode não estar alterada na primeira dosagem de troponina ultrassensível (falso-negativo), porém é apresenta um quadro clínico muito sugestivo de equivalente anginoso (mulher com diabetes), o que já indica fazer uma segunda dosagem / repetir eletrocardiograma, que poderá alterar o padrão de normalidade inicial, além de ter indicação de medicações como AAS e clopidogrel, e não medicações para dispepsia. REFERÊNCIA: NICOLAU et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arq Bras Cardiol. P 181 – 264, 2021. 26ª QUESTÃO Resposta comentada: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é um tipo de câncer que afeta as células precursoras dos linfócitos B ou T. É o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes. O tratamento da LLA envolve uma combinação de quimioterapia, radioterapia e, às vezes, terapia-alvo. A quimioterapia é o tratamento principal para a LLA em crianças. Consiste em medicamentos que destroem as células cancerígenas e impedem sua disseminação. A quimioterapia pode ser administrada por via oral ou por via intravenosa. O tratamento é geralmente dividido em várias fases, que podem durar de meses a anos, dependendo do risco e da resposta ao tratamento. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia em alguns casos, como quando a leucemia se espalha para o sistema nervoso central. No entanto, a radioterapia é menos comum em crianças com LLA, devido aos riscos de efeitos colaterais a longo prazo. A imunoterapia e a terapia-alvo são tratamentos mais recentes que estão sendo investigados para o tratamento da LLA em crianças. A imunoterapia usa o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer, enquanto a terapia-alvo usa medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, deixando as células saudáveis intactas. No entanto, atualmente, a quimioterapia continua sendo o tratamento padrão para a LLA em crianças. A escolha do tratamento depende do tipo e estágio da leucemia, bem como do perfil de risco do paciente. REFERÊNCIA: Tsuchida Y, Shimada H. Pediatric Oncology: A Comprehensive Guide. Springer; 2019. 27ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 14 de 68 Resposta comentada: A alteração encontrada pela médica da UBS trata-se de criptorquidia, situação quando o testículo não se encontra no escroto. É mais comum em crianças prematuras, com baixo peso ao nascimento, associando-se com aumento da incidência de tumores testiculares, defeitos de parede do tipo hérnias e hidroceles comunicantes. O tratamento é expectante até os 6 meses, visto que pode haver a migração espontânea até o escroto. Caso isso não ocorra, deve ser indicado tratamento cirúrgico de fixação do testículo na bolsa testicular no período entre o 6.º e 18.º mês de idade. REFERÊNCIA: Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/publico/doencas/criptorquidia-o-que-e-causas- e- tratamentos/. Acesso em: 3 out. 2023. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: Conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (2016), com atualizações em maio de 2021, o recém-nascido a termo deve ser avaliado ao nascer: nasceu chorando/respirando e com tônus muscular em flexão, deve ser posicionado pele a pele com a mãe, seu corpo e segmento cefálico coberto com tecido de algodão seco e aquecido e seu cordão umbilical clampado entre 1-3 minutos. Manter via aérea pérvia, aspirar secreções, se necessário, e avaliar continuamente sua vitalidade. O boletim de Apgar é determinado no primeiro e quinto minuto, mas não é utilizado para indicar procedimentos na reanimação neonatal. Os passos iniciais de estabilização e avaliação, quando não suficientes para determinar uma respiração espontânea regular, deve ser seguido pela ventilação por pressão positiva, que deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos após o nascimento. REFERÊNCIA: Bibliografia: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 29ª QUESTÃO000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 15 de 68 Resposta comentada: A fotografia mostra úlcera com bordas enroladas e depressão central. Uma biópsia da lesão provavelmente mostraria núcleos em paliçada. O carcinoma basocelular (CBC), que é o tipo mais comum de tumor maligno da pele, geralmente se manifesta como uma úlcera de crescimento lento e que não cicatriza, com depressão central e bordas enroladas (úlcera de roedor), um nódulo branco perolado com telangiectasia superficial ou uma placa descamativa (CBC superficial). O histórico deste paciente de não usar filtro solar regularmente aumenta sua exposição aos raios UV, o que é um fator de risco para o desenvolvimento de CBC. O CBC facial normalmente ocorre acima da linha que une o lóbulo da orelha e o canto da boca (por exemplo, na testa, pálpebras, nariz, sulco nasolabial, lábio superior). O CBC é localmente invasivo, mas raramente metastatiza. DISTRATORES: O carcinoma espinocelular cutâneo (cSCC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. Pode ocorrer na face, tem crescimento lento, é indolor e ocasionalmente ulcera, como visto aqui. Além disso, a idade avançada e a exposição crônica à luz UV são fatores de risco para CEC. No entanto, o CEC da face envolve normalmente as bochechas e o lábio inferior, em vez do nariz, e a forma ulcerada do CEC normalmente apresenta bordas evertidas, em vez das bordas enroladas vistas nesta fotografia. O hemangioma cereja é um tumor vascular da pele que normalmente se manifesta em adultos de meia-idade e idosos. No entanto, um hemangioma cereja aparece como uma pápula vermelha em forma de cúpula, não uma úlcera, e está geralmente localizado no tronco ou nas extremidades superiores, e não na face. O ceratoacantoma, que é um tipo de câncer de pele, ocorre mais comumente em indivíduos mais velhos e geralmente surge na pele danificada pela luz ultravioleta. No entanto, o ceratoacantoma se manifesta como um nódulo redondo e eritematoso com um tampão central contendo queratina. Além disso, os ceratoacantomas crescem rapidamente, dentro de 2 a 3 meses, ao contrário da lesão de crescimento lento neste paciente. A ceratose seborreica é um tipo de tumor benigno da pele comumente observado em indivíduos mais velhos. Pode surgir na face, mas aparece como uma mácula ou pápula verrucosa, gordurosa, semelhante à cera e de pigmentação escura, e não como uma úlcera. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Carcinoma basocelular. Última atualização em 26 de maio de 2022. 30ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 16 de 68 Resposta comentada: Paciente com evolução aguda, menos de 6 horas, não apresenta sinais clínicos de sofrimento de alça, como náuseas e vômitos, sem alteração dos sinais vitais, que consideramos. Uma hérnia inguinal encarcerada, não redutível. A protrusão do conteúdo herniário medial aos vasos epigástricos é designada como hérnia inguinal direta (Quando lateral aos vasos = hérnia inguinal indireta). O reparo cirúrgico urgente é indicado para as hérnias agudas encarceradas. A abordagem cirúrgica ideal não é conhecida, mas uma abordagem laparoscópica pode ser considerada na ausência de estrangulamento. Às vezes, é possível reduzir uma hérnia encarcerada com o paciente sedado, mas é preciso tomar cuidado para se evitar empurrar uma porção morta do intestino com o saco herniário para dentro da cavidade peritoneal (hérnia em massa). O reparo com tela é indicado se o intestino for viável, mas o reparo sem tela é indicado se o intestino for inviável ou se a sua viabilidade for duvidosa. Na ausência de necrose ou contaminação, o intestino pode ser reduzido e a hérnia reparada com uma tela. Se o intestino não for viável (gangrenoso) ou for constatada contaminação durante a cirurgia, geralmente a ressecção do intestino é necessária, sendo feito um reparo da hérnia com tecido primário sem tela. Deve-se evitar o reparo com tela nesta situação por causa do risco de infecção da tela. REFERÊNCIAS: SABISTON, D. C. Jr. et al. Tratado de cirurgia: A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. BMJ Best Practice. Hérnias inguinais em adultos. Última atualização em 29 jul 2022. 31ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 17 de 68 Resposta comentada: Na febre reumática, a complicação mais grave que pode ocorrer é a cardite reumática. A cardite reumática envolve inflamação das válvulas cardíacas, o que pode levar a danos permanentes nas válvulas e causar doença cardíaca reumática crônica. Essa é uma complicação séria da febre reumática e pode resultar em disfunção cardíaca a longo prazo. As outras opções de resposta estão associadas a diferentes manifestações da febre reumática: Artrite reumática refere-se à inflamação das articulações, sendo uma característica comum da febre reumática, mas geralmente não é considerada tão grave quanto a cardite. Coreia reumática é um distúrbio neurológico que pode ocorrer como uma manifestação da febre reumática, e, embora seja preocupante, não é tão grave quanto a cardite. Nódulos subcutâneos são pequenos nódulos debaixo da pele que podem se formar como resultado da febre reumática. Embora sejam uma manifestação da doença, não representam a mesma ameaça à saúde cardíaca que a cardite. Erupção cutânea é outra manifestação possível da febre reumática, mas, novamente, não é tão grave quanto a cardite. É importante que ela seja adequadamente tratada e acompanhada por um cardiologista para evitar danos cardíacos permanentes. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 32ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 18 de 68 Resposta comentada: A conduta adequada é encaminhar o paciente para USG de aorta abdominal e nova consulta em 6 meses devido ao tamanho do aneurisma. 1. Monitoramento: As diretrizes do American College of Cardiology Foundation/American Heart Association recomendam que AAAs infra/justarrenais medindo 4,0 a 5,4 cm de diâmetro por ultrassonografia/TC devem ser monitorados a cada 6 a 12 meses. Aneurismas da aorta abdominal <4,0 cm requerem ultrassonografia a cada 2 a 3 anos. O National Health Service do Reino Unido recomenda que intervalos anuais de rastreamento sejam empregados para AAAs de 3,0 a 4,4 cm e intervalos de 3 meses para AAA de 4,5 a 5,4 cm. Uma revisão sistemática e metanálise de dados individuais de pacientes concluiu que intervalos de vigilância de 2 anos para AAA de 3,0 a 4,4 cm e 6 meses para AAA de 4,5 a 5,4 cm são seguros e custo-efetivos. A análise das taxas de crescimento e ruptura do aneurisma da aorta abdominal indicou que, para manter o risco de ruptura do aneurisma da aorta abdominal <1%, é necessário um intervalo de 8,5 anos de vigilância para homens com aneurisma da aorta abdominal com diâmetro inicial de 3,0 cm. O respectivo intervalo de vigilância estimado para homens com aneurismas, cujo diâmetro inicial é de 5,0 cm, foi de 17 meses. Apesar de apresentar taxas de crescimento semelhantes para aneurismas pequenos, as taxas de ruptura foram quatro vezes maiores nas mulheres em comparação com os homens. Os programas e critérios de vigilância para considerar a cirurgia precisam ser adaptados para mulheres com aneurisma da aorta abdominal detectada de forma oportunista. REFERÊNCIAS: BMJ Best Practice. Aneurisma de Aorta abdominal. Última atualização em 07 de agosto de 2020. Espinosa G, Filippo M, Steffan R. Tratamento endovascular do aneurisma de aorta. In: Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Manso JEF, Silva FCD, organizadores. PROACI Programa de Atualização em Cirurgia: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2014. p. 39‑67. (Sistema de Educação Médica Continuada a Distância, v. 2). 33ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 19 de 68 Resposta comentada: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostasde condutas terapêuticas articuladas com um indivíduo, uma família ou um grupo, resultante da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. Geralmente, o PTS é dedicado a situações mais complexas, buscando a singularidade como elemento central. Será importante, para isso, reconhecer as prioridades que o sujeito elenca (o que para ele é mais importante e/ou viável) e o que do ponto de vista da equipe é mais urgente e/ou viável. Importante considerar outros atores, como familiares e cuidadores. É indicado que essa pactuação seja realizada pelo profissional que possua maior vínculo com o sujeito, por ser um momento de planejamento conjunto e também de negociação. A equipe pode construir com o usuário uma forma de registro para que ele, familiares e cuidadores possam acompanhar o planejamento e desenvolvimento do PTS, como quadro com atividades, atendimentos, pessoas de referência, ações de autocuidado a lembrar em seu cotidiano (por exemplo, cuidados com alimentação, cuidados com ambiente doméstico para prevenção de quedas, horários e dias das medicações, se houver). REFERÊNCIA: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual de Saúde. Projeto Terapêutico Singular na Atenção Primária à Saúde. Divisão de Atenção Primária à Saúde — Porto Alegre: Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, 2022. Tiragem: 1ª edição — 2022 — versão eletrônica. Disponível em: <https://admin.atencaobasica.rs.gov.br/upload/arquivos/202207/05102205-07101125-pts- 1.pdf> Acesso em: 24 de agosto 2023 34ª QUESTÃO Resposta comentada: A asserção I está correta, pois a anemia pode ser causada por deficiência de ferro, que é um componente crucial da hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio nos glóbulos vermelhos. A asserção II está incorreta. A eritropoietina é uma citocina que estimula a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos) na medula óssea, não de plaquetas. A asserção III está correta. As leucemias são um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento e desenvolvimento anormal de leucócitos, ou seja, é o câncer dos glóbulos brancos, que são as células de defesa do organismo. REFERÊNCIA: SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia humana. Grupo A. E-book. ISBN 9788582714041. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714041/. Acesso em: 25 ago. 2023. 35ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 20 de 68 Resposta comentada: A doxiciclina é um tratamento recomendado para a sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. No entanto, a administração de doxiciclina oral em mulheres grávidas é contraindicada porque a ingestão de tetraciclina pode causar danos ósseos e depósitos nos dentes (amarelecimento dos dentes decíduos) na prole. O resultado positivo de um teste treponêmico (FTA Abs) e de um não treponêmico (RPR) já confirma o diagnóstico nesta gestante e deve-se iniciar o tratamento, sem a necessidade de realizar outro teste treponêmico para confirmação. A paciente não tem história de tratamento anterior documentado com queda da titulação em pelo menos duas diluições e, portanto, não é um caso de cicatriz sorológica. A penicilina G é o único agente comprovadamente seguro e eficaz no tratamento da sífilis em gestantes. Contudo, a paciente relata ter tido reação alérgica à penicilina no passado. Portanto, antes de iniciar a terapia, deve-se primeiro determinar se a paciente pode tolerar o tratamento com penicilina. Não existem alternativas comprovadas à penicilina para o tratamento seguro e eficaz da sífilis em mulheres grávidas. Portanto, a dessensibilização à penicilina deve ser realizada em todos os pacientes com alergia à penicilina que sejam diagnosticados com sífilis durante a gravidez. O processo de dessensibilização pode ser realizado com segurança durante a gravidez e não afeta negativamente o resultado da gravidez. Em condições para as quais não existem medicamentos alternativos aceitáveis (como sífilis na gravidez), a dessensibilização permite utilizar o medicamento de escolha e evitar complicações associadas à infecção não tratada (neste caso, infecção transplacentária do feto). A azitromicina pode ser usada como medicamento de segunda linha no tratamento da sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. Contudo, o antibiótico não atravessa livremente a barreira placentária, por isso o feto não será tratado eficazmente. Portanto, não é recomendado para o tratamento da sífilis durante a gravidez. Apenas observação é inadequado neste paciente com sífilis confirmada (ou seja, teste de triagem positivo e teste confirmatório). A infecção por sífilis não tratada coloca tanto a mãe como a criança em risco de complicações graves, incluindo sífilis congênita, sífilis cardiovascular e neurossífilis. REFERÊNCIA: Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para Prevenção de transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites virais – Ministério da Saúde 2022. FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 36ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 21 de 68 Resposta comentada: Lesões bolhosas em palmas e plantas e ulcerações periorais, bem como choro à manipulação de membros superiores (pseudoparalisia de Parrot), indicando dor, são manifestações presentes na sífilis. O diagnóstico é feito por VDRL em sangue periférico, já que os testes não treponêmicos não são indicados, e o tratamento é realizado com penicilina. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de- conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/@@download/file>. Acesso em: 24 ago. 2023. DOMINGUES, C. S. B. et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: sífilis congênita e criança exposta à sífilis. Epidemiologia e serviços de saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, v. 30, n. spe1, 2021. 37ª QUESTÃO Resposta comentada: Dentre os fatores comumente relacionados ao refluxo gastroesofágico estão: – Ingestão de alimentos que reduzam o PH estomacal, provocando aumento da acidez; – O enfraquecimento do esfíncter exofágico inferior (cárdia), o qual pode permanecer parcial ou totalmente aberto, permitindo o refluxo; – Hérnia de hiato, formando-se um alargamento no tubo digestório anteriormente ao diafragma, permitindo acúmulo de alimento e refluxo, geralmente pela passagem de parte do estômago em direção ao tórax. REFERÊNCIA: SILVERTHORN. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 38ª QUESTÃO Resposta comentada: A questão evidencia uma hemorragia subconjuntival ou hiposfagma em olho direito, fenômeno muito comum e frequentemente idiopático. A resolução espontânea ocorre, normalmente, em 1 a 2 semanas. Caso o paciente apresentasse algum outro sintoma associado (como baixa de acuidade visual, por exemplo), seria aconselhado encaminhá-lo ao oftalmologista, mas não há nenhuma outra queixa nem alteração ao exame. Orientar o paciente que a resolução normalmente é espontânea. REFERÊNCIA: KANSKI, B. B. Oftalmologia Clínica: uma abordagem sistemática. 8. Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 39ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 22 de 68 Resposta comentada: A saúde das pessoas LGBTQIAPN+ engloba uma série de particularidades que vão além da prevenção de ISTs. Essas particularidades podem envolver, por exemplo, questões relacionadas à hormonioterapia parapessoas trans, cuidados com a saúde mental diante de discriminações ou rejeições sociais, e a necessidade de atendimento humanizado sem julgamentos baseados em orientação sexual ou identidade de gênero. Além disso, o atendimento a essa população exige uma abordagem integrada, pois muitos dos desafios de saúde enfrentados pela população LGBTQIAPN+ são interligados. Por exemplo, estresse relacionado à discriminação pode levar a problemas de saúde mental e física. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. 40ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente com história de trombose venosa atual ou pregressa, independentemente do uso de anticoagulante, apresenta contraindicação absoluta para o uso de métodos contraceptivos hormonais combinados. A injeção anticoncepcional de uso mensal, o adesivo anticoncepcional e a pílula contraceptiva oral combinada são exemplos e estão contraindicados para a paciente do caso. Os LARC (Long-Acting Reversible Contraception), métodos contraceptivos de longa duração, sendo eles o dispositivo intrauterino não hormonal, o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel e o implante de etonogestrel, são recomendados para todas as mulheres que desejam contracepção eficaz, incluindo adolescentes, nulíparas, no pós-parto ou pós-aborto e na presença de comorbidades, e para as contraindicações aos métodos contendo estrogênios. Os dispositivos intrauterinos não hormonais, por aumentarem o sangramento menstrual e a dismenorreia, apresentam uma contraindicação relativa no caso dessa paciente uterina. É possível que esses sintomas ocorram devido ao aumento da vascularização subendometrial das usuárias desse método. REFERÊNCIAS: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 65/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção). Machado RB, Monteiro IM, Magalhães J, Guazzelli CA, Brito MB, Lubianca JN, et al. Aspectos atuais dos contraceptivos reversíveis de longa ação. In: Contracepção reversível de longa ação. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO): 2022. [Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, no. 1/Comissão Nacional de Anticoncepção]. 41ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 23 de 68 Resposta comentada: Uma vacina contra SARS-CoV-2 usa esse mecanismo de ação. Esse mecanismo de ação é característico das vacinas de mRNA. Essas vacinas contêm mRNA que codifica um antígeno específico (por exemplo, proteína spike nas vacinas COVID-19), que as células usam para produzir a proteína antigênica desejada. As cadeias de mRNA são encapsuladas em nanopartículas lipídicas (LNPs), que protegem as cadeias da digestão enzimática extracelular e facilitam a absorção nas células. As vacinas de mRNA são altamente eficazes e induzem respostas imunes humorais e celulares. Não há risco de infecção porque o mRNA não é patogênico. Essas vacinas também são seguras para uso durante a gravidez porque o mRNA não interage com o DNA, portanto não há risco de mutagênese insercional. DISTRATORES: Em vacinas vivas atenuadas (por exemplo, VZV, rotavírus), um vírus funcional modificado (isto é, atenuado) é inoculado no paciente. Normalmente, o vírus modificado não causa doença. Em células infectadas por vírus, as proteínas antigênicas citosólicas são quebradas em peptídeos pelo proteassoma e apresentadas via MHC classe I ou são exocitadas, captadas por fagócitos e apresentadas via MHC classe II. Embora o processamento e a apresentação da proteína antigênica sejam semelhantes ao descrito neste caso, o mecanismo de formação da proteína antigênica é diferente; em pacientes inoculados com vacinas vivas atenuadas, as células são infectadas pelo vírus e não com material pronto para tradução dentro da célula hospedeira para formar a proteína antigênica. Vacinas toxoides (por exemplo, difteria, tétano) usam toxinas bacterianas nas quais a toxicidade foi inativada, enquanto a imunogenicidade é mantida por meio de sítios de ligação ao receptor intactos. As toxinas bacterianas são captadas por células com atividade endocítica (por exemplo, células dendríticas) e são processadas no endossomo, após o que os antígenos virais se ligam às moléculas do MHC de classe II e são então apresentados na superfície celular, desencadeando uma resposta principalmente humoral. Não há apresentação de antígeno via MHC classe I ao usar vacinas toxoides. As vacinas de subunidades (por exemplo, hepatite B, HPV) usam subunidades antigênicas inativas de patógenos para desencadear uma resposta imune. As subunidades antigênicas são captadas por células com atividade endocítica (por exemplo, células dendríticas) e processadas pelo endossomo, após o que os antígenos virais se ligam às moléculas do MHC de classe II e são apresentados na superfície celular, desencadeando uma resposta principalmente humoral. Não há apresentação de antígeno via MHC classe I ao usar vacinas de subunidades. As vacinas de vetor viral (por exemplo, ebola, vacina Janssen COVID-19) usam um vírus não relacionado modificado (por exemplo, adenovírus) como um vetor não patogênico, que fornece código genético às células que contém instruções para a produção do antígeno desejado. Nas vacinas de vetor viral, um vírus, não uma nanopartícula lipídica, é englobado pelas células. REFERÊNCIA: Doença do Coronavírus 2019 (COVID19). BMJ Best Practice. Última atualização em 08 dez 2022. 42ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 24 de 68 Resposta comentada: A observação seguida de um retorno gradual ao esporte é a recomendação atual para traumatismo cranioencefálico (TCE) leve. A observação no departamento de emergência (DE) por pelo menos 4 a 6 horas deve incluir exame neurológico seriado e avaliação da GCS. Alterações no estado mental ou sinais neurológicos focais podem indicar patologia subjacente mais grave, como sangramento intracraniano. Após a alta, esse paciente deve ser monitorado por um responsável por pelo menos 24 horas após a lesão e retornar ao pronto-socorro se houver alguma alteração neurológica. Os pacientes também devem passar por seis estágios de retorno gradual aos esportes. Como cada estágio requer pelo menos 24 horas, esse paciente precisará se abster de esportes de contato por pelo menos uma semana. A neuroimagem não é recomendada rotineiramente para TCE leve. Se a qualquer momento durante o período de observação o GCS se deteriorar para <13, os pacientes devem ser reclassificados como tendo TCE moderado ou TCE grave e tratados de acordo. DISTRATORES: A admissão na unidade de terapia intensiva para monitoramento da pressão intracraniana seria apropriada em pacientes com TCE grave, para os quais a pressão intracraniana elevada é uma preocupação séria devido a edema cerebral e/ou sangramento. O TCE grave é caracterizado por um GCS ≤8. No entanto, esse paciente tem um GCS de 14 no campo e um GCS de 15 no departamento de emergência, indicando TCE leve. A alta imediata após TCE leve é inapropriada porque os pacientes podem desenvolver complicações de início tardio, como sangramento intracraniano. Exames clínicos seriados são importantes para detectar tais complicações (evidenciadas por estado mental alterado ou achados neurológicos focais). Além disso, abster-se de toda atividade física é mais rigoroso do que o atualmente recomendado. Acredita-se que um retorno gradual ao jogo seja importante na recuperação da concussão. A fenitoína é um agente de primeira linha para profilaxia de convulsões após TCE grave, que se manifesta com um GCS ≤ 8. Este paciente tem um GCS de 14 no campo e um GCS de 15 no departamento deemergência, indicando TCE leve. A profilaxia de convulsões não é, portanto, apropriada neste momento. A imagem não é um elemento essencial no diagnóstico de concussão; é em grande parte um diagnóstico clínico. A imagem seria importante, no entanto, na avaliação de sangramento intracraniano ou fratura craniana/facial. Este paciente tem uma baixa probabilidade de patologia estrutural, como hematoma (epidural ou subdural), hemorragia ou fratura devido aos exames físicos e mentais normais. A imagem traria poucos benefícios e não é o melhor próximo passo. REFERÊNCIA: ATLS – Advanced Trauma Life Support For Doctors. 10. ed. Chicago: Committee on Trauma, 2018. 43ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 25 de 68 Resposta comentada: Deve-se indicar imediata resolução da gestação diante de sangramento materno incontrolável (alteração hemodinâmica), vitalidade fetal alterada, maturidade fetal comprovada ou idade gestacional acima de 37 semanas. Com o avanço da idade gestacional, há risco aumentado de sangramento vaginal significativo que leve ao parto. Por isso, especialmente nas gestantes com placenta prévia, está indicada a interrupção da gestação com 37 semanas, por cesárea. Em casos selecionados de placentas de inserção baixa, sem complicações, pode-se permitir o parto por via vaginal. Alguns estudos sugerem que a ultrassonografia transvaginal pode auxiliar na decisão do tipo de parto. Quando a distância entre a placenta e o orifício interno do colo estiver entre 11 e 20 mm, há pequeno risco de sangramento (29% a 31%) e menor necessidade de cesárea. Já nas placentas localizadas entre 0 e 10 mm do orifício interno, as incidências de operação cesariana estão entre 75% e 90%. Esses casos são fortemente associados a sangramento vaginal e, na maioria das vezes, exigem cesárea realizada com segurança. Nos casos de óbito fetal, a cesárea está indicada quando a placenta estiver em contato com o orifício interno do colo. Devem-se avaliar outros fatores, como idade gestacional, número de cesáreas prévias, tempo de óbito, hemorragia, sistema de coagulação e condições do colo uterino para a decisão pela via vaginal. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 44ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 26 de 68 Resposta comentada: A paciente apresenta desconforto respiratório (dispneia aguda, hipoxemia) e estertores em base pulmonar na ausculta pulmonar. Em conjunto com sua história de hipertensão de longa data e mal controlada, ausculta com B4 e presença de peptídeo natriurético elevado, esses achados indicam edema pulmonar devido à insuficiência cardíaca aguda descompensada. O manejo inclui suplementação de oxigênio, posicionamento adequado (elevação da cabeceira do leito) e diuréticos de alça intravenosos, como a furosemida. A diurese resulta em diminuição da pré-carga cardíaca, a pressão venosa central e a pressão de oclusão capilar pulmonar, o que, por sua vez, reduz o edema pulmonar. Além disso, em pacientes com edema pulmonar, a furosemida provoca venodilatação transitória, reduzindo ainda mais a congestão pulmonar, mesmo antes do início da diurese. Se o desconforto respiratório persistir, o tratamento com vasodilatadores (por exemplo, nitroglicerina) pode ser iniciado para reduzir ainda mais a pré- carga. O betabloqueador pode ser utilizado no tratamento da hipertensão, especialmente em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva concomitante. Contudo, o metoprolol deve ser evitado em pacientes com insuficiência cardíaca aguda descompensada, que essa paciente muito provavelmente apresenta, pois esse medicamento diminui a contratilidade miocárdica, resultando em disfunção ventricular esquerda e agravamento adicional do edema pulmonar. A colocação de dreno torácico é indicada em pacientes com pneumotórax, hemotórax ou derrame pleural. Embora essa paciente apresente sintomas associados a essas condições (dispneia, hipoxemia), a ausculta normalmente revelaria diminuição dos sons respiratórios, em vez dos estertores nas bases pulmonares ouvidos na paciente. Corticosteroides intravenosos são administrados em pacientes com dificuldade respiratória devido à exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. Embora a paciente tenha uma história de tabagismo de longa data, o que a coloca em risco aumentado de DPOC, a ausculta revelaria sibilos ou roncos, e não os estertores pulmonares em base pulmonar ouvidos aqui e não teria aumento do peptídeo natriurético sérico. Inotrópicos como a dobutamina são usados principalmente como medida de curto prazo em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e fração de ejeção reduzida com evidência de choque cardiogênico, hipoperfusão sistêmica e danos a órgãos-alvo. Os inotrópicos não são recomendados para pacientes com ICC com fração de ejeção preservada, como visto nessa paciente. REFERÊNCIA: CASTRO, IRAN. Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 3. ed. Editora Manole: s.l., 25 janeiro 2021. 976p. 45ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 27 de 68 Resposta comentada: Não se pode inferir a incidência ou prevalência dos dados disponibilizados, pois não se tem o quantitativo da população exposta. Por assim, a única alternativa correta é aquela que se refere ao número de óbitos. REFERÊNCIA: Medronho R; Carvalho DM; Bloch KV; Luiz RR; Werneck GL (eds.); Epidemiologia. Atheneu, São Paulo, 2018. 46ª QUESTÃO Resposta comentada: As afirmações I e IV estão incorretas: a I, pois o Cândido não mora na mesma residência dos outros indivíduos citados; na IV, o esquema indica conflito entre os indivíduos, e não relação extraconjugal. REFERÊNCIAS: CORRÊA, E. J. et al. Álbum de família — Genograma: um instrumento para a atenção primária à saúde e estudos de famílias. In: GUSMÃO, C. M. G. et al. Relatos de uso de tecnologias educacionais na educação permanente de profissionais de saúde no sistema Universidade Aberta do SUS. 22. ed. Recife: Editora Universitária UFPE, p. 102–123, 2014. https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4612.pdf 47ª QUESTÃO Resposta comentada: A incidência de infecção associada ao abortamento é muito variável. No abortamento espontâneo ou na interrupção médica da gravidez, a infecção não é frequente (menos de 0,4%). No entanto, procedimentos inseguros de interrupção da gravidez continuam a ocorrer em todo o mundo e têm uma taxa muito maior de morbidade e mortalidade. Mulheres com risco particular de infecção incluem aquelas com história de abortamento inseguro, instrumentação uterina ou sangramento vaginal prolongado. O abortamento infectado é um diagnóstico clínico feito em pacientes que apresentam sinais e sintomas de infecção uterina. Os sinais e sintomas mais comuns incluem: Dor pélvica e/ou abdominal, sensibilidade uterina, secreção vaginal purulenta, sangramento vaginal, febre e colo uterino entreaberto. REFERÊNCIAS: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo - Tratado de Obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 09 out. 2023. MINISTÉRIO, D.; SAÚDE. MANUAL DE GESTAÇÃO DE ALTO RISCO BRASÍLIA -DF 2022 VERSÃO PRELIMINAR. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp- content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em 01 set. 2023. 48ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 28 de 68 Resposta comentada: A amoxicilina é um fármaco ß-lactâmico da classe das penicilinas de espectro estendido, amplamente utilizada para tratar uma variedade de infecções bacterianas. Seu mecanismo de ação envolve a inibição da parede celular bacteriana, que é uma estrutura essencial para a integridade e a sobrevivência das bactérias. Aamoxicilina interfere no processo de formação das ligações cruzadas entre os componentes da parede celular bacteriana. Ela atua inibidindo a enzima transpeptidase, que está envolvida na última etapa da síntese do peptidoglicano. REFERÊNCIA: BRUNTON, L. L. (Ed.). Goodman & Gilman – as bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 49ª QUESTÃO Resposta comentada: A anemia ferropriva (por deficiência de ferro) surge a partir do desequilíbrio entre ingesta e absorção do nutriente, situações de demanda aumentada ou perda crônica. Nos adultos é em geral associada à perda crônica de sangue, tanto por hipermenorreia ou menorragia em mulheres em idade fértil quanto pelo trato gastrintestinal. A paciente da questão informa estar no período de menopausa, além de possuir exame de sangue oculto nas fezes positivo, indicando perda gastrointestinal. Os exames também revelam microcitose e índice de anisocitose eritrocitária (RDW) elevada, sendo dois critérios presentes na anemia ferropriva. O seu tratamento inclui fundamentalmente encontrar a causa da deficiência de ferro e também tratá-la adequadamente com reposição de ferro elementar via oral até de 3 a 6 meses, devendo estender-se até a normalização dos estoques de ferro. REFERÊNCIA: Porto, Celmo, C. e Arnaldo Lemos Porto. Clínica Médica na Prática Diária. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo GEN, 2022. 50ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 29 de 68 Resposta comentada: Este caso se trata de uma gestação ectópica confirmada por BhCG sérico positivo associado à dor pélvica e imagem anexial sugestiva. A paciente se apresenta estável hemodinamicamente e tem desejo reprodutivo, o que nos faz pensar em conduta conservadora. Para que isso seja possível, alguns critérios devem ser considerados, como saco gestacional menor que 3,5 cm, feto sem atividade cardíaca, BhCG menor que 5.000 mUi/mL e estabilidade hemodinâmica. Após a administração do metrotexato, deve-se monitorizar a queda do BhCG sérico, que sinaliza sucesso do tratamento. A salpingectomia, ooforectomia e laparotomia não devem ser realizadas, visto que a paciente tem critérios para tratamento conservador, aumentando as chances de preservação da fertilidade, já que ela apresentou desejo de novas gestações. O BhCG considerado para tratamento conservador é o inicial, sendo assim não há indicação de repetir o BhCG. O ultrassom transvaginal foi realizado no dia do atendimento, não tendo benefício em se repetir em 2 dias. REFERÊNCIA: ZUGAIB, Marcelo. Zugaib obstetrícia. s.l.: Editora Manole, 2023. E-book. ISBN 9786555769340. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555769340/. Acesso em: 9 out. 2023. 51ª QUESTÃO Resposta comentada: A questão trata de um caso de fibrose cística, doença genética e hereditária de caráter autossômico recessivo, sendo necessárias, portanto, duas cópias do alelo alterado para expressão e desenvolvimento da doença. A fibrose cística é provocada por uma mutação no gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator), que gera um desequilíbrio na concentração de cloro e de sódio nas células que produzem as secreções do corpo, como muco e suor (glândulas exócrinas), acarretando sérios agravos ao sistema respiratório e digestório, tornando os pacientes suscetíveis a infecções das vias aéreas superiores como pneumonias e bronquites. REFERÊNCIAS: SILVA, E.A.; DUARTE, C.; ROSSANTO, D. et al. Variação da função pulmonar e aspectos clínicos em adultos com fibrose cística. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 48, n. 4, 2022. Disponível em: https://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20220155. Acesso em: 3 out. 2023. STEFANO, M.A.; PODEROSO, R.E.; MAINZ, J.G. et al. Prevalence of constipation in cystic fibrosis patients: a systematic review of observational studies. Jornal de Pediatria, v. 96, n. 6, p. 686- 692, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jped.2020.03.004. Acesso em: 3 out. 2023. SCHAFER, G.B.; THOMPSON, J.N. Genética Médica: uma abordagem integrada. 1 ed. ArtMed: Porto Alegre, 2015. 52ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 30 de 68 Resposta comentada: A terapia oral de reidratação (SOR) é geralmente a primeira linha de tratamento para crianças com desidratação leve a moderada, plano B, devido à diarreia e vômitos. O SOR contém uma mistura equilibrada de água, eletrólitos e glicose para reidratar o corpo e repor os nutrientes perdidos. A criança pode receber o SOR em pequenas quantidades, com frequência, para evitar a desidratação e melhorar o estado clínico. As outras opções não são as abordagens recomendadas para tratar desidratação moderada. O uso de antidiarreicos não é indicado em crianças com diarreia aguda, e a prescrição de antibióticos não é necessária para a maioria dos casos de diarreia viral. A recomendação de dieta normal pode ser arriscada, pois a criança pode não conseguir reter alimentos devido aos vômitos. Prescrever um probiótico pode ser benéfico, mas a prioridade é a reidratação adequada com SOR. A administração do SOR em uma unidade de atendimento é importante para garantir que a criança receba a quantidade adequada e seja monitorada quanto à melhora do estado de hidratação. REFERÊNCIA: Ministério da Saúde. Manejo do Paciente com Diarreia [cartaz]. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf. 53ª QUESTÃO Resposta comentada: A Síndrome Nefrítica ou Glomerulonefrite é, classicamente, uma afecção renal de 10 a 20 dias em média após uma infecção estreptocócica (amigdalite, piodermite). Inicia com edema leve (raramente generalizado), e, em seguida, evolui com hematúria macroscópica, acompanhada de hipertensão. São raros os casos de encefalopatia hipertensiva. A proteinuria ocorre, mas em baixos níveis, diferentemente do que ocorre na Síndrome Nefrótica. O tratamento inicial se baseia em dieta hipossódica, restrição hídrica, restrição proteica e repouso. Quanto aos medicamentos, se necessário, usam-se os diuréticos de alça, com tratamento das infecções para erradicação do Streptococcus. Complicações como cardiopatia congestiva, encefalopatia hipertensiva e insuficiência renal são raras, mas o paciente deve ser acompanhado para ser tratado quanto antes o caso aconteça. O prognóstico geralmente é favorável. REFERÊNCIAS: C. JÚNIOR, Dioclécio; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri: SP. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476 Documento da Sociedade Paulista de Pediatria https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec88_Nefro.pdf Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Departamento Científico. (2019-2022). Recomendações - Atualização de Condutas em Pediatria. 54ª QUESTÃO Resposta comentada: Neste caso, a presença de anticorpos IgG indica imunidade passada à rubéola, o que é benéfico para evitar a infecção durante a gravidez. Não há evidência de infecção ativa, e a vacinação não é necessária neste momento. REFERÊNCIA: ABBAS, Abul K. et al. Imunologia Celular e Molecular. 10 ed. Disponível em: Minha Biblioteca. s.l.: Grupo GEN, 2023. Acesso em: 3 out. 2023. 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 31 de 68 55ª QUESTÃO Resposta comentada: Caso clínico abordando bioética, onde encontramos paciente com idade avançada, doença crônica em estágio terminal (síndrome demencial), internada em ambiente de UTI com medidas invasivas já estabelecidas (IOT / DVA), sendo sugerido nova medida invasiva. Familiares foram convocados para conversar sobre terminalidade. Seguir com medidas invasivas, neste caso, caracteriza distanásia, e estaria contraindicada. Ortotanásia configura a "morte com menor sofrimento", e, neste caso, seria não iniciar novas medidas invasivas (como hemodiálise, por exemplo). Eutanásia é "abreviar a vida", como desligar aparelhos, prática proibida no Brasil. REFERÊNCIA: FELIX, Zirleide Carlos et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia:revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 18(9):2733-2746, 2013. 56ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente possui critérios de Framingham para diagnóstico clínico de IC, sendo eles: dispneia paroxística noturna, turgência jugular, cardiomegalia ao Rx, sinais de edema agudo de pulmão, ritmo de galope na ausculta cardíaca. Todos esses são critérios maiores, sendo necessários apenas dois deles para diagnóstico. Ainda como critério menor, temos edema de membros inferiores, dispneia e derrame pleural. Com base no diagnóstico, é necessário classificar o perfil hemodinâmico para tratamento, e esse caso apresentado nos revela uma paciente em perfil hemodinâmico B “quente e úmido”, sendo os vasodilatadores venosos (nitratos) e diuréticos de alça as medicações indicadas para tratamento nesse momento. A classificação de Stevenson propõe avaliação do perfil hemodinâmico para tratamento da IC: pacientes que apresentam congestão são denominados “úmidos”, enquanto os sem congestão, “secos”. Os que apresentam sinais de perfusão periférica inadequada são denominados “frios”, e os sem sinais de baixa perfusão, “quentes”. Portanto, temos que as demais alternativas estão incorretas por classificação inadequada. A alternativa “perfil hemodinâmico B, devendo iniciar furosemida e espironolactona, ambos por via oral para ação diurética rápida” está incorreta porque o tratamento nesse momento é com vasodilatadores e diuréticos de alça (e não mineralocorticoide), e as medicações devem ser venosas devido à emergência em questão. Durante a internação, já com a paciente estabilizada, as medicações que fazem parte dos pilares do tratamento da insuficiência cardíaca vão sendo adicionadas: IECA/BRA ou Sacubitril Valsartana, bloqueador mineralocorticoide, iSGLT2, betabloqueadores. REFERÊNCIA: CASTRO, Iran. Livro-texto da sociedade brasileira de cardiologia. 3. ed. s.l.: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555761009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555761009/. Acesso em: 10 ago. 2023. 57ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 32 de 68 Resposta comentada: Menor de 9 meses tem como marcos do desenvolvimento: – Transfere objetos de uma mão para outra. – Pinça polegar-dedo. – Balbucia. – Senta sem apoio. – Estranhamento (tem preferência por pessoas do seu convívio). – Brinca de "esconde-achou". – Tem crianças que engatinham, tem outras que já andam sem engatinhar. Engatinhar não é um marco obrigatório. Deve-se seguir calendário de puericultura, já que o lactente se encontra com desenvolvimento neuropsicomotor adequado, não sendo necessário encaminhamento para o especialista. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri, SP: Editora Manole, 2021. 58ª QUESTÃO Resposta comentada: Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10. edição. 59ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 33 de 68 Resposta comentada: Paciente apresenta quadro de Transtorno Depressivo Maior: Humor irritável (criança/adolescente), diminuição do interesse ou prazer nas atividades, insônia com sonolência diurna, capacidade reduzida de concentração e queda do rendimento escolar. Os sintomas estão presentes há mais de duas semanas. Experiências adversas na infância constitui fator de risco para desenvolvimento da depressão, como o bullying. Assim, é preciso haver uma atenção quanto à ocorrência de bullying, inclusive com envolvimento de escola, equipe de saúde e pais. A fluoxetina e o escitalopram são aprovados pelo FDA para o tratamento de depressão maior na infância e adolescência. O risco do aumento de pensamentos e ideação suicidas é pequeno, se comparado ao benefício do tratamento com os antidepressivos ou com as complicações que podem decorrer do quadro não tratado. O risco de suicídio é real para o caso e não deve ser menosprezado. Esse paciente não apresenta indicação para tratamento com psicoestimulante, pois sua desatenção é um sintoma do quadro depressivo e não encaixa nos critérios diagnósticos de TDAH. REFERÊNCIA: American Psychiatric Association. (2016). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. 60ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 34 de 68 Resposta comentada: Na hipoperfusão renal, o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é ativado, ou seja, os rins liberam renina, o que leva à ativação e à liberação de angiotensina II e aldosterona. O aumento da aldosterona eleva a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e prótons nos túbulos coletores renais. Além disso, a angiotensina II aumenta a taxa de filtração glomerular e estimula a reabsorção de sódio no túbulo proximal. À medida que o sódio é reabsorvido, a água segue do filtrado glomerular para o interstício renal. Esse deslocamento de fluido para os capilares peritubulares leva ao aumento do fluido intravascular e ao aumento da pressão sanguínea. DISTRATORES: Quando o RAAS é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de prótons. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de prótons. Quando o SRAA é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de potássio. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de potássio. A reabsorção de ureia ocorre no túbulo proximal e no ducto coletor, e espera-se que seja aumentada na hipovolemia. A perda de volume causa aumento dos níveis de ADH, o que induz a expressão de transportadores de ureia nos ductos coletores medulares, levando a um aumento da reabsorção de ureia. A reabsorção de ureia nos ductos coletores é essencial para manter o gradiente osmótico medular interno que permite a retenção máxima de água filtrada. A ureia também é reabsorvida no túbulo proximal por difusão através do arrasto de solvente de outros eletrólitos. Esse mecanismo também é aumentado em estados hipovolêmicos por causa do aumento da concentração de urina e da concentração de eletrólitos intersticiais. Sob condições fisiológicas, a creatinina é removida do sangue por filtração glomerular e secreção tubular a uma taxa relativamente constante. Embora a creatinina possa ser absorvida no trato gastrointestinal (suplementos dietéticos ou carne), há pouca ou nenhuma reabsorção tubular renal de creatinina. Devido à diminuição da perfusão renal, este paciente corre o risco de diminuição da filtração glomerular e, portanto, aumento da creatinina sérica. No entanto, qualquer aumento na creatinina sérica é resultado da diminuição da depuração (diminuição da TFG) e não do aumento da absorção renal. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Fundamentos de Fisiologia. [Cap.78]: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788595151550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 09 mai. 2023. 61ª QUESTÃO 000096.43001a.6da576.568d46.9b5704.09d24b.912a08.3a600 Pgina 35 de 68 Resposta comentada: Em um contexto de qualquer hemorragia, incluindo a hemorragia digestiva, seja ela alta ou baixa, a conduta inicial é a estabilização do paciente. A conduta que pode ser bem sucedida para a estabilização inicial é a verificação das vias aéreas e o acesso venoso periférico e hidratação com cristaloides. REFERÊNCIA: Sabiston Tratado de Cirurgia. A Base Biológica
Compartilhar