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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional - MEDICINA Professor (es): Período: 202401 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_MEDICINA_2024.1_08 ABRIL2024 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 11513 - CADERNO 001 1ª QUESTÃO Resposta comentada: A hemoglobina glicada é um dos exames utilizados para o diagnóstico de diabetes mellitus e também é um bom parâmetro para controle do tratamento. Seu valor normal é igual ou inferior a 5,6%; valores entre 5,7 e 6,4%, indicam pré-diabetes; valores iguais ou superiores a 6,5% indicam diabetes mellitus, porém há necessidade de se repetir o exame para confirmação diagnóstica. REFERÊNCIA: Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/. 2ª QUESTÃO Resposta comentada: A manobra de Heimlich modificada para crianças de um ano é recomendada para crianças pequenas que estão engasgadas, pois combina a eficácia das palmadas nas costas, que ajudam a deslocar o objeto causador da obstrução, com compressões torácicas, que aumentam a pressão no tórax e auxiliam na remoção do objeto. Essa abordagem é preferida para crianças menores de um ano, mas também é aplicável e eficaz em crianças um pouco maiores, como no cenário apresentado. As outras alternativas não descrevem a técnica apropriada para a idade da criança e podem não ser eficazes ou seguras para desobstruir a via aérea de uma criança de dois anos. Referência: DISQUE, K. PALS – Pediatric Life Support. Provider Handbook. [s.l.]: Satori Continuum Publishing, 2021. 3ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 1 de 69 Resposta comentada: O antagonismo dos receptores β-adrenérgicos afeta a regulação da circulação por meio de diversos mecanismos, incluindo a redução da contratilidade do miocárdio e da frequência cardíaca (débito cardíaco). O antagonismo dos receptores β1 do complexo justaglomerular diminui a secreção de renina e a atividade do SRA. Essa ação provavelmente contribui para a ação anti-hipertensiva. Referência: BRUTON, L.L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. [s.l.]: Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788580556155. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556155/. Capítulo 28 (Tratamento da hipertensão). p. 632. 4ª QUESTÃO Resposta comentada: Os antidepressivos atuam inibindo principalmente a recaptação de neurotransmissores como serotonina e/ou noradrenalina nos neurônios pré-sinápticos, aumentando assim sua concentração na fenda sináptica e potencializando sua ação no sistema nervoso central. A ativação dos receptores GABAérgicos no sistema nervoso central está associada a outros tipos de medicamentos, como os ansiolíticos e os indutores do sono, não sendo o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. O bloqueio dos receptores de dopamina no córtex cerebral está mais associado a medicamentos utilizados no tratamento de condições como esquizofrenia e transtorno bipolar, não sendo o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. O aumento da liberação de glutamato no sistema nervoso central não é um mecanismo de ação dos antidepressivos. A inibição da recaptação de dopamina e acetilcolina nos neurônios pré-sinápticos não é o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. Referências: KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13 ed. [s.l.]: Grupo A, 2017. BRUTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13 ed. Grupo A, 2018. 5ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 2 de 69 Resposta comentada: São contraindicações à TH: – Doença hepática descompensada (nível de evidência: D). – Câncer de mama (nível de evidência: B). – Câncer de endométrio (nível de evidência: B). – Lesão precursora para o câncer de mama (nível de evidência: D). – Porfiria (nível de evidência: D). – Sangramento vaginal de causa desconhecida (nível de evidência: D). – Doenças coronariana (nível de evidência: A) e cerebrovascular (nível de evidência: D). – Doença trombótica ou tromboembólica venosa (nível de evidência: B) - levar em conta a via de administração. – Lúpus eritematoso sistêmico com elevado risco tromboembólico (nível de evidência: D). – Meningeoma – apenas para o progestagênio (nível de evidência: D). A TH não está contraindicada nas seguintes situações: – Hipertensão arterial controlada (nível de evidência: B). – Diabetes mellitus controlado (nível de evidência: B). – Hepatite C (nível de evidência: B). – Antecedente pessoal de neoplasia hematológica (nível de evidência: D). – Após os cânceres: • De pele (nível de evidência: D). • Ovariano (nível de evidência: B) (exceto subtipo endometrioide). • Cervicouterino escamoso (nível de evidência: B). • Vaginal ou vulvar (nível de evidência: D). • Colorretal (nível de evidência: D). • Pulmonar (nível de evidência: D). • Tireoidiano (nível de evidência: D). • Hepático (nível de evidência: D). • Renal (nível de evidência: D). • Gástrico (nível de evidência: D). Referência: POMPEI, L. M. et al. Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa. Associação Brasileira de Climatério (Sobrac). São Paulo: Leitura Médica, 2018. 6ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 3 de 69 Resposta comentada: A presença de abscesso ovariano indica tratamento hospitalar. O tratamento oral é equivalente ao endovenoso nos casos de doença inflamatória pélvica (DIP). A combinação de cefalosporinas com tetraciclinas é considerada o tratamento padrão, pois cobrem os principais agentes etiológicos para o quadro, sendo eles a Clamydia Trachomatis e Neisseria gonorrhoae. A laparotomia é indicada em casos selecionados de DIP. O parceiro deve ser sempre investigado em casos de DIP. Referência: ROMANELLI, R. M. C. et al. Abordagem atual da doença inflamatória pélvica. Revista Médica de Minas Gerais, v. 23, n. 3, p. 347–355, 2013. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: A hipercalemia é uma complicação comum em pacientes com insuficiência renal crônica devido à diminuição da excreção de potássio pelos rins. O tratamento da hipercalemia visa reduzir rapidamente os níveis de potássio no sangue para evitar complicações cardíacas potencialmente fatais, como arritmias cardíacas. A prescrição de uma dose única de bicarbonato de sódio por via oral pode ajudar a corrigir a acidose metabólica associada à insuficiência renal crônica, mas não é eficaz para diminuir rapidamente os níveis de potássio no sangue. A administração de uma infusão de insulina regular com glicose por via intravenosa é uma opção válida para promover a entrada de potássio nas células, reduzindo temporariamente os níveis no sangue, mas não é a primeira escolha para o tratamento inicial da hipercalemia. Iniciar terapia com diuréticos de alça, como a furosemida, por via intravenosa, pode servir para aumentar a excreção de potássio na urina, mas pode não ser eficaz em pacientes com insuficiência renal avançada. A administração de cálcio intravenoso seguido de resina de troca de íons, como o poliestireno sulfonato de cálcio, é uma abordagem padrão no tratamento da hipercalemia grave. O cálcio intravenoso estabiliza a membrana celular, reduzindo o risco de arritmias cardíacas induzidas pela hipercalemia. A resina de troca de íons, como o poliestireno sulfonato de cálcio, ajuda a remover o excesso de potássio do organismo por meio da ligação do potássio no trato gastrointestinal, facilitando sua excreção. Essa combinação é considerada eficaz e segura no tratamento da hipercalemia relacionada à insuficiência renal crônica. A hemodiálise de emergência é reservada para casos graves de hipercalemia refratária a outras medidas terapêuticas ou quando há sinais iminentes de complicações graves, como alterações eletrocardiográficas. Referência: TAAL, M. W. et al. Disorders of Potassium Homeostasis (Capítulo 30). In: __________. Brenner and Rector's The Kidney. 11th. 8ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19Pgina 4 de 69 Resposta comentada: A ocorrência de nefrite intersticial aguda está frequentemente associada a medicações, dentre elas os antibióticos, como as cefalosporinas (ceftriaxona). O diagnóstico é sugerido pela presença de IRA não oligúrica, especialmente em associação a sinais de hipersensibilidade sistêmica, tais como febre, rash cutâneo e eosinofilia. A piúria estéril e a hematúria microscópica são achados comuns, e a proteinúria não nefrótica pode estar presente. A terapia envolve a interrupção do agente causal, podendo, em alguns casos, ser necessário o uso de glicocorticoides. REFERÊNCIAS: JOHNSON, Richard et al. Nefrologia clínica. Abordagem abrangente. 5. ed., 2016. RIELLA, M.C. Príncipios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6. ed., 2018. 9ª QUESTÃO Resposta comentada: O diagnóstico desse paciente é empiema pleural (saída de secreção purulenta após toracocentese – pus na cavidade pleural) decorrente de derrame pleural parapneumônico complicado. O tratamento inicial nesse caso é a drenagem torácica em selo d’água devido ao aspecto purulento evidenciado na toracocentese. Um empiema ocorre tipicamente após um derrame pleural reativo em consequência de uma infecção pulmonar. No passado, a etiologia mais comum era pneumonia estreptocócica ou pneumocócica. Atualmente, no entanto, organismos gram-negativos e anaeróbicos são causas comuns de empiema. Empiema tuberculoso também pode ocorrer. Empiema pode ocorrer após trauma ou cirurgia torácica (a partir de um espaço pleural residual ou fístula broncopleural), contaminação hematogênica do espaço pleural, ruptura de um abscesso pulmonar ou mediastinal, ou perfuração esofágica. Tipicamente, apresentam-se sintomas constitucionais de febre, mal-estar geral, perda de apetite e perda de peso. Tosse e dispneia são comuns se houver infecção pulmonar. A avaliação inclui uma radiografia de tórax, em incidências póstero-anterior e em perfil, além de tomografia computadorizada do tórax e abdome superior. Tratamento do empiema depende da extensão da doença e sua localização. Drenagem completa da loja empiemática é necessária. Antibióticos e cuidados de suporte (por exemplo, líquidos, nutrição, cuidados coma pele) são geralmente iniciados no diagnóstico. Uso local de agentes fibrinolíticos como ativadores do plasminogênio tecidual pode ser eficaz em casos com leves loculações. Uma drenagem completa e eficaz do empiema é necessária para um resultado bem-sucedido. Essa drenagem pode ser facilmente obtida com a inserção de um dreno torácico. Caso a drenagem mostrasse apenas líquido, sem evidência de material purulento, poderíamos aventar a possibilidade de apenas a presença de um exsudato decorrente de um derrame parapneumônico. Nesse caso, deveríamos solicitar a dosagem da DHL, glicose e pH do líquido pleural no intuito de se confirmar que realmente estamos diante de um exsudato. A utilização dos critérios de Light também auxiliam nessa diferenciação. Referência: TOWNSEND, C. M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21th ed. Philadelphia: Elservier. 2022. (Capítulo 58 – pulmão, parede torácica, pleura e mediastino) 10ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 5 de 69 Resposta comentada: Para pacientes jovens com osteoartrite primária, especialmente em estágios iniciais, a fisioterapia é uma opção de tratamento importante. Ela pode ajudar a fortalecer os músculos ao redor das articulações afetadas, melhorar a estabilidade articular e aumentar a amplitude de movimento, reduzindo assim a dor e a rigidez. Referências: MOSKOWITZ, R. W. Osteoarthritis: Diagnosis and Medical. In: _________. Surgical Management. [s.l.]: 2007. p. 263. MOREIRA C.; SHINJO, S.K. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 3 ed. [s.l.]: Editora Manole, 2023. p.798-807. 11ª QUESTÃO Resposta comentada: A sífilis congênita é uma doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão. Uma vez que o título do VDRL do recém-nascido encontra-se quatro vezes maior que o da mãe, o tratamento está indicado independentemente dos achados clínicos. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST). Ministério da Saúde. 2022. 12ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 6 de 69 Resposta comentada: A insuficiência adrenal primária (doença de Addison) é uma condição caracterizada pela deficiência de hormônios adrenais, especialmente cortisol e aldosterona. O tratamento inicial visa restabelecer os níveis hormonais normais para controlar os sintomas agudos e evitar complicações graves, como crise adrenal. A administração de corticosteroides orais, como a prednisona, em dose de ataque, é a abordagem mais apropriada no tratamento inicial da insuficiência adrenal primária. A dose de ataque é necessária para substituir os níveis deficientes de cortisol no organismo e prevenir uma crise adrenal potencialmente fatal. A terapia com corticosteroides deve ser iniciada sem demora, mesmo antes da confirmação diagnóstica, quando há uma forte suspeita clínica de insuficiência adrenal. Administrar solução salina intravenosa pode servir para corrigir a desidratação associada à hipotensão, mas não aborda a causa subjacente da insuficiência adrenal. Solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico é importante para orientar o tratamento a longo prazo e avaliar a função adrenal residual, mas não deve atrasar o início do tratamento em pacientes com suspeita clínica forte de insuficiência adrenal. Realizar uma tomografia computadorizada das glândulas suprarrenais pode servir para diagnosticar a causa subjacente da insuficiência adrenal, mas não é necessário para o tratamento inicial de uma crise adrenal. Encaminhar o paciente para um endocrinologista é importante para o acompanhamento a longo prazo e o gerenciamento da doença, mas não é a primeira medida a ser tomada em uma crise adrenal aguda, onde o tratamento imediato é essencial para a estabilização do paciente. Referência: JAMESON, J. L. Disorders of Adrenal Cortex (Capítulo 346). In: Harrison's Principles of Internal Medicine. 20th ed. 13ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 7 de 69 Resposta comentada: Paciente com evolução aguda, menos de 6 horas, não apresenta sinais clínicos de sofrimento de alça, como náuseas e vômitos, sem alteração dos sinais vitais, que consideramos. Uma hérnia inguinal encarcerada, não redutível. A protrusão do conteúdo herniário medial aos vasos epigástricos é designada como hérnia inguinal direta (Quando lateral aos vasos = hérnia inguinal indireta). O reparo cirúrgico urgente é indicado para as hérnias agudas encarceradas. A abordagem cirúrgica ideal não é conhecida, mas uma abordagem laparoscópica pode ser considerada na ausência de estrangulamento. Às vezes, é possível reduzir uma hérnia encarcerada com o paciente sedado, mas é preciso tomar cuidado para se evitar empurrar uma porção morta do intestino com o saco herniário para dentro da cavidade peritoneal (hérnia em massa). O reparo com tela é indicado se o intestino for viável, mas o reparo sem tela é indicado se o intestino for inviável ou se a sua viabilidade for duvidosa. Na ausência de necrose ou contaminação, o intestino pode ser reduzido e a hérnia reparada com uma tela. Se o intestino não for viável (gangrenoso) ou for constatada contaminação durante a cirurgia, geralmente a ressecção do intestino é necessária, sendo feito um reparo da hérnia com tecido primário sem tela. Deve-se evitar o reparo com tela nesta situação por causa do risco de infecção da tela. REFERÊNCIAS:SABISTON, D. C. Jr. et al. Tratado de cirurgia: A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. BMJ Best Practice. Hérnias inguinais em adultos. Última atualização em 29 jul 2022. 14ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 8 de 69 Resposta comentada: Mola hidatiforme completa é o diagnóstico diferencial mais provável, dada a combinação de sangramento vaginal irregular, níveis anormalmente elevados de β-hCG e aumento uterino desproporcional para a idade gestacional presumida. A mola hidatiforme completa é uma forma de doença trofoblástica gestacional resultante de uma fertilização anormal, levando ao crescimento de tecido trofoblástico anormal e ausência de desenvolvimento fetal normal. Gravidez ectópica se manifesta tipicamente com dor abdominal aguda e sangramento, e o tamanho uterino geralmente não está aumentado significativamente, pois o embrião se desenvolve fora do útero. Aborto espontâneo incompleto pode apresentar sangramento e dor, mas os níveis de β-hCG começam geralmente a diminuir após o início do sangramento, diferindo do aumento anormalmente elevado associado à mola hidatiforme. Corioamnionite é uma infecção bacteriana do âmnio e corio, associada a febre, dor abdominal e sensibilidade uterina, frequentemente no contexto de ruptura prematura de membranas, não se aplicando ao caso. Gravidez molar parcial poderia ser considerada, mas a descrição sugere mais fortemente uma mola hidatiforme completa devido ao aumento desproporcional do tamanho uterino e níveis muito elevados de β-hCG. Referências: MONTENEGRO, C. A. B; REZENDE FILHO, J. Rezende Obstetrícia Fundamental. 14 ed. [s.l.]: [s.d.]. Berkowitz, R. S., & Goldstein, D. P. Clinical practice. Molar pregnancy. The New England Journal of Medicine, 368(17), 1639-1645. 2013. Disponível: https://doi.org/10.1056/NEJMcp1208128. Acesso em: 29 mar. 2024. 15ª QUESTÃO Resposta comentada: Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10. edição. 16ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 9 de 69 Resposta comentada: A paciente tem esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR). A maioria dos pacientes apresenta início sintomático da doença entre os 20 e 40 anos, embora o início possa variar desde a infância até a idade adulta avançada. As mulheres são afetadas mais do que os homens numa proporção de 2,3:1. É mais comum mais ao norte e ao sul do equador, e mais comum em caucasianos. Acontece em cerca de 1 em 1.000 pessoas. A EMRR é definida por surtos consistentes com desmielinização, com ou sem melhora clínica, mas com episódios de estabilidade clínica entre eles. Na ressonância magnética (RM), eles podem apresentar formação de novas lesões 5 a 10 vezes mais frequentemente do que têm novos episódios clínicos, enquanto permanecem clinicamente estáveis. Um “surto” é definido como um episódio de sintomas neurológicos novos ou piorados, com duração superior a 24 horas, não devido à febre ou infecção. Outros sinônimos para isso são ataque, episódio ou exacerbação. O diagnóstico de esclerose múltipla baseia-se em dois surtos separados no tempo com evidência clínica de múltiplas lesões no sistema nervoso central. O diagnóstico também pode ser feito com base em múltiplas lesões na RM em combinação com uma história e exame apropriados, formação de novas lesões na RM ao longo do tempo e nova atividade clínica ao longo do tempo. Uma síndrome clinicamente isolada de desmielinização é um único episódio clínico consistente com desmielinização, mas sem “segundo episódio” para fazer um diagnóstico clínico de esclerose múltipla. Pacientes que têm um único episódio de desmielinização e que apresentam novas lesões na RM (realce com gadolínio) e lesões antigas (sem realce) podem atender aos critérios para esclerose múltipla usando critérios diagnósticos mais recentes. A esclerose múltipla primária progressiva geralmente ocorre em pacientes mais velhos. Esses pacientes têm um curso progressivo gradual desde o início e não têm recaídas. Eles podem ter uma carga menor de lesões na RM do que pacientes com EMRR. A encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é um distúrbio agudo, mais comum na infância, e geralmente ocorre logo após uma infecção ou vacinação. Pacientes com ADEM desenvolvem um distúrbio grave com desmielinização multifocal no cérebro e na medula espinhal. A esclerose múltipla fulminante indica um curso rapidamente progressivo com recaídas repetidas que são refratárias ao tratamento padrão. Referência: THOMPSON, A.J. et al. Diagnosis of multiple sclerosis: 2017 revisions of the McDonald Criteria’. The Lancet Neurology, 17(2), pp. 162–173. Disponível em: doi:10.1016/s1474-4422(17)30470-2. Acesso em: 24 mar. 2024. 17ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 10 de 69 Resposta comentada: Segundo o Código de Ética Médica de 2018 Art. 83: "É vedado ao médico: Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal." Ademais, segundo Resolução CFM nº 1.779/2005: "Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas: 1) Morte natural: 1. Morte sem assistência médica: a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO; b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade. 2) Morte com assistência médica: a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente. b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto pertencente à instituição. c) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO. d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente.” Não é correto "explicar à filha do paciente que a declaração deve ser preenchida pelo Serviço de Verificação de Óbito", pois o médico da Atenção Primária deve fazer a visita domiciliar para constatar o óbito. Apenas quando não é possível correlacionar o óbito com o quadro clínico prévio do paciente é que o SVO deve ser acionado. REFERÊNCIAS: Código de ética médica. Resolução nº 2,217/2018. Brasília: Tablóide, 2018. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM - Brasil). RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779/2005 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779, 11 de novembro de 2005 Publicada no DOU, 5 dez. 2005, Seção 1, p 18ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 11 de 69 Resposta comentada: O planejamento e o desenvolvimento de algumas atividades estratégicas que incluíam ações voltadas para: (1) a busca ativa e diagnóstico da hanseníase: resultará em um aumento na detecção de novos casos dadoença. (2) a busca ativa de sintomáticos respiratórios: resultará em um aumento da incidência de tuberculose. (3) a condução de grupo de orientação alimentar para pessoas com diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica: resultará no aumento do controle glicêmico e pressórico destes pacientes, o que levará à diminuição da taxa de internação por infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. (4) a implementação de campanha de incentivo à realização de testes rápidos para a detecção de hepatites virais B e C: resultará no aumento da prevalência destas doeças, já que estas são incuráveis. REFERÊNCIA: Rouquayrol, Epidemiologia. 19ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 12 de 69 Resposta comentada: Referência: Angina instável. Doenças cardiovasculares. In: Manuais MSD edição para profissionais. Disponível em: msdmanuals.com. Acesso em: 23 mar. 2024. 20ª QUESTÃO Resposta comentada: A Manobra de Ritgen modificada é realizada utilizando-se uma das mãos com o auxílio de uma compressa para abaixar o corpo perineal durante o período expulsivo, visando reduzir a necessidade de realização de episiotomia, além da redução de lesões perineais. Com a outra mão, ampara-se o occipital fetal para reduzir a velocidade no desprendimento e na extensão do polo cefálico quando da expulsão fetal. REFERÊNCIAS: Obstetrícia de Williams. 25a Ed. McGraw Hill Brasil, 2021. Assistência ao trabalho de parto. Obstetrícia do Zugaib. Ed. Manole, 2012. Assistência ao parto. 21ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 13 de 69 Resposta comentada: Esse paciente provavelmente apresenta sangramento gastrointestinal inferior (LGIB), conforme sugerido pela hematoquezia e pela esofagogastroduodenoscopia (EDA) normal. Ele continua sangrando e permanece hemodinamicamente instável mesmo após a reposição volêmica. É necessária intervenção urgente para localizar e parar a hemorragia de forma confiável. A angiografia é o procedimento recomendado em pacientes com hematoquezia ativa, instabilidade hemodinâmica apesar dos esforços de reanimação e EDA normal. A fonte do sangramento pode ser localizada rapidamente (não requer preparo intestinal) e de forma confiável se a taxa de sangramento for superior a 0,5–1 mL/min. Alguns centros optam por realizar angiografia por TC para visualização do sangramento e análise de detalhes anatômicos antes de prosseguir com angiografia por cateter invasiva para intervenção terapêutica direcionada (por exemplo, embolização, injeção de vasopressina). Se a angiografia não conseguir localizar a origem do sangramento, a colonoscopia é o próximo passo no tratamento. A angiografia também é usada em pacientes estáveis quando outros métodos diagnósticos são inconclusivos. Distratores: A laparotomia com enteroscopia intraoperatória pode ser utilizada em pacientes com hematoquezia e instabilidade hemodinâmica. No entanto, é uma modalidade diagnóstica e terapêutica de último recurso, utilizada apenas se outras intervenções não conseguirem localizar e controlar a fonte do sangramento. Nesse paciente, uma intervenção diferente teria precedência. A colonoscopia é utilizada na avaliação de hematoquezia em pacientes hemodinamicamente estáveis. Pode localizar diretamente a fonte do sangramento e também permite a realização de intervenções terapêuticas. No entanto, a colonoscopia requer um preparo intestinal demorado, que um paciente hemodinamicamente instável pode não conseguir tolerar. A falta de preparo intestinal adequado e sangramento intenso dificultam a visualização com esse procedimento, resultando em baixo rendimento diagnóstico. Além disso, a detecção da fonte do sangramento pela colonoscopia é limitada ao íleo terminal, cólon e reto. Portanto, não é o melhor passo inicial para esse paciente, que está hemodinamicamente instável apesar dos esforços de reanimação e continua a sangrar profusamente. A varredura com radionuclídeos com glóbulos vermelhos marcados (cintilografia nuclear de glóbulos vermelhos) fornece informações sobre a localização do sangramento gastrointestinal, mas não desempenha nenhum papel terapêutico e, portanto, é usada como método adjuvante a outras modalidades de imagem. A varredura com radionuclídeos não é, portanto, o próximo melhor passo no manejo desse paciente. A enteroscopia push é realizada se ainda houver sangramento ativo e os estudos diagnósticos de primeira e segunda linha não conseguirem localizar a fonte. A enteroscopia geralmente só pode detectar sangramento no intestino delgado, onde estão localizados menos sangramentos gastrointestinais. Uma etapa de manejo diferente é mais apropriada para esse paciente nesse momento. Referência: BMJ Best Practice. Avaliação da hemorragia digestiva baixa. Última atualização em 19 de outubro de 2023. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/457? q=Avaliação%20da%20hemorragia%20digestiva%20baixa&c=suggested. Acesso em: 2 abr. 2024. 22ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 14 de 69 Resposta comentada: A baciloscopia de escarro não é o padrão ouro para diagnóstico de tuberculose, e sim a cultura para micobactérias e o TRM-TB. O TRM-TB, apesar de alta sensibilidade, pode apresentar falso negativo no escarro. Todo paciente sintomático respiratório com suspeita de tuberculose deverá realizar um exame de imagem, podendo ser uma radiografia de tórax. A cultura para micobactéria é um exame demorado, podendo levar até 42 dias para ser finalizado. O diagnóstico deverá ser realizado com coleta de 2 amostras de escarro para baciloscopia e realização de TRM-TB em uma das amostras. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 364 p. ISBN 978-85-334-2696-2 1. Tuberculose. 2. Vigilância em Saúde. 3. Manual. I. Título. II. Série. 23ª QUESTÃO Resposta comentada: A assertiva A Saúde Planetária defende abordagens de desenvolvimento sustentável que equilibrem as necessidades humanas com a preservação dos recursos naturais é a correta porque reflete um dos princípios fundamentais da Saúde Planetária, conforme ilustrado na história apresentada na questão. A Saúde Planetária busca abordagens de desenvolvimento sustentável que equilibrem as necessidades humanas com a preservação dos recursos naturais. Na história, os cientistas aplicaram os princípios da Saúde Planetária ao promover medidas para a conservação dos recursos naturais, incentivando práticas de pesca sustentável e trabalhando em projetos de reflorestamento para proteger os manguezais, visando garantir a saúde tanto das pessoas quanto do ecossistema marinho. Portanto, essa assertiva reflete a aplicação prática dos conceitos da Saúde Planetária na situação apresentada. Referência: BAUMGARTNER, J., Planetary Health: Protecting Nature to Protect Ourselves. Samuel Myers and Howard Frumkin (eds), International Journal of Epidemiology, v. 50, Issue 2, April 2021, p. 697–698. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ije/dyaa254. Acesso em: 27 mar. 2024. 24ª QUESTÃO Resposta comentada: As infecções fúngicas superficiais são mais comumente causadas por dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum. Esses organismos metabolizam a queratina e causam uma série de apresentações clínicas patológicas, incluindo tinea pedis e corporis. Esse paciente tem uma infecção dermatófita, uma infecção fúngica comum da pele, cabelo e/ou unhas, transmitida pelo contato com a pele de uma pessoa ou animal infectado (por exemplo, o cão recentemente adotado desse paciente). As infecções por dermatófitos podem afetar o couro cabeludo (tinea capitis), a área inguinal (tinea cruris), as mãos (tinea manuum), os pés (tinea pedis), as unhas (tinea unguium) ou o resto do corpo(tinea corporis). Tinea corporis é mais comumente causada por Trichophyton rubrum e classicamente se espalha de forma centrífuga, manifestando-se como uma placa eritematosa, anular e pruriginosa com clareira central e borda elevada. O diagnóstico é confirmado pela obtenção da escala de uma lesão e pela visualização de hifas septadas ramificadas no teste de KOH. As opções de tratamento antifúngico incluem azóis tópicos (por exemplo, cetoconazol) ou agentes sistêmicos (por exemplo, terbinafina oral) para doença extensa e/ou refratária. 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 15 de 69 Distratores: A psoríase é uma doença imunomediada complexa. Fatores genéticos desempenham um papel importante e vários genes têm sido associados à suscetibilidade à psoríase. O locus de suscetibilidade à psoríase (PSORS1) no complexo principal de histocompatibilidade (MHC) no cromossomo 6p21 é considerado um importante determinante genético dessa doença. É uma condição crônica que causa placas pruriginosas, eritematosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente cobertas por escamas branco-prateadas e distribuídas bilateralmente, classicamente nas superfícies extensoras dos joelhos e cotovelos. A psoríase normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária com clareira central e borda elevada. O eritrasma é uma infecção superficial da pele causada pelo Corynebacterium minutissimum, um bacilo gram-positivo, não formador de esporos. O distúrbio geralmente se apresenta como placas escamosas e maceradas entre os dedos dos pés ou manchas eritematosas a marrons ou placas finas em áreas intertriginosas. O eritrasma pode causar lesões pruriginosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente hiperpigmentadas, maculares e mais comumente se desenvolvem em áreas intertriginosas (por exemplo, axilas e virilha). O eritrasma normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. A sarna pode causar lesões pruriginosas, eritematosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões normalmente se manifestam como pápulas alongadas e vesículas dispersas com tocas escavadas pelo ácaro Sarcoptes scabiei e mais comumente se desenvolvem nas mãos. A sarna normalmente não se manifesta na coxa como uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. Tinea versicolor não é uma infecção dermatófita. Os organismos causadores são leveduras saprófitas e dependentes de lipídios do gênero Malassezia (anteriormente conhecido como Pityrosporum). As leveduras Malassezia são um componente da flora normal da pele. As razões para o desenvolvimento da tinea versicolor são provavelmente multifatoriais, envolvendo fatores exógenos e endógenos. Ela pode causar lesões pruriginosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente hipopigmentadas ou hiperpigmentadas, maculares e mais comumente se desenvolvem no tronco e no tórax, e não nas extremidades. Tinea versicolor normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. Referências: MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, Michael A. Microbiologia Médica. [s.l]: Grupo GEN, 2022. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159662/. Acesso em: 2 abr. 2024. BOLOGNIA, J. Dermatologia. [s.l]: Grupo GEN, 2015. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155190/. Acesso em: 2 abr. 2024. 25ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 16 de 69 Resposta comentada: Os quatro grupos de doenças crônicas de maior impacto mundial (doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas) têm quatro fatores de risco em comum (tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool). O instrumento norteador da vigilância de DCNT é o plano de controle dos agravos causados por DCNT no Brasil (2011-2022). Os três componentes essenciais da vigilância de DCNT são: 1. Monitoramento dos fatores de risco; 2. Monitoramento da morbidade e mortalidade das DCNT; 3. Monitoramento e avaliação das ações de assistência e promoção da saúde. Essa vigilância (a vigilância epidemiológica de DCNT) se configura como um conjunto de ações e de processos que permitem conhecer a ocorrência, a magnitude e a distribuição das DCNT e de seus principais fatores de risco no país, bem como identificar os seus determinantes e condicionantes econômicos, sociais e ambientais. Referência: Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022.MS. 26ª QUESTÃO Resposta comentada: A prevenção pode ser feita nos períodos de pré-patogênese e patogênese. A prevenção primária se faz com a intercepção dos fatores pré-patogênicos e inclui promoção da saúde e proteção específica. A prevenção secundária é realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, no nível do estado de doença, inclui diagnóstico, tratamento precoce e limitação da invalidez. A prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade mediante adoção de medidas destinadas à reabilitação (ROUQUAYROL, 2017). No caso em questão são considerados prevenção PRIMÁRIA: 1. Vacinação de 100% das crianças, na faixa etária de 0 a 5 anos de idade, com as vacinas BCG, pentavalente e a vacina inativada poliomielite (VIP). 2. Expansão da rede de água tratada para 100% da população urbana e 50% para a rural no ano de 2023. 3. Intensificação da inspeção dos domicílios para busca de focos do mosquito Aedes aegypti e seus criadouros. 27ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 17 de 69 Resposta comentada: Temos um partograma que mostra um trabalho de parto cuja dilatação (triângulo) parou de progredir em dois toques consecutivos, com intervalo de, ao menos, 2 horas, e as contrações, apesar de estarem regulares, estão com intensidade fraca. Esse partograma mostra o diagnóstico de parada secundária da dilatação, e a conduta para esses casos é a realização de medidas que coordenem as contrações uterinas, como a movimentação da gestante, a mudança de posição, o uso de ocitocina e a amniotomia. Como a paciente já está andando e na bola, para ela é indicado o uso da ocitocina e aminiotomia. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal. 2022. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: Escleroterapia com injeção é mais indicada para hemorroidas internas de grau I ou II, onde o sangramento é o sintoma predominante, não sendo a opção mais eficaz para hemorroidas de grau III com prolapso significativo. Hemorroidectomia por técnica aberta (Milligan-Morgan) é recomendada para hemorroidas internas de grau III e IV, onde há prolapso significativo. Essa técnica permite a remoção completa das hemorroidas, sendo eficaz na resolução dos sintomas e na prevenção de recidivas . Tratamento conservador com mudanças dietéticas e banhos de assento é indicado para hemorroidas de grau I e, em alguns casos, grau II, ajudando a aliviar sintomas leves, mas insuficiente para hemorroidas de grau III com prolapso. Ligadura elástica é efetiva para hemorroidas de grau II e III sem prolapso significativo ou persistente. Embora possa ser considerada para hemorroidas de grau III, seu sucesso é limitado em casos de prolapso acentuado que se reduz espontaneamente. Aplicação tópica de pomadas corticosteroides pode aliviar temporariamente os sintomas inflamatórios, mas não trata a causa subjacente do prolapso hemorroidário, sendo insuficiente como tratamento isolado para hemorroidas de grau III. Referência: OLIVEIRA, Lucas F. et al. Comparação entre as técnicas de hemorroidectomia: Milligan-Morgan, Ferguson e técnica fechada. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 2, p. 123- 127, 2015. 29ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 18 de 69 Resposta comentada: Correta: A miomectomiaé uma opção adequada para mulheres jovens com miomatose uterina que desejam preservar a fertilidade. Essa cirurgia consiste na remoção dos miomas enquanto preserva o útero, permitindo à paciente a possibilidade de engravidar no futuro. Como o mioma é submucoso, FIGO 1, é passível de ser ressecado por via histeroscópica, sendo uma técnica minimamente invasiva. Incorretas: – A histerectomia total abdominal, embora seja uma opção definitiva de tratamento para miomatose uterina, é geralmente reservada para mulheres que não desejam preservar a fertilidade. Dado que a paciente é jovem e sem filhos, essa opção não seria a primeira escolha. – O tratamento medicamentoso com agonistas de GnRH pode ser utilizado para reduzir temporariamente o tamanho dos miomas e aliviar os sintomas, mas não é uma opção definitiva de tratamento. Além disso, pode causar efeitos colaterais significativos e não preserva a fertilidade. – A embolização das artérias uterinas é uma opção minimamente invasiva para o tratamento de miomatose uterina, mas também pode não ser apropriada para mulheres que desejam preservar a fertilidade por poder interferir na vascularização uterina e afetar a capacidade de engravidar. – O acompanhamento clínico ou uso de anticoncepcionais pode ser uma das opções para casos leves de miomatose uterina, mas se a paciente está sofrendo de sangramento uterino anormal e tem sintomas significativos e deseja engravidar, esse não é o melhor método. Referência: BEREK, J. S. (ed.). Berek & Novak Tratado de Ginecologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 30ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 19 de 69 Resposta comentada: Conforme a Lei n. 12.461/2011, casos de suspeita de violência contra idosos devem ser notificados e encaminhados para os seguintes órgãos: autoridade policial; Ministério Público; Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso e/ou Conselho Nacional do Idoso. O agente comunitário tem a competência de fazer essa notificação diretamente com autoridades policiais, com base em suspeita de agressão contra o idoso. Preenchimento de ficha de notificação seria em um segundo momento, após notificar a suspeita para autoridades competentes (a qual também é competência do ACS, não sendo necessário transferir ao enfermeiro). Referências: SALES, D. S. et al. (2014). A violência contra o idoso na visão do agente comunitário de saúde. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 19(1). Disponível em: https://doi.org/10.22456/2316-2171.36910. Acesso em: 27 mar. 2024. BRASIL. Lei n. 12.461, de 26 de julho de 2011. Altera a Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, para estabelecer a notificação compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em serviço de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 27 jul. 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12461.htm. Acesso em: 27 mar. 2023. 31ª QUESTÃO Resposta comentada: O NYHA determina que, em paciente com disfunção diastólica associado com fração de ejeção entre 40–49% e sintomas de insuficiência cardíaca, pode-se afirmar que a paciente apresenta ICC de fração levemente reduzida. Referência: 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the Management of Heart Failure: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation, v. 145, Issue 18, 3 May 2022; Pages e895-e1032. Disponível em: https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063. Acesso em 23 mar. 2024. 32ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 20 de 69 Resposta comentada: Administrar antibióticos intravenosos durante o trabalho de parto é a conduta recomendada para gestantes com cultura positiva para Streptococcus do grupo B, visando prevenir a transmissão vertical do GBS ao neonato, que pode causar infecções graves como meningite, sepse e pneumonia neonatal. A profilaxia antibiótica intraparto é eficaz na redução da transmissão e das consequências associadas à infecção por GBS. Iniciar tratamento imediato com antibióticos orais não é recomendado para a prevenção da transmissão vertical do GBS, pois a administração deve ser feita intravenosamente durante o trabalho de parto para ser eficaz. Aguardar e repetir a cultura de GBS na 39ª semana de gestação não é indicado, pois o tratamento é baseado no resultado positivo para GBS próximo ao termo, independentemente de uma cultura posterior. Não iniciar tratamento na ausência de sintomas não é uma conduta adequada, pois a profilaxia intraparto visa prevenir complicações no neonato e não está relacionada à presença de sintomas na gestante. Realizar cesariana profilática para evitar a transmissão vertical do GBS não é indicado somente pelo diagnóstico de colonização por GBS, sendo a profilaxia antibiótica a medida de escolha. Referências: MONTENEGRO, C. A.; REZENDE FILHO, J. Rezende obstetrícia fundamental. 14 ed. [s.l.]: [s.d.]. VERANI, J. R.; MCGEE, L.; SCHRAG, S. J. Prevention of perinatal group B streptococcal disease revised guidelines from CDC, 2010. MMWR. Recommendations and Reports, 59(RR- 10), 1-36. 33ª QUESTÃO Resposta comentada: A capacitação dos profissionais de saúde em relação a abordagens culturalmente sensíveis é crucial para superar possíveis barreiras na comunicação e compreender as nuances que podem influenciar a saúde dos indivíduos negros. Isso inclui o reconhecimento das disparidades raciais, históricas, socioeconômicas e de acesso aos cuidados de saúde. Ao investir na formação dos profissionais de saúde para compreenderem e respeitem as especificidades culturais da população negra, é possível proporcionar um atendimento mais eficaz, engajado e alinhado com as necessidades dessa comunidade. Isso contribui diretamente para a promoção da equidade e eliminação das disparidades raciais na saúde, objetivos centrais da Política de Atenção Integral à Saúde da População Negra (PNAISPN). Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. 3. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017. 44 p. 34ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 21 de 69 Resposta comentada: A questão aborda o contexto do desenvolvimento neuropsicomotor e trabalha aspectos relacionados à avaliação na puericultura com ênfase nos marcos do desenvolvimento. O desenvolvimento é dividido em domínios específicos, como: motor grosseiro, motor fino, linguagem, cognitivo e crescimento social/emocional, sendo um processo contínuo que depende da interação entre fatores ambientais e genéticos. Além disso, um dos métodos de avaliação do desenvolvimento utilizados para avaliar o impacto de condições como prematuridade e baixo peso são as escalas Bayley. Com isso, aspectos da história pré-natal como infecções maternas, alcoolismo ou tabagismo devem ser avaliadas durante a puericultura, pois podem gerar prejuízos importantes para o desenvolvimento neuropsicomotor infantil. São achados esperados para um lactente de 9 meses: Nesse tempo de vida, a criança adquire motricidade mais complexa. A partir do 8º ou 9º mês, o bebê senta-se sem apoio; começa a utilizar o movimento de pinça para agarrar objetos menores. Entre 9 meses e 1 ano, o bebê engatinha ou anda com apoio, e, em torno do 10º mês, o bebê consegue se colocar de pé sozinho e ficar em pé sem apoio, sem necessariamente dar passos. Consegue expressar palavras com maior complexidade, como “papa” ou “mama”. O bebê apresenta reações a pessoas estranhas. O reflexo de Moro está presente até os 6 meses de vida. Referências: PEDIATRIA AMBULATORIAL. 2 ed. [s.l.]: IMIP, [s.d.]. SILVA, L. R. et al. (Org.). Tratado de pediatria. Sociedade Brasileira de Peditria. 5. ed. v. 1 e 2. Barueri: Editora Mente Aberta, 2022. 1.719p. 35ª QUESTÃO Respostacomentada: Paciente idoso, com fratura desproporcional ao trauma, anemia, disfunção renal e hiperuricemia e presença do fenômeno de Rouleuax, a principal hipótese diagnóstica é mieloma múltiplo. Para confirmar o diagnóstico, é necessário realizar eletroforese ou imunoeletroforese de proteínas no soro/urina e mielograma. Referência: ZAGO, MA; FALCÃO, RP; PASQUINE, R. Tratado de Hematologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013. 36ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 22 de 69 Resposta comentada: Entre as dermatofitoses superficiais (tinhas), temos as que acometem o couro cabeludo comumente, crianças ou adultos imunossuprimidos e o tratamento da tinea capitis, são obrigatoriamente tratados de forma sistêmica com terbinafina, itraconazol ou griseofulvina. Os fungos dermatófitos possuem alta resistência a cetoconazol. Além disso, os fungos dermatófitos do couro cabeludo (microsporum sp e tricophyton sp) são resistentes ao cetoconazol. Portanto, esse medicamento não entra em nenhum protocolo de tratamento de tinea capitis e é altamente questionável no tratamento de outras tinhas. Referência: AZULAY, D. R. Dermatologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. 37ª QUESTÃO Resposta comentada: A primeira afirmação diz menção a quadro de colecistite, com presença de sinal de Murphy, associada a elevação de Brb direta. A segunda afirmação descreve o quadro de leptospirose, na qual se observa elevação de bilirrubina indireta. A terceira afirmação descreve quadro de colangite esclerosante, na qual se observa elevação de Brb direta, e não indireta, tornando tal afirmação falsa. A quarta afirmação descreve situação de hemólise induzida por fármacos em indivíduo deficiente de G6PD, o que ocasiona elevação de Brb indireta. A quinta afirmação, com relação à icterícia associada ao LES, sugere ocorrência de hemólise, com consequente elevação de Brb indireta, tornando tal afirmação falsa. Com isso, estão corretas as afirmativas I, II e IV. REFERÊNCIA: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. [SL]: Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159297/. Acesso em: 20 fev. 2023. 38ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente em questão apresenta dor súbita, vômitos provavelmente relacionados à dor, aumento no anexo direito com massa heterogênea cística e áreas hiperecoicas, provavelmente calcificadas, típicas de teratoma maduro, que inclui dentes e ossos em seu interior, além do conteúdo líquido. Devido ao grande aumento do anexo, no caso 56 cm³, há grande possibilidade de torção do ovário. Como ocorreu, a massa não apresenta fluxo ao Doppler, ou seja, não está recebendo sangue para nutrir a massa, e a tendência é sofrer necrose, causando muita dor. A apendicite apresentaria febre e leucocitose associadas, já que a paciente é jovem, e a massa não seria tão grande. Além disso, líquido livre estaria presente se houvesse supuração. Na gestação ectópica, o beta-hCG estaria positivo numa massa tão grande. A diverticulite é mais comum à esquerda e também apresentaria leucocitose. O endometrioma não tem crescimento súbito, e ao ultrassom não há áreas hiperecoicas. Referências: BEREK, J. S. & L. Berek, D. L. Berek & Novak – Tratado de ginecologia. 16 ed. Disponível em: Minha Biblioteca. [s.l.]: Grupo GEN, 2016. 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 23 de 69 39ª QUESTÃO Resposta comentada: Incorreta: Febre superior a 38 °C é critério menor para o diagnóstico. Correta: A presença de coreia é suficiente para o diagnóstico de febre reumática, mesmo na ausência de evidência de infecção estreptocócica anterior. Incorreta: A poliartrite é assimétrica e migratória, não erosiva e não deixa sequelas. Incorreta: A droga de escolha para o tratamento da coreia de Sydenham é o haloperidol 1 mg/dia. Incorreta: O intervalo P-R é critério menor. Referências: DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA FEBRE REUMÁTICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA E DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Arq Bras Cardiol. 2009; 93(3 supl.4):1-18. JÚNIOR, D. C.; BURNS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. Barueri-SP: Editora Manole, 2021. E-book. 40ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 41ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 24 de 69 Resposta comentada: Ambas as asserções são falsas e não têm relação entre si. I – A paciente apresenta um quadro de colelitíase assintomática, não necessitando de tratamento cirúrgico, exceto em casos excepcionais. Portanto, a afirmação de que ela deve ser submetida a tratamento cirúrgico, preferencialmente com colecistectomia por via laparoscópica, é falsa, uma vez que a paciente é saudável e não possui comorbidades, e seu cálculo é menor que 2 cm. II – A maioria dos cálculos biliares assintomáticos não evolui para doença ativa ao longo do tempo. Portanto, a afirmação de que evoluem para doença ativa durante sua evolução é falsa. Referência: TOWNSAND, C. M. et al. Sabiston – Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 42ª QUESTÃO Resposta comentada: O artigo 4º da lei 8.142 de 1990 pontua os seguintes critérios para que os estados, os municípios e o Distrito Federal recebam os recursos para saúde: I — Fundo de Saúde; II — Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n.° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III — Plano de saúde; IV — Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n.° 8.080, de 19 de setembro de 1990; V — Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI — Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Referência: BRASIL. Lei 8.142, de 28 de dezembro 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm. Acesso em: 27 mar. 2024. 43ª QUESTÃO Resposta comentada: O maior coeficiente de incidência é na faixa etária de 20 a 29 anos. A maior proporção de casos graves concentra-se na faixa etária de 80 e mais. Referência: BRASIL, Ministério da Saúde. Centro de Operações de Emergências – COE – Dengue e outras arboviroses. Informe Semanal. Edição No 01/SE 01 a 05/2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/arboviroses/informe-semanal/coe- dengue-informe-01-led_.pdf. Acesso em: 06 mar. 2024. 44ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 25 de 69 Resposta comentada: O diagnóstico do DPP é eminentemente clínico. O DPP agudo habitualmente se inicia com dor abdominal aguda, súbita e intensa, acompanhada de sangramento vaginal escuro com coágulos, na presença de hipertonia uterina ou taquissistolia. Referência: HOFFMAN, B. L. et al. (ed). Williams gynecology. v. 25. New York: McGraw-Hill Education, 2016. 45ª QUESTÃO Resposta comentada: A resposta correta para esta questão é a alternativa “Organizar sessões de educação em saúde comunitária sobre nutrição e gestão do estresse.” Essa resposta está alinhada com as características do trabalho educativo com grupos operativos. Os grupos operativos são uma abordagem educativa que visa promover a conscientização e a mudança de comportamento por meio da interação entre os participantes. Ao organizar sessões de educaçãoem saúde comunitária sobre nutrição e gestão do estresse, a paciente teria a oportunidade de compartilhar suas preocupações e desafios com outras pessoas em situações semelhantes, além de receber informações relevantes e apoio prático para melhorar seu autocuidado e aderência ao tratamento do diabetes. Referência: BASTOS, G. A. N. et al. Abordagem comunitária: inserção comunitária. In: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2 ed. 2019. Cap. 41. 46ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 26 de 69 Resposta comentada: A paciente foi submetida a uma cirurgia contaminada, pois a apendicite na fase catarral é aquela em que, embora o apêndice não esteja perfurado, já ocorreu translocação bacteriana com peritonite localizada, e as culturas para essa secreção são positivas para germes presentes no TGI colônico, como anaeróbios, além dos gram-negativos. O curso curto de 3 a 5 dias de antibiótico é suficiente para o tratamento da apendicite nessa fase, havendo protocolos que usam apenas 24 horas de antibióticos, pois a retirada do apêndice e a toalete abdominal transoperatória são suficientes para o tratamento. No entanto, em toda apendicite aguda, mesmo nas fases iniciais, a cirurgia por técnica aberta tem como principal complicação a infecção da ferida operatória, que chega a ter incidência superior a 50% dos casos. Nesse caso, a paciente não apresentava apenas um abscesso na ferida, mas sinais claros de celulite, uma evolução mais grave da infecção da ferida operatória, possivelmente devido a não ter sido drenada mais precocemente. Quando há celulite subcutânea, diferentemente do quadro de infecção da ferida operatória simples, a drenagem apenas não é suficiente, e está indicada a antibioticoterapia com cobertura para gram-negativos e anaeróbios, pois os patógenos envolvidos na infecção são os do TGI e não os da pele, como o S. aureus, por exemplo. Apenas fazer antibioticoterapia sem drenar vai se mostrar insuficiente, pois a celulite nesses casos é secundária a um abscesso na ferida operatória. Há escolas que recomendam não suturar a pele em primeira intenção em apendicectomias, mas deixar a cicatrização por segunda ou terceira intenção. Porém, com as altas precoces que são dadas hoje e a dificuldade de manejar a ferida operatória aberta em casa, tem sido mais comum fechar a ferida. Em contrapartida, embora a peritonite pós-operatória na apendicite aguda possa acontecer (mais especialmente nas fases mais avançadas de peritonite fecal, e não na fase catarral, mas pode acontecer nessa fase), nesse caso, a paciente tem abdome flácido, não tem íleo, portanto não há sinais de peritonite que justificassem uma nova laparotomia. Referências: CARVALHO, W. R. et al. Tratado de Cirurgia do CBC. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2022. Seção: Abdome. TOWSEND, C. M. Sabiston: Tratado de Cirurgia – Towsend. São Paulo: Gen Guanabara, 2024. ZATERKA, S.; EISIG, J. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2016. 47ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 27 de 69 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia. Assistência Pré-Natal Tema: Diabetes Gestacional A dosagem da glicose de jejum é o método utilizado atualmente para o diagnóstico do diabetes gestacional. Dosagem acima de 92 mg/dL e inferior a 126 mg/dL, na primeira consulta, permite fazer o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa definição inclui o diagnóstico realizado pela primeira vez na gravidez. Basta dosar uma única vez no início da gravidez. Quando o resultado é inferior a 92 mg/dL, é necessário realizar o Teste de Tolerância à Glicose com 75 g, entre 24-28 semanas de gestação. A hemoglobina glicada não serve para o diagnóstico do diabetes gestacional. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.; JL. Williams. Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 48ª QUESTÃO Resposta comentada: Essa é a resposta mais apropriada porque aborda diretamente a causa raiz do problema enfrentado pela comunidade Yanomami, que é a contaminação dos recursos naturais devido ao garimpo ilegal. Implementar políticas de monitoramento ambiental permitirá identificar as fontes de contaminação e tomar medidas para controle e mitigação dos impactos negativos na saúde e na nutrição dos indígenas. Além disso, a aplicação de penalidades para empresas responsáveis pela contaminação é crucial para dissuadir atividades ilegais e para proteger o ambiente. As outras opções, embora possam ser importantes em diferentes contextos, não abordam diretamente a causa subjacente do problema ou não são viáveis dadas as circunstâncias específicas enfrentadas pela comunidade Yanomami. Por exemplo, campanhas de vacinação em massa ou realocação da população para áreas urbanas não resolveriam a contaminação ambiental causada pelo garimpo ilegal. Portanto, “Implementar políticas de monitoramento ambiental para identificar fontes de contaminação na área florestal e aplicar fiscalização e controle de poluição, com penalidades para os responsáveis pela contaminação” é a resposta mais adequada para lidar com a situação específica descrita na questão. Referências: ALBERT, B. et al. URIHI1: Terra, economia e saúde Yanomami. Brasília: Universidade de Brasília, 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria n.º 1.317, de 3 de agosto de 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2017/prt1317_08_08_2017.html. Acesso em: 30 maio 2023. BARCELLOS, C. A dimensão espacial das desigualdades de saúde: ruralidade, distâncias, redes e acesso a serviços de saúde. In: GIOVANELLA, L. Atenção primária à saúde em territórios rurais remotos no Brasil. [s.l.]: Editora FioCruz, 2023. HAESBAERT, R. Do corpo-território ao território-corpo (da terra): contribuições decoloniais. GEOgraphia, v. 22, n. 48, 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/43100. Acesso em: 1 jun. 2023. 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 28 de 69 49ª QUESTÃO Resposta comentada: Na hipoperfusão renal, o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é ativado, ou seja, os rins liberam renina, o que leva à ativação e à liberação de angiotensina II e aldosterona. O aumento da aldosterona eleva a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e prótons nos túbulos coletores renais. Além disso, a angiotensina II aumenta a taxa de filtração glomerular e estimula a reabsorção de sódio no túbulo proximal. À medida que o sódio é reabsorvido, a água segue do filtrado glomerular para o interstício renal. Esse deslocamento de fluido para os capilares peritubulares leva ao aumento do fluido intravascular e ao aumento da pressão sanguínea. DISTRATORES: Quando o RAAS é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de prótons. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de prótons. Quando o SRAA é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de potássio. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de potássio. A reabsorção de ureia ocorre no túbulo proximal e no ducto coletor, e espera-se que seja aumentada na hipovolemia. A perda de volume causa aumento dos níveis de ADH, o que induz a expressão de transportadores de ureia nos ductos coletores medulares, levando a um aumento da reabsorção de ureia. A reabsorção de ureia nos ductos coletores é essencial para manter o gradiente osmótico medular interno que permite a retenção máxima de água filtrada. A ureia também é reabsorvida no túbulo proximal por difusão através do arrasto de solvente de outros eletrólitos. Esse mecanismo também é aumentado em estados hipovolêmicos por causa do aumento da concentração de urina e da concentração de eletrólitos intersticiais. Sob condições fisiológicas, a creatinina é removidado sangue por filtração glomerular e secreção tubular a uma taxa relativamente constante. Embora a creatinina possa ser absorvida no trato gastrointestinal (suplementos dietéticos ou carne), há pouca ou nenhuma reabsorção tubular renal de creatinina. Devido à diminuição da perfusão renal, este paciente corre o risco de diminuição da filtração glomerular e, portanto, aumento da creatinina sérica. No entanto, qualquer aumento na creatinina sérica é resultado da diminuição da depuração (diminuição da TFG) e não do aumento da absorção renal. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Fundamentos de Fisiologia. [Cap.78]: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788595151550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 09 mai. 2023. 50ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 29 de 69 Resposta comentada: A resposta correta (Personalizar o PTS, considerando as características específicas de cada tipo de família, como nuclear, monoparental, extensa, entre outras.) destaca a importância de reconhecer a diversidade das estruturas familiares e personalizar o Projeto Terapêutico Singular (PTS) conforme as características específicas de cada tipo de família. Ao considerar fatores como dinâmicas familiares, papéis e apoio disponível, a equipe de saúde pode adaptar as estratégias de cuidado para atender melhor às necessidades individuais do paciente no contexto familiar. Essa abordagem promove uma assistência mais centrada na pessoa e integrada ao ambiente familiar, reconhecendo a influência significativa que as relações familiares têm no processo de cuidado. Referência: DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Grupo A, 2022. E-book. ISBN 9786558820437. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558820437/. Acesso em: 1 mar. 2024. 51ª QUESTÃO Resposta comentada: A barreira antirrefluxo, principal proteção contra o RGE, é composta por: esfíncter interno (ou esfíncter inferior do esôfago – EIE –, propriamente dito) e esfíncter externo (formado pela porc ̧ão crural do diafragma). O EIE mantém-se fechado em repouso e relaxa com a deglutic ̧ão e com a distensão gástrica. O relaxamento não relacionado com a deglutic ̧ão é chamado relaxamento transitório do EIE (RTEIE), sendo considerado o principal mecanismo fisiopatológico associado à DRGE, responsável por 63 a 74% dos episódios de refluxo gastresofágico (RGE). Referência: DANI, R.; PASSOS, M. C. F. Gastroenterologia essencial. 4 ed. Grupo GEN, 2011. Cap. 10: Doença por Refluxo Gastresofágico, p. 102. Disponível em: Minha Biblioteca. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-277-1970-/pageid/134. Acesso em: 28 mar. 2024. 52ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 30 de 69 Resposta comentada: Aguardar a resolução espontânea da dor não é apropriado diante da suspeita de torção testicular, pois o tempo é crucial para a viabilidade do testículo. Atrasos podem levar à perda testicular por necrose. A ultrassonografia doppler do escroto é o exame de escolha para avaliar a torção testicular, pois permite a visualização da anatomia testicular e a avaliação do fluxo sanguíneo, sendo crucial para o diagnóstico rápido e o tratamento imediato. A tomografia computadorizada do abdome e pelve não é o exame indicado para avaliar a torção testicular, pois não oferece a mesma precisão que a ultrassonografia doppler no que diz respeito ao fluxo sanguíneo testicular. Iniciar antibioticoterapia e reavaliar em 24 horas pode ser apropriado para epididimite, mas não para suspeita de torção testicular, onde a intervenção cirúrgica urgente é frequentemente necessária para salvar o testículo. Indicar referência para consulta urológica ambulatorial em uma semana seria inadequada, pois a torção testicular é uma emergência urológica que requer intervenção imediata para preservar a função testicular. Referência: Barbosa, J. A. et al. Diagnóstico e tratamento da torção testicular: uma revisão urgente. Revista Brasileira de Cirurgia Pediátrica, v. 35, n. 1, 2019, p. 45-52. 53ª QUESTÃO Resposta comentada: Desenvolvido na década de 1980 pelos pesquisadores norte-americanos Prochaska e DiClemente, o modelo transteórico (MTT) engloba diferentes teorias da psicologia social. É constituído por quatro construtos: estágios de mudança do comportamento, processos de mudança, equilíbrio de decisões e autoeficácia. O MTT foi desenvolvido inicialmente em um contexto clínico que envolvia comportamentos de adição, como o de fumar. O construto de mudança de comportamento do MTT é composto por cinco estágios: 1.Pré-contemplação (I won’t – eu não quero): não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão. 2.Contemplação (I might – eu deveria): admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente (nos próximos 6 meses). 3.Preparação (I will – eu irei): inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas (nos próximos 30 dias). 4.Ação (I am – eu estou): implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança (a mudança ocorreu há menos de 6 meses). 5.Manutenção (I have – eu tenho que): processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir uma recaída (a mudança ocorreu há mais de 6 meses). Referência: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 29 ago. 2023. 54ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 31 de 69 Resposta comentada: Paciente em crise aguda de asma, e a medicação de resgate deve ser um b2 agonista de curta ação. Não há a necessidade de suporte de oxigênio, pois a paciente está com a saturação de 95%, > do que 94%. Referências: GLOBAL INITIATE FOR ASTHMA. Global Strategy for Asthma management e prevention. 2023. Disponível em: https://ginasthma.org/. Acesso em: 30 mar. 2024. J BRAS PNEUMOL. 2020;46(1):e20190307. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. 2020. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/1806-3713/e20190307. Acesso em: 30 mar. 2024. 55ª QUESTÃO Resposta comentada: A hipotensão ortostática e a síncope vasovagal podem estar relacionadas aos fatores estressores desencadeantes, como calor excessivo. As mudanças climáticas, assim como ocorre com o meio ambiente, geram efeitos significativos sobre a saúde humana. Esses efeitos podem ser ainda maiores em trabalhadores que desenvolvem suas tarefas ao ar livre e encontram-se na maior parte do tempo diretamente expostos às variáveis ambientais. Referência: JANTSCH, A. G.; FERREIRA, L. V.; IZOLANI, G. V. In: GUSSO, G. et al. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed/Grupo A, 2019, cap. 225, p. 1929. 56ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 32 de 69 Resposta comentada: A Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A representação dos usuários nos conselhos de saúde e conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. Deve ser composto por 50% de representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuários do SUS; e 50% de representantes de entidades de profissionais de saúde, incluída a comunidade científica da área de saúde, de representantes do governo, de entidades de prestadores de serviços de saúde (sendo 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados ou sem fins lucrativos). Cabendo a cada conselho desaúde definir o número de membros, obedecendo à composição supracitada (BRASIL, 1990; BRASIL, 2006). Referências: BRASIL. Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1990. BRASIL. Decreto n.º 5.839, de 11 de julho de 2006. Dispõe sobre a organização, as atribuições e o processo eleitoral do Conselho Nacional de Saúde — CNS e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2006. 57ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 33 de 69 Resposta comentada: As primeiras células sanguíneas são derivadas do mesoderma embrionário localizado no saco vitelínico. A hematopoiese ocorre em diferentes órgãos, conforme a idade embrionária avança, sendo um desses órgãos o fígado. A diferenciação linfocítica ocorre na medula óssea, no caso dos linfócitos B, no timo, no caso de linfócitos T. A maturação de células progenitoras em células diferenciadas depende de fatores de crescimento hemocitopoiéticos e de um microambiente adequado. A formação das células sanguíneas começa 2 semanas após a concepção (fase mesoblástica) na mesoderme do saco vitelino, onde as células mesenquimais se agregam para formar grupos conhecidos como ilhotas sanguíneas. As células periféricas dessas ilhotas formam a parede vascular, e as células restantes se convertem em eritroblastos, que se diferenciam em eritrócitos nucleados que contêm HbF. Somente na época do nascimento os eritrócitos contêm HbA1 e HbA2, bem como uma quantidade muito pequena de HbF. A fase mesoblástica começa a ser substituída pela fase hepática por volta da sexta semana de gestação. Os eritrócitos circulantes ainda apresentam núcleos e os progenitores não eritroides aparecem na oitava semana de gestação. A fase esplênica começa durante o segundo trimestre; as fases hepática e esplênica continuam até o fim da gestação. A hemocitopoese na medula óssea (fase mieloide) começa no fim do segundo trimestre. À medida que o sistema esquelético continua a se desenvolver, a medula óssea assume um papel cada vez mais importante na formação das células sanguíneas. Ainda que o fígado e o baço não sejam ativos na hemocitopoese pós-natal, esses órgãos podem reverter sua condição para formar novas células sanguíneas, se necessário. Referências: GARTNER, Leslie P. Tratado de histologia. [s.l.]: Grupo GEN, 2022. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159003/. Acesso em: 2 abr. 2024. JUNQUEIRA, L. C.; CANEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14 ed. [s.l.]: Grupo GEN, 2023. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 28 mar. 2024. 58ª QUESTÃO Resposta comentada: Métodos hormonais não devem ser usados em pacientes com anticorpos antifosfolípide positivo. Mesmo os métodos apenas com progesterona são contraindicados em pacientes com anticorpos antifosfolípide. Portanto, o único método indicado é o não hormonal. Entre as alternativas, realizar implantação de DIU de cobre é a correta. Referência: FEBRASGO. Contracepção reversível de longa ação. Série: orientações e recomendações. 2022. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/SerieZ1-2022- Contracepcao.pdf. Acesso em: 29 mar. 2024. 59ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 34 de 69 Resposta comentada: Essa paciente previamente saudável apresenta características de insuficiência hepática aguda: encefalopatia hepática, coagulopatia, enzimas hepáticas dramaticamente elevadas e icterícia. No contexto de uma sorologia positiva para o vírus da hepatite B (HBV), esses achados apoiam o diagnóstico de hepatite viral fulminante. O transplante de fígado é a única opção de tratamento definitivo em pacientes com insuficiência hepática fulminante, uma complicação rara e devastadora da infecção aguda pelo VHB. No caso de insuficiência hepática fulminante, a probabilidade de recuperação espontânea deve ser ponderada em relação ao benefício do transplante hepático emergente. A idade do paciente, a causa subjacente da insuficiência hepática, o grau de encefalopatia e a evidência de disfunção hepática são os fatores decisivos mais importantes. Como essa paciente tem mais de 40 anos, testou positivo para antígeno de superfície da hepatite B, tem alto grau de encefalopatia (asterix, confusão acentuada) e continua apresentando disfunção hepática significativa (TP, INR e bilirrubina total elevados), deve ser encaminhada para transplante de fígado, dada a menor probabilidade de recuperação hepática espontânea. Distratores: A N-acetilcisteína (NAC) é indicada para o tratamento da toxicidade do paracetamol, que pode resultar em lesão hepática irreversível devido ao acúmulo do metabólito altamente reativo N- acetil-p-benzoquinonaimina (NAPQI). O NAC repõe a glutationa, que atua como agente redutor do NAPQI, tornando-o inerte. No entanto, os níveis de paracetamol dessa paciente estão na faixa de referência, tornando esse diagnóstico improvável. Embora a NAC tenha demonstrado melhorar a sobrevida livre de transplante em pacientes com insuficiência hepática aguda não relacionada ao paracetamol, ela não é recomendada rotineiramente. Além disso, dada a gravidade da apresentação dessa paciente, é improvável que a terapia com NAC resulte em recuperação espontânea. A NAC também pode ser administrada a pacientes que não se qualificam para transplante de fígado (por exemplo, devido ao uso agudo de drogas intravenosas). Ledipasvir e sofosbuvir são antivirais de ação direta (AAD) usados em combinação para o tratamento da infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV), que pode resultar em insuficiência hepática fulminante em casos raros. Embora o tratamento da causa subjacente seja muitas vezes parte do tratamento da insuficiência hepática fulminante, os anticorpos contra o VHC dessa paciente são negativos, tornando esse diagnóstico improvável. Embora os glicocorticoides possam ser considerados na hepatite alcoólica e autoimune grave, eles devem ser evitados em pacientes com insuficiência hepática aguda porque aumentam ainda mais o risco já aumentado de infecção e sepse. A administração de plasma fresco congelado (FFP) em pacientes com insuficiência hepática fulminante só é considerada em casos de sangramento grave. Como pode interferir na avaliação da função hepática, que é fortemente monitorada e usada para avaliar outras etapas de manejo, não é recomendado. Além disso, o FFP pode levar à sobrecarga de fluidos, e não demonstrou melhorar a mortalidade nessa população de pacientes. Referências: BMJ Best Practice. Insuficiência hepática aguda. Última atualização em 28 de novembro de 2023. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1010. Acesso em: 28 mar. 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/liver-transplantation-in-adults-patient-selection- and-pretransplantation-evaluation? search=liver%20transplant&source=search_result&selectedTitle=1%7E150&usage_type=default& display_rank=1. Acesso em: 28 mar. 2024. 60ª QUESTÃO 000115.13001b.439a03.d2e080.f58c0a.758425.bf899b.16f19 Pgina 35 de 69 Resposta comentada: Durante o manejo do pós-operatório, é essencial aplicar os princípios da anestesiologia para garantir uma adequada analgesia. Diversos estudos destacam a importância de uma abordagem multimodal no controle da dor, que envolve a combinação de diferentes classes de analgésicos para otimizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais. Segundo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), essa estratégia inclui o uso de analgésicos opioides, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), dipirona, paracetamol e agentes adjuvantes como antidepressivos e anticonvulsivantes, quando indicados. Referência: AULER, J. O. C; CARMONA, M. J. C. Anestesiologia Básica: Manual de Anestesiologia, Dor e Terapia
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