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UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 1 ENCONTRO 02: Considerações sobre a problemática da água. Olá, caríssima/o, tudo bem? As águas no Brasil têm proteção constitucional, já que o art. 20 da nossa Constituição define no seu inciso III como propriedade da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham. Os demais mananciais, segundo o art. 26, inciso I, pertencem aos Estados Federados. Antes disso, o Código de Águas (Decreto Federal 24.643, de 10 de julho de 1934) previa a existência dos cursos de água de domínio particular. Esse Decreto ainda tem dispositivos em vigor, que preveem o direito ao uso da água para as necessidades básicas e proíbe a contaminação que possa prejudicar terceiros. E o Município? Entre os entes da Federação, o Município não tem domínio sobre os cursos d'água, embora seja de sua competência zelar pelos mananciais existentes dentro do seu território, tendo como objetivoa satisfação do interesse local. Além disso, cabe ao Município zelar pelo equilíbrio ambiental (arts. 23 e 225 da CF/88), e também pertence ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente). Agora que você já compreendeu o conceito de água, seus usos e também refletiu sobre o uso irresponsável, podemos falar um pouco sobre a legislação brasileira de proteção das águas. O Brasil possui muitas normas e instituições públicas para proteção dos seus mananciais, desde as mais específicas, até normas para proteção de outros elementos ambientais que são importantes para a manutenção da qualidade da água disponível para os seres vivos. Tem também, claro, as normas que fixam penalidades para quem poluir esse bem precioso. Vamos ver? DISCIPLINAS UNIVERSAIS MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE PROFESSOR: GUILHARDES JÚNIOR UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 2 A gente não pode perder de vista que a água é um importante bem ambiental, que deve ser defendido e preservado tanto pelo poder público, quanto pela coletividade. Assim, os modelos de gestão ambiental no Brasil têm adotado a participação da sociedade diretamente interessada, a exemplo dos Comitês de Bacia previstos pela Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433, de janeiro de 1997). Nesses Comitês, que têm representantes do Estado e dos Municípios envolvidos e também representantes da sociedade civil, de acordo com o que estiver previsto nas leis estaduais, são discutidos e propostos diversos aspectos de gestão regional da bacia hidrográfica, em especial os usos e prioridades dos recursos hídricos, a utilização, conservação, proteção e recuperação da bacia, bem como a aplicação dos recursos financeiros destinados a ela. A lei que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, dentre outras coisas, reconheceu o valor econômico da água, sua dominialidade pública, a limitação desse recurso, e o mais importante, a participação do usuário na gestão hídrica. Para penalizar quem polui as águas, a Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605/1988) prevê que todo aquele que “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora” poderá sofer uma pena de reclusão, de um a quatro anos, e ainda pagar multa. Para garantir a qualidade das águas utilizadas no país, a Lei nº 9.433 estabelece como um de seus objetivos assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. Esta lei também estabelece o enquadramento como um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos. A principal norma que trata dos padrões de qualidade das águas é a Resolução n° 357/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 3 ATENÇÃO A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97), em seu art. 1º, traz alguns fundamentos para a correta gestão das águas no Brasil que devem ser seguidos, fiscalizados e cobrados tanto pelo poder público quanto pela sociedade. São eles: I - a água é um bem de domínio público; II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Considerações Finais Como vimos, as águas brasileiras contam com um sistema bem estruturado de normas e instituições responsáveis pela sua correta gestão. Claro que a gente sempre vai identificar algumas falhas, mas é importante saber que nós, como cidadãos, podemos contribuir positivamente para que as normas sejam cumpridas e as instituições respeitadas. Agora, você tem a oportunidade de ir buscar livros, sites e vídeos espalhados por ai um monte de informação disponível para se aprofundar. Não esqueça de, antes do encontro na sala virtual, anotar dúvidas e questionamentos, além é claro, de responder as questões da Atividade Diagnóstica. REFERÊNCIA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Política Nacional de Recursos Hídricos. Disponível em: https://www.ana.gov.br/gestao-da-agua/sistema-de-gerenciamento-de-recursos-hidricos Acesso em 02 jan. 2021.
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