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Hermenêutica Jurídica

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Hermenêutica Jurídica 
Hermenêutica – É a arte ou técnica de interpretar um texto ou discurso. 
Hermenêutica Jurídica – Refere – se a interpretação do “espírito da lei”, ou seja, sua finalidade e quando foi criada.
Obs.: uma forma de interpretação consagrada é a interpretação histórica, que busca o sentido inicial da norma, através de precedentes normativos, justificativas de elaboração de leis e jurisprudências. A tendência atual do Direito é distanciar – se do entendimento da letra da lei e aproximar – se do propósito da norma.
Métodos de interpretação classificados ou fontes do Direito 
Autêntico – É aquela que provém do legislador que redigiu a regra a ser aplicada, de modo que demonstra pro texto legal a “mens legis”, que inspirou o dispositivo legal.
Doutrinário – É dada pela doutrina, ou pelos cientistas jurídicos, estudiosos do Direito que inserem os dispositivos legais em contextos variados, tal como a relação com outras normas, escopo histórico e entendimento jurisprudencial. 
Jurisprudencial – Produzida pelo conjunto de sentenças, acórdãos, súmulas e enunciados proferidos, tendo por base discussão legal ou litígio em que insidam a regra da qual se busca exaurir um processo hermenêutico. 
Literal – Busca por sentido do texto normativo com base nas regras comuns da língua, de modo a extrair dos sentidos oferecidos pela linguagem ordinária o sentido imediato das palavras empregadas pelo legislador.
Histórico – Busca o contexto fático da norma, recorrendo aos métodos da historiografia para retomar o meio em que a norma foi editada.
Sistemático – Considera em qual sistema se insere a norma, relacionando – a com as outras normas pertinentes ao mesmo objeto.
Teológico – Busca os fins sociais e bens comuns da norma, dando – lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita.
A lei e sua classificação 
Dentre as várias características da lei destacam – se as seguintes:
a) Generalidade – Dirigi-se a todos os cidadãos indistintamente. 
b) Imperatividade – Impõe um dever na conduta. Inclui a lei entre as regras de conduta humana. 
c) Autorizamento – É o fato de ser autorizante, que distingue a lei das demais normas éticas. A norma jurídica autoriza que o lesado pela violação exija o cumprimento dela ou reparação pelo mal causado.
d) Permanência – A lei não se exauri numa só aplicação, pois deve perdurar até ser revogada por outra lei.
e) Emanação – De autoridade competente de acordo as competências legislativas previstas na Constituição Federal.
Há também várias classificações das leis, quanto à imperatividade ou força obrigatória dividem se em:
a) Cogentes – Imperatividade absoluta ou de ordem pública, são aquelas que ordenam ou proíbem determinada conduta de forma absoluta, não podendo ser derrogada pela vontade dos interessados.
b) Dispositivas – Em geral são permissivas, ou Supletivas, quando suprem a falta de manifestação de vontade das partes.
Já no que tange ao Autorizamento (encarando – as sob o prisma da sanção) se classificam em: 
a) Mais que perfeitas – São as que Autorizam a aplicação de duas sanções, na hipótese de serem violadas.
b) Perfeitas – São as que impõem a nulidade do ato, como punição ao infrator, como a que considera nulo o ato praticado por absolutamente incapaz.
c) Menos que perfeitas – São as que acarretam nulidade ou anulação do ato, em caso de violação. Como no caso do viúvo que se casa antes de fazer o inventário.
d) Imperfeitas – São as leis cujo a violação não acarreta nenhuma consequência.
Quanto a natureza das leis, elas se classificam em:
a) Substantivas – São as de fundo, também chamadas de materiais, porque tratam do direito material.
b) Adjetivas – São também chamadas de processuais ou formais, traçam os meios de realização dos direitos. 
Quanto sua hierarquia, as leis se classificam em:
a) Normas constitucionais – São as constantes da constituição, as quais as demais devem moldar – sem. 
b) Leis complementares – São as que situam entre a norma constitucional e a lei ordinária, porque tratam de matérias especiais, que não podem ser deliberadas em lei ordinária, cujo a aprovação exija “quórum especial”.
c) Leis ordinárias – São as elaboradas pelo Poder Legislativo. 
d) Leis delegadas – São as elaboradas pelo executivo, por autorização expressa do legislativo, tendo a mesma posição hierárquica das ordinárias. 
Da vigência da lei
Definição: A lei passa por três fases: a elaboração, a promulgação e a publicação. Apesar de nascer na promulgação, a lei só começa a vigorar com sua publicação no diário oficial. A vigência da lei compreende a três momentos : o início, a continuidade e a cessação.
Conforme dispõe o artigo 1° da LINDB, a lei começa a vigorar em todo país 45 dias após oficialmente publicada, “salvo disposição em contrário”.
Obs1: A lei pode entrar em vigor no dia da sua publicação ou em outra data mais remota se assim constar expressamente em seu texto.
O intervalo entre a data de publicação e a data que a lei entra em vigor é chamado “vacatio legis”.
Obs2: A LINDB determinou que a lei entra em vigor em todo país na mesma data, sendo simultânea a sua obrigatoriedade. (A LICC prescrevia que a lei entrava em vigor em prazos diversos)
Obs3: Quando a lei brasileira é admitida no exterior a sua obrigatoriedade inicia – se três meses depois de publicada. (Se durante o “vacatio legis” ocorrer nova publicação de seu texto, o prazo começará a correr da nova publicação)
Obs4: Se a lei já entrou em vigor e sofre correções sendo considerada lei nova, tornando – se obrigatória após o “vacatio legis”, os direitos adquiridos na vigência da lei emendada são preservados.
Obs5: A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância, far-se-a com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente a sua consumação integral. 
Obs6: O prazo de 45 dias não se aplica aos direitos e regulamentos cujo sua obrigatoriedade é determinada pela publicação no diário oficial, salvo disposição em contrário, não alterando a data de vigência da lei que se referem. A falta de norma regulamentadora é hoje suprida pelo mandado de injunção.
Tratando – se de alguns casos especiais, a lei tem caráter permanente, permanecendo em vigor até ser revogada por outra lei.
Revogação 
Revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando – lhe a eficácia, o que só pode ser feito por outra lei. Podendo ser: 
· Total (Ab rogação)
· Parcial (Derrogação)
A revogação pode ser expressa ou tácita:
· Expressa – Quando a lei nova declara que a lei anterior, ou parte dela fica revogada.
· Tácita – Quadro não traz declaração nesse sentido, mas mostra – se incompatível com a lei antiga, ou regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
Os.: Prescreve o parágrafo terceiro do artigo segundo da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro ( LINDB), que a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo disposição ao contrário, não há portanto, o efeito chamado represtinatório, restaurador da primeira lei revogadora. 
Obrigatoriedade da lei
Conforme o artigo 3° da LINDB ninguém se excusa de cumprir a lei alegando que não a conhece.
Existem três teorias que procuram justificar o preceito da obrigatoriedade da lei, a saber:
a) Presunção legal – Presume – se que a lei uma vez publicada torna – se conhecida por todos.
b) Ficção – Pressupõe que a lei publicada torna – se conhecida de todos, muito embora em verdade isso não ocorra.
c) Necessidade Social – Esta teoria é a mais aceita, porque sustenta que a lei é obrigatória e deve ser cumprida por todos, não por motivo de conhecimento presumido ou fictício, mas sim por elevadas razões de interesse público, ou seja, para que seja possível a convivência social. 
A integração das normas jurídicas 
O legislador não consegue prever todas as situações para o presente e para o futuro. Como o juiz não pode eximir – se de proferir decisão sob o pretexto de que a lei é omissa, deve valer – se dos mecanismos legais destinadosa suprir as lacunas da lei, que são: a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito (LINDB, artigo 4, CPF artigo 126).

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