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221Influência da Mídia sobre o Corpo do Adolescente
Educação Física
ceitos a serem seguidos, mas que, geralmente, servem aos interesses 
das classes dominantes.
O culto ao corpo está cada dia mais presente nas campanhas pu-
blicitárias, relacionando este culto à saúde e bem estar das pessoas, di-
vulgando novas e diversas fórmulas para conseguir esses corpos valo-
rizados e aceitos socialmente na busca incessante de uma identidade 
social. De acordo com esse anseio, a moda é utilizada como “arquivo 
e vitrine do ser/aparecer, sugerindo comportamentos e atitudes, fabri-
cando selfs performáticos por meio de sutis recriações dos conceitos 
de verdade, de bem e de belo”. (VILLAÇA, 1999, p. 57).
Selfs: Personalidades
Mas o que é belo?z
 A noção de belo coincide com a noção de objeto estético só a partir do século XVIII; antes da 
descoberta da noção de gosto, o belo não era mencionado entre os objetos produzíveis e, por isso, a 
noção correspondente não se incluia naquilo que os antigos chamavam de poética, isto é, ciência ou 
arte da produção. Podem ser distinguidos cinco conceitos fundamentais de belo, defendidos e ilustra-
dos tanto dentro quanto fora da estética: 1º) o belo como manifestação do bem; 2º) o belo como ma-
nifestação do verdadeiro; 3º) o belo como simetria; 4º) o belo como perfeição sensível e 5º) o belo co-
mo perfeição expressiva. 
 Segundo Platão, só à beleza, entre todas as substâncias perfeitas, “coube o privilégio de ser a 
mais evidente e a mais amável”. Por isso, na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o 
ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais. 
Fonte: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 105-106.n
“Esse corpo, trabalhado em academias de musculação ou em clíni-
cas de cirurgia plástica, deve ser exibido, visto que se tornou um va-
lor, no duplo sentido: com altos investimentos de capital e tornando-se 
ele mesmo um capital, isto é, sendo socialmente valorizado” (GOLDEN-
BERG e RAMOS, 2002). Será que essa busca pelo corpo perfeito deixa de ser 
um desejo de satisfação com o próprio corpo, e passa a ser um dese-
jo de aceitação social? E as pessoas que não se enquadram dentro des-
ses padrões de beleza, são excluídas do contexto social vigente? E o 
que dizer dos distúrbios alimentares como a bulimia e anorexia, que 
na maioria dos casos são decorrentes de uma preocupação exagerada 
com a estética corporal?
 Para concluir a discussão sobre a identidade corporal, citamos um 
trecho de um estudo, que analisa o esporte com base no treinamen-
to corporal:
“O esporte e o fortalecimento do corpo parecem reviver a utopia de uma vida eterna, na medida em 
que partilham da crença, do progresso infinito, algo que nos faça esquecer da morte. O que se colo-
ca, no entanto, é que a redução do corpo a uma materialidade desqualificada faz com que ele seja vis-
222 Dança
Ensino Médio
to como maquinismo, natureza cega, ou, o que é pior, como cadáver. O olhar da ciência designa-lhe 
uma fungibilidade inespecífica, assim como um corpo morto assemelhar-se-á quimicamente, cada vez 
mais, a outro corpo morto”.
“Ao recair numa lógica cega que não percebe o progresso como produtor também da regressão, 
mas o toma como algo positivo em si, o esporte acaba por ser expressão e vanguarda da violência, da 
aceleração da vida em direção à morte”. (VAZ, 1999, p.104)
Dicionário de Termos
Utopia: qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, funda-
mentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeira-
mente comprometidas com o bem-estar da coletividade.
Materialidade: tendência para valorizar apenas aquilo que é de ordem ma-
terial. 
Maquinismo: o conjunto das peças que compõem e fazem funcionar um 
aparelho, um engenho; mecanismo.
Fungibilidade: que se gasta, que se consome após o uso.
Assista ao Filme: Um homem chamado cavalo – (A Man Called Horse) Richard Harris – 1970 – EUA 
– 114 minutos. 
 Obs.:Caso você não encontre o filme proposto, procure um outro filme que mostre uma cultura que 
você não conheça e procure analisar e discutir com os colegas o trato com o corpo que essa cultura 
estabelece.
Reflita após a discussão: você se sente influenciado em relação às maneiras de “usar” o corpo?
Procure pesquisar, junto à disciplina de Filosofia, o conceito de beleza e suas diversas característi-
cas em diferentes culturas.
Gincana de habilidades 
Conceito: Gincana de participação em grupos, com o objetivo de desenvolvimento de habilidades 
variadas.
Descrição: Provas de canto, “esquete”, prática esportiva, imitação ou mímica.
Montagem e Desenvolvimento: A gincana deve ser dividida em 4 provas.
• Canto: A equipe ou parte da equipe deve cantar uma música, que pode ser decidida por sor-
teio ou escolhida pelo grupo, cujo tema esteja presente ou haja relação com a moda, mídia, cul-
tura ou o corpo. Isso fica a critério do coordenador.
• Esquete: Pequena encenação relacionada ao tema estudado, em que os integrantes do grupo se 
apresentarão através de gestos, mímica ou movimentos, texto falado ou a critério do coordenador.
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