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OBESIDADE E GESTAÇÃO Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP Internato de Ginecologia e Obstetrícia Discente: Ellen Cristina Cardoso Nascimento Doença crônica e multifatorial Causas genéticas e comportamentais Acúmulo excessivo de gordura Associada a outras enfermidades e diminuição da expectativa de vida Aumento da prevalência Atlas da Obesidade (2022) - Federação Mundial de Obesidade: Em 2030, 29,7% dos brasileiros serão obesos 33,2% desse total são mulheres INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA A obesidade é uma doença crônica e multifatorial, que tem causas tanto genéticas quanto comportamentais, e é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, sendo acompanhada de diversas outras enfermidades e de diminuição da expectativa de vida. A prevalência de obesidade em mulheres em idade reprodutiva e grávidas tem aumentado em concordância com o aumento da prevalência de obesidade na população geral. Tanto que o Atlas da Obesidade, publicado em 2022 pela Federação Mundial de Obesidade, apontou que até 2030 no Brasil, 29,7% da população adulta viverá com obesidade, sendo 33,2% desse total mulheres. Índice de Massa Corporal (IMC) Método falho durante a gestação O peso aumenta muito em um intervalo de tempo relativamente curto Grande parte do ganho está relacionado ao feto e anexos Método frequentemente usado: IMC pré-gestacional Clínica Obstétrica do HC-FMUSP: curva de Atalah DIAGNÓSTICO Fonte: ZUGAIB, 2020. O diagnóstico pode ser feito de diversas maneiras, sendo a mais comumente usada em adultos (fora do período gestacional), o índice de massa corporal (IMC). Durante a gestação esse método se torna falho, pois o peso da mulher aumenta em um intervalo de tempo relativamente curto, e grande parte do ganho está relacionado ao feto, placenta, líquido amniotico e sangue, que serão perdidos após o parto. Uma vez que não existe uma definição padrão de obesidade específica para a gravidez, as pacientes grávidas são frequentemente consideradas obesas ou não obesas com base em seu índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional. Porém pode ser utilizado outros métodos, na Clínica Obstétrica do HC-FMUSP, por exemplo, utiliza a curva de Atalah, que permite acompanhar o aumento do IMC da paciente ao longo da gestação. Fonte: ZUGAIB, 2020. Peso inicial: primeira consulta pré-natal (peso periconcepcional autorreferido ou documentado) Peso final: última consulta de pré-natal antes do parto Recomendações propostas pelo Institute of Medicine (IOM): GANHO DE PESO Fonte: ZUGAIB, 2020. É importante, também, a avaliação do ganho de peso da gestante durante o pré-natal. O peso inicial é frequentemente considerado o peso documentado na primeira consulta pré-natal (ou um peso periconcepcional autorreferido ou documentado pode ser usado, especialmente se o pré-natal for iniciado após o primeiro trimestre) e o peso final é muitas vezes considerado o peso registrado na última consulta de pré-natal antes do parto. Avalia-se, então, esse ganho de peso através das recomendações propostas pelo Institute of medicine (IOM): Riscos à gravidez, ao parto, ao puerpério e, futuramente, à saúde da criança Abortamento DMG Malformações fetais Prematuridade iatrogênica Óbito fetal Feto GIG e macrossomia fetal Dificuldade em avaliar anomalias fetais e vitalidade fetal Pós-datismo Maior chance de cesárea de urgência Fase ativa do trabalho de parto prolongada Dificuldade na realização de anestesia Hemorragia intra e pós-parto Dificuldade na extração fetal Distócia de ombro e lesão de plexo braquial Infecção puerperal e de ferida cirúrgica COMPLICAÇÕES Tanto o ganho de peso exacerbado quanto a obesidade e o sobrepeso trazem diversos riscos à gravidez, ao parto, ao puerpério e, futuramente, à saúde da criança. Isso porque o tecido adiposo é um órgão endócrino. Quando presente em excesso, pode ter efeitos desreguladores sobre vias metabólicas, vasculares e, particularmente, inflamatórias em muitos sistemas orgânicos durante a gestação. Os seguintes riscos à gravidez, ao parto e ao puerpério têm sido relacionados à obesidade: • Abortamento. • Diabetes gestacional. • Malformações fetais (sistema nervoso central, espinha bífida, malformações cardíacas, fenda palatina, entre outras). • Prematuridade iatrogênica. • Óbito fetal (maior risco quanto maior IMC). • Feto grande para idade gestacional e macrossomia fetal. • Dificuldade em avaliar anomalias fetais pela obesidade. • Dificuldade em avaliar vitalidade fetal pela obesidade na gravidez e no trabalho de parto. • Pós-datismo. • Maior chance de cesárea de urgência. • Fase ativa do trabalho de parto prolongada. • Dificuldade na realização da anestesia/anestesia geral pode ser necessária. • Hemorragia intra e pós-parto. • Dificuldade na extração fetal tanto em parto vaginal quanto em cesárea. • Distócia de ombro e lesão do plexo braquial. • Infecção puerperal e de ferida cirúrgica. Orientações acerca das complicações Avaliação de comorbidades (DM, HAS, apneia do sono) Orientar perda de peso (dieta, exercícios físicos, farmacoterapia, bariátrica) Gestantes com IMC < 39,9 km/m² no primeiro trimestre, sem comorbidades: pré-natal de risco habitual Gestantes obesas com comorbidades ou com IMC ≥ 40 kg/m²: pré-natal de alto risco MANEJO PRÉ-GRAVIDEZ MANEJO DA GRAVIDEZ Devido a esses riscos, é importante que haja uma conversa sobre planejamento reprodutivo iniciada bem antes da concepção, esclarecendo acerca dessas complicações que falei e avaliando comorbidades que geralmente estão associadas (DM, HAS, apneia do sono). Além disso, deve-se orientar a perda de peso antes de engravidar (através de dieta, exercícios físicos e quando indicada, farmacoterapia ou cirurgia bariátrica). A meta ideal é atingir o peso adequado, o que é difícil na maioria das vezes, sendo aceitável a mudança para um grau menor do IMC. No pré-natal, de forma geral, gestantes obesas com IMC até 39,9 kg/m2 no primeiro trimestre, sem comorbidades, podem ser seguidas no pré-natal de risco habitual. Gestantes obesas com comorbidades ou IMC ≥40 kg/m2 deverão ser encaminhadas para pré-natal de alto risco. MANEJO DA GRAVIDEZ Aferição da PA com manguito adequado Primeiro trimestre: hemoglobina glicada, TSH/T4 livre, creatinina, colesterol total e frações, triglicérides, eletrocardiograma. AAS 100-150mg/dia + 1g de cálcio, com início na 12ª semana, para profilaxia de pré-eclâmpsia US a cada 4-6 semanas para estimativa do peso fetal e decisão da via de parto Em caso de cesárea: avaliação anestésica e correção de dose da atbprofilaxia Grávidas com bariátrica: avaliar necessidade de suplementação (B12, folato, vitaminas lipossolúveis - A, D, E, K - cálcio e ferro) Durante o pré-natal, é importante que adotemos certas condutas como: Aferição da PA com manguito apropriado ou correção No primeiro trimestre, além dos exames laboratoriais de rotina pré-natal devem ser acrescidos: hemoglobina glicada, TSH/T4 livre, creatinina, colesterol total e frações, triglicérides, eletrocardiograma. Além da suplementação habitual de ferro, prescrever ácido acetilsalicílico (AAS) 100 a 150 mg/dia e 1 grama de cálcio (divididos em duas tomadas) por dia, com início na 12ª semana de gravidez, para profilaxia de pré-eclâmpsia. US a cada 4-6 semanas para estimativa do peso fetal até o termo para melhor decisão da via de parto. Em caso de cesárea, realizar avaliação anestésica antes do parto e analgesia precoce com duplo bloqueio; e correção da dosagem da antibioticoterapia profilática. Grávidas submetidas à cirurgia bariátrica devem ser avaliadas para a necessidade de suplementação vitamínica,porque há elevado risco de deficiência de vitamina B12, folato, vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), cálcio e ferro (ACOG, 2009). REFERÊNCIAS ZUGAIB, M.; FRANCISCO, R.P.V. Obstetrícia. 4ª ed. Barueri, SP: Manole, 2020. MONTENEGRO, C.A.B.; REZENDE FILHO, J. Rezende: obstetrícia fundamental. 14ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2022. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de gestação de alto risco. Brasília, 2022. UpToDate. Obesity in pregnancy: Complications and maternal management. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/obesity-in-pregnancy-complications-and-maternal-management. Acesso em 09/07/23. Febrasgo. Obesidade pode implicar em problemas ginecológicos, afirma especialista da FEBRASGO. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1616-obesidade-pode-implicar-em-problemas-ginecologicos-afirma-especialista-da-febrasgo. Acesso em 09/07/23. OBRIGADA! CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon, infographics and images by Freepik image1.png image3.png image5.png image2.png image4.png
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