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ÍNDICE PROTOCOLOS PÁGINA P-HMUT-008 - Analgesia de parto 2 P-HMUT-009 - Assistência ao parto cesárea 6 P-HMUT-011 - Classificação de Risco Enfermagem PSGO 13 P-HMUT-029 - Diabetes Gestacional 26 P-HMUT-030 - Hipertensão na Gestação 40 P-HMUT-031 - Trabalho de Parto Prematuro 60 P-HMUT-039 - Indução de Trabalho de Parto[2] 69 P-HMUT-040 - Aspiração Manual Intraulterina - AMIU 75 P-HMUT-055 - Prevenção de infecção por Estreptococo do grupo B 78 P-HMUT-094 - Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento[3] 82 P-HMUT-098 - Introdução do DIU 89 P-HMUT-103 - Enfermagem Obstétrica 95 P-HMUT-114 - Cardiotocografia 115 P-HMUT-115 - Prevenção Infecção Puerperal 123 P-HMUT-116 - Rotura prematura de Membranas Ovulares 143 P-HMUT-118 - RCIU 149 P-HMUT-126 - Maternagem 156 P-HMUT-127 - Sensibilidade a Penicilina 160 P-HMUT-128 - Protocolo de Doença Inflamatória Pélvica 180 P-HMUT-129 - Gravidez Ectópica[1] 184 P-HMUT-130 - Alteração de Líquido Aminiótico 187 P-HMUT-136 - AMNIOCENTESE DIAGNÓSTICA[1] 193 P-HMUT-137 - Protocolo de Gestação Gemelar 202 P-HMUT-138 - Acolhimento UTI Neonatal 214 PSGO Protocolo de Violência Doméstica 216 PSGO Protocolo de Violência Sexual 226 PSI Protocolo de Violência Doméstica Contra Criança _12 anos PDF 242 PSI Protocolo de Violência Sexual contra criança 254 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ANALGESIA DE PARTO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-008 01 1 de 4 CONTROLE DE EMISSÃO REVISADO APROVADO Ana Claudia A. Delage – CRM: 114005 Simone Lima – CRM: 116921 Marcelo Lucci Mussi – CRM: 95082 Maria Cristina Pose Guerra – COREN: 27826 DATA REVISÃO ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM REVISADO Janeiro/2021 01 Todos Adequação SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PROTOCOLO DE ANALGESIA DE PARTO Critérios Obstétricos/Anestésicos para início da Analgesia de Parto 1. Evidência Precisa de Trabalho de Parto em Evolução • Colo uterino apagado> 50% e com pelo menos 4 cm de dilatação; • Contrações rítmicas na frequência de 3 a 5 em 10 minutos; • Ausência de desproporção feto-pélvica; • Bem-estar fetal comprovado através da cardiotocografia; • Questionar paciente se ela deseja receber o procedimento de analgesia de parto e explicar o procedimento. Se sim, solicitar a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido para a realização da analgesia; • Realizar avaliação materna: certificar-se da ausência de processo infeccioso e da ausência de coagulopatias; • Não há necessidade de jejum, desde que a paciente tenha recebido refeições leves; • Não há necessidade de hidratação prévia para o início da analgesia de parto. 2. Execução da Técnica de Analgesia de Parto • Venóclise preferencialmente em membro superior com jelco 20 ou 18G; • Ringer lactato 500ml para manutenção do acesso venoso; • Monitoramento da paciente com oximetria de pulso, cardioscópio e aferição da pressão arterial de forma intermitente; • Lavagem das mãos do anestesiologista, seguida da colocação de luvas estéries; técnica asséptica conforme opção do anestesiologista; • Paciente sentada ou decúbito lateral, realizar antissepsia adequada da região lombar a ser puncionada. 3. Paciente Apresentando Menos de 7cm de Dilatação do Colo ou Previsão de Evolução do Trabalho de Parto Acima de 1,5 Horas para o Nascimento • Realizar anestesia peridural contínua através do cateter peridural, peridural continua através de cateter associado a raquianestesia. 4. Paciente Apresentando mais que 7cm de Dilatação do Colo ou Previsão de Evolução de Trabalho de Parto abaixo de 1,5 Horas para o Nascimento CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ANALGESIA DE PARTO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-008 01 2 de 4 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina • Realizar raquianestesia; • Avaliar necessidade de anestesia peridural contínua através do cateter peridural. 5. Paciente em Período Expulsivo com Indicação de Fórcipe • Realizar raquianestesia; • Avaliar necessidade de anestesia peridural contínua através do cateter peridural. 6. Paciente Sob Analgesia de Parto que Evolui para Indicação de Cesariana • Paciente portando cateter peridural: uso de Lidocaína 2% c/v ou Novabupi 0,5% c/v ou Ropivacaína 1%, dose necessária ao procedimento. • Paciente sob raquianestesia: necessário realizar nova punção subaracnoideia com massa anestésica utilizada para realização de cesariana. • Emergência obstétrica: avaliar necessidade da realização de anestesia geral. 7. Anestesia Peridural Contínua • Punção lombar com agulha de Tuohy, identificação do espaço pela técnica de Dogliotti para a identificação do espaço peridural, após infiltração local de Lidocaína 1% s/v 5 a 10 mL; • Administrar solução de Novabupi 0,25% a 0,1% c/v ou Ropivacaína 0,2%, Lidocaína 1% + opióide (sufentanil ou fentanil) – na dose necessária ao procedimento; • Introdução do cateter peridural pela agulha até a terceira marca do cateter ficar próximo a pele da paciente. Testar o cateter para avaliar seu funcionamento; • Realizar curativo local com atenção para não contaminar o orifício de entrada do cateter e sua ponta; • Doses adicionais deverão ser feitas de forma titulada com a mesma solução de anestésico local administrada no início do procedimento; • Dose para o período expulsivo ou delivramento placentário: Novabupi 0,5% c/v ou Ropivacaína 1% ou Lidocaína 2% c/v – na dose necessária ao procedimento; • Ao final do procedimento, retirar o cateter peridural e inspecionar a ponta do cateter para observar sua integridade. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ANALGESIA DE PARTO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-008 01 3 de 4 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 8. Anestesia Peridural Contínua Associada a Raqueanestesia • Punção lombar com agulha de Tuohy, identificação do espaço pela técnica de Dogliotti para a identificação do espaço peridural, após infiltração local de Lidocaína 1% s/v 5 a 10 mL; • Introdução do cateter peridural pela agulha até a terceira marca do cateter ficar próximo a pele da paciente. Testar o cateter para avaliar seu funcionamento; • Punção lombar com agulha Quincke ou Whitacre de fino calibre; • Após identificação do espaço subaracnóide: Bupivacaína pesada ou isobárica 0,5% com o opioide sufentanil ou fentanil, na dose necessária ao procedimento; • Realizar curativo local com atenção para não contaminar o orifício de entrada do cateter e sua ponta; • Duração da analgesia em torno de 1 hora e 30 minutos após a raqueanestesia, doses adicionais deverão ser feitas, pelo cateter, de forma titulada, usando Novabupi 0,25% a 0,1%, Ropivacaina 0,2% ou Lidocaina 1%; • Dose para o período expulsivo ou delivramento placentário: Novabupi 0,5% c/v ou Ropivacaína 1% ou Lidocaína 0,2% c/v – na dose necessária ao procedimento; • Ao final do procedimento, retirar o cateter peridural e inspecionar a ponta do cateter para observar sua integridade. Encaminhar a paciente para a sala de Recuperação Pós Anestésica. 9. Raquianestesia • Punção lombar com agulha Quincke ou Whitacre de fino calibre. • Após identificação do espaço subaracnóide: Bupivacaína pesada ou isobárica 0,5% com o opióide sufentanil ou fentanil, na dose necessária ao procedimento. • Duração da analgesia em torno de 1h 30min. O final do procedimento, encaminhar a paciente para a sala de Recuperação Pós Anestésica. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ANALGESIA DE PARTO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-008 01 4 de 4 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 10. Referência Bibliográfica Atualização em Anestesia, volumeXII: Anestesia em Obstetrícia, sociedade de Anestesia do Estado de São Paulo, 2007. Manual de Algoritmos e Fórmulas úteis em Anestesiologia, sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2007. Educação Médica Continuada, Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2014. Protocolos de Procedimentos diagnósticos e terapêuticos, Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Morais Altenfelder Silva, 2012. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 1 de 7 CONTROLE DE EMISSÃO REVISADO APROVADO Simone Lima – CRM: 116921 Tatiana Paludetto Lopes - CRM 129891 Marcelo Lucci Mussi – CRM: 95082 Maria Cristina Pose Guerra – COREN: 27826 DATA REVISÃO ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM REVISADO Janeiro/2021 01 Todos Adequação SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA 1. OBJETIVOS A cesárea caracteriza-se por incisar a parede abdominal e o útero com finalidade de extração do feto. Este protocolo visa a padronização de condutas para realização de partos cesárea no Pronto Socorro de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal Universitário de Taubaté. 2. INDICAÇÃO/ CONTRAINDICAÇÃO São indicações absolutas: • Duas ou mais cesáreas • Placenta prévia centro total • Iminência de rotura ou rotura uterina • Desproporção céfalo-pélvica diagnosticada antes do trabalho de parto por anomalia fetal (macrocrania – DBP > 12 cm) ou durante o trabalho de parto • Descolamento prematuro de placenta com feto vivo • Gestação gemelar monocoriônica e monoamniótica • Sofrimento fetal agudo • Incisão uterina longitudinal prévia • Miomectomia prévia • Tumores prévios e câncer de colo de útero; • Pós-mortem com feto vivo • Apresentações anômalas: pélvicas, cefálicas defletidas e córmicas (OBS.: apresentações pélvicas em pacientes multíparas, individualizar o caso) São indicações relativas • Intervalo interpartal menor ou igual a 18 meses • Eclâmpsia e síndrome HELLP • Cirurgias ginecológicas: correção de fístulas e colpoperineoplastia • Nefropatias • Cardiopatias • Púrpura trombocitopênica idiopática • HIV com carga viral detectável (estudos têm demonstrado diminuição significativa da transmissão vertical do HIV quando se realiza cesárea eletiva a partir de 38 semanas) • Sofrimento fetal crônico • Gemelaridade (a depender da apresentação do primeiro gemelar e corionicidade); CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 2 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina CESÁREA A PEDIDO Em cumprimento à lei 17137/2019 a parturiente poderá optar por parto cesárea após a 39ª semana gestacional. Deverá ser conscientizada e informada sobre os benefícios do parto normal e riscos de cesarianas sucessivas. Só poderá ser realizada após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1) É preciso anotar em prontuário a decisão da paciente sobre o parto. 3. RESPONSABILIDADE Equipe Médica 4. ORIENTAÇÃO PÓS PROCEDIMENTO Oferecer orientações às pacientes e aos familiares orientando quanto aos procedimentos realizados. 5. RISCOS/ PONTOS CRÍTICOS São descritos em termo de consentimento livre e esclarecido que deve ser assinado pela paciente ou responsável. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS - Promover adequada analgesia pós-operatória; - Manter cateterismo vesical com sistema fechada por pelo menos 6 horas - Liberar dieta após 6 horas do ato cirúrgico; - Vigilância de perdas e dados vitais; - Deambulação e amamentação precoce COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO PARTO CESÁREO O parto operatório apresenta, intrinsecamente, desvantagens evidentes em relação à via vaginal. As complicações agudas relacionadas à operação cesariana incluem: - Acidentes anestésicos - Hemorragias - Lesão vesical ou intestinal - Alongamento da incisão miometrial - Embolia amniótica - Doença tromboembólica - Infecção (da ferida cirúrgica, endometrite, infecção pulmonar, do trato urinário, septicemia) - Depressão - Redução subsequente da fertilidade As complicações tardias associadas ao aumento da morbidade do parto operatório são: - Obstrução intestinal por aderências abdominais - Endometriose nas incisões - Acretismo placentário em gestações subsequentes - Aumento na incidência de nova cesárea em gestações futuras - Placenta Prévia em gravidez subsequente CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 3 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina As seguintes situações adversas são relacionadas ao neonato: - Aumento da mortalidade intraparto e neonatal precoce - Prematuridade - Taquipnéia transitória - Síndrome de Angústia Respiratória - Lacerações no feto (cerca de 1,9% na cesárea – 6% nas nádegas e 1,4% nas de vértice) - Hemorragia intracraniana - Dificuldade na amamentação Os riscos fetais em novas gestações incluem: - Aumento na incidência de placenta prévia - Aumento no risco de rotura uterina - Síndrome de Angústia Respiratória associado a cesárea eletiva. 6. RESULTADOS ESPERADOS Proporcionar sistematização na realização das cesarianas e oferecer termo de consentimento nos casos selecionados. PROCEDIMENTO AGENTE MATERIAL Orientar e encorajar a parturiente que deseja parto cesárea sobre os benefícios do parto normal. Equipe de enfermagem/ Equipe médica Acionar a equipe médica quando preciso Equipe de enfermagem Sondagem vesical de demora em centro cirúrgico após anestesia Enfermeiro / médico Material para assepsia/antissepsia Sonda foley nº12 ou 14, saco coletor CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 4 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 7. ANEXOS TERMO CESAREA A PEDIDO CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 5 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 6 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 8. DESCRIÇÃO 1) Antissepsia e assepsia – paciente anestesiada, sondada, em DDH. Incisão abdominal transversa supra-púbica na pele e subcutâneo com bisturi. Se houver cicatriz de laparotomia anterior, removê-la, incluindo pele e subcutâneo. 2) Incisão na aponeurose com bisturi e complementada com tesoura ou bisturi elétrico. 3) Descolamento amplo da aponeurose nas incisões de Pfannenstiel. 4) Afastamento dos músculos retos abdominais. 5) Incisão longitudinal com tesoura no peritônio parietal. 6) Incisão arciforme com tesoura no peritônio visceral. 7) Botoeira, com bisturi, no miométrio. 8) Histerotomia arciforme com tesoura. A opção por histerotomia segmento-corporal ou corporal clássica deverá ser de indicação e supervisão da chefia do plantão. 9) Extração fetal manual ou com alavanca. Em casos de apresentação cefálica alta e móvel, deixar escoar (ou aspirar) antes o líquido amniótico o suficiente para permitir sua descida e, assim, facilitar sua extração. Após a extração fetal quando apresentar condições favoráveis, após aval do pediatra proceder com clampeamento oportuno do cordão umbilical (1 a 3 minutos). Anotar dados e condições do RN. 10) Dequitação com compressão fúndica e revisar a placenta. 11) Revisão sistemática da cavidadeuterina. ** Anotar quando inserido DIU. 12) Histerorrafia com catgut cromado 1-0, pontos contínuos ancorados. 13) Sutura do peritônio visceral com catgut simples 2-0, pontos simples contínuos. 14) Revisão dos anexos e da cavidade peritoneal. Anotar a contagem das compressas. Se tiver discordância registrar em prontuário e se for preciso, radiografar para documentar. 15) Sutura do peritônio parietal com catgut simples 2-0, pontos simples contínuos. 16) Aproximação da musculatura com catgut simples 2-0, pontos simples separados. 17) Revisão cuidadosa da hemostasia. 18) Sutura da aponeurose com Vicryl 1-0 pontos contínuos ancorados. 19) Aproximação do subcutâneo com catgut simples 2-0, pontos simples separados. 20) Sutura da pele com nylon 4-0, pontos simples ou de Donatti. Intradémico, se o assistente liberar. 21) Curativo compressivo sistemático. Utilizar curativo transparente estéril (Tegaderm® ou similar). Obs: Deve-se descrever minuciosamente a cirurgia, imediatamente após o seu término. Sempre deverão constar da descrição: as condições maternas e fetais, os diagnósticos pré e pós-operatórios, as intercorrências e as condições do RN. Assinar e carimbar sempre. 9. PRESCRIÇÃO 1) Dieta leve após 6 horas do procedimento 2) Soro fisiológico 1000 ml EV 40 gotas/min 3) Soro glicosado 500 ml EV + Ocitocina 15 UI – 20 gt/min 4) Kefazol 2g EV dose única (*manter terapêutico em casos selecionados) 5) Profenid 01 amp + SF 0,9% 100 ml EV 12/12h 6) Novalgina 01 amp EV 6/6h 7) Luftal 40 gt VO 8/8h após iniciar a dieta 8) Controle de loquiação/perdas vaginais 9) Estimular a amamentação CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO PARTO CESÁREA CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-009 01 7 de 7 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 10) Sinais vitais 6/6h 11) Cuidados gerais 10. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT). Atenção à gestante: operação cesariana. Ministério da Saúde, Febrasgo, Abenfo. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. Brasília, DF, 2001. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 1 de 13 CONTROLE DE EMISSÃO REVISADO APROVADO Débora Coelho Brunácio Santos- COREN: 171968 Marcelo Lucci Mussi – CRM: 95082 Maria Cristina Pose Guerra – COREN: 27826 DATA REVISÃO ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM REVISADO Janeiro/2020 01 Todos Adequação SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 1. OBJETIVO O Acolhimento e a Classificação de Risco é um dispositivo de organização dos fluxos, com base em critérios que visam priorizar o atendimento às pacientes que apresentam sinais e sintomas de maior gravidade e ordenar toda a demanda. Ele se inicia no momento da chegada da mulher, com a identificação da situação/queixa ou evento apresentado por ela. 2. INDICAÇÃO Todas as pacientes que necessitarem de atendimento no PSGO. 3. RESPONSABILIDADE Enfermeiros e Médicos 4. ORIENTAÇÃO PRÉ–PROCEDIMENTO Abertura de ficha pela recepção de atendimento e apresentação dos documentos e carteira de pré-natal Chaves de decisão dos fluxogramas: 1. Alteração do nível de consciência/estado mental 2. Avaliação da respiração e ventilação 3. Avaliação da circulação 4. Avaliação da dor (escalas) 5. Sinais e sintomas gerais (por especialidade ou específicos) 6. Fatores de risco (agravantes presentes) 1. Avaliação sumária do nível de consciência: Pacientes com rebaixamento do nível de consciência ou alteração do estado mental são classificadas como vermelho/laranja. Estas pacientes apresentam via aérea desprotegida, com risco iminente de aspiração pulmonar. 2. Análise Primária: O risco de morte estará presente na ausência ou instabilidade de sinais vitais, assim descritos: 3. Sinais de choque: Hipotensão (PA sistólica ≤ 80mmHg) Taquicardia (FC ≥ 140bpm) ou Bradicardia (FC ≤ 40bpm), palidez, sudorese fria, alteração de nível de consciência. 4. Sinais flogísticos: Dor, calor, rubor e edema 5. Sinais de desidratação: hipotensão, taquicardia, turgor da pele alterado, preenchimento capilar lento, choque CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 2 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina • Vias Aéreas: incapacidade de manter via aérea pérvia, estridor inspiratório e expiratório representam grave risco. • Respiração: a paciente não consegue manter uma oxigenação adequada por apneia, gasping ou qualquer padrão respiratório ineficaz. Podem haver sinais de esforço respiratório como retração intercostal, batimento de asa de nariz. • Circulação: a ausência de pulso periférico ou pulso periférico fino associado a sudorese, palidez, taquicardia, hipotensão e alteração do estado de consciência. • Hemorragia: na hemorragia grave, a morte ocorrerá rapidamente se ela não for interrompida. • A hemorragia exanguinante seria aquela cujo sangramento se mantém sustentado com perda abrupta de mais de 1500 ml; • Sangramento intenso: perda brusca ≥ 150 ml ou mais de 02 absorventes noturnos em 20 minutos; • Sangramento moderado: 60 a 150 ml em 20 minutos (01 absorvente noturno); •Sangramento leve: ≥ 60 ml em 6 horas = 01 absorvente normal. Tabela 1- Parâmetros de avaliação dos sinais vitais em gestantes e puérperas: A EVA pode ser utilizada durante todo o atendimento, registrando o resultado sempre na evolução. Para utilizar a EVA o enfermeiro deve questionar o paciente quanto ao seu grau de dor sendo que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pela mulher (ou 10 o nível máximo de dor imaginado pela paciente). CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 3 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Fluxogramas de Classificação de Risco: 1. Desmaio, mal estar geral; 2. Dor abdominal, lombar, contrações uterinas; 3. Dor de cabeça, tontura, vertigem; 4. Falta de ar; 5. Febre, sinais de infecção; 6. Náuseas e vômitos; 7. Perda de líquido vaginal, secreções; 8. Perda de sangue via vaginal; 9. Queixas urinárias; 10. Parada e/ou redução de movimentos fetais; 11. Relato de convulsão; 12. Outras queixas, pacientes encaminhadas de outras unidades sem referenciamento. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 4 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina DESMAIO/ MAL ESTAR GERAL VERMELHO - Não responsiva – Choque - Saturação ≤ 89% em ar ambiente - Alteração de consciência ou estado mental - Padrão respiratório ineficaz* ² - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Relato de Diabetes (glicemia ≤ 50 mg/dl) - Hipertermia ≥ 40ºC - Doença falciforme AMARELO - Saturação ≥ 95% (ar ambiente) - PAS de 140-159 e/ou PAD 90-109 mmHg, sem sintomas - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência AZUL Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. DOR DE CABEÇA/TONTURA/ VERTIGEM VERMELHO - Não responsiva – Choque - Saturação ≤ 89% em ar ambiente -Alteração de consciência ou estado mental - Padrão respiratório ineficaz*² - Saturação de O² ≤ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Relato de Diabetes (glicemia ≤ 50 mg/dl) - Hipertermia ≥ 40ºC - Doença falciforme AMARELO - Saturação ≤ 95% (ar ambiente) - PAS de 140-159 e/ou PAD 90-109 mmHg, sem sintomas - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência AZUL Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 5 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina DOR ABDOMINAL/ LOMBAR/ CONTRAÇÕES UTERINAS VERMELHO - Período expulsivo - Prolapso de cordão umbilical - Exteriorização de partes fetais - Sinais de choque - Dor intensa ≥ 7-10 - Contrações intensas a cada 2 minutos - Hipertonia uterina / Sangramento genital intenso** - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Perda de líquido espesso esverdeado - Portadora de doença falciforme - Portadora de HIV em TP (qualquer frequência ou dor) - Pós-parto imediato AMARELO - Saturação ≥ 95% (ar ambiente) - PAS de 140-159 e/ou PAD 90-109 mmHg, sem sintomas - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. FALTA DE AR/SINTOMAS RESPIRATÓRIOS VERMELHO - Saturação ≤ 89% em ar ambiente - Estridor*¹ - Sinais de Choque*³ - Padrão respiratório ineficaz*² - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Início agudo após trauma - Anemia falciforme AMARELO - Dispneia moderada, consegue falar frases mais longas, - Saturação de O² ≥ 95% em ar ambiente - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas -Edema unilateral de MMII ou dor em panturrilha - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - Dor de garganta com placas Dor torácica moderada VERDE - Obstrução nasal com secreção amarelada - Dor de garganta sem outras alterações - Tosse produtiva, persistente - Febril ≤ 37,9o C PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 6 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina FEBRE/SINAIS DE INFECÇÃO VERMELHO - Convulsão em atividade - Saturação ≤ 89% - Sinais de Choque - Padrão respiratório ineficaz - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - Hipertermia ≥ 40o C - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Anemia Falciforme AMARELO - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - PAS 140 - 159 e/ou PAD 90-109 mmHg, sem sintomas - Dor abdominal moderada em puérpera ou não - Sinais de infecção sítio cirúrgico* associado a febre Ingurgitamento mamário com sinais flogísticos*8 associados a febre Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - Lesões genitais agudas - Ingurgitamento mamário sem sinais flogísticos - Queixas urinárias - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Dor leve ≤ 3 - Febril: TAx ≤ 37,9o C Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. NÁUSEAS E VÔMITOS VERMELHO Desidratação intensa com Sinais de Choque* - Padrão Respiratório ineficaz*² - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Sinais de desidratação com repercussão hemodinâmica, mas sem sinais de choque*³ AMARELO - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - Vômitos com sinais de desidratação*5 sem repercussão hemodinâmica VERDE - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Vômitos frequentes sem desidratação*5 - Febril: TAx ≤ 37,9º C Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 7 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PERDA DE LIQUIDO VIA VAGINAL VERMELHO - Trabalho de parto (TP) em período expulsivo - Exteriorização de partes fetais - Dor ≥ 8/10 - TP (contrações a cada 2 minutos) - Perda de liquido esverdeado espesso - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Portadora de HIV AMARELO - Dor lombar moderada 4-7/ 10 - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas - Perda de liquido claro em grande quantidade - Vítimas de Violência física e sexual VERDE - Queixa atípica de perda de liquido - Dor abdominal aguda leve intensidade (< 3/10) - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. PERDA DE SANGUE VIA VAGINAL VERMELHO - Irresponsiva - Sinais de Choque³; - Hemorragia exanguinante** - TP em período expulsivo - Exteriorização de partes fetais - Confusão/letargia - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Dor ≥ 8/10 - TP (contrações a cada 2 minutos); - Hipertonia uterina - Portadoras de doença falciforme AMARELO - Sangramento moderado** - Dor lombar moderada 4-7/ 10 - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas - Contrações uterinas a intervalos de 3 a 5 min - Ausência de percepção de MF em gravidez ≥ 22 semanas - Febre: TAx 38o C a 39,9o C Vítima de violência VERDE Dor abdominal aguda leve intensidade - Dor abdominal aguda leve intensidade (< 3/10); PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89mmHg; - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 8 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina QUEIXAS URINÁRIAS VERMELHO - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg- - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Hipertermia ≥ 40o C - Dor ≥ 7/10 AMARELO - Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas - Dor moderada 4-7/10 - Retenção urinária - Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - Algúria, disúria (dor/ dificuldade para urinar), poliúria - Lesões vulvares externas - Dor leve 1-3/10 - Febril: TAx ≤ 37,9ºC PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamentodo Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 9 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PARADA/REDUÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO FETAL VERMELHO - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - Hipertermia ≥ 40ºC - Dor ≥ 7/ 10 AMARELO - Relato de ausência de MF por mais de 12 horas em gestação ≥ 26 semanas - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas VERDE - Relato de ausência de MF por mais de 12 h em gestação de 22 semanas e 22 semanas. PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Encaminhamento do Posto de Saúde não enquadradas nas situações de urgência Azul Atendimento não prioritário ou encaminhamento ao posto de saúde. RELATO DE CONVULSÃO VERMELHO - Não responsiva - Convulsão em atividade - Padrão respiratório ineficaz - Saturação ≤ 89% em ar ambiente - Sinais de Choque*¹ Alteração do estado mental/comportamento - Saturação de O² ≥ 90% e ≤ 94% (ar ambiente) - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/ 90 mmHg com dor de cabeça, de estômago ou alterações visuais - História de diabetes* (glicemia ≤ 50 mg/dl) Hipertermia: ≥ 40ºC AMARELO História de perda de consciência Saturação ≥ 95% Qualquer valor de PA Febre: TAx 38,0o C a 39,9o C Pacientes imunodeprimidas (HIV) História de Trauma CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 10 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 5. ORIENTAÇÃO PÓS-PROCEDIMENTO Orientada a entrar direto no consultório médico (classificação vermelha) ou a aguardar na recepção a chamada para consulta médica conforme classificação de risco por cores. 6. RISCOS/ PONTOS CRÍTICOS 1. Erro na classificação; 2. Instabilidade clínica. 7. RESULTADO • Resolutividade e humanização do atendimento, a fim de identificar as demandas das usuárias, sabendo direcioná-las a um atendimento mais adequado em tempo hábil. Fluxos de atendimento após classificação de risco Pacientes classificadas como vermelhas (atendimento médico imediato) • O atendimento destas pacientes se dá diretamente na sala de Emergência, pois são pacientes com risco de morte necessitando de atendimento médico imediato. • As medidas de suporte de vida deverão ser iniciadas Classificação Amarela (atendimento médico em até 30 minutos) • O atendimento destas pacientes deverá ser no consultório médico ou da enfermeira obstetra, atentando para prioridade do atendimento. Classificação Verde (atendimento médico em até 120 minutos) • Por definição, são pacientes sem risco de agravo. Serão atendidas por ordem de chegada. Classificação Azul (atendimento não prioritário em até 180 minutos) • Os encaminhamentos para o Posto de Saúde ou PSMT devem ser pactuados no território de forma a garantir o acesso e atendimento da usuária pela equipe multiprofissional neste serviço. OUTRAS QUEIXAS/ ENCAMINHADAS SEM REFERENCIAMENTO VERMELHO - PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg - PA ≥ 140/90 mmHg com dor de cabeça, dor de estômago ou alterações visuais AMARELO - PAS 140-159 e/ou PAD 90- 109 mmHg, sem sintomas - Dor persistente na perna que não melhora, acompanhada de edema e rigidez da musculatura da panturrilha - Pacientes imunodeprimidas (HIV) VERDE - PAS ≤ 139 e PAD ≤ 89 mmHg - Idade gestacional acima de 41 semanas Azul Agendamento de cesárea Pedido de Atestados/Licença maternidade Troca de pedidos de exames/ receitas CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 11 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 8. DESCRIÇÃO DOS PASSOS Agente Descrição dos Passos Material Profissionais da Recepção Acolher na porta a todas as usuárias que procuram a recepção, orientando-as e direcionando-as para o seu atendimento; Profissionais da Recepção Preencher corretamente e completamente a ficha de atendimento com agilidade e clareza nos dados; Ficha de atendimento/Sistema Profissionais da Recepção Registrar os atendimentos, altas e encaminhamentos realizados na emergência para o centro obstétrico/maternidade, para fins estatísticos; Profissionais da Recepção Encaminhar a paciente para a Classificação de Risco Profissionais da Recepção Dar baixa nas fichas das pacientes que não foram internadas Manual ou no sistema Profissionais da Recepção Organizar e arquivar, conforme rotina do serviço, a ficha de atendimento Profissionais da Recepção Zelar pela reposição de impressos nos diversos setores do acolhimento Impressos Profissionais da Recepção Realizar passagem de plantão regularmente Registrar em livro de plantão Profissionais da Recepção Não é permitido abandonar o plantão sem que outro funcionário o assuma Profissionais da Recepção Estar integrado com a equipe multiprofissional do centro obstétrico/maternidade, buscando melhor resolutividade quanto aos problemas da usuária Enfermeira da triagem Receber as fichas de atendimento, avaliando de forma ágil e responsável a prioridade da mulher, de acordo com a queixa apresentada Enfermeira da triagem Chamar a paciente pelo nome, acolhe-la juntamente com o acompanhante de forma cordial e responsável Enfermeira da triagem Classificar o risco com rapidez e eficiência, seguindo a classificação de cores no anexo 1 e anotar na ficha de classificação da triagem Ficha de classificação e material para aferição dos sinais vitais Enfermeira da triagem Anexar a ficha de “notificação de violência”, quando houver suspeita ou confirmação de caso Impresso Enfermeira da triagem Registrar dados da classificação na ficha de atendimento, sinalizando através de cores a classificação da mulher Etiquetas coloridas Enfermeira da triagem Registrar classificação no mapa do Acolhimento e Classificação de Risco Impresso Enfermeira da triagem Orientar a paciente de forma clara quanto à sua situação e quanto ao tempo de espera do atendimento Enfermeira da triagem Colocar as fichas de atendimento conforme classificação nos displays classificatórios. Enfermeira da assistência Reclassificar as usuárias quando necessário Enfermeira da assistência Estar integrado com a equipe multiprofissional do PSGO, centro obstétrico/maternidade, buscando melhor resolutividade quanto aos problemas da usuária CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 12 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Enfermeira da assistência Realizar a internação e ou direcionamento das usuárias conforme solicitação médica Enfermeira da assistência Prestar os cuidados necessários as usuárias, inclusive as orientações e métodos não farmacológicos no primeiro período do parto (fase passiva) Enfermeira da assistência Realizar os controles e observar as possíveis complicações nesse período, comunicar a equipe médica Enfermeira da assistência Atuar juntamentecom a equipe médica na evolução do trabalho de parto e condutas assistenciais para uma evolução de parto eutócito. Enfermeira da assistência Supervisionar o trabalho do técnico/auxiliar de enfermagem, orientando corretamente quando necessário Enfermeira da assistência Realizar passagem de plantão regularmente, não é permitido abandonar o plantão sem que outro funcionário o assuma Enfermeira da assistência Registrar em livro próprio as ocorrências do setor. Livro de ocorrências Médico Atender as usuárias que a eles competem de forma acolhedora Médico Comunicar a equipe de enfermagem sobre a conduta adotada: admissão, observação, reavaliação ou alta da paciente Médico Preencher as fichas das pacientes vítimas de violência e proceder ao tratamento segundo protocolo específico Médico Estar integrado com a equipe multiprofissional do centro obstétrico/maternidade, buscando melhor resolutividade quanto aos problemas das usuárias, inclusive apoiar e participar das condutas juntamente com os enfermeiros obstetras Médico Realizar passagem de plantão regularmente, não podendo abandonar o plantão sem que outro funcionário o assuma Técnico/Auxiliar de Enfermagem do Acolhimernto e Classificação de risco Acolher a mulher e acompanhante de forma cordial e responsável Técnico/Auxiliar de Enfermagem do Acolhimernto e Classificação de risco Escutar a queixa, os medos e expectativas da mulher Técnico/Auxiliar de Enfermagem do Acolhimernto e Classificação de risco Acomodar e/ou posicionar a usuária adequadamente para que possa ser avaliada Aferir sinais vitais da usuária Encaminhar a usuária para atendimento após classificação de risco Encaminhar/orientar usuária quanto ao local de realização de exames e de medicação, quando for o caso. Registrar em prontuário e planilha de gastos Estar alerta para as necessidades de reclassificação da mulher enquanto aguardam reavaliação na sala de observação Encaminhar usuária ou acionar Serviço Social e Psicologia quando for o caso Realizar passagem de plantão regularmente, não é permitido abandonar o plantão sem que outro funcionário o assuma CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-011 01 13 de 13 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 9. REFERÊNCIAS Arulkumaran N, Singer M. Puerperal sepsis. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2013 Dec;27(6):893-902. doi: 10.1016/j.bpobgyn.2013.07.004. Epub 2013 Aug 30. Review; Beach RL, Kaplan PW. Seizures in pregnancy: diagnosis and management. Int Rev Neurobiol. 2008;83:259-71. doi: 10.1016/S0074-7742(08)00015-9. Review; Bottomley C, Bourne T. Management strategies for hyperemesis. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2009 Aug;23(4):549-64. doi: 10.1016/j.bpobgyn.2008.12.012. Epub 2009 Mar 3. Review; BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1459, de 24 junho de 2016. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Diário Oficial da União n.27, seção 1, p.109, 27 de junho de 2016; BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2351, de 05 outubro de 2011. Altera a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha. Diário Oficial da União n.193, seção 1, p.58, 06 de outubro de 2011; BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde/SAS. Portaria nº 650, de 05 outubro de 2011. Dispõe sobre os Planos de Ação regional e municipal da Rede Cegonha, documentos orientadores para a execução das fases de implementação da rede, assim como o repasse dos recursos, monitoramento e a avaliação da implementação da Rede Cegonha. Diário Oficial da União n.193, seção 1, p.69, 06 de outubro de 2011; BRASIL.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, 44 p.- (Série B. Textos Básicos de Saúde); BRASIL.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do Sul. Acolhimento e classificação de risco nos Serviços de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 56 p.- (Série B. Textos Básicos de Saúde); BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização. Ambiência / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 32 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde); Brennan MC, Moore LE. Pulmonary embolism and amniotic fluid embolism in pregnancy. Obstet Gynecol Clin North Am. 2013 Mar;40(1):27-35. doi:10.1016/j.ogc.2012.11.005. Review; Brito V, Niederman MS. Pneumonia complicating pregnancy. Clin Chest Med. 2011 Mar;32(1):121-32, ix. doi: 10.1016/j.ccm.2010.10.004. Epub 2010 Dec 17. Review; Cappell MS, Friedel D. Abdominal pain during pregnancy. Gastroenterol Clin North Am. 2003 Mar;32(1):1-58. Review; Ciena AP, Gatto R, Pacini VC et al. Influência da intensidade da dor sobre as respostas nas escalas unidimensionais de mensuração da dor em uma população de idosos e de adultos jovens. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 201- 212, jul./dez. 2008 acessível em http://www.scielo.br/pdf/rbr/v51n4/v51n4a02.pdf; Digre KB. Headaches during pregnancy. Clin Obstet Gynecol. 2013 Jun;56(2):317-29. doi: 10.1097/GRF.0b013e31828f25e6. Review; Hart LA, Sibai BM. Seizures in pregnancy: epilepsy, eclampsia, and stroke. Semin Perinatol. 2013 Aug;37(4):207-24. doi: 10.1053/j.semperi.2013.04.001.Review; Hypertension in pregnancy the management of hypertensive disorders during pregnancy; National Collaborating Centre for Women’s and Children’s Health; Commissioned by the National Institute for Health and Clinical Excellence; August 2010 (revised reprint January 2011); Pearce CF, Hansen WF. Headache and neurological disease in pregnancy. Clin Obstet Gynecol. 2012 Sep;55(3):810- 28. doi: 10.1097/GRF.0b013e31825d7b68. Review; Rezende - Obstetrícia Fundamental - 12ª Ed. 2013; Montenegro, Carlos A. Barbosa; Montenegro, Carlos A. Barbosa; Rezende, Jorge de; Rezende, Jorge de; Guanabara Koogan; Vazquez JC, Abalos E. Treatments for symptomatic urinary tract infections during pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Jan 19;(1):CD002256. doi:10.1002/14651858.CD002256.pub2. Review. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 1 de 14 CONTROLE DE EMISSÃO REVISADO APROVADO Simone de Lima Silva – CRM: 116921 Gabriela da silva Moraes – CRM: 171092 Marcelo Lucci Mussi – CRM: 95082 Maria Cristina Pose Guerra – COREN: 27826 DATA REVISÃO ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM REVISADO Janeiro/2021 01 Todos Adequação SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) 1. Definição Intolerância à carboidratos, de grau variável, diagnosticada pela primeira vez na gestação, e que não atenda aos critérios utilizados para o diagnóstico de diabetes mellitus (DM) fora do período gestacional. 2. Epidemiologia Em 2010, a Associação Internacional de Grupos de Estudos sobre Diabetes e Gravidez (International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups) propôs novos critérios de triagem e diagnóstico para diabetes na gravidez. Usando esses critérios, a prevalência global de hiperglicemia na gravidez foi estimada em 17%, com estimativas regionais variando entre 10% na América do Norte e 25% no Sudeste Asiático. 3. Complicações associadas ao Diabetes Gestacional ODMG representa uma “janela de oportunidade” para prever o risco de futuro de Diabetes Mellitus Tipo2 (DM2), obesidade e distúrbios cardiovasculares tanto para a mãe como para o seu filho. Controlar com rigor a glicemia perinatais a curto prazo e as chances de que esta criança desenvolva obesidade, diabetes e alterações do metabolismo lipídico até mesmo antes da adolescência. No caso de controle metabólico inadequado durante a gestação, há um aumento no risco de complicações fetais, tais como crescimento fetal excessivo, deficiência de surfactante pulmonar, óbito fetal, polidrâmnio e parto prematuro. Neste mesmo cenário, há também um aumento nos riscos de complicações neonatais, tais como síndrome do desconforto respiratório, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, policitemia, risco de tocotraumatismo no parto e de internação em Unidade de Terapia Intensiva. 4. Fisiopatologia O diabetes mellitus gestacional se desenvolve durante a gravidez em mulheres cuja função pancreática é insuficiente para superar a resistência à insulina associada ao estado gravídico. A gestação se caracteriza por ser um estado de resistência à insulina. Essa condição, aliada à intensa mudança nos mecanismos de controle da glicemia, em função do consumo de glicose pelo embrião e feto, pode contribuir para a ocorrência de alterações glicêmicas, favorecendo o desenvolvimento de DMG nessa fase. Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação, tais como lactogênio placentário, cortisol e prolactina, podem promover redução da atuação da insulina em seus receptores, favorecendo o desenvolvimento de diabetes durante a gestação em algumas mulheres suscetíveis. 5. Fatores de risco • Idade materna ≥ 35 anos (aumento progressivo com o avançar da idade) • Sobrepeso/obesidade materna [índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m2] • Ganho excessivo de peso na gravidez • Gestação múltipla • Antecedente familiar de primeiro grau de diabetes mellitus • Antecedentes pessoais de alterações metabólicas: CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 2 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina o Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 5,7% (método high performance liquid chromatography – HPLC) o Síndrome dos ovários policísticos o Hipertrigliceridemia o Lipoproteína de alta densidade <35 mg/dL o Hipertensão arterial sistêmica o Acantose nigricans o Doença cardiovascular aterosclerótica o Uso de medicamentos hiperglicemiantes (ex.: corticoides) • Antecedentes obstétricos: o Duas ou mais perdas gestacionais prévias o Diabetes gestacional o Polidrâmnio o Macrossomia (recém-nascido anterior com peso ≥ 4.000 g) e/ou feto grande para idade gestacional o Óbito fetal/neonatal sem causa determinada o Malformação fetal 6. Rastreamento Recomenda-se o rastreamento universal, independente da presença de fatores de risco. Em situações de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica total, deve-se realizar a glicemia de jejum no início do pré-natal para diagnóstico de DMG e de DM prévio diagnosticado na gestação (overt diabetes) e, caso o resultado do exame apresente valores inferiores a 92 mg/dL antes de 24 semanas de idade gestacional, deve-se realizar o teste de sobrecarga com 75g de glicose oral (TTGO 75g) entre 24 a 28 semanas de gestação. Apenas um valor alterado em algum dos testes faz o diagnóstico: • Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL e ≤ 125 mg/dL; ou • Pelo menos um dos valores do TOTG com 75 g de glicose oral alterado, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional: o Jejum ≥ a 92 mg/dL o Primeira hora ≥ a 180 mg/dL o Segunda hora ≥ a 152 mg/dL O TOTG com 75 g de glicose oral é preconizado para todas as gestantes que não apresentaram diagnóstico de DMG ou DM diagnosticado na gravidez antes das 24 semanas de gestação. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 3 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 4 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 7. Seguimento Pré-natal As consultas devem ter intervalos reduzidos, de uma a duas semanas, para avaliação adequada do controle metabólico e ajuste terapêutico. 8. Seguimento laboratorial • HbA1C no momento do diagnóstico, para avaliação do controle glicêmico nas últimas 8-12 semanas; • Urocultura bimensal, com objetivo de identificar bacteriúria assintomática, prejudicial ao controle metabólico e à gestação. • Exames complementares: • Hemograma completo com plaquetas; • URINA TIPO 1/ Urocultura; • Proteinúria de 24 horas; • Creatinina/ Ureia; • Bilirrubinas totais e frações; • TGO/ TGP; • Lipidograma; • DHL. 9. Tratamento não farmacológico As melhores evidências científicas demonstram que durante a gestação, a terapia nutricional, a atividade física e a monitorização da glicemia capilar assumem importante papel no tratamento do DMG, a partir do seu diagnóstico. A terapia nutricional baseia-se na avaliação do perfil antropométrico da gestante, dos seus hábitos alimentares, da acessibilidade aos alimentos, de características alimentares regionais, das suas condições clínicas, sócio-econômicas e culturais. Preconiza-se a ingestão de 1.800-2.200 calorias diárias totais, fracionadas em 6 refeições: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Deve-se preferir alimentos com baixos índices glicêmicos, como carboidratos de grão integral. Para mulheres com índice de massa corpórea (IMC) normal (IMC de 18,5 a 24,9 kg / m2) durante a gravidez, uma ingestão calórica razoável é de 30 kcal / kg / dia; para mulheres com sobrepeso (IMC de 25,0 a 29,9 kg / m2) e obesas (IMC de 30,0 a 39,9 kg / m2), uma ingestão calórica razoável é de 22 a 25 kcal / kg / dia; e para mulheres obesas com IMC ≥40,0 kg / m2, uma ingestão calórica razoável é de 12 a 14 kcal / kg / dia (peso atual da gestante), mas é prudente que mulheres obesas consumam no mínimo 1800 cal / dia para evitar cetose. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 5 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Uma avaliação clínica completa deve ser realizada antes de se recomendar qualquer programa de exercícios para garantir que a mulher não tenha contraindicações a esta prática. No período gestacional é recomendável um da semana, e deve, ainda, ser desenvolvido com a paciente conforme necessidades específicas (controle da glicemia e trimestre da gestação, por exemplo), e sob supervisão de um educador físico. 10. Monitorização glicêmica CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 6 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Nas gestações complicadas pelo DMG, a monitorização da glicemia deve ser realizada a partir do diagnóstico e até o pós-parto visando a adequada avaliação da eficácia e da adesão à terapêutica e, consequentemente, obtenção de controle glicêmico adequado. Dentre os diferentes métodos, a automonitorização da glicemia capilar, utilizando fitas reagentes com leitura em um medidor digital de glicose (glicosímetro), é considerado o mais indicado para avaliação do controle glicêmico da mulher com DMG. Obs.: Alterações do hematócrito exercem influência no resultado das glicemias capilares. Na presença de hematócrito <30% pode haver superestimação da glicemia capilar (valores mais elevados que os reais) e nos casos de hematócrito > 55% pode haver subestimação (valores mais baixos).Importante orientar quanto à necessidade de lavar as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool e em seguida secar, para evitar que o sangue proveniente da punção do dedo tenha contato com restos de alimentos e, consequentemente, levar a erro de medição da glicemia. Para as gestantes em tratamento com dieta e exercício físico, as glicemias devem ser aferidas ao menos 4x/dia: jejum e pós-prandial (café da manhã, almoço e jantar), ou seja, perfil glicêmico simples. Caso a paciente necessite insulinoterapia, deve-se acrescentar mais 2-3 aferições: antes do almoço, antes do jantar, e, quando necessário, na madrugada (às 3h da manhã), ou seja, perfil glicêmico completo. Pode-se prescindir das medidas na madrugada se as glicemias de jejum estiverem dentro da meta terapêutica. Caso as medidas do jejum estejam acima dos alvos glicêmicos, preconiza-se que a gestante afira a glicemia também na madrugada, para melhor ajuste da Orienta-se que a mensuração da glicemia capilar pós-prandial seja realizada 1-2h após o início das refeições, sendo a análise de uma hora pós-prandial a que melhor reflete os valores dos picos pós-prandiais avaliados por meio da monitorização contínua de glicose e também a que se associa mais diretamente com o risco de macrossomia fetal (OPAS, ZUGAIB, UTODATE). CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 7 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina 11. Metas do controle glicêmico na gestação Os alvos terapêuticos para o tratamento do diabetes gestacional se encontram descritos na tabela abaixo: Horário da medição Limite inferior mg/dL Limite superior mg/dL Jejum 70 95 1h pós-café, almoço e jantar 70 140 2h pós-café, almoço e jantar 70 120 Pré-prandiais e madrugada 70 100 12. Tratamento farmacológico Insulinoterapia A administração de insulina deve ser indicada quando, após uma semana de dieta e exercícios físicos, não se observar controle metabólico adequado. O controle metabólico é considerado adequado quando se observam, no mínimo, 70% dos valores glicêmicos dentro dos alvos terapêuticos em uma semana. Quando o peso fetal estimado estiver acima do percentil 70 para a idade gestacional, orienta-se controle metabólico ainda mais estrito, com pelo menos 80% das medidas dentro das metas de tratamento. (ZUGAIB e UPTODATE) diárias. A dose inicial diária de insulina é calculada e fracionada de acordo com o peso da gestante: (conduta ZUGAIB) • Dose inicial diária total: 0,5 UI/kg de peso atual da gestante. • Fracionamento: o Antes do desjejum: metade da dose total; o Antes do almoço: ¼ da dose total; o Às 22h: ¼ da dose total. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 8 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Tipos de insulina As insulinas de ação intermediária e longa são indicadas para controle das glicemias de jejum e pré-prandiais; as insulinas de ação rápida e ultrarrápida são indicadas para controle das glicemias pós-prandiais, caso a paciente apresente valores de glicemia pré-prandiais adequados e pós-prandiais elevados. Os ajustes devem ser realizados, no mínimo a cada 15 dias até a 30ª semana de idade gestacional e semanalmente após a 30ª semana, individualizados para cada caso, baseando-se nos resultados do automonitoramento da glicemia capilar. Deve-se informar à gestante o momento recomendado de cada aplicação, observando que a insulina Regular deve ser aplicada entre 30 e 40 minutos antes da refeição, enquanto que os análogos Lispro e Aspart devem ser aplicados na hora de início da refeição ou 15 minutos antes. Manejo da hipoglicemia A hipoglicemia na gestação é considerada quando a glicemia se encontra <70mg/dl, e é tratada com a administração imediata de 10 a 20 g de um lanche misto de proteínas e carboidratos. A administração de um açúcar simples e puro em uma mulher grávida com diabetes pode levar a uma rápida elevação da glicose, seguida por um rápido declínio. O lanche misto de proteínas e carboidratos tende a atenuar a flutuação. A ADA (American Diabetes Association) sugere leite desnatado ou com pouca gordura (aprox. 235 mL) para tratar a hipoglicemia. Os açúcares do leite são liberados mais lentamente na corrente sanguínea do que os de suco ou açúcar branco. A glicemia deverá ser aferida 15 a 30 minutos após o tratamento. Se forem encontrados baixos valores de glicose mais de uma vez na mesma hora do dia, as doses de insulina deverão ser ajustadas. Metformina Os antidiabéticos orais (ADO), apesar de não serem a droga de primeira escolha, podem ter seu uso considerado como monoterapia nos casos de inviabilidade de adesão ou acesso à insulina ou como adjuvante em casos de hiperglicemia severa que necessitam de altas doses de insulina para controle glicêmico. A metformina é uma biguanida de segunda geração que diminui os níveis de glicose através de diversos mecanismos celulares e extra-celulares, dentre eles: reduz a resistência periférica a insulina, aumenta o transporte de glicose no músculo esquelético e nos adipócitos, reduz a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal, aumenta a síntese de glicogênio e reduz a gliconeogênese hepática. A sua posologia varia de 500 a 2500 mg/dia, com administrações associadas às refeições. O uso da formulação de liberação prolongada (XR) é uma opção para os casos de intolerância gastrointestinal ou necessidade de posologia mais simplificada. Metformina é considerada categoria B pela Agência Federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration-FDA) o que significa que os “estudos realizados em animais não demonstraram risco fetal, não havendo trabalhos controlados em mulheres”. Até o presente momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), agência reguladora de uso de medicações e produtos vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, não aprova a utilização da metformina para tratamento do DMG. Mantendo a recomendação de que a insulina é a primeira escolha na terapêutica medicamentosa para controle glicêmico no período gestacional, podem-se elencar situações nas quais o uso de ADO poderia ser considerado: não CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 9 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina acessibilidade à insulina; dificuldade na autoadministração de insulina; estresse para a paciente em níveis exacerbados decorrentes uso de insulina e que determina restrição alimentar não corrigida mesmo após orientação adequada; necessidade de altas doses diárias de insulina (>100UI) sem resposta adequada no controle glicêmico. A ADA (American Diabetes Association) afirma que a metformina não deve ser usada em mulheres com hipertensão, pré-eclâmpsia ou risco de restrição de crescimento intra-uterino devido ao potencial de restrição de crescimento ou acidose no cenário de insuficiência placentária. (UPTODATE) Assim, considera-se necessária a justificativa, em prontuário médico, do uso da metformina como terapêutica isolada (impossibilidade de utilização de insulina, especificando-se o motivo) ou em associação à insulina em gestantes com DMG (controle glicêmico em paciente utilizando altas doses de insulina). Recomenda-se ainda a aplicação de termo de consentimento livre e esclarecido antes do início do uso desta medicação. Situações Especiais (ZUGAIB) • Síndrome de Ovários Policísticos: Nas mulheres com SOP e em uso de metformina, devido à intolerância à glicose prévia bem estabelecida, a medicação poderá ser mantida durante a gestação, desde que se esclareça à gestante sua situação atual sobre segurança na gestação. O TTGO 75g deverá ser dispensado poisestas mulheres já têm o diagnóstico e o tratamento de hiperglicemia, e o controle metabólico através do perfil glicêmico simples deverá ser realizado desde o diagnóstico de gestação. Se for necessário, a insulina deverá ser associada. Nas mulheres que usavam metformina sem diagnóstico de intolerância à glicose, a medicação deverá ser suspensa e a pesquisa habitual para diabetes gestacional deverá ser realizada. • Pós-cirurgia bariátrica: Não há consenso na literatura sobre o rastreamento de diabetes gestacional nestas pacientes, já que grande parte delas não pode fazer o teste de sobrecarga oral à glicose (TTGO 75g) devido aos sintomas de dumping durante o teste. Recomenda-se dosar a glicemia de jejum e HbA1C na primeira consulta, se não houver alterações, recomenda-se entre 24-28 semanas de gestação dosar a glicemia de jejum e solicitar que a gestante faça um perfil glicêmico simples durante 1 semana, mantendo sua glicêmico simples estejam acima das metas glicêmicas, configura-se o diagnóstico de diabetes gestacional e o tratamento habitual deverá ser instituído. • Corticoterapia antenatal: O uso do corticoide para acelerar a maturidade pulmonar fetal, quando indicado, deve ser realizado com parcimônia, pois pode ocasionar um descontrole glicêmico que pode culminar em cetoacidose diabética materna ou descontrole metabólico fetal. No momento em que se indica a realização do corticoide antenatal todas as doses de insulina devem ser aumentadas em 30%. Nas gestantes que não utilizam insulina, a NPH poderá ser introduzida na dose de 0,3UI/kg de peso e as doses fracionadas da maneira habitual (metade da dose pela manhã, ¼ no almoço e ¼ às 22h). Os valores mais altos de glicemia ocorrem nas primeiras 48h (pico do corticoide) e tendem a diminuir em até 7 dias. As doses de insulina devem ser ajustadas após análise do perfil glicêmico completo, e após 1 semana da aplicação do corticoide, se o parto não ocorrer, é comum que a paciente volte à sua dose de insulina prévia ao corticoide, e as gestantes que não usavam insulina poderão ter está suspensa. Critérios para Internar as Pacientes • Controle glicêmico alterado com necessidade de introdução de insulina. • Pacientes que fazem uso de hipoglicemiante oral, para adequar-se a dose de insulina. • Qualquer intercorrência clínica ou obstétrica. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 10 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Avaliação Fetal • A partir de 28 semanas perfil biofísico fetal, associar à cardiotocografia fetal nos casos de comorbidades associadas ou mau controle glicêmico; • USG obstétrica mensalmente a partir do terceiro trimestre para acompanhar o crescimento fetal; • Mobilograma diário percebido pela gestante ambulatorialmente; • Evolução desfavorável: cardiotocografia a cada 2-3 dias ou diariamente para pacientes internadas e USG obstétrico com Doppler semanalmente. • CTG anteparto a partir de 28°/30° semana, diário, de acordo com evolução da gestação. Avaliação fetal segundo UPTODATE • Mulheres em uso de insulina ou medicamentos anti-hiperglicêmicos orais ou com mau controle glicêmico: o Cardiotocografia duas vezes por semana associado à medida do índice de líquido amniótico a partir das 32 semanas de gestação. • Mulheres euglicêmicas apenas com terapia nutricional e sem comorbidades ou complicações fetais: o Cardiotocografia e perfil biofísico fetal próximo ao termo, definido pelo serviço. • Avaliação do crescimento fetal: o Um exame de ultrassom no terceiro trimestre entre 36 a 39 semanas para estimar o peso fetal em todas as mulheres com DMG, independentemente do grau de controle metabólico ou da necessidade de insulina ou agentes anti-hiperglicêmicos orais, com o objetivo de identificar macrossomia e programar o parto cesárea. Momento e Tipo de Parto No nosso serviço usaremos como base o protocolo da American Diabetes Association (ADA, 2019), indicado pela CNE de Hiperglicemia e Gestação da Febrasgo, recomenda: • Nas mulheres com DMG bem controlado, usando apenas dieta e exercício (DMG, classe A1), o parto não deve acontecer antes das 39 semanas de gestação, mas também não deve exceder 40 semanas e 6 dias, pois há risco de crescimento exagerado do feto, dificultando o parto vaginal; • Para mulheres com DMG bem controlado, mas usando medicamentos (DMG, classe A2), o parto é recomendado no período entre 38 semanas (38 e 0/7) e 39 semanas completas (39 e 6/7), não devendo ultrapassar 40 semanas de gestação; • Para mulheres com DM prévio (DM1 ou DM2), o objetivo é atingir o termo da gestação (37 semanas), preferencialmente, chegar a 39 semanas, desde que o quadro clínico e o controle glicêmico maternos e o peso fetal estejam bem controlados. Resumindo em nosso serviço, via de parto obstétrica: • DMG sem repercussão fetal, controlada com dieta e exercícios, resolução (indução ou cesárea) a partir de 39 semanas. • DMG com repercussão fetal, controlada com dieta e exercícios, resolução (indução ou cesárea) a partir de 38 semanas. • DMG sem repercussão fetal, controlada com insulina ou metformina, resolução (indução ou cesárea) a partir de 38 semanas. • DMG com repercussão fetal, controlada com insulina ou metformina, resolução (indução ou cesárea) a partir de 37 semanas. *** Em caso de mau controle glicêmico individualizar os casos. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 11 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Outras condutas a saber: Momento e tipo de parto ZUGAIB: • Mulheres com bom controle metabólico e sem repercussões fetais podem aguardar até 40 semanas. • Mau controle metabólico (menos de 70% das glicemias dentro das metas terapêuticas) o parto está indicado a partir de 37 semanas. • Diante o diagnóstico de macrossomia (feto >= 4kg) o parto está indicado a despeito da idade gestacional, pelo risco aumentado de óbito fetal. • As condições obstétricas determinam a melhor via de parto. Momento e tipo de parto UPTODATE • DMG tratada com dieta com bom controle glicêmico: parto a partir de 39 semanas de gestação até 40 + 6 semanas, com avaliação fetal periódica. • DMG em uso de insulina ou hipoglicemiante oral com bom controle glicêmico e sem outra comorbidade: indução do parto com 39 semanas de gestação. • DMG em uso de insulina ou hipoglicemiante oral ou tratamento com dieta com mau controle glicêmico: indução do parto a partir de 37+0 até 38+6/7. • Peso fetal estimado >= 4500g: programar parto cesárea. Conduta no dia do Parto ou trabalho de Parto Durante o trabalho de parto, é prudente a avaliação periódica dos níveis de glicose materna e o tratamento da hiperglicemia com o objetivo de reduzir o risco de hipoglicemia neonatal. Embora a hipoglicemia neonatal prolongada se deva principalmente à exposição fetal à hiperglicemia crônica durante a gravidez e à hiperplasia pancreática fetal resultante, a hipoglicemia transitória pode ser causada pela hiperglicemia materna intraparto, que induz um aumento agudo da insulina fetal. ZUGAIB • Infusão intravenosa de SG5% (60mL/h ou 20 gts/min) durante o período em que a paciente for mantida em jejum (iniciar após 8h de jejum). • Glicemia capilar 4/4h (manter entre 70 e 140 mg/dL). o Se hipoglicemia (<70mg/dL): aumentar velocidade de infusão do SG5%. o Se hiperglicemia: corrigir com insulina regular subcutânea § 141-199 mg/dL: 2 UI § 200-249 mg/dL: 4 UI § 250-299 mg/dL: 6UI Caso glicemia > 200mg/dL, verificar a presença de cetonúria e tomar demais medidas para diagnóstico e tratamento de eventual cetoacidose diabética, evento raro em pacientes com diabetes gestacional. Ajustar a insulina no dia do parto conforme descrito na tabela abaixo: CÓ PI A CON TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 12 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Tipo de parto programado Insulina NPH Insulina Regular Cesariana 1/3 da dose habitual da manhã Não usar (jejum) Indução de trabalho de parto 1/3 da dose habitual da manhã Dose total da manhã (após café da manhã) Segundo protocolo OPAS 2019 No parto de casos com DMG, os níveis de glicose devem ser mantidos entre 70 e 120 mg/dL e preferencialmente entre 100 e 120 mg/dL. Níveis glicêmicos abaixo de 70mg/dL devem ser corrigidos com infusão contínua de glicose a 5 ou 10%, por via intravenosa; quando os níveis são iguais ou superiores a 120 mg/dL, deve ser administrada insulina regular (ação rápida), por via subcutânea. No trabalho de parto de início espontâneo, com a dose de insulina basal já administrada, recomenda-se infusão contínua de glicose a 5% (125 mg/h), por via intravenosa, e monitoramento da glicemia capilar a cada 1 ou 2 horas. No parto programado cesárea, a gestante deve permanecer em jejum desde a noite anterior (mínimo de 8 horas). Pela manhã, deve ser administrada metade (1/3 da dose da manhã a 1/2 da dose total diária) de insulina basal (NPH) e deve-se iniciar controle da glicemia capilar (a cada 1 ou 2 horas) e infusão contínua de glicose a 5% (125 mg/h), por via intravenosa. Nos casos de indução do trabalho de parto, a administração de insulina NPH seguirá os mesmos princípios da cesárea, porém caso a paciente faça a ingestão do desjejum e utilize insulina regular no café da manhã, esta deverá ser administrada. Pós parto Imediato Com a retirada da placenta, as alterações metabólicas são revertidas, e os níveis glicêmicos são normalizados, portanto, a insulina deverá ser retirada após o parto e a dieta para diabético deverá ser suspensa. O aleitamento materno deve ser estimulado. Em alguns casos, o monitoramento da glicemia de jejum, por 24 a 72 h após o parto pode ser realizado para identificar mulheres com hiperglicemia persistente. Puerpério São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de DM do tipo 2 em mulheres com DMG prévio: • Glicemia em jejum na gestação acima de 100 mg/dL; • Etnia não branca; • História familiar de diabetes tipo 2, principalmente materna; • Ganho excessivo de peso durante ou após a gestação; • Obesidade; • Obesidade abdominal; • Dieta hiperlipídica; • Sedentarismo; • Uso de insulina na gestação. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 13 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina A realização do TOTG com 75 g de glicose (0h e 2h) seis semanas após o parto é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de diabetes após a gestação e deve ser realizada em todas as gestantes com diagnóstico de diabetes gestacional. Figura 4: Confirmação do diagnóstico de DM no pós-parto Em situações de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica parcial, pode-se realizar a glicemia de jejum seis semanas após o parto para diagnóstico de DM e de glicemia de jejum alterada. Figura 5: Confirmação do diagnóstico de DM no pós-parto Não se deve solicitar dosagem de HbA1c no pós-parto, pois esse exame não está validado para o diagnóstico de diabetes no puerpério. Caso o TOTG com 75 g de glicose ou a glicemia de jejum sejam normais, a paciente deverá ser avaliada anualmente por meio de glicemia de jejum e/ou TOTG com 75 g de glicose ou pela medida da HbA1c. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE DIABETES GESTACIONAL CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-029 01 14 de 14 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Anticoncepção • DIU de cobre ou Mirena® • Pílula de Progesterona – Desogestrel (Cerazzette®) • Acetato de Medroxiprogesterona (Depo-provera®). Amamentação O aleitamento materno deve ser estimulado. A amamentação está associada à melhora na glicemia após o parto, podendo reduzir o risco de diabetes futuro nas mulheres com história de DMG. 13. Bibliografia Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2019. COSTA, Rafaela Alckmin; FRANCISCO, Rossana Pulcineli Vieira. Diabetes gestacional. In: ZUGAIB, Marcelo; BITTAR, Roberto Eduardo; FRANCISCO, Rossana Pulcineli Vieira (Org.). Protocolos assistenciais clínica obstétrica FMUSP. 5 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. Cap.58. PEREIRA, Belmiro Gonçalves, et al. Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Revista Femina, v.47, n.11, p. 786-796, 2019. CALDERON, Iracema de Mattos Paranhos. Diabetes gestacional: momento do parto. Revista Femina, v.47, n.11, p. 804-805, 2019. Durnwald C. Diabetes Mellitus in Pregnancy: Screening and diagnosis. Uptodate 2020 Jan 28. Acessado em 2020 Abril 01. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/diabetes-mellitus-in-pregnancy-screening-and- diagnosis Durnwald C. Gestational diabetes mellitus: Glycemic control and maternal prognosis. Uptodate 2020 Fev 10. Acessado em 2020 Abr 03. Disponível em: Caughey AB. Gestacional diabetes mellitus:Obstetric issues and management. Uptodate 2020 Mar 25. Acessado em 2020 Abr 04. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/gestational-diabetes-mellitus-obstetric- issues-and-management CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-030 01 1 de 20 CONTROLE DE EMISSÃO REVISADO APROVADO Simone Lima – CRM: 116921 Gabriela da silva Moraes – CRM: 171092 Marcelo Lucci Mussi – CRM: 95082 Maria Cristina Pose Guerra – COREN: 27826 DATA REVISÃO ITEM DESCRIÇÃO DO ITEM REVISADO Janeiro/2021 01 Todos Adequação SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina PROTOCOLO DE HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO 1. Classificação das síndromes hipertensivas na gestação ● Hipertensão Gestacional ● Hipertensão Arterial Crônica ● Pré-eclâmpsia ● Pré-eclâmpsia sobreposta à Hipertensão Arterial Crônica 2. Diagnóstico Hipertensão Gestacional ● Ocorre acima da 20º semana de gestação até 12º semana pós parto; ● PA ≥ 140/90mmHg (2 aferições); ● Sem proteinúria ou sinais de gravidade característicos da pré-eclâmpsia. Hipertensão Arterial Crônica ● É a presença de hipertensão antes da gestação, ou com aparecimento antes da 20º semana de gestação e mantida após 12º semana do puerpério. Pré-eclâmpsia sobreposta à Hipertensão Arterial Crônica: ● Hipertensa crônica com piora dos níveis pressóricos após a 20ª semana com necessidade de associação de anti-hipertensivos ou incremento das doses terapêuticas iniciais; ● Aparecimento ou piora da proteinúria já detectada na primeira metade da gravidez; ● Ocorrência de disfunção de órgãos-alvo. (FEBRASGO 2018 e UPTODATE 2020) Pré-eclâmpsia ● Hipertensão arterial após a 20ª semana de gestação, associada à proteinúria significativa. CÓ PI A CO N TR O LA DA – 0 01 PROTOCOLO PROTOCOLO DE HIPERTENSÃO NA GESTAÇÃO CÓDIGO REVISÃO PÁGINA P-HMUT-030 01 2 de 20 Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina ● A presença de proteinúria não é mandatória para o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Assim, deve-se admitir o diagnóstico da doença se a manifestação de hipertensão após a 20ª semana estiver acompanhada de comprometimento sistêmico ou disfunção de órgãos-alvo (trombocitopenia, disfunção hepática, insuficiência renal, edema agudo de pulmão, iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia), mesmo na ausência de proteinúria.
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