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FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 1 FARMACOLOGIA II – PROF. JADER ANTIBIÓTICOS ⁞ Introdução . Inibição da síntese da parede celular: beta-lactâmicos, glicopeptídicos, bacitracina. . Inibição da síntese proteica: aminoglicosídeos, tetraciclinas, macrolídeos, lincomicinas, clorafenicol. . Inibição do metabolismo bacteriano: sulfonamidas, trimetoprima. . Inibição da síntese ou atividade do DNA ou RNA: quinolonas, rifamicinas, nitrofurantoínas, Metronidazol. . Perturbação da integridade da membrana: polimixina, daptomicinas. . Penicilinas: compartilham características químicas, mecanismos de ação, farmacologia e características imunológicas: cefalosporinas, monobactâmicos, carbapenens e inibidores das betalactamases. . Compostos betalactâmicos: presenla de anel lactâmico de quatro membros. . Hidrólise do anel betalactâmico por betalactamases bacterianas produz o ácido penicilóico que carece de atividade antibacteriana. . Agentes antimicrobianos úteis frequentemente prescritos. . Em comum estrutura e mecanismo de ação pela presença de anel lactâmico e inibição da síntese da parede celular bacteriana (inibição da síntese do peptidioglicano que proporciona a estabilidade mecânica rígida). ⁞ Antibióticos que Inibem a Síntese da Parede Celular . Penicilinas. . Cefalosporinas. . Inibidores da betalactamase. . Monobactâmico. . Glicopeptídeos. ⁞ Β-Lactâmicos . Penicilinas: - penicilina G e V. - penicilinas resistentes à penicilinase (antiestafilocócicas). - penicilinas de espectro ampliado (ampicilina). - penicilina contra psedomonas aeruginosa. . Cefalosporinas – 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª geração. . Inibidores da betalactamase. . Carbapenéns: imipeném, meropeném. . Monobactâmico: aztreonam. ⁞ Introdução . Resistencia continua aumentando. . Mecanismos de resistência: produção de betalactamases e alteração nas proteínas de ligação das penicilinas. PENICILINAS . Antibióticos importantes amplamente utilizados. . Fármacos de escolha para o tratamento de um grande número de doenças infecciosas. . História: Alexander Fleming – 1928 – contaminação de cultura: lise das bactérias. Bolor do gênero Penicillium. Agente terapêutico uma década depois. 1941 – caso 1 (Oxford): infecção grave mista estafilocócica e estreptocócica; 1943: 200 pacientes tratados; 1950: produção de 150 toneladas. . Mecanismo de ação: inibição da transpeptidase, síntese da parede celular bacteriana, bactericidas quando as células bacterianas estão em crescimento ativo sintetizando sua parede celular. . Resistência: antibióticos são incapazes de matar ou inibir todas as bactérias. Pode ser intrinsecamente resistente. Cepa sensível pode adquirir resistência e desenvolvimento de Proteínas de Ligação da Penicilina com afinidade diminuída pelo antibiótico. Betalactamases fazem destruição enzimática dos antibióticos. Gram-positivas possuem grandes quantidades de betalactamases e gram-negativas dão proteção máxima ao micróbio. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 2 . Penicilinas (penicilinas G, penicilinas V): maior atividade contra gram-positivos e anaeróbios não-produtores de betalactamase. Pouca atividade contra bastonetes gram-negativos e sensíveis à hidrólise pelas bectalamases. . Penicilinas antiestafilocócicas (oxaciclina): resistentes às betalactamases estafilocócicas. Ativas contra estafilococos e estreptococos. Inativas contra enterococos, bactérias anaeróbicas, cocos e bastonetes gram-negativos. . Penicilinas de espectro ampliado: ampicilina e penicilinas antipseudomonas conservam o espectro antibacteriano da penicilina. Maior atividade contra gram-negativos. Suscetíveis à hidrólise pelas betalactamases. ⁞ Penicilinas – Classificação . Penicilina G e Penicilina V: ativos contra cocos gram-positivos. Hidrolisáveis pela penicilinase. Ineficazes contra S. Aureus. . Penicilinas resistentes à penicilinase: oxacilina, dicloxaciclina. Menos potentes contra cocos gram-positivos. Primeira escolha contra S. Aureus produtores de penicilinase, não resistentes à meticiclina. . Ampicilina e Amoxicilina: atividade antimicrobiana ampliada. Ativos contra cocos gram-positivos e gram-negativos. Haemophilus influenzae, E. coli e Proteus mirabilis administrados com um inibidor da betalactamase (clavulanato ou sulbactam). . Piperacilina: atividade contra Pseudomonas. Administrada com um inibidor da betalactamase (tazobactam). ⁞ Penicilinas . Distribuição ampla por todo o corpo. . Concentrações terapêuticas: líquido articular, líquido pleural, líquido pericárdico e bile. . Baixas concentrações: secreções prostáticas, tecido cerebral e líquido ocular. . Concentrações no líquido cefalorraquqidiano inferiores a 1% às plasmáticas com meninges normais. Concentrações de 5% com meninges inflamadas. . Meias-vidas curtas. . Eliminação renal: altas concentrações urinárias. . Penicilina G sódica cristalina: contém cerca de 1600 unidades por mg. 1 unidade = 0,6 μg; 1 milhão de unidades de penicilina = 0,6g. . Penicilinas semi-sintéticas: prescritas por peso. . Fornecidas na forma de sal sódico ou potássico do ácido livre. . Sais de procaína e os sais de benzatina da penicilina G proporcionam formas de depósito para injeção intramuscular FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 3 . Forma cristalina seca: estáveis durante anos a 4°C. Soluções perdem rapidamente sua atividade (24h a 20°C) devem ser preparadas pouco antes de sua administração. . Penicilina G e Penicilina V: espectro antimicrobiano semelhante – microrganismos gram-positivos aeróbicos. Bactérias previamente sensíveis são resistentes. Estreptococos são sentíveis. - S. Pneumoniae: resistência comum principalmente em crianças (creches). . Mais de 90% dos estafilococos são resistentes. . Gonococos produtores de penicilinase resistentes. . Meningococos muito sensíveis à penicilina G. . Penicilina G: sensíveis > Corynebacterium diphiteriae, Treponema pallidum. Administração parenteral. Meia vida de 30 mins. . Penicilina V: administração oral. . Meios de prolongar a penicilina G no corpo: probenecida (bloqueia a secreção tubular renal). . Preparações de depósito: penicilina G procaína, penicilina G benzatina, concentrações sanguíneas baixas mas persistentes. . Usos terapêuticos: infecções pneumocócicas – tratamento de escolha em cepas sensíveis do S. Pneumoniae. - Pneumonia pneumocócica: só tratar pneumococo sensível à penicilina. Usar cefalosporina de terceira geração. - Meningite pneumocócica: usar vancomicina e cefalosporina de terceira geração. . Infecções estreptocócicas: - Faringite estreptocócica: penicilina V (500mg, a cada 6h, 10 dias); penicilina G procaína (600.000 U IM, 1 vez/dia, 10 dias), penicilina G benzatina (1.200.000 U IM, dose única), diminui o risco de febre reumática. - Endocartide estreptocócica (S. pyogenes): penicilina G (12 a 20 milhões de unidades/dia, 2 a 4 semanas). . Infecções por anaeróbios: - Abscesso pulmonar e periodontal graves: 12 a 20 milhões U penicilina G. - Clindamicina ou Metronidazol: mais efetivos. - Abscesso cerebral: altas doses de penicilina G mais Metronidazol. . Infecções estafilocócicas: - A maiorira é produtora de penicilinase. - Usar penicilina resistente à penicilinase: oxaciclina. - Estafilococos resistentes à meticiclina: usar vancomicina. . Infecções meningocócicas: - Penicilina G: um dos fármacos de escolha – altas doses EV. . Infecções gonocócicas: - Penicilina não é terapia de escolha. - Uretrite: ceftriaxona (250mg, IM, dose única). - Artrite ou disseminada: ceftriaxona (1g/dia, EV, 7 dias). . Sífilis primária ou secundária: - Terapia com penicilina G é altamente efetiva. - Penicilina G benzatina: 2400 milhões, IM, 3 vezes/semana. - Reação de Jarisch-Herxheimer: calafrio, febre, mialgia, artralgia. Usar AAS e não interromper o tratamento. . Uso profilático: - Surtos de doença estreptocócica em populações fechadas: penicilina G benzatina: 1,2 milhões U, IM. - Reicidiva da febre reumática:penicilina G benzatina: 1,2 milhões U, IM, uma vez/mês. - Sífilis: terapia para sífilis primária; testes sorológicos mensais. - Procedimentos cirúrgicos em cardiopatias valvares: endocardite bacteriana após extrações dentárias; tonsilectomia; procedimentos genitourinários. . Penicilinas Resistentes à Penicilinase: resistentes à hidrólise pela penicilinase estafilocócica. Uso restrito ao tratamento de infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase (maioria). Menos ativos que a penicilina G contra outros microrganismos sensíveis à penicilina (cocos não-produtores de penicilinase). O papel está mudando com a maior incidência de microrganismos resistentes à meticiclina (vancomicina: fármaco de escolha para estas infecções). . Oxaciclina e dicloxacilina. . Boa absorção oral: mais eficiente com estômago vazio. . Via parenteral nas infecções graves. ⁞ Aminopenicilinas . Ampicilina: espectro mais amplo. Destruída pela betalactamase. Bem absorvida por administração oral. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 4 . Amoxicilina: absorção mais rápida e completa que a ampicilina. Maiores concentrações plasmáticas. Espectro idêntico ao da ampicilina e menor incidência de diarreia. . Indicações terapêuticas: - Infecções das vias respiratórias: ativas contra cepas de S. pneumoniae e H. Influenza. Sinusite, otite média, exacerbações de bronquite crônica. Adição de um inibidor da betalactamase (clavulanato) amplia o espectro H. Influenza produtor de betalactamase e enterobacteriaceas. - Infecções do trato urinário causadas por enterobacteriaceas (E. coli). Aumento da resistência. ⁞ Penicilinas . Meningite: - Causada por S. Pneumoniae e N. Meningitidis. - 20 a 30% das cepas de S. Pneumoniae resistentes. - Penicilinas não estão indicadas. . Infecções por Salmonella: - Febre tifoide e bacteremia. - Respondem de modo satisfatório. - Aumento da resistência. - Fluoroquinolonas ou ceftriaxona: fármacos de escolha. ⁞ Penicilinas Antipseudomonas . Carboxipenicilinas: carbenicilina e ticarcilina sensíveis à betalactamase. . Ureidopenicilina: mezlocilina, piperaciclina sensíveis à betalactamase. . Piperaciclina (ureidopenicilina): ativas contra a maioria das cepas de P. aeruginosa. Inibidor de betalactamases (tazobactam) possui maior espectro antibacteriano entre as penicilinas. Indicação: infecções hospitalares graves por gram-negativos, pacientes neutropênicos, bacteremia, queimaduras, pneumonias, infecção urinária. ⁞ Penicilinas: Reações Adversas . Complicam 0,7 a 10% dos tratamentos. . Não há diferença entre os grupos. . A alergia expõe a maior risco de nova reação. . A ocorrência de alergia não implica na sua repetição. . Ordem de frequência: exantema maculopapular, erupção urticariforme, febre, broncoespasmo, vasculite, doença do soro, dermatite esfoliativa, Síndrome de Stevens-Johnson, anafilaxia. . Reações a qualquer forma posológica. . Uma reação aumenta o risco de reação com outra penicilina. . A ocorrência de um efeito adverso não implica na sua repetição. . Pode haver reação na ausência de exposição prévia. . Eliminação do antibiótico resulta em rápido desaparecimento das manifestações alérgicas. . Pode persistir por 1 ou 2 semanas após a interrupção. . Pode haver reação leve que desaparece mesmo mantendo o uso da penicilina. . Às vezes é necessário proibir por risco de vida. . Anticorpos antipenicilina praticamente todos os pacientes que receberam o fármaco. . Tratamento recente induz um aumento na produção de anticorpos. . Reações mais graves: angioedema – aumento de volume dos lábios, da língua, da face e tecidos periorbitários, respiração asmática e urticária gigante. . Reações anafiláticas: risco imediato mais importante. Incidência de 0,004 a 0,04%. Mais frequente após a injeção de penicilina. Broncoconstrição, dor abdominal, náuseas, vômitos, fraqueza, queda da pressão arterial, hipotensão grave, morte rápida. . Doença do soro: reação rara. Febre baixa, exantema, leucopenia, artralgia, púrpura, linfadenopatia, esplenomegalia, miocardite, edema, albuminúria. Febre pode ser o único sinal de reação de hipersensibilidade e desaparece dentro de 24 a 35 horas após a interrupção. . Tratamento: avaliar a história do paciente. Não existe método confiável para confirmar a alergia. Dessensibilização para pacientes alérgicos que necessitam do fármaco, administrar doses gradualmente crescentes de penicilina (pode resultar em descarga anafilática). Erupção maculopapular → anti-histamínicos. . Reações cutâneas: três a quatro vezes maior nos indivíduos atópicos. - Ampicilina: erupções em quase todos os pacientes com mononucleose infecciosa. - Aumento de exantema: administração concomitante de alopurinol e ampicilina. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 5 . Resumo: G+, cocos G-, anaeróbicos, T. Pallidum. Classificam-se em G natural (G, V e de depósito), anti-estafilocócica (resistente a penicilinase), semi sintéticas/aminopenicilinas (diferenciam-se pelo espectro. Aumentam espectro para G-), antipseudomonas. Característica comum a todas elas: todas são sensíveis a beta lactamase e portanto utiliza-se o inibidor da betalactamase nas penicilinas antipseudomonas e nas aminopenicilinas. A penicilina antipseudomonas é a de maior espectro. CEFALOSPORINAS . Assemelham-se às penicilinas. . Mais estáveis a muitas betalactamases bacterianas → exibem um espectro de atividade mais amplo. . Cepas de E. coli e das espécies de Klebsiella: expressam betalactamases. Estão se tornando um problema. . Não são ativas contra: enterococos e L. monocytogenes. . Classificação por “gerações”: baseia-se nas características da atividade microbiana. ⁞ Primeira Geração – Cefalotina, Cefalexina, Cefazolina . Boa atividade contra bactérias gram-positivas (pneumococo, estafilococo, estreptococo). . Raramente primeira escolha. . Celulites, abscessos, infecções não graves. ⁞ Segunda Geração – Cefoxitina, Cefaclor, Cefuroxima . Atividade aumentada contra gram-negativos. . Ativos contra anaeróbios da cavidade oral (B. fragilis). ⁞ Terceira Geração – Cefotaxima, Ceftriaxona, Ceftazidima . Menos ativas que a primeira geração contra cocos gram-positivos. . Muito mais atividade contra Enterobacteriáceas produtoras de betalactaamase. ⁞ Quarta Geração – Cefepima . Espectro ampliado em comparação com as de terceira geração. . Infecções graves; pacientes hospitalizados. . Gram-positivos, enterobacterias e Pseudomonas. ⁞ Ceftarolina . Cefalosporina de quinta geração. . Atividade contra estafilococos resistentes à meticilina – MRSA. . Experiência clínica limitada. ⁞ Cefalosporinas . Cefalosporinas não têm atividade contra: - S. aureus resistente à meticilina – exceção da ceftarolina. - S. epidermides. - Enterococcus. - Legionella. - Campylobacter. - Acinetobacter. . São excretadas pelos rins. . Penetração no LCR: ceftriaxona, cefotaxima, cefepima. . Reações adversas: - Reações idênticas às causadas pelas penicilinas. - Imediatas: anafilaxia, broncoespasmo, urticária. - Depois de dias: exantema máculo-papular. - Reatividade cruzada entre cefalosporinas e penicilinas: baixa frequência. ⁞ Usos Terapêuticos . Primeira geração: infecção da pele e tecidos moles. . Segunda geração: sinusite, otite por H. influenza. Substituídas pelas de terceira geração. . Terceira geração: infecções graves: Klebsiella, Enterobacter, Haemophilus. Ceftriaxona: gonorreia, meningite, PAC (pneumonia adquirida na comunidade). . Quarta geração: infecções hospitalares (bactérias resistentes). FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 6 . Resumo: cefalosporinas são mais estáveis à betalactamase. São classificadas em gerações. O critério para por a penicilina dentro das gerações é o espectro. 1ª geração mais G+ e menos G-, 2ª geração pouco G+ e mais G-, 3ª geração muito mais G- do que a 2ª geração, 4ª geração tem mais amplo espectro (Cefepima) e é ativo contra G- pseudômonas muito contra G+ e muito contraG-, 5ª geração espectro de ação staphilococus resistente a meticilina. Atingem anaeróbicos. Ceftriaxona e Ceftazidina: atuam contra cocos G+ particularmente o Streptococus pneumoniae. PAC → amoxicilina/clavulin ou ceftriaxona ou ceftazidima. PAC imunocomprometidos → piperacilina (hidrolisável pela betalactamase) + tazobactam ou cefepima. Ceftriaxona penetra bem no líquor: N. meningitidis e S. pneumonieae. P. jirovecii → pneumonia em imunocomprometidos. Tratamento com sulfa. → Piperacilina + tazobactam Carbapenem São utilizados em infecções graves hospitalares. Não atuam contra MRSA. Cefepima OUTROS BETALACTÂMICOS ⁞ Carbapenéns . Espectro de atividade mais amplo. . Imipeném: infecções graves em pacientes hospitalizados com bactérias resistentes às cefalosporinas. . Meropeném: equivale ao imipeném, com atividade contra P. aeruginosa. . Ertapeném: atividade inferior contra P. aeruginosa; tratamento de infecções intra-abdominais e pélvicas. . Aztreonam: só ativo contra bactérias gram-negativas; pseudômonas. . Carbapenêmicos não são absorvidos por via oral. . Imipeném associado à cilastatina inibe a degradação do imipeném por uma dipeptidase tubular renal. . Penetram nos tecidos e líquor. . Reações mais comuns: náuseas e vômitos. . Usos: infecções hospitalares graves. Muito eficientes contra gram negativos. ⁞ Inibidores da Betalactamase . Moléculas capazes de inativar as betalactamases. . Impedem a destruição dos antibióticos betalactâmicos. . Ácido clavulânico: pouca atividade antimicrobiana; ligação irreversível à betalactamases. - Associado à amoxicilina: efetivo: estafilococos, H. influenza, gonococo, E. coli. - Associado a ciprofloxacino: neutropênicos febris de baixo risco. Otite média, sinusite, feridas por mordidas, celulite. . Sulbactan: associação com ampicilina. Boa atividade contra cocos gram-positivos, aeróbios gram-negativos (não pseudômonas), anaeróbios. - Tratamento de infecções intra-abdominais e pélvicas. . Resumo: Mero + Vanco = infecção hospitalar grave. Meropeném (gram+ e gram-) com vancomicina. A vancomicina atua contra MRSA. PAC → amoxicilina/clavulanato + cefalosporina de 3ª geração + algum medicamento de ação intracelular. ANTIBIÓTICOS GLICOPEPTÍDICOS . Vancomicina: sepse ou endocardite causada por estafilococos resistentes à meticilina. - Associada com gentamicina: endocardite enterocócica. - Associada à ceftriaxona: meningite por pneumococo resistente. . Teicoplamina: espectro antibacteriano semelhante à vancomicina. ⁞ Vancomicina . Só ativo contra bactérias gram-positivas. Espectro de ação específico. . Inibe a síntese da parede celular . Atividade antibacteriana → estafilococos resistentes à meticilina; apenas bactérias em divisão ativa; sinergia com a gentamicina (Enterococcus faecium e e. faecalis). . Mecanismo de ação da vancomicina: FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 7 - Glicopeptídeo produzido pelo Streptococcus orientales. - Inibe a reação de transglicosilase. - Impede a liberação da unidade de construção (pentapeptídeo dissacarídio) do carreador líquido evitando sua adição à extremidade em crescimento do peptideoglicano da parede celular. . Reações adversas pouco importantes. - Flebite e dor no local da injeção: raras. - Erupções cutâneas e anafilaxia: raras. - Síndrome do pescoço vermelho: infusão rápida. - Ototoxicidade: concentrações séricas elevadas. . Pouco absorvida pelo trato intestinal. . Administração oral: - Tratamento da colite pseudomembranosa → causa diarreia destrutiva que leva inclusive pedaços da mucosa. O primeiro medicamento de escolha é o Metronidazol e se o paciente não melhorar a escolha é a vancomicina oral. - C. difficile . Ampla distribuição corporal. . Droga de escolha para MRSA. . Nefrotóxico em doses altas. ⁞ Teicoplamina . Assemelha-se à vancomicina quanto à: - Estrutura química. - Mecanismo de ação. - Espectro de atividade. - Via de eliminação (renal). . Atividade contra estafilococos resistentes à meticilina. . Pode ser administrada por injeção intramuscular. . Possui meia-vida longa: possível administrar dose única diária. . Uso clínico: infecções causadas por estafilococos resistentes à meticilina. Eficácia melhorada pela adição de um aminoglicosídeo (gentamicina). . Efeitos adversos: exantema cutâneo, febre medicamentosa, neutropenia. TETRACICLINAS, MACROLÍDEOS, CLINDAMICINA, CLORAFENICOL TETTRACICLINAS ⁞ Introdução . Inibição da síntese da parede celular: beta-lactâmicos, glicopeptídicos, bacitracina. . Inibição da síntese proteica: aminoglicosídeos, tetraciclinas, macrolídeos, lincomicinas, clorafenicol. . Inibição do metabolismo bacteriano: sulfonamidas, trimetoprima. . Inibição da síntese ou atividade do DNA ou RNA: quinolonas, rifamicinas, nitrofurantoínas, Metronidazol. . Perturbação da integridade da membrana: polimixina, daptomicinas. ⁞ Mecanismo de Ação DNA . Molécula responsável pela síntese de proteínas. . Está encerrado no núcleo. Intermediário: transporte do código ao ribossomo. . RNA mensageiro função de transporte. . No ribossomo, o RNA mensageiro se liga à unidade 30S ou 50S e traduz a mensagem enviada pelo DNA. . Cria uma “forma” que serão encaixados os aminoácidos. . O RNA transportador “pesca” no citoplasma os aminoácidos. . São antibióticos bacteriostáticos. . Inibem a ação proteica bacteriana por meio da ligação aos ribossomos e da interferência em sua atividade. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 8 ⁞ Tetracilcinas . São antibióticos bacteriostáticos. . Mais ativas contra bactérias gram-positivas que contra as gram-negativas. . Eficazes: Rickettsia, Mycoplasma, Chlamydia e Legionella. Eficazes no tratamento de infecções Haemophilus ducreyi (cancroide). . Não recomendada no tratamento das infecções gonocócicas. . A resistência de uma cepa bacteriana a um membro resulta em resistência cruzada a outras tetraciclinas. . Altamente eficazes contra as riquétsias responsáveis pela febre maculosa. . Ativas contra o Treponema pallidum (primeira escolha para o tratamento é a penicilina G). . Alteram a flora entérica e podem causar colite pseudomembranosa. . Possui quelação com o cálcio. Contra indicadas para crianças até 8 anos de idade pois não possuem os ossos e dentes todos formados, contra indicadas para grávidas e lactentes. . Uso extenso e aditivo na alimentação animal: aumento da resistência bacteriana. . Continuam sendo úteis em infecções por riquétsias, micoplasmas e clamídia. ⁞ Mecanismo de Ação . Entram nos microrganismos por difusão passiva e transporte ativo dependente de energia. . Dentro da célula ligam reversivelmente à subunidade 30S do ribossomo da bactéria. Bloqueia a ligação do RNA-t- aminoacil ao local de ligação sobre o complexo RNA-m do ribossomo. . Impede a adição de aminoácidos aos peptídeos em formação. ⁞ Resistência . 1) A diminuição do influxo ou aumento do efluxo por meio de uma bomba de transporte ativo de proteínas. . 2) Proteção dos ribossomos devido à produção de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina com os ribossomos. . 3) A inativação enzimática. . Os mais importantes são a produção de uma bomba de efluxo e a proteção do ribossomo. ⁞ Classificação . Ação curta: clortetraciclina, tetraciclina e oxitetraciclina. . Ação intermediária: demeclociclina e metaciclina. . Ação longa: doxiciclina e minociclina. . Base na meia-vida sérica: 6 a 8 horas, 12 horas e 16 a 18 horas, respectivamente. . Tigeciclina: Glicilgiclina → novo grupo de derivados da tetraciclina. Análogo sintético da tetraciclina. Meia-vida de 36 horas. . Absorção quase completa. Excreção lenta da doxiciclina e da minociclina permite uso de uma dose diária (uso duas vezes ao dia). ⁞ Farmacocinética . Absorção de 30% para a cclortetraciclina; 60 a 70% para a tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina e metaciclina; 95 a 100% para doxiciclina e a minociclina. .Tigeciclina é fracamente absorvida por via oral. É administrada por via IV. . Porção superior do intestino delgado → diminuída pelos alimentos. . Absorção comprometida pela ingestão de cátions divalentes trivalentes. . Ca, Mg, Al, Fe, Zn, laticínios, antiácidos, hidróxido de alumínio, sais de cálcio → Interferem na absorção das tetraciclinas. . Resulta da quelação com estes cátions. . Amplamente distribuídas para os tecidos e os líquidos corporais, exceto para o líquor – concentrações de 10 a 25% do soro. . Minociclina: concentrações elevadas nas lágrimas e na saliva. Útil para a erradicação do estado de transmissor dos meningococos. . Atravessam a placenta, alcançando o feto, e são excretadas pelo leite. . Resultado da quelação pelo cálcio danifica dentes e ossos em crescimento. . Carbamazepina, fenitoína, barbitúricos e ingestão crônica de álcool: encurta a meia-vida da doxiciclina em 50% por intermédio da indução de enzimas hepáticas que metabolizam a medicação. . Excreção principalmente pela bile e pela urina. . Concentrações na bile excedem dez vezes a do soro. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 9 . Parte do medicamento excretado pela bile é reabsorvida pelo intestino (circulação êntero-hepática). Pode contribuir para a manutenção dos níveis séricos. . Absorção: - tetraciclina: intermediária (60 a 80%). - elevada: doxiciclina (95%). - maior no estômago e parte superior do intestino delgado, em jejum. . Meia-vida de 6 a 12 horas. . Distribuição: ampla, por todo o organismo, incluindo urina e próstata. Atravessam a placenta. Concentrações altas no leite materno. . Excreção: eliminação renal. Doxiciclina → excretada nas fezes (segura para pacientes com comprometimento renal). . Vias de Administração e Posologia: tetraciclina (1 a 2 g/dia de 6/6h), doxiciclina (100mg a cada 12h). Não administrar por via IM. Doxiciclina IV (200mg a cada 12h). ⁞ Usos Terapêuticos . Riquetsioses: eficazes contra riquetsioses. Melhora clínica em 24h. Fármaco de escolha: doxiciclina. . Infecções por micoplasma: Mycoplasma pneumoniae é sensível às tetraciclinas e ocorre diminuição da duração da febre, da tosse, do mal-estar e da fadiga. . Clamídias: terapia de primeira linha para linfogranuloma venéreo. Doxiciclina 100mg, 2x ao dia, 21 dias. Se houver recidiva reiniciar o tratamento por períodos mais longos. Pneumonia (Chlamydia pneumoniae) terapia por 10 a 14 dias. . Tracoma: doxiciclina 100mg, 2x ao dia, 14 dias. Contra-indicado na infância. Azitromicina eficaz em dose única. . Uretrite inespecífica: frequentemente causada por Chlamydia trachomatis. Doxiciclina 100mg, 2x ao dia, 14 dias. Azitromicina 1g em dose única. . DSTs (tratar parceiros). . Infecções gonocócicas: resistentes à doxiciclinas. . Doença inflamatória pélvica (Chlamydia trachomatis): doxiciclina 100mg, EV, 2x ao dia, por 48h seguida de terapia oral por 14 dias. . Epididimite (Chlamydia trachomatis): ceftriaxona 250 mg, dose única + doxiciclina 100mg, VO, 2x ao dia por 10 dias. . Sífilis (não-grávidas, alérgicas à penicilina): doxiciclina 100mg, VO, 2x ao dia por 2 semanas e não usar no tratamento de neurossífilis. . Antraz: doxiciclina 100mg, VO, 2x ao dia por 60 dias (bioterrorismo). . Brucelose: doxiciclina 100mg, VO, 2x ao dia por 60 dias + rifampicina (600mg/dia) por 6 semanas. . Cólera: doxiciclina 300mg, dose única + reposição hidroeletrolítica. . Shigella, Salmonella: ineficazes; elevada resistência. . Infecções por cocos: infecções causadas por estafilococos, estreptococos ou meningococos → desenvolvimento de resistência. . S. pneumoniae: 85% de cepas sensíveis e eficazes na pneumonia adquirida na comunidade. . Infecções do trato urinário: não recomendadas. . Acne: utilizadas no tratamento da acne porque inibem as propionibactérias que residem nos folículos sebáceos – tetraciclinas 250mg, 2x ao dia. . Usadas no tratamento das infecções por protozoários Entamoeba histolytica, Plasmodium falciparum. ⁞ Efeitos Adversos . Irritação gastrintestinal: queimação, desconforto, náuseas, vômitos, diarreia → melhora com alimentos. . Fotossensibilidade. . Efeitos sobre os dentes: pigmentação castanha permanente sobre os dentes em crianças pequenas. . Risco maior em recém-nascidos e lactentes antes da primeira dentição. . Mulher grávida: pigmentação dos dentes do filho. . Colite pseudo-membranosa: proliferação de C. difficile → diarreia intensa, febre, fezes contendo fragmentos de mucosa, ulcerações superficiais (observação na sigmoidoscopia) → interromper o fármaco e administrar Metronidazol. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 10 CLORAFENICOL . Antibiótico bacteriostático de amplo espectro. . Ativo tanto contra aeróbios quanto contra os anaeróbios gram positivos e gram negativos. . Também é ativo contra as riquétsias mas não contra as clamídias. . Introduzido na prática clíinica em 1948. . Provoca discrasias sanguíneas graves e fatais. . Reservado para infecções graves e fatais: meningites, riquetsioses, pacientes que não podem receber fármacos mais seguros. . Inibe a síntese de proteínas nas bactérias. . Células eritropoiéticas dos mamíferos são sensíveis ao fármaco. . Bactérias sensíveis: H. influenzae; N. meningitidis; N. gonorrhoeae; Streptococus pyogenes; S. pneumoniae; Mycoplasma; Chlamydia e Rickettsia. . Bacteriostático contra a maioria das espécies. . Bactericida: H. influenzae; N. meningitidis; S. pneumoniae. . Boa absorção oral. . Distribuição ampla pelos tecidos corporais. . Rápidas concentrações terapêuticas no LCR. . Encontrado na bile, no leite e no líquido placentário. . Principal via de eliminação pelo metabolismo hepático → ajustar a dose na cirrose hepática. . Caiu em desuso por causar aplasia de medula. ⁞ Usos Terapêuticos . Limitado: só com benefício superior ao risco. . Febre tifoide: cefalosporinas de 3ª geração e quinolonas. . Infecções por anaeróbios. . Meningite bacteriana: cefalosporinas de 3ª geração. . Riquetsioses: tetraciclinas (não pode gravidas e crianças com até 8 anos). . Pode ser considerado para o tratamento das infecções graves pelas riquétsias → tifo e a febre maculosa das Montanhas Rochosas. . Alternativa aos antibióticos betalactâmicos para meningites meningocócicas com reações de hipersensibilidade às penicilinas. . Meningites bacterianas por cepas de pneumococos resistentes às penicilinas. ⁞ Efeitos Adversos . Toxicidade hematológica afeta o sistema hematopoiético. . Efeito tóxico relacionado à dose: anemia, leucopenia e trombocitopenia. É reversível, pode progredir para aplasia fatal se o tratamento for mantido. . Resposta idiossincrásica: anemia aplásica; pancitopenia fatal (1 em 30.000 ciclos de terapia). . Não contraindica o uso em situações nas quais ele pode salvar a vida. . Síndrome da criança cinzenta → remédio afeta a oxigenação da hemoglobina causando cianose. 100% de mortalidade em crianças abaixo de 6 meses. MACROLÍDEOS . Compostos intimamente relacionados: anel lactônico macrocíclico. . Eritromicina (1952); claritromicina e azitromicina; derivados semi-sintéticos. . Eritromicina: bacteriostática. . Resistência cruzada entre os fármacos. . Atividade contra cocos gram-positivos e bacilos. Inativa contra a maioria dos bacilos gram-negativos entéricos aeróbicos. . Mecanismo de ação: inibição da síntese de proteínas nas bactérias → liga-se à subunidade 50S do ribossomo → impede a transpeptidação. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 11 ⁞ Farmacocinética . Eritromicina: - Inativada pelo suco gástrico. - Administrada como estolato de eritromicina. - Alimentos retardam a absorção. - Meia-vida de 1,6h. . Claritromicina: - Rapidamente absorvida. - Meia-vida de 4 a 6h. . Azitromicina: - Rapidamente absorvida. - Não deve ser administrada com alimentos. - Antiácidos contendo alumínio e magnésio reduzem absorção. - Concentrações teciduais excedem concentrações séricas. - Lentamente liberada dos tecidos.- Meia-vida de três dias: posologia de dose única diária. Períodos de tratamento mais curtos. ⁞ Eritromicina . Eficaz contra corinebactérias (tríplice bacteriana – difteria, pertussis e tétano), Bordetella pertussis, riquétsias, Treponema pallidum. . Usos Clínicos: . Infecções por estafilococos (, estreptococos, pneumococos, pacientes alérgicos à penicilina, infecções por clamídia, micoplasma e legionela. . Profilaxia da infecção pelo M. avium intracellulare → claritromicina, etambutol, rifabutina: tratamento da infecção. . Infecções genitais por clamídia, gonococo ou cancro → azitromicina. ⁞ Claritromicina . Derivada da eritromicina. . Apresenta estabilidade ácida: absorção oral melhor comparada com eritromicina. . Mecanismo de ação é o mesmo da eritromicina. . São idênticas na atividade antibacteriana. . Claritromicina é mais ativa contra o complexo Mycobacterium avium. . Estreptococos e estafilococos resistentes à eritromicina também são à claritromicina. . Vantagens da claritromicina comparada com a eritromicina: menor incidência de intolerância gastrintestinal, ingestões menos frequentes, medicamentos terapeuticamente muito semelhantes em todas as outras características. Escolha definida pelo custo e pela tolerância. ⁞ Azitromicina . Derivada da eritromicina. . Espectro de atividade e usos clínicos idênticos aos da claritromicina. . Ativa contra o complexo M. avium e o T. gondii. . Discretamente menos ativa contra os estafilococos e os estreptococos. . Discretamente mais ativa contra o H. influenzeae. . Altamente ativa contra as clamídias. . Uma dose de 500mg de azitromicina produz concentrações séricas relativamente baixas. . Penetra extremamente bem na maioria dos tecidos (exceto o líquor) e nas células fagocitárias. . Concentrações teciduais excedem as concentrações séricas em 10 a 100 vezes. . É lentamente liberada dos tecidos → meia-vida tecidual de 2 a 4 dias. . Meia-vida de eliminação em torno de 3 dias. . Uso em uma dose diária. . Diminuição da duração do tratamento. . Rapidamente absorvida e bem tolerada oralmente. . Deve ser administrada 1h antes ou 2h depois das refeições. ⁞ Absorção . Claritromicina: rapidamente absorvida pelo tgi após administração oral. . Azitromicina: rápida absorção oral; não deve ser administrada com alimento. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 12 ⁞ Distribuição . Rápida nos líquidos intracelulares, exceto no cérebro e LCR. . Líquido prostático: 40% dos níveis plasmáticos. . Ouvido médio: 50% das concentrações séricas. ⁞ Eliminação . Eritromcina: hepática. . Claritromicina: renal e hepática. . Azitromicina: metabolismo hepático. ⁞ Usos Terapêuticos . Eritromicina: 2g/dia, 6/6h. . Claritromicina: 500mg, 2x ao dia. . Azitromicina: 500mg, 1x ao dia, uma hora antes ou uma hora depois das refeições. . Mycoplasma pneumoniae: são os fármacos de escolha. . Doença dos legionários: azitromicina é o fármaco de escolha na pneumonia causada por Legioinella. . Infecções por clamídia: dose única de 1g de azitromicina nas infecções não complicadas. . Difteria: Eritromicina 250mg, 4x/dia, 7 dias. . Coqueluche: Eritromicina → fármaco de escolha para tratamento e profilaxia. . Infecções estreptocócias: faringite, escarlatina, erisipela, celulite por S. pyogenes, pneumonia por S. pneumoniae e aumento das cepas resistentes. . Infecções estafiloocócicas: muitas cepas de S. aureus resistentes. Só usar em infecções leves com sensibilidade documentada. . Infecções por Campylobacter: gastroenterite causada por C. jejuni. . Infecção por Helicobacter pylori: Claritromicina (500mg) + omeprazol (20mg) + amoxicilina (1g), 2x/dia, 14 dias. . Infecções por micobactérias: claritromicina ou azitromicina → primeira linha na profilaxia e tratamento da infecção por M. avium intracellulare na AIDS. - Na prevenção primária em pacientes com CD4 inferior a 50mm³ → azitromicina associada a etambutol. ⁞ Efeitos Adversos . Eritromicina: Raramente efeitos adversos graves. - Reações alérgicas, erupções cutâneas. - Hepatite colestática (estolato): desaparece após a interrupção. - Desconforto epigástrico, diarreia. . Clindamicina: derivado da lincomicina. - Penetra bem na maioria dos tecidos, exceto cérebro e líquor. - Penetra bem nos abscessos. - Ativamente captada e concentrada pelas células fagocitárias. - Metabolizada pelo fígado → nenhum ajuste de dosagem é necessário para a insuficiência renal. - Ativa contra anaeróbios. - Dose oral: 300 a 600mg a cada 8h. - Dose venosa: 600mg a cada 8h. - Penetra bem nos abscessos, exceto no cérebro. - Indicada em tratamento de pé diabético e em infecções abdominais que ocorram extravasamento de conteúdo intestinal para a cavidade abdominal. - Indicada para o tratamento da infecção anaeróbica. - Associada a aminoglicosídeos: feridas penetrantes do abdome e do intestino; aborto séptico e abscesso pélvico; pneumonia por aspiração. ⁞ Clindamicina – Efeitos Adversos . Incidência de 2 a 20% de diarreia. . Colite pseudomembranosa (causada por toxinas do microrganismo C. difficile) → é o antibiótico que mais causa, principalmente por dose oral. . Dor, diarreia, febre, muco e sangue nas fezes. . Pode ser fatal. . Interromper o fármaco e administrar o Metronidazol. . Erupções cutâneas são mais comuns no HIV. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 13 ⁞ Resumo Clínico . Doxiciclina - Membro mais importante das tetraciclinas, útil no tratamento das DST’s, riquetsioses, peste, brucelose e infecções por espiroquetas. Também usada no tratamento de infecções respiratórias por S. pneumoniae, Haemophilus e patógenos da pneumonia atípica. . Macrolídeos - Úteis no tratamento de infecções respiratórias por S. pneumoniae, Haemophilus, Chlamydia, micoplasmas e Legionella. . Clorafenicol - Raramente utilizado devido à toxicidade irreversível da medula óssea. . Clindamicina . Tratamento das infecções por anaeróbios. AMINOGLICOSÍDEOS . Inibidores da síntese de proteínas. . Espectro de ação reduzido. Atuam contra os gram-negativos → formam proteínas anômalas. . Em geral, se tornam bactericidas. . Atuam sobre as bactérias a partir do oxigênio, portanto não atuam em bactérias anaeróbias. . Uso exclusivamente parenteral, não são absorvidos por via oral. Boa absorção intramuscular. . Eliminação renal. . Altas concentrações teciduais, mas se concentram de forma altíssima particularmente nos rins e ouvido interno. . São oto e nefrotóxicos → são dependentes do tempo e dos níveis séricos. Quanto maior o tempo de uso de um aminoglicosídeo maior a chance de toxicidade. . Estreptomicina não é primeira escolha na tuberculose devido à ototoxicidade. . Efeito pós-antibiótico: mesmo o aminoglicosídeo tendo níveis baixos, abaixo do limite, ele faz efeito e ao mesmo tempo ele tem meia-vida curta (3H), então teoricamente ele deveria ser utilizado de 6/6 ou 8/8 horas mas devido o efeito pós-antibiotico ele pode ser utilizado em dose única reduzindo a nefro e a ototoxicidade. . Uso clínico: infecções graves por gram-negativos → infecção urinária grave. . Sinergia com beta-lactâmicos ou glicopeptídicos gram-positivos. ⁞ Introdução . Infecções por bactérias aeróbias gram-negativas: Gentamicina, Tobramicina, Amicacina, Canamicina, Estreptomicina e Neomicina. . Estreptomicina: utilizada no tratamento da tuberculose. . Bactericidas inibidores da síntese proteica. . Resistência cruzada entre membros da classe. . Nenhum é adequadamente absorvido após administração oral. . Têm o mesmo espectro de toxicidade: nefrotoxicidade e ototoxicidade (funções auditiva e vestibular do 8º par craniano). . Destruição bacteriana depende da concentração: quanto maior a concentração, maior a taxa de destruição bacteriana. . Eficácia de esquemas de dose única diária: persistência de atividade bactericida residual. . Atividade antimicrobiana reduzida em ambiente anaeróbico e urina ácida hiperosmolar. . Utilizados contra bactérias entéricasgram-negativas, especialmente nas bacteremias e septicemias. . Endocardites → associação com a vancomicina ou penicilina. . Paramomicina → via oral na amebíase intestinal. . Estreptomicina → tratamento da tuberculose. . Inibidores irreversíveis da síntese proteica → síntese de proteínas anormais. . Não têm boa atividade em ambientes ácidos – abscessos. ⁞ Espectro Antibacteriano . Bacilos gram-negativos aeróbicos. . Pouca atividade contra microrganismos anaeróbicos. . Não devem ser utilizados como monoterapia para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram- positivas. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 14 . Combinação com penicilina ou vancomicina → efeito sinérgico contra enterococos, estreptococos e estafilococos. ⁞ Absorção . Pouco absorvidos pelo TGI. . Rapidamente absorvidos na injeção intramuscular. . Concentrações plasmáticas máximas 30 a 90 minutos. . Absorção muscular reduzida nos pacientes em choque (perfusão deficiente). . Não penetram no sistema nervoso central. ⁞ Eliminação . Excretados quase totalmente por filtração glomerular. . Meia-vida no plasma de 2 a 3 horas com função renal normal. . Reduzir dose de manutenção em pacientes com comprometimento da função renal. ⁞ Poder Bactericida . Depende da concentração. ⁞ Efeito Pós-Antibiótico . Atividade antibacteriana persistente. . Pode durar várias horas. . Maior eficácia quando uma grande dose única é administrada do que múltiplas doses menores. ⁞ Concentrações . Concentrações elevadas no córtex renal e ouvido interno contribuem para a nefrotoxicidade e ototoxicidade. . Concentrações subterapêuticas no LCR. . Usar com cautela na gravidez – somente na ausência de alternativa adequada. . Concentrações de aminoglicosídeos não são elevadas na maioria dos tecidos, a não ser no córtex renal. ⁞ Posologia . Prática atual: administrar dose diária total na forma de injeção única pois reduz a toxicidade e é tão eficaz quanto os esquemas de múltiplas doses. ⁞ Endocardite . Enterococos, estreptococos e estafilococos. . Eficácia da dose única diária não foi estabelecida. Recomendada administração em três pequenas doses diárias. ⁞ Aminoglicosídeos . Pacientes com depuração de creatinina inferior a 80 a 100mL/min: ajustar a dose. . Não devem ser utilizados como agente isolado, exceto nas infecções do trato urinário. . Excretados quase totalmente por filtração glomerular. . Pacientes com comprometimento renal possuem relação linear entre a concentração de creatinina no plasma e a meia vida dos aminoglicosídeos. Reduzir a dose de manutenção em pacientes com comprometimento da função renal. . Sofrem distribuição mínima no tecido adiposo → utilizar o peso corporal esperado. . Poder ser removidos por hemodiálise. ⁞ Efeitos Adversos . Todos os aminoglicosídeos são ototóxicos e nefrotóxicos. . São mais encontrados quando o tratamento é mantido por mais de 5 dias, em doses elevadas, em idosos e na presença de insuficiência renal. . Potencializa a nefrotoxicidade: diuréticos de alça; agentes antimicrobianos nefrotóxicos (vancomicina e anfotericina). . Toxicidade é dependente do tempo de administração e da concentração. . Uma vez atingida a concentração, o tempo acima do limiar se torna crítico. Tempo acima deste limiar maior com múltiplas pequenas doses do que com uma única grande dose. . Dosagem diária única não elimina a necessidade de monitoração e ajuste da dose para minimizar a toxicidade. . Doses muito elevadas podem produzir efeito semelhante ao do curare – paralisia respiratória. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 15 ⁞ Ototoxicidade . Disfunção vestibular e auditiva. . Ocorre em qualquer um dos aminoglicosídeos. . Acúmulo progressivo no ouvido interno com concentrações plasmáticas elevadas. . É irreversível, ocorre destruição das células sensoriais vestibulares e cocleares. . Relacionada com a exposição contínua ao fármaco. . Estreptomicina e gentamicina → efeitos vestibulares. . Amicacina e neomicina → função auditiva. . Sintomas de toxicidade coclear: zumbido alto, comprometimento auditivo depois de alguns dias, comprometimento inicial de sons de alta frequência (nem sempre será detectada). - Progressão da perda: sons de frequência mais baixa; conversação mais difícil. . Sintomas de toxicidade vestibular: cefaleia de 1 a 2 dias, náuseas, vômitos e dificuldade de equilíbrio, vertigem ortostática, romberg positivo, labirintite crônica (assintomático no leito; dificuldade ao tentar caminhar). - Fase crônica: adaptação; sintomas com os olhos fechados. . Interrupção precoce pode permitir a recuperação antes da lesão irreversível. ⁞ Nefrotoxicidade . 8 a 26% de comprometimento renal leve, reversível. . Acúmulo e retenção do aminoglicosídeo nas células tubulares proximais. . Ocorre proteinúria leve e aparecem cilindros hialinos e granulosos. . Achado significativo mais comum: discreta elevação da creatinina plasmática. . Fatores de risco: idade avançada, hepatopatia, DM e choque séptico. ⁞ Uso Clínico . Contra bactérias gram-negativas. . Suspeita de sepse. . Associado a um antibiótico betalactâmico aumente a cobertura contra gram-positivos. . Penicilina-aminoglicosídeo: endocardite por enterococos, endocardite por estreptococos viridians, endocartide por estafilococos. ⁞ Estreptomicina . Utilizada em associação com outros agentes antimicrobianos. . Administração intramuscular ou intravenosa. . Dose única diária de 1000mg. . Usos terapêuticos → tuberculose – em combinação com outros tuberculostáticos. ⁞ Reações Adversas . Febre, exantema, alergias, for não intensa no local da injeção, distúrbio da função vestibular (vertigem e perda de equilíbrio; relacionados à idade, níveis séricos do medicamento e duração da administração; tende a ser reversível; gravidez – surdez no recém-nascido). ⁞ Gentamicina . Espectro: bacilos gram-negativos aeróbios, como Serratia sp, Proteus sp, Pseudomonas sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp e Escherichia coli. ⁞ Principais Usos . Escolha em instituições nas quais as taxas de resistência dos gram-negativos são baixas. . Associada à ampicilina, à penicilina ou à vancomicina: endocardite por Enterococcus sp ou Streptococcus viridans. . Associada à vancomicina e à rifampicina: endocardite por Staphylococcus coagulase-negativo em válvula protética. . Peinicilina: endocardite por Corynebacterium sp. . Tratamento de infecções graves por bacilos gram-negativos. . Baixo custo e atividade confiável. . Dose única diária: 5 a 7 mg/kg EV (30 a 60 mins). . Infecções do trato urinário: não indicada para tratamento de infecções não complicadas. Suspensa se o microrganismo for sensível a antibiótico menos tóxico. . Pneumonia: nunca deve ser utilizada como único agente no tratamento da PAC. . Meningite: cefalosporina de 3ª geração. Infecções por gram-negativos resistentes aos betalactâmicos. . Peritonite: associada à dialise peritoneal. Diluído no líquido de diálise. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 16 . Endocardite bacteriana: gentamicina em associação com penicilina. Endocardite estreptocócica não complicada (2 semanas); endocardite enterocócica – 4 a 6 semanas. Não tem beneficio na endocardite estafilocócica. ⁞ Reações Adversas . Nefrotoxicidade leve e reversível ocorre em 5 a 25% dos pacientes que recebem a gentamicina por mais do que 3 a 5 dias. Considerar imediatamente a substituição. . Mensurar os níveis séricos. . A ototoxicidade tende a ser irreversível, principalmente na disfunção vestibular em 1 a 5% dos pacientes que recebem por mais de 5 dias. ⁞ Amicacina . Derivado semi-sintético da canamicina. . Menos tóxica do que a molécula-mãe. . Usada nas cepas de Mycobacterium tuberculosis multirresistentes. . É nefro e ototóxica (parte auditiva do oitavo nervo). ⁞ Neomicina . Uso tópico e oral. . É muito tóxica para uso parenteral. . Uso tópico: superfícies infectadas; injetada nas articulações, cavidade pleural e cavidadedos abscessos. . Administração oral: preparação para cirurgia eletiva do intestino. Reduz a flora aeróbica do intestino. - Coma hepático: suprime a flora de coliformes associado à ingestão proteica reduzida. Diminui a intoxicação pela amônia. Uso suplantado pela lactulose – menos tóxica. ⁞ Espectinomicina . Estruturalmente relacionado com os aminoglicosídeos. . Utilização exclusiva no tratamento alternativo de gonorreia resistente. . Dose única de 40 mg/kg. . Máximo: 2g. . Dor, febre e náuseas. SULFAMETOXAZOL – TRIMETOPRIMA . Foram os primeiros quimioterápicos utilizados. . Advento da penicilina → diminuiu a importância. . Atualmente ocupam um lugar pequeno no arsenal terapêutico do médico em combinação com sulfametoxazol- trimetoprima → aumentou o uso das sulfonamidas. . 1932: sulfonamida. . Diuréticos (inibidores da anidrase carbônica) e hipoglicemiantes (sulfonilureia) → resultado de observações feitas com sulfonamidas. . Atividade gram-positivas e gram-negativas. . Cepas resistentes são comuns. . São bacteriostáticos: mecanismos de defesa do hospedeiro são essenciais para erradicação da infecção. . Análogos estruturais do PABA. . Impedem a síntese de ácido fólico. . Células dos mamíferos não são afetadas, necessitam do ácido fólico pré-formado de fontes externas. Mamíferos são incapazes de sintetizá-lo. . As sulfas competem com o PABA e sofrem então a ação da enzima diminuindo a quantidade de ácido fólico que transforma a sulfa com a trimetoprima em bactericidas. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 17 . Análogos estruturais do PABA: inibem a diipropteroato-sintase – enzima responsável pela incorporação do PABA ácido di-hidropteroico que é precursor do ácido fólico. . Trimetoprima: inibidor da diidrofolato redutase – exerce efeito sinérgico com uma sulfonamida na inibição da síntese de ácido fólico. . Atividade precária contra anaeróbios. . Tem rápida absorção gastrintestinal. . A maior parte é excretada na urina. . Distribuição ampla pelos tecidos e líquidos corporais. ⁞ Classificação 1) Agentes absorvidos e excretados rapidamente: Sulfadiazina, Sulfisoxazol, Sulfametoxazol. 2) Agentes pouco absorvidos via oral, ativos no lúmen intestinal: Sulfassalazina. 3) Agentes utilizados para aplicação tópica: Sulfadiazina de Prata. 4) Sulfonamidas de ação longa: Sulfadoxina. ⁞ Microrganismos Resistentes . Meningococos. . Pneumococos. . Estreptococos. . Estafilococos. . Gonococos. ⁞ Sulfassalazina . Utilizada na colite ulcerativa e enterite regional. . Náuseas, febre, artralgia e exantema. ⁞ Sulfadiazina de Prata . Inibe o crescimento de quase todas as bactérias e fungos patogênicos. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 18 . Reduz a colonização microbiana e a incidência de infecções em queimaduras (agente de escolha). . Não deve ser utilizada em infecção grave estabelecida. ⁞ Usos Clínicos . Raramente utilizadas como medicação única. . Cepas de espécies anteriormente sensíveis: meningococos, pneumococos, estreptococos, estafilococos e gonococos, são resistentes. . Combinação dose fixa de sulfametoxazol-trimetoprima: fármaco de escolha para pneumonia por Pneumocystis jiroveci (anteriormente P. carinii), toxoplasmose e nocardiose. ⁞ Uso Terapêutico . Nocardiose → sulfadiazina por vários meses. . Toxoplasmose → sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. ⁞ Uso Profilático . Prevenção de infecções estreptocócicas. . Recidivas de febre reumática. . Em pacientes hipersensíveis à penicilina. ⁞ Reações Adversas . Cristalúria: sulfadiazina para toxoplasmose. Manter volume urinário de pelo menos 1.200mL. . Anemia hemolítica: é rara com a sulfadiazina (0,05%). . Agranulocitose: 0,1% com a sulfadiazina. Recuperação espontânea. . Anemia aplásica: a supressão completa é evento raro. Supressão reversível em pacientes com AIDS. . Hipersensibilidade: exantema, eritema nodoso, fotossensibilidade. Frequência maior nos pacientes com AIDS. . Reações diversas: anorexia, náuseas, vômitos: 1 a 2%. - Síndrome de Stevens-Johnson: erupção cutânea e mucosa grave. Potencialmente fatal. ⁞ Sulfametoxazol – Trimetoprima . Importante avanço no desenvolvimento de antimicrobianos clinicamente eficazes. . Conhecido também como Cotrimoxazol (Bactrim). . A associação é bactericida. . Aplicação prática de um princípio teórico: dois fármacos que atuam em etapas sequenciais de reação enzimática da bactéria são combinados, o resultado é sinérgico. A trimetoprima inibe seletivamente a ácido diidrofólico redutase das bactérias. o Espectro Antibacteriano . Espectro da trimetoprima assemelha-se ao do sulfametoxazol. . Sulfametoxazol: 20 a 100 vezes mais potente. . Pseudomonas e enterococos são resistentes. . Chlamydia diphtheriae e N. Meningitidis são sensíveis. . S. Pneumoniae: sensível; aumento da resistência. . 50 a 90% de inibição de cepas de E. coli. o Mecanismo de Ação . Sulfonamida → inibe a incorporação do ácido paraaminibenzoico (PABA) no ácido fólico. . Trimetoprima → impede a redução do diidrofolato a tetraidrofolato. . Células dos mamíferos → utilizam folatos pré-formados da dieta. o Interação Sinérgica . Se dá com uma concentração inibitória mínima de 20 partes de sulfametoxazol para 1 de trimetoprima. . Obtida com relação de 5:1 (800/160). o Usos Terapêuticos . Infecções do trato urinário: infecções das vias urinárias inferiores não-complicadas. 30% de cepas de E. coli resistentes. Infecções crônicas e recorrentes do trato urinário. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 19 . Infecções bacterianas do trato respiratório: exacerbações agudas da bronquite crônica. Eficaz na otite média aguda e sinusite maxilar aguda. Não deve ser utilizada na faringite estreptocócica. . Infecções gastrintestinais: fármaco de segunda linha para shigelose e febre tifoide. . Infecção por Pneumocystis jiroveci (P. carinii): terapia em altas doses. Administrar corticosteroides no início da terapia. Profilaxia: prevenção da pneumonia na AIDS. o Principais Usos . Infecções respiratórias, gastrintestinais e urinárias: sinusite, otite, prostatite, orquite e epididimite. . Linfogranuloma venéreo e cancroide. . Tratamento e profilaxia infecções por P. carinii. . Profilaxia: “diarreia do viajante”, infecções urinárias, exacerbações de infecções agudas em pacientes com bronquite crônica. o Efeitos Adversos . Pouca toxicidade. . Não induz deficiência de folato em normais: se deficiência de folato, pode precipitar megaloblastose. . Efeitos adversos sobre a pele frequentes: dermatite esfoliativa, Síndrome de Stevens-Johnson e Necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell): raras. . Efeitos adversos gastrintestinais: náuseas, vômitos, glossite, estomatite. . Efeitos adversos na AIDS: hipersensibilidade. QUINOLONAS . Primeira quinolona: ácido nalidíxico → há muitos anos disponível para tratamento de infecções urinárias. . Ativas contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. . Ácido nalidíxico: não alcançam níveis antibacterianos sistêmicos; Úteis apenas no tratamento de infecções do trato urinário inferior. . São antibióticos bactericidas. . Inicialmente contra bactérias gram-negativas. Agentes modernos: contra cocos gram-positivos. . Introdução das quinolonas fluoradas: Ciprofloxacino, Moxifloxacino, Gatifloxacino → representa avanço terapêutico importante. . Ampla atividade antimicrobiana contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. . Eficazes após administração oral → grande variedade de doenças infecciosas. . Número pequeno de efeitos colaterais. . Lento desenvolvimento de resistência bacteriana. ⁞ 1ª Geração – Ácido Nalidíxico . Baixos níveis séricos. . Altas concentrações urinárias. . Atuam muito sobre bactérias gram-negativas, sem atividade antipseudomonas ou gram-positivos. . Uso limitado ao trato urinário. ⁞ 2ª Geração – Ácido pipemídico e Norfloxacino . Baixos níveis séricos. . Altas concentrações urinárias. . Atuam contrabactérias gram negativas e contra pseudomonas (que também são G-). . Atividade limitada para os trato urinário e intestinal. ⁞ 3ª Geração – Fluorquinolonas – Ciprofloxacino e Ofloxacino . Altos níveis séricos – alta concentração sanguínea. . Alta concentração urinária. . Espectro sob gram-negativos, inclusive pseudomonas. . Boa concentração no pulmão. ⁞ 4ª Geração – Levofloxacino, Genifloxacino e Moxifloxacino . Altos níveis séricos. . Altas concentrações urinárias. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 20 . Atuam sobre gram-negativos, gram-positivos e bactérias atípicas. . Quinolonas respiratórias – atuam em PAC. ⁞ Norfloxacino – 2ª geração . É o menos ativo contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. ⁞ Ciprofloxacino, Levofloxacino, Ofloxacino – 3ª geração . Excelente atividade contra gram-negativas e atividade moderada a boa contra bactérias gram-positivas. . Ciprofloxacino: o mais ativo contra gram-negativos. . Levofloxacino: atividade superior contra bactérias gram-positivas, incluindo S. pneumoniae. . Gatifloxacino, Gemifloxacino, Moxifloxacino: maior atividade contra gram-positivos (S. pneumoniae). ⁞ Mecanismo de Ação . Bloqueiam a síntese do DNA bacteriano → inibe a topoisomerase II (DNA girase) e a topoisomerase IV. . Inibição da DNA girase: impede o relaxamento do DNA superespiralado positivo, necessário para a transcrição e a replicação normais. . Inibição da topoisomerase IV: interfere na separação do DNA cromossômico replicado nas células-filhas respectivas durante a divisão celular. ⁞ Espectro Antimicrobiano . E. coli, Salmonella, Shigella, Enterobacter, Campylobacter e Neisseria. . Boa atividade contra os estafilococos, não contra as cepas resistentes à meticilina. . Bactérias intracelulares: Chlamydia, Mycoplasma, Legionella, Brucella, Mycobacterium. . Resistência crescente: Salmonella, N. gonorrhoeae, S. pneumoniae. ⁞ Quinolonas . São bem absorvidas após administração oral. . Níveis séricos máximos dentro de 1 a 3h. . Norfloxacino: níveis séricos baixos limitados a tratamento de infecções do trato urinário. . Concentrações maiores que os níveis séricos: urina, rim, tecido prostático, pulmão, macrófagos, neutrófilos, fezes, bile. . Absorção oral prejudicada por cátions bivalentes e trivalentes e antiácidos. . Administrar duas horas antes e quatro horas depois. . Concentrações séricas: administração venosa semelhante à via oral. . Eliminação renal. . Levofloxacino, gatifloxacino, gemifloxacino, moxifloxacino: meias-vidas relativamente longas – administração uma vez ao dia. ⁞ Doses Orais . Ofloxacino: 200 a 400 mg a cada 12 h. . Norfloxacino: 400 mg a cada 12 h. . Ciprofloxacino: 250 a 750 mg a cada 12 h. . Depuração renal → Ajustar a dose na insuficiência renal. ⁞ Usos Terapêuticos Infecções do Trato Urinário - Ácido nalidíxico: só microrganismos sensíveis. - Norfloxacino: aprovada nos EUA apenar para ITU. Mais eficazes que sulfametaxazol-trimetoprima. . Prostatite: - Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino. - Pacientes que não respondem ao sulsfametaxazol-trimetoprima: fluorquinolona 4 a 6 semanas. Doenças Sexualmente Transmissíveis - Contra-indicadas na gravidez; - Não têm atividade contra Treponema pallidum. - Ativas contra: N. gonorrhoeae (ceftriaxona é o agente de primeira linha), C. trachomatis e H. ducreyi. . Uretrite/cervicite por clamídia: FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 21 - Ofloxacino: 7 dias. - Doxiciclina: 7 dias. - Azitromicina: dose única. . Doença inflamatória pélvica: - Ofloxacino (14 dias) + antibiótico contra anaeróbio (clindamicina ou Metronidazol). . Cancroide (H. ducreyi): - Ciprofloxacino – 3 dias. Infecções Gastrintestinais e Abdominais . Diarreia do viajante (E. coli enteropatogênica): - Quinolona ou sulfametoxazol-trimetoprima. . Shigelose: - Norfloxacino, ciprofloxacino ou ofloxacino – 5 dias. . Cólera: - Norfloxacino é superior às tetraciclinas. . Febre entérica causada por S. typhi: - Ciprofloxacino ou ofloxacino. Infecções do Trato Respiratório . Norfloxacino, ciprofloxacino ou ofloxacino: pouca atividade contra S. pneumoniae. . Moxifloxacino e levofloxacino → fluoroquinolonas respiratórias → excelente atividade contra S. pneumoniae. . Atividade contra os demais patógenos respiratórios: H. influenza, Moraxella catarrhalis, S. aureus, M. pneumoniae, Chlamydia pneumoniae e Legionella pneumophila. . Exacerbações por P. aeruginosa: fibrose cística. - Papel bem definido → agente isolado na pneumonia adquirida na comunidade. . Infecções ósseas, articulares e tecidos moles: - Osteomielite crônica (4 a 6 semanas de tratamento). - Infecção dos pés em diabéticos (gram-negativos, anaeróbios, estreptococos e estafilococos) → combinação com agente antianaeróbio. . Tuberculose multirresistente: - Quinolona como parte de esquema com múltiplos fármacos. . Complexo M. avium na AIDS. ⁞ Efeitos Adversos . São bem toleradas. . Náuseas leves, vômitos e/ou desconforto abdominal, diarreia, cefaleia leve e tonteira. . Lesão da cartilagem em crescimento. . Não recomendados para pacientes com menos de 18 anos de idade. . Devem ser evitadas durante a gravidez. ⁞ Anti-Sépticos . Anti-sépticos e analgésicos no tratamento das infecções do ITU: - Os anti-sépticos do TU inibem o crescimento de muitas espécies de bactérias. - Não alcançam concentrações eficazes no plasma. - Concentrações antibacterianas efetivas na pelve renal e na bexiga. o Metanamina (Sepurin) . Decompõe-se em água, produzindo formaldeído. . Acidificação da urina promove ação antibacteriana dependente de formaldeído: as bactérias são sensíveis ao formaldeído livre. . É absorvida via oral. . Ácidos utilizados para acidificação da urina: ácido mandélico e ácido hipúrico. . Não utilizada no tratamento de infecções agudas. Valiosa para o tratamento supressivo crônico. o Nitrofurantoína . Ativa contra E. coli e enterococos. . Absorção rápida e completa no TGI. FARMACOLOGIA II FERNANDA OLIVEIRA 22 . Confere à urina cor castanha. . Náuseas, vômitos, diarreia, pneumonite aguda (idosos). . Dose: 50 a 100 mg, 4 vezes/dia, máximo 14 dias. . Agente de segunda linha apenas em germes sensíveis. o Fenazopiridina (Pyridium) . Ação analgésica sobre o trato urinário. . Alivia os sintomas da disúria, polaciúria, queimação e urgência. . Dose: 200 mg, 3 vezes/dia. . Confere à urina cor alaranjada ou vermelha. . Desconforto gastrintestinal.
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