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ASMA NA INFÂNCIA Prof. Ana Luiza Leite Costa Janeiro 2021 Universidade Federal de Ouro Preto Medicina Geral de Crianças I – CPA008 Asma Asma é uma doença heterogênea caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas; História de sintomas respiratórios: Sibilância; Dispnéia; Tosse; Opressão torácica; Limitação variável do fluxo expiratório do ar; Geralmente associada à hiperresponsividade das vias aéreas. Introdução A asma infantil é um distúrbio com variáveis apresentações ao longo da infância; Afeta 8,3% das crianças nos EUA, sendo a doença crônica mais comum da infância; É uma das principais causas de atendimentos de emergência, admissões hospitalares, faltas escolares e perda de dias de trabalho dos pais. Introdução Asma é caracterizada por inflamação nas vias aéreas levando a: Broncoconstrição; Edema; Aumento na produção de muco. Mais prevalente em meninos na primeira década de vida e em meninas na segunda década de vida. Fatores de risco Fatores de risco genéticos; Fatores de risco ambientais: Tabagismo materno durante a gestação; Dieta materna na gravidez; Fatores de risco perinatais e neonatais. Sexo. Fatores de risco História familiar História de asma paterna e materna; História médica: Presença de atopia: “marcha atópica”; Sensibilização a alérgenos. Exposição a medicamentos. Patogenia Inflamação: Eosinófilos Células dendríticas Células T Elementos celulares Fase aguda: Mastócitos Fenótipo mais comum atopia Aumento de eosinófilos e IgE total Patogenia Reação inflamatória Alterações estruturais persistentes das vias aéreas Remodelamento brônquico Patogenia Remodelamento brônquico Neoformação vascular; Aumento do número das glândulas produtoras de muco; Deposição de colágeno na submembrana basal. Refratariedade clínica aos corticosteróides Persistência de alterações na função pulmonar, apesar de terapêutica adequada. Patogenia Genética x Ambiente - Alérgenos - Vírus Hipótese da higiene: aumento da prevalência de asma Melhora da higiene ambiental menor exposição a bactérias e parasitas diminuição de estímulos de citocinas Th1 desequilíbro entre as citocinas Th1 e Th2 prevalência das citocinas Th2 Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Sibilância recorrente em lactentes: condição heterogênea que inclui várias doenças respiratórias; Sibilância: elevada prevalência na primeira infância; Lactente sibilante: Crianças menores de 2 anos; 3 ou mais episódios de sibilância num período mínimo de 2 meses; Sibilância superior a um mês de duração; Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Asma pode se iniciar no primeiro ano de vida; Maioria dos lactentes sibilantes não tem asma; Estudo de Belo Horizonte: Dos 52% que sibilaram no 1º ano de vida, somente 35,9% persistiram sibilando entre 4 e 5 anos de vida; Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Características ou fenótipos em < 5 anos: Sibilante transitório: Sibilância desaparece em torno de 3 anos de idade; Associada a prematuridade e ao tabagismo materno. Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Sibilante persistente de início precoce (antes dos 3 anos): Episódios recorrentes de sibilância associados a infecções virais agudas; Não apresentam história pessoal ou familiar de atopia; Sintomas tendem a desaparecer por volta de 12 anos de idade; Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Sibilância persistente de início tardio/asma: História de atopia, frequentemente eczema; Asma durante a infância e a vida adulta. Diagnóstico clínico da asma Lactentes e pré - escolares Ações preventivas: Sibilante transitório: Políticas de saúde para redução de prematuridade; Sibilante persistente de início precoce: Evitar aglomerações; Casos selecionados: corticoterapia inalatória ou antileucotrieno; Asma: Profilaxia com corticóide inalatório; Fenótipos do sibilante Reconhecendo precocemente a asma Critérios: Presença de 1 maior ou 2 menores: Em lactente com sibilância ocasional 60% de risco de asma Sibilância frequente 75% Na ausência dos critérios: 90% de chance de não apresentar asma aos 6 anos. Reconhecendo precocemente a asma Diagnósticos alternativos de sibilância na infância Diagnósticos alternativos de sibilância na infância Diagnósticos alternativos de sibilância na infância Radiografia de tórax (PA e perfil): Tumores mediastinais Áreas de hiperinsuflação localizada por mecanismo valvular Atelectasia decorrente de aspiração de corpo estranho Aumento da área cardíaca Malformações pulmonares Asma Quadro clínico: inicialmente tosse seca e irritativa, seguida por sibilância e dispnéia. Asma Crianças < 5 anos: prova terapêutica com β2 agonistas de curta ação (SABA), acompanhados ou não de corticóides inalatórios (CI): Melhora acentuada com esses medicamentos; Piora clínica com sua descontinuidade. Anamnese Fatores precipitantes e agravantes Sintomatologia atual Sintomatologia nos últimos 12 meses Sintomatologia pregressa Impacto da doença na vida do paciente História familiar Fatores ambientais Exame físico Detalhado Sinais de atopia, como rinite e dermatite; Inspeção do tórax: aumento do diâmetro anteroposterior, dispnéia. Ausculta pulmonar: sibilos, roncos, “tórax silencioso”; Prolongamento da fase expiratória; Provas de função pulmonar Espirometria: A manobra expiratória forçada capacidade vital forçada (CVF) Patência das vias aéreas estimada pelo fluxo de ar exalado; A quantidade de ar que pode ser movida para dentro e fora dos pulmões em uma respiração. Limitação do fluxo anormalidade mais comum na espirometria obstrução das vias aéreas ou doença pulmonar obstrutiva Provas de função pulmonar Espirometria Volumes pulmonares reduzidos doença pulmonar restritiva; Difícil realização em menores de 5 anos; Valores espirométricos sugestivos de limitação ao fluxo de ar e asma: Redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) inferior a 80% do previsto na expiração forçada, com valores de VEF1/CVF inferiores a 75% e 86% em adultos e crianças, respectivamente. Provas de função pulmonar Espirometria Resposta ao broncodilatador: IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo de Asma: é significativa e indicativa de asma quando o VEF1 aumenta diante de obstrução do fluxo aéreo em valores superiores a 7% em relação ao previsto e 200 ml em valor absoluto; American Thoracic Society: aumento no VEF1 de 200 ml em valor absoluto e 12% em relação ao valor pré- broncodilatador; Provas de função pulmonar Espirometria: Aumento de VEF1 de 20%, espontâneo ou após uso de corticóides orais, excedendo 250 ml também indicam obstrução ao fluxo aéreo. Valores de VEF1: =>80% normais; Entre 60 e 80% obstrução leve; Entre 40 e 60% obstrução moderada; < 40% obstrução grave ao fluxo aéreo. Provas de função pulmonar Pico de fluxo expiratório (PFE) Reflete o calibre das vias aéreas proximais; Obtido pela espirometria ou aparelhos portáteis; Medida exclusiva do PFE: Criança de pé, em posição relaxada, com cerca de 1/3 do bocal do aparelho dentro da boca, de modo que a saída de ar se façaunicamente através dele. Fazer inspiração profunda, seguida de expiração forte e rápida. O aparelho registra o fluxo do ar liberado em litros/minuto. Repetir o procedimento 3x e a maior medida avaliada. Provas de função pulmonar Provas de função pulmonar Pico de fluxo expiratório (PFE) Avalia-se se o PFE está normal: Comparando com o PFE de quando a criança estava assintomática; Na ausência deste parâmetro, o valor esperado para a estatura do paciente. Investigando a hiperresponsividade pulmonar Testes de provocação com metacolina, histamina ou exercícios físicos; Pacientes com quadro clínico compatível com asma, ausência de reversibilidade aos broncodilatadores, função pulmonar normal; Testes negativos excluem a asma, mas positivos não confirmam o diagnóstico. Investigando o estado alérgico Avaliar presença de alergia pessoal ou familiar durante anamnese; Eosinofilia marcador da constituição atópica útil para avaliação da resposta aos corticosteróides; Testes alérgicos cutâneos IgE sérica Classificação da asma Manejo da asma em crianças menores de 6 anos Tratamento de manutenção: atingir o controle com o mínimo de medicamentos; reduzir as crises; permitir o desenvolvimento pulmonar saudável; evitar efeitos colaterais. Manejo da asma em crianças menores de 6 anos Se o diagnóstico for duvidoso SABA de resgate; Se os episódios de sibilância se tornarem recorrentes teste terapêutico com doses baixas de CI; O tratamento inalatório deve ser feito com inalador pressurizado dosimetrado via espaçador com máscara (para crianças com idade < 4 anos) e sem máscara em crianças maiores; O ajuste do tratamento deve ser feito de acordo com o controle da asma. Manejo da asma em crianças menores de 6 anos Avaliar a resposta ao tratamento: ausência de resposta descontinuar o tratamento e considerar diagnósticos alternativos; ausência de controle satisfatório da asma com CI em doses moderadas associado a montelucaste: considerar acrescentar um LABA. considerar o encaminhar para um especialista. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – 2020 Manejo da asma em crianças de 6 - 11 anos Os principais fármacos de controle utilizados (CI, LABA e antileucotrienos) são os mesmos para pacientes maiores de 12 anos; Nos últimos anos, o omalizumabe (anti-IgE), e mais recentemente, o tiotrópio (anticolinérgico) e o mepolizumabe (anti-IL-5) tornaram-se alternativas de tratamento para crianças de 6-11 anos com asma grave. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – 2020 © Global Initiative for Asthma, www.ginasthma.org GINA 2020, Box 3-4C Avaliar, Ajustar, Revisar a resposta GINA 2020 Exacerbações Paciente com sinais e sintomas típicos de asma avaliar gravidade. Asma e COVID-19 Aconselhar pacientes com asma a manter o uso de seus medicamentos para asma; Evitar nebulizadores sempre que possível; Evitar realização de espirometria em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19; Seguir rigorosos procedimentos de controle de infecções se forem necessários procedimentos geradores de aerossol; Seguir orientações sobre estratégias de higiene e uso de equipamentos de proteção individual; Referencias Pediatria Ambulatorial - 5ª Edição - Ennio Leão, Edison José Corrêa, Joaquim Antônio César Mota e Marcos Borato Viana Editora COOPMED – 2013 Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2020. Available from: www.ginaasthma.org Trivedi M and Denton E (2019) Asthma in Children and Adults— What Are the Differences and What Can They Tell us About Asthma? Front. Pediatr. 7:256.doi: 10.3389/fped.2019.00256 Pizzichini MMM, et al. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – 2020. J Bras de Pneumol.,2020; 46(1):1-16. http://www.ginaasthma.org/ http://www.ginaasthma.org/ http://www.ginaasthma.org/ http://www.ginaasthma.org/ http://www.ginaasthma.org/ Obrigada!
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