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Prévia do material em texto

Estratégia
MED
PEDIATRIA 2Prof. Lígia Modelli|Asma
PROF. LIGIA
MODELLI
APRESENTAÇÃO
 Olá, Doutor(a), como você está?
 É uma honra estar aqui e poder colaborar com sua 
preparação para enfrentar as provas de Residência Médica! 
 Já estive do outro lado da tela e sei que um material 
bem elaborado e uma boa didática aumentam as chances de 
aprovação de qualquer candidato. Por isso, eis minha missão: 
oferecer um conteúdo de qualidade para que você consiga 
passar na Residência dos seus sonhos. 
 Minhas aulas serão dinâmicas, atualizadas, com resumos 
ao fim de cada tema, sempre com o objetivo de prepará-lo para 
todo e qualquer tipo de avaliação. Estude focado, faça seus 
próprios resumos, anotações, mapas mentais e tudo o que for 
necessário para absorver todo o conteúdo que veremos. E conte 
comigo, estou aqui para auxiliá-lo. 
 O tema de hoje será: asma. Ele é super relevante nas 
provas de Residência e está no top 10 da pediatria. Portanto, 
tem muita chance de aparecer em sua prova. Garanto que, se ler 
o material a seguir com atenção, você será capaz de responder 
qualquer pergunta sobre asma. Nenhuma banca examinadora 
será capaz de tirar esse ponto de você! 
Estratégia
MED
PEDIATRIA 3Prof. Lígia Modelli|Asma
@estrategiamed
/estrategiamed Estratégia Med
t.me/estrategiamed
Confira abaixo o Top 10 de temas em provas de Pediatria:
TOP 10 DA PEDIATRIA
1º Imunizações
2º Pneumonia
3º IVAS
4º Aleitamento materno
5º Doença Exantemática
6º Asma
7º Infecções Congênitas
8º DNPM
9º Icterícia 
10º Crescimento
Legenda: IVAS – infecção de vias aéreas superiores; DNPM – desenvolvimento neuropsicomotor.
@draligiamodelliped
Estratégia
MED
PEDIATRIA 4Prof. Lígia Modelli|Asma
 “Professora Lígia, e em relação aos subtópicos, quais são os mais ‘’cobrados’’ pelas provas de Residência Médica?” Venha 
comigo e veja a distribuição no gráfico abaixo:
Tratamento Exacerbado Tratamento Manutenção
Diagn./ DD Classificação da Exacerbação
Classificação Controle Lactente Sibilante
Outros Q.C
ESTATÍSTICA ASMA
16%
36%
18%10%
6%
10%
5%
11%
4%
 No subtópico “outros’’, encaixamos questões que abordam, especificamente: o uso de dispositivos inalatórios; as causas de 
exacerbação de asma; a classificação de gravidade de asma; os fatores de risco para asma fatal; fisiopatologia e fatores ambientais.
 Logo, futuro Residente, vamos focar em classificação, diagnóstico e tratamento.
 Preparado? Eu estou!
 Aproveito para convidá-lo a seguir meu Instagram. Ali, você terá acesso a muitas dicas legais e conteúdos de qualidade. Por lá 
também poderemos conversar e trocar ideias. Ah, e vale a pena seguir o Instagram do Estratégia MED, que está recheado de ótimos 
professores esperando por você!
 https://www.instagram.com/draligiamodelliped/
Estratégia
MED
PEDIATRIA
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 7
2.0 EPIDEMIOLOGIA 7
3.0 PATOLOGIA 9
3.1 FENÓTIPOS DA ASMA 13
4.0 FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ASMA 14
5.0 FATORES DESENCADEANTES DE BRONCOESPASMO 16
6.0 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 18
6.1 SINTOMAS 18
6.2 EXAME FÍSICO 20
6.3 DIAGNÓSTICO PARA CRIANÇAS COM IDADE ≥ 6 ANOS 21
6.3.1 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL 21
6.3.2 OUTROS TESTES 24
6.4 DIAGNÓSTICO PARA AS CRIANÇAS COM IDADE < 6 ANOS 25
7.0 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 27
8.0 AVALIAÇÃO DA ASMA 30
8.1 CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS ≥ 6 ANOS 30
8.2 CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS < 6 ANOS 32
9.0 TRATAMENTO 36
9.1 MEDICAMENTOS E ESTRATÉGIAS PARA CONTROLAR OS SINTOMAS E REDUZIR OS RISCOS - TRATAMENTO 
DE MANUTENÇÃO DA ASMA 38
9.1.1 CORTICOIDE INALATÓRIO (CI) 38
9.1.2 SABA (BETA2 AGONISTA DE CURTA AÇÃO) 40
9.1.3 LABA (BETA2 AGONISTA DE LONGA AÇÃO) 40
9.1.4 ASSOCIAÇÃO DE BUDESONIDA COM FORMOTEROL 40
9.1.5 ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE LEUCOTRIENO 40
9.1.6 OUTRAS MEDICAÇÕES 41
Estratégia
MED
PEDIATRIA
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
9.2 MEDICAMENTOS E ESTRATÉGIAS NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS DE IDADE 42
9.3 MEDICAMENTOS E ESTRATÉGIAS NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS 46
9.4 CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA 49
10.0 CRISE AGUDA DE ASMA 50
10.1 TRATAMENTO DA CRISE AGUDA DE ASMA 52
10.1.1 TRATAMENTO DOMICILIAR 52
10.1.2 TRATAMENTO AMBULATORIAL 52
10.1.3 TRATAMENTO HOSPITALAR PARA CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS 54
10.1.4 TRATAMENTO HOSPITALAR PARA CRIANÇAS MENORES DE SEIS ANOS 63
11.0 DISPOSITIVOS INALATÓRIOS 67
12.0 BEBÊ CHIADOR/LACTENTE SIBILANTE 71
13.0 LISTA DE QUESTÕES 73
14.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74
15.0 VERSÕES DA AULA 89
16.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 90
Estratégia
MED
PEDIATRIA
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO 
Asma é um problema de saúde pública e uma das doenças 
crônicas mais prevalentes na infância. Caracteriza-se por episódios 
de obstrução reversível ao fluxo expiratório, com ou sem 
tratamento e hiperresponsividade da via aérea. Sua causa ainda 
é desconhecida, mas sabe-se que a doença é desencadeada por 
fatores genéticos associados a alérgenos/irritantes coexistindo no 
mesmo ambiente.
Os sintomas mais comuns são: sibilância, dispneia, dor 
torácica e tosse, principalmente durante a noite e a manhã. 
No período intercrise, o paciente pode ficar assintomático ou 
apresentar sintomas residuais contínuos. 
Definição de asma segundo o Gina: asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica da via aérea. 
É definida pela história de sintomas respiratórios, tais como: sibilância, dispneia, dor torácica, tosse seca que varia no tempo e na 
intensidade, junto a variação do fluxo aéreo expiratório.
O mais importante a se saber: asma é uma doença 
inflamatória crônica das vias aéreas inferiores de etiologia 
desconhecida, ou seja, existe inflamação mesmo quando o paciente 
está assintomático. Os mecanismos pelos quais isso acontece ainda 
são pouco conhecidos, contudo, sabe-se que essa inflamação gera 
hipersensibilidade a diferentes tipos de estímulos, desencadeando 
o broncoespasmo. 
O processo inflamatório crônico acompanhado da resposta 
regenerativa leva ao remodelamento brônquico em pacientes que 
não recebem tratamento adequado. Esse remodelamento leva a 
uma alteração irreversível da estrutura pulmonar, com presença 
de fibrose, hipertrofia da camada muscular e das glândulas 
submucosas, que passam a secretar grande quantidade de muco. 
Essa situação pode levar a uma obstrução fixa do fluxo aéreo, 
piorando a qualidade de vida do paciente.
Crianças com asma apresentam remissão completa com 
mais frequência do que adultos. A progressão para doença grave é 
incomum em todas as faixas etárias. 
Embora ocorram mortes por asma, elas são raras e, na 
ausência de outra doença mórbida, normalmente essa não afeta a 
expectativa de vida do paciente.
CAPÍTULO
2.0 EPIDEMIOLOGIA
O Brasil tem uma das maiores prevalências de asma do 
mundo: 20% dos adolescentes no país sofrem com os sintomas 
da doença, segundo dados do Jornal Brasileiro de Pneumologia de 
2020. 
O país tem 20 milhões de asmáticos, com 350 mil internações 
anuais, de acordo com o DATASUS (banco de dados do Sistema 
Único de Saúde ligado ao Ministério da Saúde), sendo a terceira 
ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total), 
conforme o grupo etário considerado. Contudo, os dados nacionais 
ainda são subestimados.
No mundo, dados do UpToDate apontam que a asma 
acomete 235 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, mais de 6,2 
milhões de crianças têm asma e essa doença corresponde a quase 
500 mil admissões em unidades de terapia intensiva (UTI). 
Vale destacar que a prevalência da asma aumentou nos países 
ricos nas últimas décadas, apesar de ter se estabilizado atualmente. 
Nos países em desenvolvimento, os índices de pacientes asmáticos 
vêm aumentando proporcionalmente à urbanização. 
Estratégia
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PEDIATRIA
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
A asma podeacontecer em qualquer faixa etária, mas seu pico de incidência ocorre aos três anos! 
Muitas crianças apresentam sibilância no início da vida, mas 
três em cada quatro crianças em idade escolar superam a asma na 
vida adulta (conversaremos em detalhes logo mais).
O tratamento de manutenção da doença deve ser inserido de 
forma precoce e adequada, pois uma asma não controlada onera o 
sistema de saúde e as famílias. Prova disso é que, com a melhor 
compreensão da doença por parte dos portadores e a distribuição 
de medicamentos para os pacientes graves, observa-se uma queda 
nas internações e mortes por asma no Brasil: em uma década, o 
número de internações por essa doença caiu 49% (DATASUS). 
Apesar disso, a disponibilização de tratamento adequado 
aos asmáticos ainda é restrita em muitos estados do país, sendo 
que um percentual alto da população se encontra não tratada por 
completo: uma pesquisa nacional revelou que apenas 12,3% dos 
pacientes têm a doença controlada.
Uma variedade de métodos auxilia-nos a determinar a prevalência da asma.
O International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), por exemplo, é um questionário 
padronizado que permitiu à Ciência conhecer a prevalência da asma no mundo: após sua aplicação em 
mais de 105 países e em mais de 300 centros, o resultado revelou que a asma corresponde à doença 
crônica mais prevalente na infância.
No Brasil, o questionário ISAAC mostrou grandes variações regionais, mas com porcentagens que atingem valores comparáveis aos de 
países de alta prevalência. 
Estatística de prevalência da asma segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA):
• Em crianças menores de 18 anos, a asma é mais comum em meninos (8,3 %) do que em meninas (6,7 %). Já 
em relação aos adultos, é mais comum entre as mulheres (9,8 %) do que entre os homens (5,5 %).
• A doença é mais comum em pessoas negras do que em pessoas brancas.
• Áreas em que a renda familiar anual é mais baixa têm uma maior prevalência de asma do que áreas em que 
a renda familiar anual é mais alta.
Vamos aproveitar o momento para treinar.
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
CAI NA PROVA
(ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DE PORTO ALEGRE - ESPPA 2015 - Modificado) Sobre o prognóstico e complicações da asma na infância, é 
correto afirmar que:
A) A asma se manifesta frequentemente antes do terceiro ano de vida, período em que o diagnóstico é mais difícil.
B) O atraso no diagnóstico e o não tratamento da inflamação não influencia a irreversibilidade da obstrução, não afetando a função pulmonar 
a longo prazo.
C) Sintomas nasais concomitantes são frequentes, tais como obstrução e prurido.
D) A sintomatologia da asma não costuma regredir com a puberdade.
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A: O pico de incidência da asma acontece aos três anos de idade, apesar da doença poder ocorrer em qualquer 
faixa etária. 
Incorreta a alternativa B: O atraso no diagnóstico e o não tratamento da inflamação influencia a irreversibilidade da obstrução e afeta a 
função pulmonar a longo prazo. A inflamação vem acompanhada de uma resposta regenerativa dos brônquios. Quando essa inflamação é 
persistente, pode acontecer um remodelamento brônquico, com deposição de colágeno.
Correta a alternativa C É comum o paciente asmático ter rinite alérgica associada ao quadro de asma.
Incorreta a alternativa D: Muitos pacientes que eram asmáticos na infância podem se tornar adultos não asmáticos. 
Muito bem, querido(a) colega, fizemos um bom trabalho até aqui! 
Agora, peço que você redobre sua atenção, pois entender a fisiopatologia da asma requer concentração. Venha comigo!
CAPÍTULO
3.0 PATOLOGIA
Fique atento(a), querido(a) Aluno(a), pois esse subtópico é um pouco mais difícil. Mas, devemos entendê-lo para 
melhor compreender o quadro clínico, diagnóstico e tratamento da asma. 
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PEDIATRIA
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Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
A fisiopatologia da asma é 
extremamente complexa e ainda pouco 
compreendida. A asma é uma doença 
heterogênea (ou seja, não é uma doença 
única), com diferentes fenótipos e endótipos. 
Fenótipos são características 
observáveis de um indivíduo, resultantes 
da expressão dos genes (genótipo) e da 
influência de fatores ambientais, bem 
como da possível interação entre os dois. 
Os diferentes fenótipos de asma podem ser 
definidos clinicamente e reforçam a noção de 
que a asma é uma síndrome com múltiplos 
mecanismos subjacentes.
Endótipos são mecanismos 
moleculares ou fisiopatológicos subjacentes 
ao fenótipo, são o subtipo de uma 
determinada alteração. 
Como já conversamos, a principal 
alteração patológica na asma é a presença 
de inflamação crônica em toda árvore 
traqueobrônquica. Ainda não se sabe o exato mecanismo envolvido, mas trata-se de um tipo especial de inflamação, marcado por infiltração 
da mucosa, principalmente por células Th2, eosinófilos e mastócitos. A inflamação crônica correlaciona-se ao processo de hiper-reatividade 
brônquica, que caracteriza a asma. 
Veja a comparação da via aérea normal para a via aérea do asmático:
A figura mostra uma via aérea inflamada constantemente (parede das vias aéreas estão espessadas), com presença de edema, 
acarretando um estreitamento da via aérea. Há um aumento da resistência da via aérea (contração do músculo liso) e o aprisionamento de 
ar no alvéolo pode levar a uma hiperinsuflação pulmonar. 
 Vamos entender melhor...
O paciente asmático entra em contato com fatores desencadeantes da asma, o que faz com que se inicie uma resposta inflamatória 
brônquica – inflamação aguda (ocasionada pela presença do alérgeno ambiental, por exemplo). Esse antígeno é apresentado (pelas células 
apresentadoras de antígenos) ao linfócito Th2, que produz citocinas responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório. Os 
linfócitos Th2 estimulam a diferenciação de eosinófilos, mastócitos e linfócitos B produtores de IgE. O IgE liga-se à superfície de mastócitos e 
basófilos, tornando essas células hipersensíveis ao antígeno. As interleucinas 4 e 13 ajudam na proliferação de linfócitos B. 
Os mastócitos desempenham o papel de sinalizar para o sistema imune a ocorrência de contato com o alérgeno (pela ligação do antígeno 
ao IgE presente na superfície do mastócito), promovendo a liberação de mediadores inflamatórios, como a histamina, prostaglandinas e 
proteases, que induzem a hipersecreção de muco, o edema e a broncoconstrição. A inflamação crônica e persistente é causada principalmente 
pela presença de eosinófilos, levando ao recrutamento celular, com dano do epitélio da via aérea, culminando em uma mudança da estrutura 
pulmonar.
Estratégia
MED
PEDIATRIA
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
Se não tratado, esse processo inflamatório crônico leva 
ao remodelamento brônquico, com deposição de colágeno 
na membrana basal do epitélio. Além disso, existe neogênese 
e vasodilatação na parede brônquica, com aumento da 
permeabilidade capilar e edema local. Há hipertrofia e hiperplasia 
das células produtoras de muco, das glândulas submucosas e da 
camada muscular lisa, acontecendo o estreitamento progressivo e 
irreversível da via aérea nos pacientes que não recebem tratamento 
anti-inflamatório. 
Veja:
Desencadeante Célula Th 2
Cél. apresentadora 
de Ag
Mastócitos, 
eosinófilos, 
produção de IgE 
pelos linf. B
Proliferação 
celular, aumento 
da MEC
Recrutamento 
celular; Dano 
epitelial, 
modificação 
estrutural
Broncoconstrição, 
edema, 
hipersecreção de 
muco
Produção de IgE Degranulaçãode mastócitos
Inflamação 
aguda
Inflamação 
crônica
(eosinófilos)
Remodelamento
Citocinas
Entenda, querido(a) colega, que essa é a via mais comum de fisiopatologia da asma (a asma eosinofílica/alérgica), mas existem outras 
vias, principalmente em adultos.
O corticoide inalatório melhora as alterações patológicas, assimcomo os sinais e sintomas clínicos da asma. 
O estreitamento variável do lúmen das vias aéreas, 
causando reduções do fluxo de ar, é patognomônico da asma. Ele é 
decorrente da contração exagerada da musculatura lisa brônquica 
(broncoespasmo), espessamento da parede das vias aéreas devido 
a edema ou componentes celulares, obstrução das vias aéreas com 
muco ou detritos celulares e remodelação das vias aéreas. Ou seja, 
a fisiopatologia da asma envolve, basicamente, uma obstrução 
variável e reversível ao fluxo aéreo, ocorrendo principalmente na 
fase expiratória da respiração. 
A hiperresponsividade brônquica (maior tendência à 
broncoconstrição) é uma característica definidora da asma e é uma 
manifestação de obstrução reversível e exagerada das vias aéreas 
devido à contração do músculo liso. Várias teorias estão sendo 
exploradas para explicar esse fenômeno.
O broncoespasmo (contração e relaxamento) do músculo liso é uma das principais características da asma. Os broncodilatadores 
agem aqui, melhorando esses episódios. 
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
Já, o eosinófilo, caro(a) colega, parece ser o principal responsável pelas lesões estruturais na via aérea do paciente asmático. É a célula 
mais característica que se acumula na asma e na inflamação alérgica e sua presença costuma estar relacionada à gravidade da doença. Ela 
também pode danificar o epitélio das vias aéreas e está envolvida na remodelação das vias aéreas e fibrose. 
Vamos entender como esse assunto pode ser cobrado nas provas de Residência Médica:
CAI NA PROVA
(HOSPITAL MEMORIAL ARTHUR RAMOS - HMAR 2018 - Modificado) Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual 
diversas células e seus produtos estão envolvidos. Sobre isso, assinale o conceito INCORRETO: 
A) Há associação de fatores ambientais e genéticos. 
B) Não se sabe ao certo ainda se a limitação ao fluxo aéreo associada à asma já existe desde o nascimento ou se essa se desenvolve 
juntamente com os sintomas. 
C) A perda progressiva da função pulmonar pode ocorrer em decorrência de crises de asma frequentes, mesmo que leves.
D) Sintomas nasais concomitantes, tais como obstrução e prurido, não são frequentes.
COMENTÁRIO
Correta a alternativa A: não é a resposta da questão. O desenvolvimento da asma está associado a fatores genéticos e ambientais.
Correta a alternativa B: não é a resposta da questão. A fisiopatologia da asma ainda não é totalmente esclarecida.
Correta a alternativa C: não é a resposta da questão. A asma não controlada e vários episódios de exacerbação levam à perda da função 
pulmonar progressivamente, ocorrendo o remodelamento das vias aéreas.
Incorreta a alternativa D é a resposta da questão. É comum associação de asma com outras doenças alérgicas, como rinite e 
dermatite atópica.
(ESBHERG 2021) Sobre a definição de asma é correto afirmar que:
A) É uma doença de base exclusivamente genética, caracterizada por espessamento brônquico.
B) A inflamação das vias aéreas está presente apenas no momento da exacerbação, quando há produção de muco espesso, como 
consequência.
C) É definido pela história de sintomas respiratórios, tais como produção crônica de muco, tosse isolada, dispneia associada a tontura e dor 
torácica.
D) A limitação variável do fluxo aéreo está ausente nos quadros de asma intermitente. 
E) Os sintomas variam entre tempo e intensidade, podendo o paciente permanecer assintomáticos por longos períodos de tempo. 
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A: Como conversamos, a doença não é exclusivamente genética, podemos associá-la também aos fatores ambientais. 
Incorreta a alternativa B: A inflamação das vias aéreas é crônica em pacientes asmáticos.
Incorreta a alternativa C: Os sintomas clássícos são: tosse seca, com piora pela manhã e noite, dispneia, aperto torácico, sibilância.
Incorreta a alternativa D: A limitação do fluxo aéreo está presente na asma.
Correta a alternativa E como conversamos acima.
3.1 FENÓTIPOS DA ASMA
Como já afirmamos, asma é uma condição heterogênea, 
uma vez que estão envolvidos vários mecanismos etiopatogênicos. 
Além disso, trata-se de uma síndrome com fenótipos complexos. 
Logo, cada paciente é único e manifesta a doença de forma 
diferente, de acordo com os fenótipos asmáticos. 
Alguns genes podem influenciar o desenvolvimento da 
asma, enquanto outros modificam a gravidade da enfermidade ou 
a resposta do paciente à terapia. O fenótipo ajuda a entender a 
associação de fatores de risco e a forma evolutiva e/ou severidade 
da doença. 
Contudo, não costuma ser útil classificar os pacientes em seus 
respectivos fenótipos, exceto em pacientes portadores de asma 
grave, refratária, que podem se beneficiar do uso de medicamentos 
mais específicos e personalizados. 
Alguns componentes do fenótipo da asma são claramente 
hereditários, embora os genes específicos e suas complexas 
interações permaneçam sob investigação.
Os principais fenótipos da asma são:
• Asma alérgica 
É a forma predominante, representando mais de 80% dos casos. Inicia-se geralmente na infância. Está associada à história pessoal ou 
familiar de atopia, assim como à predisposição genética para uma resposta de hipersensibilidade tipo I ou resposta de hipersensibilidade 
imediata contra estímulos externos ambientais. A via aérea geralmente é infiltrada por eosinófilos (inflamação eosinofílica) e tem boa 
resposta ao tratamento com corticoide inalatório.
• Asma não alérgica 
Ocorre em pessoas sem evidências de atopia. Os testes cutâneos são negativos para aeroalérgenos específicos e os níveis séricos da 
IgE total geralmente são normais. Na maioria dos casos, inicia-se na vida adulta (início tardio). A invasão da via aérea pode ser por 
neutrófilos, (inflamação neutrofílica), eosinófilos ou apresentar pouca celularidade. A resposta ao tratamento com corticoide inalatório 
é normalmente ruim.
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Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
Veja as principais diferenças entre esses dois fenótipos da asma:
Asma alérgica Asma não alérgica
Sintomas Infância Adulto
Condições associadas Rinite alérgica, dermatite atópica Pólipo nasal, sinusite
História familiar de atopia Sim Não
Testes cutâneos Relacionado à história Geralmente negativo
IgE total Alto Geralmente negativo
Prognóstico Bom Remissões são incomuns
Fonte: Asma brônquica/tipos de asma – Classificação. Dr. Pierre d'Almeida Telles Filho, 2020.
Muito bem, querido(a) colega, terminamos o subtópico mais complexo do assunto asma. Parabéns por ter 
chegado até aqui! Se você estiver cansado, agora é o momento de fazer uma pausa, tomar um café, espairecer... 
e, então, recomeçar!
CAPÍTULO
4.0 FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO 
DA ASMA
Sabemos que vários fatores de risco estão associados à asma, que podem variar com a idade de início da doença, o tempo de exposição 
e comportamentos relativos ao desencadeamento da asma. “Quais são esses fatores, professora Lígia?” Vejamos!
• Fatores Genéticos e história familiar
Alguns fenótipos da asma são claramente hereditários, mas não se esqueça de que são necessários fatores genéticos associados a 
fatores ambientais para o desenvolvimento da asma.
• Atopia
É o principal fator de risco para o desenvolvimento da asma. Já está bem documentada a associação entre asma e outras condições 
atópicas (por exemplo, rinite alérgica e dermatite atópica). Um crescente número de pesquisas sugere que o microbioma do início da 
vida influencia a probabilidade de uma predisposição alérgica resultar em asma.
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Asma
Prof. Lígia Modelli| Curso Extensivo | Julho 2021
A sequência típica de progressão dos sinais clínicos de doença atópica, com alguns sintomas tornando-
se mais proeminentes enquanto outros diminuem, é chamada de marcha atópica. A dermatiteatópica precede o desenvolvimento da rinite alérgica e da asma, sugerindo que as manifestações 
cutâneas sejam a porta de entrada para o desenvolvimento subsequente das doenças alérgicas. Esse 
conceito é uma tentativa de explicar a interrelação entre as doenças atópicas.
• Alérgenos
Alérgenos internos incluem: ácaros da poeira doméstica, alérgenos de gato e cachorro, baratas e fungos. Acredita-se que esses fatores 
podem aumentar a prevalência de asma.
O ácaro do pó doméstico parece ter uma associação importante com a asma, contribuindo potencialmente para 65% a 90% dos casos 
entre crianças e adultos jovens.
A exposição precoce a alérgenos de cães e gatos em ambientes fechados foi considerada protetora 
contra o desenvolvimento de asma.
• Obesidade
A elevação do IMC (índice de massa corpórea) do paciente está associado à maior prevalência de asma.
• Ocupacional
Estudos identificaram várias ocupações que estão associadas a um risco aumentado de início de asma. As principais são enfermagem e 
profissionais de limpeza. Ocupações que possam estar expostas a acidentes inalatórios (por exemplo, incêndios, mistura de agentes de 
limpeza, derramamentos industriais) também foram associadas a um risco aumentado de início de asma.
• Exposição pré-natal ao tabagismo materno
A exposição pré-natal ao tabagismo materno é um fator de risco bem estabelecido para asma infantil, estando associado à redução da 
função pulmonar do bebê e maior probabilidade de asma.
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• Agentes infecciosos
Os vírus são grandes causadores de crises em lactentes, especialmente o vírus sincicial respiratório (VSR). Podemos citar o adenovírus, 
parainfluenza, influenza e rinovírus. 
Além disso, crianças que residem em locais úmidos, com maior presença de ácaros e fungos, podem ter asma. 
• Tipo de alimentação, como ingestão elevada de açúcar.
• Uso de alguns medicamentos pela mãe durante a gravidez, como o Paracetamol.
• Prematuridade.
• Crianças não amamentadas.
• Poluição.
• Agora, vamos conversar sobre os gatilhos que levam ao broncoespasmo!
Devemos ressaltar, aqui, que alguns outros fatores são controversos em relação ao desenvolvimento da asma. São eles:
CAPÍTULO
5.0 FATORES DESENCADEANTES DE 
BRONCOESPASMO 
Os "gatilhos" de broncoespasmo na asma são frequentemente considerados como agentes causadores de uma exacerbação dos 
sintomas. Veja os principais gatilhos:
• Infecções respiratórias (vírus, bactérias).
• Exposição a alérgenos (inalante, alimentar e ocupacional).
• Irritantes respiratórios inalados (fumaça de tabaco e ar frio e seco).
• Temperatura e clima.
• Atividade física.
• Flutuações hormonais.
• Remédios, principalmente os betabloqueadores, AAS (ácido acetilsalicílico).
• Fatores emocionais (ansiedade, estresse, etc.).
• Poluição.
• Doença do refluxo gastroesofágico.
Comorbidades como rinite, infecção viral, refluxo 
gastroesofágico, obesidade, apneia obstrutiva do sono, depressão 
e ansiedade também podem desencadear sintomas de asma. 
A identificação e prevenção dos "gatilhos" da asma é 
importante para o controle bem-sucedido da doença, podendo 
reduzir a necessidade de medicação do paciente. Perguntas 
direcionadas podem ajudar a identificar fatores desencadeadores 
específicos (por exemplo, alérgenos, exposição à fumaça de cigarro) 
e condições comórbidas.
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Infecções virais do trato respiratório superior são o fator desencadeante mais importante para pacientes com 
asma de todas as idades, incluindo bebês e crianças pequenas.
É importante saber que asma e rinite alérgica geralmente 
coexistem e ambas devem ser tratadas, já que o não tratamento 
pode levar à exacerbação da asma. Na verdade, a maioria dos 
asmáticos tem associada a atopia – síndrome idiopática de 
predisposição a doenças alérgicas – e tais pacientes apresentam 
a asma alérgica. A exacerbação da asma, nesse caso, pode ser 
desencadeada por aeroalérgenos, principalmente os ácaros de 
poeira domiciliar, como o Dermatophagoides pteronyssinus, assim 
como o pólen e o pelo de animais.
 CAI NA PROVA
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SUL FLUMINENSE - USS 2014) O fator desencadeante de asma mais comum nos lactentes é:
A) Infecção bacteriana.
B) Poeira doméstica. 
C) Infecção viral.
D) Refluxo gastresofágico.
E) Aleitamento artificial. 
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A: Infecção bacteriana, geralmente, causa pneumonia bacteriana.
Incorreta a alternativa B: A poeira doméstica também é um desencadeador de crise de asma, contudo, a infecção viral é mais frequente.
Correta a alternativa C Infecção viral em lactentes gera sibilância com frequência. 
Incorreta a alternativa D: Doença do refluxo gastroesofágico é um diagnóstico diferencial em crianças com hipótese diagnóstica de asma 
(conversaremos sobre isso logo mais). 
Incorreta a alternativa E: O uso de leite artificial não gera crises de asma. 
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Sigamos para o próximo tópico, colega! 
CAPÍTULO
6.0 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Animado e focado, querido(a) colega? Assim espero, hein! 
Vamos começar, então, um tópico novo sobre asma: quadro clínico e diagnóstico! Como você deve ter observado 
em nosso gráfico (na Introdução), ambos os temas são muito frequentes nas provas de Residência Médica. Portanto, é 
hora de redobrar a atenção! 
Para o diagnóstico de asma, devemos focar, com especial 
atenção, na história clínica, como a presença de sintomas típicos, 
fatores ou condições precipitantes e fatores de risco de asma. 
Também precisamos ficar atentos aos fatores familiares, uma vez 
que pais ou irmãos portadores de asma, rinite alérgica ou dermatite 
atópica aumentam as chances de o paciente ter asma. 
Neste tópico, falaremos do diagnóstico dos pacientes 
maiores de cinco anos. Em um subtópico à parte, falaremos com 
mais detalhes sobre as crianças menores de seis anos de idade. 
6.1 SINTOMAS
Veja a figura abaixo referente aos principais sintomas da asma:
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• Tosse
A tosse é predominantemente seca, acontecendo com maior intensidade pela manhã e à noite. O sintoma pode ser o único relatado 
pela criança e família.
Atenção: devemos suspeitar de pacientes que apresentam tosse persistente ou que piora durante exercício físico ou episódios de riso. 
A causa mais comum de tosse crônica em crianças maiores de três anos de idade é a asma.
• Sibilos
O sibilo é produzido quando o ar entra pela via aérea estreita. 
Os sibilos na asma geralmente são generalizados e podem ser apenas expiratórios. Quando a obstrução da via aérea se torna grave, 
pode-se ouvir sibilância tanto na inspiração quanto na expiração. Há prolongamento da fase expiratória da respiração. 
Um tórax silencioso no contexto de uma exacerbação da asma implica em limitação do fluxo aéreo em 
tamanha gravidade que não é possível produzir sibilos audíveis. O episódio representa uma emergência médica, 
pois a característica indica insuficiência respiratória iminente. 
Quando há grande quantidade de muco nas vias aéreas, também podemos auscultar roncos na ausculta pulmonar.
• Dispneia
• Aperto no peito (opressão torácica)
Vale lembrar que nem sempre todos esses achados estão presentes, o que pode dificultar o diagnóstico da doença. Em relação ao 
exame físico, os sibilos são o achado mais comum. Há variabilidade da frequência e intensidade dos sintomas. 
Esses sintomas podem piorar com atividades do dia a dia, ao realizar uma atividade física, com a variação climática, fumaça de cigarro 
e presença de ácaros e mofos (alérgenos) no ambiente.
A tríade clássica dos sintomas da asma é: tosse, dispneia e sibilância.
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CAINA PROVA
(Hospital de Olhos Aparecida – HOA - 2020) São sintomas característicos da asma todos os abaixo, exceto:
A) Tosse.
B) Aperto no peito.
C) Rouquidão.
D) Falta de ar.
COMENTÁRIO
Como vimos acima, tosse, aperto no peito e dispneia (falta de ar) fazem parte da sintomatologia da asma. Rouquidão representa 
comprometimento de via aérea superior.
Correta a alternativa C
Mas, e sobre exacerbação? O que é exacerbação de asma, 
professora Lígia? Eu explico!
Exacerbação de asma caracteriza-se por um aumento 
progressivo nos sintomas de tosse, sibilos, sensação de aperto no 
peito e dispneia, além de perda progressiva da função pulmonar, 
sob o risco de causar insuficiência respiratória. Há mudança dos 
sintomas e da função pulmonar em relação ao basal do paciente.
A exacerbação geralmente ocorre em resposta à exposição 
a algum fator desencadeante (mofo, pólen, poluição, vírus etc.) ou 
por baixa adesão do paciente ao tratamento. 
6.2 EXAME FÍSICO
O exame físico de uma criança portadora de asma geralmente 
é normal, se não estiver em exacerbação de asma. 
Sempre devemos procurar sinais de rinite e dermatite atópica 
nessas crianças. Muitas delas apresentam: ruga nasal transversal, 
devido a coceira frequente (saudação alérgica), e halitose, devido 
a rinite crônica, sinusite e respiração pela boca. Além disso, elas 
podem apresentar eczema pela dermatite atópica.
Nos tópicos abaixo, falaremos sobre os sintomas e exame 
físico dos pacientes em exacerbação de asma.
Atenção: devemos ficar atentoa aos pacientes obesos, uma 
vez que há relação entre obesidade e gravidade da asma.
O diagnóstico é dividido de acordo com a idade, em que se considera pacientes ≥ 6 anos e < 6 anos. Venha comigo!
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6.3 DIAGNÓSTICO PARA CRIANÇAS COM IDADE ≥ 6 ANOS 
A confirmação do diagnóstico de asma é baseada em três elementos principais:
• Demonstração de limitação variável do fluxo aéreo expiratório, preferencialmente por espirometria, quando possível.
• Documentação de obstrução reversível.
• Exclusão de diagnósticos alternativos.
As evidências de obstrução das vias aéreas na espirometria, 
especialmente se forem reversíveis com broncodilatador, apoiam 
fortemente o diagnóstico de asma. No entanto, a espirometria 
normal ou a falta de reversibilidade da obstrução no cenário de 
uma exacerbação aguda não exclui o diagnóstico. Nos pacientes 
que não são capazes de realizar a espirometria (especialmente 
crianças menores de 6 anos), podemos fazer um teste terapêutico 
com medicações para asma. Se a criança apresentar melhora dos 
sintomas, o diagnóstico de asma é altamente provável. 
O diagnóstico de asma é clínico e funcional (demonstração objetiva de obstrução variável e reversível ao fluxo expiratório). 
Segundo o Gina, é provável que um paciente tenha asma se sintomas típicos, como tosse, dor no peito, sibilância e dispneia:
• Variam de frequência e intensidade.
• Pioram pela manhã e à noite.
• São desencadeados pelo frio, exercício físico, infecções virais, exposição a alérgenos, cigarro e poluição.
Ainda segundo o Gina, é improvável que um paciente tenha asma se apresentar:
• Tosse isolada, sem outros sintomas.
• Produção crônica de escarro.
• Dor no peito.
• Dispneia induzida por exercício, com inspiração ruidosa (estridor).
• Falta de ar associada à tontura, sensação de desmaio ou formigamento. 
“Até aqui OK, professora Lígia, mas como realizar o diagnóstico funcional?” É o que veremos agora, colega!
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6.3.1 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL
A espirometria e o pico de fluxo expiratório (PFE) são usados para diagnóstico e monitorização do controle da asma. 
1- Espirometria 
A espirometria é utilizada não apenas para diagnosticar 
asma, mas para quantificar a gravidade da obstrução brônquica e a 
resposta à terapia. 
O paciente faz uma inspiração profunda máxima e depois 
expira de forma forçada. Os volumes e fluxos de ar expirados são 
mensurados e comparados para valores estabelecidos de acordo 
com a idade, sexo, peso e altura. 
O volume expiratório forçado no primeiro segundo – VEF1 
– está reduzido na crise de asma e frequentemente no período 
intercrítico. Seu aumento após uso de broncodilatador é um critério 
diagnóstico de asma.
A capacidade vital forçada – CVF – é o total de ar que sai dos 
pulmões após a expiração forçada. Nos asmáticos, a CVF é reduzida, 
pois, na expiração forçada, a pressão intratorácica nesses pacientes 
fica bastante positiva, colabando algumas vias aéreas terminais e 
impedindo a saída de parte do ar que normalmente seria expirada. 
O índice de Tiffenau (relação de VEF1/CVF) está reduzido na 
asma e o VEF1 diminuiu muito mais que a CVF. Esse é o principal 
exame de medida da função pulmonar, mas exige esforço e 
colaboração do paciente. Por isso, dificilmente um paciente menor 
de seis anos consegue realizá-lo. A demonstração de obstrução 
reversível ao fluxo de ar estabelece o diagnóstico de asma e facilita 
a avaliação da gravidade. 
Vamos avaliar os resultados da espirometria para a confirmação do diagnóstico do paciente asmático:
• Há uma redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). O VEF1 pode ser útil para avaliar o risco de exacerbações 
futuras.
• Redução no índice de Tiffeneau (relação de VEF1/ CVF): < 0,90 para crianças. A redução dessa relação indica uma doença obstrutiva 
(<0,90). Na asma, o VEF1 está muito mais reduzido que o CVF. 
A espirometria deve ser realizada antes e após o uso de um broncodilatador. Uma vez que o diagnóstico de um distúrbio 
obstrutivo tenha sido feito, a reversibilidade da obstrução pode ser avaliada medindo o VEF 1 antes e depois da inalação de um agente 
broncodilatador (por exemplo, albuterol). 
Um aumento pós-broncodilatador no VEF 1 > 12% do previsto em crianças constitui um defeito pulmonar obstrutivo reversível 
e apoia o diagnóstico de asma.
O parâmetro espirométrico mais afetado é o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), que diminui 
subitamente (lembre-se de que na asma acontece obstrução variável e reversível do fluxo aéreo, que ocorre principalmente 
na fase expiratória da respiração). O índice de Tiffeneau (relação de VEF1 com capacidade vital forçada – VEF1/CVF) 
também diminui, demonstrando um distúrbio obstrutivo da ventilação (< 0,80 em adultos e < 0,90 em crianças).
O pico de fluxo expiratório (PFE), que é medido por um aparelho portátil, também diminui, mas é um parâmetro 
menos fidedigno que o VEF1 medido por espirometria convencional. 
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2 - Pico de fluxo expiratório (PFE) 
As medições do pico de fluxo expiratório usando um medidor 
de pico de fluxo são mais variáveis e dependentes do esforço. Além 
disso, existe uma grande variabilidade nos valores de referência 
de pico de fluxo expiratório previsto publicados e nos valores de 
referência de marca para marca. 
Portanto, as medições de pico de fluxo, por si só, não devem 
ser usadas para diagnosticar asma (exceto se não for possível 
realizar a espirometria). O VEF1 medido na espirometria é mais 
confiável do que o VEF1 medido no pico de fluxo expiratório.
As medições de pico de fluxo podem ser mais úteis para 
monitorar os sintomas de um paciente e a resposta à terapia ao 
longo do tempo, embora a espirometria em série seja preferida. 
São dispositivos baratos, portáteis (fácil de transportar) e o próprio 
paciente pode controlar sua asma.
Veja os principais critérios para o diagnóstico de asma.
Documentar a doença obstrutiva: VEF1/CVF < 0,90, nas crianças, associado a:
Documentar que a variação na função pulmonar é maior do que em pessoas saudáveis (1 ou mais dos seguintes):
Prova broncodilatadora
Aumento do VEF1 > 12% do previsto após o uso do 
broncodilatador
Variaçãodiária média do PFE (realizar duas vezes por dia, pela 
manhã e à noite, por um período aproximado de 2 semanas)
Variação diária Média do PFE > 13% nas crianças.
Teste do exercício positivo Queda de VEF1>10% OU PEF>15%
Variação excessiva na função pulmonar entre as consultas
Variação no VEF1>12% ou >15% no PFE entre as consultas 
(podendo incluir infecções respiratórias)
CAI NA PROVA
(SANTA CASA DE SP 2020) Um menino de oito anos, com suspeita de asma, irá realizar espirometria para confirmação diagnóstica. Com base 
nesse caso hipotético, assinale a alternativa que apresenta o parâmetro que confirma o diagnóstico.
A) redução da relação volume expiratório forçado de 1 s/capacidade vital forçada (VEF1/CVF)
B) aumento da relação VEF1/CVF
C) aumento da CVF
D) aumento do VEF1
E) espirometria normal
COMENTÁRIO 
Correta a alternativa A como vimos acima. 
Incorreta a alternativa B: O índice de Tiffenau (relação de VEF1/CVF) está reduzido na asma. O VEF1 diminuiu muito mais que a CVF.
Incorreta a alternativa C: Há redução da CVF.
Incorreta a alternativa D: Há diminuição do VEF1.
Incorreta a alternativa E: A espirometria não é normal na asma.
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6.3.2 OUTROS TESTES
1. Diagnóstico de alergia
A presença de atopia aumenta a chance de o paciente 
manifestar asma. Contudo, nem todo paciente asmático apresenta 
atopia e ela não é específica para asma. 
O diagnóstico de alergia pode ser confirmado com a 
determinação da IgE específica, tanto por provas in vivo (o prick 
test – teste cutâneo), como in vitro (dosagem sérica de IgE). 
O prick test é a principal ferramenta para avaliar o estado 
alérgico do paciente. É mais rápido e barato, mas deve ser feito por 
um profissional experiente. A medida da IgE sérica é mais onerosa 
e tem pouco valor na determinação do estado alérgico do paciente. 
No Brasil, os alérgenos mais importantes são: ácaros da 
espécie Dermatophagoides pteronyssinus e Blomia tropicalis, além 
das baratas e epitélio de cães e gatos. Os alimentos raramente 
induzem asma.
Um prick test ou dosagem sérica de IgE positivas não significa que o alérgeno está causando os 
sintomas da asma. Por isso, é sempre necessário correlacionar com a história clínica do paciente. 
2. Exames de Imagem
Caro colega, a radiografia de tórax ou a tomografia 
computadorizada de tórax somente devem ser solicitadas ao 
paciente asmático se suspeitarmos de complicações (pneumotórax, 
pneumonia, derrame pleural) ou diagnósticos diferenciais.
Na maioria dos pacientes asmáticos, a radiografia de tórax/
tomografia computadorizada de tórax é normal, podendo haver 
sinais de hiperinsuflação pulmonar em alguns casos. 
Vamos treinar?
CAI NA PROVA
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SUL FLUMINENSE - USS 2014) CRM, 8 anos, apresenta tosse há cerca de 30 dias, principalmente quando joga 
bola. Nega doença respiratória prévia. Apresenta coriza e prurido nasal com tempo frio e cheiros fortes. Exame físico com lesões compatíveis 
com eczemátide e estrófulo nos membros, sem outras anormalidades. Desenvolvimento, peso e estatura adequados para idade. O exame 
complementar importante para o diagnóstico é:
A) Radiografia de tórax.
B) Radiografia de seios de face.
C) Diagnóstico de alergia in-vitro –RAST- (radioallergosorbent test).
D) Teste cutâneo.
E) Prova de função respiratória.
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COMENTÁRIO
Vamos analisar nosso paciente?
• Menino de 8 anos, com tosse há 30 dias, principalmente quando pratica atividade física.
• Provável portador de rinite: coriza, prurido nasal.
• Portador de dermatite atópica – lesões em pele e lesões compatíveis com eczematoide.
Portanto, nosso paciente é um provável asmático. 
Incorreta a allternativa A: A radiografia de tórax só deve ser solicitada se houver suspeita de infecção. 
Incorreta a allternativa B: Radiografia de seios da face não ajuda no diagnóstico, uma vez que não deve ser realizada nem nas suspeitas 
de sinusites, sendo o diagnóstico clínico.
Incorreta as allternativas C e D: Incorretas. Os testes podem ajudar a identificar os desencadeadores das crises de asma, mas não são 
essenciais nesse momento do diagnóstico. 
Correra a alternativa E A espirometria associada ao exame físico e história clínica do paciente definem o diagnóstico de asma.
6.4 DIAGNÓSTICO PARA AS CRIANÇAS COM IDADE < 6 ANOS 
Em bebês e crianças menores de seis anos, as etapas diagnósticas devem permanecer as mesmas descritas acima, exceto a espirometria, 
que muitas vezes não pode ser realizada nessa faixa etária. Nessas crianças, podemos fazer um teste terapêutico com medicamentos para 
asma. A reversão dos sintomas e sinais sugere o diagnóstico de asma. 
Crianças podem apresentar infecção de vias aéreas superiores (IVAS) até 8 vezes por ano nos primeiros 
anos de vida. Esses episódios podem vir acompanhados de sibilos expiratórios difusos. Portanto, crianças 
que apresentam sibilância recorrente nem sempre são portadoras de asma. Essas crianças são chamadas 
de lactentes sibilantes; conversaremos sobre esse assunto logo mais.
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Situações sugestivas de asma em crianças menores de cinco anos (segundo o GINA e as Diretrizes de Sibilância e Asma 
no Pré-escolar, da ASBAI e SBP do ano de 2018):
• Presença recorrente de sintomas típicos de asma (dispneia, tosse, sibilância e sintomas noturnos). Sibilância na ausência 
de infecção respiratória.
• Os sintomas permanecem por mais de 10 dias após um episódio de infecção de vias aéreas superiores.
• Apresentar sintomas mais de três vezes por ano, ou episódios graves e/ou sintomas que pioram durante a noite.
• No período entre os sintomas, a criança apresenta tosse, dispneia ou sibilância quando ri, faz exercícios físicos ou brinca 
muito; sintomas acontecem sem associação com IVAS.
• Presença de fatores de risco para o desenvolvimento de asma, como: história familiar de atopia; sensibilização alérgica, 
história pessoal de alergia alimentar ou dermatite atópica;
• Melhora dos sintomas em resposta ao tratamento de controle empírico e piora após a suspensão do medicamento.
• Pais e/ou irmãos receberam prescrição e usaram medicação inalatória (broncodilatadores, corticoides) em algum 
momento no passado.
• História familiar de asma em parentes de 1º grau.
• Resposta a broncodilatador inalatório durante as crises de sibilância acompanhada e comprovada por médico.
• Exclusão de diagnósticos alternativos.
O GINA sistematizou a probabilidade de asma em crianças menores de 6 anos, veja:
SINTOMAS
(podem variar com o tempo)
Sintomas (tosse, sibilância, respiração 
difícil) por >10 dias durante infecção de 
vias aéreas superiores
Sintomas (tosse, sibilância, respiração 
difícil) por >10 dias durante infecção de 
vias aéreas superiores
Sintomas (tosse, sibilância, respiração 
difícil) por >10 dias durante infecção de 
vias aéreas superiores
2-3 episódios/ano
>3 episódios/ano, ou episódios severos 
e/ou piora durante a noite
>3 episódios/ano, ou episódios severos 
e/ou piora durante a noite
Assintomático entre os episódios
Criança apresenta tosse ocasional, 
sibilância ou desconforto respiratório 
entre os episódios
Criança apresenta tosse, sibilância ou 
desconforto respiratório quando brinca 
ou quando dá risadas
 
Sensibilização alérgica, dermatite atópica, 
alergia alimentar, ou história familiar de 
asma
Poucos têm asma Alguns têm asma A maioria tem asma
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CAI NA PROVA
SUS –SP 2021) Criança de 4 anos apresenta crises de sibilância desde os 4 meses. Atualmente as crises se tornaram mais frequentes, 
desencadeadas por infecções respiratórias, por contato com poeira ou por atividade física e melhoram com inalação com broncodilatador. 
No exame físico, a auscultapulmonar está normal, apresentando apenas eczema em fossas poplíteas e cubital bilateralmente. A principal 
hipótese diagnóstica é: 
A) Sibilância pós-viral
B) Asma de início precoce
C) Fibrose cística
D) Aspiração de corpo estranho
E) Alergia ao leite de vaca
COMENTÁRIO
Paciente de quatro anos apresenta episódios de sibilos desde os quatro meses de idade na presença de fatores desencadeantes e 
melhora com o uso de broncodilatador. Além disso, é portador de dermatite atópica (eczemas em fossas poplíteas e cubital). Qual é a principal 
hipótese diagnóstica? Sim, asma! 
Incorreta a alternativa A: A sibilância pós-viral não explicaria a sibilância por quatro anos e a piora dos sintomas com aeroalérgenos e na 
presença de esforço físico.
Correta a alternativa B O paciente é portador de asma (vide os critérios acima de diagnóstico para crianças menores de seis anos 
de idade).
Incorreta a alternativa C: O paciente portador de fibrose cística tem outros comemorativos associados, como emagrecimento, insuficiência 
pancreática, fezes esteatorreicas. 
Incorreta a alternativa D: Na aspiração de corpo estranho, geralmente há uma imagem radiológica mantida sempre no mesmo local, sem 
melhora com o uso de antimicrobiano. O tempo de quatro anos também fala contra esse diagnóstico.
Incorreta a alternativa E: Os sintomas mais frequentes da alergia alimentar são manifestações gastrointestinais e de pele, dificilmente essa 
está associada apenas a sintomas respiratórios.
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Fique atento, Estrategista, é comum que as bancas coloquem uma criança menor de seis anos com sintomas 
sugestivos de asma, perguntem se o paciente tem a suspeita da doença e qual é o melhor tratamento. Para 
responder a essas questões com tranquilidade, é preciso saber os critérios acima apresentados de sintomas 
sugestivos de asma em crianças menores de seis anos. No subtópico Tratamento vamos conversar sobre 
esse tipo de questão. 
Acabamos o tópico “diagnóstico”! Vamos, agora, seguir para o diagnóstico diferencial. Aos poucos, o assunto da asma vai tomando 
forma e ficando mais claro, não é mesmo? 
CAPÍTULO
7.0 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico de asma em crianças pequenas, principalmente em menores de quatro anos, é difícil. 
A falta de medidas objetivas da função pulmonar em crianças 
muito pequenas, assim como a prevalência relativamente alta de 
doenças congênitas e hereditárias que se manifestam com sibilância, 
tornam imperativo considerar o diagnóstico diferencial de doenças 
que cursam com sibilância antes de fazer um diagnóstico de asma 
apenas com base nesse sintoma. Em particular, outras causas de 
sibilância em crianças devem ser excluídas se houver falha em 
responder à terapia para asma ou se a história e/ou exame físico 
sugerirem diagnósticos alternativos.
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Abordaremos, agora, os possíveis diagnósticos diferenciais de asma. Veja a tabela abaixo:
Diagnóstico suspeito Sinais e sintomas Avaliação diagnóstica
Asma
História de sibilância recorrente, tosse e pelo 
menos resposta parcial ao broncodilatador.
História clínica e testes de função pulmonar.
Pneumonia
Paciente prostrado, história de febre, 
estertoração à ausculta pulmonar.
Clínico.
Radiografia de tórax na suspeita de complicação.
Doença de Refluxo 
Gastroesofágico
Sintomas às vezes relacionados a comer, 
como vômitos, recusa em comer, deficiência 
de crescimento e paciente irritado durante as 
mamadas. 
Nas crianças pequenas, o diagnóstico geralmente 
é clínico.
Tuberculose 
Tosse produtiva, prolongada, emagrecimento e 
história de familiares com os mesmos sintomas. 
Prova tuberculínica, radiografia de tórax, quadro 
de pontuação do Ministério da Saúde.
Sinusite
Quadro gripal prolongado, geralmente maior que 
10 dias.
Clínica.
Fibrose Cística
Tosse produtiva crônica, estertores com ou 
sem baqueteamento digital, deficiência de 
crescimento, infecções respiratórias recorrentes, 
síndrome disabsortiva.
Teste de cloreto no suor, teste genético.
Cardiopatias
Sinais de hipertensão pulmonar; edema cardíaco; 
e estertores crepitantes.
Consulta com cardiologista pediátrico.
Eletrocardiograma e ecocardiograma.
Laringite
Trata-se de um quadro agudo que acomete 
as vias aéreas superiores, manifestando-se 
principalmente com estridor inspiratório.
Clínico.
Corpo estranho
Início repentino de tosse e respiração ofegante. 
Geralmente a ausculta pulmonar é localizada.
História, exame físico, radiografia de tórax, 
broncoscopia rígida.
Bronquiolite
Pródromo viral, com rinorreia, tosse, obstrução 
nasal com evolução para dispneia por volta do 
terceiro dia de sintomas. Acontece em menores 
de 2 anos e o principal causador é o vírus sincicial 
respiratório.
Clínica. 
Podemos solicitar painel viral em alguns casos.
Alergia à proteína do 
leite de vaca
Os sintomas mais frequentes da alergia alimentar 
são manifestações de pele e gastrointestinais. 
Dificilmente está associada apenas a sintomas 
respiratórios.
Dieta de exclusão e teste de provocação oral.
 Fonte: Dados de: Dorkin HL. Respiração barulhenta. Em: Doença respiratória em crianças: Diagnóstico e Gestão, Loughlin GM, Eigen H (Eds), Williams e Wilkins 1994. 
p.171. Modificado.
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Vamos fazer uma questão sobre esse assunto!
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(FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS - FHEMIG 2018) Eliane, de 5 anos, vem apresentando tosse seca e irritativa há cerca 
de 4 semanas, que piora com exercício físico. Nega febre neste período. Nas últimas 12 horas apresentou piora da tosse, principalmente à 
noite, e falta de ar. Ao exame físico, o pediatra observou frequência respiratória de 55irpm, frequência cardíaca de 132bpm, saturação = 87%. 
À ausculta respiratória, foram observados sibilos bilaterais. Considerando os dados clínicos de Eliane, assinale a alternativa que apresenta o 
diagnóstico MAIS provável.
A) Asma, porque a tosse é especialmente noturna, sem sinais de infecção de vias aéreas. 
B) Pneumonia comunitária, porque houve piora dos sintomas nas últimas 12 horas. 
C) Sinusite, porque a tosse é seca e irritativa há cerca de quatro semanas.
D) O diagnóstico só pode ser feito após a análise de radiografia de tórax e hemograma
COMENTÁRIO 
O paciente é portador de asma – tosse há quatro semanas, com piora ao exercitar-se. Os sintomas também pioram à noite, com 
presença de dispneia. No momento, evoluiu para uma exacerbação de asma. 
Exacerbação de asma caracteriza-se por um aumento progressivo nos sintomas de tosse, sibilos, sensação de aperto no peito e dispneia, 
com risco de evoluir para insuficiência respiratória. Há mudança dos sintomas e da função pulmonar em relação ao basal do paciente (não se 
preocupe, veremos, em detalhes, a exacerbação logo mais).
Correta a alternativa A Como discutido, o paciente apresenta-se em crise de asma no momento.
Incorreta a alternativa B: A pneumonia na maioria dos casos manifesta-se com uma evolução mais rápida (não por quatro semanas, 
como no texto). Além disso, o paciente geralmente encontra-se com doença do parênquima pulmonar, apresentando gemência, ausculta 
pulmonar com estertoração e frequência respiratória elevada.
Incorreta a alternativa C: Esse paciente apresenta comprometimento de via aérea inferior, com sibilos, taquidispneia e dessaturação.
Incorreta a alternativa D: A radiografia de tórax e o hemograma não são prioritários no tratamento da crise de asma, devendo ser 
solicitados apenas se houver suspeita de complicação. 
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Que tal agora conversarmos sobre a avaliação da asma? Venha comigo! 
CAPÍTULO
8.0 AVALIAÇÃO DA ASMA
Vamos acordar e seguir juntos com muita atenção a partir daqui! Esse assunto ''despenca'' nas provas de ResidênciaMédica e você precisa estar com esse tema na ponta da língua. 
A classificação da asma é um importante parâmetro para escolhermos a medicação inicial mais adequada ao paciente 
e seu manejo (manutenção, aumento ou diminuição de drogas). Dessa maneira, em toda consulta devemos avaliar dois 
critérios para individualizar o tratamento: grau de controle da asma e o risco de advento futuros. 
A cada mudança de tratamento, devemos classificar o paciente durante 3 meses consecutivos também. Portanto, 
devemos sempre avaliar nos portadores de asma:
O grau de controle da asma e o risco de eventos adversos futuros. 
O conceito de risco abrange os vários resultados adversos associados à asma e ao seu tratamento. Isso inclui:
8.1 CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS ≥ 6 ANOS
A asma pode ser classificada em controlada, parcialmente controlada e não controlada, de acordo com a sintomatologia do paciente e 
uso de medicação de resgate nas últimas quatro semanas. Essa classificação avalia o grau de controle da asma. 
Os itens avaliados são: 
• presença de sintomas diurnos mais que duas vezes por semana; 
• presença de despertares noturnos por asma;
• necessidade do uso de medicação de resgate mais de duas vezes por semana;
• limitação das atividades do paciente por causa da asma.
Se estão presentes três a quatro itens, o paciente tem asma não controlada.Se um a dois itens presentes, tem asma parcialmente 
controlada. Se nenhum item estiver presente, asma controlada. Na asma controlada, todos os sintomas e os riscos futuros estão sob controle.
• exacerbações da asma;
• desenvolvimento pulmonar abaixo do ideal nas crianças;
• perda da função pulmonar ao longo do tempo;
• efeitos adversos de medicamentos para asma;
• história de ≥ 1 exacerbação(ões) no último ano é um fator de risco independente para exacerbações futuras, assim como a baixa 
adesão à medicação para asma, técnica inalatória incorreta, função pulmonar baixa, tabagismo (por exemplo, tabaco, cannabis) e 
eosinofilia no sangue.
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Veja:
Instrumento/itens Asma controlada Asma parcialmente controlada Asma não controlada
Sintomas diurnos>2x/semana
Nenhum item 1-2 itens 3-4 itens
Despertares noturnos por asma
Medicação de resgate>2x/semana
Limitação das atividades por asma
Rinite, sinusite, doença do refluxo gastroesofágico, obesidade, apneia obstrutiva do sono, depressão e ansiedade contribuem para o 
não controle da asma.
Os fatores de risco para eventos adversos futuros incluem o risco de exacerbação da asma, risco de desenvolver obstrução fixa ao fluxo 
expiratório e risco de efeitos colaterais ao tratamento. O risco futuro engloba as várias consequências negativas na evolução da asma e de 
seu tratamento.
Veja os fatores de risco para evolução para eventos adversos:
FATORES DE RISCO FUTURO PARA EVENTOS ADVERSOS
1. EXACERBAÇÃO (presença de um desses fatores de risco aumenta a chance de exacerbação da asma)
Uso excessivo de SABA (> 3 frascos/ano)
Má adesão terapêutica, não uso de corticoide inalatório, uso incorreto de dispositivos inalatórios
Obesidade, rinossinusite crônica, alergia alimentar confirmada 
Gravidez
Exposição ao tabagismo, alérgenos e poluição
Doença psiquiátrica ou problemas psicossociais
VEF1 < 60% do previsto
Eosinofilia persistente no sangue
≥ 1 exacerbação de asma no último ano
História de asma grave, com necessidade de intubação orotraqueal e internação em UTI a qualquer momento
2. Risco de desenvolver obstrução fixa ao fluxo expiratório
Prematuridade, baixo peso ao nascer ou ganho excessivo de peso durante a infância
Ausência do uso de corticoide inalatório
Exposição ao tabagismo, alérgenos e agentes irritantes
VEF1 inicial muito reduzido
Hipersecreção crônica de muco
Eosinofilia no sangue ou no escarro
3. Risco de efeitos colaterais de medicamentos
Sistêmicos: uso frequente de corticoide oral/endovenoso, uso prolongado de corticoide inalatório em alta dose
Locais: uso de corticoide inalatório em altas doses, uso incorreto do inalador
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O principal fator de risco para exacerbação da asma é estar com a doença não controlada.
Portanto, querido(a) colega, para manejar o controle da asma, devemos localizar os fatores de risco para eventos adversos.
8.2 CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS < 6 ANOS
Para obtermos informações das crianças menores de seis anos, dependemos das informações fornecidas pelos cuidadores. 
Observe a diferença da tabela abaixo para a tabela das crianças com idade MAIOR ou igual a seis anos. 
 Asma controlada
Parcialmente 
controlada
Não controlada
Sintomas diurnos com duração maior do que alguns minutos por 
mais do que 1 vez por semana
zero 1 a 2 3 a 4
Algum despertar noturno ou tosse noturna (mesmo sem despertar)
Necessidade de medicação de resgate>1 vez por semana
Limitação da atividade diária por asma (brincar)
Assim como no paciente mais velho, em pacientes menores de seis anos também devemos avaliar os riscos futuros. Contudo, aqui 
não contamos com os dados espirométricos, uma vez que as crianças menores não conseguem realizar o exame de espirometria de forma 
adequada. 
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FATORES DE RISCO PARA ADVENTOS ADVERSOS
1. Risco de exacerbação
Asma não controlada
Início das estações do ano mais associadas à crise de asma - outono e inverno
Exposição contínua a fatores desencadeantes, como tabagismo passivo, poluição e aeroalérgenos. O efeito de todas essas 
exposições tende a ser exacerbado na vigência de IVAS.
Má adesão à terapêutica de controle, uso incorreto de inaladores
Doença psiquiátrica ou problemas socioeconômicos na criança ou na família
≥ 1 exacerbação grave no último ano
2. Risco de desenvolver obstrução fixa ao fluxo expiratório
Asma grave com diversas hospitalizações
História de bronquiolite
3. Risco de efeitos colaterais de medicamentos
Local: dose moderada/alta de corticoide inalatório, uso incorreto dos dispositivos inalatórios, não lavar os olhos e rosto 
após o uso de corticoide inalatório por meio de máscaras faciais (risco de eritema e atrofia cutânea local)
Sistêmico: uso frequente de corticoide oral, alta dose de corticoide inalatório e uso prolongado
Você conseguiu chegar até aqui, que orgulho! Vamos praticar o conteúdo que vimos até agora?
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(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE GOIÂNIA - SCMGO 2018) Criança de 4 anos, asmática, apresentou sintomas diurnos uma vez na semana 
com necessidade de medicação de resgate uma vez, sem despertar noturno nem limitação às suas atividades. Com base na última atualização 
do GINA - Iniciativa Global para Asma em 2017, podemos afirmar que a Asma dessa criança está:
A) Asma bem controlada.
B) Asma parcialmente controlada.
C) Asma moderadamente controlada.
D) Asma não controlada.
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COMENTÁRIO
Classificamos a asma em: controlada, parcialmente controlada e não controlada, como aparece na tabela para os pacientes menores 
de seis anos apresentada acima.
Vamos avaliar nosso paciente:
• sintomas diurnos uma vez na semana;
• necessidade de medicação uma vez;
• sem despertar noturno ou limitação da atividade física. 
Portanto, o paciente apresenta asma bem controlada. 
Correta a alternativa A
Correta a alternativa D
(HOSPITAL SANTA MARTA - HSM - DF 2019 - Modificado) São fatores de risco para a exacerbação de crise:
A) A eosinopenia e o uso recorrente de beta 2 agonista de curta duração ("maior ou igual que" 3 frascos ao ano).
B) O volume expiratório forçado em 1 segundo > 60% do previsto e a obesidade.
C) A obesidade e a eosinopenia. 
D) A obesidade e o uso recorrente de beta-2-agonista de curta duração ("maior ou igual que" 3 frascos ao ano).
E) O volume expiratório forçado em 1 segundo> 60% do previsto e o uso recorrente de beta-2-agonista de curta duração ("maior ou igual 
que" 3 frascos ao ano). 
COMENTÁRIO
Incorretas as alternativas A e C. Eosinopenia não é fator de risco, mas sim eosinfilia.
Incorreta a alternativa B. O VEF1 < 60% representa fator de risco, e não > 60%.
Como observamos em nossa tabela acima.
Incorreta a alternativa E. O VEF1 < 60% representa fator de risco. 
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(Hospital de Olhos Aparecida – HOA - 2020) Paciente de 12 anos tem apresentado nas últimas 4 semanas sintomas de asma quase todos 
os dias. Desperta à noite com tosse, dificuldade respiratória e aperto no peito com frequência, usando mais de duas doses diárias de sua 
medicação de alívio. Sente-se tão indisposto que já evita atividades físicas comuns da idade, tudo isso, apesar de usar, de forma adequada o 
inalador de Fluticasona 250mcg de 12/12h. Como se pode classificar a asma de acordo com o controle dos sintomas?
A) Intermitente.
B) Não controlada.
C) Parcialmente controlada.
D) Bem controlada.
COMENTÁRIO
Vamos avaliar nosso paciente?
• sintomas de asma quase todos os dias;
• despertares noturnos;
• uso de medicação de resgate diariamente;
• limitação das atividades diárias. 
Portanto, nosso paciente encontra-se em asma não controlada.
Correta a alternativa B
Ainda preciso que você saiba que a asma pode ser classificada quanto a sua gravidade em: leve, moderada 
ou grave. Contudo, abordaremos esse tópico em tratamento, pois para saber essa classificação precisamos 
entender o tratamento da doença.
Tudo certo até aqui, querido(a) colega? Espero que sim!
Vamos seguir para o tratamento! 
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CAPÍTULO
9.0 TRATAMENTO
Estamos em uma das partes mais importantes da aula. Tratamento de manutenção e tratamento de exacerbação são 
os subtópicos mais cobrados dentro de asma. Nessa parte da aula, falaremos especificamente sobre o tratamento 
de manutenção da asma. No próximo tópico, falaremos sobre a crise aguda da asma. Esses dois tópicos são muito 
importantes e merecem uma abordagem individualizada. Continue atento! 
O tratamento da asma é baseado em medidas farmacológicas e não farmacológicas. As medidas não farmacológicas baseiam-se no 
controle do ambiente e de possíveis gatilhos para o paciente asmático.
Em relação às medidas não farmacológicas, o paciente deve ser orientado a:
• Manter o ambiente limpo, arejado e livre de mofo;
• Não varrer a casa ou tirar poeira dos móveis, apenas passar um pano umido no chão e nos móveis, de preferência, diariamente;
• Trocar constantemente roupas de cama e banho;
• Usar capa protetora (antimofo e antiácaro) nos travesseiros e colchões.
Veja como isso é cobrado nas provas:
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(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE Limeira – SCML - 2018) Quanto às medidas de controle ambiental para doenças alérgicas, são 
recomendadas, EXCETO:
A) Manter o quarto de dormir o mais ventilado e ensolarado possível. 
B) Posicionar camas e berços afastados das paredes. 
C) Limpeza do ambiente com aspirador de pó três vezes por semana. 
D) Eliminar o tabagismo do ambiente doméstico. 
COMENTÁRIO
Antes de aumentar ou modificar o tratamento de um paciente portador de asma, é necessário checar se ele tem realizado as medidas 
de controle do local onde reside, como a limpeza diária do ambiente, com pano úmido e aspirador de pó; trocar roupas de cama e banho 
diariamente; usar capas antialérgicas em travesseiros e colchão; extinguir fumantes; evitar mofos nas paredes; manter a casa sempre aberta 
e ventilada. 
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Incorretas as alternativas A, B e D: São medidas eficazes para o controle clínico das exacerbações de asma.
Correta a alternativa C medida incorreta e resposta da questão. É necessária a retirada de pó e limpeza de casa diariamente para 
evitar acúmulo de pó.
O tratamento da asma é baseado em:
• Medicações de controle
Usadas para diminuir a inflamação causada pela asma, controlar os sintomas e reduzir os riscos futuros, além de prevenir as exacerbações 
e evitar o remodelamento pulmonar. Devem ser usadas diariamente.
A principal droga é o corticoide inalatório.
• Medicações de resgate
São usadas nos pacientes em exacerbação de asma. 
Também podem ser usadas antes da prática de exercício físico para prevenção de broncoespasmo. O objetivo principal do tratamento 
de manutenção é eliminar o uso ou ao menos diminuir o uso da medicação de resgate. 
A principal droga é o beta2 agonista de curta duração inalatório.
• Terapias adicionais para os pacientes portadores de asma grave e refratária.
Os principais objetivos do tratamento da asma são:
• Alcançar um bom controle dos sintomas.
• Minimizar os fatores de risco de asma fatal, sua exacerbação e o remodelamento pulmonar (prevenção da limitação crônica ao 
fluxo aéreo).
• Minimizar os efeitos adversos dos medicamentos.
• Permitir que o paciente realize atividades corriqueiras.
Os quatro componentes essenciais do manejo da asma são:
• Educação do paciente.
• Controle dos gatilhos desencadeantes de asma.
• Monitoramento de mudanças dos sintomas ou da função pulmonar.
• Terapia farmacológica. 
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O tratamento eficaz da asma requer uma parceria entre o paciente e o médico cuidador. Isso permite que o paciente obtenha o 
conhecimento, a confiança e a habilidade para assumir um papel importante no manejo de sua asma. 
Isso é muito importante, pois o principal motivo do não controle da asma é a falta de adesão ao tratamento. 
Dessa forma, em toda consulta de um paciente asmático, devemos checar:
• O tratamento farmacológico.
• Realizar e reforçar a educação do paciente sobre a asma.
• Fazer um plano de ação por escrito.
• Treinamento do uso do dispositivo inalatório e a revisão da técnica inalatória.
Lembre-se, querido(a) aluno(a), de que o GINA define a gravidade da asma de um paciente com base no nível de tratamento necessário 
para controlar os sintomas e exacerbações, avaliados retrospectivamente, mas incorpora a frequência, a gravidade dos sintomas e o risco de 
exacerbação na abordagem para o início da terapia. 
9.1 MEDICAMENTOS E ESTRATÉGIAS PARA CONTROLAR OS SINTOMAS E REDUZIR OS 
RISCOS - TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO DA ASMA
Vamos conversar mais detalhadamente sobre algumas medicações no tratamento da asma.
9.1.1 CORTICOIDE INALATÓRIO (CI)
A base do tratamento de manutenção (controle) da asma 
é o corticoide inalatório (associado ou não a um beta2-agonista 
de longa ação nos pacientes maiores de seis anos de idade). Ele 
revolucionou o tratamento da asma com sua ação anti-inflamatória, 
sendo o tratamento de escolha e a primeira linha. Essa medicação 
diminui as taxas de hospitalização por exacerbação e melhora a 
função pulmonar, evitando o remodelamento pulmonar e perda de 
função pulmonar. 
Não existe tratamento de asma sem o uso de corticoide inalatório.
O corticoide inalatório é seguro e os efeitos colaterais são 
mínimos se usados de forma correta e na dose adequada. O fato 
de essa medicação ser inalada propicia menos efeitos colaterais 
sistêmicos que o uso sistêmico, além de agir diretamente na via 
aérea.
A diminuição da velocidade de crescimento e os impactos 
no metabolismo ósseo são os efeitos adversos mais temidos, 
contudo, o verdadeiro impacto desse tratamento deve ser avaliado 
e ponderado caso a caso. Quanto à candidíase oral, esta pode 
ocorrer se o paciente não for orientado a lavar a boca após o uso 
1 Loke YK, Blanco P, Thavarajah M, Wilson AM. Impact of Inhaled Corticosteroids on Growth in Children with Asthma: Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS One. 2015 Jul 20;10(7):e0133428.
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do medicamento.
Devemos ter como premissa que deve ser utilizada a menor dose possível de CI para que se alcance o controle da asma, sendo 
assim, a avaliação médica periódica é fundamental e permite a otimização do uso desse medicamento em crianças 1.
Além disso, o corticoide inalatório deve ser sempre utilizado com espaçador, capaz de reter partículas maiores 
que o aerossol, impedindo que elas se depositem na cavidade oral, esse cuidado também é capaz de prevenir a candidíase. 
É importante que você saiba as doses preconizadas de corticoide inalatório para cada idade. Classificamos essas doses em 
baixa, média ou alta. Veja as doses para crianças ≥ 6 anos (de seis a 11 anos):
Corticoide Tipo de dispositivo Dose baixa (µg/dia) Dose média (µg/dia) Dose alta (µg/dia)
Dipropionato de 
Beclometasona
DPI, HFA 100-200 200-400 > 400
Budesonida
DPI
Flaconetes
100 a 200
250 a 500
 200 a 400
 500 a 1000
> 400
> 1000
Propionato de 
Fluticasona
DPI 50-100 100-200 >200
Furoato de 
Mometasona
DPI 110 200
Veja agora as doses apropriadas para as crianças menores de seis anos: 
Corticoide Tipo de dispositivo Dose baixa (µg/dia) Idade
Dipropionato de 
Beclometasona
HFA 50-100 ≥ 5 anos
Budesonida Flaconete 500 ≥ 6 meses
Propionato de Fluticasona HFA 50 ≥ 4 anos
Furoato de Mometasona DPI 100 ≥ 4 anos
Fonte : GINA 2021
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9.1.2 SABA (BETA2 AGONISTA DE CURTA AÇÃO)
O principal SABA é o Salbutamol, um broncodilatador capaz de relaxar a musculatura lisa brônquica e reverter o broncoespasmo. 
Diferente do corticoide, não diminui a taxa de inflamação pulmonar e não influencia no remodelamento brônquico. Portanto, não deve ser 
usado para o tratamento de manutenção, apenas para4 exacerbações de asma.
Falaremos com mais detalhes sobre os beta2 agonistas de curta duração no Tópico sobre Exacerbação de asma.
9.1.3 LABA (BETA2 AGONISTA DE LONGA AÇÃO)
O beta2-agonista adrenérgico de longa ação, assim como o beta2-agonista de curta duração, é um broncodilatador. Não deve ser usado 
isoladamente no tratamento de manutenção, pois não diminui a taxa de inflamação brônquica. Tais medicamentos têm meia vida longa, 
geralmente de 12 horas. Exemplo: Salmeterol e Formoterol.
O LABA geralmente é associado ao CI quando esse medicamento sozinho não é capaz manter o paciente controlado. 
9.1.4 ASSOCIAÇÃO DE BUDESONIDA COM FORMOTEROL
O GINA de 2021 traz uma nova opção de controle da asma para crianças de 6 a 11 anos por meio da associação de 
budesonida e formoterol que caracteriza a terapia MART (maintenance and reliever therapy), ou seja, essa associação é 
utilizada para controle e alívio dos sintomas.
9.1.5 ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE LEUCOTRIENO
O antileucotrieno é um medicamento antagonista dos receptores cisteínicos dos leucotrienos cujo principal representante é o 
Montelucast. Ele é capaz de reduzir a inflamação brônquica e evitar o remodelamento pulmonar.
Seu efeito não é inferior ao CI no controle da asma, porém tem menor ação na redução das exacerbações. O Montelucast pode ser 
associado ao CI como outra opção de tratamento da asma. Pacientes não controlados com CI + LABA também podem beneficiar-se da 
associação com o antileucotrieno. 
Dose: 
• pacientes de 2 a 5 anos de idade: 4 mg; 
• de 6 a 14 anos: 5 mg; 
• ≥ 15 anos: 10 mg.
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9.1.6 OUTRAS MEDICAÇÕES
1. Tiotrópio
É um anticolinérgico de meia vida longa e atua no broncoespasmo da asma (com menor eficiência do que os beta adrenérgico). É capaz 
de diminuir a secreção de muco na via aérea. 
Esse medicamento pode ser associado, como alternativa, em pacientes que estão em uso de CI + LABA, mas não atingiram o controle 
da asma na etapa IV do tratamento. 
Usado em pacientes com idade maior ou igual a 6 anos.
2. Cromonas
O Cromoglicato já foi muito usado para controle de asma em crianças. Atualmente, está em desuso por causa do corticoide inalatório. 
Algumas desvantagens: 
• várias administrações diárias;
• necessidade de lavagem constante de seus dispositivos.
3. Omalizumabe
É o anticorpo monoclonal anti-IgE. Está indicado para pacientes com idade maior ou igual a seis anos, que possuam níveis elevados de 
IgE no sangue e pouca resposta ao uso de CI + LABA. 
Essa medicação é capaz de diminuir as taxas de exacerbações e melhorar o controle da asma.
4. Mepolizumab (anti-interleucina 5):
É uma medicação injetável utilizada a cada 4 semanas para crianças de 6 a 11 anos que pode ser utilizada em pacientes com asma 
severa que não obtiveram controle com as etapas iniciais do tratamento.
Seu mecanismo de ação é através da ligação com a interleucina 5 circulante, reduzindo a sobrevivência dos eosinófilos. Os dados a 
respeito de sua eficácia em crianças são limitados até o momento.
Portanto, as seguintes medicações têm como principal função controlar a inflamação da asma:
• corticoide inalatório;
• antileucotrienos;
• anti-IgE;
• anti-interleucina 5;
• cromonas.
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Tudo bem até aqui, querido(a) Aluno(a)? Então, vamos entender as etapas de tratamento da asma, dividindo os pacientes por idade: 
os maiores de cinco anos e os menores de seis anos. 
9.2 MEDICAMENTOS E ESTRATÉGIAS NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS DE 
IDADE 
O tratamento da asma é feito com base em uma escala terapêutica, que vai de 1 até 5, em que a intensidade e a posologia dos fármacos 
são progressivas. Sempre que iniciamos uma terapia continuada em um paciente asmático, devemos avaliá-lo após dois a três meses do uso 
da medicação de controle. Podemos subir, descer ou manter no mesmo patamar da escala terapêutica. Se o paciente persistir com asma não 
controlada ou parcialmente controlada, antes de aumentar a dose dos medicamentos, é preciso rever:
• Se a técnica de uso do inalador está correta;
• Aderência do paciente ao tratamento;
• Exposição persistente a agentes alérgenos/irritantes, como tabaco e poluição;
• Comorbidades subjacentes que ajudam a piorar o quadro pulmonar;
• Se o diagnóstico de asma está correto.
"Mas, professora Lígia, se o tratamento da asma é baseado em uma escada de 5 degraus, como saberei por que degrau devo começar?" 
Veja esta tabela retirada do Gina 2021:
Sintomas Tratamento inicial preferencial
Sintomas infrequentes, menos que duas vezes por mês. Sem 
fatores de risco para exacerbação.
Etapa 1
Dose baixa de corticoide inalatório (CI) quando utilizar o SABA
Outras opções: CI diário em dose baixa 
Sintomas de asma 2 vezes por mês ou mais, mas não diariamente
Etapa 2
Dose baixa de CI diariamente (SABA quando necessário)
Outras opções: antileucotrieno diariamente (menos efetivo); 
OU
Dose baixa de CI quando utilizar SABA
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Sintomas intensos de asma na maioria dos dias, ou despertares 
noturnos devido a sintomas de asma uma vez por semana ou 
mais.
Etapa 3
Dose baixa de CI + LABA (SABA quando necessário) OU
Dose média de CI (SABA quando necessário) OU
Dose muito baixa de CI-formoterol como manutenção e res-
gate (MART)
Outras opções: dose baixa de CI + antileucotrieno diariamente 
(SABA quando necessário).
Sintomas de asma na maioria dos dias, ou despertares por asma 
uma vez por semana ou mais, e alteração da função pulmonar
Etapa 4
CI em dose média + LABA (SABA se necessário) OU
Dose baixa de CI-formoterol para manutenção e resgate 
(MART)
deve-se encaminhar para especialista.
Outras opções: associar tiotrópio ou antileucotrieno
Pacientes não controlados nas outras etapas. 
Etapa 5
Encaminhar para fenotipagem; dose alta de CI+LABA, 
associar ou não Anti-IgE.
Outras opções: adicionar anti-interleucina 5 OU
Dose baixa de corticoide oral (considerar os efeitos colat-
erais)
Atenção para as doses de CI+ formoterol:

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