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Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 1 ► Pediatria Ambulatorial – 5ª Edição – Leãoet al ► Aulas ► Semiologia da Criança e do Adolescente – Puccini e Hilário ► Semilogia da Criança e do Adolescente – Martins, Viana, Ferreira et al ROTEIRO DE ANAMNESE E EXAME FÍSICO Roteiro de Anamnese 1. Identificação 2. Informante: Anotar o nome e a ligação do acompanhante com a criança, no final da consulta descrever as características desse acompanhante (bom informado, confuso, prolixo, omisso, pessimista) 3. Queixa Principal 4. História da Moléstia Atual 5. Anamnese Especial: Geral, COONG, SR, SCV, SD, SGU, SL, SN 6. História Pessoal ou Pregressa: Gestação e Parto: paridade da mãe (GPA); se a gravidez foi desejada e bem- aceita; consulta de pré-natal (pedir para ver o cartão de pré-natal), exames realizados, ultrassonografias, medicamentos e vacinas recebidos, intercorrências; características do parto como idade gestacional, local e tipo de parto (se cesário, qual indicação); condições do nascimento – apgar, peso, estatura, perímetro encefálico e torácico (ver caderneta de saúde da criança) e resultados do teste do pezinho, teste do olhinho e triagem auditiva neonatal. Período Neonatal: alojamento conjunto ou berçário, necessidade de incubadora, oxigenoterapia, transfusão de sangue, fototerapia, icterícia e outras intercorrências. Alimentação Pregressa e Atual: aleitamento materno e início de desmame; preferências e intolerâncias; atitude e avaliação dos pais em relação à alimentação do filho; hábitos alimentares e merenda escolar. Vacinação: verificar caderneta de vacinação da criança. Desenvolvimento Neuropsíquico e Emocional: anotar a época de aquisição das habilidades e atitudes, controle de esfinceres, escolaridade, características do sono, atividades diárias (lúdicas e sociais), relacionamento com os pais, colegas e adultos, desenvolvimento da sexualidade; procurar conhecer o ambiente da criança: casa, segurança, animais, possibilidade de lazer; Crescimento: ver a caderneta de saúde da criança e analisar a curva de crescimento. Medicamentos: questionar se a criança faz uso de medicamentos. Banho de Sol: investigar sobre a exposição ao sol. Doenças Anteriores: internações, cirurgias, acidentes. 7. História Familiar: Anotar informações sobre a idade, profissão e escolaridade e saúde dos pais, irmãos e familiares mais próximos, além de cosanguinidade, doenças heredofamiliares; perguntar sobre o uso de drogas, fumo ou álcool. 8. História Social: Perguntar sobre renda familial mensal; composição familiar, habitação (interrogar sobre o local que o paciente dorme). Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 2 Os dados sobre gestação e evolução podem ser obtidos de forma mais sucinta quando as crianças são mais velhas, mas devem ser detalhadas na avaliação dos primeiros anos de vida e, sempre que possível, verificar cartão do pré-natal. Dependendo da idade, alguns antecedentes mórbidos podem perder sua importância e deve- se considerar que, principalmente no início da vida, a criança adoece mais e, em geral, por doenças benignas e autolimitadas. Portanto torna-se importante analisar o risco desses problemas sobre seu processo de crescimento e desenvolvimento. Nos adolescentes, amplia- se a investigação sobre gravidez, doenças venéras e outros. Exame Físico Abordagem ao paciente/acompanhante: explicar os procedimentos que serão realizados, de forma clara e gentil. Mensuração Medir o comprimento, peso, perímetro cefálico, temperatura, frequência cardíaca e respiratória, pulso, pressão arterial. → UTILIZAR TABELAS Ectoscopia 1. Avaliar o Estado Geral da Criança 2. Mucosa, pele e subcutâneo – pigmentação, erupção, desmacações, edema, textura, etc 3. Unhas e Cabelos 4. Linfonodos 6. COONG – INSPEÇÃO Face: fáceis, observar paralisias, conformação do crânio; Orelha: forma e implantação do pavilhão auricular, secreção; Olhos: verificar esclera e conjuntiva e córnea,estrabismo, paralisias e pupilas; Nariz: forma, batimento das asas nasais, aspecto da mucosa, secreções, obstrução e septo nasal; Boca e Garganta: avaliar a palidez, os lábios, dentes, gengivas, lingua, palato, amigdalas; Pescoço: verificar o tamanho, presença de pterygium, edema, tireoide, vasos, linfonodos, rigidez na nuda e sinal de brudzinski; - PALPAÇÃO Crânio: conformação, fontanelas, suturas; Orelhas e mastoide: sensibilidade; Nariz: sensibilidade, desvio de septo, fraturas; Pescoço: tumorações, ridigidez, musculatra, palpação da traqueia e tireoide; Linfonodos: localização, número, tamanho, consistência, mobilidade; - PERCUSSÃO Cabeça (pouco utilizada) - AUSCULTA Pescoço: sopros e crepitações; Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 3 7. Tórax (=adulto, com as seguintes peculiaridades) - INSPEÇÃO Observar forma, simetria, tiragens, tipo de respiração, frequência, verificar o ictus cordis e abaulamentos da área cardíaca, observar desenvolvimento das mamas, simetria e sinais inflamatórios, ginecomastia; - PALPAÇÃO Linfonodos: sub e infraclaviculares, axilares e intercostais; Mamas: calor, sensibilidade e tumorações; - EXPANSIBILIDADE - PERCUSSÃO - AUSCULTA Verificar sons respiratírios e bulhas cardíacas; 8. Abdome (=adulto, com as seguintes peculiaridades) - INSPEÇÃO Avaliar a cicatriz umbilical e diástase dos músculos reto abdominal; - AUSCULTA - PALPAÇÃO Na palpação profunda, avaliar o anel e a cicatriz umbilical, a presença de hérnias umbilicais e inguinais. 9. Região Anorretal -INSPEÇÃO Analisar a fosseta anal e se o ânus está perfurado; - PALPAÇÃO Verificar o tônus do esfíncter; 10. Genitália - INSPEÇÃO Observar ambuiguidade, corrimento uretral e vaginal, epispádia e hipospádia, fimose, hidrocele, hérnias e testículos; - PALPAÇÃO Hérnias, testículos (localização, consistência, sensibilidade); 11. Extremidades - INSPEÇÃO Verificar lesões de pele, colorações, articulações, movimentos anormais, musculatura, tipo de marcha, tamanho e simestria dos membros. - PALPAÇÃO Avaliar musculatura, articulações, pulsos, edema, motilidade, perfusão capilar; Manobras de Ortolini e Barlow nos lactentes; Pesquisa de Reflexos; - PERCUSSÃO Pesquisa de Reflexo 12. Coluna Cervical Avaliar postura e curvaturas; Avaliar a presença de espinha bífida, fístulas, tufos capilares; 13. Sistema Nervoso e DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor) Verificar estado de consciência, postura, cabeça, olhos e pupila, sinal do sol Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 4 poente, colunam pares cranianos, reflexos passivos e ativos, finais de meningismo, final de romberg; 14. Comportamento Observar se ela é comunicativa ou tímida, ativa ou passiva durante a anamnese e o exame físico; se demonstra medo do médico e do exame; verificarse manifesta crise de de birras, hiperatividade, desobediência e rebeldia; Observar se a mãe é autoritária, permissiva, insegura, superproterores, etc; CUIDADOS COM O RN (► e ► e ►) É na primeira semana de vida, em especial no primeiro dia de vida (representando 25%), que se concentram as mortes infantis no País. A anamnese gestacional é importante para reconhecer aquele RN com riscos pré, peri e pós natais. Reconhecimento do RN de risco: • Baixo nível socioeconômico. • História de morte de criança menor de 5 anos na família • Criança explicitamente indesejada. • Mãe adolescente (< 20 anos). • RN pré-termo (< 37 semanas). • RN com baixo peso ao nascer (< 2.500g). • Mãe com baixa instrução (< 8 anos de estudo). • APGAR abaixo de 7 no 5º minuto •Doenças e infecções maternas • DPP • + de 18 horas de bolsa rota Reconhecimento de RN de alto risco: 1. RN com asfixia grave (APGAR <7 no 5º minuto) 2. RN pré-termo com peso ao nascer <2000g 3. RN<35 semanas de IG 4. RN com outras doenças graves Classificação do Recém-Nascido IDADE CORRIGIDA PARA PREMATUROS (até 2 anos) Faz: DNPN e antropometria Não Faz: vacinação e alimentação Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 5 Quanto ao peso ao nascer: RNBP (abaixo de 2.500) e RNGP (acima de 4.500). Quanto a idade gestacional: pré-termo (IG menor de 37 semanas), termo (37-41 semanas completas e 6 dias), pós-termo (IG de 42 semanas ou mais). Quanto a relação peso e idade ao nascer: PIG se o RN tem PN baixo de 10% e GIG se o peso estiver acima de 90%. Exame Clínico do Recém-Nascido O exame físico na sala de parto é sumário de a criança nasceu vigorosa. O primeiro exame deve ser realizado até 12 horas, coma a presença dos pais se a criança parecer saudável. Como regra, o RN como um todo ou em seus segmentos corporais admite um exame que vai do externo para o interno e no sentido crânio-caudal. Inspeção, palpação, percussão e ausculta devem ser aplicadas nos diversos segmentos examinados. Aspectos especiais da anamnese Antes do nascimento, o pediatra realiza a histórica pregressa, que incui dados familiares e maternos, além de eventos durante a gestação e parto. Essas condições podem estar associadas à possibilidade de doença no recém-nascido. A anamnese gestacional deve conter: Idade, escolaridade e profissão da mãe Doenças prévias Uso de álcool, tabaco e outras drogas Paridade e consanguinidade Uso de medicamentos Sorologias (Toxoplasmose, Hepatite B HBsAg, Sífilis VDRL, HIV, Bacteriúria e Streptococcus). Obs.: só fazeos daquelas doenças que passam para o feto e são passíveis de tratamento. Consultas de pré natal (mínimo 6) Reposições: ácido fólico (fechamento do tubo neural) e sulfato ferroso Na história do parto devemos pesquisar a ID ao nascimento, tipo de parto com suas indicações e intercorrências, peso, comprimento, PC e APGAR. Exame/Testes do RN Teste do Coraçãozinho: Antes da Alta Teste do Olhinho: Antes da alta Teste da Linguinha: Antes da alta Teste da Orelhinha: De 24 horas a 3 meses Teste do Pezinho: Entre 3º-5º dias Exame Clínico Exame Físico Geral (Antropometria) A avaliação do peso, comprimento, perímetro encefálico, perímetro torácico e o perímetro abdominal deve ser feita ao final do exame físico, já que pode gerar desconforto pra criança. Para o RN a termo, o comprimento varia entre 45 e 51 cm, nas meninas e de 45 a 55 cm nos meninos. A média do perímetro encefálico no RN a termo é de 32 a 36 cm. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 6 Pele Ao nascimento, a coloração da pele é róseo-avermelhada com vérnix caseoso durantes as primeiras horas de vida. A partir do segundo dia de vida, surge um grau variável de descamação fisiológica. A palidez da pele é sinal de anemia, hipoperfusão sanguínea ou hipoxemia. A icterícia tem progressão cefalo-caudal e denota hiperbilirreubinemia , cerca de 2/3 dos RN apresentam icterícia fisiológica na primeira semana de vida (as icterícias patológicas normalmente aparecem antes do 3º dia, enquanto as fisiológicas aparecem depois do 3º dia). As dermatoses aparecem em 99% dos RN podendo ou não ter algum significado clínico patológico. Deve-se avaliar: Textura, Umidade, Cor, Presença de milium, Presença de lanugo, Presença de vérnix, Presença de mancha mongólica, Presença de icterícia. COONG No exame físico do crânio, observam-se sua forma e dimensões e realiza-se a palpação para avaliar partes moles, suturas e fontanelas. A fontanela anterior possui de 1-5 polpas digitais e fecha com 18 meses, já a fontanela posterior possui de 1-2 polpas digitais e se fecha com2 meses. O abaulamento das fontanelas indica aumento da PIC (choro, febre, hipervitaminose A e meningite), a retração indica desidratação ou desnutrição. Caput succedaneum, ou bossa serossanguinoleta, é detectado ao nascimento como edema sobre a área de apresentação durante o trabalho de parto, trata- se de um derrame seroso eu se desenvolve entre o couro cabeludo e o periósteo nos recém nascidos que; tem limites amplos e imprecisos e não respeita os limites das suturas. Cefaloematoma é uma tumefação firme e flutuante, na maioria das vezes única, que aparece no 2º ou 3º dia de vida sobre um osso craniano, não transpondo os limites das suturas e indicando hemorragia subperióstea. A ênfase no exame ocular do RN é na estrutura e aparência do olho e das regiões subjacentes. O exame inclui a observação do tamanho, forma e posição dos olhos e a demonstração de que a criança parece ter visão pela reação à luz. Pode-se observar hemorragia subconjuntival, icterícia e fenda. O teste do reflexo vermelho é simples e rápido, devendo ser pesquisado nas primeiras horas ou dias de vida para diagnóstico de retinoblastoma (mais comum tumor intra- ocular na infância apresentando alta malignidade). Cada orelha deve ser examinada para avaliar sua forma, tamanho, posição e presença do canal e deformidades. Deve-se observar se o RN responde piscando os olhos à emissão de um ruído próximo ao ouvido (reflexo cócleo-palpebral). Independentemente do resultado é obrigatório o rastreamento da deficiência auditiva por meio de medidas fisiológicas da audição (teste da orelhinha). O nariz é avaliado em sua forma, tamanho, tamanho do filtro, definição do sulco nascolabial e permeabilidade. A permeabilidade do nariz é avaliada pela passagem de uma sonda pelas narinas numa distância de 3 a 4 cm ou colocando um filete de algodão na abertura do nariz observando seu movimento (a obstrução pode indicar atresia de coanas). A presença de Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 7 secreção piossanguinolenta nas primeiras semanas de vida pode ser decorrente de sífilis congênita. Na boca observamos a presença de fenda no palato, pérolas de Epstein (pequenos nódulos brancos ao longo da linha média do palato), lábio leporino e desvio de comissura. Pescoço O pescoço deve ser estendido para verificar a presença de fendas, cistos e massas. O torcicolo congênito apresenta-se como tumoração indolor, dura e fibrosa situada dentro do músculo ECM, com o encurtamento do músculo, a cabeça fica inclinada para o lado afetado e o mento voltado para o lado oposto. Tórax Perímetro torácico é 2 cm menor que o cefálico, essa assimetria pode estar associada à malformação cardíaca, pulmonar, da coluna e do arcabouço costal. Os mamilos e as glândulas mamárias: crescem com a idade gestacional e em RN a termo medem, à palpação, cerca de 1cm. Essa hipertrofia bilateral das glândulas mamárias decorrente de estímulo estrogênico materno. Em algumas dessas crianças, meninos ou meninas, pode-se observar secreção de leite. Semiologia Respiratória Respiração: padrão toraco abdominal. Frequência respiratória média é de 40 a 60 incursões porminuto (contada em 1 minuto). Acima de 60 caracteriza a taquipneia, que deve ser investigada. Presença de tiragem intercostal supra e infraesternal é anormal, mesmo em RN prematuros. Utilizamos a tabela a seguir para analisar a dificuldade respiratória do RN. Semiologia Cardíaca A frequência cardíaca varia, em média, de 120 a 140bpm. RN em repouso com frequência cardíaca acima de 160bpm (taquicardia) devem ser mais bem avaliados. Na ausculta cardíaca do RN, sopros ou arritmias podem ser transitórios. Sopro sistólico no nível do terceiro ou quarto espaço intercostal, ao longo da borda esternal esquerda, nas primeiras 48 horas de vida, pode ser verificado em RN a termo. Quando é um achado isolado, sem outros sinais associados, como taquicardia, taquipneia ou cianose, costuma não ter repercussão clínica e, Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 8 em geral, desaparece nos 3 primeiros meses de vida. A ausência de sopros não afasta cardiopatia, já que em cerca de 20% das cardiopatias congênitas graves não se auscultam sopros de imediato. Abdome No RN, a inspeção é a principal ferramenta propedêutica do exame físico do abdome. À inspeção, o abdome do RN apresenta-se semi- globoso. Abdome globoso, distendido, com ondas peristálticas visíveis sugere obstrução. Abdome escavado é sugestivo de hérnia diafragmática. No exame do coto umbilical, observam-se duas artérias e uma veia. A queda do coto umbilical ocorre em geral na 2ª semana de vida. A palpação do abdome mostra que em condições normais não se encontram massas abdominais e é possível a palpação da borda do fígado a cerca de 2cm a 2,5 cm do rebordo costal direito, na linha mamilar; o baço que pode ser palpado em até 1/5 dos RN e deve-se pesquisar infecção congênita; os rins podem ser palpáveis principalmente em prematuros (rins aumentados sugerem doença policística). Os principais defeitos da pararede abdominal incluem a onfalocele e a gastroquise. A onfalocele aparece como um saco, na base do coto umbilical, resultante de defeito congênito do anel umbilical; o conteúdo umbilical herniado é envolto por membrana que consiste em peritônio e membrana amniótica. Já a gastroquise é um defeito da parede abdominal para umbilical em que o conteúdo abdominal herniado não apresenta proteção do saco peritoneal. Região Inguinal e Genital No RN do sexo feminino, em particular no prematuro, os lábios maiores são pouco desenvolvidos, não fecham o vestíbulo, e os lábios menores fazem saliências entre eles; o clitóris é relativamente proeminante. Algumas vezes, nota-se a presença de secreção vaginal de aspecto catarral ou sangüínea; trata-se de fenômeno fisiológico decorrente da passagem transplacentária de hormônios maternos e desaparece espontaneamente até o fim do 1° mês. Considera-se como hidrometrocolpos o acúmulo de secreção vaginal e uterina por estimulação estrogênica excessiva intra-útero, acompanhada de obstrução do trato genital (atresia vaginal, membrana vaginal ou imperfuração do hímen). No RN do sexo masculino o pênis vai de 2 a 3 cm e a glande é encoberta. Inspecionar a bolsa escrotal quanto ao aspecto da ele, cor, rugas, edema e equimoses. No recém-nascido, o escroto 1 relativamente grande. O acúmulo de líquido na túnica vaginal que envolve os testículos, manifestando-se sob a forma de tumefaçâo cística, mole e normalmente indolor, é conhecido como hidrocele. É resultante da persistência ou obliteração incompletado conduto peritônio-vaginal. Palpar ao longo do canal inguinal e, se alguma massa for notada, verificar a textura, consistência e dimensão, observando a presença de peristalse intestinal e de ruídos hidroaéreos. Também pode-se achar criptorquidia e testículo retrátil. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 9 Deve-se constatar a verificação da permeabilidade anal. Tal exame deve ser incluída na rotina do primeiro exame após o nascimento. Sistema Músculo Esquelético O exame da coluna inclui a observação de curvaturas anormais e alterações cutâneas indicativas de deformidades subjacentes. Em alguns casos, tufos de pêlos longos, nevo pigmentado, hemangioma ou lipoma na linha média da região inferior da coluna indicam a presença de espinha bífida oculta. As extremidades devem ser avaliadas para simetria tamanho, amplitude de movimentação ativa e passiva e deformidades óbvias. Intra-útero, os pés raramente ficam em uma posição neutra, e algumas vezes é difícil determinar se existe uma anormalidade estrutural ou apenas uma deformidade postural transitória. O pé torto congênito (eqüinocavovaro) é uma anomalia do desenvolvimento de todo o pé; é facilmente reconhecido pela sua rigidez, a qual o diferencia do pé eqüinovaro postural, que é flexível e pode ser levado para uma posição neutra sem dificuldade. O quadril deve ser avaliado para detectar a presença de luxação. A luxação de quadril ocorre mais freqüentemente em mulheres com apresentação pélvica ao termo da gestação e que têm história familiar. Freqüentemente é unilateral, sendo o quadril esquerdo o mais afetado, mas pode ser bilateral. As pernas devem ser simétricas em comprimento quando estendidas ou quando os joelhos estão fletidos e os pés apoiados sobre o leito; o comprimento desigual sugere deslocamento da perna mais curta. Para o diagnóstico da luxação de quadril, deve-se realizar a manobra de Barlow (abduz o quadril enquanto se aplica pressão sobre o joelho, direcionando a força posteriormente) para identificar se a articulação é luxável, se positivo, fazemos a manobra de Ortolani, que é feita com o quadril e os joelhos fletidos, o terceiro dedo sobre o trocanter maior e o polegar sobre o trocanter menor, para ver se a articulação está luxada. Enquanto a coxa é abduzida, uma pequena pressão aplicada sobre o trocanter maior dirige a cabeça do fêmur que está deslocada para o acetábulo, produzindo uma sensação de ressalto. Sistema Nervoso O exame neurológico consiste principalmente na avaliação do comportamento, tônus muscular e reflexos de desenvolvimento do RN. Até 3 meses, o RN possui postura hipertônica com flexão dos membros. Reflexos: 1. O Reflexo de Moro pode ser desencadeado por uma variedade de estímulos, incluindo barulho intenso, movimentos súbitos. Os movimentos criados por esses estímulos consistem na extensão e abdução dos membros superiores com abertura das mãos seguidas de adução e flexão dos membros superiores e choro audível. Presente até 6 meses. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 10 2. O Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico, também conhecido como reação do esgrimista, é desencadeado pela rotação da cabeça e consiste na extensão dos membros superiores para o lado em que a cabeça é girada e flexão dos membros superiores do lado occipital. Presente de 4 a 6 meses. 3. Reflexo da Busca: O toque da pele perioral promove o movimento da cabeça em direção ao estímulo, abertura da boca e tentativa de sucção do dedo. Presente até 2 meses, depois torna-se voluntário. 4. Reflexo de Preensão Palmar: consiste na resposta à tração dos músculos flexores dos membros superiores que levam à suspensão da criança do leito com a cabeça semi-ereta. Presente até 6 meses. 5. O Reflexo da Preensão Plantar: é deflagrado pela pressão dos dedos do examinador sobre a parte anterior das plantas dos pés. Presente até 8 meses. 6. Reflexo Cutâneo Plantar: pode ser desencadeado pelo passar dos dedos delicadamente na superfície plantar do pé. Caso positivo há extensão dos dedos. Permanece até 2 anos e vira Babinski. 7. O Reflexo da Marcha Reflexa: é provocado pelo contato da planta do pé com a superfície, que resulta em marcha automática. Esse reflexo é difícil de ser obtido com o recém-nascido dormindo ou chorando ou naqueles com depressão cerebral. Presente até 2 meses.8. Reflexo de Fuga à Asfixia: é avaliado colocando-se a criança em decúbito ventral no leito, com a face voltada para o colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar o rosto liberando o nariz para respirar adequadamente. 9. Reflexo de Sucção: é avaliado ao tocar o palato do RN (com o mindinho). Presente até 5 meses. LACTENTE, PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR (► e ►) Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 11 Puericultura = “consulta de rotina”: avaliação periódica do crescimento, desenvolvimento, alimentação, vacinação, hábitos fisiológicos; em geral, não há queixas espontâneas. Na tabela ao lado observamos a frequência em que a puericultura deve ocorrer ao longo do desenvolvimento da criança. • Classificação: Primeira infância = 0 a 2 anos RN ou neonato = 0 a 28 dias de vida Lactente = 29 dias a 1 ano, 11 meses e 29 dias Segunda infância = 2 a 10 anos Pré-escolar = 2 anos a 5 (7) anos Escolar = 5 (7) anos a 10 anos. Terceira infância = 10 a 20 anos incompletos Pré-púbere = 10 anos ao início dos sinais puberais Púbere = Tanner 2 a 5 Adolescente tardio = 16 a 20 anos. QP, HMA e Anamnese: QP e HMA semelhante a Semiologia de Adultos. Anamnese: Semelhante a Semiologia de Adulto, exceto a HPP em que busca-se detalhes da anamnese materna, história do parto e do período neonatal. Pesquisar doenças típicas da infância, uso de medicamento e uso de SuFe (de 6 meses a 2 anos). Pesquisar alergias, internações, alergias e acidentes. Puericultura: ALIMENTAÇÃO: Aleitamento materno exclusivo (duração, desmame e motivo), Aleitamento Complementar, Diário Alimentar. Até 6 meses Aleimtamento materno exclusivo 6-7 meses AM + 1 papa principal + fruta 7-11 meses AM + 2 papas principais + fruta A partir de 12 meses AM + alimentação igual a família Obs.: AM até 2 anos. Obs2.: Vit D e SuFa de 6 meses a 2 anos DENSENVOLVIMENTO: DENVER até 6 anos, após isso, utilizar rendimento escolar. VACINAÇÃO: atualizações, reações, apresentou a caderneta ou referiu? IDADE CORRIGIDA PARA PREMATUROS (até 2 anos) Faz: DNPN e antropometria Não Faz: vacinação e alimentação Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 12 DENTIÇÃO: presença de dentes início não deve exceder 1 ano e 9 meses (se sim, pensar em adontia) e estado de higiene SONO: hora de deitar e de desertar, qualidade do sono, qualidade e quantidade de sonecas. TEMPO DE TELA: Até 2 anos: 0 2-5 anos: 1h por dia 6 e mais: cabe aos pais Exame Físico: Iniciar a avaliação no colo do acompanhante. Sequência: dependerá da idade do paciente - RN e lactente jovem (<6m) = reação positiva sequencia ordenada. - >6m até a idade escolar = reação negativa aproveitar as oportunidades. procedimentos que utilizam instrumentos – realizados ao FINAL da consulta (Tax, oro e otoscopia, avaliação de região dolorosa). 1. FC, FR, FP, ausculta cardíaca e respiratória, palpação abdominal e pesquisa de rigidez de nuca: realizados enquanto a criança está calma ou dormindo. 2. Antropometria. Medimos o perímetro encefálico de crianças até 2 anos, a fita deve passar pelas partes mais salientes do frontal e occipital. Até 2 anos (16 kg) utilizamos balança de prato. Até 1 ano (1m) usamos estadiômetro. Até 3 anos usamos o gráfico de IMC, a partir disso, fazemos o cálculo. 3. Estado geral, estado de consciência (alerta, sonolento, obnubilado ou comatoso), atividade (ativo, hipoativo, inativo), reatividade (reativo, hiporreativo ou sem reatividade), fácies, presença de malformação, nutrição. 4. Ectoscopia: Pele e anexos: cor, rash, descamação, manchas, lesões; Linfonodos: adenomegalias, localização, consistência, tamanho, dor, coalescência, aderência; Mucosas: 5. COONG: Cabeça: crânio = conformação, simetria, tamanho, tumorações, crepitações; fontanelas (tamanho e tensão) e suturas. face = expressão, simetria, desvios. Olhos = formato, simetria, mobilidade, distância, tamanho, coloração da esclera e conjuntiva, secreção, estrabismo, nistagmo, tamanho e resposta pupilar à luz, pálpebras. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 13 Orelhas = implantação, forma, secreção, dor. (OTOSCOPIA: conduto auditivo externo e membrana timpânica) Nariz = formato, secreção, lesão. (RINOSCOPIA: mucosa nasal, cornetos, desvios, secreções. ) Garganta: boca = simetria, lesões labiais e de mucosas, dentes (higiene, cáries, perda de dentes). OROFARINGE: frênulos labiais, língua, palato e região posterior da orofaringe. 6. Pescoço: abaulamentos, mobilidade, tumorações, cadeias ganglionares. 7. Tórax: formato, simetria, retrações, abaulamentos, mamilos. AR = FR, ritmo e padrão respiratório, frêmito tóraco-vocal (choro), ausculta: MVF e presença de RA (sibilos, crepitações, roncos, estridor), dispneia: leve = TSD + TIC / moderada = TSD + TIC + RX / grave = TSD + TIC + RX + BAN. ACV= FC, precórdio - ictus cordis (localização, intensidade e extensão) e frêmitos, pulsos de MMSS e MMII e FP, perfusão capilar, PA* (> 3 anos ou comorbidades), ausculta: ritmo, bulhas, sopros, desdobramentos, extra-sístoles. 8. Abdome: inspeção: forma, simetria, aspecto, movimentos peristálticos, abaulamentos difusos e localizados, depressões difusas ou localizadas, diástases, circulação colateral, cicatriz umbilical; ausculta: RHA e sopros; percussão: timbre, delimitação das vísceras, sensibilidade. palpação superficial e profunda = sensibilidade, tensão, VCM e massas. Fígado: hepatimetria, tamanho em relação ao RCD e AX, consistência, bordas, superfície. Baço: tamanho em relação ao RCE, consistência, bordas, sensibilidade. 9. Genitália: palpação da região inguinal, com pesquisa de pulsos. MENINOS: formato do pênis e da bolsa escrotal, exposição da glande, localização da uretra, testículos. A aderência prepucial é fisiológica até 4 anos. MENINAS: clitóris, lábios maiores e menores, orifício uretral e hímen. 10. Região anal e sacrococcígea: fissuras, fístulas, lesões, anormalidades lombo-sacras – estigmas sacrais. 11. Extremidades e articulações: simetria, mobilidade, desvios, crepitações, dor. Checar CICATRIZ VACINAL BCG!!! 12. Neurológico: consciência, orientação, atitude, marcha, tônus, força muscular, coordenação, sensibilidade e avaliação dos pares cranianos. ECG (Glasgow). Sinais de irritação meníngea: rigidez de nuca, Kernig e Brudzinsk. Movimentos anormais: tremores, tiques, movimentos tônicos e mioclônicos. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 14 EXAME FÍSICO E ANAMNESE DO ADOLESCENTE (► e ►) Para a OMS entende-se por adolescência a faixa etária entre 10 e 19 anos, período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. Dividimos essa fase em: Adolescência precoce - dos 10 aos 13 anos: nesse período, o indivíduo começa a ter modificações do próprio corpo, permanece circunscrito no ambiente familiar e há, ainda poucos esforços para estabelecer separação dos pais, início da fase de rebeldia, críticas e ambivalência. Adolescência média – dos 14 aos 16 anos: grande preocupação com a imagem corporal, conflitos familiares frequentes, seleção de amigos, conduta exploratória em relação à sexualidade. Adolescência tardia – dos 17 aos 19 anos: um momento em que é frequente a preocupação profissional e econômica, os relacionamentos são mãos afetuosos, com namoros frequentes, estabelecimento da identidade psiquica mais próxima da fase adulta. Puberdade (mudança física) é o período em que o jovem adquire certa maturação sexual, com capacidade reprodutiva e crescimento físico geral mediado por hormônios. O médico do adolescente não deve e não pode fugir da adolescência do jovem e, por isso, deve estar preparado para percebê-la e acompanha-lacom interesse e dedicação. No adolescente a dinâmica da consulta ocorre em 3 tempos: 1º: Atende-se o adolescente junto com o familiar. Pesquisar antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos, antecedentes familiares, queixa principal e história da Particularidades do atendimento antecedentes familiares, queixa principal e história da moléstia atual, segundo a visão familiar. 2º Adolescente fica sozinho com o médico. Completar a anamnese: vida sexual, álcool, drogas, riscos, amizades. Pode-se ou não realizar o exame físico, dependendo das circunstâncias. 3º Volta-se para o acompanhante. Discussão das condutas e esclarecer dúvidas. Anamnese Tem em vista 3 dimensões do espaço diagnóstico – o paciente, a moléstia e as circunstâncias. Deve haver um interesse especial pelo paciente e pelo contexto familiar e social, indispensável para a compreensão dos problemas apresentados. A maior parte da anamnese é realizada no segundo momento da consulta, em que se aborda: afeto, trabalho, sexualidade, drogas e comportamentos de risco e suicídio. Exame Físico O exame físico do adolescente segue as normas gerais estabelecidas para o exame do adulto. Entretanto, há algumas peculiaridades que devem ser ressaltadas. Síndrom e da Adolesc ência Normal Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 15 1. Ectoscopia e Exame Geral: Analisar a presença de acne; peso e estatura; curvas por idade. MENINAS: Mais precoce: 10-12 anos Pico de crescimento menor: 8-9cm/ano Duração menor: 2 ano MENINOS: Mais tardio: 13-14 anos Pico maior: 9-10cm/ano Maior duração: 4 anos CRESCIMENTO SOMÁTICO: Inicia-se na adolescência precoce 15-20% da estatura adulta Padrão distal para proximal Crescimento do osso precede o aumento da mineralização e densidade óssea risco de fratura – Quantidade necessária de cálcio/dia: 1300mg (1 copo de leite (240ml) = 300mg cálcio) Crescimento do globo ocular: miopia Crescimento do coração, aumento da PA, aumento da capacidade pulmonar, estimulação de glândulas, aumento da laringe e faringe, alongamento do globo ocular (miopia) 2. Exame dos órgãos e sistemas: estadiamento puberam seguindo os critérios de turner. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 16 HOMEM: 1º marco: aumento testicular de G1 ara G2 aos 9 anos e meio Pico do crescimento somático: entre P3 e P4 (11 anos e meio a 16 anos) MULHER: 1º marco: broto mamário M2 aos 8-13 anos (telarca) Pico de crescimento somático: M3 (10 a 14 anos) Menarca após 2 anos e meio após o início da puberdade Obs.: exames ginecológicos são para casos específicos. SISTEMA RESPIRATÓRIO (► e ►) Outono e inverno: elevado número de alterações respiratórias, sendo as infecções virais e o broncoespasmo as alterações mais frequentes. O exame físico inclui não apenas a avaliação pulmonar, mas também o exame minucioso das narinas, ouvidos, boca e orofaringe. Até 6 meses de idade a respiração é nasal. Fisiologia das Vias Aéreas Superiores: tuba auditiva infantil possui menor extensão e é mais horizontalizada, o que gera refluxo nasal; bebês nascem com os seios paranasais obstruídos (raramente tem sinusite). Fisiologia das Vias Aéreas Inferiores: ao nascimento há menos alvéolos, diminuindo a reserva de troca gasosa, o que aumenta a chance de insuficiência respiratória aguda; as vias aéreas distais possuem menor suporte cartilaginoso (completa aos 5 anos), o que gera compressão da traqueia durante o choro; esterno maleável, costelas complecentes e horizontalizadas, musculatura intercostal pouco desenvolvida; predomínio de fibras musculares do tipo II (contração rápida -> fadiga precoce); traqueia com diâmetro pequeno > resistência ao fluxo Anamnese Queixas Principais: “Dor de garganta”, “Dor de ouvido”, “Nariz entupido”, “Nariz escorrendo”, Tosse, “Chieira”, “Barulho ao respirar”, “Cansaço” , “Dificuldade de respirar”, Infecções. Perguntas a IVAS Perguntas a IVAI Agudo ou crônico? Agudo ou crônico Coriza e Congestão Dispneia Aspecto da secreção Características da tosse e expectoração Prurido nasal Presença de Sibilos Espirros Taquipneia, bradpneia ou apneia? Obstrução nasal Fatores desencadeantes Cefaleia associada Horário Odinofagia História de engasgo Alimentação normal? Viral não altera Comprometimento da alimentação Dispneia Exp: VAI Dispneia Insp: VAS Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 17 Fatores ambientais envolvidos – alérgenos: Tapetes e cortinas; Pelúcia; Animais; Ambiente arejado x mofado. Alterações no período perinatal: Gestação e parto: prematuridade? hipóxia? Uso de O2? Intubação com necessidade de ventilação mecânica? Doenças anteriores: Internações, Infecções ,Atopias, sintomas gastrointestinais, déficit pondero-estatural, parasitoses, cardiopatias, hipertrofia de adenoide / amígdalas, Procedimentos cirúrgicos, Alergias, Uso de medicamentos Exame Físico I, P, P e A, sendo P e P pouco realizáveis, apenas complementares para elucidar achados. Inspeção (PRIORITÁRIOS) Analisar o formato do tórax, padrão respiratório, sinais de esforço respiratório Classificação do esforço respiratório leve = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal moderada = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal + retração esternal grave = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal + retração esternal + batimento de aleto nasal BRONCODISP LASIA PULMONAR 1. Gemência 2. Batimento de aleta nasal 3. Retração da Fúrcula Esternal 4. Tiragem Intercostal 5. Tiragem Subdiafragmática 6. Cianose Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 18 Ausculta sons normais: Bronquial = traquéia. Broncovesicular = infra e supraclavicular e supraescapular. Vesicular = restante do tórax. sons anormais: contínuos musicais = sibilos e roncos descontínuos = crepitações atrito pleural estridor gemidos Rinoscopia, oroscopia e otoscopia (ao final em crianças maiores) SISTEMA LOCOMOTOR (► e ►) Anamnese Caracterização das queixas mais comuns: dor, perda de função ou deformidade. Sempre associar os achados do Sistema Locomotor com o DNPM e a avaliação do Sistema Nervoso. Exame Físico Recém-Nascido: Observação da atitude e dos movimentos espontâneos e palpar as superfícies ósseas. Achados comuns: torcicolo congênito, plagiocefalia, sindactilia ou polidactilia, paralisia braquial, fratura de clavícula, luxação congênita do quadril (fazer Barlow ou Ortolani), pé torto congênito e posicional (pé equinovaro), mielomeningocele lombossacral, apêndice pilonidal e fosseta sacral. Lactente e Pré-Escolar: Até dois anos: apoio de base larga, cadência rápida e passos curtos, pés em pronação e “plano”, quadris e joelhos discretamente fletidos, pernas separadas e membros superiores em abdução, com os antebraços fletidos, para maior equilíbrio. Apoio: antepé (marcha na ponta dos pés). Marcha adulto: até sete anos de idade. Geno Varo comum do nascimento até pré-escolar, normal até 3 anos. Geno valgo é comum após o geno varo e normal até 7 anos Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 19 Escolares e Adolescentes: Avaliar a postura, examinar os músculos, verificando seu desenvolvimento, motilidade e tônus, avaliação das articulações (movimentos ativos e passivos). SINAIS DE ALERTA • Febre, sintomas sistêmicos (prostração, perda de peso, sudorese noturna) • Linfadenopatia, hepatoesplenomegalia • Dor óssea • Dificuldade para dormir • Incongruência entre a história e os achados ao exame físico (maus tratos) Exame Clínico do Aparelho Locomotor em Pediatria (pGALS = paediatric Gait (marcha) Arms (braços) Legs (pernas) and Spine (coluna) Perguntas essenciais na Anamnese 1. Seu filho apresentaalguma dor ou dificuldade de movimentar alguma articulação (junta), algum músculo, ou nas costas ou coluna? 2. Seu filho consegue se vestir sem ajuda? Tem alguma dificuldade para vestir alguma peça de roupa (camiseta pela cabeça, por exemplo)? 3. Seu filho tem alguma dificuldade para subir ou descer escadas? Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 20 SISTEMA CARDIOVASCULAR (► e ►) Presença de Sintomatologia Lactentes: cansaço e sudorese do polo cefálico durante as mamadas, cianose, palidez e icterícia prolongada. Uma particularidade nos neonatos é que a ausência de sintomatologia não descarta cardiopatia, como nos pacientes portadores de cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar ou naqueles com coarctação da aorta. Crianças maiores: taquipnéia, intolerância ao exercício, síncope, dor torácica, palpitações, cefaléia, cianose e arritmia cardíaca. Antecedentes Pessoais HPP: Fatores materno-gestacionais: diabetes gestacional, infecções, uso de drogas e álcool, uso de medicações com potencial teratogênico, prematuridade, baixo peso ao nascer; Presença de malformações congênitas; Doenças prévias: episódios recorrentes de sibilância e pneumonias. AF: Cardiopatia Congênita; Ocorrência de morte súbita inexplicável na família; Lupus eritematoso sistêmico e doença de colágeno na mãe. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 21 Exame Físico Ectoscopia: Cianose: central x periférica; Palidez; Alterações da perfusão; Circulação colateral; Edema; Estase jugular; Baqueteamento digital; Características fenotípicas sugestivas de síndromes. Sinais Vitais: FC, FR, PA, avaliar pulsos Antropometria: Alterações do crescimento no contexto de doença cardiovascular, sugerem gravidade e são mais frequentes nas cardiopatias cianóticas. Região Cervical: Sopros, frêmitos, alterações do pulso, alterações na tireoide. Tórax: Inspeção: Abaulamentos precordiais podem sugerir dilatação cardíaca crônica; Sulco de Harrison: pode sugerir grandes shunts esquerdo-direito e raquitismo; “Tórax hiperdinâmico”: ocorre, em geral, em cardiopatias com aumento de volume. Palpação: Localização e extensão do ictus: RN coração horizontalizado e ictus no 4º EICE e à esquerda da linha hemiclavicular; Em escolares e adultos, localiza-se no 5º EICE, à direita da linha hemiclavicular; Presença de frêmito. Ausculta: Ausculta-se não somente os focos precordiais mas também as áreas de irradiação: pescoço, dorso e axilas. Discussão Sopro inocente é encontrado em grande parte das consultas. Os mais frequentes em crianças são: sopro de still (detectado em 75-85% dos escolares, fluxo turbulento em região de estreitamento na saída do ventrículo esquerdo e melhor ouvido na borda esternal esquerda média ou entre a borda esternal baixa e o apêndice xifoide), sopro de ejeção pulmonar (crianças, adolescentes e adultos jovens, agudo, tem origen na via de saída do ventrículo direito e irradia), sopro de ramos pulmonares (até 6 meses de idade, ejetivo, sistólico, melhor auscultado na borda esternal esquerda), sopro clavicular (qualquer faixa etária, causada pelo fluxo sanguíneo norma para a aorta e para os vasos da região cervical), zumbido venoso (único sopro contínuo, é produzido pelo sangue que retorna das veias para o coração).A definição de sopro inocente inclui, ainda, resultados normais da radiografia de tórax, do eletrocardiograma e do ecocardiograma. Entretanto, nem sempre há necessidade destes exames, se a avaliação clínica inicial revelar características de normalidade. Os sopros patólógicos estão associados a anomalidades estruturais. Estão associados a anormalidades estruturais. Estudo realizado em 222 crianças identificou seis características clínicas preditivas da presença de cardiopatia em crianças com sopro: Sopro pansistólico; Intensidade de grau 3 ou superior; Localização na região superior da borda esternal esquerda; Qualidade rude; Presença de um segundo som cardíaco anormal; Presença de clique proto ou mesossistólico. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 22 SISTEMA GENITOURINÁRIO (► e ►) Anamnese O sexo feminino tem maior prevalência de ITU. Durante a revisão dos sistemas indagar o aspecto da urina, hematpuria, disúria, algúria, noctúria, urgência, força do jato, secreção, juntamente com sinais sistêmicos. Na história pregressa e na história familiar deve-se pesquisar ITU de repetição, criptorquidia, doença renal policística ou cálculos e início dos caracteres sexuais secundários. A dor renal é bem característica: - Renal = forte, persistente, sem relação com posição. - Pielouretral = tipo cólica, abrupta, relacionada a algum fator precipitante. - Vesical = dor leve a intensa, irradiada. - Uretral = dor, ardor, piúria. - Peniana = definir o momento da dor (ereção x flacidez) - Testicular (orquialgia) = aguda x crônica. Exame Físico (sempre deve ser feito na presença do acompanhante e deve-se explicar tudo que será feito) 1. Genitália Genitália Masculina: Avaliar pênis (prepúcio e meato uretral), testículo e bolsa escrotal. Classificação de Tanner G de genitália e P de pelos pubianos. Primeiro sinal de puberdade: aumento dos testículos (11 anos) pelos pubianos (11 anos), axilares (13 anos) e faciais (14,5 anos). Genitália Feminina: Avaliar forma, hipermemia, edema, secreção ou tumorações. Expor o clitóris, o óstio da uretra, o vestíbulo vaginal e o hímen. Classificação de Tanner M de mama e P de pelos pubianos. Primeiro sinal de puberdade: surgimento do broto mamário – telarca (8-12 anos) pelos pubianos e axilares – pubarca (10-11 anos) menarca (9-16 anos). 2. Rins e Vias Urinárias: palpar as lojas renais e fazer sinal de Giordano. 3. Região Inguinal, Anal e Sacrococcigeana: Analisar a presença de tumorações, pregas, fissuras ou pergurações. Principais Patologias do SGU ITU por E. coli, puberdade precoce (< 8 anos e meninos < 9 anos), puberdade tardia (ausência de caracteres sexuais secundários na idade em que 95% das crianças já teriam tais características), genitália ambígua (discrepância entre a genitália externa, as gônadas e o sexo cromossômico), criptorquidia (testículo não localizado na bolsa escrotal; cirurgia de 6 meses a 1 ano para prevenção de infertilidade e tumor), hidrocele (acúmulo de líquido na túnica vaginal), hérnia inguinal indireta (falha do fechamento do processo vaginal e passagem do conteúdo da cavidade abdominal por ele), hérnia umbilical, hipospádia (abertura uretral na superfície ventral do pênis), epispádia (abertura uretral na superfície dorsal), fimose (fisiológica até 4 anos), parafimose (prepúcio retraído além do sulco coronal e não pode retornar à posição original sobre a glande), balanopostite (inflamação da glande e prepúcio), vulvoginites, sinéquia de pequenos lábios (é uma pequena aderência nos pequenos lábios; fazer uso de estrógeno local). Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 23 SISTEMA GASTRO-INTESTINAL (► e ►) Boca - A primeira consulta da criança no dentista deve ser realizada aos 2-3 meses de idade para que a mãe aprenda a limpar a língua e a cavidade oral. Até dois anos usa-se pasta de dente sem flúor. - É importante analisar não somente as amigdalas, mas também a condição de higiene e dentição da cavidade oral. Avalia-se a abertura do ístimo das fauces através da classificação de Mallampati. Neonato - Refluxo: Devido ao maior diâmetro e menor comprimento do esôfago do RN e do EES ser imaturo, é comum a presença de refluxo nesse período. Devemos distinguir o refluxo gastro- esofágico fisiológico (sem demais sintomas; colocar cabeceira elevada) da doença do refluxo gastro-esofágico (acompanhadas de dor, náuseas, esofagite, só para de chorar no colo). - Cólicas do RN: A partir da 2ª semana de vida, vespertina (6 da tarde), criançafica vermelha e com a barriga estufada, afetada pela funcionalidade familiar, suspender o leite de vaca materno. - Estenose Pilórica: Vômitos forçados na segunda semana de vida, raramente palpa-se oliva pilórica (pagtonomônico). - Obstrução Intestinal: Mesmos sintomas da estenose pilórica. Fazer radiografia com contraste para diagnóstico. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 24 - Hérnias: Umbilicais (fecha até os 4 anos, beningna) ou Inguinais (cirurgia imediata, risco de estrangulamento de estruturas). Lactente - Hérnias (mesmo pensamento anterior) - Cólicas (mesmo pensamento anterior) - Intussescepção Intestinal: Episódios de cólica com dor, no toque retal observamos fezes e geleia de morango ou podemos fazer ultrassom para diagnóstico. Pré Escolar e Escolar - Abdome Agudo: Clínico (FEBRE DPS DOR: ITU, Linfadenite Mesentérica) ou Cirúrgico (DOR DPS FEBRE: Apendicite, Colicistite, Ovário Roto). SISTEMA NERVOSO E DESENVOLVIMENTO (► e ►) O desenvolvimento neural da criança ocorre no sentido crânio caudal e centrífugo e assim como a mielinização, ocorre de forma progressiva e evolutiva. Sustenta a cabeça (2-3 meses) → rola na cama (4 meses) → senta (5-6 meses) → engatinha (8- 9 meses) → anda (12 meses). Inicialmente não pega nada com as mãos → passa a pegar a chupeta com a mão → aprende a levar à boca → passa a pegar com apenas 2 dedos (em pinça) Fatores que podem influenciar no padrão individual de desenvolvimento: Fatores biológicos: prematuridade, hipoxemia perinatal, restrição de crescimento intrauterino, malformações congênitas, infecções congênitas, hiperbilirrubinemia, DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO: AVALIAÇÃO EVOLUTIVA Rotta et al. ARTIGO ESPECIAL 176 Revista AMRIGS, Porto Alegre, 48 (3): 175-179, jul.-set. 2004 cento de todo o genoma, sendo que, em muitas etapas, o fator ambiental pode modular (alterações finas) o desenvol- vimento do SN. Este último fator é de relevante interesse para o clínico, que no dia-a-dia se defronta com a possi- bilidade de que os danos ocorridos no SN possam ter sido produzidos pela interação dos fatores genéticos e am- bientais. A prevenção e o tratamento de muitos transtornos neurológicos dependem do preciso e significativo conhecimento dos vários mecanismos que conduzem o desenvolvimento nor- mal ou anormal do SN (2,5,6). A criança é um ser em pleno pro- cesso dinâmico de desenvolvimento, partindo de uma etapa evolutiva para outra (Figura 1), sendo que, em cada uma, encontramos dados semióticos diferentes e com diferentes significa- ções. Dessa forma podemos entender que, para uma adequada avaliação da criança, é importante a caracterização do conceito de normalidade em cada etapa evolutiva. Para que se possa va- lorizar os achados do exame neuroló- gico da criança, necessário se faz que os integremos com uma história com- pleta desde a concepção, gestação, parto e desenvolvimento até a idade em que se encontra no momento do exame (7). A possibilidade de o exame neuro- lógico (EN) avaliar o SN já no período neonatal viabiliza a vigilância clínica do desenvolvimento neuropsicológico (DNP), que, junto com a somatometria, que avalia o crescimento, tornam-se tarefas essencias para os profissionais encarregados da saúde da criança (1,3). Entretanto, várias avaliações do DNP em forma de screening têm sido recomendadas (8), sendo o Teste de Denver II o mais conhecido entre os pediatras. Possui uma boa sensibilida- de para detectar os Distúrbios do De- senvolvimento Neuropsicológico (DDNP), mas só os evidencia quando a função neurológica esperada para a respectiva idade não se estabelece. Nesses casos o EN completo mais pre- cocemente pode indicar a existência de disfunção ou lesão neurológica, como por exemplo: a persistência de refle- xos primitivos e hiper-reflexia profun- da, envolvendo predominantemente os membros inferiores em uma criança menor de um ano de idade, pode ser o primeiro indicador de paralisia cerebral da forma diplégica em que a marcha não se estabelecerá na idade esperada, podendo os outros aspectos do DNP estar dentro do padrão de normalida- de. Outra limitação dos screenings de desenvolvimento é o amplo espectro de DDNP e sua intensidade o que exi- ge um detalhamento em forma de exa- me com peculiaridades especiais para cada caso, o que é inviável quando se usa teste resumido (4,8). O pediatra habitualmente é o pri- meiro profissional de saúde a suspeitar de um DDNP e o seu principal dilema é desencadear um processo especiali- zado de avaliação, com maiores custos e ansiedade dos pais, ou aguardar um tempo a mais para a tomada de decisão e nesse período de espera uma possí- vel patologia não diagnosticada terá uma intervenção tardia, piorando o prognóstico (8). O exemplo mais co- mum é a identificação tardia dos DDNP envolvendo a linguagem, sendo esta a melhor indicadora do potencial cogni- tivo e do desempenho escolar (9). Muitas vezes, para o melhor enten- dimento dos DDNP, faz-se necessário o auxílio de exames complementares como: eletroencefalograma, exames de imagens, potenciais evocados sensiti- vo-sensoriais, testes de triagem meta- bólica, estudos genéticos, avaliações psicológicas, fonoaudiológicas, peda- gógicas, fisioterápicas, ortopédicas e outras (10).Figura 1 – Seqüência do controle motor voluntário pós-natal, a – meses. 2 ma 3 m 5 m 9 m 15 m 54 m Fixa olhar Firma Usa a Senta Caminha Controla e sorri pescoço mão esfíncteres Exame neurológico normal – etapas-chaves do desenvolvimento Recém-nascido de termo · ATITUDE – Assimétrica com a cabeça lateralizada por estímulo labiríntico, sendo maior para a direita (11,12). · TONO/REFLEXO PROFUNDOS – Hipertonia flexora dos 4 membros, hipotonia axial e hiper-reflexia profunda (4). · REFLEXOS PRIMITIVOS – Presentes: sucção, moro, mão-boca, marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tô- nico-cervical assimétrico, preensão palmar, preensão plantar e cutâneo-plantar extensor. Também o reflexo cócleo-palpebral já é encontrado ao nascimento (4). · FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES – Pode seguir objeto com os olhos, modulação sensitivo-sensorial, ini- ciando a corticalização (3,4). Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 25 sepse/meningite, convulsões, síndromes genéticas, uso de drogas pela mãe durante a gestação, afecções do SNC, TCE, desnutrição. Fatores ambientais: condições socioeconômicas, pais adolescentes, pais usuários de álcool ou drogas ilícitas, pais com distúrbios emocionais ou doença mental, pouco vínculo afetivo entre pais-criança, violência doméstica. Escala de Denver: motor grosseiro, motor fino, linguagem, adaptação psicossocial. AIDPI (Assistência Integral às Doenças Prevalentes na Infância): utiliza posturas, reflexos, comportamentos, incluindo fatores de risco, percepção dos pais, medidas de perímetro cefálico e alterações fenotípicas. ENE (Exame Neurológico Evolutivo): fala, lateralidade, equilíbrio estático, dinâmico, coordenação de tronco e membros, habilidade motora, sensibilidade e gnosias. Anamnese Principais Marcos do Desenvolvimento 2 meses: mantem a cabeça erguida por curto período, gira a cabeça em 45º, vocaliza sons primitivos, segue objeto com o olhar, sorriso social. 3 meses: segura a cabeça com firmeza, dá gargalhadas e gritinhos, reconhece o rosto, cheiro e voz maternos, gira a cabeça em direção a barulhos, leva a mão à boca e suga os dedos, segura objetos por pouco tempo. 4 meses: responde aos sons, apoia peso nas pernas, junta as mãos e bate nos brinquedos, estica o braço para pegar um objeto. 5 meses: distingue cores primárias, vira na cama, senta, se distrai com os pés e mãos, reconhece o nome. 6-9 meses: gira na direção de sons e vozes, imita sons, faz bolinha de cuspe, rola para os lados, senta sem apoio, estica os braços para pegar objetos e levá-los à boca,começa a ser arrastar até engatinhar, estranha as pessoas, reconhece sua imagem ao espelho. 10-12 meses: dá “tchau”, anda com apoio, responde ao nome entende o “não”, mostra com gestos, forma palavras com sentido, imita ações, coloca objetos dentro de recipientes, bebe no copinho. 1-2 anos: anda sem apoio, começa a correr e subir nos móveis, vira páginas de livros, gosta de rabiscar, chora quando leva broncas e sorri quando é elogiado, atira objetos quando está bravo, começa a criar frases curtas e usa o nome, reconhece partes do corpo. Controle dos Esfincteres 2º e 4º ano de vida. Inicialmente, a criança comunica que está “suja”. Controle inicial para fezes: 1 ano e meio. Controle da diurese diurna: 2 anos e meio. Controle da diurese noturna: 4 anos (limite máximo: 5 anos). Exame Físico Avaliar a qualidade do contato com os pais, o examinador e o ambiente. Se RN ou lactente: valorizar o tipo de choro. Nível de Consciência: alerta, sonolento, obnubilado ou comatoso. Escala de Coma de Glasgow (pediátrica). Cabeça: avaliar o tamanho (macrocefalia ou microcefalia; avaliar até os 2 anos de vida; ao nascimento 32-35 cm; 1º trimestre = 2 cm/mês, 2º trimestre = 1 cm/mês, 3º Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 26 semestre = 0,5 cm/mês) e o formato da cabeça (craniossinostose, bossa serossanguinolenta, cefalohematoma). Coluna: avaliar as curvaturas fisiológicas e meningomielocele. Reflexos: Um exame neurológico logo após o parto não será fidedigno, visto que seus reflexos estarão alterados. O ideal é realizar o exame neurológico de 6 a 12 horas após. 1. Reflexos superficiais: cutâneo abdominal e cremastérico. 2. Reflexos profundos: bicipital, estilorradial e tricipital, patelar e aquileu. Avaliação da Força Muscular: manobra de mingazzini, manobra de barre. Avaliação do Tônus Muscular: até 3 meses observamos hipertonia (postura em flexão), de 4 meses a 2 anos temos hipotonia fisiológica); verifica-se o tônus muscular através da amplitude de movimentos. Avaliação do Equilíbrio: Estático (sustentação cefálica, senta com e sem apoio, permanece em pé com pés juntos e braços estendidos) e Dinâmico (marcha). Avaliação dos Movimentos Vountários e Involuntários. Avaliação de Clônus Avaliação da Sensibilidade Avaliação da Fala e Escrita Pares Cranianos CRESCIMENTO (► e ►) O crescimento representa a interação de vários fatores: genética, tempo de maturação dos órgãos e sistemas, fatores ambientais. É o melhor indicador para avaliação do estado nutricional e do risco de morbimortalidade. Atualmente passamos por um processo de transição demográfica, no qual há redução da desnutrição e aumento da frequência de excesso de peso. Técnicas utilizadas para avaliação do crescimento: peso/idade; altura/idade; perímetro cefálico/idade; IMC/idade Pontos de atenção relacionados às medidas: . instrumento adequado e calibrado . posicionamento correto da criança . uso de roupas e calçados Avaliação transversal (impressão sobre estado nutricional; curva; mais importante) Avaliação longitudinal (avaliação do crescimento). Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 27 Avaliação do Crescimento: Marcos Particularidades do RNPT ✓ Curva específica para RNPT ✓ Idade gestacional corrigida ✓ Especificidades: perda de peso, fase de crescimento lento, fase de crescimento rápido, alcance do potencial genético de crescimento ✓ Parâmetros de crescimento = peso: 10-20g/Kg/ d, comprimento: 2,5-4 cm/mês, perímetro cefálico: 1,1 cm/ semana Particularidades da Adolescência Uso da escala de Tanner Escolha do Equipamento Criança com até 16 kg -> Balança Pediátrica Mecânica Criança até 1 m -> Régua Antropométrica Horizontal -> Parte móvel na região plantar -> Avalia o comprimento (e não a altura) É importante que em ambas as medidas os pacientes estejam desnudos. ALIMENTAÇÃO (►) Aleitamento Materno Tipos: Aleitamento materno exclusivo • Aleitamento materno predominante: água e chás • Aleitamento materno misto ou parcial: leite materno e outros leites • Aleitamento materno complementado: alimentos sólidos e outros tipos de leite A OMS considera a situação Brasileira em relação ao aleitamento materno satisfatório (Aleitamento materno por 20 meses + Leite materno exclusivo acima de 50% em menores de seis meses) Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 28 Processo hormonal da lactação: 1) Estrogênio e progesterona → aumento do volume mamário (glandular) e Inibem a prolactina 2) Prolactina → Responsável pela produção do leite (Produção de leite pelos alvéolos entre as mamadas, 1/3 do total: leite anterior, mais diluído e menor conteúdo de gordura -> HIDRATA O BEBÊ 3) Ocitocina → Responsável pelo reflexo de ejeção do leite (“descida”). Também: contração do útero (acelera sua involução e diminui sangramento → cólicas durante a amamentação). Contração das células mioepiteliais→ ruptura dos alvéolos durante a mamada, 2/3 do total: leite posterior, mais rico em lipídeos, mais consistente, mais energia -> NUTRE O BEBÊ No pós parto imediado, há estímulo da hipófise anterior para a produção de prolactina. É baixa a incidência de mulheres que realmente não são capazes de produzir leite em quantidade adequada. A partir do 3º dia, a succção do neném estimula a hipófise posterior a liberarar ocitocina. Esse processo é afetado por fatores emiocionais e justificam os altos índices de desmame precoce. O colostro, primeiro leite produzido (início da gestação), evolui para leite de transição e maduro entre três e 14 dias após o nascimento. TÉCNICA CORRETA DA MAMADA: • Livre demanda • Duração inicial: 10 -15minutos • Nos primeiros 5 minutos: 80 a 90% do leite é retirado Considerado substância viva ativamente protetora e imunomoduladora. Para a Criança: Evitam o supercrescimento de MO possivelmente patogênicos Menor morbidade em comparação com as alimentadas artificialmente Para a Mãe: melhor recuperação pós parto, reduz risco de DM e de CA de mama. Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 29 • Esvaziamento total de uma mama antes de ofertar a outra: controle da saciedade, não preferência das mamas e prevenção de ingurgitamento patológico • Sinais indicativos de técnica inadequada de amamentação: Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; Ruídos da língua; Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama; Dor na amamentação; • Ordenha: Não pode passer de 12 horas na geladeira ou 15 dias no congelador POSSÍVEIS CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO Relacionadas à mãe: Que não deseja amamentar Doenças crônicas graves: cardiológicas, pulmonares, renais, hepáticas Uso de drogas incompatíveis com a amamentação Portadoras de HIV – Aquelas que quiserem amamentar podem realizar a doação para pasteurização Suspensão temporária em casos de mastite com sofrimento para a mãe Tuberculose, hepatite B e toxoplasmose – não são contraindicações Relacionadas à criança: Recém-nascido prematuro e de baixo peso que não suga e não deglute sincronicamente – alimentado por sonda ou copo até sucção eficiente, com leite da mãe ordenhado e cru. Galactosemia – doença congênita em que a criança não consegue digerir a lactose - leite humano está contraindicado. Lábio leporino e fenda palatina – leite por ordenha, mamadeiras com bicos especiais. A amamentação cruzada é uma prática não recomendada devido ao risco de contaminação da criança por infecções, como o virus do HIV. ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA (Na ausência ou insuficiência do leite materno)Alimentação Complementar (6 meses a 1 ano de vida) A partir de 6 meses de vida, caso o bebê possua maturidade física e neurológica para isso. Para lactentes (fórmula de partida): até 6 meses De seguimento (seqüencial): de 6-12 meses De seguimento para crianças na primeira infância: 1-3 anos Oferta: 3/3horas ou sob demanda Quantidade: Para deixar resto na mamadeira Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 30 Idade Recomendação Até 6 meses Aleitamento materno exclusivo A partir de 6 meses Frutas (sucos, amassada ou raspada) A partir de 6 meses Primeira papa A partir de 7 meses Segunda papa A partir dos 9 meses Aumento progressivo da consistência Entre 10 a 12 meses Alimentação da família - 8-15 exposições para alimentos novos -> não aceitar a negação imediata de algum alimento - não usar mel no primeiro ano de vida e evitar água de coco - as papas de fruta e principal substituem a mamada como refeição, mas não devem ser fatores para interromper o aleitamento Alimentação Complementar (1-2 anos de vida) Nessa faixa etária, inicia-se a fase de birras e recusa alimentar, assim cabe aos pais oferecer alimentos de qualidade enquanto a criança escolhe as quantidades. A amamentação deve continuar. Refeições de sal semelhantes às dos adultos - podem ser consumidos todos os tipos de carnes e vísceras. Estimular o consumo de frutas e verduras (lembrar das folhas verdes escuras – ferro, cálcio e vitaminas) Evitar alimentos artificiais e corantes, assim como os “salgadinhos” e refrigerantes, Hábitos alimentares mantêm-se até a vida adulta Incentivada a ingestão média de 600 ml de leite (preferencialmente fortificado com ferro e vitamina A), assim como de outros derivados (iogurtes, queijos), para garantir correta oferta de cálcio. Amamentada Não amamentada Leite materno livre demanda * 3 refeições lácteas Duas papas salgadas Duas papas salgadas Uma papa de frutas Uma papa de frutas Composição da Papa Principal: 1 Cereal ou tubérculo 1 Leguminosa 1 Proteína Animal 1 Hortaliça * não usar sal ou temperos prontos, amassar alimentos Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 31 Cuidado com a substituição das refeições principais por leite. De acordo com a DRI para a faixa etária de 1 a 3 anos, a quantidade de água recomendada é de 1300 mL (900 mL como sucos, outras bebidas e água). Alimentação Pré-Escolar Substituições: não indicar como rotina Horários regulares: para refeições e sono Líquidos: não ingerir nos horários da refeição Bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos artificiais): não recomendados Castigos, recompensas, chantagens: não indicados Ambiente adequado: sentar à mesa Estabelecimento de rotinas Estimular a autonomia Necessidade de cálcio: mínimo 800 ml de leite no copo. Grupo Alimento 1 porção (2 a 3 anos) 1 porção (4 a 6 anos) Pão e cereais Arroz branco 2 c. sopa 4 c. sopa Pão francês ½ unidade 1 unidade Verduras e legumes Folhas 3 médias 3 médias Legumes cozidos 1 c. sopa 1 c. sopa Frutas Banana nanica ½ unidade ½ unidade Maçã ½ unidade ½ unidade Leguminosas Feijão cozido 1 c. sopa 2 c. sopa Lentilha cozida 1 c. sopa 2 c. sopa Carnes e ovos Carne bovina ½ bife pequeno (35g) 1 bife pequeno (80 a 100g) Carne de frango 1 filé pequeno (35g) 1 filé médio (100 a 120 g) Leite e derivados Leite de vaca fluido 200mL 200mL Queijo prato 2 fatias finas 2 fatias finas Açúcares e doces Açúcar 1 c. sopa 1 c. sopa Achocolatado 1 c. sopa 1 c. sopa Óleos e gorduras Óleo de soja 1 c. sopa 1 c. sopa Manteiga 1 c. chá 1 c. chá Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 32 Alimentação Escolar Fase de aumento do gasto energético, maior autonomia na escolha e na quantidade de alimento e estabelecimento de horários fixos de refeição devido a rotina escolar. É nessa fase em que os distúrbios alimentares ganham forças, assim, é importante evitar o consumo excessivo de sal, refrigerantes e gordura trans. Necessidade de cálcio: mínimo 600 ml de leite no copo. Alimentação do Adolescente Cálcio: sustentação e aumento da massa óssea Ferro: aumento do volume circulante e massa muscular, perdas menstruais Zinco: auxilia o crescimento normal, maturação e desenvolvimento sexual. Fonte: carne, fígado, ovos e frutos do mar Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes: 5 porções/dia VACINAÇÃO (►) Contraindicações Gerais Hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após dose anterior; Hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos. Febre acima de 38,5ºC não constitui contraindicação à dose subsequente. Se febre, administre antitérmico Uso de paracetamol antes ou imediatamente após a vacinação NÃO é indicado, pois pode interferir na imunogenicidade da vacina Vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados: Com imunodeficiência congênita ou adquirida; Neoplasia maligna; Corticosteróides em esquemas imunodepressores; Terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, etc); Gestação Doença Febril Grave: não vacine até a resolução do caso Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV): Todo agravo à saúde relacionado temporalmente à vacinação, causado ou não pela vacina administrada. Calendário Vacinal Definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) .É o Conjunto de vacinas de interesse prioritário à saúde pública do país. São 19 produtos:desde o nascimento até a terceira idade. OBS.: Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – CRIE: Destinados a vacinação de grupos portadores de quadros clínicos especiais (portadores de imunodeficiências, seus comunicantes, evento adverso grave pós-vacinação aos imunobiológicos disponibilizados pelo MS, profilaxia pré e pós-exposição aos agentes imunopreveníveis.) Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 33 • BCG: - Composição: Bacilo de Calmette & Guérin - Constituída por bacilos vivos atenuados de Mycobacterium bovis. - Idade de aplicação: A partir do nascimento. Disponibilizada para crianças até 4 (quatro) anos 11meses e 29 dias. - Dose: Única, exceto em alguns casos de contatos de hanseníase. - CONTRAINDICAÇÕES: Peso menor que 2 kg; lesões dermatológicas graves; imunodeficiências - Ausência de “pega” da primeira dose após seis meses: nova aplicação VACINA CONTRA HEPATITE B: - Composição: antígeno recombinante de superfície (HBsAg) - Administração: Três doses (0, 1, 6 meses) sendo a primeira nas primeiras 12 horas de vida; o Se peso <2kg ou menor que 33 semanas: 4 doses o Se mãe HBsAg positiva: Associar imunoglobulina hiperimune o No PNI: Quatro doses (0, 2, 4, 6 meses) na pentavalente - CONTRAINDICAÇÕES: Reação grave a doses anteriores PENTAVALENTE (DTP + HiB + Hepatite B) - DTP: tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche – pertussis) - HiB: Haemophilus influenzae b (conjugada). - Doses: Três (2, 4, 6 m) + reforços de DTP (15m e 4 a) - Idade máxima para pertussis (células inteiras): 6anos, 11 meses e 29 dias VACINA CONTRA POLIOMIELITE Vírus inativados: VIP x Vírus atenuados: VOP Esquema sequencial: Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 34 • VIP: Três doses ( 2, 4 e 6 meses ), • VOP: dois reforços (15 meses e 4 anos). • Campanhas, para crianças de 1 a 4 anos • Indicado para as crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias. PNEUMOCÓCICA CONJUGADA 10 VALENTE - Composição: polissacariíeos capsulares bacterianos com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F). - Para todas as crianças menores de 5 anos; - Esquema: • PNI: Duas doses (2 e 4 m) e um reforço (12 meses até 4 anos e 11 meses) • SBP: três doses (2, 4 e 6 m), um reforço (12 a 15 meses) VACINA CONTRA PNEUMOCOCO - VacinaPolissacarídica 23 Valente: contém polissacarídeos da cápsula de 23 sorotipos do S. pneumoniae - Não induz proteção em crianças abaixo de 2 anos de idade. VACINA CONTRA ROTA VÍRUS - Composição: vacina oral rotavírus humano G1P1 (atenuada) - Esquema: Duas doses via oral, aos 2 e 4 meses de idade • primeira dose: 1 mês e 15 dias a 3 meses e 15 dias. • segunda dose: 3 meses e 15 dias a 7 meses e 29 dias. - CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências; uso corticóide doses imunossupressoras, doenças congênitas gastrointestinais; histórico de invaginação intestinal; limites da idade. VACINA MENINGOCÓCICA C - Composição: polissacarideos capsulares purificados da Neisseria meningitidis do sorogrupo C. - Esquema: Duas doses (3 e 5 m); dois reforços (12 meses e entre 11 e 14 anos); • Se início após 12 meses, até 4 anos, 11 meses e 29 dias: uma dose e o reforço entre 12 e 13 anos - CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a doses anteriores VACINA CONTRA FEBRE AMARELA - 9 meses - Indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: • Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais • Alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - Administrar a vacina 10 dias antes da viagem. - Dose única a partir de 2017 Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 35 - PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências, Doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), Doenças autoimunes, Alergia grave a ovo, Gravidez VACINA CONTRA SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA (VACINA TRIPLICE VIRAL) - Entre 12 meses a 19 anos de idade: Duas doses: 12 meses e 15 meses (tetra viral – com varicela) - Acima de 15 meses: Duas doses (triviral), Vacinada: duas doses de vacina com componente de sarampo, caxumba e rubéola. - CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências, gravidez, púrpura associada à dose anterior VACINA CONTRA VARICELA - Esquema: duas doses (15m – tetraviral; e 4 anos) - A varicela, se ocorrer nos vacinados, é de menor intensidade (síndrome “varicela-like”) - CONTRAINDICAÇÕES: imunodeficiências, uso crônico de ácido acetilsalicílico, gravidez VACINA CONTRA HEPATITE A - Composição: Constituída por vírus inativados - Esquema: Duas doses com intervalos de seis meses entre as doses. • PNI: aos 15 meses, idade máxima 4 anos, 11 m e 29d - CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a dose anterior VACINA CONTRA HPV - Vacina quadrivalente recombinante e inativada, constituída por proteínas L1 do HPV tipos 6, 11, 16 e 18. - MENINAS: 9 a 14 anos - MENINOS: 11 a 14 anos - Esquema: 2 doses (0 e 6 meses de intervalo) - CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a doses anteriores, gravidez VACINA CONTRA INFLUENZA - Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza do Sistema Único de Saúde. - A vacinação é anual: diversidade antigênica e genômica a cada ano. - Quem será vacinado: • Crianças de 6 meses a menores de 5 anos • Idosos • Trabalhadores da saúde • Povos indígenas • Gestantes • Mulheres até 45 dias após o parto • Presos e funcionários do sistema prisional. • portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 36 • professores das escolas públicas e privadas VACINA CONTRA DENGUE - A vacina para prevenção da dengue é recomendada somente para indivíduos de 9 aos 45 anos de idade residentes em áreas endêmicas que já foram previamente expostos ao vírus da dengue de qualquer sorotipo. - Contraindicado para indivíduos soronegativos, gestantes, alérgicos aos princípios ativos da vacina. - Esquema: três doses (0, 6 e 12 meses). - CONTRAINDICAÇÕES: portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas, incluindo aqueles em terapia imunossupressora; gestantes, lactantes e pessoas que vivem com HIV/Aids.
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