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Resumo Semiologia Pediátrica - Copia

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Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
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► Pediatria Ambulatorial – 5ª Edição – Leãoet al 
► Aulas 
► Semiologia da Criança e do Adolescente – Puccini e Hilário 
► Semilogia da Criança e do Adolescente – Martins, Viana, Ferreira et al 
ROTEIRO DE ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
Roteiro de Anamnese 
1. Identificação 
2. Informante: Anotar o nome e a ligação do acompanhante com a criança, no final da 
consulta descrever as características desse acompanhante (bom informado, confuso, 
prolixo, omisso, pessimista) 
3. Queixa Principal 
4. História da Moléstia Atual 
5. Anamnese Especial: Geral, COONG, SR, SCV, SD, SGU, SL, SN 
6. História Pessoal ou Pregressa: 
 Gestação e Parto: paridade da mãe (GPA); se a gravidez foi desejada e bem-
aceita; consulta de pré-natal (pedir para ver o cartão de pré-natal), exames 
realizados, ultrassonografias, medicamentos e vacinas recebidos, 
intercorrências; características do parto como idade gestacional, local e tipo 
de parto (se cesário, qual indicação); condições do nascimento – apgar, peso, 
estatura, perímetro encefálico e torácico (ver caderneta de saúde da criança) e 
resultados do teste do pezinho, teste do olhinho e triagem auditiva neonatal. 
 Período Neonatal: alojamento conjunto ou berçário, necessidade de 
incubadora, oxigenoterapia, transfusão de sangue, fototerapia, icterícia e 
outras intercorrências. 
 Alimentação Pregressa e Atual: aleitamento materno e início de desmame; 
preferências e intolerâncias; atitude e avaliação dos pais em relação à 
alimentação do filho; hábitos alimentares e merenda escolar. 
 Vacinação: verificar caderneta de vacinação da criança. 
 Desenvolvimento Neuropsíquico e Emocional: anotar a época de aquisição 
das habilidades e atitudes, controle de esfinceres, escolaridade, características 
do sono, atividades diárias (lúdicas e sociais), relacionamento com os pais, 
colegas e adultos, desenvolvimento da sexualidade; procurar conhecer o 
ambiente da criança: casa, segurança, animais, possibilidade de lazer; 
 Crescimento: ver a caderneta de saúde da criança e analisar a curva de 
crescimento. 
 Medicamentos: questionar se a criança faz uso de medicamentos. 
 Banho de Sol: investigar sobre a exposição ao sol. 
 Doenças Anteriores: internações, cirurgias, acidentes. 
7. História Familiar: Anotar informações sobre a idade, profissão e escolaridade e saúde 
dos pais, irmãos e familiares mais próximos, além de cosanguinidade, doenças 
heredofamiliares; perguntar sobre o uso de drogas, fumo ou álcool. 
8. História Social: Perguntar sobre renda familial mensal; composição familiar, habitação 
(interrogar sobre o local que o paciente dorme). 
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Os dados sobre gestação e evolução podem ser obtidos de forma mais sucinta quando as 
crianças são mais velhas, mas devem ser detalhadas na avaliação dos primeiros anos de vida e, 
sempre que possível, verificar cartão do pré-natal. 
Dependendo da idade, alguns antecedentes mórbidos podem perder sua importância e deve-
se considerar que, principalmente no início da vida, a criança adoece mais e, em geral, por 
doenças benignas e autolimitadas. Portanto torna-se importante analisar o risco desses 
problemas sobre seu processo de crescimento e desenvolvimento. Nos adolescentes, amplia-
se a investigação sobre gravidez, doenças venéras e outros. 
Exame Físico 
Abordagem ao paciente/acompanhante: explicar os procedimentos que serão realizados, de 
forma clara e gentil. 
Mensuração 
Medir o comprimento, peso, perímetro cefálico, temperatura, frequência cardíaca e 
respiratória, pulso, pressão arterial. 
→ UTILIZAR TABELAS 
Ectoscopia 
1. Avaliar o Estado Geral da Criança 
2. Mucosa, pele e subcutâneo – pigmentação, erupção, desmacações, edema, textura, etc 
3. Unhas e Cabelos 
4. Linfonodos 
6. COONG 
 – INSPEÇÃO 
 Face: fáceis, observar paralisias, conformação do crânio; 
 Orelha: forma e implantação do pavilhão auricular, secreção; 
 Olhos: verificar esclera e conjuntiva e córnea,estrabismo, paralisias e pupilas; 
 Nariz: forma, batimento das asas nasais, aspecto da mucosa, secreções, obstrução 
e septo nasal; 
 Boca e Garganta: avaliar a palidez, os lábios, dentes, gengivas, lingua, palato, 
amigdalas; 
 Pescoço: verificar o tamanho, presença de pterygium, edema, tireoide, vasos, 
linfonodos, rigidez na nuda e sinal de brudzinski; 
 - PALPAÇÃO 
 Crânio: conformação, fontanelas, suturas; 
 Orelhas e mastoide: sensibilidade; 
 Nariz: sensibilidade, desvio de septo, fraturas; 
 Pescoço: tumorações, ridigidez, musculatra, palpação da traqueia e tireoide; 
 Linfonodos: localização, número, tamanho, consistência, mobilidade; 
 - PERCUSSÃO 
 Cabeça (pouco utilizada) 
 - AUSCULTA 
 Pescoço: sopros e crepitações; 
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7. Tórax (=adulto, com as seguintes peculiaridades) 
 - INSPEÇÃO 
 Observar forma, simetria, tiragens, tipo de respiração, frequência, verificar o 
ictus cordis e abaulamentos da área cardíaca, observar desenvolvimento das mamas, simetria 
e sinais inflamatórios, ginecomastia; 
 - PALPAÇÃO 
 Linfonodos: sub e infraclaviculares, axilares e intercostais; 
 Mamas: calor, sensibilidade e tumorações; 
 - EXPANSIBILIDADE 
 - PERCUSSÃO 
 - AUSCULTA 
 Verificar sons respiratírios e bulhas cardíacas; 
8. Abdome (=adulto, com as seguintes peculiaridades) 
 - INSPEÇÃO 
 Avaliar a cicatriz umbilical e diástase dos músculos reto abdominal; 
 - AUSCULTA 
 - PALPAÇÃO 
 Na palpação profunda, avaliar o anel e a cicatriz umbilical, a presença de 
hérnias umbilicais e inguinais. 
9. Região Anorretal 
 -INSPEÇÃO 
 Analisar a fosseta anal e se o ânus está perfurado; 
 - PALPAÇÃO 
 Verificar o tônus do esfíncter; 
10. Genitália 
 - INSPEÇÃO 
 Observar ambuiguidade, corrimento uretral e vaginal, epispádia e hipospádia, 
fimose, hidrocele, hérnias e testículos; 
 - PALPAÇÃO 
 Hérnias, testículos (localização, consistência, sensibilidade); 
11. Extremidades 
 - INSPEÇÃO 
 Verificar lesões de pele, colorações, articulações, movimentos anormais, 
musculatura, tipo de marcha, tamanho e simestria dos membros. 
 - PALPAÇÃO 
 Avaliar musculatura, articulações, pulsos, edema, motilidade, perfusão capilar; 
 Manobras de Ortolini e Barlow nos lactentes; 
 Pesquisa de Reflexos; 
 - PERCUSSÃO 
 Pesquisa de Reflexo 
12. Coluna Cervical 
 Avaliar postura e curvaturas; 
 Avaliar a presença de espinha bífida, fístulas, tufos capilares; 
13. Sistema Nervoso e DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor) 
 Verificar estado de consciência, postura, cabeça, olhos e pupila, sinal do sol 
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poente, colunam pares cranianos, reflexos passivos e ativos, finais de meningismo, final de 
romberg; 
14. Comportamento 
 Observar se ela é comunicativa ou tímida, ativa ou passiva durante a anamnese 
e o exame físico; se demonstra medo do médico e do exame; verificarse manifesta crise de de 
birras, hiperatividade, desobediência e rebeldia; 
 Observar se a mãe é autoritária, permissiva, insegura, superproterores, etc; 
 
CUIDADOS COM O RN 
(► e ► e ►) 
 
 
É na primeira semana de vida, em especial no primeiro dia de vida (representando 25%), que 
se concentram as mortes infantis no País. A anamnese gestacional é importante para 
reconhecer aquele RN com riscos pré, peri e pós natais. 
Reconhecimento do RN de risco:
• Baixo nível socioeconômico. 
• História de morte de criança menor de 5 
anos na família 
• Criança explicitamente indesejada. 
• Mãe adolescente (< 20 anos). 
• RN pré-termo (< 37 semanas). 
• RN com baixo peso ao nascer (< 2.500g). 
• Mãe com baixa instrução (< 8 anos de 
estudo). 
• APGAR abaixo de 7 no 5º minuto 
•Doenças e infecções maternas 
• DPP 
• + de 18 horas de bolsa rota
Reconhecimento de RN de alto risco: 
1. RN com asfixia grave (APGAR <7 no 5º minuto) 
2. RN pré-termo com peso ao nascer <2000g 
3. RN<35 semanas de IG 
4. RN com outras doenças graves 
Classificação do Recém-Nascido 
IDADE CORRIGIDA PARA PREMATUROS 
(até 2 anos) 
Faz: DNPN e antropometria 
Não Faz: vacinação e alimentação 
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 Quanto ao peso ao nascer: RNBP (abaixo de 2.500) e RNGP (acima de 4.500). 
 Quanto a idade gestacional: pré-termo (IG menor de 37 semanas), termo (37-41 
semanas completas e 6 dias), pós-termo (IG de 42 semanas ou mais). 
 Quanto a relação peso e idade ao nascer: PIG se o RN tem PN baixo de 10% e GIG se o 
peso estiver acima de 90%. 
Exame Clínico do Recém-Nascido 
O exame físico na sala de parto é sumário de a criança nasceu vigorosa. O primeiro exame 
deve ser realizado até 12 horas, coma a presença dos pais se a criança parecer saudável. Como 
regra, o RN como um todo ou em seus segmentos corporais admite um exame que vai do 
externo para o interno e no sentido crânio-caudal. Inspeção, palpação, percussão e ausculta 
devem ser aplicadas nos diversos segmentos examinados. 
Aspectos especiais da anamnese 
Antes do nascimento, o pediatra realiza a histórica pregressa, que incui dados familiares e 
maternos, além de eventos durante a gestação e parto. Essas condições podem estar 
associadas à possibilidade de doença no recém-nascido. 
A anamnese gestacional deve conter: 
 Idade, escolaridade e profissão da mãe 
 Doenças prévias 
 Uso de álcool, tabaco e outras drogas 
 Paridade e consanguinidade 
 Uso de medicamentos 
 Sorologias (Toxoplasmose, Hepatite B HBsAg, Sífilis VDRL, HIV, Bacteriúria e 
Streptococcus). Obs.: só fazeos daquelas doenças que passam para o feto e são 
passíveis de tratamento. 
 Consultas de pré natal (mínimo 6) 
 Reposições: ácido fólico (fechamento do tubo neural) e sulfato ferroso 
Na história do parto devemos pesquisar a ID ao nascimento, tipo de parto com suas indicações 
e intercorrências, peso, comprimento, PC e APGAR. 
Exame/Testes do RN 
 Teste do Coraçãozinho: Antes da Alta 
 Teste do Olhinho: Antes da alta 
 Teste da Linguinha: Antes da alta 
 Teste da Orelhinha: De 24 horas a 3 meses 
 Teste do Pezinho: Entre 3º-5º dias 
Exame Clínico 
Exame Físico Geral (Antropometria) 
A avaliação do peso, comprimento, perímetro encefálico, perímetro torácico e o perímetro 
abdominal deve ser feita ao final do exame físico, já que pode gerar desconforto pra criança. 
Para o RN a termo, o comprimento varia entre 45 e 51 cm, nas meninas e de 45 a 55 cm nos 
meninos. A média do perímetro encefálico no RN a termo é de 32 a 36 cm. 
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Pele 
Ao nascimento, a coloração da pele é róseo-avermelhada com vérnix caseoso durantes as 
primeiras horas de vida. A partir do segundo dia de vida, surge um grau variável de 
descamação fisiológica. A palidez da pele é sinal de anemia, hipoperfusão sanguínea ou 
hipoxemia. A icterícia tem progressão cefalo-caudal e denota hiperbilirreubinemia , cerca de 
2/3 dos RN apresentam icterícia fisiológica na primeira semana de vida (as icterícias 
patológicas normalmente aparecem antes do 3º dia, enquanto as fisiológicas aparecem depois 
do 3º dia). As dermatoses aparecem em 99% dos RN podendo ou não ter algum significado 
clínico patológico. 
Deve-se avaliar: Textura, Umidade, Cor, Presença de milium, Presença de lanugo, Presença de 
vérnix, Presença de mancha mongólica, Presença de icterícia. 
COONG 
No exame físico do crânio, observam-se sua forma e dimensões e realiza-se a palpação para 
avaliar partes moles, suturas e fontanelas. A 
fontanela anterior possui de 1-5 polpas digitais e 
fecha com 18 meses, já a fontanela posterior possui 
de 1-2 polpas digitais e se fecha com2 meses. O 
abaulamento das fontanelas indica aumento da PIC 
(choro, febre, hipervitaminose A e meningite), a 
retração indica desidratação ou desnutrição. Caput 
succedaneum, ou bossa serossanguinoleta, é 
detectado ao nascimento como edema sobre a área 
de apresentação durante o trabalho de parto, trata-
se de um derrame seroso eu se desenvolve entre o 
couro cabeludo e o periósteo nos recém nascidos 
que; tem limites amplos e imprecisos e não respeita os limites das suturas. Cefaloematoma é 
uma tumefação firme e flutuante, na maioria das vezes única, que aparece no 2º ou 3º dia de 
vida sobre um osso craniano, não transpondo os limites das suturas e indicando hemorragia 
subperióstea. 
A ênfase no exame ocular do RN é na estrutura e aparência do olho e das regiões subjacentes. 
O exame inclui a observação do tamanho, forma e posição dos olhos e a demonstração de que 
a criança parece ter visão pela reação à luz. Pode-se observar hemorragia subconjuntival, 
icterícia e fenda. O teste do reflexo vermelho é simples e rápido, devendo ser pesquisado nas 
primeiras horas ou dias de vida para diagnóstico de retinoblastoma (mais comum tumor intra-
ocular na infância apresentando alta malignidade). 
Cada orelha deve ser examinada para avaliar sua forma, tamanho, posição e presença do canal 
e deformidades. Deve-se observar se o RN responde piscando os olhos à emissão de um ruído 
próximo ao ouvido (reflexo cócleo-palpebral). Independentemente do resultado é obrigatório 
o rastreamento da deficiência auditiva por meio de medidas fisiológicas da audição (teste da 
orelhinha). 
O nariz é avaliado em sua forma, tamanho, tamanho do filtro, definição do sulco nascolabial e 
permeabilidade. A permeabilidade do nariz é avaliada pela passagem de uma sonda pelas 
narinas numa distância de 3 a 4 cm ou colocando um filete de algodão na abertura do nariz 
observando seu movimento (a obstrução pode indicar atresia de coanas). A presença de 
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secreção piossanguinolenta nas primeiras semanas de vida pode ser decorrente de sífilis 
congênita. 
Na boca observamos a presença de fenda no palato, pérolas de Epstein (pequenos nódulos 
brancos ao longo da linha média do palato), lábio leporino e desvio de comissura. 
Pescoço 
O pescoço deve ser estendido para verificar a presença de fendas, cistos e massas. O torcicolo 
congênito apresenta-se como tumoração indolor, dura e fibrosa situada dentro do músculo 
ECM, com o encurtamento do músculo, a cabeça fica inclinada para o lado afetado e o mento 
voltado para o lado oposto. 
Tórax 
Perímetro torácico é 2 cm menor que o cefálico, essa assimetria pode estar associada à 
malformação cardíaca, pulmonar, da coluna e do arcabouço costal. Os mamilos e as glândulas 
mamárias: crescem com a idade gestacional e em RN a termo medem, à palpação, cerca de 
1cm. Essa hipertrofia bilateral das glândulas mamárias decorrente de estímulo estrogênico 
materno. Em algumas dessas crianças, meninos ou meninas, pode-se observar secreção de 
leite. 
Semiologia Respiratória 
Respiração: padrão toraco abdominal. Frequência respiratória média é de 40 a 60 incursões 
porminuto (contada em 1 minuto). Acima de 60 caracteriza a taquipneia, que deve ser 
investigada. Presença de tiragem intercostal supra e infraesternal é anormal, mesmo em RN 
prematuros. Utilizamos a tabela a seguir para analisar a dificuldade respiratória do RN. 
 
Semiologia Cardíaca 
A frequência cardíaca varia, em média, de 120 a 140bpm. RN em repouso com frequência 
cardíaca acima de 160bpm (taquicardia) devem ser mais bem avaliados. Na ausculta cardíaca 
do RN, sopros ou arritmias podem ser transitórios. Sopro sistólico no nível do terceiro ou 
quarto espaço intercostal, ao longo da borda esternal esquerda, nas primeiras 48 horas de 
vida, pode ser verificado em RN a termo. Quando é um achado isolado, sem outros sinais 
associados, como taquicardia, taquipneia ou cianose, costuma não ter repercussão clínica e, 
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em geral, desaparece nos 3 primeiros meses de vida. A ausência de sopros não afasta 
cardiopatia, já que em cerca de 20% das cardiopatias congênitas graves não se auscultam 
sopros de imediato. 
Abdome 
No RN, a inspeção é a principal ferramenta propedêutica do exame físico do abdome. À 
inspeção, o abdome do RN apresenta-se semi- globoso. Abdome globoso, distendido, com 
ondas peristálticas visíveis sugere obstrução. Abdome escavado é sugestivo de hérnia 
diafragmática. No exame do coto umbilical, 
observam-se duas artérias e uma veia. A 
queda do coto umbilical ocorre em geral na 2ª 
semana de vida. A palpação do abdome 
mostra que em condições normais não se 
encontram massas abdominais e é possível a 
palpação da borda do fígado a cerca de 2cm a 
2,5 cm do rebordo costal direito, na linha 
mamilar; o baço que pode ser palpado em até 
1/5 dos RN e deve-se pesquisar infecção 
congênita; os rins podem ser palpáveis 
principalmente em prematuros (rins 
aumentados sugerem doença policística). Os 
principais defeitos da pararede abdominal 
incluem a onfalocele e a gastroquise. A 
onfalocele aparece como um saco, na base do 
coto umbilical, resultante de defeito 
congênito do anel umbilical; o conteúdo 
umbilical herniado é envolto por membrana que consiste em peritônio e membrana amniótica. 
Já a gastroquise é um defeito da parede abdominal para umbilical em que o conteúdo 
abdominal herniado não apresenta proteção do saco peritoneal. 
Região Inguinal e Genital 
No RN do sexo feminino, em particular no prematuro, os lábios maiores são pouco 
desenvolvidos, não fecham o vestíbulo, e os lábios menores fazem saliências entre eles; o 
clitóris é relativamente proeminante. Algumas vezes, nota-se a presença de secreção vaginal 
de aspecto catarral ou sangüínea; trata-se de fenômeno fisiológico decorrente da passagem 
transplacentária de hormônios maternos e desaparece espontaneamente até o fim do 1° mês. 
Considera-se como hidrometrocolpos o acúmulo de secreção vaginal e uterina por 
estimulação estrogênica excessiva intra-útero, acompanhada de obstrução do trato genital 
(atresia vaginal, membrana vaginal ou imperfuração do hímen). 
No RN do sexo masculino o pênis vai de 2 a 3 cm e a glande é encoberta. Inspecionar a bolsa 
escrotal quanto ao aspecto da ele, cor, rugas, edema e equimoses. No recém-nascido, o 
escroto 1 relativamente grande. O acúmulo de líquido na túnica vaginal que envolve os 
testículos, manifestando-se sob a forma de tumefaçâo cística, mole e normalmente indolor, é 
conhecido como hidrocele. É resultante da persistência ou obliteração incompletado conduto 
peritônio-vaginal. Palpar ao longo do canal inguinal e, se alguma massa for notada, verificar a 
textura, consistência e dimensão, observando a presença de peristalse intestinal e de ruídos 
hidroaéreos. Também pode-se achar criptorquidia e testículo retrátil. 
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Deve-se constatar a verificação da permeabilidade anal. Tal exame deve ser incluída na rotina 
do primeiro exame após o nascimento. 
Sistema Músculo Esquelético 
O exame da coluna inclui a observação de curvaturas anormais e alterações cutâneas 
indicativas de deformidades subjacentes. Em alguns casos, tufos de pêlos longos, nevo 
pigmentado, hemangioma ou lipoma na linha média da região inferior da coluna indicam a 
presença de espinha bífida oculta. As extremidades devem ser avaliadas para simetria 
tamanho, amplitude de movimentação ativa e passiva e deformidades óbvias. Intra-útero, os 
pés raramente ficam em uma posição neutra, e algumas vezes é difícil determinar se existe 
uma anormalidade estrutural ou apenas uma deformidade postural transitória. O pé torto 
congênito (eqüinocavovaro) é uma anomalia do desenvolvimento de todo o pé; é facilmente 
reconhecido pela sua rigidez, a qual o diferencia do pé eqüinovaro postural, que é flexível e 
pode ser levado para uma posição neutra sem dificuldade. O quadril deve ser avaliado para 
detectar a presença de luxação. A luxação de quadril ocorre mais freqüentemente em 
mulheres com apresentação pélvica ao termo da gestação e que têm história familiar. 
Freqüentemente é unilateral, sendo o quadril esquerdo o mais afetado, mas pode ser bilateral. 
As pernas devem ser simétricas em comprimento quando estendidas ou quando os joelhos 
estão fletidos e os pés apoiados sobre o leito; o comprimento desigual sugere deslocamento 
da perna mais curta. Para o diagnóstico da luxação de quadril, deve-se realizar a manobra de 
Barlow (abduz o quadril enquanto se aplica pressão sobre o joelho, direcionando a força 
posteriormente) para identificar se a articulação é luxável, se positivo, fazemos a manobra de 
Ortolani, que é feita com o quadril e os joelhos fletidos, o terceiro dedo sobre o trocanter 
maior e o polegar sobre o trocanter menor, para ver se a articulação está luxada. Enquanto a 
coxa é abduzida, uma pequena pressão aplicada sobre o trocanter maior dirige a cabeça do 
fêmur que está deslocada para o acetábulo, produzindo uma sensação de ressalto. 
Sistema Nervoso 
O exame neurológico consiste principalmente na avaliação do comportamento, tônus 
muscular e reflexos de desenvolvimento do RN. Até 3 meses, o RN possui postura hipertônica 
com flexão dos membros. 
Reflexos: 
1. O Reflexo de Moro pode ser desencadeado por 
uma variedade de estímulos, incluindo barulho 
intenso, movimentos súbitos. Os movimentos 
criados por esses estímulos consistem na 
extensão e abdução dos membros superiores 
com abertura das mãos seguidas de adução e 
flexão dos membros superiores e choro audível. 
Presente até 6 meses. 
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2. O Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico, também 
conhecido como reação do esgrimista, é 
desencadeado pela rotação da cabeça e consiste na 
extensão dos membros superiores para o lado em 
que a cabeça é girada e flexão dos membros 
superiores do lado occipital. Presente de 4 a 6 
meses. 
 
3. Reflexo da Busca: O toque da pele perioral promove o movimento da cabeça em 
direção ao estímulo, abertura da boca e tentativa de sucção do dedo. Presente até 2 
meses, depois torna-se voluntário. 
 
4. Reflexo de Preensão Palmar: consiste na resposta à tração 
dos músculos flexores dos membros superiores que levam 
à suspensão da criança do leito com a cabeça semi-ereta. 
Presente até 6 meses. 
 
5. O Reflexo da Preensão Plantar: é deflagrado pela pressão 
dos dedos do examinador sobre a parte anterior das 
plantas dos pés. Presente até 8 meses. 
 
6. Reflexo Cutâneo Plantar: pode ser desencadeado pelo 
passar dos dedos delicadamente na superfície plantar do 
pé. Caso positivo há extensão dos dedos. Permanece até 2 
anos e vira Babinski. 
 
7. O Reflexo da Marcha Reflexa: é provocado pelo contato 
da planta do pé com a superfície, que resulta em marcha 
automática. Esse reflexo é difícil de ser obtido com o recém-nascido dormindo ou 
chorando ou naqueles com depressão cerebral. Presente até 2 meses.8. Reflexo de Fuga à Asfixia: é avaliado colocando-se a criança em decúbito ventral no 
leito, com a face voltada para o colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar o rosto 
liberando o nariz para respirar adequadamente. 
 
9. Reflexo de Sucção: é avaliado ao tocar o palato do RN (com o mindinho). Presente até 
5 meses. 
 
LACTENTE, PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR 
(► e ►) 
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Puericultura = “consulta de rotina”: 
avaliação periódica do crescimento, 
desenvolvimento, alimentação, 
vacinação, hábitos fisiológicos; em 
geral, não há queixas espontâneas. Na 
tabela ao lado observamos a 
frequência em que a puericultura deve 
ocorrer ao longo do desenvolvimento 
da criança. 
 
 
• Classificação: 
 Primeira infância = 0 a 2 anos 
 RN ou neonato = 0 a 28 dias de vida 
 Lactente = 29 dias a 1 ano, 11 meses e 29 dias 
 Segunda infância = 2 a 10 anos 
 Pré-escolar = 2 anos a 5 (7) anos 
 Escolar = 5 (7) anos a 10 anos. 
 Terceira infância = 10 a 20 anos incompletos 
Pré-púbere = 10 anos ao início dos sinais puberais 
Púbere = Tanner 2 a 5 
Adolescente tardio = 16 a 20 anos. 
QP, HMA e Anamnese: 
QP e HMA semelhante a Semiologia de Adultos. 
Anamnese: Semelhante a Semiologia de Adulto, exceto a HPP em que busca-se detalhes da 
anamnese materna, história do parto e do período neonatal. Pesquisar doenças típicas da 
infância, uso de medicamento e uso de SuFe (de 6 meses a 2 anos). Pesquisar alergias, 
internações, alergias e acidentes. 
Puericultura: 
 ALIMENTAÇÃO: Aleitamento materno exclusivo (duração, desmame e motivo), 
Aleitamento Complementar, Diário Alimentar. 
 
Até 6 meses Aleimtamento materno exclusivo 
6-7 meses AM + 1 papa principal + fruta 
7-11 meses AM + 2 papas principais + fruta 
A partir de 12 meses AM + alimentação igual a família 
Obs.: AM até 2 anos. 
Obs2.: Vit D e SuFa de 6 meses a 2 anos 
 
 DENSENVOLVIMENTO: DENVER até 6 anos, após isso, utilizar rendimento escolar. 
 VACINAÇÃO: atualizações, reações, apresentou a caderneta ou referiu? 
IDADE CORRIGIDA PARA PREMATUROS 
(até 2 anos) 
Faz: DNPN e antropometria 
Não Faz: vacinação e alimentação 
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 DENTIÇÃO: presença de dentes início não deve exceder 1 ano e 9 meses (se sim, 
pensar em adontia) e estado de higiene 
 SONO: hora de deitar e de desertar, qualidade do sono, qualidade e quantidade de 
sonecas. 
 TEMPO DE TELA: 
Até 2 anos: 0 
2-5 anos: 1h por dia 
6 e mais: cabe aos pais 
Exame Físico: 
Iniciar a avaliação no colo do acompanhante. 
Sequência: 
dependerá da idade do paciente 
- RN e lactente jovem (<6m) = reação positiva  sequencia ordenada. 
- >6m até a idade escolar = reação negativa  aproveitar as oportunidades. 
procedimentos que utilizam instrumentos – realizados ao FINAL da consulta (Tax, oro e 
otoscopia, avaliação de região dolorosa). 
 
1. FC, FR, FP, ausculta cardíaca e respiratória, palpação abdominal e pesquisa de rigidez 
de nuca: realizados enquanto a criança está calma ou dormindo. 
 
2. Antropometria. Medimos o perímetro encefálico de crianças até 2 anos, a fita deve 
passar pelas partes mais salientes do frontal e occipital. Até 2 anos (16 kg) utilizamos 
balança de prato. Até 1 ano (1m) usamos estadiômetro. Até 3 anos usamos o gráfico 
de IMC, a partir disso, fazemos o cálculo. 
3. Estado geral, estado de consciência (alerta, sonolento, obnubilado ou comatoso), 
atividade (ativo, hipoativo, inativo), reatividade (reativo, hiporreativo ou sem 
reatividade), fácies, presença de malformação, nutrição. 
4. Ectoscopia: Pele e anexos: cor, rash, descamação, manchas, lesões; Linfonodos: 
adenomegalias, localização, consistência, tamanho, dor, coalescência, aderência; 
Mucosas: 
5. COONG: 
Cabeça: crânio = conformação, simetria, tamanho, tumorações, crepitações; 
fontanelas (tamanho e tensão) e suturas. face = expressão, simetria, desvios. 
Olhos = formato, simetria, mobilidade, distância, tamanho, coloração da esclera e 
conjuntiva, secreção, estrabismo, nistagmo, tamanho e resposta pupilar à luz, 
pálpebras. 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
13 
 
 
Orelhas = implantação, forma, secreção, dor. (OTOSCOPIA: conduto auditivo externo e 
membrana timpânica) 
Nariz = formato, secreção, lesão. (RINOSCOPIA: mucosa nasal, cornetos, desvios, 
secreções. ) 
Garganta: boca = simetria, lesões labiais e de mucosas, dentes (higiene, cáries, perda 
de dentes). OROFARINGE: frênulos labiais, língua, palato e região posterior da 
orofaringe. 
6. Pescoço: abaulamentos, mobilidade, tumorações, cadeias ganglionares. 
7. Tórax: formato, simetria, retrações, abaulamentos, mamilos. AR = FR, ritmo e padrão 
respiratório, frêmito tóraco-vocal (choro), ausculta: MVF e presença de RA (sibilos, 
crepitações, roncos, estridor), dispneia:  leve = TSD + TIC / moderada = TSD + TIC + 
RX / grave = TSD + TIC + RX + BAN. ACV= FC, precórdio - ictus cordis (localização, 
intensidade e extensão) e frêmitos, pulsos de MMSS e MMII e FP, perfusão capilar, 
PA* (> 3 anos ou comorbidades), ausculta: ritmo, bulhas, sopros, desdobramentos, 
extra-sístoles. 
 
8. Abdome: inspeção: forma, simetria, aspecto, movimentos peristálticos, 
abaulamentos difusos e localizados, depressões difusas ou localizadas, diástases, 
circulação colateral, cicatriz umbilical; ausculta: RHA e sopros; percussão: timbre, 
delimitação das vísceras, sensibilidade. palpação superficial e profunda = 
sensibilidade, tensão, VCM e massas. Fígado: hepatimetria, tamanho em relação ao 
RCD e AX, consistência, bordas, superfície. Baço: tamanho em relação ao RCE, 
consistência, bordas, sensibilidade. 
9. Genitália: palpação da região inguinal, com pesquisa de pulsos. 
MENINOS: formato do pênis e da bolsa escrotal, exposição da glande, localização da 
uretra, testículos. A aderência prepucial é fisiológica até 4 anos. 
MENINAS: clitóris, lábios maiores e menores, orifício uretral e hímen. 
10. Região anal e sacrococcígea: fissuras, fístulas, lesões, anormalidades lombo-sacras – 
estigmas sacrais. 
11. Extremidades e articulações: simetria, mobilidade, desvios, crepitações, dor. Checar 
CICATRIZ VACINAL BCG!!! 
12. Neurológico: consciência, orientação, atitude, marcha, tônus, força muscular, 
coordenação, sensibilidade e avaliação dos pares cranianos. ECG (Glasgow). Sinais de 
irritação meníngea: rigidez de nuca, Kernig e Brudzinsk. Movimentos anormais: 
tremores, tiques, movimentos tônicos e mioclônicos. 
 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
14 
 
 
EXAME FÍSICO E ANAMNESE DO ADOLESCENTE 
(► e ►) 
Para a OMS entende-se por adolescência a faixa etária entre 10 e 19 anos, período da vida 
caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por 
transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. Dividimos essa fase em: 
 Adolescência precoce - dos 10 aos 13 anos: nesse período, o indivíduo começa a ter 
modificações do próprio corpo, permanece circunscrito no ambiente familiar e há, 
ainda poucos esforços para estabelecer separação dos pais, início da fase de rebeldia, 
críticas e ambivalência. 
 Adolescência média – dos 14 aos 16 anos: grande preocupação com a imagem 
corporal, conflitos familiares frequentes, seleção de amigos, conduta exploratória em 
relação à sexualidade. 
 Adolescência tardia – dos 17 aos 19 anos: um momento em que é frequente a 
preocupação profissional e econômica, os relacionamentos são mãos afetuosos, com 
namoros frequentes, estabelecimento da identidade psiquica mais próxima da fase 
adulta. 
Puberdade (mudança física) é o período em que o jovem adquire certa maturação sexual, com 
capacidade reprodutiva e crescimento físico geral mediado por hormônios. 
O médico do adolescente não deve e não pode fugir da adolescência do jovem e, por isso, 
deve estar preparado para percebê-la e acompanha-lacom interesse e dedicação. 
No adolescente a dinâmica da consulta ocorre em 3 tempos: 
1º: Atende-se o adolescente junto com o familiar. Pesquisar antecedentes pessoais 
fisiológicos e patológicos, antecedentes familiares, queixa principal e história da 
Particularidades do atendimento antecedentes familiares, queixa principal e história da 
moléstia atual, segundo a visão familiar. 
2º Adolescente fica sozinho com o médico. Completar a anamnese: vida sexual, álcool, drogas, 
riscos, amizades. Pode-se ou não realizar o exame físico, dependendo das circunstâncias. 
3º Volta-se para o acompanhante. Discussão das condutas e esclarecer dúvidas. 
Anamnese 
Tem em vista 3 dimensões do espaço diagnóstico – o paciente, a moléstia e as circunstâncias. 
Deve haver um interesse especial pelo paciente e pelo contexto familiar e social, indispensável 
para a compreensão dos problemas apresentados. A maior parte da anamnese é realizada no 
segundo momento da consulta, em que se aborda: afeto, trabalho, sexualidade, drogas e 
comportamentos de risco e suicídio. 
Exame Físico 
O exame físico do adolescente segue as normas gerais estabelecidas para o exame do adulto. 
Entretanto, há algumas peculiaridades que devem ser ressaltadas. 
 
 
 
Síndrom
e da 
Adolesc
ência 
Normal 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
15 
 
 
 
1. Ectoscopia e Exame Geral: Analisar a presença de acne; peso e estatura; curvas por idade. 
 
 
MENINAS: 
Mais precoce: 10-12 
anos 
Pico de crescimento 
menor: 8-9cm/ano 
Duração menor: 2 
ano 
MENINOS: 
Mais tardio: 13-14 anos 
Pico maior: 9-10cm/ano 
Maior duração: 4 anos 
 
 
CRESCIMENTO SOMÁTICO: 
Inicia-se na adolescência precoce 
15-20% da estatura adulta 
 Padrão distal para proximal 
Crescimento do osso precede o aumento da mineralização e densidade óssea risco de fratura – 
Quantidade necessária de cálcio/dia: 1300mg (1 copo de leite (240ml) = 300mg cálcio) 
Crescimento do globo ocular: miopia 
Crescimento do coração, aumento da PA, aumento da capacidade pulmonar, estimulação de 
glândulas, aumento da laringe e faringe, alongamento do globo ocular (miopia) 
2. Exame dos órgãos e sistemas: estadiamento puberam seguindo os critérios de turner. 
 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
16 
 
 
 HOMEM: 
1º marco: aumento testicular de G1 ara G2 aos 9 anos e meio 
Pico do crescimento somático: entre P3 e P4 (11 anos e meio a 16 anos) 
 MULHER: 
1º marco: broto mamário M2 aos 8-13 anos (telarca) 
Pico de crescimento somático: M3 (10 a 14 anos) 
Menarca após 2 anos e meio após o início da puberdade 
Obs.: exames ginecológicos são para casos específicos. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
(► e ►) 
Outono e inverno: elevado número de alterações respiratórias, sendo as infecções virais e o 
broncoespasmo as alterações mais frequentes. O exame físico inclui não apenas a avaliação 
pulmonar, mas também o exame minucioso das narinas, ouvidos, boca e orofaringe. 
Até 6 meses de idade a respiração é nasal. 
Fisiologia das Vias Aéreas Superiores: tuba auditiva infantil possui menor extensão e é mais 
horizontalizada, o que gera refluxo nasal; bebês nascem com os seios paranasais obstruídos 
(raramente tem sinusite). 
Fisiologia das Vias Aéreas Inferiores: ao nascimento há menos alvéolos, diminuindo a reserva 
de troca gasosa, o que aumenta a chance de insuficiência respiratória aguda; as vias aéreas 
distais possuem menor suporte cartilaginoso (completa aos 5 anos), o que gera compressão da 
traqueia durante o choro; esterno maleável, costelas complecentes e horizontalizadas, 
musculatura intercostal pouco desenvolvida; predomínio de fibras musculares do tipo II 
(contração rápida -> fadiga precoce); traqueia com diâmetro pequeno > resistência ao fluxo 
Anamnese 
Queixas Principais: “Dor de garganta”, “Dor de ouvido”, “Nariz entupido”, “Nariz escorrendo”, 
Tosse, “Chieira”, “Barulho ao respirar”, “Cansaço” , “Dificuldade de respirar”, Infecções.
 
Perguntas a IVAS Perguntas a IVAI 
Agudo ou crônico? Agudo ou crônico 
Coriza e Congestão Dispneia 
Aspecto da secreção Características da tosse e expectoração 
Prurido nasal Presença de Sibilos 
Espirros Taquipneia, bradpneia ou apneia? 
Obstrução nasal Fatores desencadeantes 
Cefaleia associada Horário 
Odinofagia História de engasgo 
Alimentação normal? Viral não altera Comprometimento da alimentação 
Dispneia Exp: 
VAI 
Dispneia Insp: 
VAS 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
17 
 
 
 
 Fatores ambientais envolvidos – alérgenos: Tapetes e cortinas; Pelúcia; Animais; 
Ambiente arejado x mofado. 
 Alterações no período perinatal: Gestação e parto: prematuridade? hipóxia? Uso de 
O2? Intubação com necessidade de ventilação mecânica? 
 Doenças anteriores: Internações, Infecções ,Atopias, sintomas gastrointestinais, déficit 
pondero-estatural, parasitoses, cardiopatias, hipertrofia de adenoide / amígdalas, 
Procedimentos cirúrgicos, Alergias, Uso de medicamentos 
Exame Físico 
I, P, P e A, sendo P e P pouco realizáveis, apenas complementares para elucidar achados. 
 Inspeção (PRIORITÁRIOS) 
Analisar o formato do tórax, padrão respiratório, sinais de esforço respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação do esforço respiratório 
 leve = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal 
 moderada = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal + retração esternal 
 grave = tiragem subdiafragmática + tiragem intercostal + retração esternal + 
batimento de aleto nasal 
 
BRONCODISP
LASIA 
PULMONAR 
1. Gemência 
2. Batimento de aleta nasal 
3. Retração da Fúrcula 
Esternal 
4. Tiragem Intercostal 
5. Tiragem Subdiafragmática 
6. Cianose 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
18 
 
 
 
 
 Ausculta 
 sons normais: 
 Bronquial = traquéia. 
 Broncovesicular = infra e supraclavicular e supraescapular. 
 Vesicular = restante do tórax. 
 sons anormais: 
 contínuos musicais = sibilos e roncos 
 descontínuos = crepitações 
 atrito pleural 
 estridor 
 gemidos 
 Rinoscopia, oroscopia e otoscopia (ao final em crianças maiores) 
SISTEMA LOCOMOTOR 
(► e ►) 
Anamnese 
Caracterização das queixas mais comuns: dor, perda de função ou deformidade. 
Sempre associar os achados do Sistema Locomotor com o DNPM e a avaliação do Sistema 
Nervoso. 
Exame Físico 
 Recém-Nascido: Observação da atitude e dos movimentos espontâneos e palpar as 
superfícies ósseas. Achados comuns: torcicolo congênito, plagiocefalia, sindactilia ou 
polidactilia, paralisia braquial, fratura de clavícula, luxação congênita do quadril (fazer 
Barlow ou Ortolani), pé torto congênito e posicional (pé equinovaro), 
mielomeningocele lombossacral, apêndice pilonidal e fosseta sacral. 
 
 Lactente e Pré-Escolar: Até dois anos: apoio de base larga, cadência rápida e passos 
curtos, pés em pronação e “plano”, quadris e joelhos discretamente fletidos, pernas 
separadas e membros superiores em abdução, com os antebraços fletidos, para maior 
equilíbrio. Apoio: antepé (marcha na ponta dos pés). Marcha adulto: até sete anos de 
idade. Geno Varo comum do nascimento até pré-escolar, normal até 3 anos. Geno 
valgo é comum após o geno varo e normal até 7 anos 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
19 
 
 
 
 Escolares e Adolescentes: Avaliar a postura, examinar os músculos, verificando seu 
desenvolvimento, motilidade e tônus, avaliação das articulações (movimentos ativos e 
passivos). 
 
SINAIS DE ALERTA 
• Febre, sintomas sistêmicos (prostração, perda de peso, sudorese noturna) 
• Linfadenopatia, hepatoesplenomegalia 
• Dor óssea 
• Dificuldade para dormir 
• Incongruência entre a história e os achados ao exame físico (maus tratos) 
 
Exame Clínico do Aparelho Locomotor em Pediatria (pGALS = paediatric Gait (marcha) Arms 
(braços) Legs (pernas) and Spine (coluna) 
Perguntas essenciais na Anamnese 
1. Seu filho apresentaalguma dor ou dificuldade de movimentar alguma articulação (junta), 
algum músculo, ou nas costas ou coluna? 2. Seu filho consegue se vestir sem ajuda? Tem 
alguma dificuldade para vestir alguma peça de roupa (camiseta pela cabeça, por exemplo)? 3. 
Seu filho tem alguma dificuldade para subir ou descer escadas? 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
20 
 
 
 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
(► e ►) 
Presença de Sintomatologia 
 Lactentes: cansaço e sudorese do polo cefálico durante as mamadas, cianose, palidez 
e icterícia prolongada. Uma particularidade nos neonatos é que a ausência de 
sintomatologia não descarta cardiopatia, como nos pacientes portadores de 
cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar ou naqueles com coarctação da 
aorta. 
 Crianças maiores: taquipnéia, intolerância ao exercício, síncope, dor torácica, 
palpitações, cefaléia, cianose e arritmia cardíaca. 
Antecedentes Pessoais 
HPP: Fatores materno-gestacionais: diabetes gestacional, infecções, uso de drogas e álcool, 
uso de medicações com potencial teratogênico, prematuridade, baixo peso ao nascer; 
Presença de malformações congênitas; Doenças prévias: episódios recorrentes de sibilância e 
pneumonias. 
AF: Cardiopatia Congênita; Ocorrência de morte súbita inexplicável na família; Lupus 
eritematoso sistêmico e doença de colágeno na mãe. 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
21 
 
 
Exame Físico 
 Ectoscopia: Cianose: central x periférica; Palidez; Alterações da perfusão; 
Circulação colateral; Edema; Estase jugular; Baqueteamento digital; 
Características fenotípicas sugestivas de síndromes. 
 Sinais Vitais: FC, FR, PA, avaliar pulsos 
 
 Antropometria: Alterações do crescimento no contexto de doença 
cardiovascular, sugerem gravidade e são mais frequentes nas cardiopatias 
cianóticas. 
 Região Cervical: Sopros, frêmitos, alterações do pulso, alterações na tireoide. 
 Tórax: Inspeção: Abaulamentos precordiais podem sugerir dilatação cardíaca 
crônica; Sulco de Harrison: pode sugerir grandes shunts esquerdo-direito e 
raquitismo; “Tórax hiperdinâmico”: ocorre, em geral, em cardiopatias com 
aumento de volume. Palpação: Localização e extensão do ictus: RN coração 
horizontalizado e ictus no 4º EICE e à esquerda da linha hemiclavicular; Em 
escolares e adultos, localiza-se no 5º EICE, à direita da linha hemiclavicular; 
Presença de frêmito. Ausculta: Ausculta-se não somente os focos precordiais 
mas também as áreas de irradiação: pescoço, dorso e axilas. 
Discussão 
Sopro inocente é encontrado em grande parte das consultas. Os mais frequentes em crianças 
são: sopro de still (detectado em 75-85% dos escolares, fluxo turbulento em região de 
estreitamento na saída do ventrículo esquerdo e melhor ouvido na borda esternal esquerda 
média ou entre a borda esternal baixa e o apêndice xifoide), sopro de ejeção pulmonar 
(crianças, adolescentes e adultos jovens, agudo, tem origen na via de saída do ventrículo 
direito e irradia), sopro de ramos pulmonares (até 6 meses de idade, ejetivo, sistólico, melhor 
auscultado na borda esternal esquerda), sopro clavicular (qualquer faixa etária, causada pelo 
fluxo sanguíneo norma para a aorta e para os vasos da região cervical), zumbido venoso (único 
sopro contínuo, é produzido pelo sangue que retorna das veias para o coração).A definição de 
sopro inocente inclui, ainda, resultados normais da radiografia de tórax, do eletrocardiograma 
e do ecocardiograma. Entretanto, nem sempre há necessidade destes exames, se a avaliação 
clínica inicial revelar características de normalidade. 
Os sopros patólógicos estão associados a anomalidades estruturais. Estão associados a 
anormalidades estruturais. Estudo realizado em 222 crianças identificou seis características 
clínicas preditivas da presença de cardiopatia em crianças com sopro: Sopro pansistólico; 
Intensidade de grau 3 ou superior; Localização na região superior da borda esternal esquerda; 
Qualidade rude; Presença de um segundo som cardíaco anormal; Presença de clique proto ou 
mesossistólico. 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
22 
 
 
SISTEMA GENITOURINÁRIO 
(► e ►) 
Anamnese 
O sexo feminino tem maior prevalência de ITU. Durante a revisão dos sistemas indagar o 
aspecto da urina, hematpuria, disúria, algúria, noctúria, urgência, força do jato, secreção, 
juntamente com sinais sistêmicos. Na história pregressa e na história familiar deve-se 
pesquisar ITU de repetição, criptorquidia, doença renal policística ou cálculos e início dos 
caracteres sexuais secundários. 
A dor renal é bem característica: 
- Renal = forte, persistente, sem relação com posição. 
- Pielouretral = tipo cólica, abrupta, relacionada a algum fator precipitante. 
- Vesical = dor leve a intensa, irradiada. 
- Uretral = dor, ardor, piúria. 
- Peniana = definir o momento da dor (ereção x flacidez) 
- Testicular (orquialgia) = aguda x crônica. 
Exame Físico 
(sempre deve ser feito na presença do acompanhante e deve-se explicar tudo que será feito) 
1. Genitália 
 Genitália Masculina: Avaliar pênis (prepúcio e meato uretral), testículo e bolsa 
escrotal. Classificação de Tanner G de genitália e P de pelos pubianos. Primeiro sinal de 
puberdade: aumento dos testículos (11 anos)  pelos pubianos (11 anos), axilares (13 
anos) e faciais (14,5 anos). 
 Genitália Feminina: Avaliar forma, hipermemia, edema, secreção ou tumorações. 
Expor o clitóris, o óstio da uretra, o vestíbulo vaginal e o hímen. Classificação de 
Tanner M de mama e P de pelos pubianos. Primeiro sinal de puberdade: surgimento 
do broto mamário – telarca (8-12 anos)  pelos pubianos e axilares – pubarca (10-11 
anos)  menarca (9-16 anos). 
2. Rins e Vias Urinárias: palpar as lojas renais e fazer sinal de Giordano. 
3. Região Inguinal, Anal e Sacrococcigeana: Analisar a presença de tumorações, pregas, 
fissuras ou pergurações. 
Principais Patologias do SGU 
ITU por E. coli, puberdade precoce (< 8 anos e meninos < 9 anos), puberdade tardia (ausência 
de caracteres sexuais secundários na idade em que 95% das crianças já teriam tais 
características), genitália ambígua (discrepância entre a genitália externa, as gônadas e o sexo 
cromossômico), criptorquidia (testículo não localizado na bolsa escrotal; cirurgia de 6 meses a 
1 ano para prevenção de infertilidade e tumor), hidrocele (acúmulo de líquido na túnica 
vaginal), hérnia inguinal indireta (falha do fechamento do processo vaginal e passagem do 
conteúdo da cavidade abdominal por ele), hérnia umbilical, hipospádia (abertura uretral na 
superfície ventral do pênis), epispádia (abertura uretral na superfície dorsal), fimose 
(fisiológica até 4 anos), parafimose (prepúcio retraído além do sulco coronal e não pode 
retornar à posição original sobre a glande), balanopostite (inflamação da glande e prepúcio), 
vulvoginites, sinéquia de pequenos lábios (é uma pequena aderência nos pequenos lábios; 
fazer uso de estrógeno local). 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
23 
 
 
 
SISTEMA GASTRO-INTESTINAL 
(► e ►) 
Boca 
- A primeira consulta da criança no dentista deve ser realizada aos 2-3 meses de idade para 
que a mãe aprenda a limpar a língua e a cavidade oral. Até dois anos usa-se pasta de dente 
sem flúor. 
- É importante analisar não somente as amigdalas, mas também a condição de higiene e 
dentição da cavidade oral. Avalia-se a abertura do ístimo das fauces através da classificação de 
Mallampati. 
 
Neonato 
- Refluxo: Devido ao maior diâmetro e menor comprimento do esôfago do RN e do EES ser 
imaturo, é comum a presença de refluxo nesse período. Devemos distinguir o refluxo gastro-
esofágico fisiológico (sem demais sintomas; colocar cabeceira elevada) da doença do refluxo 
gastro-esofágico (acompanhadas de dor, náuseas, esofagite, só para de chorar no colo). 
- Cólicas do RN: A partir da 2ª semana de vida, vespertina (6 da tarde), criançafica vermelha e 
com a barriga estufada, afetada pela funcionalidade familiar, suspender o leite de vaca 
materno. 
- Estenose Pilórica: Vômitos forçados na segunda semana de vida, raramente palpa-se oliva 
pilórica (pagtonomônico). 
- Obstrução Intestinal: Mesmos sintomas da estenose pilórica. Fazer radiografia com contraste 
para diagnóstico. 
Semiologia Pediátrica Mariana de Sousa Manganelli 
 
24 
 
 
- Hérnias: Umbilicais (fecha até os 4 anos, beningna) ou Inguinais (cirurgia 
imediata, risco de estrangulamento de estruturas). 
Lactente 
- Hérnias (mesmo pensamento anterior) 
- Cólicas (mesmo pensamento anterior) 
- Intussescepção Intestinal: Episódios de cólica com dor, no toque retal 
observamos fezes e geleia de morango ou podemos fazer ultrassom para 
diagnóstico. 
Pré Escolar e Escolar 
- Abdome Agudo: Clínico (FEBRE DPS DOR: ITU, Linfadenite Mesentérica) ou Cirúrgico (DOR 
DPS FEBRE: Apendicite, Colicistite, Ovário Roto). 
SISTEMA NERVOSO E DESENVOLVIMENTO 
(► e ►) 
O desenvolvimento neural da criança ocorre no sentido crânio caudal e centrífugo e assim 
como a mielinização, ocorre de forma progressiva e evolutiva. 
 
Sustenta a cabeça (2-3 meses) → rola na cama (4 meses) → senta (5-6 meses) → engatinha (8-
9 meses) → anda (12 meses). 
Inicialmente não pega nada com as mãos → passa a pegar a chupeta com a mão → aprende a 
levar à boca → passa a pegar com apenas 2 dedos (em pinça) 
Fatores que podem influenciar no padrão individual de desenvolvimento: 
 Fatores biológicos: prematuridade, hipoxemia perinatal, restrição de crescimento 
intrauterino, malformações congênitas, infecções congênitas, hiperbilirrubinemia, 
DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO: AVALIAÇÃO EVOLUTIVA Rotta et al. ARTIGO ESPECIAL
176 Revista AMRIGS, Porto Alegre, 48 (3): 175-179, jul.-set. 2004
cento de todo o genoma, sendo que, em
muitas etapas, o fator ambiental pode
modular (alterações finas) o desenvol-
vimento do SN. Este último fator é de
relevante interesse para o clínico, que
no dia-a-dia se defronta com a possi-
bilidade de que os danos ocorridos no
SN possam ter sido produzidos pela
interação dos fatores genéticos e am-
bientais. A prevenção e o tratamento
de muitos transtornos neurológicos
dependem do preciso e significativo
conhecimento dos vários mecanismos
que conduzem o desenvolvimento nor-
mal ou anormal do SN (2,5,6).
A criança é um ser em pleno pro-
cesso dinâmico de desenvolvimento,
partindo de uma etapa evolutiva para
outra (Figura 1), sendo que, em cada
uma, encontramos dados semióticos
diferentes e com diferentes significa-
ções. Dessa forma podemos entender
que, para uma adequada avaliação da
criança, é importante a caracterização
do conceito de normalidade em cada
etapa evolutiva. Para que se possa va-
lorizar os achados do exame neuroló-
gico da criança, necessário se faz que
os integremos com uma história com-
pleta desde a concepção, gestação, parto
e desenvolvimento até a idade em que
se encontra no momento do exame (7).
A possibilidade de o exame neuro-
lógico (EN) avaliar o SN já no período
neonatal viabiliza a vigilância clínica
do desenvolvimento neuropsicológico
(DNP), que, junto com a somatometria,
que avalia o crescimento, tornam-se
tarefas essencias para os profissionais
encarregados da saúde da criança (1,3).
Entretanto, várias avaliações do
DNP em forma de screening têm sido
recomendadas (8), sendo o Teste de
Denver II o mais conhecido entre os
pediatras. Possui uma boa sensibilida-
de para detectar os Distúrbios do De-
senvolvimento Neuropsicológico
(DDNP), mas só os evidencia quando
a função neurológica esperada para a
respectiva idade não se estabelece.
Nesses casos o EN completo mais pre-
cocemente pode indicar a existência de
disfunção ou lesão neurológica, como
por exemplo: a persistência de refle-
xos primitivos e hiper-reflexia profun-
da, envolvendo predominantemente os
membros inferiores em uma criança
menor de um ano de idade, pode ser o
primeiro indicador de paralisia cerebral
da forma diplégica em que a marcha
não se estabelecerá na idade esperada,
podendo os outros aspectos do DNP
estar dentro do padrão de normalida-
de. Outra limitação dos screenings de
desenvolvimento é o amplo espectro
de DDNP e sua intensidade o que exi-
ge um detalhamento em forma de exa-
me com peculiaridades especiais para
cada caso, o que é inviável quando se
usa teste resumido (4,8).
O pediatra habitualmente é o pri-
meiro profissional de saúde a suspeitar
de um DDNP e o seu principal dilema
é desencadear um processo especiali-
zado de avaliação, com maiores custos
e ansiedade dos pais, ou aguardar um
tempo a mais para a tomada de decisão
e nesse período de espera uma possí-
vel patologia não diagnosticada terá
uma intervenção tardia, piorando o
prognóstico (8). O exemplo mais co-
mum é a identificação tardia dos DDNP
envolvendo a linguagem, sendo esta a
melhor indicadora do potencial cogni-
tivo e do desempenho escolar (9).
Muitas vezes, para o melhor enten-
dimento dos DDNP, faz-se necessário
o auxílio de exames complementares
como: eletroencefalograma, exames de
imagens, potenciais evocados sensiti-
vo-sensoriais, testes de triagem meta-
bólica, estudos genéticos, avaliações
psicológicas, fonoaudiológicas, peda-
gógicas, fisioterápicas, ortopédicas e
outras (10).Figura 1 – Seqüência do controle motor voluntário pós-natal, a – meses.
2 ma 3 m 5 m 9 m 15 m 54 m
Fixa olhar Firma Usa a Senta Caminha Controla
e sorri pescoço mão esfíncteres
Exame neurológico normal –
etapas-chaves do desenvolvimento
Recém-nascido de termo
· ATITUDE – Assimétrica com a cabeça lateralizada por
estímulo labiríntico, sendo maior para a direita (11,12).
· TONO/REFLEXO PROFUNDOS – Hipertonia flexora dos
4 membros, hipotonia axial e hiper-reflexia profunda (4).
· REFLEXOS PRIMITIVOS – Presentes: sucção, moro,
mão-boca, marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tô-
nico-cervical assimétrico, preensão palmar, preensão
plantar e cutâneo-plantar extensor. Também o reflexo
cócleo-palpebral já é encontrado ao nascimento (4).
· FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES – Pode seguir
objeto com os olhos, modulação sensitivo-sensorial, ini-
ciando a corticalização (3,4).
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25 
 
 
sepse/meningite, convulsões, síndromes genéticas, uso de drogas pela mãe durante a 
gestação, afecções do SNC, TCE, desnutrição. 
 Fatores ambientais: condições socioeconômicas, pais adolescentes, pais usuários de 
álcool ou drogas ilícitas, pais com distúrbios emocionais ou doença mental, pouco 
vínculo afetivo entre pais-criança, violência doméstica. 
Escala de Denver: motor grosseiro, motor fino, linguagem, adaptação psicossocial. 
AIDPI (Assistência Integral às Doenças Prevalentes na Infância): utiliza posturas, reflexos, 
comportamentos, incluindo fatores de risco, percepção dos pais, medidas de perímetro 
cefálico e alterações fenotípicas. 
ENE (Exame Neurológico Evolutivo): fala, lateralidade, equilíbrio estático, dinâmico, 
coordenação de tronco e membros, habilidade motora, sensibilidade e gnosias. 
Anamnese 
Principais Marcos do Desenvolvimento 
2 meses: mantem a cabeça erguida por curto período, gira a cabeça em 45º, vocaliza sons 
primitivos, segue objeto com o olhar, sorriso social. 
3 meses: segura a cabeça com firmeza, dá gargalhadas e gritinhos, reconhece o rosto, cheiro e 
voz maternos, gira a cabeça em direção a barulhos, leva a mão à boca e suga os dedos, segura 
objetos por pouco tempo. 
4 meses: responde aos sons, apoia peso nas pernas, junta as mãos e bate nos brinquedos, 
estica o braço para pegar um objeto. 
5 meses: distingue cores primárias, vira na cama, senta, se distrai com os pés e mãos, 
reconhece o nome. 
6-9 meses: gira na direção de sons e vozes, imita sons, faz bolinha de cuspe, rola para os lados, 
senta sem apoio, estica os braços para pegar objetos e levá-los à boca,começa a ser arrastar 
até engatinhar, estranha as pessoas, reconhece sua imagem ao espelho. 
10-12 meses: dá “tchau”, anda com apoio, responde ao nome entende o “não”, mostra com 
gestos, forma palavras com sentido, imita ações, coloca objetos dentro de recipientes, bebe no 
copinho. 
1-2 anos: anda sem apoio, começa a correr e subir nos móveis, vira páginas de livros, gosta de 
rabiscar, chora quando leva broncas e sorri quando é elogiado, atira objetos quando está 
bravo, começa a criar frases curtas e usa o nome, reconhece partes do corpo. 
Controle dos Esfincteres 
2º e 4º ano de vida. Inicialmente, a criança comunica que está “suja”. Controle inicial para 
fezes: 1 ano e meio. Controle da diurese diurna: 2 anos e meio. Controle da diurese noturna: 4 
anos (limite máximo: 5 anos). 
Exame Físico 
Avaliar a qualidade do contato com os pais, o examinador e o ambiente. Se RN ou lactente: 
valorizar o tipo de choro. Nível de Consciência: alerta, sonolento, obnubilado ou comatoso. 
Escala de Coma de Glasgow (pediátrica). 
 Cabeça: avaliar o tamanho (macrocefalia ou microcefalia; avaliar até os 2 anos de vida; 
ao nascimento 32-35 cm; 1º trimestre = 2 cm/mês, 2º trimestre = 1 cm/mês, 3º 
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26 
 
 
semestre = 0,5 cm/mês) e o formato da cabeça (craniossinostose, bossa 
serossanguinolenta, cefalohematoma). 
 Coluna: avaliar as curvaturas fisiológicas e meningomielocele. 
 Reflexos: Um exame neurológico logo após o parto não será fidedigno, visto que seus 
reflexos estarão alterados. O ideal é realizar o exame neurológico de 6 a 12 horas 
após. 
1. Reflexos superficiais: cutâneo abdominal e cremastérico. 
2. Reflexos profundos: bicipital, estilorradial e tricipital, patelar e aquileu. 
 Avaliação da Força Muscular: manobra de mingazzini, manobra de barre. 
 Avaliação do Tônus Muscular: até 3 meses observamos hipertonia (postura em 
flexão), de 4 meses a 2 anos temos hipotonia fisiológica); verifica-se o tônus muscular 
através da amplitude de movimentos. 
 Avaliação do Equilíbrio: Estático (sustentação cefálica, senta com e sem apoio, 
permanece em pé com pés juntos e braços estendidos) e Dinâmico (marcha). 
 Avaliação dos Movimentos Vountários e Involuntários. 
 Avaliação de Clônus 
 Avaliação da Sensibilidade 
 Avaliação da Fala e Escrita 
 Pares Cranianos 
CRESCIMENTO 
(► e ►) 
O crescimento representa a interação de vários fatores: genética, tempo de maturação dos 
órgãos e sistemas, fatores ambientais. É o melhor indicador para avaliação do estado 
nutricional e do risco de morbimortalidade. Atualmente passamos por um processo de 
transição demográfica, no qual há redução da desnutrição e aumento da frequência de 
excesso de peso. 
 
 
 
 
 
 
Técnicas utilizadas para avaliação do crescimento: peso/idade; altura/idade; perímetro 
cefálico/idade; IMC/idade 
Pontos de atenção relacionados às medidas: 
 . instrumento adequado e calibrado 
 . posicionamento correto da criança 
 . uso de roupas e calçados 
Avaliação 
transversal 
(impressão 
sobre estado 
nutricional; 
curva; mais 
importante) 
Avaliação 
longitudinal 
(avaliação do 
crescimento). 
 
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27 
 
 
Avaliação do Crescimento: Marcos 
 
Particularidades do RNPT 
✓ Curva específica para RNPT 
✓ Idade gestacional corrigida 
✓ Especificidades: perda de peso, fase de crescimento lento, fase de crescimento rápido, 
alcance do potencial genético de crescimento 
✓ Parâmetros de crescimento = peso: 10-20g/Kg/ d, comprimento: 2,5-4 cm/mês, 
perímetro cefálico: 1,1 cm/ semana 
Particularidades da Adolescência 
Uso da escala de Tanner 
Escolha do Equipamento 
Criança com até 16 kg -> Balança Pediátrica Mecânica 
Criança até 1 m -> Régua Antropométrica Horizontal -> Parte móvel na região plantar -> Avalia 
o comprimento (e não a altura) 
É importante que em ambas as medidas os pacientes estejam desnudos. 
ALIMENTAÇÃO 
(►) 
Aleitamento Materno 
Tipos: 
 Aleitamento materno exclusivo 
• Aleitamento materno predominante: água e chás 
• Aleitamento materno misto ou parcial: leite materno e outros leites 
• Aleitamento materno complementado: alimentos sólidos e outros tipos de leite 
A OMS considera a situação Brasileira em relação ao aleitamento materno satisfatório 
(Aleitamento materno por 20 meses + Leite materno exclusivo acima de 50% em menores de 
seis meses) 
 
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28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo hormonal da lactação: 
1) Estrogênio e progesterona → aumento do volume mamário (glandular) e Inibem a 
prolactina 
2) Prolactina → Responsável pela produção do leite (Produção de leite pelos alvéolos entre as 
mamadas, 1/3 do total: leite anterior, mais diluído e menor conteúdo de gordura -> HIDRATA 
O BEBÊ 
3) Ocitocina → Responsável pelo reflexo de ejeção do leite (“descida”). Também: contração do 
útero (acelera sua involução e diminui sangramento → cólicas durante a amamentação). 
Contração das células mioepiteliais→ ruptura dos alvéolos durante a mamada, 2/3 do total: 
leite posterior, mais rico em lipídeos, mais consistente, mais energia -> NUTRE O BEBÊ 
No pós parto imediado, há estímulo da hipófise anterior para a produção de prolactina. É baixa 
a incidência de mulheres que realmente não são capazes de produzir leite em quantidade 
adequada. A partir do 3º dia, a succção do neném estimula a hipófise posterior a liberarar 
ocitocina. Esse processo é afetado por fatores emiocionais e justificam os altos índices de 
desmame precoce. 
O colostro, primeiro leite produzido (início da gestação), evolui para leite de transição e 
maduro entre três e 14 dias após o nascimento. 
TÉCNICA CORRETA DA MAMADA: 
• Livre demanda 
• Duração inicial: 10 -15minutos 
• Nos primeiros 5 minutos: 80 a 90% do 
leite é retirado 
Considerado substância viva 
ativamente protetora e 
imunomoduladora. 
 
Para a Criança: Evitam o 
supercrescimento de MO 
possivelmente 
patogênicos 
Menor morbidade 
em comparação com 
as alimentadas 
artificialmente 
Para a Mãe: melhor 
recuperação pós parto, 
reduz risco de DM e de 
CA de mama. 
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29 
 
 
• Esvaziamento total de uma mama antes de ofertar a outra: controle da saciedade, não 
preferência das mamas e prevenção de ingurgitamento patológico 
• Sinais indicativos de técnica inadequada de amamentação: Bochechas do bebê 
encovadas a cada sucção; Ruídos da língua; Mama aparentando estar esticada ou 
deformada durante a mamada; Mamilos com estrias vermelhas ou áreas 
esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama; Dor na amamentação; 
• Ordenha: Não pode passer de 12 horas na geladeira ou 15 dias no congelador 
POSSÍVEIS CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO 
Relacionadas à mãe: 
 Que não deseja amamentar 
 Doenças crônicas graves: cardiológicas, pulmonares, renais, hepáticas 
 Uso de drogas incompatíveis com a amamentação 
 Portadoras de HIV – Aquelas que quiserem amamentar podem realizar a doação para 
pasteurização 
 Suspensão temporária em casos de mastite com sofrimento para a mãe 
 Tuberculose, hepatite B e toxoplasmose – não são contraindicações 
Relacionadas à criança: 
 Recém-nascido prematuro e de baixo peso que não suga e não deglute 
sincronicamente – alimentado por sonda ou copo até sucção eficiente, com leite da 
mãe ordenhado e cru. 
 Galactosemia – doença congênita em que a criança não consegue digerir a lactose - 
leite humano está contraindicado. 
 Lábio leporino e fenda palatina – leite por ordenha, mamadeiras com bicos especiais. 
A amamentação cruzada é uma prática não recomendada devido ao risco de contaminação da 
criança por infecções, como o virus do HIV. 
ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA (Na ausência ou insuficiência do leite 
materno)Alimentação Complementar (6 meses a 1 ano de vida) 
A partir de 6 meses de vida, caso o bebê possua maturidade física e neurológica para isso. 
Para lactentes (fórmula de partida): até 6 
meses 
De seguimento (seqüencial): de 6-12 meses 
De seguimento para crianças na primeira 
infância: 1-3 anos 
 
Oferta: 3/3horas ou sob 
demanda 
Quantidade: Para deixar resto 
na mamadeira 
 
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Idade Recomendação 
Até 6 meses Aleitamento materno exclusivo 
A partir de 6 meses Frutas (sucos, amassada ou raspada) 
A partir de 6 meses Primeira papa 
A partir de 7 meses Segunda papa 
A partir dos 9 meses Aumento progressivo da consistência 
Entre 10 a 12 meses Alimentação da família 
 
 
 
- 8-15 exposições para alimentos novos -> 
não aceitar a negação imediata de algum 
alimento 
- não usar mel no primeiro ano de vida e 
evitar água de coco 
- as papas de fruta e principal substituem a 
mamada como refeição, mas não devem 
ser fatores para interromper o 
aleitamento 
 
 
Alimentação Complementar (1-2 anos de vida) 
Nessa faixa etária, inicia-se a fase de birras e recusa alimentar, assim cabe aos pais oferecer 
alimentos de qualidade enquanto a criança escolhe as quantidades. A amamentação deve 
continuar. Refeições de sal semelhantes às dos adultos - podem ser consumidos todos os tipos 
de carnes e vísceras. Estimular o consumo de frutas e verduras (lembrar das folhas verdes 
escuras – ferro, cálcio e vitaminas) Evitar alimentos artificiais e corantes, assim como os 
“salgadinhos” e refrigerantes, Hábitos alimentares mantêm-se até a vida adulta Incentivada a 
ingestão média de 600 ml de leite (preferencialmente fortificado com ferro e vitamina A), 
assim como de outros derivados (iogurtes, queijos), para garantir correta oferta de cálcio. 
Amamentada Não amamentada 
Leite materno livre 
demanda * 
3 refeições lácteas 
Duas papas salgadas Duas papas salgadas 
Uma papa de frutas Uma papa de frutas 
 Composição da Papa Principal: 
1 Cereal ou tubérculo 
1 Leguminosa 
1 Proteína Animal 
1 Hortaliça 
* não usar sal ou temperos 
prontos, amassar alimentos 
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31 
 
 
Cuidado com a substituição das refeições principais por leite. De acordo com a DRI para a faixa 
etária de 1 a 3 anos, a quantidade de água recomendada é de 1300 mL (900 mL como sucos, 
outras bebidas e água). 
Alimentação Pré-Escolar 
Substituições: não indicar como rotina 
Horários regulares: para refeições e sono 
Líquidos: não ingerir nos horários da refeição 
Bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos artificiais): não recomendados 
Castigos, recompensas, chantagens: não indicados 
Ambiente adequado: sentar à mesa 
Estabelecimento de rotinas 
Estimular a autonomia 
Necessidade de cálcio: mínimo 800 ml de leite no copo. 
Grupo Alimento 1 porção (2 a 3 anos) 1 porção (4 a 6 anos) 
Pão e cereais Arroz branco 2 c. sopa 4 c. sopa 
 
Pão francês ½ unidade 1 unidade 
Verduras e legumes Folhas 3 médias 3 médias 
 
Legumes cozidos 1 c. sopa 1 c. sopa 
Frutas Banana nanica ½ unidade ½ unidade 
 
Maçã ½ unidade ½ unidade 
Leguminosas Feijão cozido 1 c. sopa 2 c. sopa 
 
Lentilha cozida 1 c. sopa 2 c. sopa 
Carnes e ovos Carne bovina ½ bife pequeno (35g) 1 bife pequeno (80 a 
100g) 
 
Carne de frango 1 filé pequeno (35g) 1 filé médio (100 a 120 
g) 
Leite e derivados Leite de vaca fluido 200mL 200mL 
 
Queijo prato 2 fatias finas 2 fatias finas 
Açúcares e doces Açúcar 1 c. sopa 1 c. sopa 
 
Achocolatado 1 c. sopa 1 c. sopa 
Óleos e gorduras Óleo de soja 1 c. sopa 1 c. sopa 
 
Manteiga 1 c. chá 1 c. chá 
 
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32 
 
 
Alimentação Escolar 
Fase de aumento do gasto energético, maior autonomia na escolha e na quantidade de 
alimento e estabelecimento de horários fixos de refeição devido a rotina escolar. É nessa fase 
em que os distúrbios alimentares ganham forças, assim, é importante evitar o consumo 
excessivo de sal, refrigerantes e gordura trans. 
Necessidade de cálcio: mínimo 600 ml de leite no copo. 
Alimentação do Adolescente 
Cálcio: sustentação e aumento da massa óssea 
Ferro: aumento do volume circulante e massa muscular, perdas menstruais 
Zinco: auxilia o crescimento normal, maturação e desenvolvimento sexual. Fonte: carne, 
fígado, ovos e frutos do mar 
Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes: 5 porções/dia 
 
VACINAÇÃO 
(►) 
Contraindicações Gerais 
 Hipersensibilidade (reação anafilática) confirmada após dose anterior; 
 Hipersensibilidade a qualquer componente dos imunobiológicos. 
 Febre acima de 38,5ºC não constitui contraindicação à dose subsequente. 
Se febre, administre antitérmico 
Uso de paracetamol antes ou imediatamente após a vacinação NÃO é indicado, 
pois pode interferir na imunogenicidade da vacina 
 Vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados: 
Com imunodeficiência congênita ou adquirida; Neoplasia maligna; Corticosteróides em 
esquemas imunodepressores; Terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia 
antineoplásica, radioterapia, etc); Gestação 
 
 Doença Febril Grave: não vacine até a resolução do caso 
Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV): Todo agravo à saúde relacionado temporalmente à 
vacinação, causado ou não pela vacina administrada. 
Calendário Vacinal 
Definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) .É o 
Conjunto de vacinas de interesse prioritário à saúde pública do país. São 19 produtos:desde o 
nascimento até a terceira idade. 
OBS.: Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – CRIE: Destinados a vacinação de 
grupos portadores de quadros clínicos especiais (portadores de imunodeficiências, seus 
comunicantes, evento adverso grave pós-vacinação aos imunobiológicos disponibilizados pelo 
MS, profilaxia pré e pós-exposição aos agentes imunopreveníveis.) 
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33 
 
 
 
• 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BCG: 
- Composição: Bacilo de Calmette & Guérin - Constituída por bacilos vivos atenuados de 
Mycobacterium bovis. 
- Idade de aplicação: A partir do nascimento. Disponibilizada para crianças até 4 (quatro) anos 
11meses e 29 dias. 
- Dose: Única, exceto em alguns casos de contatos de hanseníase. 
- CONTRAINDICAÇÕES: Peso menor que 2 kg; lesões dermatológicas graves; imunodeficiências 
- Ausência de “pega” da primeira dose após seis meses: nova aplicação 
VACINA CONTRA HEPATITE B: 
- Composição: antígeno recombinante de superfície (HBsAg) 
- Administração: Três doses (0, 1, 6 meses) sendo a primeira nas primeiras 12 horas de vida; 
o Se peso <2kg ou menor que 33 semanas: 4 doses 
o Se mãe HBsAg positiva: Associar imunoglobulina hiperimune 
o No PNI: Quatro doses (0, 2, 4, 6 meses) na pentavalente 
- CONTRAINDICAÇÕES: Reação grave a doses anteriores 
PENTAVALENTE (DTP + HiB + Hepatite B) 
- DTP: tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche – pertussis) 
- HiB: Haemophilus influenzae b (conjugada). 
- Doses: Três (2, 4, 6 m) + reforços de DTP (15m e 4 a) 
- Idade máxima para pertussis (células inteiras): 6anos, 11 meses e 29 dias 
VACINA CONTRA POLIOMIELITE 
Vírus inativados: VIP x Vírus atenuados: VOP 
Esquema sequencial: 
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34 
 
 
• VIP: Três doses ( 2, 4 e 6 meses ), 
• VOP: dois reforços (15 meses e 4 anos). 
• Campanhas, para crianças de 1 a 4 anos 
• Indicado para as crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias. 
PNEUMOCÓCICA CONJUGADA 10 VALENTE 
- Composição: polissacariíeos capsulares bacterianos com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 
5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F). 
- Para todas as crianças menores de 5 anos; 
- Esquema: 
• PNI: Duas doses (2 e 4 m) e um reforço (12 meses até 4 anos e 11 meses) 
• SBP: três doses (2, 4 e 6 m), um reforço (12 a 15 meses) 
VACINA CONTRA PNEUMOCOCO 
- VacinaPolissacarídica 23 Valente: contém polissacarídeos da cápsula de 23 sorotipos do S. 
pneumoniae 
- Não induz proteção em crianças abaixo de 2 anos de idade. 
VACINA CONTRA ROTA VÍRUS 
- Composição: vacina oral rotavírus humano G1P1 (atenuada) 
- Esquema: Duas doses via oral, aos 2 e 4 meses de idade 
• primeira dose: 1 mês e 15 dias a 3 meses e 15 dias. 
• segunda dose: 3 meses e 15 dias a 7 meses e 29 dias. 
- CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências; uso corticóide doses imunossupressoras, doenças 
congênitas gastrointestinais; histórico de invaginação intestinal; limites da idade. 
VACINA MENINGOCÓCICA C 
- Composição: polissacarideos capsulares purificados da Neisseria meningitidis do sorogrupo C. 
- Esquema: Duas doses (3 e 5 m); dois reforços (12 meses e entre 11 e 14 anos); 
• Se início após 12 meses, até 4 anos, 11 meses e 29 dias: uma dose e o reforço entre 12 
e 13 anos 
- CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a doses anteriores 
VACINA CONTRA FEBRE AMARELA 
- 9 meses 
- Indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: 
• Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, 
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais 
• Alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul 
- Administrar a vacina 10 dias antes da viagem. 
- Dose única a partir de 2017 
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35 
 
 
- PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências, Doenças do timo (miastenia gravis, 
timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), Doenças autoimunes, Alergia grave 
a ovo, Gravidez 
VACINA CONTRA SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA (VACINA TRIPLICE VIRAL) 
- Entre 12 meses a 19 anos de idade: Duas doses: 12 meses e 15 meses (tetra viral – com 
varicela) 
- Acima de 15 meses: Duas doses (triviral), Vacinada: duas doses de vacina com componente 
de sarampo, caxumba e rubéola. 
- CONTRAINDICAÇÕES: Imunodeficiências, gravidez, púrpura associada à dose anterior 
VACINA CONTRA VARICELA 
- Esquema: duas doses (15m – tetraviral; e 4 anos) 
- A varicela, se ocorrer nos vacinados, é de menor intensidade (síndrome “varicela-like”) 
- CONTRAINDICAÇÕES: imunodeficiências, uso crônico de ácido acetilsalicílico, gravidez 
VACINA CONTRA HEPATITE A 
- Composição: Constituída por vírus inativados 
 - Esquema: Duas doses com intervalos de seis meses entre as doses. 
• PNI: aos 15 meses, idade máxima 4 anos, 11 m e 29d 
- CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a dose anterior 
VACINA CONTRA HPV 
- Vacina quadrivalente recombinante e inativada, constituída por proteínas L1 do HPV tipos 6, 
11, 16 e 18. 
- MENINAS: 9 a 14 anos 
- MENINOS: 11 a 14 anos 
- Esquema: 2 doses (0 e 6 meses de intervalo) 
- CONTRAINDICAÇÕES: Evento adverso grave a doses anteriores, gravidez 
VACINA CONTRA INFLUENZA 
- Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza do Sistema Único de Saúde. 
- A vacinação é anual: diversidade antigênica e genômica a cada ano. 
- Quem será vacinado: 
• Crianças de 6 meses a menores de 5 anos 
• Idosos 
• Trabalhadores da saúde 
• Povos indígenas 
• Gestantes 
• Mulheres até 45 dias após o parto 
• Presos e funcionários do sistema prisional. 
• portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas 
especiais 
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36 
 
 
• professores das escolas públicas e privadas 
VACINA CONTRA DENGUE 
- A vacina para prevenção da dengue é recomendada somente para indivíduos de 9 aos 45 
anos de idade residentes em áreas endêmicas que já foram previamente expostos ao vírus da 
dengue de qualquer sorotipo. 
- Contraindicado para indivíduos soronegativos, gestantes, alérgicos aos princípios ativos da 
vacina. 
- Esquema: três doses (0, 6 e 12 meses). 
- CONTRAINDICAÇÕES: portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas, incluindo 
aqueles em terapia imunossupressora; gestantes, lactantes e pessoas que vivem com 
HIV/Aids.

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