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Antropologia da Saúde e Relações Étnico-Raciais

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MARINA DUARTE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
 
Antropologia da Saúde e Relações Étnico-Raciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-PA 
2024 
1 Introdução 
A Antropologia da Saúde é um campo de estudo que se dedica a entender como os 
aspectos culturais e sociais influenciam a saúde das populações, buscando examinar a maneira 
como as comunidades interpretam e gerenciam questões de saúde, nutrição e doença, 
reconhecendo que cada grupo étnico e racial possui suas próprias crenças e práticas que afetam 
seu bem-estar e comportamentos de saúde. Além disso, ela analisa como essas percepções e 
práticas são incorporadas nas políticas de saúde públicas e como elas podem contribuir para o 
desenvolvimento de uma sociedade que respeitem a diversidade cultural e promovam a 
equidade no acesso aos cuidados de saúde e que considere não apenas os fatores biológicos, 
mas também os sociais, econômicos e culturais que influenciam a saúde humana (SANTOS et 
al., 2012). 
A Antropologia da Saúde também considera as implicações das estruturas de poder e 
das disparidades sociais na saúde das populações, reconhecendo que a saúde não é determinada 
apenas por fatores biológicos, mas também pela classe social, gênero, etnia e idade. Além de 
analisar a relação entre as comunidades e o ambiente em que estão inseridas, e como essas 
interações influenciam a qualidade da saúde, considerando desde mudanças no clima, poluição, 
acesso à água potável e saneamento até a correlação entre ser humano e a biodiversidade 
(OLIVEIRA ,2021). 
 
2 Referencial Teórico 
Aplicações da Antropologia da Saúde à Nutrição demonstra como o conhecimento 
antropológico pode ser usado para melhorar a compreensão das práticas de saúde e nutricionais 
de diversos grupos culturais e étnicos. Além de enfatizar a importância da alimentação 
adequada para a saúde e a necessidade de melhorias nas políticas públicas que abordem esse 
tema (SILVA et al., 2020). Esta pesquisa também examina a relação entre saúde e doença 
através da lente da antropologia, proporcionando uma perspectiva única sobre a interseção entre 
nutrição, saúde e cultura. A abordagem metodológica adotada consistiu na revisão da literatura, 
na qual foram selecionados os estudos mais relevantes relacionados ao assunto. Os principais 
pontos foram resumidos e analisados para facilitar a compreensão do tema. 
 
3 Antropologia da Nutrição 
A Antropologia da Nutrição busca estudar como diferentes sociedades encaram e 
praticam suas escolhas alimentares, assim como a conexão entre comida, saúde e identidade 
cultural. Por exemplo, certas culturas estabelecem restrições alimentares de acordo com crenças 
religiosas ou históricas, como a proibição do consumo de carne suína em práticas judaicas e 
muçulmanas, enquanto outras enxergam determinados alimentos como essenciais e sagrados 
para o bem-estar, como o arroz na culinária asiática, muitas vezes envolto em rituais e 
celebrações. Além disso, os rituais alimentares, como o jejum durante o Ramadã ou o 
compartilhamento de refeições em família, desempenham um papel crucial na preservação de 
tradições e no fortalecimento dos vínculos comunitários (PRANDI, 2023). 
A Antropologia da Nutrição explora também os efeitos dos fatores econômicos, sociais 
e políticos nos padrões de alimentação. Por exemplo, as disparidades sociais podem limitar o 
acesso a alimentos saudáveis, resultando em diferenças na saúde e aumentando o risco de 
doenças crônicas entre os menos favorecidos. Com a globalização, os hábitos alimentares têm 
sido impactados globalmente, com a propagação de fast food, refrigerantes e alimentos 
industrializados, prejudicando a saúde das pessoas. Além disso, a segurança alimentar é uma 
preocupação crescente, já que conflitos, desastres naturais e políticas governamentais podem 
comprometer o acesso a alimentos adequados e saudáveis. Dessa forma, a Antropologia da 
Nutrição fornece uma perspectiva abrangente de como a alimentação está diretamente ligada à 
cultura, à saúde e à sociedade, ressaltando a importância de compreender a comida não apenas 
como nutrição, mas como uma forma complexa de expressão de identidade e tradição 
(VENEGAS et al., 2024) 
 
4 Saúde e Doença na Abordagem Antropológica 
Na perspectiva antropológica, a saúde e a doença transcendem a mera biologia para se 
tornarem construções sociais e culturais profundamente enraizadas. As normas, valores e 
práticas de cada sociedade desempenham um papel muito importante na definição do que é 
considerado saudável ou doentio. Essa diversidade de concepções tem implicações diretas na 
maneira como indivíduos e comunidades percebem e reagem aos desafios da saúde. Por 
exemplo, enquanto algumas culturas podem interpretar uma doença como um castigo ou teste 
espiritual, outras podem vê-la como um desequilíbrio que pode ser corrigido com dietas 
específicas ou práticas de cura (TAVARES, 2017). 
Essas percepções variadas influenciam fortemente os tipos de tratamentos que são 
procurados e os sistemas de cura que são valorizados. Em algumas culturas, a cura pode 
envolver rituais e orações, enquanto em outras, pode-se buscar a harmonia através de práticas 
como a acupuntura ou a meditação. Além disso, a estigmatização de certas condições de saúde, 
muitas vezes moldada por normas culturais, pode criar barreiras significativas ao acesso de 
certos tratamentos, afetando negativamente o bem-estar dos indivíduos (SANTOS et al., 2012). 
5 Antropologia das Relações Étnico-Raciais: Perspectivas sobre Saúde 
Muitas minorias étnicas e raciais enfrentam barreiras quando se trata do acesso aos 
cuidados de saúde, seja por discriminação institucional que muitas vezes resulta na falta do 
tratamento ou negligência por parte dos prestadores de serviços de saúde, como por exemplo 
em áreas urbanas densamente povoadas, onde a concentração dessas minorias é alta e a carência 
de serviços de saúde de qualidade resulta em longas esperas por atendimento em clínicas 
superlotadas ou em emergências hospitalares (CABO et al., 2021). 
A qualidade dos serviços de saúde é afetada por diversos fatores sociais e econômicos. 
Grupos minoritários, como quilombolas e ribeirinhos, são especialmente vulneráveis a essa 
disparidade. Essas comunidades frequentemente enfrentam condições de pobreza que 
impactam significativamente sua saúde. A falta de acesso a recursos básicos, como água potável 
e saneamento adequado, agrava os problemas de saúde nessas populações. Além disso, questões 
como a falta de educação em saúde e a dificuldade de acesso a serviços médicos de qualidade 
contribuem para a deterioração do seu bem-estar (OLIVEIRA, 2021). 
 
6 Conclusão 
A interseção entre a Antropologia da Saúde e as relações étnico-raciais revela um campo 
vasto de estudo e reflexão que transcende as fronteiras disciplinares, pois quando analisamos a 
saúde e a doença sob uma perspectiva antropológica, somos confrontados com as 
complexidades das experiências humanas, moldadas por fatores socioculturais, econômicos e 
históricos. Nesse contexto, a nutrição emerge como um ponto essencial, evidenciando não 
apenas os padrões alimentares de diferentes grupos étnico-raciais, mas também as disparidades 
no acesso a alimentos saudáveis e nas políticas de saúde, o que mostra que é preciso considerar 
as diferentes realidades e necessidades das populações, afim de promover intervenções que 
levem em conta não apenas aspectos biológicos, mas também sociais e culturais, o que implica 
no reconhecimento das desigualdades históricas e estruturais que afetam o acesso a uma 
alimentação adequada e a serviços de saúde de qualidade. 
 
7 Referência Bibliográfica 
CABO B. et al. Desigualdades de gênero e raciais no acesso e uso dos serviços de atenção 
primária à saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 2021. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/csc/a/kKcDWgfGzS58qxCKG7QHDVj/?lang=pt. Acesso em: 19 abr. 
2024OLIVEIRA J. G. B.Antropologia da Saúde: uma contribuição aos programas de 
assistência à saúde pública nas comunidades quilombolas no Estado do Rio Grande do Norte. 
https://www.scielo.br/j/csc/a/kKcDWgfGzS58qxCKG7QHDVj/?lang=pt
Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, V.4 N.8, 2021. Disponível em: 
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/16285. Acesso em: 20 
abr. 2024. 
PRANDI R. A identidade posta à mesa. Revista USP, 2023. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/214233/196594. Acesso em: 19 abr. 
2024. 
SILVA, D. D. et al. Por uma antropologia do direito humano à alimentação: interconexões entre 
consumo alimentar e cidadania na percepção de comensais de um mercado público em 
Teresina-PI. Brazilian Journal of. V. 6, N. 9 2020. Disponível em: 
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/16645. Acesso em: 20 
abr. 2024. 
SANTOS A. C. B. et al. Antropologia da saúde e da doença: contribuições para a construção 
de novas práticas em saúde. Rev. São Paulo, NUFEN, V.4, N.2, 2012. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S2175-
25912012000200003&script=sci_arttext. Acesso em: 23 abr. 2024. 
TAVARES F. Rediscutindo conceitos na antropologia da saúde: notas sobre os agenciamentos 
terapêuticos. Departamento de Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia, 
Universidade Federal da Bahia, Salvador/BA, 2017. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/mana/a/vDTTSx75GBVPrqhsqctPqRc/#. Acesso em: 20 abr. 2024. 
VENEGAS M. E. C. et al. Insegurança alimentar, saúde e produção da vida: uma aproximação 
às práticas alimentares de mulheres de camadas populares à luz da antropologia da alimentação. 
saúde soc. V. 33, N.1 2024. Disponível em: 
https://www.scielosp.org/article/sausoc/2024.v33n1/e220547pt/. Acesso em: 19 abr. 2024. 
. 
 
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/16285
https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/214233/196594
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/16645
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https://www.scielosp.org/article/sausoc/2024.v33n1/e220547pt/