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0 LIVRO DE ATOS. DETALHADO EM a « s o s m CRAIGS. KEENER CARTA DA CPAD R O N A LD O R. D E SO U ZA Diretor-executivo da CPAD Quando vivemos e andamos no Espírito, isso significa dizer que vivenciamos a plenitude do Espírito Santo em nossas vidas Vivenciando a plenitude do Espírito Esta edição de Obreiro Aprovado é especialmente dedi cada ao tema da plenitude do Espírito, isto é, ao que significa biblicamente viver a inteireza da atividade do Espírito Santo em nossas vidas. A Bíblia fala que devemos não apenas viver no Espírito, mas andar no Espírito (Gálatas 5.25). Quando vivemos e andamos no Espírito, isso significa dizer que vivenciamos a plenitude do Espírito Santo em nossas vidas. Tal estado envolve não apenas a manifestação dos dons espirituais, mas também e simultaneamente a mani festação do fruto do Espírito. Para falar sobre esse tema, temos o pastor Douglas Baptista (DF), que trata sobre "O que é a Plenitude do Espírito?"; o pastor Gil Monteiro (RJ), que trata sobre "Andar no Espírito: o Fruto do Espírito"; o pastor Rayfran Batista (MA), que fala sobre "Viver no Espírito: o Revestimento do Espírito"; o pastor Elias Torralbo (SP), que aborda o tema "Mantendo o fluxo do Espírito em nossa vida"; e, finalmente, o pastor Esequias Soares (SP), que trata sobre "A importância dos princípios bíblicos". Abrilhantando esta edição, o nosso entrevistado é o pastor Juan Carlos Escobar, líder da Assembléia de Deus na Espanha, que fala sobre a última edição do Congresso Mundial das As sembléias de Deus, realizado em seu país há poucos meses, e da atual situação das igrejas na Espanha e na Europa. Que esta edição seja bênção para a sua vida! E que possamos sempre viver a plenitude das bênçãos de Deus para as nossas vidas. SUMARIO OBE1RO APROVADO ANO 47 - N° 105 - 2o TRIM ESTRE 2024 Presidente da Convenção Geral José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor-executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Editor-Chefe Silas Daniel Editor Eduardo Araújo Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção e Arte Jarbas Ramires Silva Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Gerente Comercial Cícero da Silva Chefe do Setor de Arte e Design Wagner de Almeida Projeto Gráfico Fábio Longo Diagramação e Capa Fábio Longo Projeto Digital Alan Valle Ilustrações Banco de Imagens Shutterstock Fotografia Arquivo (CPAD) TELEMARKETING 0800 021 7373 2" a 6a das 8h as 17:30min Opção 1 - Igrejas, cotas e assinaturas Opção 2 - Colportores e Lojistas Opção 3 - Pastores e demais clientes WhatsApp - (21) 2406-7373 ASSINATURA IMPRESSA R$ 720,00 - (2 anos) ASSINATURA DIGITAL R$ 29,00 (1 ano) ivww.cpaddigital.com.br ATENDIMENTO ASSINATURA IMPRESSA (21)2406-7432 E-mail: assinaturas@cpad.com.br SUPORTE ASSINATURA DIGITAL (21) 2406-7315 E-mail: cpadweb@cpad.com.br PAGAMENTO - A CPAD não mantém nenhum tipo de pessoa, representante ou vendedor de assinaturas autorizado a receber diretamente do cliente. O pagamento de assinaturas deve ser feito por meio de boletos em agências bancárias ou através de cartão de crédito. OBREIRO - Revista evangélica trimestral, criada em outubro de 1977, editada pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus, é destinada à liderança pentecostal de modo geral. Registrada sob n." 007.022.328, conforme Lei de Imprensa. A correspondência para publicação deve ser endereçada ao Departamento de Jornalismo e as remessas de valor (pa gamento de assinatura, publicidade etc.) exclusivamente à CPAD. A direção é responsável perante a Lei por toda matéria piibliçada. Perante a Igreja, os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não representan do necessariamente a opinião da revista. Assegura-se a publicação, apenas, das colaborações solicitadas. Casa Publicadora das Assembléias de Deus Av. Brasil 34.401, Bangu Cep 21852-002, Rio de janeiro, Rj Tels.: (21) 2406-7373 / 2406-7413 Fax: 2406.7370 06. CARTA À LIDERANÇA PENTECOSTAL O SACRIFÍCIO DE JESU S INAUGUROU O CAMINHO À SALVAÇÃO DO HOMEM O pastor José Wellington Costa Junior, presidente da Convenção Geral dos Mi nistros das Igrejas Evangélicas Assembléia de Deus no Brasil (CGADB), traz uma meditação sobre os efeitos da Obra de Cristo no Calvário. É</) >ui u I-zUI 14. ARTIGO O QUE É A PLENITUDE DO ESPÍRITO? O pastor Douglas Roberto de Almeida Baptista, líder da Assembléia de Deus de Missão do Distrito Federal e do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, e vice-presidente da Rede Assembleiana de Ensino (RAE), discorre sobre a defini ção bíblica de plenitude do Espírito. 22. ARTIGO ANDAR NO ESPÍRITO: O FRUTO DO ESPÍRITO O professor Gil Monteiro, pastor no Ministério ADEJA, em Nova Iguaçu (RJ); gra duado em Teologia, pós-graduado em História da Igreja, autor e articulista, abor da todos os aspectos do Fruto do Espírito. 29. RESENHA O Fruto do Espírito - Antonio Gilberto O Batism o no Espírito e as Línguas com o sua Evidência - Silas Daniel 30. ARTIGO VIVER NO ESPÍRITO: O REVESTIM ENTO DO ESPÍRITO O pastor Rayfran Batista, líder da Assembléia de Deus em Santa Inês (MA), diretor do Instituto Bíblico Pastor Estêvam Ângelo de Souza (IBPE), professor de várias disciplinas bíblicas e teológicas, trata sobre como as Escrituras descrevem o revestimento do Espírito. 38. ARTIGO MANTENDO O FLUXO DO ESPÍRITO EM NOSSA VIDA O pastor Elias Torralbo, mestre em Teologia Sistemática e diretor-executivo da Faculdade Evangélica de São Paulo (Faesp), discorre, à luz das Escrituras, sobre como a igreja e o cristão mantêm o fluxo do Espírito em sua vida. 44. ARTIGO A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS O pastor Esequias Soares, líder da Assembléia de Deus em Jundiaí (SP) e presi dente do Conselho Deliberativo da Sociedade Bíblica do Brasil e da Comissão de Apologética da CGADB, fala sobre a racionalidade da fé cristã e as diferenças entre princípios, tradição, costume e doutrina. O pastor Juan Carlos Escobar, líder da Assembléia de Deus na Espanha, fala sobre a última edição do Congresso Mundial das Assembléias de Deus, realizado em seu país, e da atual situação das igrejas na Espanha e na Europa. mailto:assinaturas@cpad.com.br mailto:cpadweb@cpad.com.br MENSAGENS r Enriquecim ento m inisterial A revista Obreiro Aprovado é uma ferra menta indispensável para todo aquele que deseja manusear bem a Palavra de Deus. Os comentários, as pesquisas, as indica ções de livros e estudos são de uma rique za inigualável. Ler esta revista é enrique cer nosso ministério e, mais ainda, fartar a nossa alma com um alimento rico em pro teínas e vitaminas espirituais oferecidos por Deus para a nossa vida ministerial. Pr. Gilson da Silva M otta, Porto Alegre (RS) Pica fonte de pesquisa Para mim, a revista Obreiro Aprova do tem sido uma fonte de pesquisa riquíssima. Ter acesso a este periódi co é também uma forma de manter mos contato com assuntos teológicos relevantes e com os mestres da nossa Assembléia de Deus. Pr. (Meder Moreira, Igarapava (SP) Aprofundamento na fé cristã Este periódico tem desempenhado um papel fundamental na vida do público evangélico. Com conteúdo cuidadosa mente selecionado, esta revista oferece orientação espiritual, ensinamentos bíblicos profundos e uma visão edifi cante para pastores, líderes e todos que desejam se aprofundar na sua fé. Pr. Agisse Levi da Silveira (SC) Enlevo espiritual Esta revista é um periódico muito atual, mostrando, através das doutrinas bíbli cas, o que acontece hoje em dia. O seu conteúdo doutrinário fortalece o perfil assembleiano e o pentecostalismo em nossos dias. Recomendo a revista Obrei ro Aprovado aos leitores que desejam se manter atualizados e firmar ainda mais as suas estacas na fé e na doutrina cris tã pentecostal. Pr. Kléber Gustavo Gonçalves da Silva, São Paulo (SP) Sendo obreiro aprovado A revista Obreiro Aprovado é um periódico cujas páginas trazem matérias de grande enle vo espiritualpara aqueles que militam na Sea ra do Mestre. Procuro sempre ler, estar sempre bem informado, mas nunca esquecendo que o saber é uma fonte inesgotável, e o verdadeiro sábio conhece tudo o que diz e não diz tudo o que sabe. Leiamos, estudemos e sejamos obrei ros aprovados. Pr. Daniel M essias, R io de Janeiro (RJ) Quer também mandar sua mensagem? Então escreva para a revista O breiro A provado. Pode enviar sua m ensagem para o em ail obreiro@ cpad.com .br ou, se preferir, enviar sua carta para o endereço Avenida Brasil, 34.401, Bangu, Rio de Janeiro (RJ) C EP 21852-002. Esperamos o seu contato! mailto:obreiro@cpad.com.br CARTA À LIDERANÇA PENTECOSTAL PR. JOSÉ WELLINCTON COSTA JUNIOR Presidente da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus no Brasil O que aconteceu no Egito é uma analogia da proteção dispensada a nós por nosso Deus através de Cristo O sacrifício de Jesus inaugurou o caminho à salvação do homem Nesta oportunidade, vamos discorrer acerca do sacri fício do Senhor Jesus e sua importância para a vida humana. Observemos na Carta aos Hebreus 10.12-14 que o sacrifício de nosso Senhor alcançou não somente a comunidade judaica, mas toda a humanidade. Esse sacrifício vicário ocorreu uma só vez, mas vale por toda a eternidade. Não existe necessidade de outro sacrifício, pois este aperfeiçoou para sempre os que são santificados. Jesus já morreu pela humanidade e Seu sangue tem poder todo o tempo. O sangue de Cristo ainda é reconhecido e liberta o ser humano de seus pecados. Na Antiga Aliança, havia a necessidade de se derramar o sangue de um cordeiro, mas agora isso não é mais necessário, por causa da eficácia do sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Em uma noite no Egito, os judeus precisaram manchar os umbrais das portas das suas casas para evitar a morte dos primogênitos no ambiente do lar. Hoje em dia, estamos marcados com o sangue do Cordeiro para a nossa salvação. E sabido que temos um inimigo que nos odeia e milita contra nós de forma implacável. Prezado leitor, você não imagina o quanto Satanás almeja o nosso mal. Este ser maligno engendra as suas artimanhas que nos são impossíveis de identificar a “olho nu"; apesar disso, nós estamos protegidos pelo sangue do Cordeiro. O que aconteceu no Egito é uma analogia da proteção dispensada a nós por nosso Deus através de Cristo. O Diabo não pode fazer nada contra você, pois a sua vida está nas mãos do Senhor. Além do mais, o crente é morada do Espírito Santo. Isso significa que somos marcados com sangue por fora e temos a Terceira Pessoa da Trindade em nosso homem interior. Na Antiga Aliança, somente o sumo sacerdote tinha acesso ao local denominado Santo dos Santos a fim de apresentar o sacrifício em favor do povo e de si mesmo. Era um local vedado aos demais. Existia o véu que separava as pessoas desse local sagrado. O escritor da Carta aos Hebreus indica que o sacrifício de Jesus abriu o caminho para que qualquer pessoa possa ter acesso a Deus sem impedimento algum. Os sacerdotes e os levitas não foram responsáveis por esse evento, mas a cortina do Santo dos Santos foi rasgada quando se ouviu o brado na cruz do Nazareno, que foi injustamente condenado: "Está consumado!". Os Evangelhos informam que aconteceram abalos sísmicos e outros sinais na morte do Filho de Deus. O acesso ao santuário agora está aberto e um novo caminho foi consagrado pelo próprio Jesus, conforme lemos em Hebreus 10.20, uma caminho que seria impossível conseguir pelos esforços do ser humano. OB 6 RE RO ENTREVISTA Pastor Juan Carlos Escobar OB RO Avaliando as Assembléias de Deus no mundo, na Europa e na Espanha Nosso entrevistado desta edição da re vista Obreiro Apro vado é o pastor Juan Carlos Escobar. Ele se converteu a Cristo em 1981, aos 17 anos de idade, na província de Barcelona, na Espanha. Pouco tempo de pois, iniciou a sua carreira minis terial, pastoreando a sua primei ra igreja em 1987. Desde então, o seu ministério tem sido caracteri zado por intensa dedicação como evangelista e plantador de igrejas na Espanha. No âmbito das suas responsa bilidades eclesiásticas, ele é pre sidente da Igreja da Comunidade Cristã Sendero de la Cruz, do Conselho Executivo da Federa ção das Assembléias de Deus da Espanha e da Fraternidade das Assembléias de Deus do Sul da Europa (SEAGF). Pastor Escobar também é membro do Comitê Executivo da World Assemblies of God Felloship (WAGF) e do Comitê MM33 do WAGF. É for mado em Teologia pelo Centro Superior de Teologia das Assem bléias de Deus (CSTAD) e é dou tor honoris causa em Teologia pelo Seminário Teológico Inter nacional Antioquia. A Em nossa conversa, o líder da Assembléia de Deus espanhola fala sobre o 9o Congresso Mun dial das Assembléias de Deus, ocorrido na Espanha em outubro de 2023; sobre como está a igreja na Espanha e em toda a Europa; e sobre como ele vê o futuro que está se abrindo para as Assem bléias de Deus no mundo nos próximos anos. Como foi para o senhor e a igreja na Espanha receber o Congresso Mundial das As sembléias de Deus? Receber o Congresso Mun dial foi uma grande alegria, um grande privilégio. Foi um aconte cimento histórico, pois não havia acontecido outro grande evento como este na história das Assem bléias de Deus em nosso país. Por outro lado, significou um passo de fé, já que nosso tamanho e nossas possibilidades exigiram que tivéssemos a capacidade de trabalhar juntos, de acreditar em Deus e, por outro lado, lutar con tra uma série de obstáculos que a realização deste evento implicou. O primeiro e mais importante deles foi a pandemia. Isso nos levou a cancelar o evento duas vezes. E agora, nesta terceira vez, ele foi finalmente realizado aqui, em outubro de 2023. Isso signifi cou organizar pela terceira vez, o que nos desafiou. Mas vimos que Deus esteve conosco, e acredita mos que, no mundo espiritual, no que diz respeito à convicção e à fé da igreja na Espanha, este acontecimento trouxe a seguran ça de que quando estamos uni dos, não importa o tamanho da igreja, não importa a dimensão do trabalho, não importa qual seja o orçamento, quando é algo de Deus, prevalece o que é de Deus, e é isso que pudemos ver. A Espanha está muito grata, sen te-se privilegiada. Qual a sua avaliação do evento? Quando pensamos na ava liação do evento, o que acredi tamos em primeiro lugar é que Deus esteve conosco. Este foi um evento histórico. Tivemos mais de 4,2 mil inscrições, com representantes de mais de 120 países. A Espanha não tem uma igreja que possa representar um evento grande e massivo como esse. Por isso, estudamos e pre paramos com o Comitê Mundial a realização do evento em um local adequado, que pudesse re ceber a maior parte dos líderes mundiais mais representativos. Tivemos uma grande represen- tatividade., o que significa que o impacto, por assim dizer, foi ex- ponencial e muito forte. Devido à representatividade, a influên cia do evento foi muito grande, apesar de não contar com grande público. Por outro lado, a realiza ção do primeiro Congresso Mun dial de Lideranças de Jovens das Assembléias de Deus foi muito importante, uma vez que a par ticipação das novas gerações no evento foi uma novidade nunca antes feita, bem como a partici pação das crianças, pois tivemos um evento paralelo para os fi lhos dos que vieram, filhos dos líderes, filhos dos obreiros, filhos dos participantes, que ficaram muito emocionados e foram mui to abençoados. Houve batismos com o Espírito Santo, eles tive ram a sua própria experiência. Eles tiveram uma participação bastante relevante. Por outro lado, acreditamos que o Senhor nos permitiu cobrir um grande Acreditamos que para este tempo Deus tem um novo impulso, uma nova etapa no desenvolvimento do que tem sido a história da Assembléia de Deus desafio de fé, devido ao orçamen topara este evento, algo signifi cativo para nós, mas Deus foi fiel e nos abençoou. Por outro lado, o número de estandes que tivemos foi muito significativo, pois prati camente superou as expectativas. Foram quase 90 estandes de dife rentes ministérios. Isso também foi uma riqueza extraordinária e maravilhosa. O que o senhor gostaria de destacar em relação ao que foi discutido durante o evento? Neste Congresso, como sem pre acontece a cada três anos, são renovados os cargos na lide rança das Assembléias de Deus. Além disso, esta é uma assem bléia onde todos os líderes das Assembléias de Deus do mundo se reúnem para discutir alguns ajustes organizacionais. Durante o Congresso, o que foi muito sig nificativo foi a adoção do projeto de visão MM33, onde planejamos realizar o impacto da criação de mais de um milhão de igrejas no mundo até 2033. Atualmente, as Assembléias de Deus contam com cerca de 370 mil igrejas no mundo, o que significa que es tamos falando de mais que du plicar as igrejas atuais até o ano de 2033. Portanto, é uma década importante. A ênfase na plan tação de igrejas foi muito forte. A ênfase nas missões também é muito importante. Também enfatizamos a necessidade de reavivamento. Foi enfatizada a necessidade de retornar ao po der do Espírito Santo, à doutrina baseada em nossa pentecostali- dade. Também foram lembradas quais são as nossas origens como Assembléia de Deus, quais são os alicerces das Assembléias de Deus, e acreditamos que para este tempo Deus tem um novo impulso, uma nova etapa no de senvolvimento do que tem sido a história das Assembléias de Deus até agora. Qual foi o ponto alto da programação do Congresso Mundial das Assembléias de Deus? Foram muitos os momentos importantes do Congresso. Os momentos de adoração e louvor foram especialmente muito bons. A encenação que foi realizada re presentando a história da igreja, com a luta espiritual entre a luz e as trevas, foi muito impactan- te. Percebemos que a arte com a música, e com a adoração, é algo muito atual e muito apreciado do ponto de vista contextual dos nossos dias. Por outro lado, não há dúvida de que a exposição das mensagens da Palavra de Deus foi muito poderosa. Todos co mentaram que cada mensagem trouxe algo especial de Deus para os tempos em que vivemos. Mas, o momento mais desafiador foi quando a visão MM33 foi lan çada, com o apelo para a neces sidade de que todos nós a adote mos. A resposta foi praticamente muito favorável de todos os pre sentes. Lembramos também como significativa a homenagem ao pastor José Wellington Bezer ra da Costa, de 89 anos. Ele é o pastor com mais idade que atual mente faz parte da liderança das Assembléias de Deus no mundo, à frente de um movimento como A ROOB 9 REI [ Y ~ m íB ■ PTL • 3rf A população mundial continua crescendo, mas a Igreja do Senhor não está atingindo uma taxa de crescimento que exceda o nível de nascimentos ou mortes. Este é o nosso grande desafio na área de missões o do Brasil, que é um dos maio res movimentos do mundo. Vê-lo vivo e participando do nosso con gresso foi uma oportunidade de homenageá-lo. Isso foi altamente significativo. Por outro lado, nas noites de evangelização, vimos muitas pessoas chegarem aos pés de Cristo através das transmis sões dos cultos via streaming. Muitos obreiros e líderes foram renovados, outros foram curados e também tiveram momentos ex traordinários. No encerramento, passamos o testemunho das As sembléias de Deus de Gana, onde será realizado no ano de 2026 o 10° Congresso Mundial das As sembléias de Deus. Por assim dizer, foram muitos momentos extraordinários, com Deus fa zendo coisas maravilhosas neste Congresso. O que o senhor vê como futuro para as Assembléias de Deus no mundo nos pró ximos anos? Neste momento, as Assem bléias de Deus no mundo re presentam aproximadamente mais de 12% das igrejas pente- costais. É o maior movimento a nível pentecostal, mas também de crentes evangélicos. A cada 62 segundos um crente é batiza do. A cada hora acredita-se que uma nova Assembléia de Deus está sendo plantada. Com este ritmo, diriamos que continua mos sendo o movimento mais forte do mundo evangélico, mas é preciso compreender que, ape sar de termos o maior número de fiéis como denominação, há mais pessoas morrendo no mundo do OB A igreja na Europa é uma igreja que necessita ser avivada na chama do primeiro amor. Ela precisa ser reavivada para que aquele gigante adormecido possa acordar e poder vivenciar uma expansão como nunca antes que pessoas sendo convertidas. A população mundial continua crescendo, mas a Igreja do Se nhor não está atingindo uma taxa de crescimento que exceda o nível de nascimentos ou mor tes. Este é o nosso grande desa fio na área de missões. Portanto, o futuro da igreja Assembléia de Deus não é conformar-se com o que hoje pode significar cresci mento. O crescimento é significa tivo e muito importante, mas não é suficiente para poder dobrar a curva que nos levará a ver uma expansão como nunca antes na história. Qual é a situação hoje das igrejas na Europa? A igreja na Europa é um gi gante adormecido. É uma igreja que está neste momento com a necessidade de ser despertada. A igreja da Europa foi uma igre ja missionária, como a igreja em Éfeso. A igreja efésia em algum ' • B B B F m | ê momento se tornou a mãe das igrejas na Ásia e na Europa, mas depois, quando lemos o Livro do Apocalipse, vemos ser dito à igre ja de Éfeso que, apesar de suas obras, apesar de ter sido uma lu tadora contra as falsas correntes, contra os ataques do próprio in ferno, ela perdeu o essencial, que é o primeiro amor. Esse primeiro amor nos fala da paixão da pre sença de Deus, paixão por Deus. Às vezes, vejo a igreja europeia muito mais ocupada com as ati vidades do ministério do que com o Deus do ministério. São desenvolvidas muitas tarefas, por assim dizer, nos aspectos so ciais, mas, mesmo assim, a igreja vive sob uma forte apatia. Vejo cumprido na igreja da Europa o que Jesus advertiu sobre òs últi mos tempos, que, por causa do aumento da iniquidade, o amor de muitos esfriaria. Vemos que há como que uma chama apaga da no coração de grande parte da igreja na Europa. É verdade que são diferentes a igreja do Norte e a igreja do Sul. No Sul, estamos vendo algo de Deus que é muito fresco, muito novo; e no Norte, a igreja, que é mais histórica, o protestantismo histórico, precisa de uma nova ênfase, de um novo despertar. Em todo caso, não po demos ser categóricos, mas po demos falar de uma igreja na Eu ropa que, diriamos, é uma igreja que nesse momento necessita ser avivada na chama do amor, da paixão pelo primeiro amor. Ela precisa ser reavivada para que aquele gigante adormecido possa acordar e poder vivenciar uma expansão como nunca antes. E especificamente na Es panha, como a igreja está? A Assembléia de Deus na Es panha é uma igreja que acabou de completar 60 anos. Temos experi mentado um crescimento signifi cativo na última década. Há dez anos, tínhamos quase 300 congre gações, mas hoje já ultrapassamos o número de 600 congregações. Apesar da pandemia de Covid-19, continuamos crescendo. Estamos dando forte ênfase na plantação de igrejas. Estamos muito focados em acreditar que a plantação de igrejas consolida a evangelização e promove espaços para o surgi mento de novos ministérios. É verdade que não é uma igreja mui to grande. É verdade que é uma igreja muito nova, mas, mesmo assim, sentimos os céus abertos, sentimos que há algo que Deus A o b S í r o J K v J k A|| Êk igjfe: •• -ájÊSm ■ : na t Jk'Á, I f ] I l está querendo fazer no nosso país e que está sendo uma inspiração para a Europa, já que a Espanha é considerada um país difícil para o evangelho. Mas estamos vendo que, com base na fé e na paciência, estamos herdando as promessas. A Espanhaé um país que tradicionalmente tem sido re sistente ao impacto da Reforma. A Reforma não penetrou neste país por causa da forte Inquisição que existiu aqui, uma Contrarrefor- ma que impediu o avanço do que aconteceu em toda a Europa com o impacto da Reforma. A Espanha ficou atrasada nesse sentido, mas, mesmo assim, Deus sempre man teve um remanescente fiel. Aqui houve muitos mártires que deram suas vidas pelo evangelho e claro que isso não foi esquecido. O Se nhor tem uma promessa para esta terra. É assim que acreditamos que está acontecendo neste tempo em que vemos que o Senhor nos permite viver novos tempos ma ravilhosos. Por outro lado, somos muito gratos a Deus pelo apoio de tan tos que vieram de outras latitu des, especialmente da América Latina, para viver na nossa Es panha, como resultado do mo vimento migratório. Esse movi mento migratório, ocorrido por quaisquer razões, tornou-se a influência mais forte a nível de igreja em nosso país. Muitos se converteram aqui, outros já vie ram convertidos, mas fato é que a igreja se renovou, se fortaleceu. E uma igreja diversa, multicolo- rida. É uma igreja que, apesar da grande diversidade, cresce unida, já que a Espanha é um país que geralmente acolhe todos aqueles que aqui chegam. No nosso caso, das Assembléias de Deus, temos ministérios aqui fundados por missionários de dezenas de paí ses, dentre eles missionários do Brasil que vieram trabalhar co nosco nas Assembléias de Deus da Espanha. Nossas Assembléias aqui permitem a autonomia das igrejas, o que possibilita que elas trabalhem conosco e não te nham que romper seus vículos com suas Convenções no Brasil. Acreditamos que a Assembléia de Deus na Espanha é uma igreja de referência, que está crescendo e levantando uma geração mui to forte. Com a ajuda do Senhor, acreditamos que veremos um crescimento ainda mais signifi cativo da Assembléia de Deus na Espanha nos próximos anos. B RO HA SEMELHANÇAS ENTRE 0 PENTECOSTALISMO E OS PROFETAS BÍBLICOS? É inegável que o pentecostalismo possui grandes afinidades com os profetas bíblicos. Nesta obra, José Gonçalves elabora um estudo das ações carismáticas dos profetas Elias e Eliseu e analisa os pressupostos sociológicos, teológicos e morais de suas atividades proféticas. Para o autor, a narrativa sobre os profetas bíblicos são uma referência para a práxis neopentecostal contemporânea. Código: 352368 Formato: U ,5 x 22,5 cm JOSÉ GONÇALVES 0 CARISMA PROFÉTICO E 0 PENTECOSTALISMO ATUAL M 2 www.cpad.com.br V. 0800-021-7373 £ ) (021) 2406-7373 Livrarias CPAD O 0 O O http://www.cpad.com.br Pastor Douglas Baptista é líder da Assembléia de Deus de Missão do Distrito Federal (ADMDF) e do Conselho de Educação e Cultura da CGADB; presidente da Academia Evangélica de Letras do Distrito Federal (AELDF); graduado em Teologia, Filosofia e Pedagogia; especialista em Docência do Ensino Superior; mestre em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória (FUV), doutor em Teologia pelas Faculdades EST e comentarista das Lições Bíblicas de Adultos CPAD. A plenitude do Espírito corresponde a ser cheio do Espírito, e isso envolve o batismo no Espírito, dons e o fruto do Espírito D ouglas B ap tis ta O que é a ple O vocábulo plenitude é derivado do ver bo grego plêróõ, que significa "tornar cheio, completar, preencher até o máximo",1 isto é, a condição de pleno, de algo que está completo, preenchido até o topo. Refere-se ao grau máximo da espiritua lidade e da fé. Neste sentido, o termo "plenitude do Espírito" corresponde à expressão "cheio do Espírito". No presente artigo, aborda mos o significado dessa expres são no derramamento do Espíri to Santo no Dia do Pentecostes; sua atuação no ministério do apóstolo Pedro, como requisito para a consagração de obreiros, sua ação no ministério do após tolo Paulo, na concessão dos dons espirituais e na evidência do fruto do Espírito na vida do crente regenerado. No Pentecostes Por ocasião do Pentecostes, as Escrituras registram que os discípulos reunidos no cenáculo "foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras lín guas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4). Aqui o historiador Lucas emprega uma forma prolongada do vocábulo grego ttàeco (pleo), que neste caso aparece conju gado como £7iÀf]a0qoav (eples- tesarí), uma forma reduplicada de mpTTÀqiai (pimplemi), que tem o sentido de "foram repletos" ou "ficaram cheios" do Espírito Santo.2 O Comentário Bíblico Pentecos- tal do Novo Testamento (CPAD), in terpreta a passagem do seguinte modo: Este verbo é usado por Lucas para ind icar o processo de ser ungido com o poder do Espírito para o serviço d ivi no. Ser cheio com o Espírito significa o m esm o que ser batizado com o Espírito ou receber o dom do Espírito (cf. At 1.5; 2 .4 ,38).3 Matthew Henry ratifica que todos os presentes no Pentecostes "foram dotados de poderes mila grosos para proveito do Evan gelho [...] Eles também foram, como prova disso, enchidos com os dons do Espírito Santo, que é o propósito específico do evento narrado neste texto".4 Nesse aspecto, o versículo em apreço indica claramente que o enchimento com o Espírito os ca pacitava a falar noutras línguas sem nunca antes as terem apren dido. Era o Espírito que lhes concedia tanto as línguas como 1 GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1993, p.168. 2 RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do NT Grego. São Paulo: Vida Nova, 2000, p.195. 3 ARRINGTON, L. F. (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.632. 4 HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento - Atos a Apocalipse. Rio: CPAD, 2008, vol. 2, p. 14. OB01RO nitude do Espírito? o conteúdo da mensagem. Este sinal é repetido no livro de Atos como indicativo do "batismo no Espírito Santo" (At 10.46; 19.6). Assim, o poder sobrenatural do falar em línguas sinaliza que os discípulos estavam "cheios do Espírito" ou "plenos do Espírito". Com esse entendimento, a De claração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil ratifica que o falar em línguas é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário (At 2.32,33). Essa experiência espiritual ocor re após ou junto à regeneração acompanhada do falar em outras línguas.5 Este sinal é externo, físico e visível. Mas é somen te a evidência inicial, pois há evidência contínua da presen ça especial do Espírito, como a manifestação dos dons espiri tuais (ICo 12.4; 14.1) e do "fruto do Espírito" (G1 5.22). Portanto, no Pentecostes, ser "cheio do Espírito" indica ser batizado no Espírito Santo, isto é, alcançar a "plenitude do Espírito". No ministério de Pedro Pedro, juntamente com Tiago e João, são apresentados como os discípulos mais próximos de Je sus (Mt 17.1-9; 26.37-49; Mc 5.37). Não obstante, às vésperas da  5 SOARES, Esequias (org.). Declaração de Fé das Assembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 165,166. RO crucificação, Cristo advertiu a Pedro: "Três vezes me negarás" (Mt 26.34). Ao que lhe retrucou o apóstolo: "Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei" (Mt 26.35). A resposta de Pedro era de autoconfiança, ele enfatizou que mesmo que os outros "abandonassem" a Jesus, ele nunca o faria. Apesar da impetuosidade das palavras, antes do romper da aurora, Pedro negou Cristo por três vezes. Reconhecido por uma escrava, o instinto de auto- preservação prevaleceu e, ate morizado, Pedro desconversou: "Não sei o que dizes" (Mt 26.70). Uma segunda criada o identifica e, mentindo, o apóstolo declara com juramento: "Não conheço tal homem" (Mt 26.72). Na sequ ência, apontado pelo sotaque, co meça a praguejar, dizendo: "Não conheço esse homem" (Mt 26.74). O relato denuncia a fragili dadeespiritual do apóstolo. A jactância o conduziu ao fracasso e à vergonha. Pedro falhou mise ravelmente. Após conviver com Cristo cerca de três anos e meio, integrar o colégio apostólico e participar do círculo mais ínti mo, Pedro demonstrou fraqueza e instabilidade espiritual. Essa atitude deplorável pode ser contrastada com o Pedro após o Pentecostes. Agora, revestido pelo poder do Espírito, Pedro age de modo completamente di ferente. No seu sermão no Dia de Pentecostes, ele demonstra ousadia ao acusar os judeus de crucificarem e matarem a Jesus pelas mãos de injustos (At 2.23). Em seguida, brada à Casa de Is rael que "a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2.36). Dias depois, Pedro e João, em nome de Jesus, operaram um milagre na vida de um coxo (At 3.6-8). O ato miraculoso e a mensagem do Evangelho e da ressurreição de Cristo despertam a fúria das autoridades judaicas (At 4.1-2). Assim, os dois apósto los são encarcerados (At 4.3), e os membros do Sinédrio lhes per guntam: "Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?" (At 4.7). Diante dos juizes, Pedro não titubeou, mas, cheio do Espírito, testemunhou sobre o poder de Jesus e pregou a ressurreição e a salvação em Cristo (At 4.8-12). A sabedoria da mensagem de Pedro impressionou os juizes, sabendo que eram homens sem letras e indoutos (At 4.13). O Siné- drio os proibiu de pregar ou en sinar em nome de Jesus (At 4.18). A resposta destemida de Pedro e João é que não ouviriam homens, mas obedeceriam a Deus, porque não poderiam deixar de falar do que tinham visto e ouvido (At 4.19,20). Percebe-se nas palavras de Pedro uma radical mudança de postura. Outrora um discípulo acovardado e temeroso; agora, um arauto denunciando o peca do e anunciando a salvação em Cristo. Isso significa que o batis mo no Espírito Santo o revestiu de poder e o capacitou de autori dade, de modo que todos os seus medos foram superados. Assim, cheio do Espírito, Pedro tornou- -se o apóstolo da circuncisão (G1 2.8), enfrentando, no fim, a mor te como um mártir da fé (2Pe 1.14,15). Na instituição dos diáconos O texto lucano registra que, na Igreja Primitiva, enquanto os discípulos se multiplicavam, deu-se início a uma murmura- ção entre os cristãos helênicos e os cristãos hebreus. A queixa era que as viúvas de língua grega es tavam sendo negligenciadas na assistência de suas necessidades (At 6.1). Mercê destes fatos, os lí deres reuniram a igreja para deli berar sobre o assunto. Na ocasião, argumentou-se não ser adequado que os apósto los deixassem de ensinar e anun ciar a Palavra de Deus para cui dar de questões administrativas (At 6.2). A solução foi a institui ção da diaconia, termo que se ori gina do verbo grego diakoneo, que literalmente significa "servir”. Nos requisitos para compor o corpo diaconal, exigia-se que os homens fossem qualificados com "boa reputação, cheios do Espíri to Santo e de sabedoria" (At 6.3). A exigência de ser "cheio do Espírito Santo" significa que o candidato deveria ser capacitado pelo Espírito como os discípulos no Dia do Pentecostes.6 Significa dizer que os diáconos deveriam A OBItH iRO ser batizados no Espírito Santo (Lc 24.49). Lucas ratifica que os ho mens eleitos naquela assembléia eram "cheios de fé e do Espírito Santo" (At 6.5). Aqui a palavra "cheio", do grego píeres, refere-se à plenitude do Espírito que habi litava os candidatos tanto a falar sob grande inspiração como a re alizar sinais e prodígios.7 Corrobora esse entendimento a ênfase que se dá ao ministério de Estevão. Ele é mencionado como "cheio de fé e de poder, que fazia prodígios e grandes si nais entre o povo" (At 6.8). Essa afirmação sinaliza que o Espírito Santo o revestiu com dons espi rituais. Enquanto ele ministrava a Palavra, o Espírito Santo o ca pacitava com o dom espiritual da sabedoria: "Não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava" (At 6.10). Por conseguinte, vemos que, no texto lucano, "ser cheio do Espírito" equivale a ser batiza do no Espírito e capacitado com dons espirituais. Por essa razão, na Declaração de Fé das Assembléias de Deus, para a consagração de obreiros, exceto para os coope- radores, entre outros requisitos, observa-se a necessidade da ex periência do batismo no Espírito Santo.8 No ministério de Paulo Paulo pertencia à tribo de Benjamim e era nascido em Tar so da Cilicia (At 22.3), tendo sido educado como fariseu aos pés de Gamaliel (At 22.3; G1 1.14). Ferre nho perseguidor da igreja, a ca minho de Damasco converteu-se a ouvir a voz de Cristo em meio a uma forte luz que o cegou (At 9.1-6). Ao chegar em Damasco, recebeu a visita de Ananias que "impondo-lhe as mãos, disse: Ir mão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tor nes a ver e sejas cheio do Espírito Santo" (At 9.17). Após a interces- são de Ananias, Paulo "recupe rou a vista; e, levantando-se, foi batizado" (At 9.18). O contexto desta passagem, implica dizer que a experiência de Paulo em Damasco de ser "cheio do Espirito Santo" referia-se ao batismo no Espírito Santo que in clui o falar em outras línguas. Em bora Lucas não mencione o fato 6 ARRINGTON, 2003, p. 658. 7ARRINGTON, 2003, p. 659. 8 SOARES, 2017, p. 137. de Paulo ter falado em línguas, ao escrever aos Coríntios, o apóstolo dos gentios testemunhou que fa lava em outras línguas (ICo 14.18). Além disso, no relato lucano, "ser cheio do Espirito" significa ser revestido do poder do Espírito para a proclamação do Evange lho. Paulo recebera a plenitude do Espírito por meio do batismo no Espírito Santo a fim de cumprir o chamamento divino como "vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel" (At 9.15). Ratifica essa compreensão os inúmeros episódios sobrena turais vividos por Paulo em seu profícuo ministério. Por exemplo, por ocasião da primeira viagem missionária, realizada por volta do ano 47 d.C., Paulo enfrentou na ilha de Chipre um certo judeu mágico, chamado Barjesus, que tudo fazia para obstruir a prega ção do Evangelho (At 13.6-8). Ao discernir a ação do adversário da cruz de Cristo, Paulo "cheio do Espírito Santo, fixando os olhos nele" (At 13.9) o identificou e o repreendeu com toda a autorida de: "Ó filho do diabo, [...] não ces sarás de perturbar os retos cami nhos do Senhor?" (At 13.10). Em seguida o falso profeta ficou cego (At 13.11). Diante do inusitado, o procônsul da ilha, creu, maravi lhado da doutrina do Senhor (At 13.12). O evento demonstra que es tar "cheio do Espírito" significa estar capacitado com a "plenitu de do Espírito" por meio do re vestimento do poder do alto, e exercer autoridade sobre o poder das trevas. Paulo, pelo poder do Espírito, pronunciou julgamento sobre aquele inimigo do Reino. Este milagre confirmou a men sagem do Evangelho e conduziu o governador local à conversão a Cristo (At 13.7,12). Na conti nuidade de seu ministério, Pau lo tornou-se sistematizador do Evangelho e o grande apóstolo dos gentios (Rm 11.13). Nos dons espirituais Segundo as Escrituras, o ba tismo no Espírito Santo é um dom ("...e recebereis o dom do Espírito Santo", At 2.38) que está disponível para todos os cren tes: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Se nhor, chamar" (At 2.39). Porém, os dons do Espírito Santo, ou "dons espirituais", são restritos (ICo 12.29,30), no sentido de que nenhum dos dons é dado igual mente a todas as pessoas.9 Nesse aspecto, Paulo incentiva a igreja a desejar e buscar com zelo os dons espirituais, principalmen te aqueles que edificam o corpo de Cristo (ICo 12.31; ICo 14.1). Esses dons são capacitações sobrenatu rais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para o serviço es pecial na execução dos propósitos divinos.10Os dons espirituais são distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, confor- A «ARRINGTON, 2003, p. 1.019. 10 SOARES, 2017, p. 171. 19 me a soberana vontade do Senhor, para o que for útil (ICo 12.7). Embora o recebimento dos "dons espirituais" façam par te da "plenitude do Espírito", convém enfatizar que os dons não devem ser usados de forma egoísta para autopromoção ou exaltação de espiritualidade. Os dons devem servir para a edifi cação da Igreja (ICo 14.12). Qual quer outra motivação é contrária aos ensinos bíblicos e se caracte riza como grave equívoco. Nossa Declaração de Fé ensi na que os dons espirituais não são atestados pessoais de san tidade que induzem as pessoas a acreditar que são mais santas ou mais espirituais que outras. Eles também não transformam as pessoas em superespirituais, nem as tornam melhores ou su periores a outros crentes. Eles não são para exibição ou supe rioridade particular no seio da Igreja, mas são para a glória de Deus (At 3.12).n Nenhum dom individuali za qualquer crente, porque o mérito será sempre do Senhor. Os dons fortalecem a unidade da Igreja, promovendo a comu nhão dos membros do Corpo de Cristo (ICo 12.12). Caso isso não ocorra, então a plenitude do Es pírito não foi alcançada. O Fruto do Espírito A plenitude do Espírito in clui o fruto do Espírito. Este se relaciona com o crescimento es piritual e o desenvolvimento do caráter do cristão. Refere-se à nova vida em Cristo, ao modo de andar e proceder daqueles que pertencem a Cristo e são cheios do Espírito (G1 5.16-18; Ef 5.18). Jesus ensinou que é pelo fruto que se conhece a árvore: "Tornem a árvore boa e o seu fruto será bom, ou tornem a ár vore má e o seu fruto será mau; porque pelo fruto se conhece a árvore" (Mt 12.33). Desse modo, o verdadeiro cristão é identi ficado pelo bom fruto que evi dencia no seu caminhar diário. Ao contrário, o fruto mau - a prática das obras da carne (G1 5.19-21) - denuncia que de fato a pessoa ainda não experimentou a "plenitude do Espírito". O Comentário de Aplicação Pes soal (CPAD) anota que "os cren tes exibem o fruto do Espírito, não porque eles trabalham nele, mas simplesmente porque o Es pírito controla as suas vidas".11 12 Escrevendo aos Gálatas, Paulo observa que "o melhor antídoto contra o veneno do pecado é an dar no Espírito, estar em íntima sintonia com as coisas espiritu ais, dedicar-se às coisas da alma, que é a parte espiritual do ho mem".13 Nesse sentido, a ênfase do apóstolo é assim resumida: "Se vivemos em Espírito, ande mos também em Espírito" (G1 5.25). O Comentário de Aplicação Pessoal considera que as carac terísticas do fruto do Espírito classificam-se em grandes cate gorias, a saber: (i) as três primei ras são interiores e só podem vir de Deus - amor, gozo e paz -; (ii) as três seguintes dizem respeito ao relacionamento de cada crente com os demais - longanimidade, benignidade e bondade -; e (iii) as três últimas apresentam traços mais gerais de caráter que deve ríam guiar a vida de todo crente - fé, mansidão e temperança.14 Considerações finais Na concepção bíblica, o termo "plenitude do Espírito" corres ponde à expressão ser "cheio do Espírito". Para alcançar este nível de espiritualidade, o crente deve buscar avidamente, por meio da oração e do jejum, o batismo no Espírito Santo; os dons espiritu ais para a edificação da igreja; e o fruto do Espírito como validação do caráter cristão e do amadu recimento espiritual. Por conse guinte, permanece a orientação paulina: "Deixem-se encher do Espírito" (Ef 5.18b - NAA) ■ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRINGTON, L. F. (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1993. HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento-Atos a Apocalipse. Rio: CPAD, 2008. RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do N.T: Aplicação Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do NTGrego. São Paulo: Vida Nova, 2000. SOARES, Esequias (org.). Declaração de Fé das Assembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017. 11 SOARES, 2017, p. 171-173. 12 RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do N.T: Aplicação Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, vol. 2, p. 297. 13 RIBAS, 2009, vol. 2, p. 297. 14 RIBAS, 2009, vol. 2, p. 297. O FRITO DO ESPÍRITO O C ALEM) Antonii Gilbert É O Fruto O Calendário da Profecia COLEÇÃO P r. ANTONIO G IL B E R T O UM LEGADO INDISPENSÁVEL DE CONHECIMENTO PARA AS IGREJAS BRASILEIRAS Ao longo de sua trajetória, ele se destacou como educador, jornalista, teólogo, autor de best-sellers e articulista. Além disso, Amorno Gilberto, uma referência na área de Escola Dominical e de Teologia Pentecostal no país, deixou um legado imensurável para as igrejas brasileiras através de seus livros que agora estão com um not o projeto gráfico de capa. Vendidos separadamente. VERDADES PENTECOSTAIS A BÍBLIA ATRAVÉS DOS SI Cl FENDAM ENTOS D.l VIDA CB4D Antonio Gilberto 3. A DANIEL ífc APOCALIPSE www.cpad.com.br w 0 V . 0800-021-7373 *-*j' Livrarias CPAD g ) (021) 2406-7373 O 0 O O http://www.cpad.com.br Gil Monteiro Pastor auxiliar na AD Jardim Alvorada, Nova Iguaçu, RJ; graduado em Teologia; pós- graduado em História da Igreja; escritor; Professor de Teologia. A materialização do fruto do Espírito na vida cristã não deve se restringir ao espaço comunitário da fé, muito menos ficar reduzido a um discurso, ideia ou teoria Gil M onte iro Andar no Espír Na epístola canônica escrita às igrejas da Galácia, Paulo, no capítulo 5, de forma dialética, apresenta o conflito e, porque não dizer, a guerra tra vada entre a velha natureza pe caminosa humana e a nova vida espiritual em Cristo (v. 17). Ele faz menção daquela quando trata das obras da carne (vv. 19-21); por sua vez, faz menção desta quan do apresenta o fruto do Espírito (v. 22). Esse confronto fica muito claro quando atentamos para a perícope estabelecida nos vv. 16- 26, com o reforço do termo adver- sativo "mas" no v. 22. O fruto do Espírito pode ser definido como o caráter de Cristo produzido no crente pela instrumentalidade do Espírito, para que o seu viver manifeste o Reino de Deus nes te mundo. Em outros termos, é a existência no crente de um caráter semelhante ao de Cristo, produzi do pelo Espírito e testemunhado no seu viver cotidiano (ljo 2.6). Devemos primar pela sobrieda de e vigilância (lPe 5.8), haja vista que somente quando nos rende mos sem reservas ao Espírito con seguimos, mediante o Seu poder, produzir o Seu fruto, resistindo e neutralizando os desejos, a cobiça e as inclinações da natureza peca minosa (Rm 8.13). Quando Paulo afirma que "a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis", está se referindo a uma guerra cons tante, cotidiana, rotineira. Isso nos leva a entender que, embora não haja a extinção da "carne" na vida do crente, ela pode ser mortificada, tornando-a inoperante, inativa, sem ação, sem capacidade de agir, crucificada juntamente com as suas paixões, desde que o crente se submeta em tudo ao controle do Espírito (Rm 8.6-10). O termo fruto no singular indica a unidade e a harmonia do caráter de Cristo, refletidas no caráter do crente mediante os nove aspectos do fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5.22. Sendo assim, a despeito da singularidade de cada um, todos são necessários para a sua completude, sob pena de uma manifestação anômala e desequilibrada do caráter cristão, comprometendo o seu propósito. Nesse sentido, é oportuno si nalizar que a materialização do fruto do Espírito na vida cristã não deve se restringir ao espaço comunitário da fé, muito menos ficar reduzido a um discurso, ideia ou teoria (Tg 1.22). Talvez a única Bíblia que muitas pessoas terãoa oportunidade de "ler" seja a nossa vida, isto é, o nosso caráter trans formado, nas atitudes, conduta e comportamento, revelando Cristo a este mundo perdido e pecador. Quando nós vivenciamos o evangelho pelo fruto do Espíri to, as pessoas podem perceber o ito: o fruto do Espírito amor que Jesus tem por elas, e como Ele deseja amá-las, ou seja, não permanecendo na condição em que se encontram afastadas de Deus pelos seus pecados, mas, sim, resgatadas e redimidas pelo Seu amor (Mt 20.28). Para tanto, assim como Cristo, nossos ouvi dos ouvem seus clamores, nossos olhos veem suas necessidades, nossos pés nos levam a ajudá-las e nossas mãos se estendem para cuidar delas. Dessa forma, Cristo poderá alcançá-las - muito além das nossas ações pautadas pela alteridade - , oferecendo o que somente Ele pode oferecer para a verdadeira felicidade humana, que é o perdão e a remissão de pecados, assegurando a inclusão de todos os remidos na família de Deus nos céus e na terra (Ef 3.14- 19). Em suma, fomos chamados para servir a Deus, mas também ao próximo. Os princípios bíblicos da fruti ficação espiritual estão baseados nas leis agrárias estabelecidas por Deus, das quais podemos extrair valiosas lições espirituais. Uma delas determina que cada planta e árvore produz frutos segundo a sua espécie (Lc 6.44). Outra apon ta para o processo que demanda tempo e cuidado até a frutificação (Lc 13.6-9). Outra ainda destaca a importância da poda como recur so para o fortalecimento e o in cremento da frutificação (Jo 15.2). Também é de grande relevância Á observar que não basta a semen te ser boa, é preciso também que a terra seja boa para uma grande colheita (Mt 13.3-8). Continuemos, então, refletin do, ainda que de modo sucinto, sobre alguns pontos doutrinários e devocionais acerca da temática do fruto do Espírito, mas agora ob jetivamente a partir dos seus nove aspectos ou dimensões, conforme descrito em G15.22 (ARA): "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio". Amor Somente aprendemos a amar como Cristo amou à medida que o Espírito desenvolve a semelhança de Cristo em nós (Jo 15.12). Mas, para isso, precisamos primeiro amar a Deus sobre todas as coi sas, pois, somente depois disso, estaremos aptos a amar o próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-39). Mas o crente não deve prescindir de amar a si mesmo e, para tanto, é preciso crer que os pecados e erros do passado já foram lançados no mar do esquecimento (Mq 7.19), perdoados pela obra expiatória de Cristo na cruz do Calvário (Cl 2.13-15); como também nunca es quecer que temos um advogado no céu (ljo 2.1), bem como um sumo sacerdote, que se compade ce de nossas fraquezas (Hb 2.18; 4.15; 7.25). O amor, como fruto do Espí rito, é descrito de forma sublime em 1 Coríntios 13.4-7: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; não trata com levian dade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Alegria O termo original traduzido como "alegria" ou "gozo" re porta a uma alegria baseada em uma relação com Deus, e não nas coisas terrenas. Ela é o resultado da nossa fé em Deus (Rm 15.13), sendo alimentada pela certeza de salvação (SI 13.5). A presença do Senhor traz alegria (SI 16.11), que deve ser renovada pela leitu ra, meditação e, principalmente, pela obediência à Palavra de Deus (Jr 16.16). Como fruto do Espírito, não é pautada pelas circunstâncias, mas, sim, por um estado de satisfação e grande contentamento, como caracterís tica da natureza cristã. Nesse aspecto, ninguém me lhor do que Paulo como exemplo em sua primeira prisão em Roma por aproximadamente dois anos, quando escreveu as chamadas epístolas prisionais. Em uma delas, aos Filipenses, em um pequeno volume de texto, o apóstolo por diversas vezes faz menção da ale gria que reinava no seu coração (Fp 1.4,18; 2.2,17). E mais do que isso, consolava e estimulava os destina tários (Fp 2.18; 3.1; 4.4) a sentirem a mesma alegria! Essa postura de Paulo demonstra que a sua alegria não estava relacionada às suas cir cunstâncias ou ao bem-estar físico. Na verdade, a alegria do apóstolo estava na sua posição em Cristo. Ele reiteradamente enfatiza que sua alegria estava "no Senhor". Paz A paz, como fruto do Espírito, assim como a alegria, não é algo circunstancial, como também não é sinônimo de ausência de con flito ou perturbação. Posto que se desenvolve em nosso interior, quando temos o Espírito Santo habitando em nós. Portanto, não depende do que esteja ocorrendo à nossa volta. Ela tem o Espírito como fonte inesgotável - reafir mamos, porém, que é assim des de que entreguemos plenamente todo o nosso ser ao Seu controle. Este senso de bem-estar decorre da consciência de que temos uma relação correta com Deus. Sendo esta relação firmada nos princí pios bíblicos de unidade e harmo nia, é maravilhoso e reconfortante usufruir desta paz, enquanto fruto do Espírito, pela convicção de que o Reino de Deus está dentro de nós (Rm 14.17). Deus, sendo o au tor da paz, somente Nele podemos encontrá-la (2Co 13.11; Cl 3.15). A sua base está na justificação posi cionai em Cristo (Rm 5.1), que nos reconcilia com Deus, como tam bém nos torna pacificadores, com o ministério da reconciliação (2Co 5.18-20). Esta é a paz interior que nos é dada por Jesus pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27; Fp 4.7). Ela nos dá direção e rumo, dando-nos a certeza de que estamos tomando as decisões certas. O seu alcance e a sua eficácia atingem não somen te o nosso interior, mas também o exterior, o nosso semelhante (Rm 12.18; lPe 3.11). Longanimidade Diferente dos três primeiros aspectos do fruto do Espírito, vol tados primariamente para a nossa A OB RO 25 comunhão com Deus, a longani- midade é a primeira de um bloco de três qualidades do fruto como manifestações exteriores do amor, da alegria e da paz em nossas relações com as pessoas à nossa volta. O termo no original com bina as idéias de longanimidade, submissão, tenacidade, constância de ânimo e equilíbrio emocional, nas dimensões divinas. Assim dizendo, é o mesmo que ensinar ao portador a esperar no Senhor, sem perder a esperança, sem ser dominado pela raiva diante da prova (2Pe 1.5-8). Nessa escola, o sofrimento é uma disciplina indis pensável na grade curricular (Hb 12.7-11; SI 119.71). Uma das advertências mais graves que Jesus fez no seu minis tério terreno envolve as consequ ências da falta de longanimidade (Mt 18-21-35). A paciência como fruto do Espírito é a base do per dão (Êx 34.6,7; lPe 3.20). Portanto, é essencial nos mais variados pa péis sociais que exercemos "para com todos" (lTs 5.14). Benignidade A benignidade, assim como a bondade, são duas características do fruto que se originam do amor. O termo original significa dispo sição afável em termos de caráter e atitudes, abrangendo ternura, compaixão e brandura. Quando não temos o Espírito de Cristo em nosso interior, a inclinação da nossa carne é para o que é mau e ruim. Mas, conforme já visto, o Espírito produz em nós a benig nidade, ajudando-nos a ministrar ao mundo com o amor de Jesus (Ef 4.31,32). Quando este fruto espiritual é desenvolvido em nós, passamos a ver as pessoas como Deus as vê, e as alcançamos com o amor de Deus manifestado em nós, para que a transformação da sua natureza e caráter acon teça, mediante a obra da cruz. A benignidade nos faz voltar ao lugar onde fomos humilhados e desprezados, para levarmos as boas novas da salvação, como fez a mulher samaritana (Jo 4.28,29). Bondade De certa maneira, a bondade, como fruto do Espírito, é a prática ou a expressão da benignidade, mostrando o quanto essas duas qualidades estãorelacionadas, a ponto de ser difícil distingui-las. Literalmente, na língua original, o termo significa fazer aquilo que é bom. Podemos com isso afirmar que assim como a benignidade é amor compassivo (misericordio so), a bondade é amor ministrante (Rm 15.14; 2Ts 1.11). Por conseguin te, bondade fala de serviço ou mi nistério uns aos outros, um espíri to de generosidade posto em ação, sintetizado na palavra "amor". Um dos traços mais emblemáticos da bondade é a generosidade, isto é, liberalidade (2Co 8.2,3). É o melhor antídoto para um coração avaren to e mesquinho (Mt 6.19-21). Fidelidade No terceiro e último bloco de aspectos do fruto do Espírito, o alvo primário não é mais a direção vertical (da nossa comunhão com Deus), nem a direção horizontal (do nosso relacionamento com o próximo). O objeto primário ago ra é a nossa vida cristã interna, ou seja, o crente consigo mesmo, o fruto do Espírito em relação ao seu portador. A fidelidade é o primeiro deles. Dentre diferentes aspectos de fé, um deles é a fidelidade como fruto do Espírito. Embora algumas versões traduzam fé como fruto do Espírito, fidelidade é a tradução mais precisa. Para ser mais claro, fidelidade é o atributo de quem tem fé. Diferente do dom da fé (ICo 12.9), que é concedido pelo Espírito, a fé como fruto cresce dentro de nós, não vem pronta e acabada, ou melhor, precisa ser cultivada (2Co 10.15; 2Ts 1.3). A nova vida em Cristo deve ser de fidelidade e sinceridade, baseada em amor (G1 5.6), na direção oposta da velha na tureza desobediente, decaída pelo pecado. A fidelidade como fruto é aquilo que nós somos quando ninguém está nos vendo, ou seja, o crente sendo leal, quer esteja sendo observado, quer não (SI 15.4). É um atributo indispensável no exercício da mordomia cristã (ICo 4.2). O cristão fiel honra a sua palavra, é resiliente na sua conduta e desen volve hábitos que agradam a Deus. Mansidão O crente controlado pelo Espí rito caminha dia a dia na direção da mansidão como fruto, pela sub missão que tem pelo seu Senhor, protótipo perfeito deste atributo (Mt 11.29). Uma característica dis tintiva da mansidão é o crente ser suscetível à aprendizagem, não se  27 OBREI APROVADO RO deixando levar pelo orgulho e al tivez (Tg 1.21), como se não tivesse mais coisa alguma para aprender. Mansidão está ao alcance somente de um coração humilde (Ef 4.2), habitado, controlado e dirigido pelo Espírito Santo, e não pelo es pirito humano. A segurança para uma jornada abençoada diante de Deus e dos homens depende da postura de um coração manso (SI 25.9). Cabe ressaltar, todavia, não obstante a mansidão ser o oposto de rispidez, que isso não implica a ideia de fraqueza ou inferioridade. Não há ideia de covardia na man sidão, mas de coragem, fortaleza e resolução (2Tm 1.7). Em outras palavras, mansidão e firmeza ca minham de mãos dadas. Duas das maiores promessas da Bíblia estão diretamente vinculadas aos man sos de coração (SI 37.11; Mt 5.5). Domínio próprio Também traduzido como tem perança, domínio próprio é sinô nimo de autodisciplina e autocon trole, não controle exatamente do crente, mas da operação do Espírito na sua vida; e como já mencionado para outros aspectos do fruto do Espírito, depende de uma completa rendição à orientação do Espírito em tudo que pensamos, queremos e fazemos. Na forma verbal, o ter mo original é utilizado por Paulo em outra epístola para descrever o treinamento sob rígida disciplina de atletas de sua época em prol de conquistar o prêmio almejado (ICo 9.25-27). Paulo está aludindo a manter o corpo em sujeição, con trolando os desejos, tendências, impulsos, hábitos, práticas e cos tumes que não agradam a Deus. Mas também não quer dizer que o controle demasiado e repressivo, a partir de um ascetismo religioso- -filosófico (lTm 4.3,4), seja o mes mo que o padrão de temperança exposto no Novo Testamento. Com isso, queremos afirmar que o domínio próprio como fruto do Espirito, implica em equilíbrio espiritual, físico, mental e emo cional. Em outras palavras, uma vida equilibrada, de compostura, comedimento e moderação. Outra sinalização importantíssima que a Bíblia faz é que a temperança começa com a língua (Tg 3.2). Por conseguinte, se o Espírito não go vernar a nossa língua, envolvendo a mente, o pensamento e o senti mento, o esforço será em vão. Por fim, se o plano de Deus fosse somente nos salvar, o espera do seria irmos para a glória como ato contínuo à nossa conversão. Mas, como regra geral, não é isso o que acontece. Aos salvos em Cristo Jesus, recai uma grande missão e privilégio: sermos luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16). E como acender a candeia para que as nossas boas obras possam resplandecer diante dos homens para a glória de Deus? A resposta está no fruto do Espírito, como ex pressão da nossa comunhão com Deus, no nosso relacionamento com o próximo e na nossa vida cristã interna. I 28 OBREI APROVADO RO OBRAS PARA O ENRIQUECIMENTO DA SUA VIDA MINISTERIAL sAntonio Gilberto . \ O Fruto d o E s p ír i t o A Plenitude de Cristo na Vida do Crente O Fruto do Espírito A nton io G ilb erto O caráter cristão é desenvolvido à medida que o Espírito Santo produz seu fruto no crente. O fruto do Espírito, descrito em Gálatas 5.22, é resultado da ação do Espírito Santo em nossa vida. Este livro é um estudo sobre esse trabalhar do Espírito em nós. É uma investigação sobre o caráter cristão baseado em Gálatas 5 e textos bíblicos relacionados. Ele enfatiza o de senvolvimento de qualidades cristãs e sua manifestação nos relacionamentos e no serviço cristão. Aliando em sua escrita o esmero e a clareza didática que o consagraram como um dos mais respeitados teólogos pentecostais de sua geração, o pastor Antonio Gilberto traz mais luz sobre esse assunto. Essa obra irá ajudar o cristão a entender a importância do desenvolvimento de um caráter semelhante ao de Cristo e a descobrir como cultivar o desenvolvimento do fruto espiritual em sua vida diária, levando-o a alcançar a plenitude de Cristo em sua vida. Essa obra também está disponível na versão e- -book. Acesse: www.cpad.com.br/digital/e-book f t Silas Daniel % O BATISM O NO ESPÍRITO E AS LÍNGUAS COMO SUA EVIDÊNCIA O Batismo no Espírito e as Línguas como Sua Evidência S ilas D aniel Muito já foi escrito sobre o Batismo no Espírito Santo e a contemporaneidade dos dons espirituais, mas poucos com tanta abrangência. Nesta obra teológica, mas de linguagem acessível, o pastor Silas Daniel percorre o profetismo - do An tigo Testamento à Nova Aliança - para abordar a atualidade dos dons espirituais para a vida da Igreja e a necessidade de uma imersão plena de cada crente nesse profetismo, ou seja, a necessidade de experimentar o batismo no Espírito Santo. Esta obra esposa a contemporaneidade dos dons espirituais; o lugar e a administração apropriados dos carismas à luz da Bíblia; a compreensão correta do batismo no Espírito Santo; o propósito desse batismo para a vida do crente; a função das línguas; e uma hermenêutica bíblica mais robustecida, que abraça as contribuições inegáveis do pentecostalismo para o enriquecimento da matéria. Ela também está disponível na versão e-book. Acesse: www.cpad.com.br/digital/e-book http://www.cpad.com.br/digital/e-book http://www.cpad.com.br/digital/e-book Rayfran Batista da Silva é líder da Assembléia de Deus em Santa Inês (MA), Io vice-presidente da Convenção Estadual das Assembléias de Deus no Maranhão (CEADEMA), diretor do Instituto Bíblico Pastor Estêvam Ângelo de Souza (IBPE), professor de várias disciplinas bíblicas e teológicas, graduado em Filosofia, Letras e História; pós-graduado em Teologia pela FACETEN (RR) e pela EST (Escola Superior de Teologia - RS). Autor de diversas obras nas áreas de Bíblia, Teologia, Missões e História Eclesiástica, dentre eles O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja,publicado pela CPAD. Contatos: rayfranbatista@gmail. com - Instagram: @RayfranBatista - YouTube: Rayfran Batista da Silva Deus está realizando uma grande obra no mundo em nossos dias e, para tanto, Ele conta com uma igreja cheia do Seu Espírito R ayfran B a tis ta da Silva O revestiment O ensino bíblico sobre o revestimento de poder e o viver no Espírito é bastante claro no Novo Testamento. Para uma definição mais precisa, será necessário ao leitor uma leitura mais atenciosa e um olhar sem preconceitos — portanto, mais aprofundado — nas teologias pneumatológicas do teólogo e historiador Lucas e do apóstolo Paulo, mestre e pregador aos gen tios. O conceito de revestimento de poder entre os pentecostais clássicos é uma referência direta ao fenômeno bíblico conhecido como batismo com ou no Espíri to Santo. De acordo com o pastor e professor Antônio Gilberto, o batismo com o Espírito Santo, a um só tempo, é: (1) uma ditosa promessa da parte de Deus ("A promessa do Pai'1, At 1.4); (2) uma dádiva celestial inestimável ("O dom do Espírito Santo", At 2.38); (3) uma imersão do crente no es piritual e sobrenatural de Deus ("Sereis batizados com o Espírito Santo", At 1.5 — a partícula ori ginal desta referência também permite a tradução "batizados no Espírito Santo"); e (4) um revesti mento de poder do alto (Lc 24.49). E como alguém, estando já vesti do espiritualmente, ser revestido de poder do céu. O termo "reves tido", no original, conduz a essa ideia.1 Como se pode ver, esse even to é conhecido também como "A promessa do Pai", de acordo com A as palavras do Senhor Jesus nos dias finais do Seu ministério ter reno. Esta declaração de Jesus foi registrada por Lucas, no primeiro volume de sua obra Lucas-Atos: "E eis que sobre vós envio a pro messa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de po der" (Lc 24.49). Como se percebe, o texto aqui indicado menciona tanto a expressão "promessa do Pai" como também a identifica ção direta daquilo que se conhe ce como o batismo com ou no Es pírito Santo: "sejais revestidos de poder". Quando se faz a compa ração do texto de Lucas 24.49 com o texto de Atos 1.4,5, onde Jesus reafirma a promessa do Pai, ga rantindo que os Seus discípulos seriam batizados ou revestidos pelo Espírito Santo dali a alguns dias, não resta nenhuma dúvida de que as duas expressões sig nificam a mesma coisa, isto é, se referem ao mesmo fenômeno da nova aliança de Deus com o Seu povo. O pastor Silas Daniel, resu me de forma clara e objetiva essa verdade bíblica: "A expressão 'batismo no/com Espírito San to' aparece na Bíblia seis vezes: Mateus 3.11, Marcos 1.8, Lucas 3.16, João 1.33, Atos 1.5 e Atos 11.16. Em todos esses casos, a ex pressão aparece sempre com um significado carismático, isto é, de revestimento de poder, como fica ainda mais explícito a partir das passagens correlatas que se referem descritivamente à expe- o e o viver no Espírito riência aludida naquelas passa gens (Lc 24.49; At 1.8; At 2.1ss). O termo grego baptizo ("batismo"), que significa 'imersão', é usado figurativamente para descrever a imersão plena do crente nessa dimensão carismática, na 'vir tude' (dunamis, "poder", At 1.8) do Espírito. A preposição grega en - que pode significar 'em' ou 'por' dependendo do contexto - é usada nessas seis porções bí blicas claramente com o sentido de 'em', uma vez que Jesus niti damente é apontado nelas como sendo o efetuador desse batismo e o Espírito, indicado como sendo o elemento no qual essa imersão é efetuada".2 Todas as vezes que o texto bí blico se refere à promessa do Pai, quer no Antigo, quer no Novo Tes tamento, o sentido prioritário é a capacitação que Deus quer dá ao seu povo por intermédio do Espí rito Santo para o cumprimento de uma missão na terra. E é o livro de Atos dos apóstolos que vai deta lhar esse revestimento de "poder do alto" sobre a vida dos discípu los, com as manifestações visí veis de diversas ações do Espírito Santo, que podiam ser reconhe cidas tanto com a evidência das línguas glossolália como também pela adoração revitalizada, com a mensagem profética e a realização de sinais e prodígios, bem como pela ousadia na proclamação da Palavra de Deus. Um dos objeti vos de Lucas na redação do seu livro foi exatamente o de instruir o b S I r o a Teófilo sobre a pessoa, os ensinos e as obras de Jesus ressuscitado, realizadas por intermédio do Es pírito Santo, entre os primeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo. Assim, ele faz um levantamento geral das coisas que se sucederam na igreja de Cristo, iniciando por Jerusalém (At 2.1-47), e continua relatando as manifestações dos carismas e outras operações do Espírito Santo em Samaria (At 8.1- 25), em Damasco (At 9.10-22), em Cesareia marítima (At 10.34-48), em Éfeso (At 19.1-20), em Corinto (1 Co 2.1-5), em Tessalônica (lTs 1.5) e até chegar em Roma, a capi tal do império romano (At 28.16- 31; Rm 15.14-19). Jesus é aquele que efetua essa capacitação e o Espírito Santo é a pessoa divina que expõe e disponibiliza o seu poder, isto é, a força capacitadora que se mani festa para a execução da missão dos discípulos a serviço do Reino de Deus. Para reafirmar a importância e enorme necessidade da igreja em conhecer, receber e exercitar no seu dia a dia essa graça divi na, esse poder que é disponibi lizado à Igreja de Jesus Cristo, o teólogo Stanley Horton pontua acertadamente que "os pentecos- tais acreditam que cada crente deve receber esse revestimento de poder especial para o serviço cristão. Por exemplo, a declaração doutrinária das Assembléias de Deus [nos Estados Unidos] a res peito do batismo no Espírito San to começa assim: 'Todos os cren tes têm direito à promessa do Pai e devem aguardá-la ardentemen te e buscá-la com sinceridade. [...] Juntamente com ela vem o re vestimento de poder para a vida e para o serviço'. Não basta ler a respeito da experiência em Atos dos Apóstolos. Nem é suficiente reconhecer como sã essa doutrina e saber que a experiência é para os cristãos hoje. Se a Igreja tiver operando dentro dela a dimensão dinâmica da vida no Espírito, os crentes individuais deverão rece ber pessoalmente esse batismo no Espírito Santo".3 No Antigo Testam ento, as Sagradas Escrituras, apresentam cerca de cem versículos que men cionam a pessoa e as obras do Es pírito Santo na vida daqueles que foram chamados por Deus para a realização de alguma tarefa espe cífica dentro dos propósitos divi nos. As expressões mais comuns para essa capacitação do Espírito no período da antiga aliança, podem ser facilmente identifi cadas: "E o Espírito de Deus se movia" (Gn 1.2); "E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria" (Ex 35.31); "Veio sobre ele o Espírito de Deus" (Nm 24.2); "E o Espírito do Senhor revestiu a Gideão" (Jz 6.34); "E o Espírito do Senhor tão possantemente se apossou dele" (Jz 14.19); "E o Espírito do Senhor se apoderou de Davi" (1 Sm 16.13); "E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias" (2 Cr 24.20); "Entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé e falou comigo" (Ez 3.24). Em todas essas descrições, nota-se uma ação definida, proposital e específica da pessoa do Espírito Santo com relação aos personagens envolvi dos. No entanto, o que se tem no Novo Testamento com relação ao revestimento e o viver no Espíri to é incomparavelmente maior. E uma operosidade tão extraordiná ria, conforme podemos ver tanto em Lucas quanto no apóstolo Paulo e outros escritores do Novo Testamento, ao fazerem menções diretas e indiretas a esse poderoso derramamento, enchimento e re vestimento do Espírito de Deus na vida dos verdadeiros seguidores de Jesus Cristo. Os propósitos do revestimen to do Espírito Santo são inequí vocos para a vida daqueles que o recebem. Na antiga aliança, Deus fez a promessa usando vá rios dos Seus profetas (J1 2.28,29;Is 44.3; Ez 36.27; Zc 12.10), falan do acerca de um futuro derra mamento do Seu Espírito; e no período da nova aliança, depois da ressurreição e ascensão do Se nhor Jesus Cristo, o Espírito foi enviado à Igreja pelo Pai e pelo Filho (Jo 14.16,26; 15.26), com pro pósitos definidos, conforme se pode constatar no ensino geral do Novo Testamento. O saudoso pastor e teólogo Antônio Gilberto sintetizou esses divinos propósi tos do revestimento do Espírito Santo: "(1) Edificação espiritual pessoal, mediante o cultivo das línguas estranhas (ICo 14.4,15; (2) maior dinamismo espiritual, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo e proclamar o evange lho (comparar Mc 14.66-72 com At 46-20); (3) um maior desejo e resolução para orar e para in terceder (At 2.42; 3.1;4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); (4) uma maior glo rificação do nome do Senhor 'em Espírito e em verdade' (Jo 4,24), nos atos e na vida do crente (Jo 16.13,14); (5) uma maior consci- A ência de que Deus é o nosso Pai e que nós somos Seus filhos (Rm 8.15,16; G1 4.6); (6) o batismo é também um meio para a outorga por Deus dos dons espirituais - 'falavam línguas e profetizavam' (At 19.6)".4 Esse fenômeno espiritual é apontado por João, o Batista, como uma obra futura de Jesus, conforme os textos de Mateus 3.11; Marcos 1.8 e Lucas 3.16. Lu cas, retoma a mesma terminolo gia em Atos 1.5, ao descrever as palavras de Jesus a Seus discípu los: "Vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias". O mesmo escritor usa os mesmos termos ao des crever como Pedro interpretou a experiência pentecostal na casa de Cornélio. Ele afirma que, em sua pregação, o apóstolo Pedro relembrou as palavras do Senhor Jesus: "Sereis batizados no Espí rito Santo" (At 11.16). Essa glorio sa ação divina do revestimento de poder do Espírito Santo é um acontecimento tão extraordiná rio que o Espírito Santo inspi rou os sacros escritores da Bíblia com uma série diversificada de palavras, uma variedade de ex pressões linguísticas e termos conhecidos na época, para que não houvesse nenhuma dúvida de que Deus realmente estava operando algo novo na terra, en quanto tornava possível esse der ramamento do Seu Espírito sobre toda a carne (At 2.16-39; 4.31; 8.14- 17; 10.44-47; 11.24; 13.2; 19.1-6 etc.). De acordo com J. Rodman Willia ms, "a vinda do Espírito Santo para revestir o povo de Deus, a igreja, é um ato extraordinário e poderoso de Deus. É uma dádi va, um ato gracioso de Deus (Jo 7.37-39; Jo 16.13; 15.26; 16.7). Os evangelhos a apontam, o livro de Atos dos Apóstolos a descre ve (At 2, 8, 10, 19) e as epístolas a pressupõem. O ato de Deus é dar e o do povo é receber. Esse é o en sino claro do Novo Testamento".5 E preciso lembrar que as epís tolas foram escritas a pessoas que já haviam recebido o batismo com o Espírito Santo. Essa é uma das razões por que a maior parte 34 das epístolas não apresenta, por exemplo, grande incentivo para que seus destinatários desejassem ou estivessem orando pelo rece bimento do batismo no Espírito Santo. A perspectiva de Paulo di fere da perspectiva de Lucas, pois enquanto Paulo enfatiza o viver no Espírito, Lucas, por sua vez, en fatiza o revestimento do Espírito. Viver no Espírito Santo, de acordo com as Santas Escrituras, significa não satisfazer os desejos da carne: "Digo, porém: andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne" (G1 5.16, ARC). Assim, pode-se afirmar que, embora a Bíblia inteira esteja repleta de exemplos que teste munham a plenitude do Espírito Santo na vida humana para o desempenho de algum serviço designado por Deus em favor do Seu Reino na terra, é o Novo Testamento que descreve de um modo específico e inconfundível o agir dinâmico e poderoso de Deus por meio do Espírito Santo vindo sobre os discípulos de Je sus Cristo, capacitando-os para a proclamação do evangelho no mundo inteiro. Ainda que, por um tempo considerável, a maior parte dos cristãos esteve sem conhecer e nem experimentar esse poder divino, nos últimos séculos, no chamado movimento de renova ção espiritual, também conhecido como Movimento Pentecostal Mo derno, que alcançou seguidores de Cristo em todas as partes do mun do, um número incontável de pes soas dão testemunho da realidade de estar cheias do Espírito Santo. Um dos exemplos mais contun dentes, nesse aspecto do pente- costalismo, é a história centenária da Igreja Assembléia de Deus no Brasil (2011-2024), que, desde a sua fundação e organização, tem feito ouvir no mundo inteiro a sua voz com uma mensagem solidificada na ortodoxia bíblica, assegurada por uma hermenêutica saudável e por uma ortopraxia equilibrada, cuja mensagem, de forma simpli ficada, pode ser assim sintetiza da: Jesus salva! Jesus cura! Jesus batiza com o Espírito Santo! Jesus breve voltará! Considerações finais Dentre as verdades apreen didas a partir do estudo desse tema, pode-se afirmar que, assim como a descida do Espírito Santo com poder sobre a igreja cristã do primeiro século conferiu a esta uma qualidade extraordinária de vida espiritual, assim também os verdadeiros cristãos pentecostais contemporâneos podem teste munhar que realmente podem viver, à luz da doutrina bíblica, essa mesma experiência hoje. E da vontade de Deus que o Espírito Santo continue infundindo poder, dinâmica, vida perene e visão es piritual à Sua Igreja a fim de que todos os propósitos delineados por Cristo a ela sejam plenamente alcançados. E de extrema importância que o ministério do Espírito Santo A ROOB e a Sua plenitude, bem como as suas ações carismáticas, conti nuem sendo evidenciados pode rosamente assim como são de monstradas no livro de Atos dos Apóstolos, bem como na história do Movimento Pentecostal. Este é, sem dúvida, um dos grandes de safios da igreja contemporânea. Vivemos em dias nos quais o Espírito Santo age com o máximo de atividade no mundo para a conversão dos pecadores e quan do também os crentes em Jesus podem ser cheios do Espírito e viver no Espírito, através da expe riência do batismo no Espírito, do exercício dos dons do Espírito e da produção do Seu fruto (At 2.1- 4; Ef 5.18; ICo 12.1-8; G15.16,22,23). A pessoa e a obra do Espírito Santo não devem jamais ser negli genciadas. Deus está realizando uma grande obra no mundo em nossos dias e, para tanto, Ele conta com uma igreja cheia do Seu Espírito, pois somente as sim será possível que a missão dada por Jesus à Igreja seja ple namente cumprida (Mt 28.19,20). Cristãos que vivem no Espírito são pessoas que receberam o re vestimento de poder do Espírito e permanecem no altar de Deus, andando com Deus, guerreando em oração, guiados pelo Espírito e, assim, motivados pelo serviço ao Reino de Deus, se santificam até que Cristo volte! ■ BIBLIOGRAFIA NORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2019. RICHARDS, Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. São Paulo: Editora Vida, 2004. CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico Efésios. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro: CPAD 2000. 0SB0RNE, Grant R. Comentário Expositivo Novo Testamento: Atos dos Apóstolos. São Paulo: Editora Carisma, 2022. YANCEY, Philip. Oração: Ela faz alguma diferença?, São Paulo: Editora Vida, 2007. WHITNEY, Donald S. Disciplinas Espirituais. São Paulo: Editora Batista Regular, 2021. UM CLÁSSICO DE STANLEY HORTON ESTA DE VOLTA! A Bíblia nos dá a certeza de que poderemos esperar um grande derramamento do Espírito antes da volta de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Pora aqueles que não compreendem o plano profético descrito nas Sagradas Escrituras, esses dias são de angústia. No entanto, para os filhos de Deus, é fempo de encorajamento e esperança. Stanley Horton, propõe simplesmente voltar-se a Palavra de Deus, livro por livro, e dar
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