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PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROPOSTAS DE AULA – COLETÁNEA TRABALHOS PRODUZIDOS POR PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO – GRUPOS DE REFERÊNCIA 2008 PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO Gilberto Kassab Prefeito SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Alexandre Alves Schneider Secretário Célia Regina Guidon Falótico Secretária Adjunta Waldecir Navarrete Pelissoni Chefe de Gabinete DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA Regina Célia Lico Suzuki Diretora Elenita Neli Beber Diretora de Ensino Fundamental e Médio Ailton Carlos Santos, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Marco Aurélio Canadas, Maria Virgínia Ortiz de Camargo, Rosa Maria Antunes de Barros Equipe do Ensino Fundamental e Médio Delma Aparecida da Silva, Rosa Peres Soares Equipe Técnica de Apoio da SME/DOT – Ensino Fundamental e Médio ASSESSORIA PEDAGÓGICA Maria José Nóbrega (coordenação geral) ASSESSORIA GRUPO DE REFERÊNCIA Antonia Terra - História Celina Fernandes – Inglês Claudio Bazzoni – Língua Portuguesa Edda Curi – Matemática Eliana Pougy – Artes Mario Luis Ferrari Nunes – Educação Física Sônia Castellar – Geografia Sonia Marina Muhringer – Ciências Naturais 2008 SKATE NA ESCOLA Elaborado pelo professor Flávio Pereira de Souza – EMEF Alípio Andrada Serpa, com orientação do Prof. Mário Luis Ferrari Nunes, assessor SME/DOT. Introdução No início do ano letivo de 2008 fiz o mapeamento do entorno da escola e constatei que vários alunos praticavam a manifestação cultural – skate. Tentando fazer um trabalho baseado na cultura corporal e aliado ao PP da escola que é formar alunos escritores e leitores do mundo, fiz um planejamento que envolvesse a manifestação acima citada e ao mesmo o tempo diversificar o currículo. Utilizei como referência o caderno do projeto LER e ESCREVER em toda as áreas e o CADERNO DE ORIENTAÇÕES CURRICULARES. Objetivos Reconhecer e legitimar a diversidade da cultura corporal manifestada nas diferentes formas expressão, compreendendo-a como patrimônio cultural da sociedade. Adotar atitudes de solidariedade e cooperação durante as vivências corporais, estabelecendo relações equilibradas com os outros sem discrimina-los por características pessoais, físicas, sexuais, étnicas ou sociais. Investigar o movimento skate, tanto para quem não o conhece como para quem é praticante. Atribuir novos significados a essa produção cultural e explorar novas formas de movimento. Expectativas de aprendizagem Compreender a plasticidade da cultura, a partir do processo de ressignificação, identificando tanto a si próprio quanto aos colegas e como produtores culturais, a partir das construções coletivas de novas formas de jogar a modalidade investigada. Identificar os aspectos sociais que interferem na prática esportiva, mediante a valorização do desempenho e da cobrança pessoal nas situações vivenciais ou em outras situações didáticas. Ano • 5 e 6º anos Material necessário • Skate e equipamentos de segurança do skate (fornecidos pelos alunos), máquina fotográfica, filmadora, aparelho de som, caneta e papel Desenvolvimento das atividades 1ª Etapa: Mapeamento (Conhecendo o skate) 2 aulas Na roda de conversa foi feito o mapeamento dos conhecimentos dos alunos à respeito do skate. Num primeiro momento, conversei com os alunos sobre o que conheciam sobre a manifestação cultural. Depois, coloquei algumas questões para um levantamento mais objetivo do conhecimento dos alunos: Onde podemos andar de skate? Quais os tipos de skate que existem? Alguém sabe o nome de alguma manobra de skate? Mediante os questionamentos, alguns alunos, que tinham maior conhecimento sobre a manifestação cultural, aprofundaram as discussões acerca do tema. Alguns dados das discussões foram colocados no quadro branco e registrados pelos alunos no caderno. 2ª etapa: Ressignificação (experimentando o skate) - 20 aulas Após a conversa inicial, dividi a sala em 7 grupos. Expliquei a eles que nesta etapa seria um momento em que os grupos deveriam colocar o seu jeito de praticar, que poderiam inventar diversas maneiras para andar de skate. Foi combinado que cada grupo apresentaria para os demais o que haviam produzido e ao término de cada aula, os demais grupos avaliariam as produções apresentadas. Deixei claro que na avaliação deveriam ser colocados os pontos positivos e negativos. Pedi aos alunos que registrassem no caderno os comentários a respeito das avaliações feitas pelos outros grupos depois das apresentações. 3ª etapa: Aprofundamento - 3 aulas Depois de uma roda de conversa, pedi a sala que, em grupos, fizessem uma pesquisa com os seguintes questionamentos: • Origem do skate • Material de segurança utilizado • Tipos de skate • Algumas manobras Quando os grupos entregaram a pesquisa, solicitei que explicassem aos demais suas investigações por meio de seminário. Durante os seminários, os alunos foram sanando algumas dúvidas e curiosidades. Importante destacar que os próprios alunos que se diziam “skatistas” desconheciam algumas questões, como, por exemplo, a origem do skate. Nesta etapa, os alunos puderam entender algumas questões como os tipos de skate e suas diferenças, as dificuldades motoras de algumas manobras consideradas radicais. 4ª etapa: Ampliação - 4 aulas Durante a ressignificação pedi aos alunos sugestões de filmes sobre o tema. Fizemos uma votação e escolhemos o filme “manobras radicais”. Após assistirmos o filme, discutimos questões como comportamento, vestimenta e gestual dos skatistas, relacionando com os modos de ser de outros grupos (rappers, surfistas, emos e outros grupos). A classe ficou entusiasmada com as discussões, pedi aos alunos que registrassem no caderno alguns pontos colocados no quadro sobre a discussão. 5ª etapa (Apresentação) Como atividade avaliativa final, a classe cogitou a possibilidade ir até o CEU Butantã, para usar a pista de skate local. Porém, a maioria da classe não concordou, pois alegram que a minoria usaria a pista. Então, após algumas mediações, resolveram fazer o “dia do skate” na escola (2 últimas aulas de um dia previamente agendado). Para tanto, os alunos organizaram o evento da seguinte maneira: • Um grupo seria responsável para trazer as músicas presentes no universo dos skatistas, além de outros ritmos, e cuidaria do som; • Um grupo seria responsável para divulgar o evento na escola, perguntando quem gostaria de participar e trazer o skate neste dia; • Um grupo seria responsável para organizar o evento na quadra. Comentários: (Professor Flávio) Neste relato, utilizando o caderno de orientações e os encontros de formação do grupo referência como base, tentei mediar junto aos alunos diversas formas para que atingissem as expectativas previstas no inicio do relato. As diversas ações propostas e a coleta e análise dos registros realizados, tanto pessoais quanto os dos alunos, permitiram que eu avaliasse que consegui atingir apenas a primeira. Em relação à segunda expectativa de aprendizagem selecionada, os encaminhamentos do trabalho e as respostas dos alunos não mobilizaram situações para que essa expectativa de aprendizagem fosse trabalhada. Ao final, fiquei na dúvida quanto à manutenção dessa expectativa ou a troca por outra que estivesse relacionada aos problemas surgidos no transcorrer das aulas, mas acredito que estou superando as dificuldades em trabalhar com a proposta e caminhando para a superação das adversidades e a construção de melhores projetos. Bibliografia Caderno de Orientações Curriculares – proposição de expectativas de aprendizagem. São Paulo: SME/DOT Filme: Manobras Radicais- Estados Unidos: 2005 – Direção: Casey La Scala Comentários: Assessor - Mário Luiz Ferrari Nunes As aulas relatadas pelo professor Flávio apontam para uma das questões centrais apresentadas no caderno de proposições de expectativas de aprendizagem: a não diretividade do processo. As aulas elaboradas pelo professor permitiram que as ações dos alunos e das alunas encaminhassem o trabalho para outra direção em relação a que o docente havia previsto. Isso fica evidente quando o mesmo descreve o resultado referente ao alcance das expectativas de aprendizagem. Talvez, à medida que o projeto se desenvolvia, o professor poderia ter retomado o documento e redimensionado as expectativas selecionadas a priori, mas isso é uma decisão dele. Para nós, fica evidente que as aulas não podem ser fechadas. Elas devem ter um plano de ação que permita atender aos interesses e necessidades dos alunos e das alunas. Isso foi feito!
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