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1 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om ORGANIZADO POR CP IURIS ISBN: 978-65-5701-102-7 DIREITO CIVIL 4ª edição Brasília 2023 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om SOBRE OS AUTORES AURÉLIO BOURET Advogado especialista em Direito Privado. Professor de Direito Civil da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro – EMERJ e de diversos cursos preparatórios para concurso público. MATHEUS ZULIANI. Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Aprovado no concurso para Procurador da Imprensa Oficial – SP, do Município de Guarulhos e de Barretos. Coautor do Código de Processo Civil na Perspectiva da Magistratura – Editora RT. Pós-graduação lato senso no Complexo Educacional Damásio de Jesus. Professor Assistente do Curso Preparatório da OAB do Complexo Educacional Damásio de Jesus (2007/2009) e na Faculdade de Direito Damásio de Jesus (2007/2009) na matéria de Direito Civil. Coordenador dos Professores Assistentes do Complexo Educacional Damásio de Jesus (2009). Professor de direito Civil no Instituto Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro (TJDFT). Conclusão do curso de formação de formadores na ENFAM (2015), Professor de Direito Civil na ESMA – Escola Superior da Magistratura do DF e Professor de Diversos cursos preparatórios para carreiras jurídicas. Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) .....................................................13 1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) ..........................................................................................14 1.1. Vigência e validade das normas ........................................................................................................................14 1.2. Revogação da lei e suas formas .......................................................................................................................15 1.3. Repristinação ...................................................................................................................................................16 1.4. Normas gerais e normas especiais ....................................................................................................................16 1.5. Da integração das normas ................................................................................................................................16 1.6. Da equidade .....................................................................................................................................................18 1.7. Da aplicação e interpretação das normas jurídicas ...........................................................................................18 1.8. Da irretroatividade das leis ...............................................................................................................................19 1.9. Conflito de leis no tempo .................................................................................................................................19 1.10. Da vigência da lei no espaço ...........................................................................................................................20 1.11. Das Normas de Direito Internacional Privado .................................................................................................21 CAPÍTULO 2 - DA PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL .......................................................................................................25 1. DOS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CÓDIGO CIVIL ..................................................................................................................26 1.1. Socialidade .......................................................................................................................................................26 1.2. Eticidade ..........................................................................................................................................................26 1.3. Operabilidade ..................................................................................................................................................27 1.4. Direito civil constitucional ................................................................................................................................27 1.5. Diálogo das fontes ............................................................................................................................................27 2. DAS PESSOAS ................................................................................................................................................................28 2.1. Da personalidade jurídica .................................................................................................................................28 2.2. Do nascituro .....................................................................................................................................................28 2.3. Da capacidade ..................................................................................................................................................29 2.4. Da incapacidade ...............................................................................................................................................30 2.5. Maioridade civil ................................................................................................................................................33 2.6. Da extinção da personalidade jurídica – morte .................................................................................................36 2.7. Direitos da personalidade.................................................................................................................................38 2.8. Das pessoas jurídicas - aspectos gerais .............................................................................................................51 2.9. Do domicílio .....................................................................................................................................................62 2.10. Dos bens ........................................................................................................................................................63 2.11. Dos fatos jurídicos ..........................................................................................................................................70 2.12. Dos atos ilícitos e lícitos ..................................................................................................................................87 2.13. Da prescrição e da decadência .......................................................................................................................89 CAPÍTULO 3 - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES................................................................................................................... 100 1. TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES ..................................................................................................................................... 102 1.1. Introdução .....................................................................................................................................................102 1.2. Diferença entre direitos reais e direitos obrigacionais .................................................................................... 103 1.3. Figuras híbridas .............................................................................................................................................. 103 1.4. Relação jurídica obrigacional .......................................................................................................................... 104 1.5. Teoria dualista das obrigações (Brinz) ............................................................................................................ 104 1.6. Boa-fé Objetiva nas relações obrigacionais ..................................................................................................... 105 2. ATOS UNILATERAIS ....................................................................................................................................................... 107 2.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 107 2.2. Promessa de recompensa .............................................................................................................................. 107 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 2.3. Gestão de negócios ........................................................................................................................................ 108 2.4. Pagamento indevido ...................................................................................................................................... 109 2.5. Enriquecimento sem causa ............................................................................................................................. 110 3. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................................................................... 110 3.1. Classificação básica das obrigações ................................................................................................................ 110 3.2. Classificação especial das obrigações ............................................................................................................. 110 4. OBRIGAÇÕES DE DAR .................................................................................................................................................... 111 4.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 111 4.2. Obrigação de dar coisa certa .......................................................................................................................... 112 4.3. Obrigação de dar coisa incerta ....................................................................................................................... 115 5. OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER ............................................................................................................................... 115 5.1. Obrigação de fazer ......................................................................................................................................... 115 5.2. Obrigação de não fazer .................................................................................................................................. 117 6. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS .................................................................................................................... 117 6.1. Obrigações Alternativas ................................................................................................................................. 117 6.2. Obrigações Facultativas .................................................................................................................................. 119 7. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS.............................................................................................................................. 119 7.1. Dispositivos relevantes ................................................................................................................................... 120 7.2. Remissão ou perdão ....................................................................................................................................... 120 7.3. Perda do objeto e fim da indivisibilidade ........................................................................................................ 121 8. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS .............................................................................................................................................. 121 8.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 121 8.2. Da Solidariedade Ativa ................................................................................................................................... 122 8.3. Da Solidariedade Passiva ................................................................................................................................ 124 9. ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................................................................. 126 9.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 126 9.2. Pagamento direto .......................................................................................................................................... 126 9.3. Das formas especiais de pagamento e das formas de pagamento indireto ..................................................... 131 10. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................................... 139 10.1. Introdução ................................................................................................................................................... 139 10.2. Cessão de crédito ......................................................................................................................................... 140 10.3. Cessão de débito (assunção de dívida) ......................................................................................................... 141 10.4. Cessão de contratos ..................................................................................................................................... 142 11. INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES .............................................................................................................................. 143 11.1. Introdução ................................................................................................................................................... 143 11.2. Inadimplemento por ato culposo do devedor (art. 389 do CC) ..................................................................... 143 11.3. Inadimplemento por fato não imputável ao devedor ................................................................................... 147 11.4. Cláusula penal e arras................................................................................................................................... 147 GABARITO ............................................................................................................................................................. 158 CAPÍTULO 4 - DIREITO DOS CONTRATOS: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ..............................................................159 1. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS ............................................................................................................................................. 160 1.1. Introdução ao estudo dos contratos ............................................................................................................... 160 1.2. Função Social dos Contratos ........................................................................................................................... 161 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 2. PRINCIPIOLOGIA CONTRATUAL ........................................................................................................................................ 162 2.1. Princípio da autonomia da vontade ................................................................................................................ 162 2.2. Princípio da supremacia da ordem pública ..................................................................................................... 164 2.3. Princípio do consensualismo .......................................................................................................................... 165 2.4. Princípio da relatividade dos contratos .......................................................................................................... 166 2.5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos .................................................................................................... 166 2.6. Princípio da revisão dos contratos ou princípio da onerosidade excessiva ...................................................... 166 2.7. Princípio da boa-fé e probidade ..................................................................................................................... 168 3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ......................................................................................................................................... 172 3.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 172 3.2. Fases para a formação dos contratos ............................................................................................................. 172 4. FORMAS CONTRATUAIS ................................................................................................................................................. 174 4.1. Contrato preliminar ........................................................................................................................................ 174 4.2. Estipulação em favor de terceiros – arts. 436 a 438 do CC/02 ........................................................................ 175 4.3. Promessa de fato de terceiro – arts. 439 e 440 do CC/02 ............................................................................... 176 4.4. Contrato aleatório – arts. 458 a 461 do CC/02 ................................................................................................ 177 5. VÍCIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO ...................................................................................................................................... 178 5.1. Definição de vícios redibitórios....................................................................................................................... 178 5.2. Evicção – Garantia implícita imposta ao alienante .......................................................................................... 180 6. REVISÃO DOS CONTRATOS ...................................................................................................................................... 181 CAPÍTULO 5 - DIREITO DOS CONTRATOS: CONTRATOS EM ESPÉCIE .......................................................................... 185 1. COMPRA E VENDA ........................................................................................................................................................ 186 1.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 186 1.2. Natureza jurídica ............................................................................................................................................ 186 1.3. Elementos constitutivos ................................................................................................................................. 186 1.4. Estrutura sinalagmática e os efeitos da compra e venda ................................................................................ 187 1.5. Restrições à autonomia privada na compra e venda ....................................................................................... 188 1.6. Regras especiais da compra e venda .............................................................................................................. 190 1.7. Cláusulas especiais da compra e venda .......................................................................................................... 192 1.8. Terrenos da Marinha ...................................................................................................................................... 195 2. TROCA OU PERMUTA .................................................................................................................................................... 196 2.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 196 2.2. Troca entre ascendentes e descendentes ....................................................................................................... 197 3. CONTRATO ESTIMÁTORIO .............................................................................................................................................. 197 3.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 197 3.2. Natureza jurídica ............................................................................................................................................ 197 3.3. Responsabilidade pela perda da coisa consignada .......................................................................................... 198 4. DOAÇÃO.................................................................................................................................................................... 198 4.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 198 4.2. Modalidades de doação ................................................................................................................................. 199 4.3. Promessa de doação ...................................................................................................................................... 202 4.4. Revogação da doação ..................................................................................................................................... 203 5. LOCAÇÃO DE COISAS NO CÓDIGO CIVIL ............................................................................................................................. 204 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 5.1. Introdução .....................................................................................................................................................204 5.2. Deveres das partes numa locação .................................................................................................................. 205 5.3. Extinção do contrato de locação..................................................................................................................... 205 6. EMPRÉSTIMO: COMODATO E MÚTUO ............................................................................................................................... 206 6.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 206 6.2. Comodato ...................................................................................................................................................... 206 6.3. Mútuo ............................................................................................................................................................ 207 7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ................................................................................................................................................ 209 7.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 209 7.2. Regras da prestação e serviço no CC/02 ......................................................................................................... 209 7.3. Extinção do contrato de prestação de serviço ................................................................................................ 209 7.4. Tutela externa do contrato ............................................................................................................................. 210 7.5. Prestação de serviço agrícola ......................................................................................................................... 210 8. CONTRATO DE EMPREITADA ........................................................................................................................................... 211 8.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 211 8.2. Regras da empreitada no CC/02 ..................................................................................................................... 211 8.3. Sub-empreitada ............................................................................................................................................. 212 9. CONTRATO DE DEPÓSITO ............................................................................................................................................... 213 9.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 213 9.2. Regras quanto ao depósito voluntário ............................................................................................................ 214 9.3. Depósito necessário ....................................................................................................................................... 215 10. MANDATO ............................................................................................................................................................... 215 10.1. Introdução ................................................................................................................................................... 215 10.2. Principais classificações do mandato ............................................................................................................ 216 10.3. Principais regras do mandato no CC/02 ........................................................................................................ 216 10.4. Obrigações do mandatário ........................................................................................................................... 217 10.5. Obrigações do mandante ............................................................................................................................. 217 10.6. Substabelecimento ....................................................................................................................................... 217 10.7. Extinção do contrato de mandato ................................................................................................................ 218 11. CONTRATO DE COMISSÃO; AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO; CORRETAGEM....................................................................................... 218 11.1. Contrato de comissão ................................................................................................................................... 218 11.2. Contrato de agência e distribuição ............................................................................................................... 220 11.3. Corretagem .................................................................................................................................................. 221 12. CONTRATO DE TRANSPORTE ......................................................................................................................................... 222 12.1. Introdução ................................................................................................................................................... 222 12.2. Regras gerais previstas no Código Civil ......................................................................................................... 222 13. CONTRATO DE SEGURO ............................................................................................................................................... 226 13.1. Introdução ................................................................................................................................................... 226 13.2. Regras gerais do seguro no Código Civil ........................................................................................................ 227 13.3. Seguro de dano ............................................................................................................................................ 229 13.4. Seguro de pessoa ......................................................................................................................................... 233 14. CONSTITUIÇÃO DE RENDA E JOGO E APOSTA ..................................................................................................................... 235 14.1. Constituição de renda .................................................................................................................................. 235 14.2. Jogo e aposta ............................................................................................................................................... 236 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 15. CONTRATO DE FIANÇA ................................................................................................................................................ 236 15.1. Introdução ................................................................................................................................................... 236 15.2. Efeitos e regras da fiança no Código Civil ...................................................................................................... 237 15.3. Classificação da fiança quanto a sua extensão .............................................................................................. 239 16. TRANSAÇÃO E COMPROMISSO ......................................................................................................................................240 16.1. Transação ..................................................................................................................................................... 240 16.2. Compromisso ............................................................................................................................................... 241 CAPÍTULO 6 - DIREITO DAS COISAS ............................................................................................................................ 250 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 252 1.1. Direitos Reais x Direitos Pessoais (obrigacionais) ............................................................................................ 252 1.2. Demais diferenças entre os direitos reais e os direitos pessoais patrimoniais ................................................. 253 2. DA POSSE .................................................................................................................................................................. 254 2.1. Natureza jurídica da posse ............................................................................................................................. 254 2.2. Diferenças entre posse e detenção................................................................................................................. 255 2.3. Principais classificações da posse ................................................................................................................... 255 2.4. Efeitos materiais e processuais da posse ........................................................................................................ 257 2.5. Posse e responsabilidade ............................................................................................................................... 258 2.6. Posse e processo civil ..................................................................................................................................... 258 2.7. A legítima defesa da posse e o desforço imediato .......................................................................................... 261 2.8. Forma de aquisição, transmissão e perda da posse ........................................................................................ 261 2.9. Composse ...................................................................................................................................................... 261 3. PROPRIEDADE ............................................................................................................................................................. 262 3.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 262 3.2. Principais características do direito de propriedade ....................................................................................... 262 3.3. Função social e socioambiental da propriedade ............................................................................................. 263 3.4. Desapropriação judicial privada por posse-trabalho ....................................................................................... 264 3.5. Diferença entre propriedade resolúvel e propriedade fiduciária .................................................................... 265 3.6. Formas de aquisição da propriedade imóvel .................................................................................................. 266 3.7. Formas de aquisição da propriedade móvel ................................................................................................... 273 4. DIREITO DE VIZINHANÇA ................................................................................................................................................ 277 4.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 277 4.2. Uso anormal da propriedade .......................................................................................................................... 277 4.3. Árvores limítrofes ........................................................................................................................................... 278 4.4. Passagem forçada e da passagem de cabos e tubulações ............................................................................... 278 4.5. Águas ............................................................................................................................................................. 279 4.6. Direito de tapagem e limites entre prédios .................................................................................................... 280 4.7. Direito de construir ........................................................................................................................................ 280 5. DO CONDOMÍNIO ........................................................................................................................................................ 282 5.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 282 5.2. Condomínio voluntário ou convencional ........................................................................................................ 282 5.3. Condomínio necessário .................................................................................................................................. 284 5.4. Condomínio edilício........................................................................................................................................ 284 6. DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO DO PROMITENTE COMPRADOR ................................................................................................... 292 7. DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO .............................................................................................................................. 293 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 7.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 293 7.2. Superfície ....................................................................................................................................................... 293 7.3. Servidões ....................................................................................................................................................... 294 7.4. Usufruto ......................................................................................................................................................... 297 7.5. Uso ................................................................................................................................................................. 299 7.6. Habitação ....................................................................................................................................................... 299 7.7. Concessões especiais para uso e moradia....................................................................................................... 300 8. DIREITOS REAIS DE GARANTIA ......................................................................................................................................... 300 8.1. Introdução .....................................................................................................................................................300 8.2. Penhor ........................................................................................................................................................... 302 8.3. Hipoteca ......................................................................................................................................................... 307 8.4. Anticrese ........................................................................................................................................................ 311 8.5. Alienação fiduciária em garantia .................................................................................................................... 311 9. DA LAJE .................................................................................................................................................................... 317 CAPÍTULO 7 - RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................................................... 326 1. DISPOSIÇÕES GERAIS E CLASSIFICAÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................ 327 2. DOS ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................................................ 328 3. DA CONDUTA HUMANA ................................................................................................................................................. 329 4.DA CULPA EM SENTIDO AMPLO ........................................................................................................................................ 329 5. DO NEXO DE CAUSALIDADE ............................................................................................................................................ 330 6. DAS EXCLUDENTES DO NEXO DE CAUSALIDADE..................................................................................................................... 331 7. DO DANO OU PREJUÍZO ................................................................................................................................................. 333 7.1. Do dano material ........................................................................................................................................... 333 7.2. Do dano moral ............................................................................................................................................... 334 7.3. Teoria do desvio produtivo do consumidor .................................................................................................... 337 7.4. Dano estético ................................................................................................................................................. 338 7.5. Dano moral coletivo ....................................................................................................................................... 338 7.6. Danos sociais .................................................................................................................................................. 339 7.7. Da teoria da perda de uma chance ................................................................................................................. 339 7.8. Dano bumerangue ......................................................................................................................................... 340 8. DA RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO DE TERCEIRO ............................................................................................................. 340 9. DA RESPONSABILIDADE DO INCAPAZ ................................................................................................................................. 342 10. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO DONO OU DETENTOR DE ANIMAIS ........................................................................................ 343 11. RESPONSABILIDADE CIVIL DO DONO DO PRÉDIO OU CONSTRUÇÃO POR SUA RUÍNA ..................................................................... 343 12. DA CLÁUSULA DE NÃO DE INDENIZAR .............................................................................................................................. 344 13. TEORIA DO TERCEIRO CÚMPLICE .................................................................................................................................... 344 14. CASOS ESPECÍFICOS DA JURISPRUDÊNCIA ......................................................................................................................... 345 14.1. Responsabilidade civil por meio da imprensa e direito de imagem ............................................................... 345 14.2. Responsabilidade civil do advogado ............................................................................................................. 347 14.3. Responsabilidade civil do médico ................................................................................................................. 348 14.4. Responsabilidade civil do transportador ....................................................................................................... 348 14.5. Responsabilidade civil no contrato de locação .............................................................................................. 350 14.6. Responsabilidade civil no contrato de arrendamento mercantil ................................................................... 350 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om CAPÍTULO 8 - DIREITO DAS FAMÍLIAS ........................................................................................................................ 352 1. DIREITO DE FAMÍLIA ..................................................................................................................................................... 354 1.1. Introdução Ao Direito De Família.................................................................................................................... 354 1.2. Princípios do direito de família ....................................................................................................................... 354 1.3. Concepção constitucional da família e os tipos de famílias ............................................................................. 358 1.4. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 362 2. CASAMENTO .............................................................................................................................................................. 365 2.1. Conceito e natureza jurídica ........................................................................................................................... 365 2.2. Princípios específicos aplicáveis ao casamento ............................................................................................... 366 2.3. Capacidade para o casamento ........................................................................................................................ 366 2.4. Impedimentos matrimoniais e causas suspensivas ......................................................................................... 367 2.5. Processo de habilitação e celebração do casamento ...................................................................................... 370 2.6. Espécies de casamentos ................................................................................................................................. 373 2.7. Invalidação do casamento .............................................................................................................................. 3752.8. Efeitos do casamento ..................................................................................................................................... 379 2.9. Provas do casamento ..................................................................................................................................... 380 2.10. Informativos de Jurisprudência .................................................................................................................... 380 3. REGIME DE BENS ......................................................................................................................................................... 381 3.1. Disposições gerais .......................................................................................................................................... 381 3.2. Regras gerais quanto ao regime de bens ........................................................................................................ 383 3.3. Pacto antenupcial ........................................................................................................................................... 385 3.4. Regime de bens em espécie ........................................................................................................................... 386 3.5. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 393 4. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E DO VÍNCULO MATRIMONIAL ...................................................................................... 395 4.1. Disposições gerais .......................................................................................................................................... 395 4.2. Do fim da sociedade conjugal ......................................................................................................................... 396 4.3. Da dissolução do vínculo matrimonial ............................................................................................................ 401 4.4. Discussão de culpa no divórcio ....................................................................................................................... 403 4.5. O uso do nome após a EC 66 .......................................................................................................................... 403 4.6. Dissolução do casamento por morte presumida ............................................................................................. 404 4.7. Divórcio e prestação de alimentos.................................................................................................................. 405 4.8. Dissolução do casamento e o destino dos bens comuns ................................................................................. 406 4.9. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 409 5. PARENTESCO .............................................................................................................................................................. 410 5.1. Relações de parentesco .................................................................................................................................. 410 5.2. Graus de parentesco ...................................................................................................................................... 411 5.3. Filiação ........................................................................................................................................................... 412 5.4. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 426 6. PODER FAMILIAR E A PROTEÇÃO AOS FILHOS ....................................................................................................................... 428 6.1. Poder familiar................................................................................................................................................. 428 6.2. Proteção aos filhos: a guarda ......................................................................................................................... 432 6.3. Do Usufruto e da Administração dos Bens de Filhos Menores. ....................................................................... 436 6.4. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 437 7. ALIMENTOS ................................................................................................................................................................ 438 7.1. Considerações gerais ...................................................................................................................................... 438 7.2. Dos Alimentos e Da Prestação De Contas ....................................................................................................... 449 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 7.3. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 450 8. TUTELA E CURATELA ..................................................................................................................................................... 451 8.1. Considerações gerais ...................................................................................................................................... 451 8.2. Tomada de decisão apoiada ........................................................................................................................... 458 8.3. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 459 9. UNIÃO ESTÁVEL ........................................................................................................................................................... 460 9.1. Considerações gerais ...................................................................................................................................... 460 9.2. Evolução da união estável .............................................................................................................................. 461 9.3. A união estável no Código Civil ....................................................................................................................... 464 9.4. A união estável e o denominado namoro qualificado ..................................................................................... 466 9.5. Questões polêmicas quanto à união estável ................................................................................................... 467 9.6. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 468 CAPÍTULO 9 - DIREITO DAS SUCESSÕES ..................................................................................................................... 484 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES.......................................................................................................................... 485 1.2. Abertura da sucessão ..................................................................................................................................... 486 1.3. Direito das sucessões e o princípio de saisine ................................................................................................ 487 1.4.Espécies de sucessões .................................................................................................................................... 487 1.5. Vocação hereditária e classificação dos herdeiros .......................................................................................... 488 1.6. Diferenças entre herança e legado ................................................................................................................. 491 1.7. Procedimento previsto no NCPC para o direito das sucessões ........................................................................ 491 1.8. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 492 2. SUCESSÃO HEREDITÁRIA ................................................................................................................................................ 493 2.1. A herança e meação: diferenciação ................................................................................................................ 493 2.2. Administração da herança .............................................................................................................................. 493 2.3. Herança jacente e herança vacante ................................................................................................................ 494 2.4. Aceitação e renúncia da herança .................................................................................................................... 496 2.5. Excluídos da sucessão: indignidade sucessória e deserdação .......................................................................... 497 2.6. Ação de petição de herança ........................................................................................................................... 500 2.7. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 502 3. SUCESSÃO LEGÍTIMA ..................................................................................................................................................... 503 3.1. Considerações gerais ...................................................................................................................................... 503 3.2. Sucessão dos descendentes (por cabeça ou direito próprio e por representação) e concorrência do cônjuge e do companheiro ......................................................................................................................................................... 504 3.3. Sucessão dos ascendentes e concorrência do cônjuge e do companheiro ...................................................... 508 3.4. Sucessão do cônjuge e do companheiro isoladamente ................................................................................... 508 3.5. Sucessão dos colaterais .................................................................................................................................. 511 3.6. Informativos de Jurisprudência ...................................................................................................................... 511 4. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA ............................................................................................................................................ 513 4.1. Conceito de testamento e características ....................................................................................................... 513 4.2. Modalidades ordinárias de testamento .......................................................................................................... 516 4.3. Modalidades especiais do testamento ........................................................................................................... 519 4.4. Codicilo .......................................................................................................................................................... 520 4.5. Disposições testamentárias ............................................................................................................................ 521 4.6. Legado ........................................................................................................................................................... 522 4.7. Substituições testamentárias ......................................................................................................................... 525 4.8. Redução das disposições testamentárias ........................................................................................................ 526 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om 4.9. Revogação do testamento .............................................................................................................................. 527 4.10. Rompimento do testamento ........................................................................................................................ 528 4.11. Testamenteiro .............................................................................................................................................. 528 4.12. Informativos de Jurisprudência .................................................................................................................... 530 5. INVENTÁRIO E PARTILHA ................................................................................................................................................ 531 5.1. Considerações gerais ...................................................................................................................................... 531 5.2. Inventário judicial ........................................................................................................................................... 532 5.3. Inventário extrajudicial................................................................................................................................... 539 5.4. Pena de sonegados ........................................................................................................................................ 541 5.5. Pagamento das dívidas ................................................................................................................................... 542 5.6. Colação ou conferência .................................................................................................................................. 543 5.7. Redução das doações inoficiosas .................................................................................................................... 545 5.8. Partilha........................................................................................................................................................... 545 5.9. Garantia dos quinhões hereditários................................................................................................................ 548 5.10. Anulação, rescisão e nulidade da partilha ..................................................................................................... 549 5.11. Informativos de Jurisprudência .................................................................................................................... 549 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................. 565 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃOÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 13 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) 1 Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 14 1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) 1.1. Vigência e validade das normas A vigência da lei ocorre a partir do momento em que ela passa a ter força coercitiva, ou seja, a partir do instante em que a obediência a ela torna-se obrigatória. Não se pode confundir a vigência da lei com a sua existência. Pode ser que a lei exista e, ainda assim, não esteja em vigor. Assim, o primeiro requisito é a existência da lei, uma vez que não é possível exigir a obrigatoriedade da lei sem que ela exista previamente. A lei passa a existir com sua promulgação. Após a sua promulgação, é possível que ela entre em vigor nessa mesma data ou em data distinta, a depender da vontade do legislador. A regra é que a lei passe a vigorar em todo o território dentro do prazo de 45 dias depois de oficialmente publicada. É o que dispõe o art. 1º da LINDB. Denomina-se vacatio legis o prazo entre o início da existência da lei e o início de sua vigência, caso exista esse intervalo. Trata-se de um período necessário para que a sociedade se habitue tanto com a lei quanto com o regime jurídico que ela impõe. Nesse sentido, em atenção ao princípio da obrigatoriedade da lei, ninguém pode alegar seu desconhecimento. Entende-se que esse princípio não é absoluto, uma vez que pode haver exceção, como no caso do erro de direito, em que a parte negociante poderia revogar o negócio jurídico pactuado, desde que não tenha prévio objetivo de descumprir a lei (CC, art. 139, III). Há uma corrente que entende que a vacatio legis é imprescindível em leis que tenham relevante repercussão, não podendo ela entrar em vigor na data da publicação (art. 8º caput da LC 95/1998). Por fim, ainda sobre a vacatio legis, é importante mencionar a forma de contagem desse intervalo de tempo. Dispõe a Lei Complementar nº 95/1998, que trata sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis (conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal), em seu art. 8º, §1º que “a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far- se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral”. Isto é, inclui-se o primeiro e o último dia, entrando a lei em vigor no dia subsequente à consumação integral do prazo. Por isso, não se pode confundir com os prazos processuais do Código de Processo Civil, no qual não se inclui a data da publicação na contagem. A lei que nasce e que tem data certa para entrar em vigor pode sofrer alteração em seu texto antes ou depois da vigência. A LINDB trata das duas situações. Se antes de entrar a lei em vigor ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo de vacância dos dispositivos alterados começará a correr da data da nova publicação (LINDB, art. 1º, § 3º). Em outras palavras, a vacatio se reinicia para esses dispositivos alterados, dando nova oportunidade de a sociedade se familiarizar com a lei. Agora, se as correções forem em texto de lei já em vigor, considera-se lei nova (LINDB, art. 1º, § 4º). Existe uma questão que pode gerar dúvidas quanto ao tema, por confundir a parte técnica com o que comumente se fala e aplica. Alguns entendem que vigência e vigor são situações distintas. Vigor é a força da lei, da norma. Vigência é a norma que já esteve em vigor, mas que agora não tem mais aplicabilidade. Assim, no cenário em que vivemos, o CPC/73 não possui mais vigência. Todavia, em maior número, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, vigência é o termo utilizado para indicar a norma que tem força, ou seja, sinônimo de vigor1. 1 Ao verificar uma questão que trata da diferença entre vigor e vigência, lembre-se dessa celeuma para responder. Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 15 Para finalizar a questão da vigência da lei é importante lembrar que uma lei pode ingressar no território nacional em um prazo e no estrangeiro em outro. No concurso da Magistratura do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em 2010, o examinador fez a seguinte pergunta: é possível que um mesmo fato seja regulamentado por duas leis distintas? A resposta para essa indagação está no art. 1º, §1º da LINDB, uma vez que “nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada”. Assim, se a lei tem uma vacatio de 45 dias, no 60º dia da sua publicação terá validade no Brasil, mas ainda não no estrangeiro, o que acarreta a possível aplicação simultânea da lei antiga e da lei nova sobre a mesma situação, a depender do local em que o fato tenha sido praticado. 1.2. Revogação da lei e suas formas Revogar significa anular, invalidar, desfazer, desvigorar. Em outras palavras, significa tornar sem efeito uma lei ou qualquer outra norma jurídica. É a supressão da força obrigatória da lei, retirando sua eficácia. A revogação da lei tem previsão no art. 2º da LINDB, existindo quatros formas de se revogar uma lei que está em vigor. A revogação pode ser total, parcial, expressa ou tácita. A revogação total, também conhecida como ab-rogação, ocorre quando uma lei nova regula inteiramente a matéria da lei anterior, ou então quando existir incompatibilidade entre elas. A revogação parcial, denominada de derrogação, acontece quando apenas parte da lei é tida como sem efeito, permanecendo suas demais partes em vigor. Ex.: o novo Código de Processo Civil derrogou alguns dispositivos do Código Civil, por exemplo, o art. 227. A revogação pode ser, ainda, expressa ou tácita. A revogação expressa é aquela que taxativamente se diz qual norma está revogada. O art. 9º da Lei Complementar nº 95/1998, com a redação da Lei Complementar nº 107/2001, estabelece que “a cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas”. Essa é uma forma de revogação expressa. A tácita, ao contrário, ocorre quando há incompatibilidade entre duas normas. Diz o art. 2º, §1º da LINDB que ocorre essa forma de revogação quando a lei nova “seja com ela (lei antiga) incompatível ou quando regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior”. Quando se fala em revogação, questiona-se se o costume pode revogar norma. No Direito Brasileiro, não existe a possibilidade de retirar o efeito de uma lei em razão de um costume. É a chamada supremacia da lei sobre os costumes. O desuetudo, ou seja, o costume negativo (desuso) não revoga lei2. Ele pode, em outro giro, ser considerado um método de integração para fins de julgamento. Por fim, é importante mencionar a lei temporária. Trata-se daquela lei que nasce com termo prefixado de duração ou com um objetivo a ser cumprido. A lei já nasce com um prazo para perder sua vigência. Ela é uma exceção ao princípio da continuidade, já que não tem eficácia continua, ou seja, não precisa de uma lei para revogá-la, pois seu fim tem um prazo certo, determinado. 2STJ: “A eventual tolerância ou a indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso desuso não se apresentam, em nosso sistema jurídico-penal, como causa de atipia (Precedentes). II - A norma incriminadora não pode ser neutralizada ou se considerada revogada em decorrência de, v.g., desvirtuadaatuação policial (art. 2º, caput da LICC). Recurso conhecido e provido”. (REsp 146.360/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19.10.1999, DJ 08.11.1999 p. 85]. Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 16 1.3. Repristinação Repristinação significa restaurar a vigência de uma lei pelo fato de a lei revogadora ter perdido a sua vigência. É o que dispõe o art. 2º, §3º da LINDB: “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Desta forma, em regra, não há repristinação no ordenamento jurídico vigente. Todavia, esse efeito pode acontecer quando o legislador fizer constar essa previsão na lei revogadora. Desta forma, se ficar consignado na lei revogadora que um de seus efeitos é ressuscitar a lei revogada, verifica-se o efeito repristinatório da lei. Alguns doutrinadores fazem a distinção entre repristinação e efeito repristinatório. O efeito repristinatório é estudado no campo do Direito Constitucional, mais especificadamente em controle concentrado de constitucionalidade. Ex.: Lei “A” foi revogada pela Lei “B”. Posteriormente, o STF declara a inconstitucionalidade da Lei “B”, restaurando-se os efeitos da norma revogada, já que a norma revogadora foi declarada nula, incapaz de produzir quaisquer efeitos, como nunca tivesse existido. A decisão de inconstitucionalidade é declaratória e possui efeitos retroativos, ex tunc, podendo ser modulados os efeitos da decisão, em respeito ao princípio da segurança jurídica, como preleciona o artigo 27 da Lei nº 9.868/99. 1.4. Normas gerais e normas especiais Há uma classificação de normas no art. 2º, §2° da LINDB em que se entende por norma especial aquela que possui um conteúdo especializado dentro de um ramo do direito (por exemplo, Lei de Alimentos, Código de Defesa do Consumidor). Já a norma geral aborda o conteúdo de um ramo do direito de maneira geral. A norma geral não revoga a especial e a norma especial não revoga a geral. Tais normas caminharão conjuntamente. A norma especial pode revogar a geral de duas formas: de forma explícita ou implícita. A revogação expressa ou explicita ocorre quando há previsão de que a norma especial está revogando a geral. A revogação implícita, por sua vez, acontece quando regula a mesma matéria que a geral, modificando o seu conteúdo. Pode ser que uma lei especial contenha uma parte específica e outra parte geral, que também está disposta em um Código, sem que haja, entre elas, contradição. Nesse caso, ambas continuarão em vigor, coexistindo. 1.5. Da integração das normas Pelo fato lógico de que o legislador não consegue prever todos os acontecimentos, seja tanto para o presente quanto para o futuro, assim como o juiz não pode ser furtar ao seu dever de julgar, alegando ausência de norma legal sobre o assunto, é necessário que exista o instrumento de integração das normas, permitindo-se que haja o preenchimento de lacunas (CPC, art. 140). Dispõe o art. 4º da LINDB: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. O juiz não pode deixar de decidir uma questão alegando que não existe norma regulamentadora para aquele caso em concreto (julgamento non liquet). Trata-se do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 17 O fenômeno da subsunção se perfaz no encaixe perfeito do caso concreto à norma legal que o rege. Contudo, na ausência da subsunção, o juiz deverá se valer da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, a fim de não deixar nenhum caso sem julgamento. A doutrina defende que existe uma hierarquia entre os instrumentos de integração da norma, devendo ser aplicada em primeiro lugar a analogia, depois os costumes, e, por fim, os princípios gerais de direito. Diz-se que a analogia tem preferência em razão de o sistema brasileiro adotar a supremacia da lei escrita. 1.5.1. Analogia Consiste a analogia na busca da solução através de outra norma, que trate de demanda similar ao caso concreto, o qual está desprovido de lei acurada. Utiliza-se de uma norma ou conjunto de normas aproximadas a um caso. A analogia pode ser classificada como analogia legal e analogia jurídica. A analogia legal, segundo os ensinamentos de Limongi França, é exatamente a aplicação de uma lei àquele caso em específico. Cita-se como exemplo o caso da convalidação do negócio jurídico praticado com o vício da lesão. Dispõe o § 2º do art. 157 do Código Civil que “não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito”. Porém, e se o caso for cometido em estado de perigo? O Código Civil não traz a convalidação do negócio praticado em estado de perigo. Assim, a doutrina e a jurisprudência, valendo-se da analogia legal, instituíram a utilização da convalidação também para o estado de perigo. Inclusive, o enunciado 148 da III Jornada de Direito Civil posiciona-se nesse sentido. A analogia jurídica é diversa. Consiste em utilizar-se de princípios, conceitos, preceitos consagrados pela doutrina e pela jurisprudência a um caso em específico. Cumpre mencionar que, para alguns doutrinadores, a analogia jurídica se constitui na aplicação dos princípios gerais do direito. Há ainda diferença entre a analogia e a interpretação extensiva. A interpretação extensiva visa adequar o que o legislador realmente pretendia com aquela norma, ou seja, a norma diz menos do que deveria. É o caso do art. 12 do Código Civil, em caso de violação aos direitos da personalidade do de cujus, o cônjuge se torna lesado de forma indireta (dano por ricochete) e tem legitimidade para postular em juízo. Em face dessa regra, deve-se aplicar uma interpretação extensiva para garantir ao companheiro o mesmo direito previsto ao cônjuge. 1.5.2. Costumes O costume é a conduta reiterada, de forma lícita, e que possui relevância no mundo jurídico. Assim, um determinado costume pode ser aplicado como forma de integração desde que apresente esses elementos, ou seja, a prática reiterada (elemento objetivo) somada à observância da lei (elemento subjetivo), desde que com relevância no ordenamento jurídico. Os costumes podem ser classificados como contra legem, praeter legem, secundum legem, e por fim, costume judiciário. O costume contra legem é o que contraria a lei. O costume praeter legem é aquele que preenche os requisitos para servir como método integrativo, ou seja, a conduta reiterada, de forma lícita, e que possui relevância no mundo jurídico. Já o costume secundum legem é aquele em que a sua aplicação é imposta pela lei. Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om Jo sé M ar ci o M ar tin s - C P F : 8 47 .8 72 .0 16 -2 0 - jm m ju s@ gm ai l·c om MATHEUS S. SANTERELLI ZULIANI LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB) • 1 18 Caracteriza o ato emulativo – aquele praticado com abuso do direito – o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (CC, art. 187). Isto é, se a pessoa excede o bom costume pratica abuso do direito e comete ato ilícito. Alguns doutrinares ainda trazem o costume judiciário,
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