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História da Psicologia

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PSICOLOGIA APLICADO AO DIREITO 
ROTEIRO DE 
AULA: O QUE É 
PSICOLOGIA?
Um breve percurso histórico quanto a 
formação da Psicologia enquanto ciência: 
Psicologia entre os Gregos, Império 
Romano e Idade Média, Renascimento e a 
Origem da Psicologia Científica
Psicologia cientifica vs. Senso comum 
Objetos de estudo da Psicologia e 
fenômenos psicológicos 
O QUE É PSICOLOGIA? UM BREVE 
PERCURSO HISTÓRICO
o Definição de Psicologia pode ser dada por 
sua origem grega: 
Ψυχολογία = Psyche + logia
➢ Psyche quer dizer alma ou mente e também 
era o nome da Deusa Psiquê;
➢ Logia vem de logos, que quer dizer: discurso, 
conhecimento, ciência.
 Psicologia é a ciência da mente. 
 É a ciência que estuda a mente e o comportamento.
IMPÉRIO 
ROMANO E 
IDADE MÉDIA:
SÉC V - XV
Aparecimento e 
desenvolvimento do 
Cristianismo.
Psicologia relacionada com o 
conhecimento religioso.
A igreja católica monopolizava 
o saber. 
A Igreja Católica monopolizava 
o saber e, consequentemente, o 
estudo do psiquismo.
IMPÉRIO ROMANO E IDADE MÉDIA
SANTO AGOSTINHO (354-430 D.C)
• A alma era mais que razão, era manifestação divina no homem. 
Era imortal, e ligava o homem à Deus. 
• Inspirado em Platão, separava alma e corpo.
• A alma era imortal por ser o elemento que liga o homem a Deus.
• E, sendo a alma também a sede do pensamento, a Igreja passa a 
se preocupar também com sua compreensão.
IMPÉRIO ROMANO E IDADE MÉDIA
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225- 1274 D.C)
• Ruptura da igreja católica, o aparecimento do protestantismo —transição 
para o capitalismo, com a revolução francesa e a revolução industrial na 
Inglaterra. 
• Questionamentos da Igreja e dos conhecimentos produzidos por ela.
• O homem, na sua essência, busca a perfeição através de sua existência. 
Somente Deus seria capaz de unir essência e existência. A busca de 
perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
• São Tomás de Aquino encontra argumentos racionais para justificar os 
dogmas da Igreja e continua garantindo para ela o monopólio do estudo 
do psiquismo.
RENASCIMENTO SÉC XIII-XVII
• Descoberta de novas terras, acúmulo de riquezas pelas nações em 
formação como França, Itália, Espanha, Inglaterra.
• Dá-se, também, um processo de valorização do homem.
• As transformações ocorrem em todos os setores da produção humana
A REVOLUÇÃO COPERNICANA DO CONHECIMENTO 
A tradição antiga 
considerava que o mundo 
era limitado e a Terra se 
encontrava no centro do 
mundo. 
Sendo o Planeta Terra o 
centro de tudo, imóvel, 
tudo girava em torno
dela. Esta teoria levava o 
nome de Geocentrismo. 
Copérnico surgiu então 
apontando que tais 
teorias estavam 
incorretas. 
O mundo não é finito, 
mas infinito 
O centro do universo não 
é ́ a Terra 
O Sol não é um planeta 
Os astros não são presos 
em esferas. 
Sol se move, mas não ao 
redor da Terra. 
A REVOLUÇÃO COPERNICANA DO 
CONHECIMENTO
Deste modo, o sistema de Copérnico foi chamado
de Heliocentrismo (em grego, helio = sol) e tais
teorias fizeram uma grande revolução em sua
época, já que modificaram ideias que toda a 
sociedade possuíam a respeito do funcionamento
do planeta. 
Primeira ferida narcísica (segundo Freud): o 
golpe cosmológico De Copérnico. 
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
o Começam a se estabelecer métodos e regras
básicas para a construção do conhecimento 
científico.
o Postula a separação entre mente (alma, espírito) e 
corpo, afirmando que o homem possui uma substância 
material e uma substância pensante, e que o corpo, 
desprovido do espírito, é apenas uma máquina.
o Torna possível o estudo do corpo morto,
permitindo o avanço da Anatomia e da Fisiologia, 
que iria contribuir em muito para o progresso da 
própria Psicologia.
INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS
A Fisiologia destaca o estudo do cérebro, onde se localizam as propriedades e as funções da 
alma.
As influências da Fisiologia, na Psicologia, ocorrem em virtude das diferenças individuais dadas 
pelos fatores pessoais e sobre as quais não se tem controle. 
Trata-se da subjetividade influenciando na percepção dos fatores cognitivos. Os cientistas, no 
final do século XIX, passaram à investigação e ao estudo dos órgãos dos sentidos, através dos 
quais recebemos a informações acerca do mundo.
Método experimental no campo da Psicologia - estudos sobre o comportamento, os movimentos 
involuntários, os reflexos, a memória, o desenvolvimento infantil, entre outros.
CIÊNCIA MODERNA
Influências Filosóficas
o O Positivismo é uma corrente filosófica que tem como base a 
exaltação dos fatos. O conhecimento se afirma em uma verdade 
comprovada, utilizando o método experimental como um caminho 
para o pensamento científico, no qual a verdade comprovada é 
inquestionada.
o A doutrina do Empirismo determinava que todas as pessoas, ao 
nascerem, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão 
nenhuma, sem conhecimento algum. Todo o processo do conhecer, do 
saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.
INFLUÊNCIAS 
FILOSÓFICAS
Positivismo e empirismo converteram-se nos 
alicerces filosóficos de uma nova Psicologia, na qual 
os fenômenos psicológicos eram constituídos de provas 
factuais, observacionais e quantitativas.
WILHELM WUNDT (1832-1926)
O PAI DA PSICOLOGIA
MODERNA OU CIENTÍFICA
o Primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo médico alemão 
Wilhelm Wundt, em 1879, em Leipzig, na Alemanha. 
o Seu interesse se havia transferido do funcionamento do corpo 
humano para os processos mais elementares de percepção e a 
velocidade dos processos mentais mais simples. 
o Esse laboratório formou a primeira geração de psicólogos 
preocupados com a Fisiologia.
PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Passa a definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida 
psíquica, a consciência) e delimitar seu campo de estudo, 
diferenciando-o de outras áreas de conhecimento, como a Filosofia e a 
Fisiologia.
Irá formular métodos de estudo e formular teorias enquanto um corpo 
consistente de conhecimentos na área.
Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia 
científica, isto é, deve-se buscar a neutralidade do conhecimento 
científico, os dados devem ser passíveis de comprovação, e o 
conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida 
para outros experimentos e pesquisas na área.
PRIMEIRAS 
ESCOLAS NA 
PSICOLOGIA
Embora a Psicologia científica tenha nascido na 
Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra 
campo para um rápido crescimento, resultado do 
grande avanço econômico que colocou os Estados 
Unidos na vanguarda do sistema capitalista. 
É nos EUA que surgem as primeiras abordagens ou 
escolas em Psicologia, as quais deram origem às 
inúmeras teorias que existem atualmente.
PRIMEIRAS 
ESCOLAS NA 
PSICOLOGIA: 
O ESTRUTURALISMO
O estruturalismo de Edward Bradford Titchener (1867–1927) define a 
Psicologia como ciência da consciência ou da mente, definição 
herdada de Wundt. Mostra-nos que a mente seria a soma dos 
processos mentais.
Edward Titchener - o objetivo da Psicologia seria a tarefa de 
descobrir quais são os elementos mentais, o conteúdo e a maneira 
pela qual se estruturam. 
Usa-se a introspecção para chegar a eles, que é o ato pelo qual o 
sujeito observa os conteúdos de seus próprios estados mentais, 
tomando consciência deles. 
Possíveis conteúdos mentais passíveis de introspecção - as crenças, 
as imagens mentais, memórias (sejam visuais, auditivas, olfativas, 
sonoras, táteis), as intenções, as emoções e o conteúdo do pensamento 
em geral (conceitos, raciocínios, associações de ideias).
PRIMEIRAS 
ESCOLAS NA 
PSICOLOGIA: 
O FUNCIONALISMO
Tem por base a afirmação de William James de que a 
consciência é subjetiva, está constante movimento de 
evolução, é seletiva na escolha dos inúmeros estímulos que a 
bombardeiam e tem como função principal a 
adaptabilidade dos indivíduos aos seus ambientes. 
Estudo dos processos conscientes não se limitava a uma 
descrição de elementos, conteúdos e estruturas.Na Psicologia, deveria haver espaço para as emoções, a 
vontade, os valores, as experiências religiosas e místicas —
enfim, tudo o que faz cada ser humano único.
PRIMEIRAS 
ESCOLAS NA 
PSICOLOGIA: 
O ASSOCIACIOSMO
Thorndike (1874 - 1949)
Formulação da primeira teoria da Aprendizagem
Formulou a Lei do efeito - todo comportamento tende a se repetir se for 
recompensado. Se for castigado, tenderá a não ocorrer mais.
Pensamento de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista 
(Behaviorismo). 
A aprendizagem se dá por um processo de associação de ideias. Para 
aprender uma coisa complexa, ela precisaria aprender primeiro as 
ideias mais simples.
E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com 
outras semelhantes.
A PSICOLOGIA 
DO SÉCULO XX
A Psicologia científica, que se constituiu de três 
escolas: 
• Associacionismo, 
• Estruturalismo e 
• Funcionalismo 
Foi substituída, no século XX, por novas teorias.
• Behaviorismo ou Teoria (S-R) (do inglês behaviour 
— comportamento),
• Gestalt e
• Psicanálise.
BEHAVIORISMO
Iniciado com John Watson, ficou conhecido como 
Behaviorismo Metodológico.
Tem um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, 
em função de suas aplicações práticas.
Tornou-se importante por ter definido o fato 
psicológico, de modo concreto, a partir da noção de 
comportamento (behaviour).
Burrhus F. Skinner publicou, em 1945, o livro Science 
and Human Behavior. A publicação desse livro marca o 
início do Behaviorismo Radical.
GESTALT
Nomes de destaque: Max Wertheimer, Wolfgang 
Köhler e Kurt Koffka
Tem seu berço na Europa, surge como uma negação 
da fragmentação das ações e processos humanos, 
realizada pelo movimento Behaviorista, postulando a 
necessidade de se compreender o homem como uma 
totalidade. 
A Gestalt é a tendência teórica mais ligada à 
Filosofia.
PSICANÁLISE
Propulsor do movimento Psicanalítico: Sigmund Freud
• Outros nomes de destaque:
Jacques Lacan 
Melanie Klein
Carl Jung
•Freud, na Áustria, a partir da prática médica no trabalho 
com as neuroses, postula o inconsciente como objeto de 
estudo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência 
da consciência e da razão.
MAS AFINAL, O QUE É PSICOLOGIA?
É uma disciplina, uma profissão, uma área do 
conhecimento que, ao estudar o homem, 
convive com a Antropologia, com a Filosofia, 
com a Fisiologia, com a Medicina, com a 
Sociologia, com a Física, com o Direito numa 
relação horizontalizada e de atravessamentos.
Singularidade do saber psicológico - centra-se 
nos estudos do Homem, seus desejos, percepções, 
discursos/práticas enquanto um ser social, 
historicamente capaz de influenciar e ser 
influenciado por diferentes atores e cenários 
socioeconômicos-políticos.
OBJETO DE ESTUDO: O HOMEM
O objeto de estudo da Psicologia - o Homem em sua 
integralidade/humanidade.
Homem - ser simbólico - capaz de perceber, de refletir, de sentir 
e de significar e resignificar o mundo constantemente. Sua 
capacidade de linguagem e raciocínio o possibilita transformar 
suas relações com o mundo e com os outros homens. 
Homem - ser histórico - capaz de criar história, de perceber 
passado, presente e futuro, de ter planos, projetos, medos, sonhos, 
expectativas e desejos.
FENÔMENOS PSICOLÓGICOS
Alguns estudiosos - atribuem as características humanas a nossa herança genética, 
e o seu desenvolvimento a um processo de maturação. Para esses, os fenômenos 
psicológicos são basicamente fenômenos orgânicos (neuropsicológicos) como: a 
percepção, a memória, as emoções, a atenção, dentre outros.
Outros apontam o meio ambiente como o responsável pelo desenvolvimento de 
habilidades e de competências. Os problemas que o indivíduo apresenta passam 
a ser interpretados como crises individuais, ignorando-se que possam ser 
decorrentes das condições sociais do sujeito.
Outros apostam na visão sistêmica, isto é, sem negar a herança genética, 
propõem que nos tornamos pessoas por intermédio de outras pessoas. interações 
estabelecidas com os outros seres humanos, em ambientes físicos e sociais, 
culturalmente e historicamente construídos.
CENAS DOS 
PRÓXIMOS 
CAPÍTULOS...
A Psicologia no Brasil
Interseção entre a Psicologia e o Direito
A formação do indivíduo
Desenvolvimento humano
Personalidade: algumas abordagens
PSICOLOGIA 
APLICADA 
AO DIREITO
PROF.A: CAROL GRIZ
carolina.griz@estacio.br
mailto:carolina.griz@estacio.br
ROTEIRO DE 
AULA
A Psicologia no Brasil
Interseção entre a Psicologia e o Direito
A formação do indivíduo
Desenvolvimento humano
Personalidade: conceitos-chave
A Psicologia enquanto área de atuação
 Prática psicológica foi se constituindo enquanto uma ferramenta de adequação e 
ajustamento do homem ao seu contexto social - crença de uma dicotomia entre 
normal/patológico. 
 Testes psicológicos - ganharam força e visibilidade sendo utilizados em diferentes.
 Espaços e estabelecimentos - instrumentos de avaliação da “normalidade”, da inteligência, 
da personalidade, dentre outros.
 Abordagem reducionista de sujeito - sustentada por teorias que têm o seu foco voltado
para a descrição dos comportamentos patológicos.
A Psicologia no 
Brasil
 Meados da década de 1980 - presença dos 
movimentos sociais - algumas incursões na área da 
Psicologia Social foram experimentadas 
fortalecendo-se a relação indivíduo/sociedade.
 Essa concepção, portanto, também individualizava 
e responsabilizava os indivíduos por seus sucessos 
ou fracassos. Até o fim do século XX, a Psicologia 
vinha apresentando uma prática que 
frequentemente neutralizava o social.
 A Psicologia que nasceu basicamente no campo da 
clínica tem ainda, nessa área de atuação, sua maior 
concentração profissional ainda que fundamentada 
em diferentes abordagens.
A Psicologia enquanto área de atuação
 Atualmente - o psicólogo encontra espaço e legitimidade nas escolas, nas
universidades, nas organizações, nos hospitais, nos conselhos tutelares, no
judiciário, nas políticas públicas...
 Deslocamento do privado para o público.
Interseção 
entre a 
Psicologia e o 
Direito
Em 1967 - foi referendada por Mira y Lopes como uma importante
ferramenta no campo do Direito.
Psicologia Jurídica - intensamente influenciada pelo ideário
positivista e privilegiando o método científico empregado pelas
Ciências Naturais, particularmente a Biologia, teve sua origem
ligada à aplicação de testes.
Compreensão dos comportamentos passíveis de ação jurídica -
aferida através de instrumentos de medida desenvolvidos pela
Psicologia.
Interseção 
entre a 
Psicologia e o 
Direito
A primeira demanda que se fez à Psicologia em nome da justiça
ocorreu no campo da psicopatologia.
O diagnóstico psicológico servia para classificar e controlar os
indivíduos.
No passado, a doença mental e a criminalidade foram o universo
de atuação da Psicologia no judiciário.
Hoje são as crianças, os jovens e as famílias os principais
protagonistas da intervenção psi.
Interseção 
entre a 
Psicologia e o 
Direito
Na instituição justiça, a demanda 
encaminhada à Psicologia está 
concentrada, basicamente, na 
solicitação de laudos psicológicos que 
orientam o juiz em suas decisões 
(situações – problemas).
Os psicólogos do judiciário vêm 
construindo outra prática psicológica —
uma intervenção que venha a dar a 
palavra, dar legitimidade a pessoas que 
habitualmente não têm a possibilidade, 
de dizer o que para elas é a realidade, 
ouvir suas trajetórias, suas ansiedades, 
suas formas de perceber e estar no 
mundo.
Interseção 
entre a 
Psicologia e o 
Direito
O psicólogo no judiciário tem o papel de interlocutor entre a 
instituição para a qual presta serviço e a criança, adolescente e 
ou família, seu cliente.
As intervenções do profissional psicólogo na esfera do 
Judiciário devem estar de acordo com os estudos e as práticas 
reconhecidas pela Psicologia e referendadas pelo Conselho 
Federal de Psicologia, dentre elas o Código de Ética do 
Profissional Psicólogo(CEPP 2005) e a Resolução CFP 007/2003 
que instituiu o Manual de Elaboração de Documentos Escritos.
O processo formação da 
consciência (segundo Hegel)
Tríplice dialética, consistindo em três 
elementos básicos: 
1. As relações morais, isto é, a família, ou a vida social;
2. A linguagem, ou os processos de simbolização;
3. O trabalho, ou a maneira como o homem interage
com a natureza para dela extrair seus meios de 
subsistência, elemento que será valorizado
fundamentalmente por Marx.
O processo 
histórico de 
formação da 
consciência: as 
relações 
morais
As relações morais explicam o papel do outro na formação da 
consciência de um indivíduo, que só se torna um sujeito na medida 
em que é reconhecido como tal pelo outro, ou seja, pelas outras 
consciências.
Este reconhecimento se dá inicialmente na família e posteriormente 
na vida social.
A identidade da consciência individual subjetiva depence portanto desse 
reconhecimento.
A identidade do eu é possível apenas através da identidade do outro 
que me reconhece e que por sua vez depende que eu o reconheça.
O processo histórico de formação
da consciência: a linguagem
A linguagem, os sistemas de 
representação, as relações 
simbólicas, revela como a síntese 
do múltiplo de nossa experiência 
sensível depende do emprego de 
símbolos que nós próprios 
produzimos.
O processo 
histórico de 
formação da 
consciência: o 
trabalho
O trabalho mostra como a consciência é formada
igualmente pelo modo como o homem interage com a 
natureza e a considera como o objeto do qual pode extrair
os meios de sua subsistência.
Ética e moral 
em Hegel
 Hegel constrói os conceitos de ética, moral e direito justificando-os
historicamente. 
 Trabalha uma confluência do direito clássico dos gregos, romanos e 
modernos e suas conexões subjetivas e intersubjetivas. 
 Estas conexões são tratadas problematizando a autonomia dentro 
da oposição individual/ universal. 
 Na perspectiva hegeliana, o universal, ao concretizar-se, se 
individualiza. Isso significa que a concretização sempre se dá num
conteúdo determinado, num povo, numa comunidade ética, numa
instituição.
 Assim pode-se falar em moralidade objetiva e subjetiva. 
Ética e moral 
em Hegel
 Há uma inter-relação das vontades: minha vontade livre 
tem que mediar-se com a vontade livre do outro, a fim de 
se universalizar. 
 A lei moral, portanto, não tem validade apriorística ou que 
poderíamos chamar de validade natural imediata. 
 O critério de moralidade passa a ser a possibilidade de 
universalização a posteriori, isto é, a universalização
resultante da mediação das vontades envolvidas e afetadas. 
Ética e moral 
em Hegel
 Há uma coincidência entre deveres e direitos. 
 "Por meio do ético, o homem tem direitos, na medida em que 
tem deveres, e deveres, na medida em que tem direitos". 
 Só pode ter deveres quem tem, ao mesmo tempo, 
direitos.
Desenvolvimento humano
Caracteriza o desenvolvimento como um 
processo que tem início na concepção e só
termina com a morte. 
O estudo do desenvolvimento humano é o 
conhecimento da história do homem desde
o seu nascimento (mesmo antes dele), até a 
sua morte. 
Na verdade, é compreender o que ocorre em
cada idade, cada fase da vida. 
Personalidade: 
etnologia
 ORIGEM DA PALAVRA
“persona” 
Nome dado à máscara que os
atores do antigo teatro romano
usavam para representar seus
papéis.
 PERSONALIDADE PARA O 
SENSO COMUM - aparência
externa da pessoa
 PERSONALIDADE PARA 
PSICOLOGIA - a personalidade
pode ser definida como um padrão
de características duradouras que 
produzem consistência nas
atitudes, comportamentos e 
individualidade. 
Nossa personalidade é única e nos
diferencia dos outros.
Personalidade: 
conceito
Para Trindade (2009, p. 64), “personalidade é um conjunto biopsicossocial dinâmico que
possibilita a adaptação do homem consigo mesmo e com o meio, numa equação de
fatores hereditários e vivenciais”.
Existem vários significados para a palavra personalidade, dependendo do campo de
estudo em que ela esteja sendo usada, por exemplo, no Direito, na Filosofia, na Teologia,
na Sociologia ou na Psicologia.
Personalidade: 
conceito
Nossa personalidade:
 recebe influências do meio e de nossa bagagem
genética;
 está em contínua transformação, fundamentada em uma
construção que tem início com a vida, se modificando e se 
aperfeiçoando ao longo do desenvolvimento;
 é um grupo de características adquiridas a partir do 
nascimento, que se transformam;
 inclui várias abordagens teóricas.
Como o psicólogoavaliaa personalidadede 
umapessoa?
Será que podemosmedirtudoo que somos?
Certamente que não. No entanto, algumas
características podem ser avaliadas.
INSTRUMENTOS 
DE AVALIAÇÃO 
DA 
PERSONALIDADE
ENTREVISTAS 
ESCALAS DE AVALIAÇÃO GRÁFICA
INVENTÁRIOS DE PERSONALIDADE 
TESTES PROJETIVOS 
TESTES SITUACIONAIS
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
DA PERSONALIDADE
A avaliação psicológica é feita com entrevistas e testes que 
embasam as entrevistas finais de orientação psicológica, 
além de um relatório por escrito.
CENAS PARA 
OS 
PRÓXIMOS 
CAPĪTULOS
Algumas Teorias da Personalidade: Psicodinâmicas, Sócio-
cognitivas, Biológicas e Evolucionistas, e Traços da 
Personalidade 
Psicologia social: algumas questões
Questionamentos sobre a noção de normalidade
Lei Antimanicomial
ROTEIRO DE 
AULA
Algumas Teorias da 
Personalidade
Psicologia social: algumas 
questões
Questionamentos sobre a noção 
de normalidade
Lei Antimanicomial
PSICOLOGIA APLICADA 
AO DIREITO
Prof.a: Carol Griz
carolina.griz@estacio.br
mailto:carolina.griz@estacio.br
ALGUMAS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE: PSICODINÂMICAS 
A personalidade é formada por forças e conflitos internos
sobre as quais as pessoas têm pouco conhecimento e, 
consequentemente, sobre os quais têm pouco controle.
Freud descreveu a estrutura da personalidade em três 
componentes que são apresentados, de forma didática, em 
separado, mas são interativos e relacionados a aspectos 
conscientes e inconscientes. 
São eles: Id, Ego e Superego.
ALGUMAS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE: PSICODINÂMICAS 
Id, Ego e Superego - são conceitos abstratos que 
descrevem uma interação que motiva o nosso 
comportamento.
o Id é a parte mais primitiva da personalidade, 
buscando o máximo de satisfação. 
O Ego busca equilibrar os desejos do Id e a realidade 
do mundo objetivo externo, mantendo o indivíduo 
em segurança e integrado à sociedade. 
E o Superego representa o que é certo e errado em 
uma sociedade, conforme o que foi apresentado pelo 
ambiente.
ALGUMAS TEORIAS 
DA 
PERSONALIDADE: 
SÓCIOCOGNITIVAS 
 Enfatizam a influência da cognição —
pensamentos, sentimentos, 
expectativas e valores — e da 
observação do comportamento de 
outras pessoas na determinação da 
personalidade.
 A base da personalidade está na
habilidade humana consciente e 
automotivada de mudar e se 
aprimorar.
 As pessoas têm uma necessidade
fundamental de buscar a 
autorrealização. Esse processo pode
ser vitalício para alguns, e outros 
podem nunca alcançar. 
 Outra necessidade básica, nessas
teorias, é o desejo de ser amado e 
respeitado.
ALGUMAS TEORIAS 
DA 
PERSONALIDADE: 
SÓCIOCOGNITIVAS 
 Um aspecto importante, 
nessas abordagens, diz respeito
à consideração positiva
incondicional em relação ao
outro.
 A consideração positiva
incondicional implica um 
cuidado não possessivo, uma
forma de apreciar o outro 
como uma pessoa
individualizada a quem se 
permite ter os seus próprios
sentimentos, suas próprias
experiências.
ALGUMAS TEORIAS 
DA 
PERSONALIDADE: 
BIOLÓGICAS E 
EVOLUCIONISTAS
Sugerem que os componentes 
da personalidade são 
herdados. 
A personalidade é determinada, 
em parte, pelos nossos 
genes.
As características da 
personalidade que tiveram 
sucesso entre os nossos 
ancestrais apresentam mais 
chances de serem 
preservadas e passadas para 
as próximas gerações.
Alguns pesquisadores afirmam 
que existem genes específicos 
relacionados à personalidade.ALGUMAS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE: TRAÇOS 
DA PERSONALIDADE
 Traços - para os teóricos dessa abordagem, seriam 
características do comportamento consistentes, que 
aparecem em diferentes situações.
 O grau em que os traços se apresentam nas pessoas varia.
 Principal desafio - é identificar os principais traços 
predominantes em nossa personalidade.
 Os teóricos ,nesta área, explicam a personalidade em 
termos de traços, mas diferem em termos de quais e 
quantos traços são considerados mais flexíveis.
ALGUMAS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE:TRAÇOS DA 
PERSONALIDADE
Uma das abordagens mais conhecidas nesta 
área de estudo é a dos cinco traços ou fatores.
Estes traços são: 
• Socialização/amabilidade
• Extroversão
• Realização/conscenciosidade
• Abertura para experiências 
• Neuroticismo
PSICOLOGIA SOCIAL
 É o estudo das condutas humanas que são 
influenciadas por outras pessoas.
Objeto de estudo 
 Somos nós mesmos, participando das mais 
variadas interações sociais.
 Um dos principais temas de pesquisa da 
Psicologia Social é o das atitudes sociais.
ATITUDE
ATITUDES
As atitudes são construídas ao longo da história de vida do sujeito. São aprendidas por meio da
vivência da pessoa, da imitação e da observação.
Conhecer, poder explicar e prever são acontecimentos ligados a variáveis ideológicas, políticas e
morais, que fazem parte de nossas atitudes.
PRECONCEITO
Preconceito - atitude que apresenta duas 
características específicas: se forma sempre 
em torno de um núcleo afetivamente 
negativo; e, é dirigido contra um indivíduo 
ou grupo de pessoas.
Exemplos: preconceitos étnicos, religiosos, 
políticos, culturais, ideológicos e 
profissionais.
A PSICOLOGIA SOCIAL E O 
ESTUDO DOS PRECONCEITOS
Interesse social em relação ao preconceito -
investigar as suas causas e construir 
técnicas como forma de prevenção, 
controle ou extinção.
ESTEREÓTIPOS
 Estereótipos são colocações de certas características a 
pessoas pertencentes a determinados grupos sociais.
 Os estereótipos podem ser definidos por atitudes positivas ou 
negativas, em relação a estas pessoas.
 Os estereótipos nos permitem simplificar a realidade social. 
 Por meio deles, reconhecemo-nos em determinado grupo e nos 
diferenciamos de outros grupos. Sempre que nos sentimos 
pertencentes a um grupo, desenvolvemos sentimentos de 
proteção com quem nos identificamos, e de hostilidade e 
rejeição em relação aos diferentes de nós.
DISCRIMINAÇÃO
 Discriminação - que é o comportamento que deriva do 
preconceito e do estereótipo.
 Geralmente, a discriminação é negativa e pode 
intensificar-se em situações de crise (política, econômica, 
social e emocional).
 Em cada cultura, em cada época, existem diferentes 
formas de discriminação e diferentes grupos-vítimas
desta atitude.
ESTIGMA
A palavra estigma representa algo de mal, que deve ser 
evitado.
A sociedade estabelece um modelo de categorias e tenta 
catalogar as pessoas de acordo com os atributos 
considerados naturais e comuns para ela.
Demonstra pertencer a uma categoria com atributos 
incomuns ou diferentes e pouco aceitos pelo grupo social, 
ou em casos extremos, é considerado mau e perigoso.
Quanto mais visível for a “marca”, menor será a 
possibilidade de reverter esta situação.
Questionamentos 
sobre os critérios 
de normal e 
patológico
As ideias e os critérios de avaliação destes termos 
foram sendo construídas com base no 
desenvolvimento científico, na cultura e nos 
comportamentos daqueles que avaliam os 
indivíduos.
O conceito de normal e patológico é relativo.
Sob o ponto de vista cultural, o que em uma sociedade é 
considerado “normal”, aceito e valorizado, em outra 
sociedade, ou na mesma sociedade, em outro momento 
histórico, pode ser considerado anormal, desviante ou 
patológico.
CRITÉRIOS DE NORMALIDADE
Normalidade 
como ausência 
de doença
Normalidade 
“ideal”
Normalidade 
estatística
Normalidade 
como “bem 
estar”
Normalidade 
funcional
Normalidade 
como processo
Normalidade 
subjetiva
Normalidade 
como liberdade
Normalidade 
operacional
SAÚDE 
MENTAL E 
RESILIÊNCIA
 A saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo para
apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as suas atividades e
os seus esforços para atingir a resiliência psicológica.
 A resiliência é um conceito psicológico, emprestado da Física,
definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas,
superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas —
choque, estresse etc. — sem provocar danos psicológicos.
 O conceito de Saúde Mental é mais amplo que a ausência de
transtornos mentais.
SAÚDE MENTAL
 Em Psiquiatria e em Psicologia prefere-se falar em transtornos ou 
perturbações ou disfunções ou distúrbios psíquicos no lugar de 
doença.
 Transtorno revela um conceito que descreve um comportamento 
diferente. 
 Os transtornos mentais são um campo de investigação 
interdisciplinar que envolve várias áreas das Ciências, como a 
Psicologia e a Psiquiatria.
O que fazem os 
profissionais da 
Psiquiatria e da 
Psicologia?
Quais as diferenças 
de tratamento em 
relação aos 
transtornos 
mentais?
 O psiquiatra é um profissional da 
Medicina que após ter concluído sua 
formação, opta pela especialização
em Psiquiatria. 
 Esta é realizada em 2 ou 3 anos e 
abrange estudos em Neurologia, 
Psicofarmacologia e treinamento 
específico para diferentes 
modalidades de atendimento, tendo 
por objetivo tratar os transtornos 
mentais. 
 Ele é apto a prescrever 
medicamentos no seu tratamento.
O que fazem os profissionais da 
Psiquiatria e da Psicologia?
Quais as diferenças de tratamento 
em relação aos transtornos 
mentais?
 O psicólogo tem formação superior 
em Psicologia, ciência que estuda 
os processos mentais 
(sentimentos, pensamentos, 
razão) e o comportamento 
humano. 
 O curso tem duração de 4 anos para 
o bacharelado e licenciatura, e 5 
anos para obtenção do título de 
psicólogo. 
O que fazem os profissionais da 
Psiquiatria e da Psicologia?
Quais as diferenças de tratamento 
em relação aos transtornos 
mentais?
 No decorrer do curso, a teoria é 
complementada por estágios 
supervisionados que habilitam o 
psicólogo a realizar 
psicodiagnóstico, psicoterapia, 
orientação, entre outras 
atividades, relacionadas aos 
transtornos mentais. 
 Como não é um médico, não 
pode prescrever medicamentos.
MOVIMENTO 
ANTIMANICOMIAL
Algumas abordagens críticas como a Antipsiquiatria e a Psiquiatria Social denunciaram o saber 
científico, nesta área, como manipulação, retirada da humanidade e dignidade dos portadores de 
transtornos mentais, além das condições inadequadas de tratamento e internação.
Uma das conquistas deste Movimento foi a Lei nº 10.216/2001, que determinou o fechamento 
progressivo dos hospitais psiquiátricos e a instalação de serviços substitutivos.
Em 1987, em um Encontro Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, nasceu o Movimento da Luta 
Antimanicomial.
LEI 10.216/2001 – LEI ANTIMANICOMIAL
MOVIMENTO 
ANTIMANICOMIAL
 Essas abordagens não negam que os transtornos 
mentais existam, mas se propõem a enfrentá-los, 
utilizando uma postura crítica aos métodos 
tradicionais. 
 Acreditam que o portador de transtorno mental não 
é um “monstro”, por isso, não deve ser 
desumanizado, mas, sim, avaliado por meio de sua 
história de vida.
 A partir desta lei, o Brasil tem eliminado leitos 
psiquiátricos e substituído pelos serviços dos 
Centros de Atenção Psicossocial (Caps), 
residências terapêuticas, programas de redução de 
danos, centros de convivência, oficinas de geração 
de renda, entre outros programas.
MOVIMENTO 
ANTIMANICOMIAL
 A lei nº 10.216/2001 surgiu como uma garantia de 
direitos e de reinserção social das pessoas 
estigmatizadas por serem portadoras de transtorno 
mentais. 
 Ainda se faz necessária uma luta mais ampla pelo 
respeito e garantia de direitos à diversidade e à 
singularidade de cada um.
CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOSa. O princípio constitucional do melhor 
interesse da criança 
b. Guarda compartilhada
c. Alienação parental
d. Alguns exemplos para reflexão
Paradoxos da contemporaneidade que 
merecem uma discussão 
Palestra ministrada pela promotora 
de Justiça Gabriela Lima Lapenda
Figueiroa
P SI C O LO GI A 
A P L I C A D A A O 
D I R E I T O
P R O F. A : C A R O L G R I Z
C A R O L I N A . G R I Z @ E S TA C I O . B R
mailto:CAROLINA.GRIZ@ESTACIO.BR
ROTEIRO DE AULA
➢ A FAMÍLIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES: UM 
BREVE HISTÓRICO
➢TIPOS DE FAMÍLIAS
➢ A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: 
RELAÇÕES AFETIVAS
FAMÍLIA(S)
• A família é, em princípio, o primeiro grupo ao qual 
o ser humano pertence.
• A família, enquanto instituição, pode ser entendida 
como uma construção social que varia ao longo 
da história da humanidade: 
1. Na civilização romana antiga, a 
consanguinidade (o parentesco biológico) não 
era necessária para o pertencimento à 
família. 
• Se partirmos da família patriarcal, observaremos que 
esta não era composta apenas de marido, 
mulher e filhos. 
• Ela se caracterizava como família extensa e poderia 
incluir parentes, criados, escravos, e todos aqueles 
que vivessem sob o comando do patriarca.
FAMÍLIA(S)
• A família, enquanto instituição, pode ser entendida 
como uma construção social que varia ao longo 
da história da humanidade: 
2. Até a Idade Média, o casamento era um 
contrato articulado pelos pais dos noivos para 
servir de base a alianças entre as famílias.
• O pai da jovem transferia a tutela de sua filha 
para o marido, sem que a existência de amor e a 
possibilidade de escolha fossem consideradas.
UM PARÊNTESES
O sentimento de família, como nós o 
conhecemos, começou a ser desenvolvido a 
partir do século XVI.
Antes disso, a família não era entendida como um 
espaço privado. 
O 
PATRIARCADO
Supremacia do patriarcado permaneceu por vários 
séculos.
A partir da Revolução Francesa os ideais de liberdade, 
igualdade e fraternidade e o respeito à singularidade de 
cada um na rede social ganharam força e o patriarcado foi 
lentamente entrando em declínio.
Individualismo - é um conceito que exprime a afirmação 
e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à 
sociedade ou ao Estado. 
O exercício da liberdade individual implica, 
necessariamente, na possibilidade de fazer escolhas e por 
elas se responsabilizar.
CE L'AMOUR: 
A FAMÍLIA 
NUCLEAR 
BURGUESA
O casamento por amor foi se estabelecendo 
como o desejável e, entre os séculos XVIII e 
XIX, o amor romântico se torna o ideal de 
casamento e deu sustentação ao casamento 
monogâmico e à família nuclear burguesa, 
ou seja, aquela composta por pai, mãe e filhos.
Com a modernidade e o crescimento do 
individualismo, amor, sexualidade e 
casamento se associaram. 
Um novo ideal de conjugalidade fez do 
casamento o lugar de promessa de felicidade 
onde o amor e a sexualidade são condições 
fundamentais.
DEMARCANDO 
TERRITÓRIO
• No final do século XIX e início do século XX -
passamos de uma sociedade repressiva para uma 
sociedade mais permissiva.
• Início do declínio do modelo patriarcal no meio 
doméstico - a relação entre pais e filhos se 
modificou.
• O domínio do homem neste terreno se enfraqueceu e 
a mulher se consagrou como rainha do lar.
• Espaço privado passou a ser o território feminino, 
enquanto o espaço público se consolidou como 
território masculino.
A INVENÇÃO DA 
MATERNIDADE
• Invenção da maternidade - quando se exaltou a 
importância da mãe na criação dos filhos. 
• A criança tornava-se propriedade exclusiva da mãe, 
havendo praticamente um desconhecimento do pai 
no início de sua vida.
• A família se firmou como base de sustentação da 
sociedade. 
• A família patriarcal evoluiu e deu lugar à família
caracterizada como um grupo vinculado pelo afeto.
A FAMÍLIA E O PROCESSO 
DE SOCIALIZAÇÃO 
• A família moderna passou a ser compreendida como 
uma entidade socioafetiva que tem o dever de afeto 
entre os seus membros.
• Base para o processo de socialização da criança, 
bem como as tradições e os costumes perpetuados 
através de gerações.
• A família tornou-se responsável pela garantia da 
ordem e pela formação educacional e afetiva de 
sua prole.
CE L'AMOUR?
• Até meados do século passado, era desejado que o 
amor, e consequentemente, o casamento, durassem 
para sempre e se sustentassem em projetos comuns.
• Trocava-se uma parcela de felicidade por 
segurança.
• A inserção da mulher no mercado de trabalho e 
as possibilidades por ela adquiridas de controle da 
natalidade contribuíram para o declínio progressivo 
do patriarcado.
CE L'AMOUR?
• Pode-se dizer que a estrutura familiar tradicional foi 
redefinida com a diluição da supremacia do 
homem no contexto familiar.
• As exigências atuais do individualismo pressionam os 
parceiros no sentido da ruptura de uma relação que 
não se encaixe nos moldes considerados ideais.
• A contemporaneidade produz a crença de que a 
conjugalidade não deve interferir na 
individualidade e, cada vez mais, os indivíduos parecem 
acreditar que não se deve abrir mão do prazer em 
nome da estabilidade da relação conjugal.
CE L'AMOUR?
Feres-Carneiro - os ideais individualistas de relação 
conjugal enfatizam mais a autonomia e a satisfação 
de cada cônjuge do que os laços de dependência 
entre eles.
Ehrenberg - estimula-se a busca de prazer constante, 
o que, paradoxalmente, resulta em uma experiência de 
insuficiência e fracasso.
Bauman - hoje, vive-se uma espécie de modernidade 
líquida, fluida e com um consumismo exacerbado. 
A exacerbação do individualismo e a cultura do 
descartável repercutem na conjugalidade e na 
parentalidade.
TIPOS DE FAMÍLIA
Nuclear - família padrão, dita 
tradicional. Pais casados morando 
com seus filhos biológicos.
Monoparental - é aquela em que apenas 
um dos pais de uma criança arca com 
as responsabilidades de criar o filho. 
Podem ser beneficiadas por uma rede 
de apoio social e afetiva, ou seja, pela 
presença de pessoas significativas, sejam da 
família extensa, amigos ou membros da 
comunidade, com os quais possam manter 
relações afetivas.
TIPOS DE FAMÍLIA
Família recomposta (ou família 
reconstituída) - define-se pela presença, no 
lar, de filhos provenientes de uniões 
anteriores de um ou de outro cônjuge, 
ou seja, uma pessoa que já tem uma família 
leva seus filhos, oriundos desta família, para 
conviverem com a sua nova relação, que pode 
também já ter filhos. 
Não existe uma família recomposta 
típica. 
Famílias homoafetivas colocam em 
questão o modelo tradicional fundado na 
reprodução biológica e a 
heterossexualidade do casal, pois as crianças 
não nasceram de sua união sexual.
ESCUTEM 
COM 
ATENÇÃO
A opção por não constituir família - o 
casamento contemporâneo não 
necessariamente envolve um 
projeto de filiação e descendência e 
vem crescendo o número de casais que 
optam por não ter filhos. 
Há muita estigmatização e pressão 
social sofrida por casais que optam por 
não ter filhos.
ESCUTEM 
COM 
ATENÇÃO
Conjugalidade - Dois 
sujeitos, com suas diferentes 
histórias de vida, se unem e 
estabelecem uma relação.
Parentalidade - é a 
relação estabelecida entre 
pais e filhos
O MITO DO 
AMOR 
MATERNO
• Mito do amor materno (Badinter) - o amor materno enquanto 
instinto (universal e natural), é um mito construído 
sóciohistoricamente. 
• O amor materno, portanto, não é inato nem inscrito desde sempre 
na natureza feminina.
• A mulher era feita para ser mãe, e uma boa mãe. 
• As exceções eram consideradas patológicas.
• O amor materno, portanto, não é uma norma, mas é adquirido ao 
longo dos dias passados ao lado do filho, e por ocasião dos cuidados 
que lhe são dispensados.
MITO DA ESSÊNCIA MASCULINA OU 
FEMININA
NÃO SE PODE FALAR DE 
UMA ESSÊNCIA 
MASCULINA OU FEMININA, 
DE CARÁTER ABSTRATO E 
UNIVERSAL, MAS, SIM, DE 
PESSOAS, SITUADAS 
TEMPORAL E 
RELACIONALMENTE.
MASCULINO E FEMININOSÃO CATEGORIAS 
INSCRITAS NO SOCIAL QUE 
GANHAM SIGNIFICADOS 
DIVERSOS EM FUNÇÃO DO 
CONTEXTO.
SOBRE A 
PARENTALIDADE
Parentalidade - não se estabelece 
automaticamente a partir da chegada de 
um filho, mas é um complexo e lento 
processo.
Tornar-se pai ou mãe é investir 
afetivamente na criança, reconhecendo-
a como filho.
A filiação não está apoiada apenas na 
realidade genética, mas deve ser fundada 
no desejo e na disponibilidade de 
assumir a função parental.
SOBRE A PARENTALIDADE
Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum lugar. 
Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar. Quando 
nomeada, a criança é incluída em uma rede de parentesco a qual se vinculará, e 
a família será responsável pela produção de sua identidade social.
Filiação socioafetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o 
sujeito em uma família. É necessário também que tenha sido tratado, educado e 
mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela 
sociedade e pela família.
FILIAÇÃO AFETIVA
• A filiação afetiva ganha cada vez mais espaço e diferentes 
adultos podem assumir funções parentais, mesmo 
não sendo os pais legais nem os genitores.
• No caso de uma adoção não existe gestação, mas os 
pais adotivos vão falar de uma “gestação psicológica”, que 
indica seu desejo de receber a criança adotada como 
filho.
• Qualquer processo de construção da 
parentalidade se inicia com uma criança 
imaginária, sonhada durante a gravidez ou durante o 
período de espera da adoção.
CONJUGALIDADE X
PARENTALIDADE
• O fracasso conjugal dos pais não impede que se 
continue a assegurar conjuntamente as funções 
parentais. 
• Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de 
cuidar dos laços parentais.
• Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o 
laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex-
cônjuges devem permanecer pais em conjunto e de 
comum acordo.
C ONJUGALIDADE X
PARENTALIDADE
• Um aspecto importante ainda a ser considerado é o justo desejo 
de ambos ex-cônjuges de terem suas vidas afetivas refeitas.
• A criança irá se defrontar com a multiplicação dos papéis 
parentais e a distribuição da função de pai e mãe para 
outros homens e mulheres, na medida em que padrastos e 
madrastas passam a conviver com ela.
C ONJUGALIDADE X
PARENTALIDADE
• O sucesso dessas construções dependerá do tipo de 
relação estabelecida entre os pais, entre estes e os novos 
cônjuges e do lugar que a criança ocupará em cada uma 
das suas novas famílias.
• É fundamental que a figura parental que estiver provisoriamente 
ausente do cotidiano do filho, em decorrência da separação, deva 
poder continuar convivendo com ele sem que se faça um 
movimento de tentar substituí-lo pelo novo parceiro do 
pai ou da mãe.
PRINCÍPIO DO MELHOR 
INTERESSE DA CRIANÇA
• Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos 
da Criança - o direito da criança à sua identidade, 
inclui, enquanto elementos básicos da identidade de um 
indivíduo, a nacionalidade, o nome e as relações 
familiares.
• Princípio do Melhor Interesse da Criança, previsto 
na Constituição em seu artigo 227, mas também no 
Estatuto da Criança e do Adolescente em seus 
artigos 4º e 5º - a convivência familiar foi entendida 
como um direito fundamental da infância, e a 
filiação sócioafetiva foi valorizada.
No processo de dissolução do vínculo conjugal por separação judicial ou pelo divórcio consensual, 
espera-se que os pais possam entrar em acordo sobre a guarda dos filhos. 
Até recentemente, o mais comum era a adoção do modelo de guarda unilateral, geralmente concedida 
à mãe, por se acreditar que ela teria melhores condições para exercê-la.
As mulheres foram conquistando, em nossa sociedade, igualdade de direitos e oportunidades, mas também 
os homens têm buscado ocupar um maior espaço no cotidiano familiar e igualdade de direitos 
na participação da educação dos filhos.
A lei nº 11.698/2008 representou uma nova compreensão do modelo de família e estabeleceu como 
preferencial o modelo de guarda compartilhada, que permitiu repensar a concepção vigente até então 
quanto aos papéis de pai e de mãe na formação de um filho.
 A QUESTÃO DA GUARDA 
Atualmente temos a Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014 que surgiu para estabelecer o 
significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
Com a guarda compartilhada, pretende-se atenuar o impacto negativo da ruptura conjugal, 
mantendo ambos os pais envolvidos na criação dos filhos. 
Sua proposta é corresponsabilizar ambos os genitores em todas as decisões e nas atividades 
referentes aos filhos, de modo que possam participar em igualdade de condições. 
O que se compartilha é a guarda jurídica, seus deveres e direitos legais em relação à assistência prestada aos 
filhos e não, necessariamente, à guarda física.
 A QUESTÃO DA GUARDA 
 ALIENAÇÃO PARENTAL
• A Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse dos pais prevalece 
sobre os interesses dos filhos, provocando danos em seu desenvolvimento.
• O termo alienação parental foi utilizado em meados dos anos 1980 por Richard Gardner.
• O autor denominou de Síndrome de Alienação Parental (SAP) o que seria um distúrbio infantil 
provocado em menores de idade expostos às disputas judiciais entre seus pais. 
• A criança demonstraria uma intensa rejeição a um dos genitores (o genitor alienado) como 
resultado de manipulação psicológica realizada pelo outro genitor (o genitor alienador), 
sem que houvesse uma justificativa para isso.
• A
 
menos que um dos pais seja física ou psicologicamente nocivo para o 
filho,
 
NADA justifica a privação do exercício da função parental, sendo a 
convivência com ambos os pais um direito inalienável atribuído à 
criança.
 • A criança tem o direito de continuar ligada às duas famílias e ser impregnada por 
suas histórias.
O que é Psicologia? 
Psicologia cientifica vs. Senso comum 
Teorias da Psicologia: Funcionalismo, Estruturalismo, Associacionismo, Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise
Interseção entre a Psicologia e o Direito
A formação do indivíduo: Desenvolvimento humano, Teorias da Personalidade (Psicodinâmicas, Sóciocognitivas, Biológicas E 
Evolucionistas, e Traços da Personalidade)
Questionamentos sobre a noção de normalidade e a Lei Antimanicomial
A família e suas transformações, a construção de parentalidade e Conjugalidade vs. Parentalidade.
O princípio constitucional do melhor interesse da criança 
Alienação parental
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO 
DA PARENTALIDADE: 
RELAÇÕES AFETIVAS
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: 
RELAÇÕES AFETIVAS
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Vamos iniciar com dois conceitos: 
Conjugalidade - Dois sujeitos, com 
suas diferentes histórias de vida, se 
unem e estabelecem uma relação.
Parentalidade - é a relação 
estabelecida entre pais e filhos
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Mito do amor materno (Badinter) - o amor materno enquanto instinto (universal 
e natural), é um mito construído sóciohistoricamente. O amor materno, portanto, 
não é inato nem inscrito desde sempre na natureza feminina.
A mulher era feita para ser mãe, e uma boa mãe. As exceções eram consideradas 
patológicas.
O amor materno, portanto, não é uma norma, mas é adquirido ao longo dos dias 
passados ao lado do filho, e por ocasião dos cuidados que lhe são dispensados.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Não se pode falar de uma essência 
masculina ou feminina, de caráter abstrato 
e universal, mas, sim, de pessoas, situadas 
temporal e relacionalmente.
Masculino e Feminino são categorias 
inscritas no social que ganham significadosdiversos em função do contexto.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Parentalidade - não se estabelece automaticamente a partir da chegada
de um filho, mas é um complexo e lento processo.
Tornar-se pai ou mãe é investir afetivamente na criança, reconhecendo-a
como filho.
A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, mas deve ser
fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum 
lugar. Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar. Quando 
nomeada, a criança é incluída em uma rede de parentesco a qual se vinculará, 
e a família será responsável pela produção de sua identidade social.
Filiação socioafetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o sujeito 
em uma família. É necessário também que tenha sido tratado, educado e 
mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela 
sociedade e pela família.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
A filiação afetiva ganha cada vez mais espaço e diferentes adultos podem assumir 
funções parentais, mesmo não sendo os pais legais nem os genitores.
No caso de uma adoção não existe gestação, mas os pais adotivos vão falar de 
uma “gestação psicológica”, que indica seu desejo de receber
a criança adotada como filho.
Qualquer processo de construção da parentalidade se inicia com uma criança 
imaginária, sonhada pela mãe durante a gravidez ou durante o período de espera 
da adoção.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Conjugalidade X Parentalidade: separações e recasamentos
O fracasso conjugal dos pais não impede que se continue 
a assegurar conjuntamente as funções parentais. 
Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de 
cuidar dos laços parentais.
Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o 
laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex-cônjuges 
devem permanecer pais em conjunto
e de comum acordo.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Um aspecto importante ainda a ser considerado é o justo desejo de 
ambos ex-cônjuges de terem suas vidas afetivas refeitas.
A criança irá se defrontar com a multiplicação dos papéis parentais e 
a distribuição da função de pai e mãe para outros homens e 
mulheres, na medida em que padrastos e madrastas passam a 
conviver com ela.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
O sucesso dessas construções dependerá do tipo de relação estabelecida 
entre os pais, entre estes e os novos cônjuges e do lugar que a criança 
ocupará em cada uma das suas novas famílias.
É fundamental que a figura parental que estiver provisoriamente ausente do 
cotidiano do filho, em decorrência da separação, deva poder continuar
convivendo com ele sem que se faça um movimento de tentar substituí-lo 
pelo novo parceiro do pai ou da mãe.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança 
- o direito da criança à sua identidade, inclui, enquanto 
elementos básicos da identidade de um indivíduo, a 
nacionalidade, o nome e as relações familiares.
Princípio do Melhor Interesse da Criança, previsto na 
Constituição em seu artigo 227, mas também no Estatuto 
da Criança e do Adolescente em seus artigos 4º e 5º - a 
convivência familiar foi entendida como um direito 
fundamental da infância, e a 
filiação sócioafetiva foi valorizada.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
No processo de dissolução do vínculo conjugal por separação judicial ou
pelo divórcio consensual, espera-se que os pais possam entrar em
acordo sobre a guarda dos filhos.
Até recentemente, o mais comum era a adoção do modelo de guarda
unilateral, geralmente concedida à mãe, por se acreditar que ela teria
melhores condições para exercê-la.
Guarda Compartilhada
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
As mulheres foram conquistando, em nossa sociedade, igualdade de 
direitos e oportunidades, mas também os homens têm buscado 
ocupar um maior espaço no cotidiano familiar e igualdade de direitos 
na participação da educação dos filhos.
A lei nº 11.698/2008 representou uma nova compreensão do modelo 
de família e estabeleceu como preferencial o modelo de guarda 
compartilhada, que permitiu repensar a concepção vigente até então 
quanto aos papéis de pai e de mãe na formação de um filho.
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Atualmente temos a Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014 que surgiu 
para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e 
dispor sobre sua aplicação.
Com a guarda compartilhada, pretende-se atenuar o impacto negativo da 
ruptura conjugal, mantendo ambos os pais envolvidos na criação dos 
filhos. Sua proposta é corresponsabilizarambos os genitores em todas as 
decisões e nas atividades referentes aos filhos, de modo que possam 
participar em igualdade de condições. O que se compartilha é a guarda 
jurídica, seus deveres e direitos legais em relação à assistência prestada 
aos filhos e não, necessariamente, à guarda física.
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AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
A Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse 
dos pais prevalece sobre os interesses dos filhos, provocando danos em 
seu desenvolvimento.
O termo alienação parental foi utilizado em meados dos anos 1980 por 
Richard Gardner.
O autor denominou de Síndrome de Alienação Parental (SAP) o que seria 
um distúrbio infantil provocado em menores de idade expostos às 
disputas judiciais entre seus pais. 
Alienação Parental
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A criança demonstraria uma intensa rejeição a um dos genitores (o
genitor alienado) como resultado de manipulação psicológica realizada
pelo outro genitor (o genitor alienador), sem que houvesse uma
justificativa para isso.
Questiona-se a classificação de tal comportamento como uma
síndrome, pois se entende que existem muitos fatores que podem
contribuir para sua ocorrência e não apenas a patologia dosgenitores.
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Na lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre a
alienação parental, ela é descrita como sendo a
interferência na formação psicológica da criança
ou do adolescente promovida ou induzida por um
dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a
criança ou o adolescente sob a sua autoridade,
guarda ou vigilância para que repudie genitor ou
que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com ele.
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Existem 7 itens elencados, no parágrafo único do Art. 2, da referida lei, em que 
são exemplificadas formas de alienação parental:
• Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da 
paternidade ou maternidade;
• Dificultar o exercício da autoridade parental;
• Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
• Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
• Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre 
a criança ou adolescente, 
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• Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou 
contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança 
ou adolescente;
• Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa,visando a 
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, 
com familiares deste ou com avós.
O fato de deter uma guarda unilateral acaba conferindo ao guardião um poder 
que pode ser utilizado para dominar a situação e provocar inúmeros 
constrangimentos ao outro genitor.
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A menos que um dos pais seja física ou 
psicologicamente nocivo para o filho, nada justifica 
a privação do exercício da função parental, sendo a 
convivência com ambos os pais um direito 
inalienável atribuído à criança. 
A criança tem o direito de continuar ligada às duas 
famílias e ser impregnada por suas histórias.
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AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.

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