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Governo Joao Goulart

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Governo Joao Goulart 
(1961-1964) 
 
⇾ O governo de João Goulart (Jango) 
iniciou em setembro de 1961, após a 
renúncia de Jânio Quadros, e estendeu-se 
até abril de 1964, quando foi destituído em 
consequência do Golpe Civil-Militar. 
 
⇾ Jango sofreu forte oposição dos setores 
conservadores ligados a UDN e das forças 
armadas, que tentavam impedir a sua 
posse, pois o acusavam de ser comunista. 
⇾ Ao mesmo tempo, grupos representantes 
do PTB iniciaram uma campanha legalista no 
Rio Grande do Sul, pela posse de João 
Goulart, liderada por Leonel Brizola 
governador desse estado (e cunhado de 
Jango) e apoiada pelo comandante do III 
Exército, general Machado Lopes. 
 
⇾ Para evitar que o país entrasse em uma 
guerra civil, o Congresso Nacional aprovou 
uma emenda constitucional, criando o 
parlamentarismo. Assim, Jango assumiria a 
presidência com poderes limitados, mas 
quem governaria, de fato, seria o primeiro-
ministro escolhido pelo Congresso. 
 
 
Fase parlamentarista 
⇾ O parlamentarismo lhe impunha muitas 
limitações e, por isso, nesse período Jango 
não teve muitas possibilidades de realizar 
reformas e propor projetos para o Brasil. 
⇾ Além disso, a experiência 
parlamentarista no Brasil foi marcada pela 
instabilidade e, em um período de 14 meses, 
três pessoas ocuparam o cargo de primeiro-
ministro: Tancredo Neves, Brochado da 
Rocha e Hermes de Lima. 
 
 
 
 
⇾ Após assumir a presidência do Brasil, 
Jango encontrou um país cheio de 
problemas e com tensões sociais prestes a 
estourar: 
• O país tinha uma alta dívida externa e o 
prazo para o seu pagamento era curto (o 
Brasil não tinha como pagar). Goulart 
procurou negociar com os EUA a dívida 
externa e obter novos empréstimos, mas 
não obteve sucesso. 
• A inflação em alta era um problema 
desde o fim da década de 1940. 
• No contexto da sua posse, camponeses e 
estudantes eram os dois grupos mais 
radicalizados. Os movimentos de 
camponeses exigiam a realização da 
reforma agrária e os estudantes exigiam a 
ampliação e a melhora do ensino 
superior do país. 
 
 
Lei de Remessa de Lucros - 1962 
⇾ Aprovação durante o período 
parlamentar, impedia que multinacionais 
enviassem mais de 10% de seus lucros para 
fora do país. Essa lei transitava no Legislativo 
brasileiro desde a década de 1950 e sua 
aprovação desagradou conservadores e 
grupos ligados a interesses estrangeiros no 
país. 
 
Plano Trienal 
⇾ Em 1962, o governo lançou o Plano 
Trienal. Seu objetivo era combater a 
inflação, reduzir o déficit público e promover 
o crescimento econômico. Para isso, foram 
tomadas algumas medidas, como a 
desvalorização da moeda e a redução das 
importações. O plano, no entanto, 
fracassou. 
 
⇾ O governo parlamentarista de Jango 
teve fim com um plebiscito (decisão 
popular) em que a população decidiu pelo 
retorno do presidencialismo. Assim, João 
Goulart assumiu o poder com plenos 
poderes. 
 
⇾ Apesar das dificuldades, o governo 
incentivou o comércio com os países 
socialistas e latino-americanos, implantou a 
Eletrobras e as bases para a futura Embratel, 
inaugurou usinas siderúrgicas e refinarias de 
petróleo e estendeu os benefícios da 
previdência social aos trabalhadores rurais. 
 
Fase presidencialista 
 
Reformas de Base 
⇾ Era um programa que estabelecia 
reformas em diferentes áreas do Brasil e que 
resultariam em transformações profundas a 
longo prazo. Abrangiam reformas bancária, 
eleitoral, educacional, urbana, fiscal/tributária 
e agrária. 
⇾ Entre todas, a reforma agrária foi a que 
ocupou o debate político do Brasil. Ela 
estipulava que propriedades acima de 500 
hectares que não estivessem sendo 
utilizadas seriam desapropriadas pelo 
governo mediante pagamento indenizatório 
para o dono. A partir disso, seria realizada a 
distribuição dessas terras para camponeses 
que não possuíam terras. 
 
⇾ As reformas de base dividiram a 
sociedade. De um lado, eram apoiadas por 
grupos de esquerda e dos setores 
trabalhistas, dos sindicalistas, dos integrantes 
das Ligas Camponesas e das entidades 
estudantis (lideradas pela União Nacional 
dos Estudantes-UNE). 
 
 
De outro lado, os opositores eram os grupos 
conservadores, como as associações 
patronais, empresários, oficiais de alta 
patente das Forças Armadas, setores da 
alta hierarquia da Igreja católica, políticos 
de direita, etc. que consideravam as 
reformas de base um caminho para a 
implantação do comunismo no Brasil. 
Inseguros, parlamentares do PSD – que 
somados ao PTB garantiam a base política 
do presidente no Congresso – 
aproximaram-se dos deputados da UDN, 
que faziam forte oposição ao governo de 
Jango. 
 
⇾ No dia 13 de março de 1964, no Rio de 
Janeiro, foi realizado um grande comício 
com a presença de aproximadamente 150 
mil pessoas, em apoio às reformas de base. 
Na ocasião, o presidente assinou decretos 
nacionalizando as refinarias de petróleo e 
anunciou a desapropriação de terras ao 
longo das rodovias federais como parte da 
política de reforma agrária. 
 
⇾ Como resposta, em 19 de março do 
mesmo ano, a oposição levou às ruas de 
São Paulo aproximadamente meio milhão 
de pessoas em uma passeata conhecida 
como Marcha da Família com Deus pela 
Liberdade. Liderados por empresários, 
representantes da classe média e setores 
do clero, os manifestantes protestavam 
contra o “comunismo” do governo 
Goulart. Essa passeata proporcionou o 
apoio político e social necessário para o 
golpe que derrubaria o presidente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Golpe militar de 1964 
⇾ O Golpe Militar teve início na cidade 
de Juiz de Fora, no dia 31 de março de 
1964, sob o comando do general Olímpio 
de Mourão Filho, contando com o apoio 
do governo dos Estados Unidos, de alguns 
governadores de estado (como Carlos 
Lacerda, da Guanabara, Magalhães Pinto, 
de Minas Gerais, e Ademar de Barros, de 
São Paulo), das lideranças udenistas, dos 
representantes dos meios de 
comunicação, dos empresários e de 
amplos setores das classes médias. Dessa 
forma, João Goulart foi destituído do poder. 
⇾ Isolado e indisposto a convocar as 
massas para a luta armada, o presidente 
João Goulart exilou-se no Uruguai, e o 
poder foi entregue provisoriamente a 
Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara. 
Iniciava-se assim um dos períodos mais 
sombrios da história brasileira: a ditadura 
civil-militar, que se estenderia até 1985.

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