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Trabalho Agrometeorologia - Irrigação do Feijão Caupi Norte MG


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TRABALHO DE AGROMETEOROLOGIA
MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DO FEIJÃO-CAUPI NA CIDADE DE MONTES CLAROS - MG SEGUINDO O TURNO DE REGA FIXO E VARIÁVEL
Membros do Grupo:
INTRODUÇÃO
Cultura e município 
A cidade de Montes Claros está situada na região do Norte de Minas Gerais no Médio São Francisco. Montes Claros é a principal cidade do Norte de Minas, com população estimada de 402.027 mil habitantes, segundo o IBGE 2017, e se destaca como polo industrial, prestação de serviço e comércio. Além disso, Montes Claros se destaca na pecuária de corte e leite, seguido pela agricultura. A cidade tem como principais produtos agrícolas o feijão, milho, mandioca, algodão e arroz irrigado, dentre outros. Desta forma, foi escolhido a cultura do feijão para simular o manejo da irrigação 
Variedade do Feijão
A variedade de feijão escolhida foi o feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.]. Esta variedade é bastante cultivada na região norte e nordeste do Brasil, em virtude, essencialmente, da sua adaptação às condições edafoclimáticas. O ciclo da cultura fica entre 60 e 80 dias, dependendo das condições de temperatura e estresse hídrico. No entanto, se desenvolve bem em condições de pouca disponibilidade hídrica e baixa fertilidade do solo. Devido ao seu ciclo, esta variedade é usada como segunda safra ou safrinha. (Castelletti & Costa, 2013; Mancuso et al., 2016; Xavier et al., 2006).
As características desta variedade estão dispostas nos quadros seguintes. Na Tabela 1 estão dispostas as fases fenológicas e os dias de duração de cada fase segundo Souza et al. (2015). 
Tabela 1 - Delimitação das fases fenológicas para o milho e feijão-caupi (por Souza et al. (2015).
Na tabela 2 estão dispostos os valores do coeficiente de cultura (Kc) para cada fase fenológica. 
Tabela 2 - Valores médios dos coeficientes de cultura (Kc)
Na tabela 3 está disposto o resumo das informações já apresentadas além da profundidade efetiva das raízes em cada fase fenológica. 
Tabela 3 - Resumo das informações da cultura
A cultura do feijão-caupi apresenta uma máxima fração de esgotamento da água disponível do solo (f) de 0,45, de acordo com ALLEN et al., (1998).
Tabela 4 - Máxima fração de esgotamento da água disponível do solo (f) para fins de irrigação ( ALLEN et al., 1998) 
Período para condução da irrigação e dados meteorológicos 
O período escolhido para simular o manejo da irrigação foi entre setembro e novembro de 2022. Este período refere-se a parte do período seco e início do período chuvoso (Figura 1). Neste intervalo, para o plantio do feijão é recomendado o uso da irrigação de forma a compensar o volume de chuva.
Figura 1 - Ciclo de chuva mensal
Os dados meteorológicos foram obtidos no site do INMET (https://bdmep.inmet.gov.br/#). Os dados obtidos foram temperatura máxima, mínima e média, umidade relativa média, velocidade do vento, insolação total e precipitação pluvial.. 
METODOLOGIA
Os dados obtidos no INMET passaram por tratamento, convertendo os valores conforme as necessidades das equações. Os dados foram utilizados para obter a ETo conforme as planilhas de cálculo apresentadas. Para o cálculo da ETo, foram utilizadas as equações presentes no texto acadêmico. O método utilizado foi o de PENMAN-MONTEITH (Padrão FAO) (equação 1).
equação 1
Por meio da ETo, foi calculada a ETc. Para o cálculo da ETc, foram considerados a profundidade efetiva (Z) e o coeficiente da cultura (Kc) de cada fase fenológica (Tabela 3). 
Após obter a ETc, foi calculado a capacidade de água disponível (CAD) de acordo com a profundidade. Com o CAD, foi calculada a água facilmente disponível (AFD) que leva em consideração a máxima fração de esgotamento da água disponível do solo (f ) (Tabela XX). 
O manejo da irrigação foi realizado considerando o Turno de Rega Fixo e Turno de Rega Variável.
Turno de Rega Fixo (TRF): inicialmente foi calculado o turno de rega mínimo considerando a ETc máxima do período (TR = AFD/ETcmax). Considera-se uma irrigação inicial elevando o armazenamento à umidade de capacidade de campo (Ucc). Para cada dia retira-se a ETc referente ao dia do armazenamento. Quando alcançado o TR, foi efetuado a irrigação elevando a umidade do solo à Ucc. Na lâmina aplicada, foi descontada a lâmina de chuva. Para cada fase do desenvolvimento, foi calculado um volume de armazenamento de acordo com a profundidade efetiva.
Turno de Rega Variável (TRV): No cálculo do armazenamento foi considerado a chuva, diferente do TRF, que considera a chuva no cálculo da lâmina de irrigação. Desta forma, a lâmina de irrigação permanece fixa. O armazenamento é subtraído pela ETc até próximo de zero onde é efetuado a irrigação elevando o armazenamento ao máximo em cada fase.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi construído o manejo da irrigação de acordo com a evapotranspiração de referência e da cultura do feijão caupi, no município de Montes Claros - MG. No Turno de Rega Fixo foram efetuadas 23 irrigações no ciclo, considerando a chuva, e totalizando uma lâmina de água total de 230,8mm. No Turno de Rega Variável foram efetuadas 11 irrigações, considerando a chuva, e totalizando uma lâmina de água total de 200,8mm.
REFERÊNCIAS
ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration-guidelines for computing crop water requirements. Roma: FAO, 1998. 300p. (FAO - Irrigation and Drainage Paper, 56).
Castelletti CHM & Costa AF (2013) Feijão-caupi: alternativa sustentável para os sistemas produtivos. Pesquisa Agropecuária Pernambucana, 18:1-2
Mancuso, Mauricio Antonio Cuzato et al. Seletividade e eficiência de herbicidas no controle de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Revista Ceres, v. 63, p. 25-32, 2016.
Souza, Luciana Sandra Bastos de et al. Requerimento hídrico e coeficiente de cultura do milho e feijão-caupi em sistemas exclusivo e consorciado. Revista Caatinga, v. 28, p. 151-160, 2015.
Xavier GR, Martins LMV, Ribeiro JRA & Rumjanek NG (2006) Especificidade simbiótica entre rizóbios e acessos de feijão caupi de diferentes nacionalidades. Revista Caatinga, 19:25-33.
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