Buscar

Inflamação: Processo e Mediadores

Prévia do material em texto

Patologia Geral 
Caso 4 
Inflamação 
Introdução 
A inflamação, também chamada de flogose, é uma reação 
local que defende o organismo da ação de agentes lesivos 
inflamatórios, reação que é caracterizada pela coexistência 
de fenômenos regressivos, produtivos e reparativos, 
acompanhados de uma reação geral do organismo. 
A inflamação é uma resposta protetora com um potencial 
lesivo que depende de dois fatores associados, um tecido 
conjuntivo vascularizado e mediadores químicos, pois as 
células de defesa não possuem a capacidade de sair do vaso 
e ir até o local da agressão sem o intermédio dos 
mediadores. 
Quanto a história da inflamação, no ano 100 Celsus descobriu 
os quatro sinais cardinais da inflamação (dor, calor, rubor e 
tumor), em 1793 se estabeleceu que inflamação era uma 
resposta a uma agressão, não a uma doença. Em 1882 a 
fagocitose foi descoberta e posteriormente se identificou a 
importância de mediadores químicos para a inflamação. Por 
fim, foi descoberto o quinto sinal flogístico da inflamação, que 
é a perda de função. 
Observações 
●A tríplice resposta de Lewis é composta por calor, rubor 
e tumor, essa resposta associada à dor e perda de função 
constitui os sinais cardinais da inflamação aguda. 
●As manifestações sistêmicas da inflamação são a febre, 
aumento do sono, diminuição do apetite, hipotensão e 
leucocitose. 
●As inflamações podem ser agudas ou crônicas 
●A dor na inflamação acontece pela liberação de 
mediadores químicos como prostaglandina e bradicinina, além 
da perda da isotonicidade celular, diminuição do pH local e 
ainda a pressão sobre as terminações nervosas provocada 
pelo tumor. 
Mediadores Químicos 
São fatores químicos que derivam de células, dos vasos 
sanguíneos ou do plasma, eles são liberados após estímulos 
inflamatórios, sua função é regular as respostas celulares e 
vasculares da inflamação. Os mediadores podem agir isolados, 
combinados ou em sequência. Eles iniciam, mantém e 
amplificam a resposta inflamatória além de influenciar sua 
evolução. 
Os mediadores são vários e com diferentes funções. Os 
principais relacionados à vasodilatação são as prostaglandinas, 
histamina e o óxido nítrico, à dor são as prostaglandinas e a 
bradicinina, ao aumento da permeabilidade capilar são as 
aminas vasoativas, histamina, serotonina, C3, C5, bradicinina, 
leucotrienos e o fator de ativação plaquetária. 
Aqueles que realizam quimiotaxia e ativação de leucócitos 
são C5a, leucotrienos B4, quimiocininas e produtos 
bacterianos. Os que desencadeiam febre são as interleucinas 
inflamatórias (I L-1 e I L-6), fatores de necrose tumoral e 
prostaglandinas, e os que provocam lesão tecidual são os 
metabólitos do oxigênio, enzimas lisossômicas dos neutrófilos 
e o óxido nítrico. 
Inflamação Aguda 
É uma resposta imediata e precoce a um agente lesivo, que 
apresenta fenômenos vasculares como a alteração do calibre 
vascular e alterações estruturais da parede vascular que 
facilitam a emigração de leucócitos e a formação do 
exsudato. O exsudato é um líquido inflamatório extravascular 
com grande concentração de proteínas e restos celulares, 
além de apresentar uma densidade acima de 1, 020. 
Processo da Inflamação Aguda 
Imediatamente após uma agressão, acontece uma 
vasoconstrição transitória das arteríolas locais (mediada pelo 
SNC, não por mediadores químicos), o que provoca uma 
isquemia por frações de segundo. 
.
Após isso, as proteínas das células lesadas sinalizam para os 
mastócitos (célula com grânulos de histamina) que a agressão 
aconteceu. O mastócito libera a histamina e ela provoca uma 
vasodilatação local (também existe participação da serotonina 
nesse processo). Essa vasodilatação causa o calor e rubor no 
local da inflamação. Feito isso, haverá um influxo de células 
no local agredido. 
Durante a vasodilatação há um aumento da permeabilidade 
capilar (mediado pela histamina e serotonina), isso provoca 
escape de líquido rico em proteínas, o que aumenta a 
pressão osmótica intersticial e reduz a intravascular. Além 
disso, com a vasodilatação acontece um aumento do fluxo 
sanguíneo local (aumenta a pressão hidrostática e a saída de 
líquidos dos capilares), esse aumento associado ao aumento 
da permeabilidade mencionado vão provocar o tumor, que 
nada mais é que o aumento do líquido intersticial. 
Com o extravasamento de líquido dos vasos, há um aumento 
da viscosidade do sangue, o que provoca uma estase local 
(lentificação do fluxo sanguíneo). A estase causa 
marginalização leucocitária, que é a circulação dos leucócitos 
bem próximos das paredes do vaso, a rolagem leucocitária, 
que é a rolagem deles nas paredes dos vasos, e a aderência 
deles à parede do vaso. Esses três mecanismos vão permitir 
o extravasamento destas células, processo esse chamado de 
transmigração. 
O leucócito sai do vaso por diapedese/ leucodiapedese, mas 
não sabe para onde deve ir especificamente. Nesse 
momento, mediadores químicos são liberados e eles farão 
quimiotaxia, que é a locomoção orientada dos leucócitos para 
o local da agressão promovida por um gradiente químico. Os 
principais quimioatratores são os produtos bacterianos, 
citocinas, componente do sistema complemento e o produto 
da via da lipoxigenase. 
Chegando em seu local de ação, os leucócitos devem ser 
ativados. A ativação leucocitária é feita por metabólitos do 
ácido araquidônico, degranulação e secreção de enzimas 
lisossômicas, ativação do surto oxidativo e a modulação das 
moléculas de aderência leucocitária. 
Os leucócitos ativados fazem o 
reconhecimento e fixação da partícula, 
engolfamento com formação do vacúolo 
fagocítico e depois a destruição/ 
degradação da partícula.

Continue navegando