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Impactos das Guerras Mundiais


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Índice 
Introdução	2
Objectivos do trabalho	2
Objectivo Geral	2
Objectivos específicos	2
Metodologia	2
1. Os Principais Impactos da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.	3
1.1 . Os Principais Impactos da Primeira Guerra Mundial	3
1.1.1 Perdas humanas e materiais	3
1.1.2 Novos países	4
1.1.3 Liga das Nações	4
1.1.4 Outros impactos da Primeira Guerra Mundial	4
1.2 Os Principais Impactos da Segunda Guerra Mundial	7
Conclusão	12
Referencias bibliograficas	13
Introdução 
O presente trabalho de pesquisa, ira abordar sobre os principais impactos das primeira e segunda guerras mundiais, com maior incidência nas principais transformações que se observaram ao longo das duas grandes guerras.
Os impactos imediatos das duas grandes guerras, foram evidentemente as baixas humanas. O conflito fez mais de 8 milhões de mortos (1,9 milhões na Alemanha, 1,7 milhões na Rússia, 1,4 milhões na França, 1 milhão na Áustria-Hungria e 760 mil na Inglaterra), 20 milhões de feridos e 6 milhões de inválidos. Traduziu-se igualmente em grandes perdas económicas e em enormes gastos com o esforço de guerra, lançando muitos estados em sérias crises.
Objectivos do trabalho
Objectivo Geral
· Analisar os principais impactos das primeiras e segunda guerras mundiais;
Objectivos específicos 
· Identificar os os principais impactos das primeiras e segunda guerras mundiais;
· Classificar os principais impactos das primeiras e segunda guerras mundiais;
· Explicar os contornos dos principais impactos das primeiras e segunda guerras mundiais;
Metodologia
O presente trabalho privilegiou-se o método bibliográfico que consisti no levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado. Nesta fase, a consulta bibliográfica foi o material muito importante já estabelecido, constituído principalmente dos livros, artigos científicos e internet que usou-se como a compreensão prévias dos temas em estudo.
 
1. Os Principais Impactos da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
No dia 11 de novembro de 1918, a Primeira Guerra Mundial chegava ao fim. O governo alemão assinou a rendição, aceitando todas as imposições dos vitoriosos. Em seguida, os vencedores se reuniram em Versalhes, França, onde discutiram os termos do Tratado de Versalhes. A Primeira Guerra Mundial deixou milhares de mortos, modificou o mapa europeu e modo de fazer a diplomacia (McMahon, 2012. p. 22).
1.1 . Os Principais Impactos da Primeira Guerra Mundial
1.1.1 Perdas humanas e materiais
De acordo com McMahon (2012) a guerra provocou a morte de quase 13 milhões de mortos e deixou vinte milhões de feridos e mutilados. Nesse conflito foram empregadas armas poderosas: gases asfixiantes, canhões de longo alcance, metralhadoras, lança chamas, tanques, aviões e submarinos. Muitos foram usados pela primeira vez numa guerra (p. 22).
Mesmo os países vitoriosos haviam perdido grande parte de sua população masculina jovem e quem voltou da guerra estava mutilado ou com sérios problemas mentais. As perdas materiais também eram enormes e havia que reconstruir estradas, pontes, cidades inteiras (McMahon, 2012. p. 22). 
Começou um período de declínio da Europa, com os problemas sociais de desemprego, fome e miséria. A instabilidade política e social favoreceu o surgimento de regimes totalitários. Diante deste quadro, as sociedades viviam apreensivas com a possibilidade de um novo conflito mundial de maiores proporções e consequências do que o primeiro, o que de fato aconteceu com a Segunda Guperra Mundial (McMahon, 2012. p. 23).
1.1.2 Novos países
Quatro impérios que eram considerados sólidos antes de 1914 simplesmente desmoronaram: Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Otomano. Com o Tratado de Versalhes, dos escombros desses impérios surgiram novos países como Polônia, Checoslováquia, Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia (Thomson, 1973, p. 83).
Afirma Thomson (1973) que Já o Império Otomano viu suas fronteiras diminuírem. Surgiu o moderno estado da Turquia, que teve que reconhecer a independência da Armênia. Coube à França e à Inglaterra administrarem sob mandato os territórios da Síria, Líbano e Iraque (p. 83).
1.1.3 Liga das Nações
A criação da Liga das Nações, em janeiro de 1919, com sede em Genebra, Suíça, foi inspirada nas propostas de paz do presidente americano Woodrow Wilsoon. O objetivo era fazer com que as nações discutissem diplomaticamente seus problemas antes de entrar em guerra (McMahon, 2012. p. 25).
Entretanto, importa salientar que, os Estados Unidos foram os grandes vencedores do conflito, pois, comercializaram por mais de três anos com os aliados, não viram seu território ser invadido pelos inimigos e ainda se tornavam credores das nações europeias. Suas indústrias não sofreriam a concorrência da Europa e suas perdas foram poucas se comparadas às dos sócios europeus. Por isso todo, o país seguiria sua ascensão como potência mundial.
1.1.4 Outros impactos da Primeira Guerra Mundial
Afirma Thomson (1973) que as consequências imediatas da Primeira Guerra Mundial foram evidentemente as baixas humanas. O conflito fez mais de 8 milhões de mortos (1,9 milhões na Alemanha, 1,7 milhões na Rússia, 1,4 milhões na França, 1 milhão na Áustria-Hungria e 760 mil na Inglaterra), 20 milhões de feridos e 6 milhões de inválidos. Traduziu-se igualmente em grandes perdas económicas e em enormes gastos com o esforço de guerra, lançando muitos Estados em sérias crises. A Europa passou por um período de dependência económica e também de instabilidade política, perdendo a sua posição de hegemonia que ocupava no panorama mundial (p. 85).
Em termos económicos, a Europa ficou completamente desorganizada, com graves problemas no sector agrícola e industrial. Os grandes beneficiários desta situação foram os EUA e o Japão. No caso do Japão, o país pôde beneficiar do afastamento dos tradicionais concorrentes europeus, o que permitiu o estímulo e a diversificação da sua indústria. Os EUA lucraram também, pois viram as suas reservas de ouro duplicar, ficando nas suas mãos cerca de metade do ouro disponível a nível mundial. Este poderio económico vai permitir ao país substituir a pouco e pouco a preponderância financeira dos europeus, em particular na América do Sul (Thomson, 1973, p. 83).
Segundo McMahon (2012) o tratado de Versalhes (28 de junho de 1919), a Alemanha era considerada a grande responsável pela guerra, tendo que pagar 22 milhões de marcos/ouro como reparação dos danos às populações civis. Este dinheiro foi repartido na sua maior fatia pela França (52%) e pela Grã-Bretanha (22%) (p. 28).
Mas mais significativa que os reveses económicos foi a reconstrução política da Europa, plasmada em vários tratados de paz assinados após a Guerra, reunidos sob o nome de Tratados de Versalhes, cuja ineficácia ficaria provada em menos de duas décadas. As negociações de paz reuniram 32 Estados, entre vencedores e vencidos, orientados sob os princípios idealistas do presidente americano Woodrow Wilson (1913-1921). Daqui resultaram problemas políticos que seriam posteriormente o rastilho para uma guerra ainda mais letal do que a que findava (Thomson, 1973, p. 87). 
Os problemas-chave latentes eram o direito de nacionalidade das minorias assimiladas pelos Impérios Austríaco, Russo e Otomano; a repartição dos territórios coloniais, não europeus; a vexação sofrida pela Alemanha (desmilitarizada, perdendo territórios e pagando indemnizações pesadas); e o fracasso da Sociedade das Nações (SDN), incapaz de fazer respeitar os acordos e manter a paz (Thomson, 1973, p. 87).Monumento em honra aos mortos da Primeira Guerra Mundial, em França
O mapa geopolítico da Europa foi então redefinido sobre os escombros da guerra. A Alemanha foi forçada a evacuar a Alsácia-Lorena, pertencente à França, e a margem esquerda do Reno (Renânia). A região do Sarre ficará sob o controlo da SDN, reservando ao território o direito de optar em relação ao país que desejasse integrar (a França ou a Alemanha). A Posnânia (na Polónia) e uma parte da Prússia (território alemão no bálticooriental) são dadas à Polónia, ainda que o acesso ao Báltico fosse assegurado por um "corredor" de 80 km, separando-se a Alemanha da Prússia oriental. O território do Norte de Schleswig foi também anexado à Dinamarca, após plebiscito entre a população (1920) (Thomson, 1973, p. 88).
De acordo com (McMahon, 2012) a Europa central e balcânica foi totalmente reorganizada a partir do desmembramento do Império Austro-Húngaro. A Hungria viu-se, todavia, amputada de parte do seu território pelo tratado de Saint-Germain-en-Laye (10 de Setembro de 1919), perdendo ainda outras regiões através do disposto no tratado de Trianon (4 de Junho de 1920). Segundo o tratado de Neuilly (Novembro de 1919), a Bulgária foi forçada a ceder a Trácia à Grécia e a Macedónia à Sérvia (p. 32). 
A Turquia teve também que abandonar as suas possessões árabes e a Terra Santa, o que correspondia a quatro quintos do seu império (tratado de Sèvres, 10 de agosto de 1920). Relativamente à Polónia, o tratado de Versalhes pouco precisou no que diz respeito à sua fronteira oriental com a Rússia. O desmembramento do Império dos Habsburgos (Áustria-Hungria) vai beneficiar a então recente república checoslovaca, a Roménia e a Sérvia, cujo Estado ficava com a posse da Eslovénia, a Croácia (com a Dalmácia) (McMahon, 2012. p. 33).
Aos impérios históricos, formados sob o princípio da legitimidade, sucediam-se os novos países criados sob o princípio da nacionalidade, face à eclosão de diversos movimentos nacionalistas. Húngaros, polacos, checos e eslovacos e povos da ex-Jugoslávia proclamam a sua autonomia logo em 1918 no fim da guerra, enquanto se ouvem também os protestos de albaneses, arménios e gregos orientais (da Turquia) (McMahon, 2012. p. 33).
Ao mesmo tempo, os países que perderam com o alinhamento das fronteiras, como a Hungria e a Alemanha, mostravam o seu descontentamento aderindo a ideais como os saídos da terceira Internacional comunista ou mesmo a outros de expressão mais extremista, de direita nacionalista (McMahon, 2012. p. 33). 
Entretanto, importa sublinhar que, a Europa dividiu-se politicamente. A vitória dos Aliados era entendida como a vitória da democracia face aos impérios autocráticos. O garante desta nova ordem seria a SDN, instituída pelo tratado de Versalhes. A Sociedade tinha uma dupla função: por um lado, garantia a paz e a segurança internacional, e por outro devia desenvolver a cooperação entre as nações, encarando o espírito universal do parlamentarismo. Contudo, porque baseada em equívocos, a sua acção irá revelar-se insuficiente para evitar o deflagrar de um novo conflito (Coggiola, 2015, p. 234). 
1.2 Os Principais Impactos da Segunda Guerra Mundial
Afirma Coggiola (1995) que terminado o conflito mundial, seus resultados determinaram uma nova situação na economia capitalista internacional. Para obter dólares, os países dependiam de exportações ou de empréstimos. A primeira condição não existia porque esses países estavam com suas economias destruídas. A segunda condição foi suprida pelos EUA, mas não nos quadros do que havia sido estipulado em Bretton Woods (p. 13).
Em 1950, o balanço de pagamentos norte-americano - resultado de exportações e movimento de capitais, empréstimos e transferências - apresentou déficit. Saíam dólares mais velozmente dos EUA para a Europa e Japão do que a rapidez de recuperação desses países permitia contabilizar como vendas norte-americanas e investimentos deles nos EUA. Para acelerar essa recuperação econômica, os EUA toleravam também uma série de práticas comerciais restritivas por parte desses países (Coggiola, 1995, p. 14). 
No entanto, chega a se concluir que a recuperação do pós-guerra dependia dos déficits norte-americanos - em soma, da capacidade do governo dos EUA de imprimir dólares. Pelas regras de Bretton Woods, isso tinha um limite, a capacidade das reservas em ouro dos EUA de garantirem aos bancos centrais de outros países a conversão, quando eles precisassem, de seus dólares em metal. Nessas condições teve lugar a expansão do sistema capitalista internacional. 
Com a nova hegemonia norte-americana no mundo capitalista, a Segunda Guerra Mundial e suas sequelas foram também, como assinalaram Milza e Bernstein, o marco do “fim do mundo europeu”, com a velha Europa imperialista privada nos anos sucessivos de suas colônias e dependente, econômica e militarmente, dos EUA. As lideranças capitalistas do Velho Continente não aceitaram esse fato como decisivo nem definitivo. Certamente, Europa não era mais, econômica, política e culturalmente, o centro do mundo (Coggiola, 1995, p. 14). 
O melhor da cultura europeia do pósguerra, por outro lado, não foi produzido para recuperar essa posição, e sofreu a influência (criativa) da completa negação da humanidade que acabava-se de viver: “Quando calou o último canhão, predominava [na Europa] uma sensação de impotência e angústia. A natureza humana tinha-se revelado em seus piores aspectos. O público gozava com obras de teatro tristíssimas, e com romances e filmes pessimistas. Era um sentimento parcialmente genuíno, em especial durante os primeiros anos de pós-guerra”. O simplismo do autor confunde negatividade com pessimismo: a miséria ítalo-alemã fez nascer, por exemplo, o neorrealismo italiano, que marcou, com todo seu mérito artístico (que se sobrepôs à deseperante carência de meios técnicos e financeiros), a história do cinema mundial (Coggiola, 1995, p. 15). 
Concorda Coggiola (1995) que na URSS, por sua vez, o final da guerra e o primeiro pós-guerra marcou o zenite do prestígio da burocracia stalinista, que alimentou a ilusão de uma espécie de congelamento da história, de prolongação indefinida do domínio burocrático sobre a sociedade soviética (e sobre o chamado “campo socialista”) em “coexistência (mais ou menos) pacífica” com o imperialismo capitalista, no meio de um deserto político e cultural interno, do qual o zhdanovismo foi expressão cabal (p. 15). 
A glória tardia do capitalismo teve por base a barbárie. A Segunda Guerra Mundial foi a expressão dessa barbárie, a maior destruição de forças produtivas sociais já experimentada, o teatro do maior e mais concentrado genocídio da história, a manifestação aberta do declínio histórico do capitalismo. Nessas condições e sobre essa base teve depois lugar a expansão de pósguerra da economia capitalista internacional, expansão que se ergueu sobre o pedestal do maior massacre já perpetrado na história do gênero humano, entre a década de 1930 e a primeira metade da década de 1950 (Coggiola, 1995, p. 16). 
Afirma Coggiola (1995) que:
Na história geral do capitalismo, a Segunda Guerra Mundial marcou a transição para uma economia cujo (precário) equilíbrio tornou-se dependente da despesa estatalarmamentista dos principais Estados (isto é, relativamente independente de uma situação de guerra declarada). Suas consequências e desdobramentos evidenciaram um regime social sobrevivente às suas próprias contradições imanentes mediante a intervenção econômica estatal, a economia de guerra, a ameaça permanente de novas guerras mais mortíferas do que as precedentes e, finalmente, novas guerras de fato, que só sua substituição por um novo regime de produção e de propriedade poderá afastar do horizonte do gênero humano (p. 16).
O gasto armamentista, ao concentrar percentagens cada vez maiores do avanço científico e tecnológico, propiciou atividades intensivas em capital constante (máquinas e equipamentos), o que concluiu acelerando a queda tendencial da taxa de lucro, isto é, a quantidade cada vez menor de mais-valia extraída em relação ao capital social total (Abraham, 1985, P. 347).
Preparou , também, a chamada exclusão social, o crescente desemprego de trabalhadores não qualificados. Para eles a indústria armamentista, que tem uma pronunciada tendência à qualificação, era um território particularmente inóspito: nos EUA essas indústrias usavam proporcionalmente 23% a mais de trabalho de profissionais especializados, 69% a mais de trabalho qualificado e 25% a mais de trabalho semi-qualificadodo que a indústria em geral. A desigualdade salarial e social cresceu, estreitando tendencialmente os mercados de consumo de massa. A crise do “modelo” estava, portanto, inscrita em seu nascedouro (Abraham, 1985, P. 348).
Afirma Abraham (1985) que a proporção entre a renda dos 20% mais ricos da população mundial, e dos 20% mais pobres, cresceu de 30 para 1 em 1960, até 78 para 1 em 1994. Nas economias capitalistas centrais, o gasto público garantiu o pleno emprego que vigorou durante mais de duas décadas. De um lado, o aumento da produtividade tendia, em que pese a rapidez da expansão econômica, a diminuir o ritmo de crescimento do emprego produtivo, mas, por outro lado, os pedidos do Estado e o consumo das camadas improdutivas faziam recuar os limites da realização da mais-valia (p. 348).
Importa salientar que, a extensão do trabalho improdutivo, e do gasto público aplicado em atividades que não produziam valor, compensava as tendências ao inchaço do desemprego estrutural induzido pela elevação da produtividade (Coggiola, 2015, p. 234).
O financiamento público da produção, por outro lado, gerou a inflação que se transformou, para o capital, num meio de prosseguir e intensificar a acumulação, independentemente dos obstáculos criados pelas flutuações conjunturais. Numa época dominada pela extensão dos cartéis internacionais e das firmas multinacionais no mercado dos principais produtos (em geral, de quatro a seis empresas abocanhavam 60-80% da produção) a inflação virou um imposto privado que o capital percebia dos consumidores, pelo desaparecimento da concorrência de preços (Abraham, 1985, P. 349).
Altas taxas de inflação dão origem a uma luta mais aguda para manter padrões de vida. Na década de 1950, a inflação nos países “desenvolvidos” era, em média, de 2% anual; pulou para 4% na década de 1960; entre 1969 e 1973, subiu para 6,4% na Europa, e 4,9% nos EUA, quando, segundo Michel Aglietta, passou-se “da inflação reptante para a inflação cumulativa”.364 Milton Friedman e os economistas monetaristas de Chicago atribuíram a aceleração da inflação nos anos posteriores à guerra da Coreia às tentativas dos governos de manter o desemprego abaixo da taxa "natural", à qual a economia supostamente se ajustaria (o emprego da palavra "natural" considera o capitalismo como sistema econômico insubsituível) (Abraham, 1985, P. 349).
No entanto, convem apontar que, o nível relativamente alto do emprego no mundo capitalista nos 25 anos posteriores à guerra mundial foi certamente um fator para acelerar a inflação - embora variem as opiniões sobre quanto peso se deveria atribuir aos aspectos mais estruturais do pleno emprego, tais como o poder crescente das organizações sindicais contra o funcionamento automático do mercado.
Friedman elaborou uma teoria sugerindo que o alto nível de emprego era na verdade contrário aos interesses da classe trabalhadora porque, segundo ele, seria mais lucrativo para o capitalista empregar mais mão de obra do que a compatível com a "taxa natural" de desemprego apenas se os salários reais caíssem (Coggiola, 2015, p. 234).
“Todas as formas de política de renda eram irrelevantes, desde que a inflação dependia apenas das forças básicas do mercado; os inflacionistas de custo, por sua vez, depositaram esperanças na possibilidade de persuadir os sindicatos a fazer reivindicações salariais mais modestas” (Abraham, 1985, P. 348). 
Uma vez que tais políticas “voluntárias” não tiveram êxito (e não se imagina como poderia ser o contrário) houve exigência crescente, em países europeus, de que se combatesse mais diretamente o poder dos sindicatos mediante restrições legais às suas atividades (o direito de organizar piquetes, etc.) ou imposição de penalidades financeiras aos grevistas: sugeriu-se que os grevistas perdessem o direito às pensões por desemprego, que os benefícios da previdência social às famílias dos mesmos fossem considerados como dívidas, que o salário do grevista fosse tributado em 50% etc. (Abraham, 1985, P. 351).
Essas tentativas (mal-sucedidas) para reduzir a força da classe trabalhadora eram consideradas mera remoção de imperfeições do “sistema de mercado”. A nova arquitetura financeira internacional operava como uma espécie de sistema de seguros. Se o Banco Mundial “acompanhava” a situação dos países “subdesenvolvidos”, a OCSE, Organização para a Cooperação e Segurança Econômica nasceu em 1960, em Paris, dos trabalhos preparatórios conduzidos na gestão dos EUA do Plano Marshall para o estabelecimento da administração para a cooperação europeia (OCDE) e americana (ECA) (Coggiola, 2015, p. 234).
Afirma Brener (1999) que a OCSE passou a coordenar os interesses dos 29 países mais desenvolvidos do mundo. Este poder permitiu aos oligopólios obrigar à população, inclusive à de baixos recursos, a praticar uma espécie de poupança forçada, a fixar (pela formação -monopólica- dos preços) seu montante em função de seu programa de investimentos, e apropriá-la sem reembolso nem juros. 
A inflação virou um meio para intensificar a acumulação e ampliar suas bases sociais, superposta aos mecanismos tradicionais (emissão de ações e obrigações, empréstimos bancários) que centralizavam a poupança das classes médias para transformá-la em capital, obrigando toda a população a contribuir compulsoriamente para a acumulação capitalista (Brener, 1999, p. 96). 
As instituições multilaterais (FMI, BIRD e GATT) deram reforço adicional para a dominação americana através da imposição de políticas econômicas ao conjunto da economia mundial. Com os acordos de Bretton Woods, e com o dólar assumindo o papel central na economia mundial, ficou clara a centralidade mundial dos capitais dos EUA. As instituições supranacionais foram o reflexo desta nova hierarquia (Brener, 1999, p. 96). 
O período entre o final da Segunda Guerra Mundial e o final dos anos sessenta caracterizou-se assim por uma afirmação hegemônica do capital dos EUA, que neste período atingiu o seu ápice. Para garantir sua supremacia mundial, houve um forte desenvolvimento das firmas multinacionais norte-americanas, particularmente na Europa, mas este se revelou insuficiente: o déficit crônico do balanço de pagamentos americano marcou um fracasso que ameaçava o papel privilegiado do dólar no sistema monetário internacional (embora uma fração importante dos investimentos de capitais norte-americanos no estrangeiro, tanto na Europa ocidental como nos países semicoloniais, não ocasionasse transferências reais de capitais dos EUA, sendo financiada por capitais de empréstimo locais) (Brener, 1999, p. 96). 
Para Brener (1999) Os EUA, detentores da moeda de reserva, seguiram uma ampla política de investimentos no exterior com um déficit sistemático do balanço de pagamentos. As despesas "invisíveis" cronicamente deficitárias foram uma das causas do déficit crônico da balança de pagamentos dos Estados Unidos. Dentre elas é necessário mencionar, em primeiro lugar, as despesas militares no estrangeiro. Por bastante tempo, esse déficit foi de fraca dimensão devido aos excedentes comerciais dos EUA: mais de seis bilhões de dólares em 1964, ano de seu apogeu. Estes excedentes conseguiam compensar as despesas militares da manutenção da política externa intervencionista, e permitiam, por outro lado, um grande investimento no exterior (p. 96).
Mas a repatriação dos lucros das empresas dos EUA no exterior, para equilibrar o balanço de pagamentos, não aconteceu: devido à crescente estagnação da economia dos EUA, os lucros foram crescentemente reinvestidos na própria área do investimento externo. E o superávit comercial foi se extinguindo, até desaparecer em 1971. Nesse quadro se produziram, simultaneamente, uma transnacionalização da economia mundial, e um crescimento sustentado sem precedentes do comércio internacional (Brener, 1999, p. 97).
Porem, convem apontar que nos EUA, as importações líquidas como percentagem do consumo aumentaram de -3,1% em 1910-19 para 5,65% em 1945-49, e 14% em 1961. Na década de 1950, o comércio mundial cresceu a um ritmo de 6% anual,chegando a 7,5% na década de 1960, com um recorde de 9,5% em 1963-66. No total, entre 1950 e 1970, o comércio mundial cresceu em 350%, enquanto a produção mundial crescia 200%. No período 1950-1973 o aumento das trocas mundiais foi da ordem de 8% ao ano em valores reais, acompanhado de mudanças no tamanho relativo das economias nacionais.
Conclusão 
O presente trabalho, abordou de forma profunda e exaustiva sobre os impactos da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. Com maior destaque aos aspectos negativos que estas guerras provocaram a sociedade.
Entrentanto, conlcui se que, a guerra é uma gigantesca empresa comercial, sobretudo para a indústria de guerra. E por isso que as 200 famílias são as primeiras patriotas e as principais provocadoras da guerra. O controle operário sobre a indústria da guerra é o primeiro passo na luta contra os fabricantes de guerras a palavra-de-ordem dos reformistas - imposto sobre os benefícios da guerra, nós opomos as palavras-de ordem: confisco dos beneficios de guerra e expropriação das empresas que trabalham para a guerra. No pais em que a indústria de guerra está "nacionalizada", como na frança, a palavra-de-ordem de controle operário conserva todo seu valor: o proletariado deve ter tão pouca confiança no estado burguês quanto no burguês individualmente.
Referências bibliográficas 
Abraham, B.( 1985). Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Sherip Hapleita.
Brener, J. (1999).A Segunda Guerra Mundial. O planeta em chamas. São Paulo: Ática.
Coggiola, O. (2015). A Segunda Guerra Mundial: Causas, Estrutura, Consequências. 
 Universidade de São Paulo.
COGGIOLA, O. (1995). Segunda Guerra Mundial. Um balanço histórico. São Paulo: Xamã.
McMahon, R. J. (2012) Guerra Fria. Porto Alegre, L&PM.
Thomson, D. (1973) Pequena História do Mundo Contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar.
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