Buscar

Material Estudo Princípios Gestão e Ética

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Princípios de Gestão e Ética 
 
BASES HISTÓRICAS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros 
administradores. Esses conceitos foram evoluindo ao longo do tempo, se 
ajustando a cada momento histórico. Assim, muito do que se estuda hoje sobre 
administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros precursores que 
buscavam resolver problemas enfrentados pelas organizações. Apesar da 
semelhança entre os problemas, em cada período histórico, as soluções sempre 
foram diferentes, uma vez que o contexto era distinto. 
 
Origens da administração 
 
Referências históricas demonstram que conceitos administrativos de cerca de 
1200 a.C. ainda são utilizados hoje. Contudo, a administração surgiu ainda com 
as primeiras comunidades primitivas. Os homens, em suas expedições de caça 
e pesca, além de construírem suas próprias ferramentas, também tomavam 
decisões, planejavam e dividiam o trabalho. Eles precisavam definir a rota de 
caça, o local onde ficariam acampados, as armadilhas, etc. Assim, pode-se 
considerar que as expedições já tinham características de organizações, e seus 
líderes, características de gerentes. 
 
• 3000 a.C., Mesopotâmia: Sumérios. Registro de operações comerciais; 
primeiros dirigentes e funcionários administrativos. 
A administração foi utilizada na formação de uma sociedade de irrigação 
idealizada pelos primeiros colonizadores da Mesopotâmia. Como a água era 
abundante, seu uso foi organizado por pequenas comunidades 
autossuficientes e interligadas. Os funcionários e esses produtos eram 
pagos com o que sobrava da agricultura irrigada. 
 
 
• 3100 a.C., Egito: Construção da Grande Pirâmide. Evidências de 
planejamento, organização e controle. 
Construíram as pirâmides, que exigiram dos egípcios habilidades técnicas e 
administrativas para resolver grandes problemas relacionados à mão de 
obra, aos arquitetos e à logística. 
 
• 2350 a 2256 a.C., China: Principio da assessoria utilizado pelo imperador 
Yao. 
Uma técnica que se tornou tradicional na administração pública da China foi 
a de aconselhamento com os assessores, delegando a eles autoridade para 
a resolução de problemas. 
 
• 2000 a.C., Babilônia: Código de Hamurabi. Escrituração meticulosa e ênfase 
no controle. 
Tinham um registro de transações comerciais feitos cuidadosamente em 
placas de argila, com as cores sendo utilizadas para o controle da produção, 
dos estoques de tecidos e dos celeiros. O código do rei Hamurabi, com 282 
regras, é um dos primeiros e talvez o mais famoso conjunto de leis da 
história. Os babilônios foram responsáveis ainda pela criação de um sistema 
de incentivos salariais, como o pagamento destinado às mulheres 
encarregadas da fiação e da tecelagem, que recebiam de acordo com a 
produção individual. 
Destacam-se também os assírios, que contribuíram para o grande avanço 
na área da organização militar, servindo de modelo para exércitos 
posteriores, principalmente em relação a depósitos de suprimentos, colunas 
de transporte e companhias para a construção de pontes, demonstrando 
grande preocupação com a logística. 
 
 
• 1600 a.C., Egito: Descentralização do reino; logística militar. 
Mantinham uma rede de fortes com soldados assalariados e com 
suprimentos suficientes para 12 meses. 
 
• 1100 a.C., China: Constituição da dinastia Chow: manual de administração 
com oito regulamentos e regras de administração pública. 
 
 
• 800 a.C., Roma: Criação das instituições administrativas modernas. 
Construíram e mantiveram o Império Romano por muitos anos com seus 
princípios e técnicas. Entre as contribuições dos romanos para a 
administração, estão: o planejamento e o controle das finanças públicas; a 
autoridade formal e as regras de convivência definidas legalmente; os 
diversos tipos de executivos, como senadores, magistrados e imperadores; 
a criação de empresas privadas; a divisão dos povos para governar, entre 
outros. 
 
 
• 600 e 500 a.C., China: Doutrina sobre comportamento ético dos cidadãos e 
governantes por Confúcio. Sistematização dos princípios da administração 
por Mêncio. 
 
 
• 500 a.C., Grécia: Democracia, ética, qualidade, método científico e outras 
ideias. 
Produção de ideias e da solução de problemas com debates e proposições 
sobre temas como democracia, estratégia, igualdade de todos diante da lei, 
ética na administração pública, planejamento urbano, entre outros. 
• 400 a.C., China: Prescrição dos princípios de estratégia e comportamento 
dos gerentes por Sun Tzu. O tratado A Arte da Guerra apresenta teorias para 
evitar batalhas e intimidar psicologicamente os inimigos utilizando o tempo, 
em vez da força, para desgastá-los e atacá-los quando estivessem 
desprevenidos. 
 
 
• 300 a.C., Roma: Modelo de exército influenciando organizações. 
 
 
Grandes filósofos da Antiguidade também contribuíram para a administração 
moderna. 
 
⎯ Sócrates enxergava a administração como habilidade pessoal; 
 
⎯ Platão, filósofo grego, expôs em sua obra A República sua percepção sobre 
democracia e administração dos negócios públicos; 
 
⎯ Aristóteles, também filósofo grego, em sua obra A Política, se preocupou 
com a organização do Estado, dividindo a administração em monarquia, 
aristocracia e democracia; 
 
⎯ Confúcio, pensador e filósofo chinês, defendia a ideia da meritocracia e do 
ingresso na burocracia por meio do mérito; 
 
⎯ Mêncio, também filósofo chinês e fiel seguidor de Confúcio, defendia a 
meritocracia e a democracia, o povo como o elemento mais importante de 
uma nação e a sistematização para a condução dos negócios públicos, além 
de que se preocupava com o profissionalismo na administração pública. 
 
Nomes como Francis Bacon, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl 
Marx e Maquiavel também contribuíram significativamente para a ciência 
administrativa, bem como a Igreja Católica Romana. Assim, grande parte da 
história da administração é a história de cidades, governos, exércitos, países e 
organizações religiosas. Foi somente a partir do final do século XIX e início do 
século XX que a administração começou a ser tratada como ciência, tornando-
se um corpo organizado de conhecimentos e teorias. 
 
 
Fases históricas da administração 
 
A administração passou por várias fases e vem evoluindo ao longo dos tempos, 
influenciando o mundo todo. Cada momento de sua história se caracterizou por 
acrescentar diferentes experiências ao processo de gerir as organizações. 
 
Fase artesanal (até 1780) ➢ Da Antiguidade até a Revolução Industrial. 
Fabricação de produtos em pequenos 
estabelecimentos, de forma artesanal e sem 
padronização. 
Fase de transição do 
artesanato à industrialização 
(1780 a 1860) 
➢ Período de adaptação das oficinas para a 
nova tecnologia da máquina a vapor. 
Aumento da produção das pequenas 
indústrias e surgimento das grandes 
indústrias da época. 
Primeira Revolução Industrial. 
Carvão e ferro como principais recursos para 
o desenvolvimento dos países. 
Oficinas se transformam em fábricas e 
usinas; máquinas substituem o trabalho 
humano. 
Fase do desenvolvimento 
industrial (1860 a 1914) 
➢ Segunda Revolução Industrial. 
Desenvolvimento da indústria; aço e 
eletricidade como principais recursos para o 
desenvolvimento do País. 
Influência da ciência e da tecnologia na 
indústria; surgimento do automóvel, do 
avião, do telefone, do telégrafo sem fio, dos 
bancos e instituições financeiras; invenção 
do motor à combustão; substituição do 
vapor pela eletricidade; surgimento de 
máquinas automáticas e ampliação do 
mercado. 
Fase do gigantismo industrial 
(1914 a 1945) 
➢ Época entre as duas grandes guerras em 
que organização e tecnologias eram 
utilizadas na indústria bélica; expansão das 
empresas no mercado internacional; 
crescente aplicação técnica-científica nas 
indústrias; ênfase em materiais 
petroquímicos, contribuindopara o 
aperfeiçoamento dos setores de transporte e 
comunicação. 
Fase moderna (1945 a 1980) ➢ Surgimento de produtos e processos mais 
sofisticados decorrentes de avanços 
tecnológicos; surgimento das primeiras 
empresas de grande porte no Brasil e dos 
primeiros problemas econômicos, gerando 
incerteza e imprevisibilidade no mercado. 
Fase da globalização ou 
incerteza (após 1980) 
➢ Marcada por grandes e novos desafios, 
dificuldades, oportunidades, ameaças; 
ambiente complexo e dinâmico; escassez de 
recursos; concorrência acirrada; dificuldade 
de compreensão do mercado e de 
informações; mudança no modelo de gestão 
das organizações; revolução dos 
computadores substituindo o homem. 
 
 
A globalização influenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o 
mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Com as mudanças 
cada vez mais rápidas, o mercado se tornou altamente competitivo e alvo de 
rápidas transformações políticas, sociais, ambientais e tecnológicas, originando 
novos perfis de atores sociais, novos concorrentes, novos padrões de consumo, 
etc. 
O conhecimento e a informação são outros aspectos fundamentais na 
administração atual. São considerados uma das principais vantagens 
competitivas da organização. 
Na sociedade contemporânea, o acesso às informações é cada vez mais amplo, 
e a comunicação independe do tempo e da distância. Por isso, as informações 
precisam ser administradas para que cumpram seu papel. É importante 
compreender os fluxos de informação como processos que agregam valor à 
informação e que podem ser explorados para promover melhorias. Uma das 
funções do administrador é tomar decisões, para tal, ele precisa estar bem 
informado e conhecer o ambiente em que a organização está inserida, não só o 
ambiente interno, mas os fatores externos que influenciam sua gestão. 
O conhecimento, por sua vez, é o conjunto de informações valiosas da mente 
humana (argumentos, reflexão e síntese), que precisa ser bem gerenciado. A 
informação e o conhecimento são essenciais nas organizações, pois são a base 
de todas as atividades desenvolvidas, desde o planejamento até a execução das 
ações planejadas, assim como o processo de decisão. Por isso, devem ser 
geridos para a busca de novas fontes de vantagem competitiva, melhorando o 
funcionamento da organização e tornando-a mais eficiente. 
Outros aspectos importantes para a administração nos dias atuais é a mudança 
de estratégias de gestão e a adoção de práticas de descentralização, que 
incentivem a criatividade e a inovação. Contar com trabalhadores estimulados, 
comprometidos e envolvidos com a missão da organização de forma a realizar 
as mudanças necessárias também é fundamental. É nesse contexto que surge 
a necessidade de aprimoramento da gestão, ou seja, além de possuir 
conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte e a ciência da administração, os 
administradores precisam estar atualizados, acompanhando as mudanças que 
ocorrem não somente no ambiente que envolve as organizações, mas nos 
conhecimentos produzidos no campo da administração. Ou seja, o administrador 
precisa estar em constante processo de aprendizagem, uma vez que o mundo 
da administração é altamente complexo. 
Alguns dos desafios que se colocam à administração e aos administradores: 
• Desafios tecnológicos: necessidade e capacidade de introduzir novas 
tecnologias para agilizar, flexibilizar e modernizar os processos 
administrativos. 
 
• Desafios sociais e humanos: dirigir pessoas e grupos com competências, 
experiências e culturas diferentes e particulares. Capacidade de lidar com a 
diversidade. 
 
• Desafios de mercado: conhecer os clientes, a concorrência, os clientes 
potenciais, o ambiente interno e externo da organização. Satisfazer as 
necessidades e desejos dos clientes, agregando valor ao produto ou serviço. 
 
• Desafios de negócio: gerar lucros e dividendos para os stakeholders. 
 
• Desafios comunitários: manter um bom relacionamento com a comunidade 
em que está inserida e contribuir para o seu desenvolvimento. 
 
• Desafios ambientais: adotar produção consciente, ou seja, respeitar as leis 
e normas ambientais, não causando danos ao meio ambiente e buscando a 
sustentabilidade do negócio. 
 
• Desafios globais: administrar global e localmente ao mesmo tempo. 
 
• Desafios de inovação: criar produtos, processos e sistemas inovadores, 
agregando valor aos clientes e desenvolvendo produtos personalizados. 
 
• Desafios da concorrência: buscar continuamente meios de alcançar 
vantagem competitiva e superar a concorrência. 
 
• Desafios éticos e sociais: dirigir o negócio com ética e transparência e ser 
uma empresa socialmente responsável com seu público interno e externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
Funções clássicas da administração na elaboração da estrutura 
organizacional 
 
Por meio da Teoria Clássica, foi possível estruturar a forma com que as 
organizações deveriam exercer suas atividades para garantir a eficiência a todas 
as partes envolvidas, sejam elas departamentos ou setores, além de todos os 
colaboradores. Jules Henri Fayol foi o grande responsável por criar a Teoria 
Clássica da Administração, a partir de uma abordagem sintética, global e 
universal da instituição. 
 
A figura abaixo apresenta as cadeias de comando e escalar, criadas por Fayol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fayol partiu do princípio de que todas as organizações possuem funções 
básicas, como: 
• Técnicas: relativas à produção de bens ou de serviços da organização; 
 
• Comerciais: referentes a atividades de compra, venda e permutação; 
 
• Financeiras: pertinentes à procura e gerenciamento de capitais; 
 
• De segurança: relacionadas à proteção e preservação dos produtos e dos 
indivíduos; 
Presidente 
Diretor 
Gerente 
Chefe 
Supervisor 
Execução 
 
• Contábeis: condizentes com inventários, balanços, registros, custos e 
estatísticas; 
 
• Administrativas: referentes à integração de cúpula das outras cinco funções. 
As funções administrativas organizam e sincronizam as outras incumbências 
da instituição, estando sempre acima delas. 
 
Faz-se necessário formular o programa de ação da organização, a fim de criar 
seu corpo social, coordenar os esforços e harmonizar as ações, ou seja, 
administrar. Para isso, o administrador deverá prever, organizar, comandar, 
coordenar e controlar para que a organização tenha uma direção a seguir e 
possa alcançar resultados positivos. Mas a função administrativa não pode 
restringir-se apenas a níveis hierárquicos mais elevados da organização, já que 
quanto menor estiver na escala hierárquica, maiores serão as proporções das 
outras atividades da instituição; já quando se sobe, aumenta-se a extensão e o 
volume das funções administrativas. 
Fayol realiza uma distinção entre o conceito de administração e organização, 
onde a administração é a totalidade da qual a organização é apenas uma das 
partes. A administração é compreendida como um composto de métodos 
entrosados e unificados, englobando pontos que a empresa, por si só, não 
envolve, como controle, comando e previsão. Já a organização incorpora apenas 
a definição da estrutura e da forma, sendo estática e limitada. 
Por isso, a organização terá dois conceitos diferenciados: 
• Organização como uma entidade social: aqui os indivíduos compartilham 
ideias entre si para alcançar objetivos estabelecidos. Assim, irá significar um 
empreendimento humano moldado propositalmente para chegar a 
determinadas metas. As empresas são um modelo de organização social. 
 
• Organização como função administrativa: é uma porção do processo 
administrativo, como comando, coordenação, controle e previsão. Assim, a 
organização representa o ato de organizar, estruturar e alocar os recursos, 
além de estabelecer os órgãos encarregados de sua administraçãoe 
determinar as atribuições e relações entre eles. 
 
A Teoria Clássica entende a organização como uma estrutura. Esse pensamento 
surge a partir da constatação de que a estrutura organizacional é influenciada 
pelas concepções antigas de organização tradicionais, rígidas e hierarquizadas. 
A estrutura organizacional é uma rede de controle, ou seja, uma linha de poder 
que relaciona as posições da organização e define quem se subordina a quem. 
A cadeia de comando, também conhecida como cadeia escalar, fundamenta-se 
através do princípio da unidade de comando, que expressa que cada 
colaborador deve se reportar somente a um superior. 
Assim, a Teoria Clássica deve ser considerada de cima para baixo, ou seja, da 
direção para a execução, e do todo dos elementos, realizando o estudo da 
síntese para a análise, ao contrário do que era compreendido na Teoria da 
Administração Científica. 
A divisão do trabalho é outro ponto fortemente defendido por Fayol. Todavia, 
acreditava que esta conduziria ao domínio e à diferenciação das funções, ou 
seja, à heterogeneidade. A concepção era de que as empresas com maior 
distribuição de trabalho seriam mais eficientes do que outras com pouco 
fracionamento de tarefas. Assim, traz a preocupação com a divisão do nível dos 
órgãos que constituem a empresa, como os setores, departamentos e unidades. 
A divisão do trabalho poderá ocorrer em duas direções: 
• Divisão vertical do trabalho: aponta degraus da organização que possuem 
diferentes níveis de autoridade. A hierarquia irá determinar a posição das 
responsabilidades de acordo com a função de autoridade. Em toda empresa 
existirá uma proporção hierárquica de autoridade. 
 
• Divisão horizontal do trabalho: atribui variados tipos de atividades da 
empresa. Em um mesmo nível hierárquico, cada setor será responsável por 
uma tarefa específica e própria. Assim, ao atingir homogeneidade e 
equilíbrio, passará a ser chamada de departamentalização. 
 
Percebe-se que a Teoria Clássica da Administração, através de sua preocupação 
em estruturar as instituições, muito contribui para o desenvolvimento das Teorias 
da Administração. 
 
Princípios clássicos da Administração 
 
Fayol estabeleceu princípios gerais de administração, sistematizando sem 
qualquer criatividade, obtendo-os de vários autores de seu tempo. 
Os 14 princípios gerais da Administração, segundo Fayol, são: 
1. Divisão do trabalho: representa a especialização das funções e dos 
indivíduos para elevar a eficiência. 
 
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de fornecer orientações 
e o poder de ser obedecido. A responsabilidade é decorrência da autoridade 
e quer dizer o dever de prestar contas. 
 
3. Disciplina: necessita da obediência, aplicação, intensidade, respeito, além 
de comportamento às diretrizes estabelecidas. 
 
4. Unidade de comando: cada colaborador deverá receber instruções de 
apenas um superior. Trata-se do princípio da autoridade única. 
 
5. Unidade de direção: uma pessoa e um plano para cada grupo de atividades 
que possuam o mesmo objetivo. 
 
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da 
organização devem ser superiores aos interesses particulares dos 
indivíduos. 
 
7. Remuneração do pessoal: deve existir uma satisfação justa e segura para 
os trabalhadores e para a empresa em termos de retribuição. 
 
8. Centralização: trata-se da concentração da autoridade superior da hierarquia 
da instituição. 
 
9. Cadeia escalar: série de autoridade que começa desde o escalão superior 
ao inferior em função do princípio de comando. 
 
10. Ordem: um local para cada item e indivíduo, e cada objeto e pessoa em seu 
devido lugar. 
 
11. Equidade: gentileza e justiça para atingir a lealdade dos indivíduos. 
 
12. Estabilidade do pessoal: a rotatividade dos colaboradores é desvantajosa 
para a eficiência da empresa. Quanto maior for o tempo de permanência do 
colaborador no mesmo cargo, melhor será para a organização. 
 
13. Iniciativa: habilidade de idealizar um plano e possibilitar pessoalmente o seu 
sucesso. 
 
14. Espírito de equipe: a relação e a harmonia entre os indivíduos são grandes 
forças para a empresa. 
 
Após Fayol fundar a Teoria Clássica, outros autores propuseram alguns 
elementos para incrementá-la. Eles acreditavam que não bastava apenas 
expressar os elementos da administração, era necessário também, determinar 
as condições e as diretrizes dentro das quais as funções do administrador devem 
ser empregadas e desenvolvidas. O administrador precisa obedecer às normas 
de comportamento, ou seja, aos princípios que outorgam as funções de planejar, 
dirigir, coordenar e controlar. Por isso, surgiram os Princípios Gerais da 
Administração, sendo capazes de solucionar as dificuldades organizacionais. 
Urwick sugeriu quatro princípios da Administração: 
1. Princípio da especialização: cada indivíduo precisa exercer apenas uma 
função, o que define apenas uma ocupação, uma divisão especializada no 
trabalho. Assim, surgem as organizações de linha, de staff e funcional. 
 
2. Princípio da autoridade: deve existir uma autoridade visivelmente definida, 
conhecida e reconhecida por todos os indivíduos, desde a parte superior da 
empresa até cada colaborador da base. 
 
3. Princípio da amplitude administrativa: cada autoridade precisa ter um 
determinado número de subordinados. O superior terá indivíduos para 
supervisionar, além das relações com os colaboradores que supervisiona. O 
número correto de subordinados irá diferir a partir do nível e da natureza dos 
cargos, da complexidade do trabalho e do preparo dos indivíduos. 
 
4. Princípio da definição: deveres, carências e obrigações de cada colocação 
e suas relações com os outros cargos precisam ser definidos por escrito e 
comunicados a todos. 
 
 
Teoria Clássica e o gerenciamento contemporâneo 
 
Fayol apresentou uma atuação essencial na história da Administração, 
contribuindo com a criação de métodos que melhorassem o ambiente de 
trabalho, isto é, passou a refletir sobre a estrutura organizacional, além de todas 
as esferas da empresa, como as operacionais e as gerenciais. 
A fim de descomplicar as tarefas e entendê-las melhor, Fayol desenvolveu o 
reducionismo, ou seja, subdividia as ações realizadas pelos colaboradores em 
diversas partes mais simples. Após essa desconstrução seria possível analisar 
e estabelecer melhorias nos processos, sendo possível uni-las novamente, 
estabelecendo soluções para as organizações. Outro fator apresentado por 
Fayol foi o mecanicismo, onde o intuito é analisar a causa e efeito de problemas 
que pudessem surgir na organização. 
Atualmente, as funções administrativas são formadas pelas áreas das empresas, 
isto é, receberam o conceito de departamentalização através da produção, do 
marketing, das finanças, dos recursos humanos, da administrativa, etc. A função 
administrativa tem a mesma perspectiva que Fayol apresentou em sua obra, pois 
é incumbida de constituir seu corpo social, de coordenar os esforços e de 
harmonizar as práticas. 
As práticas da Teoria Clássica ainda são as mais aplicadas pelos iniciantes em 
Administração, já que possibilita uma visão simples e ordenada. Além disso, para 
a execução de funções administrativas habituais, a abordagem clássica examina 
o trabalho organizacional em grupos compreensíveis e úteis. Os princípios 
possibilitam diretrizes gerais que concedem ao administrador o poder de 
manipular os deveres do dia a dia do seu trabalho com afirmação e confiança. 
Entretanto, em uma década como a atual, de mudanças e de instabilidades que 
o país está passando, a Teoria Clássica manifesta-se de maneira rígida, inflexível 
e conservadora, pois ela foi criada em tempos de estabilidade e permanência. 
Entretanto, ainda é indispensável para que as organizações compreendam as 
bases da moderna Administração.A rotina faz parte da execução das operações das empresas atuais. Algumas 
instituições permanecem com suas atividades 24 horas por dia, todos os dias do 
ano, alternando apenas os turnos de trabalho de seus colaboradores, de maneira 
metódica e ininterrupta. A Teoria Clássica da Administração também destaca 
aspectos mecanicistas. Afinal, ao ser criada, a organização foi imaginada como 
uma máquina, onde seria formada por partes, com cargos estabelecidos, 
padrões de autoridade, subordinação, em que todas as tarefas devem evoluir e 
funcionar da melhor forma através de padrões estabelecidos. 
Algumas empresas de sucesso, como o Mc Donald’s, utilizam o modelo 
mecanicista, construindo uma bela reputação de enorme desempenho no 
segmento de fast-food. A organização mecanizou as suas lojas da franquia no 
mundo inteiro, permitindo que todas produzissem o mesmo produto. O 
consumidor, por sua vez, acaba constantemente avaliando os serviços, a 
qualidade dos itens e a rapidez no atendimento, pois sabe que deve cobrar e 
reclamar sempre que identificar algum problema. 
A abordagem mecanicista nas instituições age perfeitamente em ambientes 
estáveis, onde se produz sempre o mesmo item, através de práticas contínuas, 
e essencialmente quando existe subordinação dos colaboradores aos processos 
planejados. Entretanto, as organizações que adotam rotinas mecanicistas 
possuem também algumas limitações, como a dificuldade de enfrentar 
mudanças, a insistência em uma extrema burocracia indesejável, trazendo 
efeitos sobre os colaboradores, principalmente aqueles que estão em níveis mais 
baixos na escala hierárquica. Além disso, acabam não planejando suas ações 
para a inovação, apenas para atingir os objetivos já determinados. 
Mas é possível manter instituições mecanicistas e adotar a inovação. Para isso, 
deve existir pesquisa e desenvolvimento procurando saber o que o consumidor 
deseja. O Mc Donald’s, por exemplo, após analisar a nova tendência de 
qualidade de vida e reeducação alimentar por parte de seus clientes, realizou o 
lançamento de saladas em seu cardápio. Assim, demonstrou que conseguiu se 
adequar às novas exigências do mercado. 
Enfim, percebe-se que Henri Fayol teve grande influência para o 
desenvolvimento da Administração como ciência e suas práticas ainda são 
adotadas em muitas empresas atuais. A Teoria Clássica buscou entender e 
interpretar as ações e as obrigações que envolvem um administrador, de forma 
simples e objetiva, possibilitando o seu entendimento e apoiando o 
desenvolvimento e o futuro da ciência. 
TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Principais norteadores da Teoria Neoclássica 
 
Com a Revolução Industrial, muitas mudanças surgiram em nossa sociedade; 
no meio empresarial, a principal delas ocorreu, justamente, na forma de 
administrar. Essas mudanças foram evidenciadas nas primeiras abordagens 
sobre Administração, por meio do estudo das Teorias da Administração 
Científica, Burocrática e Clássica – que tiveram grande importância em todo o 
desdobramento inicial em que foram desenvolvidas. Posteriormente, também 
foram apontadas pelas Teorias Neoclássica, Estruturalista, Comportamental, das 
Relações Humanas, dos Sistemas, do Desenvolvimento Organizacional e da 
Contingência, que construíram, no decorrer de seus estudos, os fundamentos da 
ciência e da arte de administrar. Tudo isso foi impulsionado por mudanças nas 
tarefas, nas estruturas, nos relacionamentos com as pessoas nas organizações, 
no ambiente corporativo e social, na competitividade junto ao mercado e nas 
novas tecnologias. 
Toda teoria precisa de um sistema de princípios, que requer definições claras. 
Os principais norteadores para o embasamento das teorias administrativas são 
os princípios prescritivos normativos e os princípios descritivos. 
• Os princípios prescritivos normativos são aqueles que estabelecem e ditam 
as regras do que deve ser feito e de que forma deve ser feito. 
 
• Os princípios descritivos são aqueles que descrevem o relacionamento entre 
as variáveis de controles geridos pela organização. 
 
A aplicação desses princípios proporciona melhoria no entendimento, no 
desempenho da colaboração interna e na eficiência administrativa, facilitando na 
análise do trabalho executado e simplificando o treinamento dos trabalhadores; 
na busca do melhor conhecimento sobre a organização e tudo que possa ser 
instrumento para o aperfeiçoamento da prática administrativa; no planejamento 
das ações futuras; na idealização de novos controles; e no agrupamento das 
atividades diárias de trabalho. 
A Teoria Neoclássica considera os princípios administrativos prescritivos e 
normativos como base de sustentação de uma empresa, pois são eles que 
formam as regras e princípios gerais de funcionamento, determinando 
parâmetros e normas de como os procedimentos e ações devem ser tomados e 
executados nas organizações. Os princípios descritivos também se somam a 
essa abordagem, eles analisam e explicam as organizações de forma descritiva, 
permitindo ao administrador ou gestor fazer a melhor escolha e decidir a melhor 
forma de agir, de acordo com o tipo de negócio, atividade, cultura, equipes, etc. 
 
Elementos do processo administrativo 
 
A base normativa e descritiva dos princípios administrativos desenvolve-se a 
prática das funções e as características básicas da Administração e dos 
elementos do processo administrativo. 
Os elementos do processo administrativo são: 
• Planejar para determinar caminhos, metas e objetivos a serem seguidos, 
com foco nas ações que serão implantadas para alcançá-los e nas decisões 
tomadas. 
 
• Organizar para dimensionar e distinguir funções e ações que os indivíduos 
exercerão em uma organização. 
 
• Liderar para dirigir, inspirar, influenciar e conciliar as pessoas para colaborar 
e cumprir com as metas organizacionais e relacionais em equipes. 
 
• Controlar para mensurar e avaliar o desempenho individual e organizacional 
e assegurar que os resultados aconteçam efetivamente. 
 
• Administrar pessoal com enfoque nos resultados se integra à Teoria 
Neoclássica para preencher e manter funções e cargos na estrutura 
organizacional formal e na colaboração do trabalho em conjunto, cada um 
conhecendo os seus papéis e competências a desenvolver e o modo como 
suas funções e estruturas se inter-relacionam para um trabalho final eficaz. 
 
A cooperação entre as pessoas e suas multidisciplinaridades no exercício 
profissional, por meio das funções e cargos descritos em sua estrutura, somada 
à clareza de um propósito comum congregam ao objetivo único para atingir as 
metas organizacionais. Essa visão é o grande diferencial do que trata a Teoria 
Neoclássica, convergindo aos resultados práticos no dia a dia do trabalho. 
Peter Drucker, um dos pensadores da Administração, reconhecido como “o guru 
dos gurus da Administração”, popularizou seus estudos e experimentos 
administrativos ao concluir que os trabalhadores de uma empresa são os ativos 
mais valiosos dela. Para ele, toda tomada de decisão deve ser levada até os 
níveis hierárquicos mais baixos possíveis na organização, por meio de pesquisas 
e ferramentas de coleta de dados, pois o centro de toda organização são os 
indivíduos que a formam e a fazem acontecer. A organização passa a ser 
compreendida também como um ente social, e não apenas um instrumento de 
lucro. Isso faz com que o administrador precise aprender a lidar com as pessoas. 
Esse pensamento teve início mais evidenciado nas práticas organizacionais na 
década de 1950, com a construção da Teoria Neoclássica por seus autores; ele 
ainda é desenvolvido em grande parte das organizações atuais. Na Teoria 
Neoclássica, o processo administrativo tende a tornar a Administração mais 
dinâmica, integrando os conceitos, princípios e técnicas relacionadas com a 
tarefa de administrar. 
Escola do Processo Administrativoou Escola Operacional – outros nomes 
atribuídos à Teoria Neoclássica – reconhece a ciência e a teoria como um grupo 
central. Ela também recebe contribuições de várias outras escolas, como, por 
exemplo, a Teoria de Sistemas, os conceitos de qualidade e reengenharia, a 
Teoria da Decisão, as Teorias de Motivação e Liderança, os comportamentos 
individuais e coletivos, os sistemas sociais e cooperação, as comunicações. 
Também se utiliza da análise e de conceitos matemáticos para a medição de 
desempenho e resultados, filtrando, nesses casos, por aquilo que for aderente, 
mais útil e relevante para a Administração. 
 
 
 
Ciência e Teoria da 
Administração da escola, 
do processo administrativo 
e das demais escolas 
 
Sistemas 
sociais e de 
cooperação 
 
 
Conceitos 
matemáticos 
 
 
 
Teoria da 
decisão 
 
Outros 
conceitos 
de 
qualidade 
 
 
Reengenharia 
 
 
Comunicação 
 
 
Teoria de 
sistemas 
Teoria 
comportamental 
administrativa 
No exercício prático da Teoria Neoclássica, uma empresa organizada depende 
de seu ambiente externo: o ramo a qual pertence, as inovações de mercado, o 
sistema econômico e a sociedade em que participa. Por esses canais de 
informação, ela recebe seus dados, transforma-os e devolve os resultados ao 
ambiente. Esses insumos podem ser, por exemplo, os consumidores que exigem 
produtos de qualidade e com bom preço ou os funcionários que querem salários 
mais altos. 
Essa abordagem prática e operacional foi levantada no livro Princípios de 
Administração, de Harold Koontz e Cyril O’Donnell – um marco da Teoria 
Neoclássica. O livro expõe temas como administração, planejamento, 
organização, departamentalização, hierarquização, assessoria, recursos 
humanos, enquadramento de pessoal, direção, motivação, comunicação, 
liderança e técnicas de controle de qualidade; ele considera a forma de 
administrar como um processo de fazer e executar tarefas por meio de equipes 
diversas, porém com mesmo objetivo, enfatizando a grande importância das 
pessoas no cuidado, dedicação e excelência na entrega de seu trabalho. A partir 
dessa ideia, os autores desenvolvem os conceitos de eficiência e eficácia. 
A tarefa do administrador é interpretar insumos e respondê-los por meio de ações 
concretas, de maneira eficaz e eficiente, oferecendo respostas como: 
implantação de um programa de desempenho, de carreira, de meritocracia, de 
sucessão; busca de parcerias com novos fornecedores; implementação de SAC 
(Setor de Atendimento ao Cliente). Essas ações podem ser efetuadas pelo 
campo de observação e análise da eficácia e eficiência organizacional. 
Para a Administração, quando considerarmos as metas e os objetivos como 
fatores fundamentais na organização, seremos eficazes; mas, quando nos 
preocuparmos com o desempenho, o meio pelo qual alcançaremos os 
resultados, buscaremos a eficiência. 
Peter Drucker afirma que “fazer as coisas certas” é atingir a eficácia de uma ação 
ou atividade, e “fazer certo as coisas” é ter eficiência, sendo ágil na entrega da 
atividade ou tarefa, com baixo custo e qualidade. A eficiência está mais 
relacionada ao meio e recursos gastos, e a eficácia, aos resultados. 
 
 
Principais estruturas na Teoria Neoclássica 
 
Nos processos administrativos, reflete-se sobre as estruturas de decisão e as 
atividades da empresa, além da forma como funcionam, que pode ser 
centralizada ou descentralizada. 
Os processos de centralização são as relações de poder nas tomadas de 
decisões. Já os processos de descentralização são as relações das atividades. 
Se as decisões são tomadas nos níveis mais elevados da administração 
(presidência, diretoria, gerentes), essa estrutura é centralizada no poder, na 
autoridade. Se as decisões são distribuídas por todos os níveis hierárquicos da 
empresa, essa estrutura é descentralizada. 
As formas mais comuns desses modelos de gestão e estrutura se dão pela 
departamentalização e os seus tipos de composição. 
Veja alguns tipos de departamentalização: 
• Funcional: agrupamento das atividades de acordo com as funções da 
empresa. 
 
• Territorial ou geográfica: as atividades são agrupadas por área ou território. 
Este tipo de departamentalização é utilizado em Vendas e Produção, 
normalmente em grandes empresas. 
 
• Por grupo de clientes: são agrupadas as atividades que mostrem interesse 
principal pelos clientes, normalmente com maior peso econômico. 
 
• Por produto: agrupamento de atividades de acordo com produtos ou linhas 
de produto, em especial em grandes empresas com diversas linhas de 
produtos. 
 
• Unidades Estratégicas de Negócio (UEN): áreas diferentes de uma mesma 
empresa são estabelecidas como unidades para assegurar que 
determinados produtos ou linhas de produtos sejam promovidos e dirigidos, 
com se cada uma fosse uma empresa – por exemplo, uma empresa química 
industrial de grande porte. 
 
A departamentalização é uma estrutura organizacional tradicional, dividida em 
diversos níveis hierárquicos e representada normalmente por organogramas. 
Esses organogramas demonstram graficamente a estrutura hierárquica de uma 
organização, seus elementos e a interligação das atividades na empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Departamento 
de Publicidade 
 
 CEO 
 
Departamento de 
Comunicação 
Departamento 
de Vendas 
Diretor 
 
Copywriter 
 
Community Manager 
 
Diretor 
 
Criativo 
 
Contas 
 
Diretor Comercial 
 
Gerente de Vendas 
 
Comercial 
 
Estruturas organizacionais de âmbito global 
 
As estruturas organizacionais de âmbito global operam de forma mais específica, 
diferente das demais estruturas. Este tipo de estrutura depende de inúmeros 
fatores, como o grau de orientação, o compromisso e os pactos internacionais. 
Uma empresa pode internacionalizar sua operação, criando uma 
departamentalização internacional em seus escritórios centrais, liderados, por 
exemplo, por um gerente de produção. Nessas estruturas, os gerentes devem 
ser capazes de definir a estrutura de organização mais adequada para suas 
operações. 
Nas estruturas organizacionais, os níveis de autoridade nas relações existentes 
são visíveis. Essa autoridade pode ser distribuída conforme o tipo, o porte ou 
negócio por exemplo. 
• A autoridade de linha: é a relação em que um superior exerce autoridade 
diretamente sobre um funcionário, submetido a sua responsabilidade. 
• A autoridade de staff: é a relação em que a posição identificada como staff é 
descrita como um suporte, uma assessoria ou um apoio à linha diretamente 
a ela designada. 
• A autoridade funcional: é quando se institui uma relação de delegação a 
funcionários ou departamento(s) sobre determinadas áreas, processos, 
práticas, ou alguma questão referente à atividade de outro departamento que 
não o que pertence. 
Com o decorrer das análises e constatações de resultados, percebe-se que a 
organização é um sistema aberto que opera dentro do ambiente e interage com 
ele. Por meio de seus funcionários, a organização traz influências externas para 
proporcionar maiores argumentos e experimentações na sua manutenção e 
crescimento. 
A Administração é considerada ciência e arte, pois pode ser experimentada e 
explorada por meio dos estudos feitos; e tem o poder de transformar realidades 
organizacionais, individuais e de uma sociedade – que se encontra em constante 
mutação, ainda mais com advento de inovações tecnológicas, comportamentos 
e metodologias de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA E MORAL NAS ORGANIZAÇÕES 
 
Os conceitos de ética e moral 
 
As palavras ética e moral têm origem nas palavras ethos, do grego, e mores, do 
latim, respectivamente. Referem-se à reflexão sobre os princípios que 
direcionam a ação do ser humano, e tornam possível diferenciar o bem do mal, 
ou o correto do incorreto. A ética deve ser entendida como a busca pela vida bem 
vivida, e a moral comoa norma e a noção do dever. A ética e a moral devem 
sempre andar juntas, pois enquanto uma é a reflexão, a outra é a prática. 
 
 
 
 
 
 
 
A ética é o conjunto de princípios e valores utilizados pelos indivíduos para 
responder a três perguntas enquanto refletem sobre o que fazer diante de uma 
situação: quero? Posso? Devo? A moral é a prática das respostas a essas 
perguntas. 
Uma vez que a ética tem relação direta com a teoria e a reflexão, e a moral tem 
relação direta com a prática e a ação, temos que: 
⎯ Problema teórico-ético é o que acontece quando um líder avalia se um 
subordinado pode escolher entre várias alternativas de ação. 
 
⎯ Problema prático-moral é o que acontece quando um líder está diante de 
uma decisão de agir numa situação concreta. 
 
A ética é uma reflexão sobre aquilo que está acima das regras da cultura de um 
povo; é uma teoria da moral, uma reflexão sobre as regras e sobre as relações 
do indivíduo consigo mesmo e com os outros. Ela pode ser definida como uma 
prática reflexiva, pois está muito ligada à constituição de um ser humano capaz 
de refletir com liberdade sobre os destinos que quer para a sua vida, devendo 
ser pensada como uma reflexão sobre a maneira de viver. 
Ética Moral 
Reflexão Ação 
A ética faz parte da área da Filosofia, que estuda os princípios e valores morais 
da conduta humana e que indica as normas que devem ajustar-se às relações 
entre os membros da sociedade. Ela tem validade universal, pois não muda com 
a crença, os valores, os costumes, a cultura e a religião. 
A moral pode ser definida como um código de regras de obediência a um 
princípio superior e universal, ou seja, um imperativo categórico e absoluto, como 
se fosse um “dever”. Ela é um conjunto de regras estabelecidas pela família, pela 
religião, pela escola, pelo trabalho, pela cultura, e consideradas como válidas 
para um tempo, lugar e grupo de pessoas. 
A moral envolve uma ação pautada nas nossas faculdades morais, que são a 
vergonha, o brio, a honra, a dignidade e os valores. Ela envolve um conjunto de 
regras assumidas pelo indivíduo como uma forma de garantir o seu bem viver, 
expressando seus valores, costumes, hábitos e o que deseja e julga bom para a 
sua convivência em sociedade. A moral envolve a distinção entre certo e errado, 
justo e injusto, bom ou ruim, para avaliar a ação entre ética e não ética. A moral, 
ao contrário da ética, depende do lugar, do tempo e do grupo em que o indivíduo 
está inserido. 
 
A ética pode ser caracterizada como: 
 
• um princípio; 
• de caráter permanente; 
• universal; 
• uma regra; 
• teoria; 
• reflexão. 
A moral pode ser caracterizada como: 
 
• uma conduta específica; 
• de caráter temporal; 
• dependente da cultura; 
• uma conduta da regra; 
• prática; 
• ação. 
 
 
As relações entre trabalho e ética 
 
Para que um trabalhador alcance a sua excelência profissional, é importante que 
siga padrões e valores da sociedade e, principalmente, da organização em que 
trabalha. A credibilidade vem da postura ética adotada pelo trabalhador, uma vez 
que a sua atuação deve ser consequência de uma reflexão sobre a melhor 
maneira de agir. A ética proporciona o ganho de confiança e respeito dos 
gestores e colegas. 
A ética no trabalho vai além do ponto de vista do dever, da obrigação, ou das 
normas de conduta que funcionam como um código moral dos funcionários. Ela 
pode ser entendida como um conjunto de: 
⎯ saberes, que forma a moral do trabalho, entendida como algo que define a 
forma como os trabalhadores devem conduzir as suas vidas enquanto 
estiverem trabalhando; 
⎯ normas éticas que devem formar a consciência do profissional e ser 
imperativas para a sua conduta; 
 
⎯ princípios morais que devem ser observados no exercício de uma profissão; 
 
⎯ valores e normas de comportamento e relacionamento que são adotados no 
ambiente de trabalho, no exercício de uma atividade. 
 
As organizações adotam padrões éticos profissionais, aplicando-os às suas 
regras de comportamento internas, visando o bom andamento de todos os 
processos organizacionais, o atingimento das metas e o alcance dos objetivos 
estratégicos. A ética no trabalho é a ferramenta de exercício cotidiano de 
honestidade, lealdade e comprometimento, que conduzem as ações do indivíduo 
no exercício de suas atividades na empresa. 
A ética no ambiente de trabalho é de fundamental importância para o bom 
funcionamento das atividades da empresa e das relações de trabalho entre os 
colaboradores. Quanto maior a organização, mais se faz necessário um código 
de ética, para que ele sirva para padronizar os procedimentos de trabalho e 
estabeleça regras e valores de conduta para todas as áreas. 
O código de ética prevê princípios a seguir e penas disciplinares aos 
trabalhadores que não obedecerem aos procedimentos e normas da área. 
Normalmente as organizações disponibilizam canais de comunicação próprios 
para denúncias, em que os funcionários podem relatar fatos de descumprimento 
das normas estabelecidas no código de ética e que tenham sido observados no 
ambiente de trabalho ou na relação com clientes. 
A ética no trabalho serve para construir relações de qualidade com os colegas 
de trabalho, chefes e subordinados, e para contribuir para o bom funcionamento 
das rotinas de trabalho, uma vez que relações amigáveis e respeitosas 
contribuem para o aumento do nível de confiança e comprometimento dos 
funcionários, refletindo no aumento da produção e do desenvolvimento da 
empresa. Os comportamentos antiéticos, por outro lado, prejudicam o clima 
organizacional, afetando o rendimento das equipes. 
A relação entre a ética no trabalho e os processos de subjetivação, ou seja, a 
maneira como podemos pensar a ética e o trabalho de forma mais abstrata e 
subjetiva, pode ser compreendida como: 
⎯ um código normativo, que age como um mecanismo disciplinador e de 
submissão dos funcionários; 
⎯ um processo de identificação, relacionado ao reconhecimento social do 
funcionário como um cidadão; 
⎯ o conjunto de possibilidades trazidas pelo código normativo associado ao 
trabalho, que influencia a ética como prática reflexiva da liberdade, ou seja, 
uma reflexão sobre as decisões dos trabalhadores quanto ao próprio destino. 
O grau de liberdade para a reflexão ética vai depender dos valores morais que 
envolvem as formas de gestão e a cultura das empresas, bem como as restrições 
que são impostas pelo mercado de trabalho. 
Algumas profissões têm conselhos de representação que têm a 
responsabilidade de criar os códigos de ética específicos de cada área de 
atuação e, também, de fiscalizar o seu cumprimento. Esse código, chamado de 
código de ética profissional, é o conjunto de normas éticas que devem ser 
seguidas pelos profissionais enquanto exercem seu trabalho, 
independentemente da empresa em que estiverem. Ele existe para padronizar 
procedimentos operacionais e condutas de comportamento, garantindo a 
segurança dos profissionais e dos usuários de serviços específicos. Ele também 
prevê princípios a seguir e penas disciplinares aos trabalhadores que não 
obedecerem aos procedimentos e normas da área. 
 
Os efeitos das transformações contemporâneas nos códigos normativos 
A discussão em torno das transformações da ética no trabalho gera duas 
definições sobre o tema: 
⎯ é um código antigo, com origem na doutrina protestante e que se associou 
ao espírito capitalista da modernidade; 
⎯ é a discussão sobre a remodelação desse código devido às transformações 
sociais, que possibilitam a reflexão sobre o lugar que o trabalho exerce na 
vida das pessoas. 
 
O termo ética no trabalho, ou ética protestante do trabalho, surgiu no Brasil em 
1967, depois da tradução brasileira da obra A ética protestante e o “espírito” do 
capitalismo, de Max Weber. Ele faz referência às condições morais para o 
surgimento do capitalismo,condições essas que estavam presentes na ética 
protestante. O protestantismo foi um movimento religioso que eclodiu na Europa 
Central, no início do século XVI, como reação contra as doutrinas e práticas do 
catolicismo romano medieval. A motivação psicológica para o trabalho era uma 
forma de a doutrina protestante se assegurar. O trabalho passou a ser visto como 
obrigação moral para as pessoas e o capitalismo passou, então, a não precisar 
mais da religião como um suporte. 
No princípio, os fundamentos da ética no trabalho eram: 
 
• a busca individual do sucesso; 
 
• a capacidade de o indivíduo postergar o seu prazer e divertimento em prol 
do acúmulo de dinheiro; 
 
• a aceitação da existência de uma obrigação moral de trabalhar de forma 
disciplinada, mesmo que o trabalho fosse árduo e difícil; 
 
• a obediência às ordens do patrão, sempre com o devido sentimento de 
obrigação em relação a elas; 
 
• a importância do trabalho em todos os aspectos da vida, significando 
valorização pessoal. 
 
Na sociedade industrial, a ética no trabalho passou a ser considerada como um 
elemento essencial para a modernização da sociedade, e muitos estudos 
tentaram estabelecer a relação existente entre a ética no trabalho e as 
transformações possivelmente trazidas pelo capitalismo. 
No Brasil, o trabalho passou a ser valorizado com a criação da carteira de 
trabalho, documento que demonstra o exercício da cidadania do indivíduo e o 
esforço do país em atribuir ao trabalho um caráter essencial na vida dos 
indivíduos. O trabalho passou a ser visto então como uma fonte de dignidade e 
de moralidade e uma ferramenta de ascensão na sociedade, além de uma forma 
de servir ao sustento do país por meio da submissão e da obediência. 
Atualmente, a relação entre trabalho e cidadania e a associação dos valores 
ligados ao trabalho e à família passam por modificações radicais na nova 
estruturação do capitalismo. Nos países capitalistas, os códigos normativos 
começaram a passar por transformações contemporâneas devido ao aumento 
do individualismo, à diminuição dos laços sociais, à cultura do narcisismo, à 
perspectiva de incerteza generalizada na sociedade, à competição extremada, à 
destruição das garantias das estabilidades e à consideração do código moral 
como algo de importância relativa. 
A sensação de insegurança e a impossibilidade de planejar o futuro a longo 
prazo, decorrentes do modelo produtivo da atualidade, começaram a afetar o 
caráter dos trabalhadores, que passaram a se sentir hesitantes com relação ao 
padrão moral de comportamento que será oferecido para as próximas gerações. 
As pessoas se sentem incapazes de transmitir parâmetros sobre o que é certo 
ou errado. A nova configuração de mundo e sociedade gera incertezas, tornando 
indefinidos os critérios para o julgamento moral. 
O comportamento passou a se deslocar da ética profissional para a ética do 
consumo, que é caracterizada pela necessidade de satisfação imediata. A 
transformação do trabalhador da modernidade, que era produtor, para o 
consumidor contemporâneo, indica uma acentuação do individualismo: o 
consumo é essencialmente individual, enquanto o trabalho é coletivo. Além 
disso, os novos modelos de gestão procuram individualizar os trabalhadores que 
exercem suas atividades em equipe, visando avaliá-los. 
Passou a existir uma nova forma de reflexão da ética, que surgiu da sociedade 
moderna e teria como fundamento os cuidados dos indivíduos consigo mesmos. 
Antes, no modelo cultural da era industrial, os cuidados próprios estavam sempre 
relacionados com as obrigações frente aos outros, sendo que esses outros 
podiam ser a religião, os filhos, os amigos próximos, a família e a sociedade 
como um todo. A autorrealização do indivíduo era proporcionada pelo esforço do 
trabalho, projetado no futuro. 
Nesse novo modelo de reflexão ética, a satisfação imediata é o que importa, e 
existe a sensação de um presente permanente, o que traduz a importância do 
individualismo. As altas taxas de desemprego, as modificações tecnológicas e 
as alterações organizacionais das empresas são, na realidade, os dispositivos 
responsáveis pelas transformações na reflexão ética. A ética, como está hoje, é 
sustentada pelo individualismo, por um dever do indivíduo para com ele próprio, 
em uma busca incessante pela sua autossatisfação. 
O individualismo da atualidade também está ligado à solidariedade, só que uma 
solidariedade direcionada para com os grupos aos quais as pessoas são mais 
próximas, ou seja, para com a sua microssociedade. Assim, são formadas 
comunidades pela livre escolha dos indivíduos, ao contrário do que acontece 
com as relações no trabalho, que são impostas. 
A crise de identidade pela qual as pessoas passam na atualidade está 
relacionada com a crise no modelo cultural, pois todo o conjunto de significados 
e valores que existia está, hoje, desestabilizado. Essa crise cultural provoca nos 
indivíduos mais jovens uma reflexão sobre as melhores formas de existir. Ela 
passa a ser uma crise da própria identidade do indivíduo, que se vê em uma 
situação de indefinição, uma vez que a liberdade existente para as escolhas 
quanto ao modo de viver – como relacionamentos amorosos, lazer, amizades, 
divertimentos, produtos de consumo, entre outros – não existe no trabalho e no 
mundo profissional. Até mesmo a escolha do próprio trabalho é limitada pelas 
imposições estabelecidas pelo mercado. 
A saída para os indivíduos mais jovens poderia ser, então, a transferência da sua 
realização pessoal para a vida fora do trabalho, pois esta não seria moderada 
por regras e princípios morais. A consequência disso, a longo prazo, pode ser o 
surgimento de um indivíduo contemporâneo completamente desconectado do 
que é social, alguém que não vê sentido na sociedade, que ignora o fato de fazer 
parte de uma sociedade e que, por isso, não possui senso de responsabilidade 
para com as regras sociais. O individualismo exagerado pode conduzir o 
indivíduo a achar que não é nada, e que não está ou não pertence a qualquer 
lugar. 
O código moral referente ao trabalho na sociedade atual vai se transformando à 
medida que o capitalismo muda suas estratégias para dominar, cada vez mais, 
o mundo. A ética, então, volta a se tornar essencial na nossa sociedade, pois o 
aumento do individualismo, que se revela sob a forma de narcisismo, resulta da 
impossibilidade de se pensar em um futuro, o que traz uma vontade incontrolável 
de aproveitar os momentos do presente da forma mais intensa possível. A 
perspectiva desse tempo presente, que pede essa pressa dos indivíduos, traduz 
a ausência de princípios que possibilitem enxergar um sentido para a vida em 
comunidade, o que denota uma fragilidade nos laços sociais e um fortalecimento 
do individualismo, consequência da destruição dos valores e da dissolução dos 
laços centrados no trabalho, sem que eles tenham sido substituídos por 
quaisquer outros que não sejam apenas aqueles que valorizam a própria 
existência. Somente o respeito pelo outro e o reconhecimento de que temos 
limites e somos finitos é que podem acabar com o individualismo e possibilitar 
um retorno à solidariedade. 
A ética profissional é um conjunto de padrões de conduta que normalmente está 
estabelecido nos códigos normativos das empresas, mas é também um 
elemento de reconhecimento e identificação da sociedade. A transformação dos 
códigos morais e a consequente mudança na ética do trabalho dependem do 
grau de liberdade existente para uma prática reflexiva, indispensável para se 
pensar a ética. 
A atual conjuntura implica uma transformação do código moral que sustenta as 
relações em sociedade. A ética no trabalho muitas vezes surge somente como 
uma teoria, e não como algo presente na rotina de ações das pessoas. Embora 
seja algo ainda muito solicitado no perfil de executivos, a ética se encontra 
subordinadaa valores maiores, que são o individualismo e a competitividade.

Continue navegando