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Revista-FEO-Agosto_23 pdf

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NESTA
EDIÇ ÃO
Redação 
Isadora Oliveira
Julio Fernandes de Jesus 
Luiz Scola 
Yuri Franco
Seleção e Revisão 
Yuri Rafael Franco
Editoria e Design
Equipe Fisio em Ortopedia
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https://www.instagram.com/yurifranco/
 O distúrbio associado ao efeito chicote 
é uma coleção de sinais e sintomas resultantes 
de um trauma devido ao mecanismo 
de aceleração e desaceleração da transferência 
de energia para o pescoço. Na maioria das vezes 
envolve um ocupante de um motor estacionário 
veículo que é atingido por trás por outro veículo; 
no entanto, lesões como estas podem ocorrer 
durante outras atividades e tipos de colisões 
de veículos motorizados.
 
 Sintomas associados com esta condição 
clínica incluem, mas não são limitados a dor 
no pescoço, dores de cabeça, tonturas, distúrbios 
visuais, concentração prejudicada e alterações 
sensoriais em extremidades superiores.
 Distúrbios associados ao efeito chicote 
são um problema de saúde importante 
e oneroso para o sistema de saúde. Há uma 
falta de evidência de alta qualidade em 
torno da eficácia dos tratamentos para esta 
condição e a literatura existente sobre o tema 
apóia intervenções ativas e retorno precoce 
às atividades regulares.
 Por isso, o estudo que discutiremos 
hoje teve como objetivo avaliar a eficácia 
de um vídeo educacional na prevenção terciária 
de sintomas persistentes de distúrbios associados 
ao efeito chicote após colisões traseiras 
de veículos motorizados.
 Pacientes consecutivos que se 
apresentaram em quatro departamentos 
de emergência de atendimento terciário após 
colisões automotivas foram elegíveis. Após 
o consentimento informado, os pacientes foram 
alocados, usando randomização central, para 
receber um vídeo educacional mais cuidados 
habituais ou apenas cuidados habituais. O vídeo 
fornecia aspectos de segurança e conselhos 
sobre postura, retorno às atividades regulares, 
exercícios e métodos de alívio da dor.
Revista Fisio em Evidência
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V I S ÃO G E R A L
M E TO D O LO G I A
Agosto | 2023
O que é 
O distúrbio associado ao efeito chicote é uma 
coleção de sinais e sintomas resultantes 
de um trauma devido ao mecanismo de aceleração 
e desaceleração da transferência de energia para 
o pescoço.
Recorrência 
Na maioria das vezes envolve um ocupante de um 
motor estacionário veículo que é atingido por trás 
por outro veículo; no entanto, lesões como estas 
podem ocorrer durante outras atividades e tipos 
de colisões de veículos motorizados.
Sintomas 
Dores de cabeça, tonturas, distúrbios visuais, 
concentração prejudicada e alterações sensoriais 
em extremidades superiores.
O que diz as evidências 
Há uma falta de evidência de alta qualidade 
em torno da eficácia dos tratamentos para esta 
condição e a literatura existente sobre o tema 
apóia intervenções ativas e retorno precoce 
às atividades regulares.
Objetivo do estudo
Avaliar a eficácia de um vídeo educacional 
na prevenção terciária de sintomas persistentes 
de distúrbios associados ao efeito chicote após 
colisões traseiras de veículos motorizados.
Fonte: Reprodução
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Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
 Os dados foram coletados por telefone por meio de questionários padronizados. O desfecho 
primário foi a presença de sintomas persistentes 24 semanas após a lesão, com base na frequência 
e gravidade da dor no pescoço, ombro ou parte superior das costas. A diferença absoluta na 
proporção de pacientes com sintomas persistentes e taxas de proporção foram calculadas. Alterações 
nos escores de dor foram comparadas usando o teste U de Mann-Whitney.
Quadro clínico
Pacientes consecutivos que se apresentaram em quatro departamentos 
de emergência de atendimento terciário após colisões automotivas foram elegíveis.
Processo
Os pacientes foram alocados, 
usando randomização central, 
para receber um vídeo educacional 
mais cuidados habituais ou apenas 
cuidados habituais. 
Suporte 
O vídeo fornecia aspectos 
de segurança e conselhos sobre 
postura, retorno às atividades 
regulares, exercícios e métodos 
de alívio da dor.
Desfecho primário
 O desfecho primário foi a presença de sintomas persistentes 
24 semanas após a lesão, com base na frequência e gravidade da dor 
no pescoço, ombro ou parte superior das costas. Alterações nos escores 
de dor foram comparadas usando o teste U de Mann-Whitney.
 Os grupos intervenção (n = 206) e controle (n = 199) foram semelhantes 
no início do estudo (idade média de 38,4 anos; 64% do sexo feminino). 
No geral, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes diminuiu 
de 89,1% no início do estudo para 33,6% em 24 semanas após a lesão. 
 Em 24 semanas, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes 
no grupo de intervenção foi 7,9% menor do que no grupo controle. 
A melhora média no escore de dor em 24 semanas foi de três para o grupo 
de intervenção e dois para o grupo de controle
 Desta forma, a presença de sintomas persistentes de efeito chicote 
após colisões traseiras de veículos motorizados foi alta na amostra do estudo. 
O grupo que recebeu educação em vídeo demonstrou uma tendência para 
sintomas menos graves, porém é necessário avaliar outras intervenções 
educacionais para a mesma finalidade.
R E S U LTA D O S
Teste U de Mann-Whitney
Em estatística o teste U de Mann-Whitney é um teste não 
paramétrico aplicado para duas amostras independentes. 
 O estudo buscou apresentar uma alternativa 
de educação do paciente após um cenário de trauma 
direto. Pontos fortes como o número de participantes, 
o desenho de estudo e a metodologia devem ser 
enfatizados, porém algumas limitações também devem 
ser discutidas, como por exemplo, a contribuição de 
cada aspecto do conteúdo do vídeo para os desfechos 
observados e a falta de um outro grupo para testar 
outra abordagem de educação do paciente. Estudos 
futuros poderiam explorar, por exemplo, eficácia da 
educação realizada sozinha ou em combinação com 
exercícios.
P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S
Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
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FIC A A DIC A: PAR A SABER
6
Pontos relevantes
Pontos fortes como o número de 
participantes, o desenho de estudo e 
a metodologia devem ser enfatizados, 
porém algumas limitações também 
devem ser discutidas, como por exemplo, 
a contribuição de cada aspecto do 
conteúdo do vídeo para os desfechos 
observados e a falta de um outro grupo 
para testar outra abordagem de educação 
do paciente.
Foram semelhantes no início do estudo (idade 
média de 38,4 anos; 64% do sexo feminino). No 
geral, a proporção de indivíduos com sintomas 
persistentes diminuiu de 89,1% no início do estudo 
para 33,6% em 24 semanas após a lesão. 
Em 24 semanas, a proporção de indivíduos com sintomas 
persistentes no grupo de intervenção foi 7,9% menor do 
que no grupo controle. A melhora média no escore de dor 
em 24 semanas foi de três para o grupo de intervenção e 
dois para o grupo de controle.
A presença de sintomas persistentes de efeito 
chicote após colisões traseiras de veículos 
motorizados foi alta na amostra do estudo.
O grupo que recebeu educação em vídeo demonstrou uma tendência para sintomas 
menos graves, porém é necessário avaliar outras intervenções educacionais para a 
mesma finalidade.
Grupos intervenção 
(n = 206)
Grupos de controle 
(n = 199)
semanas24
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 A Regra de Tornozelo de Ottawa (RTO) é um conjunto de critérios clínicos usados para 
identificar pacientes com lesões de tornozelo que não precisam de imagensradiográficas. 
A RTO consiste em uma série de perguntas e manobras de exame físico que avaliam a presença 
de sensibilidade óssea e a capacidade de suportar peso. A RTO é projetada para ajudar os profissionais 
de saúde a tomar decisões mais informadas sobre quando solicitar imagens radiográficas 
para pacientes com lesões de tornozelo, o que pode reduzir a exposição desnecessária à radiação 
e os custos com saúde.
 Esta revisão sistemática e meta-
análise avaliou a precisão diagnóstica 
da RTO na exclusão de fraturas em 
lesões agudas de tornozelo em adultos. 
Foram incluídos 22 estudos na revisão. 
Os critérios de inclusão para os estudos 
nesta revisão foram: estudos que 
avaliaram a precisão diagnóstica da RTO 
na exclusão de fraturas em lesões agudas 
de tornozelo em adultos; estudos que 
usaram radiografia como padrão de 
referência; e estudos que relataram dados 
suficientes para calcular a sensibilidade 
e especificidade da RTO. Os critérios de 
exclusão foram: estudos que avaliaram 
a RTO em crianças ou adolescentes; 
estudos que avaliaram a RTO em lesões 
crônicas de tornozelo; e estudos que não 
relataram dados suficientes para calcular 
a sensibilidade e especificidade da RTO.
V I S ÃO G E R A L
M E TO D O LO G I A
Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
O que é 
A Regra de Tornozelo de Ottawa (RTO) é um 
conjunto de critérios clínicos usados para 
identificar pacientes com lesões de tornozelo que 
não precisam de imagens radiográficas.
RTO 
A RTO consiste em uma série de perguntas 
e manobras de exame físico que avaliam 
a presença de sensibilidade óssea e a capacidade 
de suportar peso.
Estudos 
Foram incluídos 22 estudos na revisão
Critérios de inclusão
Os critérios de inclusão para os 
estudos nesta revisão foram: estudos 
que avaliaram a precisão diagnóstica 
da RTO na exclusão de fraturas 
em lesões agudas de tornozelo 
em adultos; estudos que usaram 
radiografia como padrão de referência; 
e estudos que relataram dados 
suficientes para calcular a sensibilidade 
e especificidade da RTO.
Critérios de exclusão
Os critérios de exclusão 
foram: estudos que 
avaliaram a RTO em crianças 
ou adolescentes; estudos 
que avaliaram a RTO em 
lesões crônicas de tornozelo; 
e estudos que não relataram 
dados suficientes para 
calcular a sensibilidade e 
especificidade da RTO.
Para os profisionais 
A RTO é projetada para ajudar os profissionais de saúde a tomar decisões mais informadas sobre quando 
solicitar imagens radiográficas para pacientes com lesões de tornozelo, o que pode reduzir a exposição 
desnecessária à radiação e os custos com saúde.
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Estudos 
Foram incluídos 22 estudos 
nesta revisão, totalizando 
10.693 pacientes.
Meta-análise
Limitações
Conclusão 
Os autores concluíram que a RTO é uma ferramenta 
útil para excluir fraturas em lesões agudas 
de tornozelo em adultos, especialmente 
em configurações de atendimento primário.
Diferentes estudos 
A heterogeneidade dos estudos 
incluídos em termos de configurações 
de atendimento, critérios de inclusão 
e exclusão, e métodos de avaliação 
da RTO.
Atendimento secundário
A maioria dos estudos incluídos foi realizada 
em configurações de atendimento secundário, 
o que pode limitar a generalização 
dos resultados para configurações 
de atendimento primário. 
Análise do subgrupo
 Análise de subgrupo para avaliar a sensibilidade 
e especificidade da RTO em diferentes 
configurações de atendimento foi baseada 
em um número limitado de estudos. 
Sensibilidade da RTO 
Intervalo de confiança 
de 95%: 94,3% a 97,5%
 Especificidade da RTO 
Intervalo de confiança 
de 95%: 28,9% a 41,3%
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Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
 Foram incluídos 22 estudos nesta revisão, totalizando 10.693 pacientes. A meta-análise 
mostrou que a sensibilidade da RTO foi de 96,2% (intervalo de confiança de 95%: 94,3% 
a 97,5%) e a especificidade foi de 34,9% (intervalo de confiança de 95%: 28,9% a 41,3%). A análise 
de subgrupo mostrou que a sensibilidade da RTO foi maior em estudos realizados em configurações 
de atendimento primário em comparação com configurações de atendimento secundário. 
No entanto, a especificidade não diferiu significativamente entre os ambientes de atendimento. 
Os autores concluíram que a RTO é uma ferramenta útil para excluir fraturas em lesões agudas 
de tornozelo em adultos, especialmente em configurações de atendimento primário.
R E S U LTA D O S
10.693
pacientes 96,2% 34,9%
 Algumas limitações deste estudo incluem 
a heterogeneidade dos estudos incluídos em termos 
de configurações de atendimento, critérios de inclusão 
e exclusão, e métodos de avaliação da RTO. Além 
disso, a maioria dos estudos incluídos foi realizada 
em configurações de atendimento secundário, o que pode 
limitar a generalização dos resultados para configurações 
de atendimento primário. Outra limitação é que a análise 
de subgrupo para avaliar a sensibilidade e especificidade 
da RTO em diferentes configurações de atendimento foi 
baseada em um número limitado de estudos. Por fim, 
a revisão incluiu apenas estudos em inglês, o que pode ter 
excluído estudos relevantes em outros idiomas.
P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S
 A redução parcial e/ou evitação completa de imposição de carga nos membros inferiores 
tratados cirurgicamente é algo relevante e extremamente comum na rotina de cirurgiões 
ortopédicos e fisioterapeutas. Entretanto e embora por vezes necessária, essa intervenção tende 
a gerar repercussões, “agudas” – redução da capacidade de contração voluntária – e “crônicas” – 
hipotrofia, atrofia, déficits de força e função – o que por sua vez, pode causar barreiras para obtenção 
dos resultados clínicos almejados. 
 Por conta disso, a implementação da esteira anti-gravidade – que permite o controle 
da descarga de peso – tem sido citada e utilizada em programas de reabilitação de paciente 
submetidos a tratamento cirúrgico de fraturas de membro inferior e que requerem redução 
da descarga de peso. Porém e mesmo sendo essa intervenção plausível e promissora, há uma 
escassez de estudos analisando os efeitos da implementação desse recurso.
 Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo comparar se um programa de seis 
semanas de mobilização com esteira anti-gravidade realizado há um ano foi superior a reabilitação 
tradicional de pacientes com redução da descarga de peso nos membros inferiores por fraturas 
do planalto tibial e do tornozelo.
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V I S ÃO G E R A L
Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
Objetivo 
Comparar se um programa de seis 
semanas de mobilização com esteira 
anti-gravidade realizado há um ano foi 
superior a reabilitação tradicional 
de pacientes com redução da descarga 
de peso nos membros inferiores por 
fraturas do planalto tibial e do tornozelo.
Foram incluídos indivíduos 
entre 18 e 65 anos de idade 
Que sofreram fraturas do planalto tibial 
ou do tornozelo e foram submetidos 
à tratamento cirúrgico em um centro 
de trauma.
Excluídos 
Foram excluídos sujeitos com 100kg 
ou mais (massa corporal), doença 
grave ou condição debilitada de saúde 
geral, presença de fraturas abertas, 
vício em drogas e/ou álcool, gravidez, 
acometimento neuromuscular ou atrofia 
muscular pré-existente.
Implementação da esteira 
anti-gravidade 
Tem sido citada e utilizada em programas 
de reabilitação de paciente submetidos 
a tratamento cirúrgico de fraturas 
de membro inferior e que requerem 
redução da descarga de peso. 
O outro lado
Essa intervenção plausível 
e promissora, há uma escassez 
de estudos analisando 
os efeitos da implementação 
desse recurso.
M E TO D O LO G I A
 Esse foi um ensaio clínico aleatorizado que 
analisou os dados pós-1 ano (follow-up) de finalização dos 
participantes desse estudo.
 Foram incluídos indivíduos entre 18 e 65 anos 
de idade, que sofreram fraturas do planalto tibial ou do 
tornozelo e foram submetidos à tratamento cirúrgico em 
um centro de trauma da Alemanha e que poderiamse 
submeter à reabilitação com descarga de 20kg de peso 
sobre o membro inferior acometido. Foram excluídos 
sujeitos com 100kg ou mais (massa corporal), doença 
grave ou condição debilitada de saúde geral, presença de 
fraturas abertas, vício em drogas e/ou álcool, gravidez, 
acometimento neuromuscular ou atrofia muscular pré-
existente.
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Revista Fisio em Evidência Agosto| 2023
Após um ano da intervenção, não foram notadas diferenças significantes intergrupos quando 
comparados os escores totais dos questionários aplicados – FAOS (intervenção: 80,8 ± 18,4 
e controle: 78,4 ± 21,1) e KOOS (intervenção: 84,8 ± 15,2 e controle: 81,7 ± 17,0). 
 Por outro lado, foi notada melhora nos índices de marcha nos dados coletados três meses 
e um ano pós-intervenção nos participantes submetidos a reabilitação na esteira antigravitacional 
(p=0,04) e aumento de três centímetros na perimetria de coxa dos sujeitos do grupo intervenção 
após um ano (95% intervalo de confiança: −0,2 – 6,3cm, P = 0,08).
R E S U LTA D O S
 Os indivíduos foram incluídos e realizaram de duas 
a três sessões de fisioterapia por semana, pelo período 
de seis semanas. Sendo que foram distribuídos de forma 
aleatória em dois grupos:
 
› Controle (n=36) – realizaram sessões padronizadas 
de fisioterapia, contendo drenagem linfática manual, 
crioterapia e 20 minutos de mobilizações passivas 
do membro inferior acometido e treino de marcha 
com aditamento (muletas);
 
› Intervenção (n=37) – realizaram sessões padronizadas 
de fisioterapia, contendo drenagem linfática manual, 
crioterapia e 20 minutos de caminhada na esteira 
anti-gravidade (permitindo 20kg de descarga de peso);
 Os desfechos avaliados foram: Foot and Ankle 
Outcome Score (FAOS) para as fraturas de tornozelo 
e Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) 
para as frturas do planalto tibial. Esses questionários 
foram aplicados no baseline (logo após a cirurgia), ao iniciar 
o programa de reabilitação, após o término do mesmo 
(6 semanas) e após 12 semanas e no caso do presente 
estudo, após 1 ano . Além disso, foram avaliados 
os escores de cada subseção desses questionários, trofismo 
muscular da coxa e panturrilha (perimetria), amplitude 
de movimento do joelho ou tornozelo e avaliação 
da marcha com o Dynamic Gait Index.
Tempo: 6 semanas 
Os indivíduos foram incluídos 
e realizaram de duas a três sessões 
de fisioterapia por semana.
Conclusão 
Foram aplicados questionários 
e avaliados os escores de cada 
subseção desses questionários, 
trofismo muscular da coxa e 
panturrilha (perimetria), amplitude 
de movimento do joelho ou 
tornozelo e avaliação da marcha 
com o Dynamic Gait Index.
Grupo de controle 
(n=36) 
Grupo de intervenção 
(n=37)
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Revista Fisio em Evidência Agosto| 2023
 Esse estudo apresenta algumas limitações relevantes:
apresentou perda maior do que 15% de amostra – o que reduz o poder estatístico previamente 
planejado;
› Analisa os dados coletados de maneira inadequada, uma vez que compara as subseções dos 
questionários (desfechos primários) e não somente os escores totais – o que gera uma interpretação 
contraditória (sem diferenças nos escores totais, porém algumas diferenças estatísticas são 
demonstradas nas comparações dessas subseções);
› Demonstra um erro de interpretação estatística, uma vez que é citado diferença favorável ao grupo 
intervenção na perimetria de coxa pós-1 ano de aplicação do programa de reabilitação, entretanto a 
análise estatística demonstra o contrário;
› Hipervaloriza os desfechos secundários (inclusive no título do estudo) - o que configura uma 
estratégia de spin e se vale de narrativas e comparações para sugerir superioridade do programa do 
grupo intervenção sobre o controle.
L I M I TAÇ Õ E S
O que foi observado 
Não foram notadas diferenças 
significantes intergrupos quando 
comparados os escores totais 
dos questionários aplicados 
Por outro lado 
Foi notada melhora nos índices de marcha nos dados coletados três 
meses e um ano pós-intervenção nos participantes submetidos a 
reabilitação na esteira antigravitacional (p=0,04) e aumento de três 
centímetros na perimetria de coxa dos sujeitos do grupo intervenção 
após um ano (95% intervalo de confiança: −0,2 – 6,3cm, P = 0,08).
Membros inferiores (Pé e Tornozelo)
É comum relatos de profissionais que, por um momento, deixaram passar 
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FIC A A DIC A: PAR A APRENDER
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 Fratura de tornozelo estão entre umas 
das principais fraturas que acometem a sociedade. 
Baseado em dados do Reino Unido cerca 
de 120000 novos casos de fratura de tornozelo 
são contabilizados em um ano, gerando grandes 
custos aos serviços públicos, pois o tratamento 
inicial, na maioria das vezes, é realizado com 
imobilização gessada o que gera uma dependência 
maior desses pacientes. Além disso, por ser 
uma estrutura fixa, dificulta o manejo precoce 
da região gerando assim maiores limitações como 
perda de força, limitação de amplitude articular 
e por consequência disso maiores níveis de dor.
 Uma solução para esse contexto 
é a utilização de imobilizações mais funcionais 
que permitem um acesso direto ao local da lesão, 
para que haja um tratamento mais efetivo, uma 
intervenção mais precoce e com isso uma possível 
melhora dos quadros de dor. Além disso, aspectos 
de qualidade de vida e bem-estar podem ser 
influenciados por essa plausibilidade.
 Com isso, esse estudo pragmático foi 
pensado para fazer a comparação entre essas duas 
situações clínicas para os desfechos de função, 
qualidade de vida e possíveis complicações 
em decorrência dos métodos de imobilização 
utilizado.
16
 Trata-se de um estudo pragmático, multicêntrico e controlado randomizado de superioridade 
foi realizado em 20 unidades de trauma no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Foram 
incluídos paciente de 18 anos acima que tinham indicação de uso de imobilização gessada por pelo 
menos três semanas.
 Foi utilizado uma imobilização tradicional abaixo do joelho. Para as imobilizações gessadas os 
pacientes foram encorajados a movimentar a região do tornozelo, somente depois da retirada da 
imobilização. Para os que estavam com a imobilização funcional foram encorajados a iniciarem as 
mobilizações sem carga desde o início, com sessões de mobilização três vezes ao dia. A procura de 
serviços de fisioterapia não foram controlados, sendo uma escolha a critério do paciente.
 Os dados primários foram avaliados após 16 semanas, tendo em vista o prazo médio de 
cicatrização de fraturas. O desfecho foi avaliado através do questionário autoaplicável Olerud 
Molander Ankle Score (OMAS). Os desfechos secundários como custos, complicações e escalas 
funcionais ainda estão sendo coletados, devido o prazo de coleta que terá duração de até dois anos.
V I S ÃO G E R A L
M E TO D O LO G I A
Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
Você sabia? 
Fratura de tornozelo estão entre umas das principais 
fraturas que acometem a sociedade.
Tratamento 
Na maioria das vezes, é realizado com imobilização 
gessada o que gera uma dependência maior desses 
pacientes.
E mais 
 Por ser uma estrutura fixa, dificulta o manejo precoce 
da região gerando assim maiores limitações como 
perda de força, limitação de amplitude articular e por 
consequência disso maiores níveis de dor.
Solução 
Utilização de imobilizações mais funcionais que 
permitem um acesso direto ao local da lesão,para que 
haja um tratamento mais efetivo, uma intervenção 
mais precoce e com isso uma possível melhora dos 
quadros de dor. 
 Foram avaliados mais de três mil pacientes, sendo que apenas 669 foram alocados nos 
grupos de tratamento, sendo 334 no grupo de imobilização gessada e 335 no grupo de imobilização 
funcional, sendo em sua maioria mulheres (57%), com menos de 49 anos. Apenas 502 pacientes 
finalizaram a primeira avaliação do estudo.
 Não houve diferença entre os dois tipos de imobilização na avaliação através do OMAS, nem 
significativamente e nem clinicamente. Os demais desfechos não houve diferença, também.
R E S U LTA D O S
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Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023
Desfecho 
O desfecho foi avaliado através do questionário autoaplicável Olerud Molander 
Ankle Score (OMAS). Os desfechos secundários como custos, complicações e escalas 
funcionais ainda estão sendo coletados, devido o prazo de coleta que terá duração 
de até dois anos.
Usos 
 Para os que estavam com a imobilização 
funcional foram encorajados a iniciarem 
as mobilizações sem carga desde o início, com 
sessões de mobilização três vezes ao dia.
Limitações 
 25% dos pacientes recrutados e avaliados 
na primeira avaliação. 
Alvos 
Foram incluídos paciente de 18 anos 
acima que tinham indicação de uso 
de imobilização gessada por pelo 
menos três semanas.
 A principal limitação foi na perda de cerca 
de 25% dos pacientes recrutados e avaliados na primeira 
avaliação. Isso pode trazer alguns prejuízos metodológicos 
nos resultados.
 Outro ponto está no controle do que foi realizado 
com os pacientes da imobilização funcional, tendo tem 
vista que se houvesse um protocolo mais fechado para 
que eles fizessem o resultado podia ser diferente.
L I M I TAÇ Õ E S
25%
pacientes
REFERÊNCIAS
Educação do paciente para prevenir a dor crônica de distúrbios associados 
ao efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados
Referência: Brison RJ, Hartling L, Dostaler S, Leger A, Rowe BH, Stiell I, Pickett 
W. A randomized controlled trial of an educational intervention to prevent the 
chronic pain of whiplash associated disorders following rear-end motor vehicle 
collisions. Spine (Phila Pa 1976). 2005 Aug 15;30(16):1799-807. 
doi: 10.1097/01.brs.0000174115.58954.17. 
Precisão diagnóstica da regra do tornozelo de Ottawa para excluir fraturas 
em lesões agudas do tornozelo em adultos: uma revisão sistemática e 
meta-análise
Referência: Gomes YE, et al. Diagnostic accuracy of the Ottawa ankle rule to 
exclude fractures in acute ankle injuries in adults: a systematic review and meta-
analysis. BMC Musculoskelet Disord. 2022 Sep 23;23(1):885.
doi: 10.1186/s12891-022-05831-7
Reabilitação com esteira anti-gravidade melhora a marcha e atrofia 
muscular de pacientes com fraturas no tornozelo e planalto tibial tratadas 
cirurgicamente e após um ano: um ensaio clínico aleatorizado
Referência: Palke L., et al. Anti-gravity treadmill rehabilitation improves 
gait and muscle atrophy in patients with surgically treated ankle and tibial 
plateau fractures after one year: A randomized clinical trial. Clin Rehabil. 2022 
Jan;36(1):87-98. 
doi: 10.1177/02692155211037148
Uso de imobilização gessada versus órtese removível em adultos com 
fratura de tornozelo: estudo multicêntrico randomizado controlado
Referência: Kearney R, et al. Use of cast immobilisation versus removable brace in 
adults with an ankle fracture: multicentre randomised controlled trial. BMJ. 2021 
Jul 5;374:n1506.
doi: 10.1136/bmj.n1506.

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