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NESTA EDIÇ ÃO Redação Isadora Oliveira Julio Fernandes de Jesus Luiz Scola Yuri Franco Seleção e Revisão Yuri Rafael Franco Editoria e Design Equipe Fisio em Ortopedia https://www.instagram.com/iooliveira/ https://www.instagram.com/luizscola/ https://www.instagram.com/jf_fisio/ https://www.instagram.com/yurifranco/ O distúrbio associado ao efeito chicote é uma coleção de sinais e sintomas resultantes de um trauma devido ao mecanismo de aceleração e desaceleração da transferência de energia para o pescoço. Na maioria das vezes envolve um ocupante de um motor estacionário veículo que é atingido por trás por outro veículo; no entanto, lesões como estas podem ocorrer durante outras atividades e tipos de colisões de veículos motorizados. Sintomas associados com esta condição clínica incluem, mas não são limitados a dor no pescoço, dores de cabeça, tonturas, distúrbios visuais, concentração prejudicada e alterações sensoriais em extremidades superiores. Distúrbios associados ao efeito chicote são um problema de saúde importante e oneroso para o sistema de saúde. Há uma falta de evidência de alta qualidade em torno da eficácia dos tratamentos para esta condição e a literatura existente sobre o tema apóia intervenções ativas e retorno precoce às atividades regulares. Por isso, o estudo que discutiremos hoje teve como objetivo avaliar a eficácia de um vídeo educacional na prevenção terciária de sintomas persistentes de distúrbios associados ao efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados. Pacientes consecutivos que se apresentaram em quatro departamentos de emergência de atendimento terciário após colisões automotivas foram elegíveis. Após o consentimento informado, os pacientes foram alocados, usando randomização central, para receber um vídeo educacional mais cuidados habituais ou apenas cuidados habituais. O vídeo fornecia aspectos de segurança e conselhos sobre postura, retorno às atividades regulares, exercícios e métodos de alívio da dor. Revista Fisio em Evidência 4 V I S ÃO G E R A L M E TO D O LO G I A Agosto | 2023 O que é O distúrbio associado ao efeito chicote é uma coleção de sinais e sintomas resultantes de um trauma devido ao mecanismo de aceleração e desaceleração da transferência de energia para o pescoço. Recorrência Na maioria das vezes envolve um ocupante de um motor estacionário veículo que é atingido por trás por outro veículo; no entanto, lesões como estas podem ocorrer durante outras atividades e tipos de colisões de veículos motorizados. Sintomas Dores de cabeça, tonturas, distúrbios visuais, concentração prejudicada e alterações sensoriais em extremidades superiores. O que diz as evidências Há uma falta de evidência de alta qualidade em torno da eficácia dos tratamentos para esta condição e a literatura existente sobre o tema apóia intervenções ativas e retorno precoce às atividades regulares. Objetivo do estudo Avaliar a eficácia de um vídeo educacional na prevenção terciária de sintomas persistentes de distúrbios associados ao efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados. Fonte: Reprodução 5 Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 Os dados foram coletados por telefone por meio de questionários padronizados. O desfecho primário foi a presença de sintomas persistentes 24 semanas após a lesão, com base na frequência e gravidade da dor no pescoço, ombro ou parte superior das costas. A diferença absoluta na proporção de pacientes com sintomas persistentes e taxas de proporção foram calculadas. Alterações nos escores de dor foram comparadas usando o teste U de Mann-Whitney. Quadro clínico Pacientes consecutivos que se apresentaram em quatro departamentos de emergência de atendimento terciário após colisões automotivas foram elegíveis. Processo Os pacientes foram alocados, usando randomização central, para receber um vídeo educacional mais cuidados habituais ou apenas cuidados habituais. Suporte O vídeo fornecia aspectos de segurança e conselhos sobre postura, retorno às atividades regulares, exercícios e métodos de alívio da dor. Desfecho primário O desfecho primário foi a presença de sintomas persistentes 24 semanas após a lesão, com base na frequência e gravidade da dor no pescoço, ombro ou parte superior das costas. Alterações nos escores de dor foram comparadas usando o teste U de Mann-Whitney. Os grupos intervenção (n = 206) e controle (n = 199) foram semelhantes no início do estudo (idade média de 38,4 anos; 64% do sexo feminino). No geral, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes diminuiu de 89,1% no início do estudo para 33,6% em 24 semanas após a lesão. Em 24 semanas, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes no grupo de intervenção foi 7,9% menor do que no grupo controle. A melhora média no escore de dor em 24 semanas foi de três para o grupo de intervenção e dois para o grupo de controle Desta forma, a presença de sintomas persistentes de efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados foi alta na amostra do estudo. O grupo que recebeu educação em vídeo demonstrou uma tendência para sintomas menos graves, porém é necessário avaliar outras intervenções educacionais para a mesma finalidade. R E S U LTA D O S Teste U de Mann-Whitney Em estatística o teste U de Mann-Whitney é um teste não paramétrico aplicado para duas amostras independentes. O estudo buscou apresentar uma alternativa de educação do paciente após um cenário de trauma direto. Pontos fortes como o número de participantes, o desenho de estudo e a metodologia devem ser enfatizados, porém algumas limitações também devem ser discutidas, como por exemplo, a contribuição de cada aspecto do conteúdo do vídeo para os desfechos observados e a falta de um outro grupo para testar outra abordagem de educação do paciente. Estudos futuros poderiam explorar, por exemplo, eficácia da educação realizada sozinha ou em combinação com exercícios. P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 O que o fisioterapeuta deve saber para ser considerado especializado em dor? Deseja se tornar um fisioterapeuta especializado em dor? Conheça a Especialização em Dor para fisioterapeutas do Portal Fisio em Ortopedia. Para mais infos. acesse www.pos-dor.fisioemortopedia.com.br FIC A A DIC A: PAR A SABER 6 Pontos relevantes Pontos fortes como o número de participantes, o desenho de estudo e a metodologia devem ser enfatizados, porém algumas limitações também devem ser discutidas, como por exemplo, a contribuição de cada aspecto do conteúdo do vídeo para os desfechos observados e a falta de um outro grupo para testar outra abordagem de educação do paciente. Foram semelhantes no início do estudo (idade média de 38,4 anos; 64% do sexo feminino). No geral, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes diminuiu de 89,1% no início do estudo para 33,6% em 24 semanas após a lesão. Em 24 semanas, a proporção de indivíduos com sintomas persistentes no grupo de intervenção foi 7,9% menor do que no grupo controle. A melhora média no escore de dor em 24 semanas foi de três para o grupo de intervenção e dois para o grupo de controle. A presença de sintomas persistentes de efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados foi alta na amostra do estudo. O grupo que recebeu educação em vídeo demonstrou uma tendência para sintomas menos graves, porém é necessário avaliar outras intervenções educacionais para a mesma finalidade. Grupos intervenção (n = 206) Grupos de controle (n = 199) semanas24 https://www.pos-dor.fisioemortopedia.com.br/?utm_source=Instagram&utm_medium=LinkDaBio https://www.instagram.com/p/CwDPfK6oo_5/ A Regra de Tornozelo de Ottawa (RTO) é um conjunto de critérios clínicos usados para identificar pacientes com lesões de tornozelo que não precisam de imagensradiográficas. A RTO consiste em uma série de perguntas e manobras de exame físico que avaliam a presença de sensibilidade óssea e a capacidade de suportar peso. A RTO é projetada para ajudar os profissionais de saúde a tomar decisões mais informadas sobre quando solicitar imagens radiográficas para pacientes com lesões de tornozelo, o que pode reduzir a exposição desnecessária à radiação e os custos com saúde. Esta revisão sistemática e meta- análise avaliou a precisão diagnóstica da RTO na exclusão de fraturas em lesões agudas de tornozelo em adultos. Foram incluídos 22 estudos na revisão. Os critérios de inclusão para os estudos nesta revisão foram: estudos que avaliaram a precisão diagnóstica da RTO na exclusão de fraturas em lesões agudas de tornozelo em adultos; estudos que usaram radiografia como padrão de referência; e estudos que relataram dados suficientes para calcular a sensibilidade e especificidade da RTO. Os critérios de exclusão foram: estudos que avaliaram a RTO em crianças ou adolescentes; estudos que avaliaram a RTO em lesões crônicas de tornozelo; e estudos que não relataram dados suficientes para calcular a sensibilidade e especificidade da RTO. V I S ÃO G E R A L M E TO D O LO G I A Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 O que é A Regra de Tornozelo de Ottawa (RTO) é um conjunto de critérios clínicos usados para identificar pacientes com lesões de tornozelo que não precisam de imagens radiográficas. RTO A RTO consiste em uma série de perguntas e manobras de exame físico que avaliam a presença de sensibilidade óssea e a capacidade de suportar peso. Estudos Foram incluídos 22 estudos na revisão Critérios de inclusão Os critérios de inclusão para os estudos nesta revisão foram: estudos que avaliaram a precisão diagnóstica da RTO na exclusão de fraturas em lesões agudas de tornozelo em adultos; estudos que usaram radiografia como padrão de referência; e estudos que relataram dados suficientes para calcular a sensibilidade e especificidade da RTO. Critérios de exclusão Os critérios de exclusão foram: estudos que avaliaram a RTO em crianças ou adolescentes; estudos que avaliaram a RTO em lesões crônicas de tornozelo; e estudos que não relataram dados suficientes para calcular a sensibilidade e especificidade da RTO. Para os profisionais A RTO é projetada para ajudar os profissionais de saúde a tomar decisões mais informadas sobre quando solicitar imagens radiográficas para pacientes com lesões de tornozelo, o que pode reduzir a exposição desnecessária à radiação e os custos com saúde. 8 Estudos Foram incluídos 22 estudos nesta revisão, totalizando 10.693 pacientes. Meta-análise Limitações Conclusão Os autores concluíram que a RTO é uma ferramenta útil para excluir fraturas em lesões agudas de tornozelo em adultos, especialmente em configurações de atendimento primário. Diferentes estudos A heterogeneidade dos estudos incluídos em termos de configurações de atendimento, critérios de inclusão e exclusão, e métodos de avaliação da RTO. Atendimento secundário A maioria dos estudos incluídos foi realizada em configurações de atendimento secundário, o que pode limitar a generalização dos resultados para configurações de atendimento primário. Análise do subgrupo Análise de subgrupo para avaliar a sensibilidade e especificidade da RTO em diferentes configurações de atendimento foi baseada em um número limitado de estudos. Sensibilidade da RTO Intervalo de confiança de 95%: 94,3% a 97,5% Especificidade da RTO Intervalo de confiança de 95%: 28,9% a 41,3% 10 Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 Foram incluídos 22 estudos nesta revisão, totalizando 10.693 pacientes. A meta-análise mostrou que a sensibilidade da RTO foi de 96,2% (intervalo de confiança de 95%: 94,3% a 97,5%) e a especificidade foi de 34,9% (intervalo de confiança de 95%: 28,9% a 41,3%). A análise de subgrupo mostrou que a sensibilidade da RTO foi maior em estudos realizados em configurações de atendimento primário em comparação com configurações de atendimento secundário. No entanto, a especificidade não diferiu significativamente entre os ambientes de atendimento. Os autores concluíram que a RTO é uma ferramenta útil para excluir fraturas em lesões agudas de tornozelo em adultos, especialmente em configurações de atendimento primário. R E S U LTA D O S 10.693 pacientes 96,2% 34,9% Algumas limitações deste estudo incluem a heterogeneidade dos estudos incluídos em termos de configurações de atendimento, critérios de inclusão e exclusão, e métodos de avaliação da RTO. Além disso, a maioria dos estudos incluídos foi realizada em configurações de atendimento secundário, o que pode limitar a generalização dos resultados para configurações de atendimento primário. Outra limitação é que a análise de subgrupo para avaliar a sensibilidade e especificidade da RTO em diferentes configurações de atendimento foi baseada em um número limitado de estudos. Por fim, a revisão incluiu apenas estudos em inglês, o que pode ter excluído estudos relevantes em outros idiomas. P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S A redução parcial e/ou evitação completa de imposição de carga nos membros inferiores tratados cirurgicamente é algo relevante e extremamente comum na rotina de cirurgiões ortopédicos e fisioterapeutas. Entretanto e embora por vezes necessária, essa intervenção tende a gerar repercussões, “agudas” – redução da capacidade de contração voluntária – e “crônicas” – hipotrofia, atrofia, déficits de força e função – o que por sua vez, pode causar barreiras para obtenção dos resultados clínicos almejados. Por conta disso, a implementação da esteira anti-gravidade – que permite o controle da descarga de peso – tem sido citada e utilizada em programas de reabilitação de paciente submetidos a tratamento cirúrgico de fraturas de membro inferior e que requerem redução da descarga de peso. Porém e mesmo sendo essa intervenção plausível e promissora, há uma escassez de estudos analisando os efeitos da implementação desse recurso. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo comparar se um programa de seis semanas de mobilização com esteira anti-gravidade realizado há um ano foi superior a reabilitação tradicional de pacientes com redução da descarga de peso nos membros inferiores por fraturas do planalto tibial e do tornozelo. 12 V I S ÃO G E R A L Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 Objetivo Comparar se um programa de seis semanas de mobilização com esteira anti-gravidade realizado há um ano foi superior a reabilitação tradicional de pacientes com redução da descarga de peso nos membros inferiores por fraturas do planalto tibial e do tornozelo. Foram incluídos indivíduos entre 18 e 65 anos de idade Que sofreram fraturas do planalto tibial ou do tornozelo e foram submetidos à tratamento cirúrgico em um centro de trauma. Excluídos Foram excluídos sujeitos com 100kg ou mais (massa corporal), doença grave ou condição debilitada de saúde geral, presença de fraturas abertas, vício em drogas e/ou álcool, gravidez, acometimento neuromuscular ou atrofia muscular pré-existente. Implementação da esteira anti-gravidade Tem sido citada e utilizada em programas de reabilitação de paciente submetidos a tratamento cirúrgico de fraturas de membro inferior e que requerem redução da descarga de peso. O outro lado Essa intervenção plausível e promissora, há uma escassez de estudos analisando os efeitos da implementação desse recurso. M E TO D O LO G I A Esse foi um ensaio clínico aleatorizado que analisou os dados pós-1 ano (follow-up) de finalização dos participantes desse estudo. Foram incluídos indivíduos entre 18 e 65 anos de idade, que sofreram fraturas do planalto tibial ou do tornozelo e foram submetidos à tratamento cirúrgico em um centro de trauma da Alemanha e que poderiamse submeter à reabilitação com descarga de 20kg de peso sobre o membro inferior acometido. Foram excluídos sujeitos com 100kg ou mais (massa corporal), doença grave ou condição debilitada de saúde geral, presença de fraturas abertas, vício em drogas e/ou álcool, gravidez, acometimento neuromuscular ou atrofia muscular pré- existente. 13 Revista Fisio em Evidência Agosto| 2023 Após um ano da intervenção, não foram notadas diferenças significantes intergrupos quando comparados os escores totais dos questionários aplicados – FAOS (intervenção: 80,8 ± 18,4 e controle: 78,4 ± 21,1) e KOOS (intervenção: 84,8 ± 15,2 e controle: 81,7 ± 17,0). Por outro lado, foi notada melhora nos índices de marcha nos dados coletados três meses e um ano pós-intervenção nos participantes submetidos a reabilitação na esteira antigravitacional (p=0,04) e aumento de três centímetros na perimetria de coxa dos sujeitos do grupo intervenção após um ano (95% intervalo de confiança: −0,2 – 6,3cm, P = 0,08). R E S U LTA D O S Os indivíduos foram incluídos e realizaram de duas a três sessões de fisioterapia por semana, pelo período de seis semanas. Sendo que foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos: › Controle (n=36) – realizaram sessões padronizadas de fisioterapia, contendo drenagem linfática manual, crioterapia e 20 minutos de mobilizações passivas do membro inferior acometido e treino de marcha com aditamento (muletas); › Intervenção (n=37) – realizaram sessões padronizadas de fisioterapia, contendo drenagem linfática manual, crioterapia e 20 minutos de caminhada na esteira anti-gravidade (permitindo 20kg de descarga de peso); Os desfechos avaliados foram: Foot and Ankle Outcome Score (FAOS) para as fraturas de tornozelo e Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) para as frturas do planalto tibial. Esses questionários foram aplicados no baseline (logo após a cirurgia), ao iniciar o programa de reabilitação, após o término do mesmo (6 semanas) e após 12 semanas e no caso do presente estudo, após 1 ano . Além disso, foram avaliados os escores de cada subseção desses questionários, trofismo muscular da coxa e panturrilha (perimetria), amplitude de movimento do joelho ou tornozelo e avaliação da marcha com o Dynamic Gait Index. Tempo: 6 semanas Os indivíduos foram incluídos e realizaram de duas a três sessões de fisioterapia por semana. Conclusão Foram aplicados questionários e avaliados os escores de cada subseção desses questionários, trofismo muscular da coxa e panturrilha (perimetria), amplitude de movimento do joelho ou tornozelo e avaliação da marcha com o Dynamic Gait Index. Grupo de controle (n=36) Grupo de intervenção (n=37) 6 Revista Fisio em Evidência Agosto| 2023 Esse estudo apresenta algumas limitações relevantes: apresentou perda maior do que 15% de amostra – o que reduz o poder estatístico previamente planejado; › Analisa os dados coletados de maneira inadequada, uma vez que compara as subseções dos questionários (desfechos primários) e não somente os escores totais – o que gera uma interpretação contraditória (sem diferenças nos escores totais, porém algumas diferenças estatísticas são demonstradas nas comparações dessas subseções); › Demonstra um erro de interpretação estatística, uma vez que é citado diferença favorável ao grupo intervenção na perimetria de coxa pós-1 ano de aplicação do programa de reabilitação, entretanto a análise estatística demonstra o contrário; › Hipervaloriza os desfechos secundários (inclusive no título do estudo) - o que configura uma estratégia de spin e se vale de narrativas e comparações para sugerir superioridade do programa do grupo intervenção sobre o controle. L I M I TAÇ Õ E S O que foi observado Não foram notadas diferenças significantes intergrupos quando comparados os escores totais dos questionários aplicados Por outro lado Foi notada melhora nos índices de marcha nos dados coletados três meses e um ano pós-intervenção nos participantes submetidos a reabilitação na esteira antigravitacional (p=0,04) e aumento de três centímetros na perimetria de coxa dos sujeitos do grupo intervenção após um ano (95% intervalo de confiança: −0,2 – 6,3cm, P = 0,08). Membros inferiores (Pé e Tornozelo) É comum relatos de profissionais que, por um momento, deixaram passar algum detalhe importante sobre Anatomia e Biomecânica de alguma articulação. Para te ajudar com esta temática, principalmente se você é um estudante e está com dificuldades de memorizar e aprender tantas nomenclaturas e detalhes anatômicos, confira essa aula do SOS Fisio em Ortopedia. A Professora Aline Souza, especialista na área, irá te ajudar a revisar e fixar um conteúdo essencial e que você usará pelo resto de sua carreira! Para mais infos. acesse materiais.fisioemortopedia.com.br/cursos-gratuitos FIC A A DIC A: PAR A APRENDER 14 https://youtube.com/playlist?list=PLFp0dQ3ZUEpoDuZFjUU5apunjeuzpK8WG&si=MYND4F8vNgq9Io4H Fratura de tornozelo estão entre umas das principais fraturas que acometem a sociedade. Baseado em dados do Reino Unido cerca de 120000 novos casos de fratura de tornozelo são contabilizados em um ano, gerando grandes custos aos serviços públicos, pois o tratamento inicial, na maioria das vezes, é realizado com imobilização gessada o que gera uma dependência maior desses pacientes. Além disso, por ser uma estrutura fixa, dificulta o manejo precoce da região gerando assim maiores limitações como perda de força, limitação de amplitude articular e por consequência disso maiores níveis de dor. Uma solução para esse contexto é a utilização de imobilizações mais funcionais que permitem um acesso direto ao local da lesão, para que haja um tratamento mais efetivo, uma intervenção mais precoce e com isso uma possível melhora dos quadros de dor. Além disso, aspectos de qualidade de vida e bem-estar podem ser influenciados por essa plausibilidade. Com isso, esse estudo pragmático foi pensado para fazer a comparação entre essas duas situações clínicas para os desfechos de função, qualidade de vida e possíveis complicações em decorrência dos métodos de imobilização utilizado. 16 Trata-se de um estudo pragmático, multicêntrico e controlado randomizado de superioridade foi realizado em 20 unidades de trauma no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Foram incluídos paciente de 18 anos acima que tinham indicação de uso de imobilização gessada por pelo menos três semanas. Foi utilizado uma imobilização tradicional abaixo do joelho. Para as imobilizações gessadas os pacientes foram encorajados a movimentar a região do tornozelo, somente depois da retirada da imobilização. Para os que estavam com a imobilização funcional foram encorajados a iniciarem as mobilizações sem carga desde o início, com sessões de mobilização três vezes ao dia. A procura de serviços de fisioterapia não foram controlados, sendo uma escolha a critério do paciente. Os dados primários foram avaliados após 16 semanas, tendo em vista o prazo médio de cicatrização de fraturas. O desfecho foi avaliado através do questionário autoaplicável Olerud Molander Ankle Score (OMAS). Os desfechos secundários como custos, complicações e escalas funcionais ainda estão sendo coletados, devido o prazo de coleta que terá duração de até dois anos. V I S ÃO G E R A L M E TO D O LO G I A Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 Você sabia? Fratura de tornozelo estão entre umas das principais fraturas que acometem a sociedade. Tratamento Na maioria das vezes, é realizado com imobilização gessada o que gera uma dependência maior desses pacientes. E mais Por ser uma estrutura fixa, dificulta o manejo precoce da região gerando assim maiores limitações como perda de força, limitação de amplitude articular e por consequência disso maiores níveis de dor. Solução Utilização de imobilizações mais funcionais que permitem um acesso direto ao local da lesão,para que haja um tratamento mais efetivo, uma intervenção mais precoce e com isso uma possível melhora dos quadros de dor. Foram avaliados mais de três mil pacientes, sendo que apenas 669 foram alocados nos grupos de tratamento, sendo 334 no grupo de imobilização gessada e 335 no grupo de imobilização funcional, sendo em sua maioria mulheres (57%), com menos de 49 anos. Apenas 502 pacientes finalizaram a primeira avaliação do estudo. Não houve diferença entre os dois tipos de imobilização na avaliação através do OMAS, nem significativamente e nem clinicamente. Os demais desfechos não houve diferença, também. R E S U LTA D O S 17 Revista Fisio em Evidência Agosto | 2023 Desfecho O desfecho foi avaliado através do questionário autoaplicável Olerud Molander Ankle Score (OMAS). Os desfechos secundários como custos, complicações e escalas funcionais ainda estão sendo coletados, devido o prazo de coleta que terá duração de até dois anos. Usos Para os que estavam com a imobilização funcional foram encorajados a iniciarem as mobilizações sem carga desde o início, com sessões de mobilização três vezes ao dia. Limitações 25% dos pacientes recrutados e avaliados na primeira avaliação. Alvos Foram incluídos paciente de 18 anos acima que tinham indicação de uso de imobilização gessada por pelo menos três semanas. A principal limitação foi na perda de cerca de 25% dos pacientes recrutados e avaliados na primeira avaliação. Isso pode trazer alguns prejuízos metodológicos nos resultados. Outro ponto está no controle do que foi realizado com os pacientes da imobilização funcional, tendo tem vista que se houvesse um protocolo mais fechado para que eles fizessem o resultado podia ser diferente. L I M I TAÇ Õ E S 25% pacientes REFERÊNCIAS Educação do paciente para prevenir a dor crônica de distúrbios associados ao efeito chicote após colisões traseiras de veículos motorizados Referência: Brison RJ, Hartling L, Dostaler S, Leger A, Rowe BH, Stiell I, Pickett W. A randomized controlled trial of an educational intervention to prevent the chronic pain of whiplash associated disorders following rear-end motor vehicle collisions. Spine (Phila Pa 1976). 2005 Aug 15;30(16):1799-807. doi: 10.1097/01.brs.0000174115.58954.17. Precisão diagnóstica da regra do tornozelo de Ottawa para excluir fraturas em lesões agudas do tornozelo em adultos: uma revisão sistemática e meta-análise Referência: Gomes YE, et al. Diagnostic accuracy of the Ottawa ankle rule to exclude fractures in acute ankle injuries in adults: a systematic review and meta- analysis. BMC Musculoskelet Disord. 2022 Sep 23;23(1):885. doi: 10.1186/s12891-022-05831-7 Reabilitação com esteira anti-gravidade melhora a marcha e atrofia muscular de pacientes com fraturas no tornozelo e planalto tibial tratadas cirurgicamente e após um ano: um ensaio clínico aleatorizado Referência: Palke L., et al. Anti-gravity treadmill rehabilitation improves gait and muscle atrophy in patients with surgically treated ankle and tibial plateau fractures after one year: A randomized clinical trial. Clin Rehabil. 2022 Jan;36(1):87-98. doi: 10.1177/02692155211037148 Uso de imobilização gessada versus órtese removível em adultos com fratura de tornozelo: estudo multicêntrico randomizado controlado Referência: Kearney R, et al. Use of cast immobilisation versus removable brace in adults with an ankle fracture: multicentre randomised controlled trial. BMJ. 2021 Jul 5;374:n1506. doi: 10.1136/bmj.n1506.
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