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Papel do Governo na Sustentabilidade

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O papel do governo
na sustentabilidade
Prof.ª Lynda Carolina Pavão
Descrição O papel dos Estados junto às Organizações Multilaterais e o Desenvolvimento Sustentável.
Propósito Compreender o papel dos Estados e dos Governos junto às Organizações Multilaterais no
caminho para o Desenvolvimento Sustentável, por meio de Acordos Internacionais.
Objetivos
Módulo 1
O papel do Estado
Descrever o papel do Estado no
desenvolvimento sustentável.
Módulo 2
As Organizações
Multilaterais
Reconhecer as organizações
multilaterais e sua importância.
Módulo 3
Os Acordos
Internacionais
Identificar os acordos internacionais
que buscam o desenvolvimento
sustentável.
Introdução
A construção de uma sociedade sustentável exige a participação de diversos
atores sociais e atuação em diferentes frentes de atuação. Por exemplo, as
pessoas podem reciclar seu lixo, reduzir seu consumo e dar preferência a
adquirirem produtos e serviços de empresas sustentáveis. As empresas podem
adotar boas práticas de produção, como filtros para emitir menos poluentes ou a
reutilização de produtos anteriormente descartados durante o processo
produtivo.
Um ator fundamental na construção da sustentabilidade é o setor público. Seja
através da atuação direta, ou através da regulação do setor privado, os governos
possuem um papel fundamental para que a sociedade seja capaz de alcançar o
desenvolvimento sustentável.
Neste tema, estudaremos o papel do Estado, incluindo suas diferentes esferas de
atuação, tanto nacionais quanto internacionais. Conheceremos as organizações
multilaterais engajadas no desenvolvimento sustentável e os principais acordos
internacionais firmados.

1 - O papel do Estado
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o papel do Estado no desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável
Objetivos do desenvolvimento sustentável
Para que possamos compreender o papel dos governos na promoção do
desenvolvimento sustentável, devemos primeiro entender o que isso significa.
A�nal, o que é desenvolvimento sustentável?
Em 1983, em uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi
estabelecida uma comissão especial que disponibilizaria um relatório sobre o meio
ambiente e a problemática global para o ano 2000 e posteriores, incluindo estratégias
propostas para o desenvolvimento sustentável.
Essa comissão, posteriormente, adotou o nome Comissão Mundial para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), ou World Commission on Environment and
Development (WCDE) da qual resultou o documento intitulado Nosso Futuro Comum
(Our Common Future), em 1987, conhecido como Relatório Brundtland, o qual
apontava a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de
produção e consumo vigentes no período (STOFFEL; COLOGNESE, 2015).
O Relatório Brundtland apresentou um dos conceitos mais difundidos de
desenvolvimento sustentável definindo como:
Organização das Nações Unidas
Organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional.
Relatório Brundtland
Nome devido a Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega, na época, a qual presidia a CMMAD.
desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades."
(RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1987)
São destacados no relatório, ainda, três componentes fundamentais para o
desenvolvimento sustentável:

Proteção ambiental

Crescimento econômico

Equidade social
Representaremos esses três componentes como as dimensões da sustentabilidade:
a dimensão econômica,
dimensão social e
dimensão ambiental.
Na prática, a dimensão econômica está inserida na dimensão social e esta, por sua
vez, está inserida na dimensão ambiental. Isso porque as políticas econômicas são
adotadas por sociedades, as quais têm suas instituições. Já essas sociedades estão
inseridas no meio ambiente, o qual tem recursos naturais finitos.
Em 1992, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, com 179 países participantes, que
ficou conhecida como Rio-92. Os países participantes acordaram e assinaram a
Agenda 21 Global, um programa de ação para promover um novo padrão de
desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável para o século XXI.
A Agenda 21 conciliou métodos de proteção ambiental, justiça social e
e�ciência econômica a �m de construir sociedades sustentáveis.
Durante os anos 1990, foi realizada uma série de cúpulas multilaterais sobre o
desenvolvimento humano, das quais emergiram os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), em 2000. Os ODM foram adotados pelos Estados-membros da ONU
em 2000 e impulsionaram os países a enfrentarem os principais desafios sociais no
início do século XXI.
Objetivos do desenvolvimento no milênio
Já em 2012, 193 delegações, além de representantes da sociedade civil, voltariam à
cidade do Rio de Janeiro para renovar o compromisso global com o desenvolvimento
sustentável. O objetivo da Rio+20 era avaliar o progresso obtido até então e as lacunas
remanescentes na implementação dos resultados das cúpulas anteriores, abordando
novos emergentes desafios.
O foco das discussões da conferência era, principalmente: a economia verde no
contexto do desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza e o arcabouço
institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Declaração Final da Conferência Rio+20 — o documento O
Futuro que queremos — reconheceu que a formulação de metas
poderia ser útil para o lançamento de uma ação global coerente e
focada no desenvolvimento sustentável.
Assim, guiou as ações da comunidade internacional nos três anos seguintes e deu
início ao processo de consulta global para a construção de um conjunto de objetivos
universais de desenvolvimento sustentável para além de 2015.
Mais recentemente, em 2015, todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas
concordaram com uma agenda para transformar o mundo em que vivemos até 2030,
um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as
pessoas alcancem a paz e a prosperidade, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, conhecidos como ODS e 169 metas como desdobramentos destes
objetivos.
Atenção!
Os ODS reconhecem que os países ao redor do mundo enfrentam desafios universais que exigem
investimento e colaboração de governos, cidadãos e empresas. Nenhum indivíduo, organização ou país é
capaz de atingir os ODS agindo isoladamente e, por isso, é preciso uma forte colaboração.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de acordo com as Nações Unidas
Brasil (2015), são os seguintes:
1. Erradicação da pobreza
Acabar com a pobreza em todas
as suas formas, em todos os
lugares.
2. Fome zero e agricultura
sustentável
Acabar com a fome, alcançar a
segurança alimentar e melhoria
da nutrição e promover a
agricultura sustentável.
3. Saúde e bem-estar
Assegurar uma vida saudável e
promover o bem-estar para
todos, em todas as idades.
4. Educação de qualidade
Assegurar a educação inclusiva,
equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de
di l d id
aprendizagem ao longo da vida
para todos.
5. Igualdade de gênero
Alcançar a igualdade de gênero e
empoderar todas as mulheres e
meninas.
6. Água limpa e saneamento
G ti di ibilid d
Garantir disponibilidade e
manejo sustentável da água e
saneamento para todos.
7. Energia limpa e acessível
Garantir acesso à energia barata,
confiável, sustentável e
renovável para todos.
8. Trabalho decente e
crescimento econômico
Promover o crescimento
econômico sustentado, inclusivo
e sustentável, emprego pleno e
produtivo, e trabalho decente
para todos.
9. Indústria, inovação e
infraestrutura
Construir infraestrutura
resiliente, promover a
industrialização inclusiva e
sustentável, e fomentar a
inovação.
10. Redução das
desigualdadesReduzir as desigualdades dentro
dos países e entre eles.
11. Cidades e comunidades
sustentáveis
Tornar as cidades e os
assentamentos humanos
inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis.
12. Consumo e produção
responsáveis
A d õ d d ã
Assegurar padrões de produção
e de consumo sustentáveis.
13. Ação contra a mudança
global do clima
Tomar medidas urgentes para
combater a mudança climática e
seus impactos.
14. Vida na água
C ã t tá l
Conservação e uso sustentável
dos oceanos, dos mares, e dos
recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável.
15. Vida terrestre
Proteger, recuperar e promover o
uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de
forma sustentável as florestas,
combater a desertificação, deter
e reverter a degradação da Terra
e deter a perda da
biodiversidade.
16. Paz, justiça e
instituições e�cazes
Promover sociedades pacíficas e
inclusivas para o
desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça
para todos e construir
instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em
todos os níveis.
Esses objetivos atingem de forma conjunta as três dimensões da sustentabilidade.
Dois objetivos, contudo, tratam da cooperação e das parcerias entre países e
organizações em prol do desenvolvimento sustentável (ODS 16 e 17).
Para compreender melhor o papel dos ODS, podemos classificá-los de acordo com
seu direcionamento. Os ODS, assim, podem ser direcionados ao meio ambiente, à
sociedade, à economia e às parcerias. No entanto, vale ressaltar que, mesmo que
possamos categorizá-los, os objetivos são integrados e equilibram as três dimensões
do desenvolvimento sustentável.
17. Parcerias e meios de
implementação
Fortalecer os meios de
implementação e revitalizar a
parceria global para o
desenvolvimento sustentável.
ODS e seus direcionamentos.
É importante observar também que cada um desses objetivos se desdobra em metas
mais específicas que podem ser encontradas na página das Nações Unidas.
Princípios básicos da governança para o
desenvolvimento sustentável
Para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam alcançados, os
governos devem desempenhar seu papel de acordo com princípios básicos da
governança eficaz para o desenvolvimento sustentável. Sabendo disso, cabe a
pergunta: você conhece as iniciativas do governo para promover o desenvolvimento
sustentável na sua cidade?
Quadro das Nações Unidas sobre mudança
do clima
Neste vídeo, iremos tratar da evolução histórica do papel dos governos na promoção
da sustentabilidade, focando nos acontecimentos da ONU, nos relatórios
internacionais, da Rio+20, dentre outros.
Em 2 de julho de 2018, o Comitê Econômico e Social da ONU apresentou um conjunto
de 11 princípios elaborados pelo Comitê de Peritos em Administração Pública da ONU
(CEPA) e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).

Esses princípios básicos devem contribuir para o desempenho
dos governos e ajudar a construir instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em todos os níveis, com o objetivo de
alcançar a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
Os princípios básicos devem orientar as políticas públicas e as instituições
governamentais, considerando as diferentes estruturas de governança, realidades
nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento dos países, respeitando as
políticas e prioridades nacionais. Esses princípios básicos são:
competência;
formulação sólida de políticas;
colaboração;
integridade;
transparência;
supervisão independente;
não exclusão;
não discriminação;
participação;
subsidiariedade;
equidade intergeracional.
Como princípios básicos, eles se aplicam a todas as instituições públicas, incluindo a
administração de órgãos executivos e legislativos, os setores de segurança e justiça,
órgãos constitucionais independentes e empresas estatais. Esses princípios podem
ser divididos em três categorias:
 E�cácia
Os três primeiros princípios (competência, formulação sólida de políticas e colaboração)
se concentram na eficácia, destinando-se, especialmente, ao modo como as políticas
públicas devem ser elaboradas.
 Responsabilidade
Os três princípios seguintes (integridade, transparência e supervisão independente) se
concentram na responsabilidade, indicando de que modo as instituições devem aplicar
essas políticas.
 Inclusão
O i últi i í i ( ã l ã ã di i i ã ti i ã
Princípios de e�cácia
Apresentamos agora, com mais detalhes, os princípios relacionados à eficácia.
As instituições governamentais devem ter experiência, recursos e ferramentas
suficientes para desempenhar suas funções de maneira eficaz. Como
estratégias utilizadas, podemos citar como exemplos o desenvolvimento de
liderança e treinamento de funcionários públicos, gerenciamento de
desempenho, gerenciamento baseado em resultados, gerenciamento e
controle financeiro, administração eficiente e justa da receita.
Os cinco últimos princípios (não exclusão, não discriminação, participação,
subsidiariedade e equidade intergeracional) se concentram na inclusão, enfatizando a
importância destas políticas atenderem a todo o público-alvo.
Competência 
Formulação sólida de políticas 
A fim de alcançar as metas propostas, as políticas públicas devem ser
coerentes entre si e fundadas em bases verdadeiras ou bem estabelecidas, em
total conformidade com o fato, a razão e o bom senso. Para isso, deve haver
planejamento estratégico, análise de impacto regulatório, promoção de
políticas coerentes, fortalecimento dos sistemas estatísticos nacionais,
sistemas de monitoramento e avaliação, estruturas de gerenciamento de riscos
e compartilhamento de dados.
As instituições de todos os níveis do governo e de todos os setores devem
trabalhar em conjunto, além de atuar junto a atores não estatais com o mesmo
objetivo ou finalidade. Isso inclui colaboração, coordenação, integração e
diálogo entre os níveis de governo e áreas funcionais.
Princípios de responsabilidade
Os três próximos princípios abordam a responsabilidade.
Colaboração 
Para servir ao interesse público, os funcionários públicos devem cumprir com
seus deveres oficiais de maneira honesta e justa. Para isso, devem-se
promover políticas, práticas e órgãos anticorrupção, códigos de conduta para
funcionários públicos, compras públicas competitivas, eliminação de suborno e
comércio de influência, políticas de conflito de interesses, proteção a
denunciantes e fornecimento de remuneração adequada.
Para garantir a prestação de contas, as instituições devem ser transparentes
na execução de suas funções e promover o acesso à informação, sujeitas
apenas às exceções específicas e limitadas previstas em lei. Exemplos de
práticas de acordo com o princípio da transparência são: a divulgação proativa
de informações, transparência orçamentária e dados abertos do governo.
Integridade 
Transparência 
Supervisão independente 
Para que se tenha confiança no governo, as agências de supervisão precisam
agir estritamente de modo profissional e devem ser independentes. Esse
princípio abrange a promoção da independência das agências reguladoras,
acordos para a revisão de decisões administrativas por tribunais ou outros
órgãos, auditoria independente e respeito à legalidade.
Princípios de inclusão
Por fim, vejamos os cinco princípios que abordam a inclusão.
Para garantir que todos os seres humanos possam ter dignidade, as políticas
públicas precisam levar em consideração as necessidades e aspirações de
todos os segmentos da sociedade, incluindo os mais pobres e vulneráveis e os
sujeitos à discriminação. Como exemplos, destaca-se a promoção de políticas
fiscais e monetárias equitativas.
Não exclusão 
Não discriminação 
Para respeitar, proteger e promover os direitos humanos e as liberdades
fundamentais para todos, o acesso ao serviço público deve ser concedido em
termos gerais de igualdade, sem distinção de raça, cor, sexo, idioma, religião,
opinião política ou outra,origem nacional ou social, propriedade, nascimento,
incapacidade ou outro status. As estratégias podem incluir promoção da
diversidade da força de trabalho do setor público, proibição de discriminação
na prestação de serviços públicos, padrões de acessibilidade, entre outros.
Todos os grupos políticos significativos devem se envolver ativamente em
assuntos que os afetem diretamente e tenham a chance de influenciar
políticas. Os exemplos são eleições livres e justas, processo regulatório de
consulta pública, fóruns com várias partes interessadas, orçamento
participativo e desenvolvimento orientado pela comunidade.
Para promover um governo que responda às necessidades e aspirações de
todas as pessoas, as autoridades centrais devem executar apenas as tarefas
que não podem ser executadas efetivamente em um nível mais intermediário
Participação 
Subsidiariedade 
ou local. Os exemplos incluem federalismo fiscal, fortalecimento da
governança urbana, fortalecimento das finanças municipais e sistemas
financeiros locais, aprimoramento da capacidade local de prevenção.
Esse princípio trata da importância da equidade entre a geração atual e as
futuras. Para promover a prosperidade e a qualidade de vida de todos, as
necessidades de curto prazo da geração atual devem ser equilibradas com as
necessidades de longo prazo das gerações futuras.
A partir deste módulo, é possível compreender de que maneira os governos devem
atuar em direção ao crescimento sustentável. Com base em princípios gerais,
indicamos a importância dos governos na promoção de políticas públicas eficazes,
que sejam adotadas com reponsabilidade e sejam inclusivas na trajetória para o
desenvolvimento sustentável.
Equidade intergeracional 
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos os princípios básicos da governança eficaz para o desenvolvimento
sustentável apresentados pelo Comitê Econômico e Social da ONU. Um desses onze
princípios destaca a importância de instituições de diferentes setores e níveis do
governo atuarem conjuntamente, além de trabalharem junto a atores não
governamentais com o mesmo objetivo. Assinale qual dos princípios foi descrito:
A Integridade.
B Não exclusão.
C Equidade intergeracional.
D Colaboração.
E Supervisão independente.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O princípio descrito acima é o da Colaboração. O princípio da Integridade trata da
importância da honestidade e justiça na promoção de políticas públicas. Já o
princípio da Não exclusão destaca que as políticas públicas devem levar em
consideração as necessidades e aspirações de todos os segmentos da sociedade. O
princípio da Equidade intergeracional trata do equilíbrio das necessidades de curto
prazo da geração atual com as necessidades de longo prazo das gerações futuras,
avaliando o impacto do desenvolvimento sustentável. Por fim, o princípio da
Supervisão independente trata da promoção da independência das agências
reguladoras, acordos para a revisão de decisões administrativas por tribunais ou
outros órgãos, auditoria independente e respeito à legalidade.
Questão 2
Os princípios básicos da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável
apresentados pelo Comitê Econômico e Social da ONU devem contribuir para o
desempenho dos governos e ajudar a construir instituições que tenham eficácia,
responsabilidade e sejam inclusivas. Assinale qual das opções não é um princípio
básico da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável apresentado pelo
Comitê Econômico e Social da ONU:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A meritocracia não é um dos princípios básicos da governança eficaz, responsável e
inclusiva para o desenvolvimento sustentável apresentados pelo Comitê Econômico
e Social da ONU. Os demais podem ser considerados princípios básicos.
A Formulação sólida de políticas.
B Não discriminação.
C Meritocracia.
D Transparência.
E Não exclusão.
2 - As Organizações Multilaterais
Ao �nal deste módulo você será capaz de reconhecer as organizações multilaterais e sua importância.
O papel das organizações multilaterais
No módulo anterior, apresentamos a importância da atuação dos governos para a
promoção da sustentabilidade por meio da implementação de políticas públicas
alinhadas aos ODS.
Juntamente aos governos, as organizações multilaterais, também
chamadas de organismos internacionais ou instituições
multilaterais, têm um papel crucial no incentivo ao
desenvolvimento sustentável, permitindo que diferentes países e
instituições contribuam conjuntamente para o melhor a todos.
Organizações multilaterais são entidades criadas pelas principais nações do mundo
com a finalidade de trabalhar conjuntamente para o desenvolvimento das diferentes
áreas da atividade humana, como a política, economia, saúde e segurança. Essas
organizações são constituídas por meio de acordos e têm como objetivo a
permanente cooperação entre seus membros.
Saiba mais
De acordo com Decicino (2013), as organizações multilaterais podem atuar conjuntamente de diferentes
maneiras, adotando normas comuns de comportamento social ou político entre os países-membros,
planejando ações comuns, realizando pesquisas conjuntamente e prestando serviços de cooperação, seja
ela econômica, cultural ou médica.
Algumas organizações desempenham importante papel na promoção do
desenvolvimento sustentável, tais como:
Organização das Nações Unidas (ONU).
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Banco Mundial.
Fundo Monetário Internacional (FMI).
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Papel da ONU
Neste vídeo, iremos apresentar o papel central que a ONU desempenha na promoção
da sustentabilidade, ressaltando que quase todas as organizações multilaterais estão,
em certa medida, atreladas a ela.

Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma
instituição econômica intergovernamental para estimular o desenvolvimento
econômico e o comércio mundial. Ela discute políticas públicas e econômicas,
apoiando-se nos princípios da democracia representativa e nas regras da economia de
mercado.
Essa organização tem uma história de
envolvimento com os principais
processos das Nações Unidas (ONU)
sobre desenvolvimento e bem-estar
humano, financiamento para o
desenvolvimento, sustentabilidade
ambiental e mudanças
climáticas.Também contribuiu para
moldar a Agenda 2030 e comprometeu-
se em utilizar da sua capacidade e
experiência para apoiar esta agenda.
A OCDE afirmou seu compromisso com a Agenda 2030 confirmando a preparação de
um plano de ação que estabelece como a organização apoiará os membros e a
comunidade internacional na conquista dos ODS. Foi elaborado um documento, mas
reconhecendo que as necessidades e os interesses dos países evoluirão com o
tempo.
Atenção!
A responsabilidade pela implementação da Agenda 2030 cabe principalmente aos países e seus governos. A
colaboração reforçada com outras organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, promoverá
sinergias e evitará duplicação de esforços (OECD, 2016).
Em apoio à Agenda 2030, aos seus 17 objetivos e às suas 169 metas, a OCDE vai:
 Apoiar os países na identificação de onde estão atualmente em relação aos ODS, onde
precisam estar e propor caminhos sustentáveis com base em evidências.
 Reafirmar seu papel como fonte de conhecimento, dados, boas práticas e padrões nos
setores econômico, social e nas áreas ambientais de políticas públicas relevantes para
os ODS.
Organização Mundial do Comércio (OMC)
A Organização Mundial do Comércio pode contribuir para alcançarmos a Agenda 2030
para o desenvolvimento sustentável e seus ODS. A OMC identificou etapas que
ajudariam a garantir que o comércio internacional contribua para acelerar o progresso
na consecução dos ODS. Essas etapas são:
1. Integraro comércio nacional e criar estratégias setoriais para alcançar os
ODS.
2. Fortalecer o sistema multilateral de comércio, para que possa continuar
apoiando o crescimento inclusivo, o emprego e a redução da pobreza.
3. Continuar reduzindo os custos comerciais por meio da implementação
completa do Acordo de Facilitação do Comércio.
 Incentivar políticas melhores e mais coerentes que possam ajudar a entregar os ODS,
por meio do uso das principais abordagens da OCDE, como a avaliação por pares, o
monitoramento e elaboração de relatórios estatísticos e o diálogo sobre políticas (OECD,
2016).
4. Desenvolver capacidade do lado da oferta e infraestrutura relacionada ao
comércio em países em desenvolvimento.
5. Focar na diversificação das exportações e adição de valor.
6. Melhorar o setor de serviços.
7. Aplicar regras de origem flexíveis e aumentar a utilização de esquemas de
preferências.
8. Garantir que medidas não tarifárias não se tornem barreiras ao comércio.
9. Fazer do e-commerce uma força para inclusão.
10. Apoiar as micro, pequenas e médias empresas a se envolverem no
comércio internacional.
Mais especificamente, a OMC também destaca como pode atuar diretamente para
alguns dos ODS, como vemos abaixo (WORLD TRADE ORGANIZATION, 2018).
 ODS 1: Erradicação da pobreza
A OMC acredita que iniciativas de política comercial bem planejadas e estrategicamente
executadas podem ter um impacto positivo na redução sustentável da pobreza. A
abertura do comércio também pode gerar padrões de vida mais altos por meio de maior
produtividade, aumento da concorrência e mais opções para os consumidores e
melhores preços no mercado.
 ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável
A OMC acredita que, eliminando subsídios que causam distorções nos mercados
agrícolas, será possível tornar os mercados mais justos e competitivos, ajudando os
agricultores e consumidores, e, assim, contribuindo para a segurança alimentar.
 ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar
Um dos principais objetivos do ODS 3 é garantir o acesso a medicamentos a preços
acessíveis para todos. Uma importante emenda ao Acordo TRIPS da OMC entrou em
vigor nos últimos anos. Essa medida facilitará aos países em desenvolvimento um
caminho legal seguro para acessar medicamentos
 ODS 5: Igualdade de Gênero
A OMC defende que o comércio pode criar oportunidades para o emprego e o
desenvolvimento econômico das mulheres. Por meio do comércio, as oportunidades de
emprego para as mulheres aumentaram significativamente. Os empregos nos setores de
exportação também tendem a dispor de melhores salários e condições. Os setores de
t ã ã i t t f d d lh í
exportação são um importante fornecedor de emprego para mulheres nos países em
desenvolvimento.
 ODS 8: Trabalho Decente e Crescimento Econômico
O crescimento econômico inclusivo liderado pelo comércio aprimora a capacidade de
geração de renda de um país, que é um dos pré-requisitos para alcançar o
desenvolvimento sustentável. A iniciativa de Ajuda ao Comércio da OMC pode fazer uma
grande diferença na suplementação de esforços domésticos na construção de
capacidade comercial.
 ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura
O comércio produz ganhos dinâmicos na economia, aumentando a concorrência e a
transferência de tecnologia, conhecimento e inovação. Os mercados abertos foram
identificados como um determinante essencial do comércio e do investimento entre
países em desenvolvimento e desenvolvidos, permitindo a transferência de tecnologias
que resultam em industrialização e desenvolvimento, ajudando a alcançar o ODS 9.
 ODS 10: Desigualdades reduzidas
No nível global, mudanças nos padrões de desenvolvimento estão transformando as
perspectivas das pessoas mais pobres do mundo, diminuindo a desigualdade entre os
países. As regras da OMC tentam reduzir o impacto das desigualdades existentes por
meio do princípio de tratamento especial e diferenciado para os países em
desenvolvimento.
 ODS 14: Vida Debaixo d’Água
A OMC desempenha um papel importante no apoio aos esforços globais, regionais e
locais para combater a degradação ambiental de nossos oceanos no âmbito do ODS 14.
A decisão sobre subsídios à pesca adotada pelos membros da OMC em dezembro de
2017 é um avanço nos esforços multilaterais para cumprir o objetivo 14,
comprometendo os membros a proibir subsídios que contribuam para a
sobrecapacidade e a sobrepesca, e para eliminar subsídios que contribuam para a pesca
ilegal, não declarada e não regulamentada, com tratamento especial e diferenciado para
os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.
Banco Mundial
Também chamado de Banco
Internacional para a Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), O Banco
Mundial é uma agência especializada
independente do Sistema das Nações
Unidas. O Banco Mundial é a maior fonte
global de assistência para o
desenvolvimento, proporcionando cerca
 ODS 17: Parcerias para os objetivos
O ODS 17 reconhece o comércio como um meio de implementação da Agenda 2030.
Esse objetivo exige que os países promovam um sistema comercial multilateral
universal, baseado em regras, aberto, não discriminatório e equitativo; o aumento das
exportações dos países em desenvolvimento, a duplicação da participação das
exportações dos países menos desenvolvidos e a implementação de acesso ao
mercado com isenção de direitos e sem cota para os países menos avançados, com
regras de origem transparentes e simples para mercadorias exportadas. A OMC é o
principal canal para alcançar esses objetivos.
de US$60 bilhões anuais em
empréstimos e doações aos 187 países-
membros.
Atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos financeiros, o
seu pessoal altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para apoiar os
esforços das nações em desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro,
sustentável e equitativo. O objetivo principal é a redução da pobreza e das
desigualdades.
O Banco Mundial lançou uma nova
plataforma interativa que fornece ao
público uma visão ampla dos avanços e
indicadores relacionados a cada um dos
17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). A plataforma se
chama Atlas dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e traz mais
de 180 mapas e gráficos, distribuídos de
acordo com as metas de cada ODS,
indicando o panorama do
desenvolvimento e da qualidade de vida
da população global. A ferramenta se
baseia no World Development Indicators
(Indicadores de Desenvolvimento Global),
um banco de dados com mais de 1400
indicadores de mais de 220 economias,
algumas delas com dados que podem
ser comparados em uma linha histórica
de 50 anos (WORLD BANK GROUP, 2018).
Fundo Monetário Internacional (FMI)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma agência especializada das Nações
Unidas que foi concebida na conferência de Bretton Woods, New Hampshire, Estados
Unidos, em julho de 1944.
O FMI trabalha para promover a cooperação monetária global,
garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio
internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento
econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo.
O FMI está envolvido com os ODS quando eles afetam a estabilidade econômica e o
crescimento sustentável e inclusivo. A agência categoriza os objetivos da Agenda
2030 em:
Pessoas 
Promoção da inclusão. Mais recentemente, estudos do FMI mostraram que
níveis elevados de desigualdade de renda estão associados a um crescimento
econômico mais baixo e menos durável, bem como a uma maior instabilidade
financeira. Ademais, evidências mostraram que a redução das diferenças de
gênero impulsiona a produtividade, o crescimento e a resiliência da economia.
Do mesmo modo, o FMI tem explorado como a política fiscal pode ser
acionada para reduzir a desigualdade, por meio de gastos em saúde, educação
e proteção social, e da garantia da progressividade dos sistemas tributários.
Nas questões de gênero, o fundo tem se concentrado em iniciativas paraampliar a participação das mulheres na economia, sobretudo mediante a
formulação de políticas tributárias e de gastos baseadas em uma perspectiva
de gênero, uma prática conhecida como gender budgeting.
Apoio ao crescimento, ao emprego e à redução da pobreza. Impulsionar o
crescimento, sobretudo nos países de baixa renda, é uma condição essencial
para o êxito dos ODS. Aqui, o FMI está se concentrando na geração de espaço
fiscal para investimentos em saúde, educação, infraestrutura e produtividade
agrícola que aumentem o crescimento e reduzam a pobreza, assim como em
políticas destinadas a promover a diversificação da economia. Além disso,
está explorando políticas para enfrentar os desafios relacionados ao futuro do
trabalho, dadas as rupturas provocadas pela evolução da tecnologia. Isso é de
Prosperidade 
especial importância no contexto do desemprego entre os jovens, que gera
tanto descontentamento em todo o mundo.
Participação em ações contra as mudanças climáticas. Um dos desafios
mundiais mais urgentes e complexos é a necessidade de enfrentar as
mudanças climáticas por meio da adoção de uma matriz energética de baixa
emissão. Um elemento necessário a essa transição é assegurar que os preços
da energia reflitam os custos para a saúde e o meio ambiente, tanto em termos
das emissões de carbono quanto da poluição atmosférica. Assim, o FMI está
ajudando os países a precificar as emissões de carbono e a eliminar os
subsídios à energia fóssil.
Fortalecimento da governança e combate à corrupção. Instituições fortes,
baseadas na boa governança são a base de sociedades pacíficas e inclusivas.
Ao constatar que a corrupção e a debilidade dos quadros de governança estão
associadas a uma redução significativa do crescimento, investimento e
receitas tributárias, o FMI lançou um novo quadro que busca um envolvimento
mais franco, eficaz, imparcial e sistemático com os países-membros.
Planeta 
Paz 
Financiamento dos ODS. Alcançar os ODS exigirá um aumento significativo dos
gastos públicos em muitos países. O FMI está apoiando esses esforços de
algumas maneiras, elaborando um quadro amplo para avaliar as necessidades
de gastos tomando como base uma série de estudos de caso de países (Benin,
Guatemala, Indonésia, Ruanda e Vietnã), e apoiando a realização de alguns dos
ODS de alto valor, como saúde, educação e infraestrutura. Isso está sendo feito
em colaboração com as autoridades nacionais, o Banco Mundial e agências da
ONU.
Em termos de financiamento, será crucial fortalecer a capacidade tributária,
sobretudo porque os crescentes níveis de endividamento nos países de baixa
renda estão dificultando os progressos nos ODS. Mas na maioria dos países
em desenvolvimento, apenas a receita interna não será suficiente para eliminar
o déficit de financiamento, o que exige mais ajuda oficial e opções de
financiamento privado (ANNETT; LANE, 2018).
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Parcerias 
Única agência tripartida da ONU, desde
1919, a OIT reúne governos,
empregadores e trabalhadores de 187
Estados-membros para estabelecer
padrões de trabalho, desenvolver
políticas e elaborar programas que
promovam trabalho decente para todas
as mulheres e homens.
Formalizado pela OIT em 1999, o conceito de trabalho decente sintetiza a sua missão
histórica de promover oportunidades para que homens e mulheres obtenham um
trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e
dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação da
pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade
democrática e o desenvolvimento sustentável.
Saiba mais
Trata-se de um conceito central para o alcance dos ODS definidos pelas Nações Unidas, em especial o ODS
8, que busca “promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e
produtivo e trabalho decente para todas e todos”.
Os principais aspectos de trabalho decente também foram amplamente incluídos nas
metas de muitos dos outros ODS da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável
(ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2015).
O trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da
OIT:
Respeito aos direitos no trabalho, especialmente àqueles definidos como
fundamentais (liberdade sindical, direito de negociação coletiva,
eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e
ocupação e erradicação de todas as formas de trabalho forçado e trabalho
infantil).
Promoção do emprego produtivo e de qualidade.
Ampliação da proteção social.
Fortalecimento do diálogo social.
Assim, apresentamos algumas das principais organizações multilaterais. Elas
desempenham diferentes papéis, mas contribuem conjuntamente para o
Desenvolvimento Sustentável.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Diferentes organizações multilaterais demonstraram apoio à Agenda 2030 e aos
seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com relação à Organização
Mundial do Comércio (OMC), assinale qual ODS não está no escopo de objetivos da
OMC:
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Organização Mundial do Comércio vem atuando em diversas frentes para
contribuir para o alcance dos ODS. No entanto, não desempenha um papel declarado
no objetivo 4.
A ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar
B ODS 4: Educação de qualidade.
C ODS 8: Trabaho Decente e Crescimento Econôminco.
D ODS 17: Parcerias para os objetivos.
E ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura.
Questão 2
Foram apresentadas diferentes organizações multilaterais neste módulo. Entre elas,
uma se destaca pelo papel na promoção de trabalho decente para todos os homens
e mulheres, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Assinale como se
intitula essa organização:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Organização Mundial do Comércio.
B Central Única dos Trabalhadores.
C Organização Internacional do Trabalho.
D Fundo Monetário Internacional.
E Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento.
A Organização Internacional do Trabalho desempenha um papel de promover
trabalho decente a todos, independentemente de gênero.
3 - Os Acordos Internacionais
Ao �nal deste módulo você será capaz de identi�car os acordos internacionais que buscam o desenvolvimento
sustentável.
Acordo internacional
Como vimos, os ODS superam fronteiras de países e, portanto, são debatidos por
organizações multilaterais. Apresentaremos, então, os acordos internacionais que
estão relacionados ao desenvolvimento sustentável nas últimas décadas.
Acordo internacional é um documento pelo qual um Estado ou
uma organização internacional assume obrigações e adquire
direitos perante outros no âmbito do direito internacional, servindo
para estabelecer uma parceria em áreas específicas.
Esses acordos, segundo o Ministério das Relações Exteriores (2020), são comumente
denominados “tratados”, “convenções” ou, mesmo, “acordos” e criam um
compromisso jurídico, podendo servir para apontar possíveis formas de cooperação
futura.
Os acordos internacionais que serão apresentados neste módulo demonstram a
preocupação crescente com a sustentabilidade e, por meio deles, podemos
compreender melhor quais iniciativas já foram tomadas em diferentes dimensões da
sustentabilidade, sejam elas econômicas, sociais sejam ambientais.
Podemos dividir esses acordos em três categorias:

As conferências e declarações
internacionais diretamente focadas no
desenvolvimento sustentável.

Os documentos internacionais que
tratam de aspectos relevantes da
sustentabilidade.

Os instrumentos internacionais que,
embora tenham por objetivo tratar de
outros assuntos, mencionam
expressamente o compromisso com o
desenvolvimento sustentável.
Conferências internacionais
Na primeira categoria, destacam-se as grandes conferências internacionais realizadas
pela ONU para cuidar do tema, cujas declarações finaismuitas vezes elencam
princípios e reafirmam que o desenvolvimento sustentável é um objetivo que os países
devem seguir.
Nessa categoria, destaca-se a Declaração da Conferência de
Estocolmo de 1972, que estabeleceu a obrigação de assegurar
que o desenvolvimento seja compatível com a necessidade de
proteger e melhorar o meio ambiente para benefício da população.
Ademais, pode-se destacar também a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, apresentada na conferência que ficou conhecida como Rio-92, a
qual defendia que as necessidades de desenvolvimento e ambientais das gerações
presentes e futuras deveriam ser identificadas de forma equilibrada.
É importante observar que a Rio-92 gerou outros importantes instrumentos
internacionais, entre eles a
Agenda 21 e a Convenção do Clima.
Vale notar que a Convenção do Clima provocou sucessivas declarações por parte dos
Estados, reforçando seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável nas
Conferências Anuais das Partes (COPs). Isso pode ser observado na COP-3, a qual deu
origem ao Protocolo de Kyoto de 1997.
Agenda 21
A Agenda 21 é um documento que resultou da Rio-92 e que também destaca que todos devem contribuir
conjuntamente em uma parceria global para que o desenvolvimento sustentável seja atingido.
Convenção do Clima
A Convenção do Clima prevê que os Estados participantes tenham o direito e o dever de promover o
desenvolvimento sustentável.
Saiba mais
O Protocolo de Kyoto foi de grande relevância, enfatizando a importância da redução de emissões de gases
de efeito estufa. Anos depois, na COP-15 (Acordo de Copenhague de 2009) e na COP-16 (Acordo de Cancún
de 2010), esse compromisso também foi citado.
Para além dos acordos já citados, nesta categoria também estão a declaração
resultante da Conferência de Johanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável de
2002, na qual um de seus itens prevê que o desenvolvimento sustentável é um objetivo
comum dos países participantes.
Além disso, a Conferência das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável de 2012, que ficou conhecida
como Rio+20 e foi intitulada “O Futuro
que Queremos”, renovou a obrigação de
garantir um futuro econômico, social e
ambientalmente sustentável para nosso
planeta e para as gerações presentes e
futuras.
Ademais, vale destacar nessa categoria o Acordo Climático de Paris, de 2015.
Assinado por 195 dos países na 21ª Conferência das Partes (COP21), o acordo foi um
marco da crescente preocupação com as mudanças climáticas.
O Acordo de Paris foi aprovado a fim de
reduzir emissões de gases de efeito
estufa (GEE) no contexto do
desenvolvimento sustentável. O
compromisso ocorre no sentido de
manter o aumento da temperatura média
global bem abaixo dos 2°C acima dos
níveis pré-industriais e buscar esforços
para limitar o aumento da temperatura a
1,5°C acima dos níveis pré-industriais,
reconhecendo que isso reduziria
significativamente os riscos e impactos
das mudanças climáticas (Conferência
das Partes, 2015).
O papel dos governos na sustentabilidade
Neste vídeo, iremos nos aprofundar no Acordo de Paris, falaremos sobre os principais
objetivos traçados e os desafios a serem enfrentados. Abordaremos também o foco
para as metas brasileiras.

Acordos e tratados internacionais
Uma segunda categoria é a dos acordos que abordam aspectos significativos da
sustentabilidade, identificando problemas globais que dependem da cooperação
internacional para serem tratados de forma efetiva. Entre esses temas, destacam-se:
A defesa dos direitos humanos e a melhoria na qualidade de vida.
A garantia de condições satisfatórias de trabalho.
O uso racional dos recursos naturais.
A defesa da ética e da transparência e a condenação da corrupção.
A preservação de diferentes ecossistemas.
O controle de diversos tipos de poluição.
Fazem parte dessa categoria os seguintes acordos:
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.
 O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966.
 A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982.
 A Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho de 1998.
Existem diversos outros instrumentos internacionais que mostram como a
sustentabilidade, em suas mais diversas vertentes, é um valor presente na
comunidade internacional nos últimos anos.
Atenção!
Os documentos mais recentes fazem questão de, além de tratar dos assuntos específicos para os quais
foram criados, afirmar explicitamente a necessidade de se alcançar um desenvolvimento sustentável.
 A Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção de 2005.
 O Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que Prejudicam a Camada de Ozônio de
1987.
 A Convenção de Roterdã sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado
Aplicado a Certos Agrotóxicos e Substâncias Químicas Perigosas de 1998.
Por fim, apresentamos uma terceira categoria, na qual os instrumentos se direcionam
a assuntos diversos que, em princípio, não estão relacionados à sustentabilidade, mas
nos quais se assume claro compromisso com o desenvolvimento sustentável. Isso
ocorre, por exemplo, nos acordos multilaterais, plurilaterais ou bilaterais de livre-
comércio.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Acordo de Paris, redigido em 2015, foi assinado por 195 dos países na 21ª
Conferência das Partes (COP21). Assinale a alternativa que indica o objetivo
principal do Acordo de Paris:
A Permitir acesso à saúde pública e universal de qualidade.
B Reduzir a poluição das bacias aéreas.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O objetivo principal do Acordo de Paris é, por meio da redução das emissões de
gases de efeito estufa, limitar o aumento da temperatura média global nos próximos
quinquênios.
Questão 2
Assinale qual acordo não está relacionado à busca pelo desenvolvimento
sustentável:
C Limitar o aumento da temperatura global.
D Promover o livre-comércio entre nações.
E Erradicar todas as formas de trabalho forçado e trabalho infantil.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Tratado de Madrid foi firmado no século XVIII entre os reis de Portugal e Espanha,
não tendo qualquer relação com o Desenvolvimento Sustentável. Já a Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Declaração da Conferência de Estocolmo
de 1972, a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção e a Convenção das
Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982 estão de acordo com a busca pelo
desenvolvimento sustentável.
B Declaração da Conferência de Estocolmo, de 1972.
C Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
D Tratado de Madrid.
E Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, de 1982.
Considerações �nais
O desenvolvimento sustentável é cada vez mais urgente. Meio ambiente, sociedade e
economia devem andar lado a lado para a promoção de um mundo mais equitativo,
justo e responsável.
A responsabilidade do desenvolvimento sustentável recai sobre todas as nações, que
contribuem em conjunto para a degradação ou conservação do meio ambiente. Com
isso, é fundamental entendermos o papel que os governos desempenham.
Ademais, é importante que tenhamos compreendido que esse tema exige cooperação
internacional, de modo que acordos e organismos multilaterais contribuam para a
definição e o atingimento de metas sustentáveis.
Podcast
Vamos discutir agora algumas questões sobre o papel do estado, e em especial das
organizações multilaterais, para um desenvolvimento sustentável.

Explore +
Para saber mais sobre os assuntos estudados, leia:
The Atlas of Sustainable Development Goals 2018. Plataforma interativa lançada pelo
Banco Mundial para observar avanços nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Ela permite que o público tenha uma visão ampla dos avanços e indicadores
relacionados a cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O WorldCommission on Environment and Development: Our common future da ONU,
também conhecido como Relatório Brundtland.
Declaração final da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento
sustentável (RIO + 20). Disponível no site do Ministério do Meio Ambiente.
Referências
AGÊNCIA ENVOLVERDE JORNALISMO. O Direito Internacional da Sustentabilidade,
2015.
ANNETT, T.; LANE, C. Cinco coisas que você precisa saber sobre o FMI e os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável. International Monetary Fund, 2 ago. 2018.
BOUCKAERT, G.; CHAWDHRY, U.; FRASER-MOLEKETI, G.; MEULEMAN, L.; PIZANI, M.
Effective Governance for Sustainable Development: 11 Principles to Put in Practice.
International Institute for Sustainable Development, 7 ago. 2018.
BRANCO, P. Chegou a Hora de Revisitar o Triple Bottom Line. Página 22, 12 abr. 2012.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Tratados internacionais. Itamaraty.
Brasília, DF: 2020. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Acordo de Paris. MMA. Brasília, DF: 2017.
Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
BRUNDTLAND, G.; KHALID, M.; AGNELLI, S; AL-ATHEL, S.; CHIDZERO, B.; FADIKA, L et
al. Our common future: the World commission on environment and development.
Oxford University Press, 1987.
CONFERÊNCIA DAS PARTES. Adoção do Acordo Paris. Nações unidas, 2015.
Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
DECICINO, R. Organizações internacionais: conheça as principais instituições
multilaterais. Geografia Uol, 11 out. 2013.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015. Momento de ação global para as pessoas e o planeta.
Nações Unidas Brasil. Consultado na internet em: 16 jul. 2020.
ODM BRASIL. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2000. Nações Unidas
Brasil. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
OECD. Better policies for 2030: An OECD Action Plan on the Sustainable Development
Goals, 2016. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
Organização Internacional do Trabalho. Trabalho decente. Consultado na internet em:
16 jul. 2020.
STOFFEL, J.; COLOGNESE, S. O desenvolvimento sustentável sob a ótica da
sustentabilidade multidimensional. Rev. FAE, v. 18, n. 2, p. 18 – 37, 2015.
WORLD BANK GROUP. Atlas of Sustainable Development Goals from World
Development Indicators, 2018. The World Bank. Consultado na internet em: 21 jul.
2020.
WORLD TRADE ORGANIZATION. Mainstreaming Trade to Attain the Sustainable
Development Goals, 2018. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
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